Volume 3 Número 12 08 de maio de 2005 GBETH Newsletter de Tumores Hereditários de Estudos o r i e l i s Uma o Bra publicação semanal do Grup Publicação semanal distribuída aos sócios do Grupo Brasileiro de Estudos de Tumores Hereditários Sede R José Getúlio, 579 cjs 42/43 Aclimação São Paulo - SP CEP 01503-001 Site http://www.gbeth.org.br E-mail [email protected] Editor Erika Maria M Santos Diretoria Presidente Benedito Mauro Rossi Vice-Presidente Gilles Landman Diretor Científico André Vettote Secretário Geral Fábio de Oliveira Ferreira Primeira Secretária Erika Maria M Santos Tesoureiro Wilson T Nakagawa Conselho Científico Beatriz de Camargo José Cláudio C Rocha Maria Aparecida Nagai Maria Isabel W Achatz Samuel Aguiar Jr Conselho Fiscal Titulares André Lopes Carvalho Gustavo Cardoso Guimarães Stênio de Cássio Zequi Suplentes Fábio José Hadad Mariana Morais C Tiossi Milena J S F L Santos Acurácia dos Critérios de Bethesda Revisados, Instabilidade de Microssatélite e Imunoistoquímica na Identificação de Pacientes com Câncer Colorretal Hereditário sem Polipose Benedito Mauro Rossi Departamento de Cirurgia Pélvica – Hospital do Câncer A.C. Camargo PIÑOL V, CASTELLS A, ANDREU M, CASTELLVÍ-BEL S, ALENDA C, LLOR X ET AL. ACCURACY OF REVISED BETHESDA GUIDELINES, MICROSATELLITE INSTABILITY, AND IMMUNOHISTOCHEMISTRY FOR THE IDENTIFICATION OF PACIENTES WITH HEREDITARY NONPOLYPOSIS COLORECTAL CANCER. JAMA 2005;293:1986-94. Em 1991 o International Collaborative Group on HNPCC estabeleceu critérios clínicos para diagnóstico do HNPCC, conhecidos como critérios de Amsterdam. Estes critérios, no entanto, são muito restritivos, o que levou ao estabelecimento dos critérios de Amsterdam II, que incluiu os tumores extracolônicos. O uso dos critérios de Amsterdam atendeu a proposta original de fornecer o diagnóstico clínico do HNPCC. No entanto, possuem sensibilidade limitada quando aplicados para indicar o teste genético. Em 1996, em um workshop do National Cancer Institute foram estabelecidos os critérios de Bethesda, para a identificação de indivíduos que devem ser submetidos à investigação molecular de defeitos no sistema de reparo de DNA. Mais recentemente, em outro workshop os critérios de Bethesda foram revisados. Este estudo tem como objetivo estabelecer a estratégia mais efetiva e eficiente para a detecção de mutação nos genes MLH1 ou MLH2 em pacientes com câncer colorretal. MÉTODOS Entre novembro de 2000 e outubro de 2001, todos os pacientes Acurácia dos Critérios de Bethesa Revisados, MSI e IHQ na Identificação de Pacientes com HNPCC diagnosticados com câncer colorretal de 25 hospitais da Espanha foram incluídos no estudo EPICOLON. Dos 25 hospitais, 20 participar do estudo de epidemiologia molecular. Amostras tumorais de todos os indivíduos foram submetidas à análise de instabilidade do microssatélite BAT26 e a de expressão das proteínas MLH1 e MSH2 através da imunoistoquímica (IHQ). Pacientes com instabilidade de microssatélites e/ou perda da expressão de uma das proteínas foram submetidos a seqüenciamento dos genes MLH1 e MSH2. As sensibilidade, especificidade e acurácia geral da instabilidade de microssatélites, IHQ e critérios de Bethesda foram calculados. Para identificar parâmetros associados com a mutação dos genes MLH1 e MSH2 foram realizadas análise univariada e multivariada. total, 22 pacientes (1,8%) preenchiam os critérios de Amsterdam e 287 (23,5%) preenchiam pelo menos um dos critérios de Bethesda. Um total de 91 pacientes (7,4%) apresentava alteração de reparo de DNA. Destes 83 tumores (6,8%) apresentavam instabilidade de microssatélites e, 81 (6,6%) perda na expressão de proteínas (60 casos com perda de MLH1 e 21 casos com perda de expressão de MSH2). Mutação germinativa foi detectada em 11 pacientes (0,9% do total), sendo 7 pacientes com mutação no MHS2, e 4 no MLH1. Dos 11 casos com mutação germinativa, 4 preenchiam critério de Amstedam; 10 preenchiam critério de Bethesda; 10 apresentavam instabilidade de microssatélite e 11 apresentavam ausência de expressão de uma das duas proteínas. A RESULTADOS Durante o período de estudo 1978 foram diagnosticados com câncer colorretal. Destes 1222 pacientes foram incluídos no estudo. Do 2 performance das estratégias para identificação da mutação nos genes MLH1 e MSH2 estão apresentadas na Tabela 1. Tabela 1 – Performance das estratégias para identificação da mutação nos genes MLH1 e MSH2. Estratégia Sensibilidade Especificidade Valor Preditivo Positivo Valor Preditivo Negativo Preenchimento dos critérios de Bethesda 90,9 Presença de MSI 90,9 77,1 3,5 99,9 90,9 12,2 99,9 Perda de expressão da proteína na IHQ MSI + Perda de expressão da proteína 81,8 94,2 11,4 99,8 72,7 94,8 11,3 99,7 Presença de MSI 81,8 98,0 27,3 99,8 Perda de expressão da proteína na IHQ 81,8 98,2 29,0 99,8 MSI ou Perda de expressão da proteína 81,8 97,8 25,7 99,8 MSI + Perda de expressão da proteína 72,7 98,3 28,6 99,7 Preenchimento dos critérios de Bethesda e Na análise multivariada a presença de história familiar de câncer colorretal em um parente de primeiro grau foi um fator preditor independente da mutação nos genes MLH1 e MSH2 (OR 3,6; IC 95% 1,05-12,7). Além disso, os critérios de Bethesda revisados também foram fator independente (OR 13,7; IC 95% 1,47-125). Bethesda revisados constituem em abordagem útil para a seleção de pacientes sob risco de HNPCC. Nos pacientes que preenchem os critérios, a utilização da a análise de instabilidade de microssatélites e da perda da expressão das proteínas são equivalentes em termos de custoefetividade. Os autores concluem que os critérios de GBETH Newsletter 2005; v 03 n 12