Boletim Econômico – Edição nº 67 – agosto de 2015
Organização: Maurício José Nunes Oliveira – Assessor Econômico
Crise econômica e campanhas
salariais: Informes e dados
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2015 é um ano de crise econômica, sem
dinheiro e sem investimentos
Neste ano, o povo brasileiro sente na pele os efeitos negativos da crise
econômica. Aumento da inflação, aumento do desemprego, redução de
direitos trabalhistas e previdenciários, encarecimento do crédito, indústria
parada, comércio em falência, redução do consumo e aumento do
endividamento das famílias.
Esses são importantes indicadores econômicos que atestam que a crise
veio para ficar, pelo menos até o final de 2016.
Nesse quadro desolador, o Governo Federal tenta por em prática um
ajuste fiscal que significa muito aperto para os trabalhadores e
aposentados. No entanto, esse ajuste não atinge os ricos, principalmente
o sistema bancário que continua nadando em dinheiro.
O Governo federal também tomou a iniciativa de enfrentar a crise do
desemprego lançando o chamado Programa de Proteção ao Emprego
(PPE) que propõe redução da jornada de trabalho com redução do
salário do trabalhador. Trata-se de uma medida paliativa que só favorece
aos patrões para desafogar seus custos e, além disso, é muito perigosa
em relação á utilização dos recursos do Fundo de Amparo ao
Trabalhador - FAT para complementação salarial. O FAT é patrimônio do
trabalhador e já se encontra em crise financeira, apresentando seguidos
déficits em seu balanço.
Enquanto isso, os aposentados lutam por justiça e dignidade de vida,
mas só recebem pancadas e vetos do Governo Federal.
Sem dinheiro e sem investimento o país passa por uma turbulência
econômica que já gerou uma turbulência política.
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Informes e dados sobre as campanhas
salariais dos trabalhadores
Em 2015, o painel de 131 negociações salariais com reajustes no Brasil
acompanhado pelo DIEESE mostra que houve uma queda significativa
do universo de ganhos reais. Apenas 81% das unidades de negociações
conseguiram reajustes acima da inflação acumulada no período das
respectivas Datas-Base (Tabela 1).
Em 2014, por exemplo, esse universo de ganhos reais atingiu 94,6% do
total das negociações coletivas. A Tabela abaixo apresenta um retrato
dessas negociações de aumento real de salário no período de 2008 a
2015.
Neste ano de 2015, o resultado das negociações só foi melhor do que os
anos de 2008 e 2009, anos em que a crise financeira internacional
estourou.
Em relação ao aumento real médio, o ano de 2015 vem registrando um
percentual de apenas 0,83%, o pior resultado desde o ano de 2008,
quando ele alcançou 0,73%.
Esse quadro negativo mostra claramente as dificuldades dos
trabalhadores em obter novas conquistas diante de um cenário de crise
econômica.
Tabela 1
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Em relação ao aumento real médio, o ano de 2015 vem registrando um
percentual de apenas 0,83%, o pior resultado desde o ano de 2008,
quando ele alcançou 0,73%.
Esse quadro mostra claramente as dificuldades dos trabalhadores em
obter novas conquistas diante de um cenário de crise econômica.
Gráfico 1
Em relação ao parcelamento dos reajustes, a Tabela 2 mostra que o
pagamento em uma vez permanece num percentual elevado e constante
em todos os anos considerados.
Tabela 2
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No Distrito Federal, negociações fechadas em 2015 corroboram a
tendência de ganhos reais, que embora mais modestos que nos últimos
anos, representam minimamente a reposição do poder aquisitivo dos
trabalhadores, como é o caso dos comerciários onde o ganho real foi de
0,15% em cima da inflação no período. Já os vigilantes, rodoviários e
frentistas conquistaram ganhos reais, acima da inflação, de 1,20%,
1,53% e 1,04% respectivamente (Tabela 3).
Tabela 3
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