GRUPO FOCAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PIBIDIANOS GEOGRAFIA SUBPROJETO “EDUCAÇÃO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE” - CAIC MARACANÃ O Grupo Focal tema escolhido para o desenvolvimento da pesquisa visa responder questões ou levantar soluções para um determinado assunto, sem expor o participante. O presente trabalho tem como objetivo descrever as observações realizadas pelos acadêmicos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID – Geografia - subárea “Educação para a Promoção da Saúde” lotado na Escola Municipal Dominguinhos Pereira - CAIC do Maracanã durante a atividade denominada grupo focal. O grupo focal é uma técnica que tem como objetivo identificar percepções, sentimentos, atitudes, ideias dos participantes a respeito de um determinado assunto, produto ou atividade (DIAS, 2000). O sucesso do grupo focal está relacionado diretamente à definição clara do objetivo da atividade e à pessoas com habilidades comunicativas e que compartilhem suas ideias. A metodologia utilizada foi levantamento bibliográfico, em seguida foram elaboradas vinte questões para aplicar aos alunos participantes e encaminhado o termo de consentimento para que os pais ou responsável legal autorizasse a participação do aluno no grupo focal. A elaboração e aplicação do grupo focal teve a participação de seis acadêmicos bolsistas divididos em: um acadêmico moderador, dois para registros fotográficos e filmagens, dois tomavam nota de todas as discussões levantadas e um para conferir listas, materiais e eventuais necessidades. Estavam presentes 14 alunos dos sétimos anos, as perguntas eram relacionadas à alimentação e a prática de atividade física cotidiana, a relação aluno e professor e os métodos didáticos utilizados em sala de aula. Os alunos iniciaram a atividade com receio com relação às respostas, no decorrer foram se sentindo a vontade e expressaram com clareza suas ideias e apresentaram soluções para problemas levantados em relação a dificuldade de aprendizagem e comportamento em sala, além das questões referentes à saúde. Os resultados nos possibilitaram aproximar e conhecer a relação entre aluno e professor, a levantar problemas desconhecidos por todos os envolvidos no PIBID, como o caso de diabetes em familiares e os mesmos não possuem nenhum esclarecimento sobre o assunto e de 02 alunos comprovados diabéticos, sendo um deles, mesmo fazendo uso da insulina durante um certo tempo, atualmente suspendeu o tratamento e também não faz nenhum controle. Percebemos a importância do trabalho em grupo e a necessidade de interação da equipe para a elaboração da atividade com o intuito de conhecer e tentar solucionar problemas detectados durante o desenvolvimento do grupo focal. Palavras Chave: Grupo focal, aluno, ensino, pesquisa INTRODUÇÃO O presente trabalho é uma síntese das observações realizadas pelos acadêmicos bolsistas pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação á Docência – PIBID, com a área temática de Educação para a Promoção da Saúde na Escola Municipal Dominguinhos Pereira popularmente conhecida como Caic do Maracanã,localizada na cidade de Montes Claros- MG, o projeto esta sobre a coordenação da Professora Márcia Verssiane Gusmão Fagundes e a supervisora do subprojeto a Professora Tânia Carla de Abreu. A elaboração projeto grupo focal teve inicio no mês de maio de 2014, quando os acadêmicos integrantes do projeto se reuniram e começaram um levantamento bibliográfico sobre o assunto, responde as seguintes indagações o que é um grupo focal? Quais são os principais objetivos desse grupo? Como o grupo deve ser aplicado na Escola Dominguinhos Pereira e quais serão as dificuldades encontradas? Após a analise de artigos relacionados ao tema foi elaborado vinte perguntas para serem feitas aos alunos participantes, também foi confeccionado um termo de consentimento ou autorização para os pais ou responsáveis legal para ser apresentado para que o aluno pudesse participar do grupo focal. De acordo com Gondimos grupos focais são “pequenos grupos de pessoas reunidos para avaliar conceitos e identificar problemas”, o que os torna uma boa ferramenta para determinar as reações dos consumidores com novos e atuais produtos ou serviços. (Gondim,2009). Pesquisas desse gênero ocorrem em um lugar previamente selecionado e são orientadas por um guia elaborado pelo moderador, sem necessariamente limitar-se ou obrigar-se a ele. Seu objetivo central é identificar sentimentos, percepções, atitudes e ideias dos participantes a respeito de determinado assunto. Os usuários desta técnica a utilizam por crer que a energia gerada pelo grupo cria uma maior diversidade e profundidade de respostas, ou seja, um esforço combinado de pessoas que produz mais informações do que simplesmente o somatório das respostas individuais. (DIAS, 2000). O GRUPO FOCAL Para que uma pesquisa baseada nesta técnica seja de boa qualidade e com informações suficiente é necessário haver um moderador que administre o diálogo e estimule um ambiente de troca onde as pessoas se sintam à vontade para compartilharem suas ideias e opiniões. O moderador é a peça-chave do sucesso de uma pesquisa baseada em grupos focais. Ainda de acordo com Gondim o moderador tem o desafio de administrar a situação de tal forma que certas pessoas não monopolizem a discussão, não se sintam intimidadas pelo extrovertimento de outrem nem se mantenham em condição defensiva, conduzindo a reunião para que esta ultrapasse o nível superficial. (Gondim 2009). Deve ter consciência de suas habilidades em dinâmica de grupo e de sua neutralidade em relação aos pontos de vista apresentados, possibilitando, assim, uma discussão não tendenciosa. A etapa mais difícil do grupo focal é a análise dos resultados. Ao final, o moderador constrói um relatório contendo todo o material audiovisual e textual gerado na discussão e um resumo dos comentários mais importantes, além de acrescentar suas conclusões e recomendações, o moderador é a pessoa mais indicada para exprimir, com isenção, o que realmente se passou durante a discussão do grupo focal. O sucesso do grupo focal está relacionado diretamente à definição clara do objetivo da pesquisa e à boa escolha de pessoas com habilidades comunicativas e que compartilhem suas ideias e sentimentos. Porem esse método de pesquisa sofre críticas em relação à validade de seus resultados e ao tempo excessivo de análise das respostas. Entretanto, elas são rebatidas sob o argumento de que ele é muito útil quando os pesquisadores buscam soluções criativas e inovadoras, coletando informações que não seriam obtidas com facilidade através de outras técnicas e geram resultados ilustrativos que fornecem um conjunto de ideias em relação ao tópico de interesse, conclui Gondim. O grupo focal realizado na Escola Dominguinhos Pereira teve a seguinte estrutura a presença de seis acadêmicos, um moderador e os outros cinco ficaram responsáveis em realizar registros fotográficos e filmagens e outras duas tomavam nota de todas as discussões levantadas, o grupo contou com a presença de 14 alunos dos sétimos anos. O grupo focal tem sido utilizado em pesquisas qualitativas com o objetivo de coletar dados através da interação grupal, podendo ser utilizado em pesquisas que necessitem de um método independente, servindo como a principal fonte de dados qualitativos, assim como ocorrem em pesquisas que usam a entrevista individual ou a observação participante. Desenvolvimento O grupo focal teve inicio as 15:45 no auditório da Escola Dominguinhos Pereira no dia 22 de maio de 2014, a professora Tânia Carla de Abreu juntamente com as seis acadêmicas quem receberam os alunos e as autorizações para a participação da atividade, 14 alunos dos sétimos anos do turno matutino da escola compareceram. Dando inicio as atividade foi solicitado a professora Tânia Carla para que deixasse o auditório para uma melhor interação e comunicação entre os alunos e as acadêmicas. Foi feito um circulo onde os alunos e a moderadora sentaram para dar inicio as atividades. A primeira pergunta foi qual a disciplina que eles mais gostam com unanimidade a disciplina de Educação Física foi eleita a mais interessante, foram vários os motivos por essa escolha como porque os alunos podem jogar bola sem se preocupar com os deveres ou trabalhos extras ou porque gostam de ficar fora da sala de aula, a moderadora aproveitou o desenvolvimento da conversa e perguntou qual era a disciplina que ele menos gostam 08 dos 14 alunos responderam que é a disciplina de geografia pelos seguintes motivos: aula tediosa, muita leitura ou mesmo o professor que na maioria das vezes não tem interesse e passa esse desinteresse ao seu aluno. A pergunta seguinte foi o que eles acham das aulas de geografia? A grande maioria dos alunos cerca de 09 responderam que no ano anterior as aulas eram mais criativas, dinâmicas e mais divertidas, o atual professor não tem motivação e assim passa essa falta de interesse para o seu aluno, outros 04 alunos disseram que as aulas esse ano estão mais divertidas pois mudaram de professor e 01 aluna disse que as aulas continuam muito boas pois esta com a mesma professora. Professora essa a Tânia Carla de Abreu que durante a realização do grupo as acadêmicas puderam perceber que é muito querida e admirada pelos alunos. Ainda sobre as aulas de geografia foi perguntado, o que mais chama a atenção? As respostas foram muitas, os mapas, os trabalhos em grupos, os passeios realizados fora da escola e até mesmo os gráficos, a moderadora pode perceber que os alunos gostam dessas atividades um aluno relatou que gosta de ver gráficos quanto mais coloridos e maiores é o que ele mais gosta. A moderadora perguntou, para as aulas de geografia ficarem mais interessantes o que vocês sugerem? Nessa etapa da dinâmica eles soltaram a imaginação como brincadeiras, jogos, filmes e ate mesmo incentivos tanto para a realização das atividades como para a permanência do aluno dentro da sala. Foi perguntado se a geografia era importante no dia a dia deles, dois alunos disseram que sim pois pretendem prestar o vestibular e a geografia é uma matéria que é cobrada portanto é importante, outros disseram que sim pois se ficarem perdidos precisam saber se locomoverem através dos pontos cardeais, um aluno afirmou que é importante mais não sabe explicar o porque. O moderador perguntou a respeito dos recursos didáticos que a escola disponibiliza, os alunos foram objetivos e categóricos a escola tem globos, mapas, livros, filmes, computadores, mas a grande parte dos professores de geografia não utilizam esses recursos, preferem ministrar apenas o conteúdo do livro básico de ensino, diante da discussão o moderador percebeu que os próprios alunos se incomodam com todo o material disponível e os professores não usarem, um deles ate disse:- “não vamos quebrar nada, sabemos que é de todo mundo”- diante da afirmação desse aluno percebe-se uma grande insatisfação em relação ao professor que consequentemente leva a insatisfação com a disciplina de Geografia. Nessa etapa o foco da conversa foi direcionado para as atividades realizadas dentro da sala de aula, a primeira pergunta sobre o que mais atrapalha o desenvolvimento dentro da sala de aula, eles responderam a conversa paralela, a bagunça dos outros colegas e a preguiça. Posteriormente foi perguntado se eles pudessem melhorar as aulas de Geografia o que iriam fazer? Muitos disseram que iriam levar mais informações para os colegas, informações alem as do livro básico de ensino, seria mais bem humorados e fariam mais aulas de computação. Posteriormente foi perguntado se eles substituiriam o seu professor de geografia? Todos os alunos da professora Tânia Carla disseram que não que gostam da professora e que assim esta bom , os outros disseram que se pudessem voltariam para o ano anterior para terem a mesma professora do ano passado também a professora Tânia Carla e apenas uma aluna que não é e não foi aluna da professora mencionada que disse que esta bom com o professor que esta. Para entrar no tema Educação para a promoção na saúde, foi perguntado qual a relação entre a geografia e a saúde? Dos 14 alunos presentes ninguém respondeu. Posteriormente foi perguntado se eles pudessem escolher o lanche da escola o que escolheriam? Os cardápios foram os mais variados desde bombons, leite com chocolate e biscoitos, cochinha e suco, cachorro quente, frutas uma aluna disse que gostaria de algo saudável. A pergunta seguinte foi, você considera o lanche que você escolheu saudável? Eles foram categóricos nas respostas não, apenas os dois alunos que escolheram frutas e algo saudável que disseram que sim, o que mostra que eles sabem e entendem o que faz e o que não faz bem a saúde deles. Para que fosse possível entender o histórico de cada um dos participantes foi perguntado se na família tem algum caso de diabetes? Todos os 14 alunos tem parentes com caso da doença em parentes próximos, como pai, irmão, avô, tios e tias uma alune em especifico relatou que já precisou tomar insulina durante um tempo e que depois parou mas que ela não faz nenhum controle e como doces todo o tempo. Ainda foi perguntado quanto ao uso do celular, se eles utilizam o celular para ir ao banheiro foi a primeira indagação todos responderam que sim, porque pode tocar ou chegar uma mensagem e eles precisam ver quem ta entrando em contato. Foi perguntado se eles costumam se alimentar na rua todos disseram que sim, todos os dias comem cochinhas, bombons, doces caseiros, chup- chup, sorvetes e pipocas e antes que a moderadora perguntasse se eles já tinha passado mal quando comiam desses alimentos todos relataram que sim, e que mesmo tendo passado mal continuavam comendo. Também foi perguntado se eles já aferiram a pressão, já mediram a glicose e o colesterol, apenas uma aluna a que já teve a diabetes disse que já mediu os outros disseram que não, nem sabiam do que se tratava cada assunto. A moderadora aproveitou o ritmo da conversa e perguntou se eles todos sabem quais são as vacinas obrigatórias e se todos tem um cartão de vacina? Todos os 14 alunos são devidamente vacinados e tem cartão de vacina. Para fechar as perguntas do grupo focal foi perguntado em relação as visitas dos agentes de saúde, com qual frequência são realizadas? A maioria disse que o agente vai uma vez a cada mês, dois alunos informaram que a agente fica ate dois meses sem realizar uma visita. RESULTADOS De acordo com Bardin 1977 a analise dos resultados é o ultimo fator a ser considerado, ela depende do tipo de relatório a ser entregue ou seja é um documento para a qual se deve ser analisado e discutido para a tomada dessas decisões onde o moderador é peça fundamental e de suma importância pois foi ele quem conduziu o dialogo ocorrido e também quem pode ver com mais respaldo a interação do grupo. Ainda de acordo com Bardin 1977, para uma decisão minuciosa, cuja a meta é a produção teórica ou pratica essa análise deve ser feita com todos os dados em mãos, todos os vídeos e registros iconográficos. A realização do grupo foi de suma importância pois foram levantados problemáticas dais quais os acadêmicos e professores envolvidos no projeto não sabiam que estavam lidando como por exemplo o caso da diabetes que é uma doença perigosa e que esta no meio de convívio dos alunos e os mesmos não tem nenhum apoio ou esclarecimento sobre o assunto. Diante do exposto acima é necessário uma interação entre todo o grupo para a elaboração de atividades, oficinas e projetos para tentar solucionar ou pelo menos amenizar parte dos problemas detectados durante o desenvolvimento do grupo focal. Referências http://pt.slideshare.net/grupopesquisamusicauergs/grupo-focal-12670605> em 15 de julho de 2014 Acesso Gondim, Sonia Maria, 12 de 2003. Grupos focais como técnica de investigação. <http://www.revistas.usp.br/paideia/article/viewFile/46653/50409> Acesso em: 15 julho de 2014 Melo, Patrícia Lopes. Grupo focal na pesquisa em educação. <http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/VI.encontro.2010/GT.3/GT_ 03_10_2010.pdf> Acesso em 15 de julho de 2014 UNESCO, Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem. Jomtien, http://unesdoc.unesco.org/. Acesso em 10 de agosto de 2011. 1990. Disponível em: