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IV Mostra de Pesquisa
da Pós-Graduação
PUCRS
Expressão elevada de HspBP1 em células de melanoma murino
impede o crescimento tumoral in vivo
Ana Paula Duarte de Souza, Thiago Borges, Cristina Bonorino (orientador)
Programa de pós-graduação em Biologia Molecular e Celular,
Faculdade de Biociências, PUCRS,
Resumo
Introdução
Melanoma é um tipo de câncer de pele bastante agressivo, que apresenta pior
prognóstico quando existe metástase nos linfonodos drenantes. A incidência de melanoma
vem crescendo com o decorrer dos anos (Marcovik, 2007) e estratégia de tratamento padrão é
cirurgia, deste modo o desenvolvimento de uma nova terapia se faz extremamente necessário.
As proteínas de choque de calor (Hsps) são importantes para o dobramento de proteínas
durante o choque de calor e recém sintetizadas. Além disso, as Hsps têm um papel na biologia
tumoral, visto que diversos tumores têm a expressão desta proteína elevada. A proteína
HpsBP1 é uma co-chaperona da Hsp70, capaz de inibir a atividade ATPásica da Hsp70
(McLellan et al. 2003).
Recentemente, demonstramos que a expressão de HspBP1 está elevada
em amostras tecido de câncer de mama comparando com tecido normal (Souza, 2009). Além
disso, quando foi comparado entre as amostras de tumores, níveis reduzidos de HspBP1 estão
associados a pior prognóstico do paciente, sugerindo que a proteína tenha um papel no
desenvolvimento tumoral. O presente estudo teve como objetivo avaliar o pontencial
antitumoral da proteína HspBP1 em modelo de melanoma murino.
Metodologia
As células de melanoma murino (B16F10) foram transfectadas com plasmídeo que
codifica a poteína HspBP1 a fim de ter uma linhagem que super expresse esta proteína. As
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células que super expressam HspBP1 foram injetadas em camundongos C57 e Rag¨/¨
subcutaneamente e o crescimento tumoral foi acompanhado comparando com células que não
super expressem HspBP1. Foi também avaliado a proliferação destas células in vitro
utilizando o ensaio de MTT. A fim de analisar a modulação entre células dendríticas e as
células tumorais que super expressam HspBP1 foi feito uma co-cultura com estas duas células
e analisado a expressão de HspBP1 e a ativação da células dentrídicas por citometria de fluxo.
Além disso, foi avaliado a expressão de Hsp70 e HspBP1 em diferentes estágios de
desenvolvimento tumoral.
Resultados (ou Resultados e Discussão)
Nós demonstramos que a expressão elevada de HspBP1 em melanoma murino é capaz
de impedir o crescimento tumoral in vivo. As médias do volume do tumor que super-expressa
HspBP1 (2.07 mm3) foram significantemente diferentes quando comparando o grupo controle
(46.9 mm3), como demonstrado na Figura 1. Ao mesmo tempo, nós demonstramos que esta
função anti-tumoral da HspBP1 esta relacionada com o sistema imune, uma vez que redução
do crescimento tumoral devido a alta expressão de HspBP1 não acontece in vitro ou em
camundongos imunodeprimidos. A presença de células dendríticas de cultura de medula óssea
pode regular a expressão desta proteína tanto no tumor como nas células dendríticas. A fim de
determinar se HspBP1 diminui o crescimento tumoral através da sua atividade sobre a Hsp70,
avaliamos
a
expressão
destas
duas
proteínas
no
tecido
tumoral.
Através
de
Imunofluorescência, foi demonstrado que expressão de HspBP1 e a Hsp70 é heterogênia, nem
todas as células estão expressando as duas proteínas ao mesmo tempo. Além disso, foi
observado que estas duas proteínas estão inversamente expressas em diferentes estágios de
crescimento tumoral, ou seja, quando a HspBP1 está aumentada a Hsp70 esta reduzida e viceversa. Levantamos a hipótese se o sistema imune não esta relacionado com a regulação de
expressão de HspBP1 e Hsp70 e vimos que quando adicionamos TNF-α nas células B16F10
em cultura, a expressão de HspBP1 é diminuída, entretanto pouca diferença pode ser visto na
Hsp70.
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tumor volume mm3
70
60
50
40
30
20
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nã
o
P1
H
sp
B
H
sp
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0
Figura 1 Crescimento tumoral de células que possuem expressão de HspBP1 elevada comparando com
controle.
Conclusão
Estes resultados sugerem que a HspBP1 pode ser um novo alvo terapêutico para melanoma,
uma vez que expressão elevada da mesma no tumor é capaz de impedir crescimento tumoral.
Devido as evidências demonstradas neste trabalho, a HspBP1 reduz o crescimento tumoral
através da resposta imune, entretanto não podemos afirmar com certeza se a Hsp70 esta
envolvida neste processo.
Referências
.
Markovic SN, Erickson LA, Rao RD, et al. Malignant melanoma in the 21st century, part 1:
epidemiology, risk factors, screening, prevention, and diagnosis. Mayo Clin Proc 2007; 82: 364–80.
McLellan CA, Raynes DA, Guerriero V (2003) HspBP1, an Hsp70 cochaperone, has two structural
domains and is capable of altering the conformation of the Hsp70 ATPase domain. J Biol Chem
278:19017–19022.
SOUZA, AP.,et al HSPBP1 levels are elevated in breast tumor tissue and inversely related to tumor
aggressiveness. Cell Stress and Chaperones. Vol 14 (6)(2009), pp. 301– 10.
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