Matemática e suas Tecnologias Matemática Alexmay Soares, Cleiton Albuquerque, Fabrício Maia, João Mendes e Thiago Pacífico 2 1 Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime. Caro Estudante inano ENEM. Análise Comb ntes e sempre presentes ssa liere tua int m tex be con e tos un tos ass portantes concei remos com três o significado desses im útil Neste fascículo, trabalha gre ito sob mu r ser leti ref de o po nd as sca áre atística, bu udo dessas tória, Probabilidade e Est foco é mostrar como est s e situações práticas. O ário cen os ers div em zando-os cotidiano. e instigante para o uso Bons Estudos! Objeto do Conhecimento Análise combinatória Princípio Fundamental da Contagem (Princípio Multiplicativo) Dentre as técnicas de contagem, a fundamental e bastante intuitiva é o princípio fundamental da contagem (P.F.C.), que apresentaremos através de exemplos. Eis o que diz o princípio fundamental da contagem: “Se uma ação é composta de duas etapas sucessivas, sendo que a primeira pode ser feita de m modos e, para cada um destes, a segunda pode ser feita de n modos, então o número de modos de realizar a ação é dado pelo produto m · n”. Observação: No caso das ações com mais de duas etapas, o número de modos da ação ocorrer é o produto dos números de possibilidades das respectivas etapas. Arranjos simples e combinações simples É importante, antes de iniciarmos os estudos relativos a arranjo e combinação, entendermos que dois conjuntos são iguais quando todos os elementos de um são também elementos do outro conjunto e vice-versa, independentemente da ordem dos elementos nesses conjuntos. Já duas sequências ordenadas, somente serão iguais se elas apresentarem, ordenadamente, os mesmos elementos. Em outras palavras, duas sequências ordenadas iguais, além de apresentarem os mesmos elementos, tais elementos devem ocupar, respectivamente, ordens (posições) iguais. Por exemplo, os seis conjuntos {1, 3, 6}, {1, 6, 3}, {3, 1, 6}, {3, 6, 1}, {6, 1, 3} e {6, 3, 1} são um mesmo conjunto. Assim, se vamos contá-los, devemos considerálos apenas um conjunto (um grupo). Já as seis sequências ordenadas (1, 3, 6), (1, 6, 3), (3, 1, 6), (3, 6, 1), (6, 1, 3) e (6, 3, 1) são todas diferentes uma das outras. Se vamos contá-las, devemos considerá-las 6 grupos ordenados distintos. 178 Estando, por exemplo, interessados em contar as filas que podemos formar utilizando sempre as mesmas 3 pessoas ou a quantidade de números que podemos formar utilizando sempre os mesmos 3 algarismos, a ordem com que as pessoas ou algarismos aparecem é relevante, isto é, muda a fila ou o número. O interesse, nesse caso, está em contar sequências ordenadas, deve-se contar os arranjos. Estando, por exemplo, interessado em contar comissões ou subconjuntos, a ordem com que as pessoas ou elementos aparecem não é relevante, isto é, não muda a comissão ou o subconjunto. O interesse, nesse caso, está em contar subconjuntos, deve-se contar as combinações. Problema das filas de k pessoas escolhidas dentre n pessoas possíveis “Considere 7 pessoas. Quantas são as filas distintas formadas com 4 dessas pessoas?” Solução: Para o primeiro lugar na fila, temos 7 possibilidades; para a segunda posição, 6; para a terceira, 5 e, para a quarta e última posição, 4 possibilidades. Assim, pelo P.F.C., temos 7 · 6 · 5 · 4 = 840 filas. Cada uma dessas filas é uma sequência ordenada (diferem pela ordem) e é chamada de arranjo de 7 elementos, tomados 4 a 4. Pelo exposto, o número de arranjos de 7 elementos, tomados 4 a 4, é igual a 840 e pode ser calculado em função do número de pessoas dadas (7) e do número de pessoas em cada fila (4). Esse número de arranjos é dado por: A 7,4 = 7! (7 – 4)! = 84 840 Resumindo: De modo geral, dado um conjunto com n elementos distintos, qualquer sequência ordenada de k elementos distintos, escolhidos dentre os n elementos dados, é chamada de “arranjo dos n elementos, tomados k a k”, e o número desses arranjos é dado por: An,k = n! (n − k )! Leia: arranjo de n, k a k. Problema das comissões de k pessoas, escolhidas dentre n pessoas possíveis “Considere 7 estudantes de uma mesma turma. Para representar a turma perante a direção do colégio, quantas são as comissões possíveis, formadas com 4 desses estudantes?” Solução: Inicialmente, perceba que as comissões {Maria, João, Pedro, Ivo} e {Pedro, Ivo, João, Maria} são uma mesma comissão, conta-se apenas uma. Logo, queremos contar subconjuntos. Se quiséssemos contar sequências ordenadas (filas) de 4 elementos, escolhidos dentre 7 possíveis, encontraríamos A 7, 4 7! = = 840 filas. Acontece, porém, (7 − 4)! que uma vez escolhidos quatro estudantes dentre os 7 possíveis, com esses mesmos quatro estudantes pode-se formar P4 = 4! = 24 filas distintas (sequências ordenadas). Isso nos diz que para cada 24 sequências ordenadas (as que têm os mesmos 4 elementos), conta-se apenas uma comissão (um subconjunto). Daí, o número correto de comissões com 4 estudantes, escolhidos dentre 7 possíveis, que podem ser formadas é 840 = 35. 24 840 A 7, 4 = 24 P4 Solução: Como para um mesmo grupo de pessoas premiadas, mudando-se a ordem entre elas, muda-se a classificação, o número de classificações possíveis é um número de arranjos. I. O número de classificações para os três primeiros lugares é o número de arranjos de 8 atletas, toma8! dos 3 a 3, ou seja, A8, 3 = (8 − 3)! = 8 ⋅ 7 ⋅ 6 = 336. Esquematizando: 1o lugar, 2o lugar, 3o lugar ⇒ A8, 3 = A8, 3 7! (7 − 4)! = 4! Vagaroso , 2o lugar , 3o lugar fixo ↓ ↓ × 6 = 42 ou 1o lugar , Vagaroso , 3o lugar , isto é, o número de comis- sões (subconjuntos) formadas com 4 pessoas, escolhidas dentre 7 pessoas possíveis, é 7! . 4!(7 − 4)! ↓ Resumindo: De modo geral, dado um conjunto com n elementos distintos, qualquer subconjunto de k elementos distintos, escolhidos dentre os n elementos dados, é chamado de “combinação dos n elementos, tomados k a k” e o número dessas combinações é dado por: n! n = = k k !(n − k )! Leia: combinação de n, k a k. fixo 7 ↓ × 6 = 42 ou 2o lugar , 3o lugar, Vagaroso ↓ 7 Cn , k 8! = 336 (8 − 3)! II. Supondo Vagaroso premiado, temos que decidir a sua posição: 3 possibilidades, para cada uma dessas possibilidades, podemos usar apenas o P.F.C. para resolver este item. Veja: 7 Agora, observe que: 35 = Exemplo 1: Fábio, Marcos, Cleiton, Érick, Jonas, Lucas, Ligeirinho e Vagaroso classificaram-se para a grande final da prova dos 100 metros rasos que está sendo disputada entre os alunos das escolas públicas e privadas de certo bairro de Fortaleza. Segundo a imprensa especializada no assunto, “os oito classificados são igualmente favoritos, mas como não pode haver empate, a ordem de classificação vai ser decidida nos detalhes e isso só o tempo dirá”. Sabendo que somente serão premiados os três primeiros colocados, recebendo R$ 1 000,00, R$ 600,00 e R$ 200,00, respectivamente, de quantas formas possíveis poderá ocorrer a classificação dos premiados? Dessas, em quantas Vagaroso será premiado? Em quantas Ligeirinho receberá R$ 1000,00? × ↓ fixo 6 = 42 Total = 42 + 42 + 42 = 126 classificações. III. Fixando Ligeirinho em primeiro lugar (recebendo R$1.000,00), basta escolher os outros 2, dentre os 7 7! outros atletas. Assim, temos A 7, 2 = (7 − 2)! = 7 ⋅ 6 = 42 classificações para os três primeiros lugares, em que Ligeirinho aparece na primeira posição. Esquematizando: Ligeirinho , 2o lugar , 3o lugar ⇒ A 7, 2 = fixo A7 , 2 7! = 7 ⋅ 6 = 42 ( 7 − 2) ! Universidade Aberta do Nordeste 179 Permutação simples e permutação com repetição Problema das filas formadas por n objetos, sendo alguns repetidos Teoricamente, todo problema de análise combinatória pode ser resolvido usando-se apenas o princípio fundamental da contagem. Entretanto, o conhecimento antecipado dos resultados de alguns problemas que surgirão com relativa frequência será providencial, facilitando as resoluções de outros problemas mais sofisticados. Vejamos, agora, alguns problemas que vale a pena você conhecer seus resultados: “De quantos modos podemos colocar 7 bolas de sinuca em fila, sendo todas distintas, exceto três delas que são idênticas?” Problema das filas formadas por n objetos distintos “De quantos modos podemos colocar em fila 4 pessoas?” Para ocupar o primeiro lugar na fila, temos 4 possibilidades; para o segundo lugar, 3 possibilidades; para o terceiro, 2 e, para o quarto e último lugar, 1 possibilidade. Daí, usando o P.F.C., temos: 4 · 3 · 2 · 1 = 4! filas (24 filas) De modo análogo, com n objetos distintos, podemos formar n · (n – 1) · (n – 2) · ... · 2 · 1 = n! filas diferentes. As filas formadas são agrupamentos ordenados (diferem pela ordem) e são chamadas de permutações simples dos n objetos. O número total de permutações (de filas) é indicado por: Pn = n! (lê-se: permutação de n) Saiba: permutar n objetos, na prática, significa colocálos em fila e fazer todas as trocas possíveis nas posições, significa obter todas as filas possíveis. Com o conhecimento do resultado do número de permutações simples, podemos resolver facilmente problemas tais como: Exemplo 1: Quantas filas diferentes podemos formar com 8 pessoas, se três delas, Raquel, Júlia e Tomás, não podem ficar juntas (os três)? Solução: Temos um total de P8 = 8! filas, os três ficando juntos ou não. Agora, supondo o grupo Raquel, Júlia e Tomás (RJT) uma só pessoa, o número de maneiras delas ficarem juntas é P3 = 3! e o número de modos de acomodar os seis elementos (o grupo RJT e as outras 5 pessoas) na fila é P6 = 6!. Pelo P.F.C., temos 3! · 6! filas, em que os três ficam juntos. Daí, temos 8! – 3! · 6! = 40320 – 4320 = 36000 filas, em que os três não ficam juntos. Esquematizando: R , J, T, E1 , E 2 , E3 , E 4 , E5 ⇒ P8 = 8! = 40320 ( total de filas) Solução: Se as bolas fossem todas diferentes, teríamos 7! filas. Para qualquer uma dessas filas, se permutarmos apenas as bolas idênticas, temos 3! filas repetidas, ou seja, para cada 3! filas, devemos contar apenas uma. 7! Daí, o número correto de filas é = 840. 3! A solução desse problema é uma permutação de 7 objetos, com repetição de 3, cuja representação é P73 = 7! . Se fossem 10 bolas diferentes apenas nas co3! res, sendo 4 azuis, 3 vermelhas, 2 verdes e 1 amarela, a solução seria uma permutação de 10 objetos, com re4, 3, 2 petição de 4, 3 e 2, cuja representação é P10 = 10 4 ! ⋅ 3! ⋅ 2! (note que 1! =1 não é necessário usar). Em geral, o número de permutações de n objetos, dos quais a1 são iguais a X1, a2 são iguais a X2, a3 são iguais a X3, ..., aK são iguais a Xk, é dado por: Pnα1 , α 2 , α3 ,..., α k = n! α1 ! ⋅ α 2 ! ⋅ α 3 ! ⋅ ... ⋅ α k ! Com o conhecimento do resultado do número de permutações de n objetos, com repetição, podemos resolver facilmente problemas tais como: Exemplo 1: Quantos são os anagramas da palavra Papagaio que apresentam as vogais em ordem alfabética? Solução: O número total de anagramas é P83, 2 = 8! 3! ⋅ 2 ! = 3360. Para cada um desses anagramas, permutado só as vo3 5! gais (A, A, A, I, O), temosP5 = 3! = 20 sequências diferentes de vogais, ou seja, para cada 20 anagramas da palavra Papagaio somente um tem as vogais em ordem alfabética. Daí, o número procurado de anagramas é: 8! P83, 2 3! ⋅ 2 ! 3360 = = = 168 5! 20 P53 3! . P8 P3 RJT , E1 , E 2 , E 3 , E 4 , E5 ⇒ P3 ⋅ P6 = 3! ⋅ 6 ! = 4320 P6 (filas com os três juntos) 40320 – 4320 = 36000 (filas em que os três não ficam juntos) 180 Permutação circular e o uso da permutação com repetição na resolução de problemas diversos “De quantos modos distintos podemos formar uma mesa de buraco com quatro pessoas?” Solução: Se fossem filas, teríamos 4! = 24 A filas distintas. Na mesa de buraco, no entanto, o que importa é a poB sição relativa dos jogadores entre si. D Na mesa formada ao lado, por exemplo, saindo de qualquer jogaC dor (letra) e escolhendo um sentido para girar (horário), temos 4 filas: (ABCD), (BCDA), (CDAB) e (DABC). Note que, nessas filas, existem 4 possibilidades para começar, mas uma vez começada a fila, as outras letras já ficam determinadas. Portanto, para cada 4 filas diferentes, devemos contar uma única formação para se jogar buraco. Sendo 4! assim, o número de mesas formadas é 4 = 3! = 6 . Questão Comentada |C1-H2| A figura abaixo mostra um mapa de uma pequena parte da cidade de Fortaleza. Quando o professor Thiago Pacífico vai de casa até o shopping Aldeota, ele percorre exatos 7 quarteirões. Na figura, está representada apenas uma das várias possibilidades de caminhos que ele pode escolher. Determine quantos caminhos diferentes, com a mesma distância, ele pode escolher para ir de casa até o shopping. Observação: Cada uma das 6 formações obtidas é chamada de permutação circular de 4 elementos e o número de permutações circulares de 4 elementos, quando contadas em um 4! só sentido, é dado por:(PC)4 = 4 = 3! Resumindo: De modo geral, o número de permutações circulares de n objetos, se consideradas equivalentes disposições que possam coincidir por rotação, é dado por: n! ( PC)n = = (n − 1)! n a) 30 caminhos d) 45 caminhos b) 35 caminhos e) 50 caminhos Solução comentada: Observe que para Thiago Pacífico sair de casa, localizada no cruzamento das ruas Ana Bilhar e Joaquim Nabuco, ele percorre 7 quarteirões, a saber que ele anda 4 vezes para Sul (S) e 3 vezes para o Leste (L), veja na figura a sequência SSLLLSS. Portanto, o número de caminhos possíveis é igual ao número de anagramas 3, 4 dessa sequência, ou seja, P7 Exemplo 1: De quantos modos podemos formar uma roda de ciranda com 4 meninos e 4 meninas, de modo que os meninos e as meninas se alternem? Solução: Colocando primeiramente as mulheres (M1, M2, M3, M4) na roda, temos (PC)4 = (4 – 1)! = 6 modos de fazer isto. Entre cada duas mulheres, agora, devemos colocar um homem. Para colocar o primeiro homem (H1) na roda, existem 4 possibilidades; para o segundo, 3; para o terceiro, 2 e, para o quarto, 1, ou seja, existem P4 = 4! = 24 maneiras de dispor os 4 homens entre as mulheres. Note que colocando-se os 4 homens numa certa posição possível entre as mulheres já dispostas, qualquer permutação que se faça entre os homens muda-se a posição relativa entre os elementos do grupo, muda-se a roda. Assim, pelo P.F.C., existem (PC)4 · P4 = 3! · 4! = 6 · 24 = 144 rodas de ciranda possíveis. c) 40 caminhos = 7! = 35 3! . 4 ! caminhos. Resposta correta: b Para Fixar |C1-H2, H3| 01. Leia a tirinha. Menino MaluquinhoZiraldo 2009 a) b) c) d) e) O Globo, 18/03/2009 Considere como um único conjunto as 8 crianças – 4 meninos e 4 meninas – personagens da tirinha. A partir desse conjunto, podem-se formar n grupos, não vazios, que apresentam um número igual de meninos e de meninas. O maior valor de n é equivalente a: 45 56 69 72 81 Universidade Aberta do Nordeste 181 |C1-H2, H5| 02.Muitos consideram a Internet como um novo continente que transpassa fronteiras geográficas e conecta computadores dos diversos países do globo. Atualmente, para que as informações migrem de um computador para outro, um sistema de endereçamento denominado IPv4 (Internet Protocol Version 4) é usado. Nesse sistema, cada endereço é constituído por quatro campos, separados por pontos. Cada campo, por sua vez, é um número inteiro no intervalo [0, 28 – 1]. Por exemplo, o endereço IPv4 do servidor web da UFF é 200.20.0.21. Um novo sistema está sendo proposto: o IPv6. Nessa nova versão, cada endereço é constituído por oito campos e cada campo é um número inteiro no intervalo [0, 216 – 1]. Com base nessas informações, é correto afirmar que: a) o número de endereços diferentes no sistema IPv6 é o quádruplo do número de endereços diferentes do sistema IPv4. b) existem exatamente 4 · (28 – 1) endereços diferentes no sistema IPv4. c) existem exatamente 232 endereços diferentes no sistema IPv4. d) o número de endereços diferentes no sistema IPv6 é o dobro do número de endereços diferentes do sistema IPv4. e) existem exatamente (28 – 1)4 endereços diferentes no sistema IPv4. Fique de Olho a mÍDIa e a meGa-seNa acUmULaDa reais. A Caixa Econômica Federal, que administra o jogo, sorteia seis dezenas distintas e são premiadas as apostas que contêm 4 (quadra), 5 (quina) ou todas as 6 (sena) dezenas sorteadas. Como é difícil que alguém acerte as seis dezenas sorteadas, o prêmio é geralmente dividido entre poucos acertadores. Se num dado concurso ninguém acerta as seis dezenas, o prêmio fica acumulado para o concurso seguinte. Existem 60resultados possíveis para 6 um sorteio da Mega-Sena. Esse número é maior que 50 milhões (mais precisamente, ele é igual a 50 063 860) e creio que o leitor concordará comigo que só mesmo um grande otimista pode acreditar que vai ganhar com uma única aposta. Entre todas as loterias existentes no Brasil, a Mega-Sena é, ao menos em determinadas ocasiões, a que desperta o maior interesse na população. Isso se deve ao fato de as regras do jogo possibilitarem, de vez em quando, que as quantias oferecidas como prêmio sejam bastante respeitáveis. Quando isso ocorre, formam-se filas gigantescas nas casas lotéricas e os jornais, o rádio e a televisão fazem matérias sobre o assunto, que tratam desde as chances de que alguém ganhe o prêmio máximo até o que o felizardo poderá fazer com todo aquele dinheiro. Os professores que dão aulas de Probabilidade e de Análise Combinatória são consultados sobre o funcionamento do jogo e especialmente sobre a eventual existência de alguma estratégia que melhore as chances de vitória do apostador. Este artigo é um relato sobre as perguntas que me fizeram e sobre as respostas que eu fui capaz de dar. Embora eu acredite que a maioria dos leitores assim como eu, já tenha tentado a sorte na Mega-Sena, vamos dar uma breve descrição do jogo para atender aos leitores que, ou por princípio, ou por serem mais inteligentes do que nós jogadores, nunca arriscaram. Para apostar, você escolhe um mínimo de seis e um máximo de quinze dezenas no conjunto { 01, 02,..., 60}. Cada aposta simples de seis dezenas custa dois reais e, portanto, se você marca oito dezenas, estará concorrendo com 8 = 28 6 182 jogos simples e essa aposta custará cinquenta seis As probabilidades de sucesso na Mega-Sena A pergunta mais frequente: 1.Intuitivamente, o que significa ter uma chance em cinquenta milhões? Com o objetivo de fazer com que seus leitores entendam o que significa essa probabilidade tão pequena, os jornalistas pedem que façamos comparações com a possibilidade da ocorrência de outros eventos. É curioso que as comparações solicitadas quase sempre envolvem um evento auspicioso (ganhar o prêmio máximo da Mega-Sena) com tragédias tais como morrer em desastre de avião, ser atingido por um raio ou morrer de câncer. A maior dificuldade em fazer essas comparações está no fato de que nem todos os indivíduos da população têm a mesma probabilidade de sofrer uma dessas desgraças, enquanto todos os que apostam 6 dezenas têm a mesma chance de acertar a Mega-Sena. Eu acredito que a maneira mais fácil de fazer as pessoas entenderem é usando um outro exemplo puramente aleatório. O número de habitantes do Brasil é quase igual a três vezes o número de resultados possíveis do sorteio. Se fosse realizado um sorteio de três prêmios entre toda a população brasileira, a sua chance de ganhar um deles seria igual à de ganhar o prêmio máximo da MegaSena com um jogo de seis dezenas. Flávio Wagner Rodrigues. IME-USP. Objeto do Conhecimento Probabilidade Probabilidade I Probabilidade Ao fazer o seguro de um automóvel, o corretor de seguros traça o perfil do cliente. Automóveis cujo condutor principal é homem, tem entre 18 e 25 anos e deixa o carro fora de estacionamento fechado têm seguro bem mais caro, embora não seja certo, mas com esse perfil a chance de ocorrer sinistro ou furto do veículo é considerável. Um dado honesto foi lançado nove vezes e em todas elas ocorreu o número 5. João apostou que, no décimo lançamento, também daria o número cinco. Embora lançado nas mesmas condições, nada garante que João ganhará a aposta. A necessidade de se quantificar os riscos de um seguro e de avaliar as chances de ganhar em jogos de azar deram origem ao ramo da Matemática que cria, desenvolve e, em geral, pesquisa modelos que podem ser utilizados para estudar experimentos (ou fenômenos) aleatórios. Tal ramo da Matemática recebe o nome de teoria das probabilidades. Experimentos aleatórios são experimentos que repetidos sob as mesmas condições podem produzir, por força do acaso, resultados diferentes. Probabilidade é um número que mede a chance de um evento acontecer, é um número associado a um evento. Para a definição da probabilidade de um evento (E) qualquer do espaço amostral Ω = {a1, a2, ..., an), associaremos a cada evento elementar {a}, um número real, indicado por P(ai), chamado de probabilidade do evento elementar {ai}, tal que: 0 ≤ P{ai} ≤ 1, para todo i ∈ {1, 2, ..., n}; Espaço amostral e evento Espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório e é indicado pela letra grega Ω (lê-se “ômega” ). Já evento é qualquer subconjunto do espaço amostral. Por exemplo, um casal pretende ter três filhos, sendo dois homens e uma mulher. Considerando H para filho e M para filha, temos: I. conjunto de todos os resultados possíveis para os três nascimentos (espaço amostral): Ω = {(H,H,H); (H,H,M); (H,M,H); (M,H,H); (H,M,M); (M,H,M); (M,M,H); (M,M,M)}, cujo número de elementos é n(Ω) = 8; II. subconjunto de Ω desejado (evento): E = {(H,H,M); (H,M,H); (M,H,H)}, cujo número de elementos é n(E) = 3. Se no exemplo anterior o espaço amostral é equiprovável, a chance de cada evento elementar ocorrer é de uma em oito, isto é, . Já a chance do evento (E) ocorrer é 1 1 1 1 3 + + = 8 8 8 88 (três possibilidades em oito possíveis). Intuitivamente, quando o espaço amostral é equiprovável, a probabilidade de um evento E ocorrer, P(E), é dada pela razão entre o número de casos favoráveis e o número de casos possíveis: P(E ) = n (E) número de casos favoráveis = número de casos possíves n (Ω ) n (E) 3 No exemplo citado, P(E) = n (Ω) = 8 . Exemplo 1: Um dado, cujas faces estão numeradas de 1 a 6, respectivamente, foi confeccionado de maneira que a probabilidade de uma face de número par ocorrer é duas vezes mais provável que uma face de número ímpar. Determine a probabilidade de ocorrer: a) cada face. b) um número primo. Solução: O espaço amostral desse experimento aleatório é Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, não sendo equiprovável. Chamando a probabilidade de cada face de número ímpar de k, a probabilidade de cada face de número par será 2k. Daí: I. P({1}) = P({3}) = P({5}) = k e P({2}) = P({4}) = P({6}) = 2k; II. P({1}) + P({2}) + ... + P({6}) = 1 ⇒ 3 · k + 3 · (2k) = 1 ⇒ 1 k= . 9 a) Portanto, P({1}) = P ({3}) = P({5}) = e P({2}) = P({4}) = 1 2. 9 9 b) Ocorrer número primo é o evento E = {2, 3, 5}. Daí: P(E) = P({2}) + P({3}) + P({5}) = 2k + k + k = 4k = 4 9 Evento certo, evento impossível e P({6})= eventos complementares I. O evento C, que coincide com o espaço amostral, é dito evento certo e a sua probabilidade é igual a 1. Veja: P ( C) = n ( C) n = =1 , n (Ω) n ou seja, a probabilidade do evento certo ocorrer é 100%. II. O evento D = { } = ∅ (conjunto vazio) é dito impossível e a sua probabilidade é igual a zero, veja: P ( D) = n ( D) 0 = =0 n (Ω) n , ou seja, a probabilidade do evento impossível ocorrer é 0%. III. Os eventos A e B, tais que A ∩ B = ∅ (a interseção é o conjunto vazio) e A ∪ B = Ω (a união é o espaço amostral), são ditos eventos complementares e suas probabilidades são tais que P(A) + P(B) = 1. Universidade Aberta do Nordeste 183 Interseção de eventos independentes União de eventos Dois eventos A e B são ditos independentes quando o fato de ter ocorrido um deles não alterar a probabilidade do outro ocorrer. Em outras palavras, a probabilidade do evento B (ou A) ocorrer é a mesma, independentemente de B (ou A) ser tomado como subconjunto do universo Ω ou como subconjunto do universo B. Por exemplo, se um casal planeja ter três filhos, o evento A: “o primeiro filho é homem” e o evento B: “o terceiro filho é mulher” são eventos independentes. A ∩ B é o evento que ocorre se, e somente se, os eventos A e B ocorrerem simultaneamente. No exemplo anterior, A ∩ B é o evento “o primeiro filho é homem e o terceiro filho é mulher”, isto é, para ocorrer o evento A ∩ B, o primeiro filho tem que ser homem e (e ao mesmo tempo) o terceiro tem que ser mulher. Então, podemos calcular a probabilidade de ocorrer A ∩ B. Veja: Sendo A e B dois eventos de um mesmo espaço amostral Ω não vazio, A ∪ B (A união B) é o evento que ocorre quando há ocorrência de A ou de B, isto é, quando ocorre apenas A ou ocorre apenas B ou, ainda, ocorrem A e B ao mesmo tempo. Temos dois casos a considerar para o cálculo da probabilidade de ocorrer A ∪ B: 1) A ∩ B = ∅. Nesse caso, P(A ∪ B) = P(A) + P(B) e os eventos A e B são ditos mutuamente exclusivos. Veja: Uma vez que A e B são conjuntos disjuntos (A ∩ B = ∅), temos: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) 2) A ∩ B ≠ ∅. Nesse caso, há ocorrência simultânea dos e v e n t o s A e B e a probabilidade de ocorrer (A ∪ B) é dada por P(A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B).Veja: Da teoria dos conjuntos, temos que: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B) Como n(Ω) ≠ 0, podemos escrever: Note: Ω = {(H,H,H); (H,H,M); (H, M, H); (M,H,H); (H,M,M); (M,H,M); (M,M,H); (M,M,M)} n (A) 4 1 A = {(H,H,H); (H,H,M); (H,M,H); (H,M,M)} ⇒ P(A) = n (Ω) = 8 = 2 n (B) 4 n (A ∪ B) n (A) n (B) n (A ∩ B) = + − ⇒ n (Ω ) n (Ω ) n (Ω ) n (Ω ) 1 P(A ∪ B) = P(A) + P(B) − P(A ∩ B) Ω B = {(H,H,M); (H,M,M); (M,H,M); (M,M,M)} ⇒ P(B) = n (Ω) = 8 = 2 n (A ∩ B) 2 1 A ∩ B = {(H,H,M); (H,M,M)} ⇒ P(A ∩ B) = n (Ω) = 8 = 4 Observação: Quando dois eventos A e B são independentes, uma outra maneira de se calcular a probabilidade deles ocorrerem simultaneamente (ou sucessivamente) é P(A ∩ B) = P(A) · P(B). No exemplo anterior, dependentes. P(A) = 1 1 , P(B) = 2 2 1 1 1 Então: P(A ∩ B) = P(A) . P(B) = 2 . 2 = 4 e A e B são in. Exemplo 1: (Cesgranrio-Adap.) Um juiz de futebol possui três cartões no bolso. Um é todo amarelo, outro é todo vermelho e o terceiro é vermelho de um lado e amarelo do outro. Num determinado lance, o juiz retira, ao acaso, um cartão do bolso e mostra a um jogador. Qual a probabilidade de a face que o juiz ver ser vermelha e de a outra face, mostrada ao jogador, ser amarela? Solução: Para o evento VA “escolha do cartão vermelho e 1 amarelo”, a probabilidade éP(VA) = . Uma vez es3 colhido o cartão VA, o evento B “juiz ver a face V e o 1 jogador, a face A” tem probabilidadeP(B) = . Daí, 2 1 1 1 P(VA ∩ B) = . = é a probabilidade procurada. 3 2 6 184 B A A B Exemplo 1: Realizada uma pesquisa sobre o consumo dos refrigerantes A e B, em certo bairro de Fortaleza, constatou-se que dentre as 240 pessoas entrevistadas, 150 consomem o refrigerante A; 80, o refrigerante B e 30 consomem os dois refrigerantes. Com o objetivo de checar a veracidade das informações apresentadas, quem encomendou a pesquisa escolheu, aleatoriamente, um dos entrevistados. Qual a probabilidade da pessoa escolhida consumir a marca A ou a marca B, segundo a pesquisa apresentada? Solução: Como os 240 entrevistados (n(Ω)= 240) são igualmente prováveis, temos: I. P(A) = n (A) 150 5 ⇒ P(A) = = n (Ω ) 240 8 II. P(B) = n (B) 80 1 ⇒ P(A) = = n (Ω) 240 3 III. P(A ∩ B) = n (A ∩ B) 30 1 ⇒ P(A ∪ B) = = n (Ω ) 240 8 Logo, P(A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∪ B) ⇒ P(A ∪ B) = 5 1 1 P(A ∪ B) = 5 . + − ⇒ 6 8 3 8 e) Uma carta com figura (J, Q ou K). Existem 4 valetes (J), 4 damas (Q) e 4 reis (K), logo: P(J ∪ Q ∪ K) = 12/52 = 3/13 Questão Comentada |C7-H28| Baralho lusófono O baralho mais usado nos países lusófonos (de língua portuguesa) possui 52 cartas, distribuídas em 4 grupos (também chamados de naipes), os quais possuem 13 cartas de valores diferentes. Os nomes dos naipes em português (mas não os símbolos) são similares aos usados no baralho espanhol de quarenta cartas. São eles espadas (♠), paus (♣), copas (♥) e ouros (♦), embora sejam usados os símbolos franceses. Cada naipe possui 13 cartas, sendo elas um ás (representado pela letra A), todos os números de 2 a 10 e três figuras: o valete (também chamado de Jorge), representado pela letra J (do inglês jack), a dama (também chamada de rainha) representada pela letra Q (do inglês queen) e o rei, com a letra K (do inglês king). Ao ás, geralmente, é dado o valor 1 e às figuras são dados, respectivamente, os valores de 11, 12 e 13. Os nomes dos naipes em espanhol, correspondentes ao baralho de 52 cartas, não têm as mesmas denominações do baralho espanhol de 40 cartas, que são oros, copas, espadas e bastos, mas seus correspondentes, diamantes, corazones, pique e treboles. Alguns jogos também incorporam um par de cartas com valor especial e que nunca aparecem com naipe: os curingas (Brasil) ou jokers (Portugal). http://pt.wikipedia.org/wiki/Baralho De um baralho de 52 cartas (13 de cada naipe: ♣, ♠, ♦ ou ♥), determine a probabilidade de ser retirada: a) um ás (A). b uma carta de ouro. c) um ás (A) de ouro. d) um ás (A) ou uma carta de ouro. e) uma carta com figura (J, Q ou K). f) três reis em seguida, sem reposição. g) uma carta que não seja de ouro. h) três cartas em seguida, com reposição, e todas não serem de ouro. i) três cartas em seguida, com reposição, e pelo menos uma delas ser de ouro. j) um rei (K), dado que a carta é de ouro. k) uma carta de ouro, dado que a carta retirada é um rei (K). Solução comentada: a) Um ás (A). P(A) = 4/52 = 1/13 b) Uma carta de ouro. P(♦) = 13/52 = 1/4 = 25% c) Um ás (A) de ouro. Como a distribuição das cartas é uniforme, temos: P(A ∩ ♦) = P(A) · P(♦) = 1/13 · 1/4 = 1/52 De outra forma, podemos simplesmente ver que só existe um (A)s de ouro dentre as 52 cartas, logo: P(A ∩ ♦) = 1/52 d) Um ás (A) ou uma carta de ouro. P(A ∪ ♦) = P(A) + P(♦) – P(A ∩ ♦) P(A ∪ ♦) = 4/52 + 13/52 – 1/52 = 16/52 P(A ∪ ♦) = 4/13 f) Três reis em seguida, sem reposição. Como as cartas retiradas não vão sendo devolvidas, a probabilidade de retirar o próximo rei vai diminuindo, ou seja: P(K ∩ K ∩ K) = (4/52) · (3/51) · (2/50) = 1/5525 g) Uma carta que não seja de ouro. A chance de tirar uma carta de ouro é P(♦) = 1/4 e de não tirar é P(♦) = 1 – P(♦), ou seja: P(♦) = 3/4 h) Três cartas em seguida, com reposição, e todas não serem de ouro. Como há reposição, a probabilidade de retirar uma carta que não seja de ouro é sempre a mesma, logo: P(♦ ∩ ♦ ∩ ♦) = (3/4) · (3/4) · (3/4) = 27/64 i) Três cartas em seguida, com reposição, e pelo menos uma delas ser de ouro. Como devemos tirar três cartas e pelo menos uma tem que ser ouro, concluímos que a única coisa que não pode ocorrer é tirar três cartas seguidas que não sejam de ouro, então a probabilidade procurada é: P = 1 – (3/4) · (3/4) · (3/4) = 1 – 27/64 = 37/64 j) Um rei (K), dado que a carta é de ouro. Entre as 13 cartas de ouro, existe apenas um rei (K), logo: P(K/♦) = P(K ∩ ♦)/P(♦) = 1/13 k) Uma carta de ouro, dado que a carta retirada é um rei (K). Entre os 4 reis do baralho, apenas uma carta é de ouro, logo: P(♦/K) = P(♦ ∩ K)/P(K) = 1/4 Para Fixar |C1-H2; C7-H28| 03.Um juiz deve analisar 12 processos de reclamações trabalhistas, sendo 4 de médicos, 5 de professores e 3 de bancários. Considere que, inicialmente, o juiz selecione aleatoriamente um grupo de 3 processos para serem analisados. Com base nessas informações, as chances de que, nesse grupo, pelo menos um dos processos seja de professor é: a) 37/44 b) 37/220 c) 185/200 d) 185/210 e) 37/88 |C7-H29| 04.Carlos sabe que Ana e Beatriz estão viajando pela Europa. Com as informações que dispõe, ele estima corretamente que a probabilidade de Ana estar hoje em Paris é 3/7, que a probabilidade de Beatriz estar hoje em Paris é 2/7 e que a probabilidade de ambas, Ana e Beatriz, estarem hoje em Paris é 1/7. Carlos, então, recebe um telefonema de Ana informando que ela está hoje em Paris. Com a informação recebida pelo telefonema de Ana, Carlos agora estima corretamente que a probabilidade de Beatriz também estar hoje em Paris é igual a: a) 1/7 b) 1/3 c) 2/3 d) 5/7 e) 4/7 Universidade Aberta do Nordeste 185 Fique de Olho Os DoIs boDes Em um programa de televisão, o candidato é solicitado a escolher uma entre três portas fechadas. Atrás de uma delas, há um prêmio, mais precisamente um carro, e atrás de cada uma das outras duas, há um bode. Se você está pensando que esse é um programa dominical de alguma estação de televisão brasileira, vamos logo avisando que está enganado, trata-se de um programa de televisão italiana. Depois de o candidato ter escolhido a porta que deseja, mas antes de abrí-la, o animador do programa, que sabe onde estão os bodes, abre uma das portas que não foram escolhidas e mostra que há um bode atrás dela. É claro que ele sempre pode fazer isso, pois, se atrás da porta que o candidato escolheu há um bode, ainda há outro bode atrás de uma das outras portas e, se atrás da porta escolhida pelo candidato estiver o prêmio, atrás das outras portas há bodes e , nesse caso, o animador escolhe ao acaso uma dessas portas para abrir. Então, nesse momento, o candidato está com a mão na maçaneta de uma porta fechada, rezando para que ali esteja o carro; há uma outra porta fechada e há uma porta aberta que mostra um bode. Aí então se faz uma crueldade com o candidato. O animador pergunta ao candidato se ele deseja trocar a porta que ele havia escolhido pela outra porta que ainda permanece fechada. O que você acha que o candidato deve fazer visando maximizar a probabilidade de ganhar o carro? Você acha que ele deve permanecer com a porta que escolhera inicialmente, deve trocar de porta, ou tanto faz? Convidamos você a pensar um pouco mais. Fizemos então uma simulação. No computador, realizamos uma série de 1000 experiências, arrumando os bodes ao acaso e fazendo com que o animador, no caso de haver dois bodes nas portas não escolhidas pelo candidato, selecionasse ao acaso a porta para abrir. Determinamos então Objeto do Conhecimento quantas vezes o candidato ganharia o prêmio se adotasse a estratégia de sempre trocar de porta. A resposta, para surpresa de muitos, foi 667, o que fez com que o grupo do “deve trocar” exclamasse “não disse?” Chamemos os bodes de A e B e chamemos o carro de C. A árvore de probabilidades a seguir mostra, no primeiro estágio, a escolha inicial do candidato e, no segundo, o bode exibido pelo animador. O terceiro estágio mostra a segunda escolha do candidato. A 1 B 1/3 B 1 1/2 A C 1/2 A 1/6 (1) C 1/6 (2) 1/2 B 1/6 (3) 1/2 C 1/6 (4) 1/2 B 1/12 (5) 1/2 C 1/12 (6) 1/2 A 1/12 (7) 1/2 C 1/12 (8) A 1/3 1/3 1/2 1/2 B Observe que o candidato ganha trocando de porta 2. O candidato ganha sem trocar de porta nos casos (6) e (8), 6 com probabilidade igual a 1 . Logo, a probabilidade de ganhar trocando de porta é 6 o dobro da probabilidade de ganhar sem trocar. Então, a nos casos (2) e (4), portanto, com probabilidade igual a melhor estratégia é sempre trocar de porta! A árvore mostra também que, depois de exibido o bode, a probabilidade de ganhar o o carro é igual a , 1 soma das probabilidades dos casos (2), (4), (6) e (8). A pro2 babilidade de ganhar o carro antes de ser exibido o bode é igual a 1. 3 Estatística A Estatística é uma área do conhecimento que utiliza teorias probabilísticas para explicação de eventos, estudos e experimentos. Tem por objetivo obter, organizar e analisar dados, determinar as correlações que apresentem, tirando delas suas consequências para descrição e explicação do que passou e previsão e organização do futuro. A Estatística é também uma ciência e prática de desenvolvimento de conhecimento humano através do uso de dados empíricos. Baseia-se na teoria estatística, um ramo da Matemática aplicada. Na teoria estatística, a aleatoriedade e incerteza são modeladas pela teoria da probabilidade. Algumas práticas estatísticas incluem, por exemplo, o planejamento, a sumarização e a interpretação de observações, porque o objetivo da Estatística é a produção da “melhor” informação possível a partir dos dados disponíveis. Alguns autores sugerem que a Estatística é um ramo da teoria da decisão. 186 Estuda-se Estatística para aplicar seus conceitos como auxílio nas tomadas de decisão diante de incertezas, justificando cientificamente as decisões. Os princípios estatísticos são utilizados em uma grande variedade de situações – no governo, nos negócios e na indústria, bem como no âmbito da ciências sociais, biológicas e físicas. A Estatística presta-se a aplicações operacionais e de pesquisas, sendo efetiva não só em experimentos de laboratório, mas também em estudos fora dele. A Estatística compreende o planejamento e a execução de pesquisas, a descrição e a análise dos resultados e a formulação de predições com base nesses resultados. Estatística é o campo do conhecimento científico que trata da coleta e análise de dados com o fim de se obter conclusões para tomada de decisões. A Estatística pode ser dividida em: • Estatística Descritiva ou Dedutiva; • Inferência Estatística ou Indutiva. Obtemos, assim, o seguinte quadro de frequências: fi fr (%) Classe Velocidade(km/h) Tipos de Variáveis Algumas variáveis como sexo, grau de instrução e estado civil apresentam como possíveis realizações uma qualidade (ou atributo) do indivíduo pesquisado. São denominadas de Variáveis Qualitativas. Outras variáveis tais como tempo na empresa, idade e salário apresentam como possíveis valores, números resultantes de uma contagem ou mensuração. Estas são chamadas Variáveis Quantitativas. Classificação das variáveis em Estatística Nominais Exemplos: – sexo; – cor; – religião. Quantitativas (numéricas) Ordinais Exemplos: – grau de instrução; – status social. [50, 60[ 3 6 2 [60, 70[ 6 12 3 [70, 80[ 8 16 4 [80, 90[ 7 14 5 [90, 100[ 8 16 6 [100, 110[ 7 14 7 [110, 120[ 4 8 8 [120, 130[ 7 14 50 100% Total Variáveis Qualitativas (atributos) 1 Discretas Contínuas Exemplos: – nº de funcionários; – quantidade de alunos. Exemplos: – peso; – altura; – salário. Distribuição de frequências com dados agrupados Um radar, instalado num trecho de uma rodovia, registrou as velocidades de 50 veículos. As velocidades, em quilômetros por hora, estão indicadas neste quadro: 123 95 123 81 123 60 72 86 108 109 84 121 60 128 77 91 51 100 63 104 107 63 117 116 69 116 82 95 72 94 84 123 52 90 100 79 101 98 110 79 92 73 83 74 125 56 86 98 76 Se tentássemos elaborar o quadro de distribuição de frequências utilizando esses dados, pouco ou nada po deríamos concluir, pois eles são muito diferentes. Nesses casos, é interessante agrupá-Ios em classes ou interva los, escolhendo-se convenientemente a amplitude dos intervalos. No exemplo, podemos agrupar as velocidades em in tervalos de amplitude 10. Como o menor valor é 51 km/h, a primeira classe será [50, 60[. • 7 veículos com velocidade no intervalo [100, 110[ • 4 veículos com velocidade no intervalo [110, 120[ • 7 veículos com velocidade no intervalo [120, 130[ 18 veículos foram multados Observação: O ponto que divide o intervalo de classe em duas partes iguais é denominado ponto médio do intervalo. Por exemplo, a velocidade dos veículos na classe 5 [90, 100[ pode ser representada por: x5 = 90 + 100 = 95 km / h 2 O intervalo real [a, b[ também é representado, em Estatística, pela notação a b. ⊥ 62 A velocidade máxima permitida no referido trecho da estrada é 90 km/h. Como há uma tolerância de 10 km/h, os veículos só serão multados a partir de 100 km/h. Quantos por cento desses veículos foram multados? Observando o quadro, temos: Histograma de frequências Quando se trata da representação gráfica de distribuição de frequências com dados agrupados, vamos utilizar um novo tipo de gráfico, denominado histograma de frequências absolutas. Histograma é um gráfico formado por um conjunto de colunas retangulares. No eixo das abscissas, marcamos as classes, cujas amplitudes correspondem às bases dos retângulos. No eixo das ordenadas, marcamos as frequências absolutas, que correspondem às alturas dos retângulos. Os pontos médios das bases dos retângulos coincidem com os pontos médios dos intervalos das classes. Considerando a distribuição de frequências das velocidades do exemplo anterior, dos 50 veículos examinados na rodovia, temos: Universidade Aberta do Nordeste 187 Observe que f sobre cada um dos intervalos foi construído um retângulo de área proporcional à frequência absoluta respectiva. i 8 7 6 50 60 70 80 90 100 110 120 130 Velocidade (km/h) Essa média é conhecida como média aritmética ponderada e o número de vezes que o salário se repete é denominado peso. A média aritmética ponderada facilita o cálculo de médias quando há valores que se repetem várias vezes. Nesse caso, multiplicamos os valores pelo número de vezes (peso) que eles ocorrem. n Média aritmética Acompanhe a situação a seguir. Uma livraria vende a seguinte quantidade de livros de literatura durante uma certa semana: Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado 28 23 22 27 25 13 Qual foi a média diária de livros vendidos durante essa semana? Para resolver esse problema, devemos fazer: 28 + 23 + 22 + 27 + 25 + 13 138 = = 23 . 6 6 O número 23 é chamado média aritmética dos números 28, 23, 22, 27, 25 e 13. Isso significa que, se a venda diária dessa semana fosse sempre a mesma, ou seja, 23 livros por dia, obteríamos o mesmo total de livros vendidos: 138. Assim, na quarta e no sábado, a venda da livraria foi abaixo da média, enquanto na segunda, quinta e sexta foi acima da média. Média aritmética (x) dos valores x1, x2, x3, ..., xn é o quociente entre a soma desses valores e o seu número total n: x= x1 + x 2 + x 3 + ... + x n n Média aritmética ponderada A tabela a seguir mostra a distribuição dos salários de uma empresa. Salário (em R$) Número de funcionários 600 12 900 7 1.200 5 1.800 6 4.500 8 Total 38 Qual a média salarial dos funcionários dessa empresa? Observando a tabela, a média salarial desses funcionários pode ser calculada da seguinte forma: 600 . 12 + 900 . 7 + 1.200 . 5 + 1.800 . 6 + 4.500 . 8 = 12 + 7 + 5 + 6 + 8 66.300, 00 @ 1.744, 73 = 38 x= Portanto, a média salarial dos funcionários dessa empresa é R$ 1.744,73. 188 x= x1f1 + x 2 f 2 + ... + x n f n ou x = f1 + f 2 + ... + f n i= 1 n i i ∑f i= 1 i Mediana (Md) As nove classes de 3ª série do ensino médio de uma escola têm, respectivamente: 37, 28, 40, 41, 45, 37, 37, 41 e 44 alunos. Colocando esses dados em ordem crescente: 28, 37, 37, 37, ↓ 4 valores 40, 41, 41, 44, 45, ↓ ↓ 4 valores mediana A distribuição tem um número ímpar (9) de dados. Há quatro valores à esquerda de 40 e quatro valores à direita de 40. Dizemos que o valor central dessa distribuição, 40, é a mediana. Indicamos: Md = 40 O valor que ocupa a posição central de um conjunto de valores, colocados em ordem crescente ou decrescente de grandeza, é chamado mediana. E se o conjunto tiver um número par de elementos? Aí a história é outra. Vejamos. Se nosso conjunto for o seguinte: {10, 20, 30, 40, 50, 60} Quantos elementos há? Seis elementos. Temos, pois: n = 6. Um número par de elementos! Sempre que isso ocorrer, ou seja, sempre que houver um número par de elementos no conjunto, significa que haverá duas posições centrais! Estas posições centrais poderão ser encontradas da seguinte forma: ⇒ 1ª Posição Central: (n/2) ⇒ 2ª Posição Central: a vizinha posterior. Nesse caso, em que n = 6, teremos: ⇒ 1ª Posição Central: (n/2) = 6/2 = 3ª Posição! ⇒ 2ª Posição Central: a vizinha posterior = 4ª Posição! As duas posições centrais estão, portanto, identificadas. Resta descobrir quais são os dois elementos que as ocupam e vejam o que será feito para calcularmos a mediana. Teremos: {10, 20, 30, 40, 50, 60} 4ª Posição ⇒ 40 123 Medidas de tendência central ∑x f 3ª Posição ⇒ 30 Md = (30 + 40) /2 Md = 35 Ou seja, se n é um número par, descobriremos quais são os dois elementos que ocupam as duas posições centrais, somaremos esses elementos e dividiremos o resultado desta soma por dois. Assim, chegaremos à mediana do conjunto! Esse valor 35 não é um dos elementos! E, no entanto, é a mediana! Moda (Mo) Feita uma pesquisa para saber o número de irmãos que cada um dos 30 alunos de uma classe possui, obteve-se o seguinte quadro: 0, 2, 3, 2, 1, 2, 2, 1, 1, 2, 1, 2, 0, 1, 2, 0, 2, 2, 3, 4, 2, 2, 3, 1, 3, 2, 5, 2, 4, 4 Desvio médio (dm) Vamos considerar o quadro seguinte, que nos mostra as notas de Matemática de um aluno durante um ano letivo: Bimestre 1º 2º 3º 4º Notas 5 8 6 9 Vamos calcular a média aritmética desse aluno: x= 5 + 8 + 6 + 9 28 = =7 4 4 Calculemos, agora, as diferenças entre cada uma das notas e a média. Essas diferenças são chamadas desvios (x − x) para a média : x − x = 5 − 7 = −2 • 1 • x 3 − x = 6 − 7 = −1 • x 2 − x = 8 − 7 = 1 • x 4 − x = 9 − 7 = 2 i Fazendo a contagem, obtemos a tabela: Número de irmãos Frequência absoluta 0 3 1 6 2 13 3 4 4 3 5 1 A média aritmética dos valores absolutos dos desvios para a média é uma medida de dispersão chamada desvio médio, que se indica por dm. n dm = dm = Observe que o número de irmãos varia entre 0 e 5 e o número que aparece mais vezes é o 2, isto é, 13 alunos têm 2 irmãos. Dizemos que 2 é a moda desse conjunto de valores e indicamos: Mo = 2 ∑x i =1 i −x n x1 − x + x 2 − x + x 3 − x + x 4 − x 4 Va = Moda de um conjunto de valores é o valor que aparece um maior número de vezes, ou seja, é o valor de maior frequência absoluta. ∑ f (x i= 1 i i − x )2 n ∑f i= 1 i No mesmo exemplo: Classe Notas Moda 3º A 4, 5, 6, 7, 8, 8, 9 8 3º B 3, 5, 6, 6, 7, 7, 9 6e7 3º C 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 não tem (x 1 −x ) (x 2 −x 2 ) 2 = ( −2) 2 = 4 = (1) 2 = 1 Va = (x Para caracterizar um conjunto de dados em Estatística, nem sempre são suficientes a média, a moda e a mediana. Em alguns casos, temos de recorrer a outros parâmetros, que são chamados medidas de dispersão. Vamos estudar três dessas medidas: desvio médio, variância e desvio padrão. 3 (x 4 −x ) −x 2 ) 2 = ( −1) 2 = 1 = (2) 2 = 4 4 + 1 + 1 + 4 10 = = 2, 5 4 4 Desvio padrão (s) A raiz quadrada da variância chama-se desvio padrão do conjunto de dados, valor que representamos por s. s= Medidas de dispersão −2 + 1 + −1 + 2 6 = = 1, 5 4 4 Variância (Va) O valor que corresponde à média aritmética dos quadrados dos desvios em relação à média recebe o nome de variância, valor esse que se indica por Va. n Um conjunto de valores pode ter uma só moda, duas modas, três modas etc., ou nenhuma moda. Para ilustrar, observe as notas de recuperação em Português obtidas por três classes de uma escola e suas respectivas modas: = Va No mesmo exemplo: s = 2, 5 = 1, 58 Então, para as notas do aluno considerado, temos: • média aritmética: x = 7 • variância: Va = 2,5 • desvio médio: dm = 1,5 • desvio padrão: s = 1,58 Universidade Aberta do Nordeste 189 200 Questão Comentada mudança desde 1948 (%) 150 |C7-H27| Numa avenida de trânsito rápido, a velocidade dos veículos, em certo trecho e em dado horário, foi observada e está apresentada no quadro abaixo. Frequência (número de carros) 50 60 60 70 20 70 80 45 80 90 30 90 ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ 10 100 5 Total 110 custos de material 75 50 despesas de capital 25 uso da terra 0 -25 custos de mão de obra -50 -75 1950 1960 1970 1980 1990 2000 ano Scientific American Brasil, jun/2007, p. 19 (com adaptações). Para diminuir o número de acidentes nesse local, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estabeleceu um limite de velocidade a essa avenida igual à média da velocidade dos carros observada. Para controle, irá instalar um radar que é acionado quando a velocidade do veículo chega a 10% acima da velocidade-limite. A velocidade de acionamento do radar será de: a) 60,5 km/h b) 65 km/h c) 75 km/h d) 82,5 km/h e) 85 km/h Solução comentada: Construindo a tabela temos: Frequência Velocidade (fi) – núme(km/h) ro de carros 125 100 PM (Ponto Médio ) PM × fi 50 60 55 550 60 70 20 65 1300 70 80 45 75 3375 80 90 85 85 2550 90 ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ 10 100 95 95 475 Total 110 8.250 Logo: Σ fi(PM ) 8.250 x= ⇒ x= ⇒ x = 75 km/h n 110 Logo, a velocidade de acionamento do radar será de (100% + 10%) de 75 km/h, isto é 82,5 km/h. a) b) c) d) e) Com base nas informações anteriores, pode-se considerar fator relevante para o aumento da produtividade na agricultura estadunidense, no período de 1948 a 2004: o aumento do uso da terra. a redução dos custos de material. a redução do uso de agrotóxicos. o aumento da oferta de empregos. o aumento do uso de tecnologias. |C7-H28| Valores dos aluguéis verão/2008 06.O gráfico ao lado 60 apresenta os valores 50 50 46 42 de 50 aluguéis em 40 29 30 uma região praiana, 19 20 11 10 4 no verão de 2008, uti0 lizando frequências 517 530 543 556 569 582 595 absolutas acumulaValor do aluguel em reais das crescentes. Fazendo a leitura do gráfico, é correto afirmar que: a) 19 dos valores dos aluguéis coletados é de R$ 543,00. b) 21 dos valores dos aluguéis coletados são maiores ou iguais a R$ 543,00 e menores que R$ 569,00. c) 29 dos valores dos aluguéis coletados são maiores ou iguais a R$ 517,00 e menores que R$ 569,00. d) 46 dos valores dos aluguéis coletados são maiores ou iguais a R$ 582,00 e menores que R$ 595,00. e) 34 dos valores dos aluguéis coletados são maiores ou iguais a R$ 517,00 e menores que R$ 543,00. Freq. abs.acum. CTE Velocidade (km/h) produtividade total da agricultura dos EUA 175 Exercitando para o Enem |C1-H2| 01.Observe a tirinha de quadrinhos a seguir. CEBOLINHA! QUER PARAR DE TORCER PRA MÔNICA? Resposta correta: d Para Fixar Copyriht ã1999 Mauricio de Sousa Produções Ltda. Todos os direitos reservados |C7-H29, H30| 05.Leia o texto. AUmeNto De proDUtIvIDaDe Nos últimos 60 anos, verificou-se grande aumento da produtividade agrícola nos Estados Unidos da América (EUA). Isso se deveu a diversos fatores, tais como expansão do uso de fertilizantes e pesticidas, biotecnologia e maquinário especializado. O gráfico abaixo apresenta dados referentes à agricultura desse país, no período compreendido entre 1948 e 2004. 190 5445 A Mônica desafia seus amigos, numa brincadeira de “cabo de guerra”. Supondo que a posição da Mônica pode ser substituída por qualquer um de seus amigos e que ela pode ocupar o outro lado, junto com os demais, mantendo-se em qualquer posição, o número de maneiras distintas que podem ocorrer, nessa brincadeira, será igual a: a) 60 b) 150 c) 600 d) 120 e) 200 |C1-H3| 02.Uma rede é formada de triângulos equiláteros congruentes, conforme a representação ao lado. Uma formiga se desloca do ponto A para o ponto B sobre os lados dos triângulos, percorrendo X caminhos distintos, cujos comprimentos totais são todos iguais a d. Sabendo que d corresponde ao menor valor possível para os comprimentos desses caminhos, X equivale a: a) 20 b) 15 c) 12 d) 10 e) 25 1 4 7 2 5 8 3 6 9 10 1 4 7 2 5 8 3 6 9 10 IESDE Brasil S.A. IESDE Brasil S.A. Entre 1969 e 1990, dois desses algarismos foram trocados por letras quaisquer. Nesse período, o emplaca- AM-MANAUS mento era de responsabilidade estadual e, ZD-9834 portanto, a mesma placa mostrada a seguir podia existir em vários estados. IESDE Brasil S.A. A partir de 1990, foram mantidos os quatro algarismos e foi acrescentada uma letra. A partir de então, RS-PORTO ALEGRE o sistema de emplacamento passou a ser nacional, de forma que, atualmente, não IIY-0082 existem duas placas iguais em todo o país. |C7-H29| 06.A roleta, considerada um jogo de azar, é proibida no Brasil. Nesse jogo, a probabilidade de se ganhar é sempre menor que a probabilidade de perder. Assim, o jogador terá uma tendência natural de continuar jogando para tentar recuperar as perdas, podendo desenvolver um vício. Nesse jogo, os números que podem ser sorteados vão de 0 a 36, como é possível verificar na figura a seguir. 0 2 5 8 11 14 17 20 23 26 29 32 35 0 1st 12 LONDRINA PR 14 63 47 e) 1 to 18 19 to 36 Entre 1941 e 1969, elas possuíam 6 algarismos quaisquer, mas nenhuma letra. d) 2nd 12 |C7-H30| 05.As placas que são utilizadas nos carros registrados no Brasil sofreram algumas alterações no século passado: Entre 1901 e 1941, cada município era responsável por expedir as placas de seus automóveis, havendo, portanto, muitas placas idênticas ao longo de todo território nacional. c) 3rd 12 |C7-H28| 04.Marco estuda em uma universidade na qual, entre as moças de cabelos loiros, 18 possuem olhos azuis e 8 possuem olhos castanhos; entre as moças de cabelos pretos, 9 possuem olhos azuis e 9 possuem olhos castanhos; entre as moças de cabelos ruivos, 4 possuem olhos azuis e 2 possuem olhos castanhos. Marisa seleciona aleatoriamente uma dessas moças para apresentar para seu amigo Marco. Ao encontrar com Marco, Marisa informa que a moça selecionada possui olhos castanhos. Com essa informação, Marco conclui que a probabilidade de a moça possuir cabelos loiros ou ruivos é igual a: a) 0 b) 10/19 c) 19/50 d) 10/50 e) 19/31 b) PAR ÍMPAR |C1-H3| 03.Um cofre eletrônico possui um painel com dez teclas numéricas e pode ser aberto por meio da digitação, em qualquer ordem, de três teclas distintas dentre seis habilitadas previamente pelo fabricante. Considere n o número máximo de conjuntos distintos de três teclas que abrem o cofre. Na figura em destaque, as teclas azuis representam as habilitadas previamente. Se o fabricante reduzisse para cinco o número de teclas habilitadas, haveria entre elas um total de m conjuntos distintos de três teclas distintas para abrir o cofre. Calcule o valor de n – m. a) 10 b) 15 c) 20 d) 25 e) 30 a) Sabendo-se que a frota atual de carros no Brasil é de aproximadamente 50 milhões de veículos, a respeito dos diversos sistemas de placas que já foram adotados no país, é correto afirmar que: o sistema adotado entre 1941 e 1969 poderia ser usado atualmente para colocar, em cada carro do Brasil, uma placa diferente. o sistema atual jamais terá que ser trocado, mesmo que placas usadas para carros que não estão mais em circulação pudessem ser reutilizadas, em carros novos. o sistema adotado entre 1969 e 1990 não poderia ser usado atualmente para colocar, em cada carro do Brasil, uma placa diferente. o sistema atual permite que sejam geradas pouco menos de 100 milhões de placas distintas, sendo mais do que suficiente para a frota brasileira. o sistema adotado entre 1969 e 1990 permitia que fossem geradas mais de 10 milhões de placas distintas. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 Existem vários tipos de apostas que os jogadores podem fazer nesse tipo de jogo, mas a preferida normalmente é aquela em que se aposta em determinado número, concentrandose fichas na escolha feita. Depois que a roleta é posta a girar, após alguns segundos, uma bolinha cai e para no espaço relativo a um determinado número. Esse é o número sorteado naquela rodada. O responsável por comandar o jogo observa o tabuleiro e vê se alguém colocou fichas naquele número. Em caso afirmativo, paga para esse apostador 36 vezes o valor de sua aposta (a própria aposta e mais 35 vezes o valor dela). Com base nessas informações, assinale a alternativa correta. a) Quanto maior o valor apostado por um jogador, maior a chance que ele tem de perder a rodada. b) Quanto maior o valor apostado por um jogador, maior a chance que ele tem de ganhar a rodada. c) Analisando exclusivamente pelo ponto de vista das probabilidades, a proibição da roleta é uma decisão acertada, pois a 1. 37for colocada exatamente Se em todos os números do tabuleiro chance de o jogador ganhar é de d) uma ficha, nesse caso, o cassino não ganha nem perde. e) Se um jogador aposta sempre em um mesmo número, aumentam suas chances de obter lucro após várias rodadas. Universidade Aberta do Nordeste 191 |C7-H28| 07.Um agricultor deseja fazer a colheita de sua produção. Para tal, ele realiza uma consulta sobre a previsão do tempo nos próximos 4 dias, pois ele sabe que a colheita demora um prazo de 3 dias para ser completamente realizada e tem que ser feita sem interrupção e sem chuva na maior parte do tempo. Segundo estudos agronômicos, se a probabilidade de não chover ao longo dos 3 dias for maior que 30%, vale a pena iniciar a colheita. Se for menor que 20%, não vale a pena iniciar a colheita. Se estiver entre esses dois valores, pode-se realizar a colheita, mas aconselha-se que ela seja agilizada e termine em apenas 2 dias consecutivos. a) b) c) d) e) Fazendo a leitura da tabela, é incorreto afirmar que: o valor de A é 8. o valor de B é 23. o valor de C é 25. 75% dos alunos têm menos de 26 anos. 16 alunos têm menos que 24 anos. |C7-H27| 09. Observe o gráfico. Taxa Média de Desocupação (%) 9,8 A tabela a seguir mostra a probabilidade de chuva no período consultado. Dia 1 30% 2 50% 3 40% c) d) e) 10,1 10,1 10,1 9,7 9,5 9,5 9,3 9,0 8,7 8,4 Probabilidade de chover 4 a) b) 9,9 9,5 8,2 10/06 11 12 01/07 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11/07 IbGe, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa Mensal de Emprego. 60% Considere os eventos citados como independentes. Para tentar maximizar sua chance de sucesso na colheita, esse agricultor deve: realizar a colheita nos 3 primeiros dias do período consultado. realizar a colheita nos 2 últimos dias do período consultado ou esperar outra ocasião melhor. realizar a colheita nos 2 primeiros dias do período consultado ou esperar outra ocasião melhor. realizar a colheita nos 3 últimos dias do período consultado. deixar para realizar a colheita em outra ocasião. |C7-H27| 08. A tabela a seguir apresenta as idades dos alunos de Estatística I de certa faculdade. a) b) c) d) e) Com base no gráfico apresentado, pode-se afirmar que: a média arirmética é igual a 9,4 e a moda é igual a 9,4. a média aritmética é igual a 9,4 e a moda é igual a 8,4. a média aritmética é igual a 9,2 e a moda é igual a 9,4. a média aritmética é igual a 9,4 e a moda é igual a 10,1. a média aritmética é igual a 9,0 e a moda é igual a 9,5. |C7-H27, H30| 10. Veja abaixo uma amostra de 5 tempos (em minutos) de fabricação de certa peça por três equipamentos diferentes: Equipamento A: 10, 11, 9, 10, 10 Equipamento B: 11, 11, 10, 10, 8 Equipamento C: 7, 8, 8, 8, 9 f Fc fr% 18 20 4 4 14,3 20 22 ⊥ 4 8 14,3 22 24 ⊥ A 16 28,6 24 26 ⊥ 5 B 17,8 01 02 03 04 05 06 26 28 7 28 C c c a b e c ⊥ Valores ⊥ a) b) c) d) e) Utilizando a principal medida de variação, verifique qual o equipamento mais irregular. Equipamento A. Equipamento B. Equipamento C. Os equipamentos A e B têm a mesma regularidade. Todos têm a mesma regularidade. Considere: f a frequência simples absoluta; Fc a frequência acumulada crescente; fr % a frequência simples relativa. Para Fixar Exercitando para o Enem 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 d b a b c c c b d b Atenção!! Inscreva-se já e tenha acesso a outros materiais sobre o Enem no www.fdr.com.br/enem2011 Expediente ISBN 978-85-7529-512-0 Presidente: Luciana Dummar Coordenação da Universidade Aberta do Nordeste: Sérgio Falcão Coordenação do Curso: Fernanda Denardin e Marcelo Pena Coordenação Editorial: Sara Rebeca Aguiar Coordenação Acadêmico-Administrativa: Ana Paula Costa Salmin Coordenação de Design Gráfico: Deglaucy Jorge Teixeira Apoio Parceria Projeto Gráfico: Dhara Sena e Suzana Paz Capa: Suzana Paz Editoração Eletrônica: Antônio Nailton Ilustrações: Aldenir Barbosa, Caio Menescal e João Lima Revisão: Maria Sárvia, Rosana Nunes e Sara Rebeca Aguiar Realização Promoção