Viseu, 3 De Dezembro de 2011 DISCURSO DO SEC. ESTADO ADJUNTO DA ECONOMIA Minhas senhoras e meus senhores, Apostar no Turismo é apostar no crescimento de Portugal. É hoje indiscutível a importância estratégica deste sector para a economia portuguesa. É por isso com enorme interesse, mas também com grande honra que hoje nos associamos a este evento. Para irmos mais longe, para sermos mais competitivos e para nos diferenciarmos de outros mercados, temos que ser ainda mais abrangentes e não descurar nenhuma das oportunidades que o nosso País tem para oferecer a quem nos visita. Há que ter um olhar mais abrangente. Portugal é cultura, tradição, história, mas é também gastronomia de grande qualidade, floresta, montanha, serra, mar, praia, rios, trilhos, moda, design, arquitectura, artesanato, tudo num território que pode ser palmilhado em poucas horas. Investir na qualidade do serviço que prestamos, na preservação do nosso espaço, na sustentabilidade, na nossa imagem, é essencial para construirmos a marca Portugal. Por isso é tão importante a diversificação da nossa oferta, seja na localização, seja no tipo de turismo. Veja-se como exemplo a declaração recente de interesse estratégico para a economia portuguesa do projecto turístico para o Parque Alqueva, que constituirá um novo destino turístico. O Governo demonstrou com esta acção concreta que está disponível para trabalhar com os promotores e operadores para facilitar a criação de novos destinos e para ajudar a alargar a nossa oferta turística. Crescer mais é não só crescer através do melhoramento da nossa capacidade instalada e da sua melhor promoção, mas é também alargar os nossos destinos, a nossa oferta. O caminho que fizemos até aqui tem sido positivo. É incontornável o peso que o Turismo tem hoje na nossa economia. É um sector que representa mais de nove por cento do Produto Interno Bruto e que é responsável por cerca de 14 por cento das exportações globais de Portugal, empregando mais de 400 mil pessoas. Quando referimos que o Turismo representa quase 16 mil milhões do Produto Interno Bruto, nada mais precisa de ser dito para que se perceba que estamos perante mais uma peça de elevado valor estratégico para alavancar a recuperação da economia nacional. O Turismo em Portugal está a crescer. É bom sinal verificar que de Janeiro a Julho deste ano, as receitas turísticas cresceram 8,8 por cento [face ao mesmo período do ano passado] e os proveitos da hotelaria 7,5 por cento. Este é um sinal do bom trabalho que tem sido efectuado neste sector e que a qualidade de “Portugal” como destino está a colher muitos e bons frutos junto dos mercados internacionais. Mas não nos conformamos apenas com estes números. Há que ousar fazer mais e melhor. O que foi feito até aqui deve ser motivo de orgulho para todos. E um motivo de esperança. Mas, incontornavelmente, também motivo de grande responsabilidade. Todos sabemos que uma boa imagem do País pode cativar mais visitantes, mas só uma boa experiência tem a capacidade de fazer com que aqueles que nos visitam queiram regressar. É por isso que está em curso uma profunda reestruturação das Entidades Regionais de Turismo. E uma reformulação, com a definição de prioridades, do Programa de Intervenção do Turismo. Temos que saber fazer mais com menos. Melhor e de forma mais sustentada. As circunstâncias obrigam-nos, mais do que nunca, a sermos criteriosos e eficazes de forma a atingirmos os nossos objectivos. Este é um dos sectores que necessita de um trabalho em conjunto, de equipa. Sabemos que em momento de grande escassez de recursos temos de ser ainda mais criteriosos nas nossas escolhas, por isso o esforço de promoção desenvolvido pelo Governo e pelo Estado deverá ser particularmente cuidado e focado, desenvolvendo esforços como por exemplo nos mercados estratégicos da Espanha, Reino Unido ou França, delineando uma estratégica de recuperação para a Alemanha, alargando a nossa visão a uma Europa de Leste que é hoje já um importante segmento alvo, e estando atentos aos desenvolvimentos na Índia e na China. E em todos estes segmentos estando particularmente atentos a esta enorme ferramenta que é a internet. A utilização dos canais online é crucial para competir melhor hoje e totalmente indispensável para competir amanhã. Com este posicionamento, Portugal pode vir a ser uma referência em segmentos de enorme valor, como por exemplo o das reformas: aproveitando as condições climatéricas e as estruturas existentes, atraindo investimento estrangeiro e pessoas, fortalecendo o sector bancário e imobiliário, criando emprego e promovendo o empreendedorismo. O investimento que o Governo projecta para os próximos anos na área dos portos também favorece a chegada de turistas a Portugal, já que está prevista a construção de novos terminais de cruzeiros em Lisboa e Leixões, com investimentos combinados de mais de 155 milhões de euros. A nossa costa Atlântica representa igualmente um património enorme nas áreas do turismo e dos desportos náuticos. Por exemplo, a zona de Peniche está classificada como uma das rotas mais importantes para a prática do surf. E, como vimos recentemente, por vezes basta uma onda de 27 metros a ser surfada para projectar a imagem de Portugal como destino de lazer e actividades radicais. Também no turismo religioso podemos dar cartas. Dados de 2010 indicam que o turista brasileiro era dos mais gastava durante a sua estadia em Portugal, mais de 190 euros em média e sem contar com alojamento. E entre as suas principais preferências turísticas está precisamente o turismo religioso, na sua maior expoente em Portugal: Fátima. Sabemos que como pano de fundo existe uma nova realidade no mercado de crédito em Portugal, e que isso coloca dificuldades particulares no curto prazo. Mas também é verdade que o Ministério da Economia e do Emprego está disposto a trabalhar, projecto a projecto, em soluções. Existe já um grupo de trabalho junto da Secretária de Estado do Turismo exclusivamente dedicado a este tema, e temos já em fase de operacionalização uma alteração radical no capital de risco em Portugal, cujo diploma foi publicado esta semana em Diário da República e que permitirá alavancar e desenvolver novos projectos, trabalhando lado a lado com os instrumentos comunitários, nomeadamente o QREN e a sua reprogramação próxima, que alinhará os fundos com esta nova agenda de crescimento. Sabemos também que o processo de novos investimentos muitas vezes se arrasta no tempo, e também aqui vos podemos dizer: contem connosco. Por um lado estamos a trabalhar num novo enquadramento legal dos licenciamentos em Portugal que nos coloque mais próximos das melhores práticas internacionais. Por outro lado, e enquanto não temos este trabalho concluído, não deixem de falar connosco para agilizar os processos e os projectos existentes. O crescimento da economia portuguesa e o crescimento no turismo estão lado a lado, é nosso interesse como Governo, é nosso interesse como país que esse crescimento acelere. Muito obrigado