15. Agosto 2013
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JOSÉ AZEVEDO, UM PORTUGUÊS VIRADO PARA
AS SUAS RAÍZES E PARA O ASSOCIATIVISMO
José Azevedo, casado e pai de 3 filhos, é filho
de pais portugueses e veio para a Alemanha em
1967, país em que sempre se sentiu integrado, mas
que nunca o fez esquecer as suas raízes. Enquanto
criança acompanhou sempre o seu pai quando
este ia ao Centro Português. Como jovem assumiu
responsabilidades no Centro. A frequência de um
“Gymnasium” português e alemão permitiu que os
seus alicerces da língua e cultura portuguesas se
enraizassem. Trabalha para a Telekom, onde exerce
as funções de Gestor de Integração na área do desenvolvimento de software.
José Azevedo é um cidadão muito ativo que desempenha diversas funções na cidade de Rheine.
Foi com muito orgulho que José Azevedo
nos falou da recente
inauguração do primeiro campo de relva
sintético da cidade de
Rheine. “Muitos clubes
têm campos deste tipo
e no inverno as nossas probabilidades de
treinar eram muito limitadas. A construção
do campo não foi fácil
uma vez que envolvia
mais de meio milhão de
euros. No entanto, esta
construção tornou-se
possível devido à cooperação e colaboração
entre os diversos clubes
existentes e a federação das associações da
cidade. Foi assim que
José Azevedo considerou este projeto “um projeto de sucesso para a
cidade, dos clubes e para os clubes”. Assim, se
o projeto corresponder às expectativas, no futuro
poderá surgir um outro campo.
Uma das funções que desempenha está estritamente ligado à colaboração com os clubes bem
como com às medidas a eles destinadas. Esta
cooperação determina em grande parte a agenda da
Comissão Desportiva. “Foi assim que no último ano
alcançámos muito. Conseguimos resolver o problema de saneamento de muitos clubes.”
Como membro do Conselho de Integração, cuja
política comunitária e função de aconselhamento
são de extrema importância, José Azevedo concluiu
que há grupos que estão muito bem integrados e
que há sempre novos grupos que representam um
verdadeiro desafio para a sociedade. “Nós tentamos
aproximar pessoas de outras culturas entre si bem
como da cultura alemã. Já conseguimos juntar grupos que provavelmente nunca se teriam juntado.”
No que concerne o seu papel como membro ativo
do “A. P. Rheine”, José Azevedo diz que o clube,
que venceu o prémio de integração em 2009, é muito
conhecido nesta cidade e nos arredores há já muitos
anos. O nosso conselho de administração, no início
dos anos 80, uniu o Portu Rheine ao FLVW. Desde
então o clube é composto por jogadores portugueses,
bem como por jogadores de outras nacionalidades.
Durante a agradável conversa que tivemos com
José Azevedo ainda foi abordado o 50.º aniversário
da presença de portugueses na Alemanha que se
comemorará em 2014.
Constata-se que estes
atingiram já a 3.ª
geração neste país.
Verifica-se que os centros portugueses, que
em tempos eram verdadeiros pontos de encontro da comunidade, têm
vindo a “morrer”. Para
José Azevedo, estes
centros têm a sua vida
dificultada, pois os seus
membros ativos mais
velhos estão a retirarse e os mais novos não
os substituem. “Os centros têm de se adaptar
e investir nos jovens.
Só assim há esperança.
Ainda há pouco tempo,
no mês de junho, assisti
a uma festa em Rheine,
em que estavam tantos
jovens portugueses oriundos de Rheine e não só, que
espero que sejam eles a vir a dar vida aos centros.
Com boas ideias e iniciativas adequadas, poderá
inverter-se este “abandono” dos centros e reaproximar os jovens das suas origens. Há que preservar a
nossa cultura pois ela representa um enriquecimento
para cada um e para a própria sociedade.”
Neusa Sobrinho Amtsfeld
artista plástica
Nesta edição do Correio Luso fique a conhecer Neusa Sobrinho Amtsfeld, artista
plástica, professora e tradutora intérprete, numa excelente entrevista que revela a
alma desta nossa artista e a relação com as suas criações.
Neusa Amtsfeld é oriunda de Murça e descendente de luso-brasileiros. Abriunos as suas portas para nos falar de si, das suas origens, de quando e como
começou a pintar, das suas obras e dos sentimentos que a dominam e a invadem
enquanto artista. Assim, revela-nos uma personalidade muito amável, justa, muito
transparente, muito solidária e muito sensível, que liberta a sua alma quando
procede às suas criações. Como afirma: “São muitos os sentimentos que me
invadem. Sobretudo os da minha infância. A pintura leva-me sempre a esse lugar
perpétuo, aos serões dos longos invernos, às férias de Verão, a dois tios, irmãos da
minha mãe que eram professores num liceu em Malange (Angola). Eles fala¬vam
de África, do navio em que vinham e onde paravam, sobretudo falavam de “Las
Palmas” e faziam-me sonhar. Um dia, trouxeram-me uma linda boneca quer era
uma atração para todas as outras crianças, que me invejavam, e eu inveja¬va-as
ainda mais por terem uma boneca de trapos, achava-as ainda mais lindas do que
a minha que abria e fechava os olhos e dizia “papá e mamã”… foi assim que
surgiram as minhas bailarinas que fiz para uma instalação no museu de Lamego.”
Leia toda a conversa entre o Correio Luso e a nossa artista plástica na página 6
desta edição.
Os deuses devem estar loucos?
Portugal vive uma instabilidade a todos
os níveis, que não é apenas uma crise
económico-financeira. Assistimos a uma
verdadeira crise de valores e, consequentemente, a imagem do nosso país
está a ser seriamente manchada devido
a atos irresponsáveis de algumas figuras políticas. Iniciamos o mês de julho
com o pedido de demissão do Ministro
de Estado e dos Negócios Estrangeiros,
Paulo Portas, através de uma carta de
demissão que causou uma enorme instabilidade política uma vez que esta atitude
fez transparecer a crise na coligação
PSD/CDS-PP. Este ato causou perdas
financeiras gravíssimas para Portugal
que terão de ser pagas pelo comum
contribuinte, mas por outro lado levou
à promoção de Paulo Portas, que passou
a ser Vice-Primeiro Ministro. Perante
este cenário dantesco, o Presidente da
República, Aníbal Cavaco Silva propôs
a formação de um governo de salvação
nacional que reunisse o PSD, o CDS-PP
e o PS bem como eleições em junho de
2014. Os representantes destes partidos
reuniram durante uma semana e o resultado foi aquele que muitos esperavam:
não houve acordo! Após o “desacordo”
assistimos à sétima alteração à com-
posição do executivo do governo, governo este que tem apenas vinte e cinco
meses de legislatura. E… curiosamente,
o atual governo passou, repentinamente,
a ter todas as condições para governar.
É assim que não só se empata, se
perde tempo e dinheiro em Portugal,
mas também se denigre a nossa imagem
no exterior. A atualidade nacional deixa
o comum português perplexo! E uma
vez que não há nenhum responsável por
toda esta situação em que Portugal se
encontra, será que os deuses devem estar
loucos?
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Correio Luso, N° 1
Governo trata-nos por
TUGAS!
As verdadeiras políticas dirigidas a um terço
da população portuguesa reduzem se ao corte de
representações consulares, obrigando assim 5
milhões de portugueses a percorrerem centenas
ou milhares de quilómetros para requererem um
simples cartão de cidadão.
É, infelizmente, a conclusão que se pode retirar do que se tem sido obrigado a assistir. Há
quatro deputados eleitos para defender os legítimos interesses de quem foi obrigado (ou não)
a fugir do seu país, tentando assim escapar à
fome, e depois é confrontado com Consulados
que não conseguem dar vazão à afluência, sendo
por vezes necessário recorrer a várias deslocações para se conseguir obter o simples cartão de
cidadão ou outro documento.
Dos quatro deputados, pouco ou nada se tem
visto. Uns defendem o indefensável e outros
fazem a oposição da praxe. Passado um mandato troca-se de equipamento, e quem defendia
passou a fazer oposição e vice-versa. Assim, vão
passando os anos e os “tugas” vão aguentando,
claro.
Este governo, para ser diferente dos anteriores, até conseguiu ir mais longe, violando a
Constituição da República Portuguesa. Fê-lo não
apenas sempre que apresentou o Orçamento de
Estado, [mas foi obrigado a corrigi-lo por força
do Tribunal Constitucional], mas também violou a Constituição ao criar uma propina e assim
condicionar a aprendizagem da língua e cultura
portuguesas. Assim, este governo deu um sinal
vivo a mais de 5 milhões de Portugueses residentes no estrangeiro de que, para este governo
não se aplica a Constituição a quem vive fora
de Portugal! Passámos, de um momento para o
outro, a portugueses sem direitos constitucionais
ou seja, somos uns “tugas”…
Assistimos a tudo isto e muito mais e o Tribunal Constitucional nada disse até hoje, talvez por
ninguém ter interposto uma ação em Tribunal…
O que se acaba por constatar é que, nós os que
vivemos no estrangeiro temos de nos defender
desta gente desgovernada, cujo único objetivo é
governar-se a si mesmo e não em legítima defesa
de Portugal e do seu povo, quer este resida em
Portugal ou no estrangeiro.
R. Branco
Agosto 2013
EDITORIAL
Este nosso primeiro editorial prende-se ao
nascimento do Correio Luso. O Correio Luso
surge numa época em que Portugal está a assistir a um novo surto de emigração devido
à situação económico-financeira em que
o país se encontra e que força as pessoas a
abandonarem o país que tanto amam e onde
preferiam ficar.
Os portugueses residentes fora de Portugal representam cerca de um terço da totalidade da população portuguesa. São pessoas
que amam e respeitam o seu país e que não
escondem mas honram as suas raízes e que
se preocupam com o seu país, independentemente da distância que os separa do mesmo.
Hoje em dia, e graças às novas tecnologias
de informação e de comunicação todos nós
temos todo o tipo de informação muito mais
acessível, no entanto, pouco se tem vindo a
fazer para dar a conhecer todo o tipo de trabalho realizado pela comunidade portuguesa
em todo o mundo. As publicações que até
agora existiam estavam mais ligadas à comunidade portuguesa residente num determinado país. Assim, o Correio Luso pretende
ser um instrumento de aproximação entre a
comunidade portuguesa residente em todo o
A Propina e o EPE:
Dez ideias para discutir!
Alfredo Stoffel, conselheiro do CCP, levanta 10 questões
muito pertinentes no que concerne o Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) numa altura em que a comunidade Portuguesa sente que o governo está de costas
viradas para os filhos dos Portugueses que têm o direito
assegurado pela Constituição da República Portuguesa e
querem continuar a aprender língua e cultura portuguesas.
Considerando que:
1: A propina de 100 euros é um imposto suplementar mal disfarçado e contraria o texto constitucional de forma insofismável.
A constituição garante o ensino da língua e da cultura portuguesa aos filhos dos emigrantes (ponto 1 e alínea i do ponto 2
do artigo74).
2: Esta propina é tanto mais reprovável quanto maior é o
número de portugueses a emigrar, sendo assim cada vez maior
a exclusão dos filhos dos emigrantes.
3: A propina foi lançada ao arrepio de todos os mecanismos
democráticos, nomeadamente os de democracia directa com participação das Comissões e Associações de Pais, do Conselho
das Comunidades e dos Sindicatos de Professores. O Governo
despreza ou ignora estas organizações democraticamente constituídas.
4: A propina surge no fim de muitos anos de políticas de sucessivos governos caracterizados pela desorçamentação crescente e da desresponsabilização do Estado pela res publica/
causa pública.
5: A propina é mais um passo que tenderá a médio prazo conduzir o Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) e os cursos
de Língua e Cultura Portuguesas (LCP) para o sector privado e
para a sua privatização
“A gaiola dourada”
Uma homenagem à comunidade portuguesa
emigrada em França
Estreou no passado dia 1 de agosto, nas salas de cinema portuguesas, o filme do cineasta e lusodescendente Ruben Alves,
que presta uma homenagem à comunidade portuguesa emigrada em França.
Segundo Ruben Alves, esta “comédia à portuguesa” é o resultado de “trinta anos de observação” dos pais e familiares que
rodearam o cineasta. “É tempo de homenagear estas pessoas
todas que fugiram do país, foram trabalhar para fora e lutar
pela vida”.
Este filme retrata um casal de emigrantes que está em França
há 30 anos. A mulher, porteira, e o marido, trabalhador da
construção civil, são interpretados, por Rita Blanco e Joaquim
de Almeida, respetivamente. Segundo a atriz, o enredo “toca
muito os portugueses. Faço de uma mulher que foi viver para
França muito cedo e que teve que se fazer à vida. Foi porteira
e, tal como muitos portugueses naquela época, tiveram de lutar
muito para sobreviver.”
O elenco conta ainda com os atores Maria Vieira, Chantal
6: Com a propina mercantiliza-se a relação das estruturas do
ensino com os alunos e o “livro único” regressa em força. Os
alunos cujos pais tenham fracos recursos, serão as primeiras
vítimas de exclusão dos cursos de Língua e Cultura Portuguesa.
7: O maior capital de um país é constituído por pessoas e pela
sua qualidade. Sem instrução nem cultura são as próprias Comunidades que estão em risco com graves prejuízos para Portugal.
Os emigrantes continuam a ser, com as remessas que enviam
para o país, um dos pilares mais importantes do financiamento
da economia. E, no caso do ensino, não pedem uma esmola,
antes e apenas exigem o respeito pela Constituição da República
e a garantia dos seus direitos; por fim também pelo contributo
que, com as suas remessas, dão para a estabilização da economia.
8: Sem língua e cultura portuguesas, sem o ensino da língua
portuguesa como língua materna (ou identitária), é a própria
identidade lusa que se esvai. E cidadãos que possuam apenas o
passaporte português, mas desconheçam a língua, a cultura e a
realidade portuguesa, dificilmente poderão participar de forma
consciente na vida democrática do país.
9: Devemos exigir a abolição da propina, mais verbas para o
EPE e para os cursos de LCP, uma rede de ensino apoiada por
uma rede consular de proximidade, tal como a realidade o exige.
Devemos exigir o respeito pela classe docente e pelo trabalho
por eles desenvolvido em prol de Portugal, da sua língua e da
sua cultura.
10: Deve-se solicitar aos partidos politicos com assento na
Assembleia da República que discutam este assunto de magno
interesse com a maxima objectividade e tirem as devidas conclusões no sentido da salvaguarda dos direitos das Comunidades
e seus filhos que são de sumo interesse da pátria portuguesa.
Lauby, Roland Giraud, Bárbara Cabrita, Jean Pierre Martins,
Lannick Gautry, Jaqueline Corado Silva, Nicole Croisille,
Alice Isaaz e Alex Alves Pereira.
“A gaiola dourada” já estreou em países como a Bélgica, a
Hungria e França. De acordo com o site de dados estatísticos
Internet Movie Data Base (IMDb), o filme somou perto de 1,2
milhões de espetadores em cerca de seis semanas.
A estreia alemã deste filme está prevista para 29 de agosto,
com o título “Portugal, mon amour”.
mundo, dando-a a conhecer a nível global.
O Correio Luso conta com a colaboração de jornalistas na Emigração e de todos
aqueles que, de alguma forma, se sentem
motivados a colaborar para que haja uma
maior comunicação de informação para as
Comunidades Portuguesas. O Correio Luso
é um jornal on-line gratuito, que servirá
toda a comunidade portuguesa, fazendo-lhes
chegar, também, informações sobre a atualidade em Portugal, e divulgará ainda artigos
de opinião e outras informações de interesse
para os seus leitores.
Correio Luso, N° 1
Bruno Alves e
os “Segura-te”
Quanto ao repertório do grupo musical “Segura-te”, que atua não só em bailes e arraiais,
mas também em feiras para empresas alemãs e
festas das cidades, este dá sempre o principal
destaque à música de língua Portuguesa, para
além dos temas de música Africana, Espanhola
Bruno Lívio Machado Alves, nasceu em e Latina, mas derivada à diversidade cultural e
Greven (NRW) na Alemanha a 6 de janeiro etária presente nas atuações deste grupo, tamde 1979, é filho de pais portugueses oriundos bém há música alemã e música internacional
de Lisboa e das Caldas da Rainha. Cresceu dos “Charts”. É com muito orgulho que Bruno
na cidade de Greven onde frequentou a “Re- Alves afirma que “os jovens Portugueses que
alschule”, depois frequentou as “Wirtschafts- assistem e participam nas festas que o grupo
schulen” em Steinfurt/Emsdetten, tendo musical “Segura-te” anima, conhecem as
acabado por se
músicas Portuformar como
guesas! É maraprofissional na
vilhoso ouvi-los
área de hotecantar na língua
laria e posterido nosso país!”
ormente como
Como Portuprofissional de
guês de alma e de
funcionário adcoração também
ministrativo/
Bruno Alves gostécnico comertaria que todos
cial em Rosenfossem unidos,
dahl/Coesfeld.
“devemos valoriPresentemente
zar a nossa língua
trabalha para a
e cultura, que inempresa Schmitz
felizmente está
Cargobull em
cada vez menos
Münster, a maior empresente e devemos valoContacte:
01520
1759633
presa de construção de
rizar o que temos. [email protected]
reboques na Europa,
taria que a minha filha
cuja sede se situa em
viesse a ter um ambiente
Horstmar. Bruno adora a sua filha de dois anos Português na Alemanha e não apenas nas
de idade, o convívio com amigos, os seus ani- férias. Aliás, ela adora ir ao Centro Português,
mais, futebol , a seleção Portuguesa e, claro, mesmo sendo “meia alemã”. Devemos valoadora música.
rizar e não criticar o trabalho voluntário feito
Bruno Alves é membro do grupo pelos Portugueses nas Comunidades e transmusical “Segura-te”, que acabou por surgir mitir este espírito às camadas mais jovens. “Inapós o pedido de um favor de um Restaurante felizmente, o associativismo nos últimos anos
Português em Münster, que quis “à força” sofreu grandes dificuldades e muitos centros
fazer uma Passagem de Ano em 2009. Naquela e associações Portugueses encerraram as suas
altura as duas coletividades estavam fecha- portas. Ultimamente nota-se com novos temas
das naquele dia e assim pensou-se em fazer e iniciativas de discotecas como por exemplo
algo. Como o Bruno ainda era conhecido da Destination, que a juventude Portuguesa, que
antiga Banda “Arte e Música” de Osnabrück, já pertence à terceira ou à quarta geração ganperguntaram-lhe se não poderia desenvencil- hou gosto e se une mais que antes, e se torna
har a situação naquele dia. E depois de dois ainda mais Portuguesa. Segundo Bruno Alves,
dias a pensar acedeu ao convite. A partir daí, “foram jovens Portugueses a incentivarem
o grupo musical tem vindo sempre a crescer. estas festas, salvo erro a primeira foi a SensaEm Março de 2010, a cantora Raphaela An- tion de Paulo Gomes, que infelizmente parece
drade, de Borghorst, juntou-se ao grupo e mais já não existir, e claro a Destination de Dj Crutarde foi a vez de Gabriel Bispo, de Rodde. zito e Filipe Santos Couto que têm feito um
Assim, a partir do duo “Segura-te”, surgiu o bom trabalho em termos de união dos Jovens
grupo musical “Segura-te”. Atualmente tam- da terceira e da quarta gerações. Mas o que
bém a cantora Janina Ribeiro, de Gronau Epe, me deixa ainda mais feliz é que essa ideia ine o baterista Jürgen Hintz (de nacionalidade centivou alguns Centros para terem iniciativas
alemã) que veio substituir o Gabriel, e José do género, como aconteceu no Centro de OsMiguel Santos Cruz, de Münster, fazem parte nabrück, no Centro de Nordhorn, na Associadeste grupo.
ção em Gelsenkirchen, em Hamburg, na UDP
O grupo musical “Segura-te” atua não só em Mainz, entre outros. Deveriam ser criados
pela Alemanha (de Münster a Erfurt e de Ham- ambientes em que se misturam uma noite de
burgo a Reutlingen), mas também pela Europa Kuduro com uma noite de Baile na presença de
fora (Suíça, França Holanda e Luxemburgo) um artista de Portugal. Assim teríamos todas
e faz entre 40 a 50 atuações por ano, “um as idades juntas numa só festa, algo que já tem
número com o qual estamos bastante satisfei- havido ultimamente e tem Futuro!”
tos”, afirma Bruno Alves.
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Agosto 2013
Aproximamos os jovens Portugueses da língua e cultura Portuguesas através da música
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As remessas
dos emigrantes
Há mais dinheiro a entrar do que a sair de Portugal
Segundo o boletim estatístico do Banco de
Portugal, divulgado a 18 de julho, nos primeiros cinco meses deste ano, as remessas dos
emigrantes subiram 9,12%, chegando aos 1,14
mil milhões de euros.
Os trabalhadores portugueses nos países
da União Europeia enviaram 661 milhões
de euros de janeiro a maio deste ano, representando uma subida de 9,2% quando comparado com o mesmo
período de 2012. A
França e a Suíça são os
países cujos emigrantes
mais dinheiro enviaram
para Portugal durante o
mês de maio: 76,8 milhões e 53 milhões de
euros, respetivamente.
Observando as entradas e saídas de dinheiro por parte dos
emigrantes e imigrantes
portugueses, constata-se que os emigrantes
portugueses no estrangeiro enviaram para
Portugal 1,14 mil milhões de euros, enquanto
211 milhões de euros foram enviados para fora
de Portugal, o que representa uma descida de
1,4% face aos 214 milhões enviados nos primeiros cinco meses de 2012. Verifica-se assim
que há muito mais dinheiro a entrar do que a
sair de Portugal.
O secretário de Estado das Comunidades
Portuguesas, José
Cesário, acredita que
também este ano, à
semelhança do que
aconteceu o ano passado, deve ocorrer um
aumento das remessas
financeiras dos emigrantes.
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Correio Luso, N° 1
Agosto 2013
Portugal e o 25 de Abril
quistas para Portugal, pois pôs fim à guerra colonial e acabou com o colonialismo, instituiu uma
democracia política e liquidou o capitalismo
monopolista de Estado; criou condições para
transformações profundas no campo económico,
social e cultural e promoveu a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher, assim como dos
jovens; melhorou as condições de vida do povo com
a instituição do salário mínimo nacional, as pensões
e reformas, o direito à segurança social; o direito a
30 dias de férias, ao subsídio de férias e ao 13.º mês;
o direito à licença de parto, à redução do horário de
trabalho, à protecção no desemprego bem como ao
reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência e dos idosos. Foram ainda realizadas grandes
transformações progressistas no ensino, na saúde, na
cultura, no desporto e no ambiente.
Por ocasião da festa dos cravos do
PCP, comemorada a 6 de Julho de
2013 em Leverkusen, Alfredo Stoffel reflecte sobre o 25 de Abril de
1974 e a actualidade
A Revolução de Abril ou dos Cravos em 25 de
Abril de 1974 é uma das datas mais importantes
da História de Portugal. Foi uma afirmação da
vontade popular, um grande gesto de liberdade,
uma exigência de emancipação social e uma
verdadeira proclamação de soberania e de independência nacional que culminou numa luta
heroica dos trabalhadores e do povo, pondo fim
a meio século de ditadura fascista em Portugal e
a quase cinco séculos de colonialismo em várias
partes da África. Foi um período célebre marcado pelo progresso social, económico, político
e cultural com imensas conquistas como as nacionalizações de sectores – chave da indústria, dos transportes
e a REFORMA AGRÁRIA no sul do país, entre outras realizações. Muitas conquistas foram destruídas pelos inimigos de
classe, outras continuam a ser uma referência no presente e no
futuro de Portugal, país democrático.
A ditadura fascista era um Estado de muitas polícias (PSP,
GNR, GF, GNR-BT, Legião Portuguesa [força para-militar],
PIDE/DGS, “bufos à paisana”) com espionagem do dia- a-dia
dos portugueses, abrangendo todos os sectores da vida e
privando o povo dos mais elementares direitos e liberdades.
Era uma ditadura terrorista ao serviço do capital financeiro,
industrial, comercial e agrário, sobretudo dos latifundiários,
impulsionando a formação de monopólios, a concentração
e centralização de capitais o que levou a um domínio de 90
grandes famílias, algumas entrelaçadas entre si por laços de
família, enquanto o povo português e os povos das colónias
viviam na mais horrenda miséria e falta de liberdade.
Assim, Portugal saiu do isolamento diplomático
internacional em que se encontrava, abrindo
caminho a uma política de paz, cooperação e amizade com todos os povos do mundo.
Com a guerra colonial durante cerca de 14 anos, foram sacrificadas milhares de vidas de jovens e centenas de milhares
fugiram do país. Reinava a discriminação das mulheres e dos
jovens, a fome crónica e a subalimentação de grande parte do
povo e, o obscurantismo e o analfabetismo eram lei. A sociedade portuguesa encontrava-se profundamente degradada e desmoralizada.
A ditadura fascista em Portugal colaborou com o Franquismo,
com a Alemanha nazi e a Itália fascista. Era um regime dominado pela tónica do anti-comunismo e um fiel aliado do imperialismo.
O 25 de Abril restaurou as liberdades. Restaurou a liberdade
sindical, o direito ao contrato colectivo de trabalho, à greve,
ao controlo operário de gestão e à colaboração na elaboração
da legislação laboral. Este marco histórico trouxe outras con-
As últimas semanas em Portugal
As demissões de Vítor Gaspar e a “demissão
irrevogável” de Paulo Portas
O mês de julho foi marcado por um panorama negro para Portugal que começou com
as demissões de Vítor Gaspar de Ministro
de Estado e das Finanças, no dia 1 de julho,
e de Paulo Portas de Ministro dos Negócios
Estrangeiros, no dia seguinte. Este último desencadeou uma verdadeira crise política em
Portugal.
Numa carta, Vítor Gaspar explicou que
pediu para sair do Governo pela primeira vez
há oito meses. O ex-ministro diz que a falta
de “mandato claro” para concluir atempadamente a sétima avaliação da ‘troika’ não lhe
permitia continuar no cargo. A Presidência
da República confirmou a demissão de Gaspar e anunciou a substituição por Maria Luís
Albuquerque, então secretária de Estado do
Tesouro.
O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, anunciou a sua demissão por discordar da escolha de Maria Luís
Albuquerque, “por esta significar uma continuidade das políticas”.
Numa declaração ao país, Pedro Passos
Coelho, afirmou que não aceitou a demissão
A partir do golpe de 25 de Novembro de 1975,
a “reacção interna” apoiada pela “reacção internacional” tem destruído grandes conquistas dessa
Revolução pacífica onde durante algum tempo “...o
povo era quem mais ordenava” para citar um verso
“adaptado” da canção Grândola Vila Morena.
Hoje somos um protectorado da troika externa (FMI / UE /
BCE) com o seu aliado interno, a troika nacional dos três partidos que assinaram o Memorando de Entendimento: o PS, o
PSD e o CDS-PP. O povo continua a luta e ainda a 27 de Junho
recente a greve geral paralisou o país a mais de 90 %.
Só pela luta contínua, organizada e perseverante se conseguirão travar as injustiças que se estão a fazer em Portugal.
Vastas camadas sociais vêem hoje postos em causa muitos dos
seus direitos. Há que sair da crise de austeridade em que o país
mergulhou e que paga juros agiotas para refinanciar a economia,
uma economia em que sucessivos activos do Estado vão sendo
privatizados, alienados ao capital estrangeiro e os passivos são
sempre socializados para que os lucros dos bancos e banqueiros
aumentem.
A OPINIÃO DE:
MANUEL CORREIA DA SILVA
A CREDIBILIDADE – O ÚNICO BEM
QUE SÓ DEPENDE DO PRÓPRIO!
de Paulo Portas. Assim, Paulo Portas foi mandatado para reunir com o líder do PSD, Passos
Coelho, para que encontrassem “uma solução
viável para a governação em Portugal”. Na
sequência destes acontecimentos, Paulo Portas continuou no Governo, agora como vicePrimeiro-Ministro, com responsabilidades na
coordenação económica, reforma do Estado e
contacto com a “troika” e, Maria Luís Albuquerque mantém-se ministra das Finanças.
Terminou o prazo de
apresentação das candidaturas às eleições
autárquicas. Muitos
candidatos já foram
Presidentes de Câmara e
não se podem candidatar, pois a lei 46/2005,
de 29 de Agosto, não o
permite, assim pensávamos. Foi essa a intenção da maioria que aprovou a Lei na Assembleia da República. Todos
sabem, até o analfabeto!
Como a credibilidade é o que menos importa
para muitos daqueles que gostam de ver as
suas imagens na comunicação social, tudo fizeram para se candidatarem a outras câmaras.
Encontraram a diferença entre o “de” e o
“da”, entupiram os Tribunais com processos,
fizeram os Tribunais atrasarem outros processos, talvez importantes para os cidadãos ou as
empresas em Portugal, para brincarem ao “de”
e ao “da”.
Segundo a lei 46/2005 são três o número
limite de mandatos que o presidente de câmara
pode exercer, se no tempo forem consecutivos,
isto é, todos seguidos, sucessivos, sem interpolações.
Não importa se é Presidente na Câmara A ou
na B, mas sim se foi, por três vezes três vezes,
sucessivas e sem interpolações, Presidente de
Câmara.
Vejamos o seguinte paralelo: um aluno
poder-se-á matricular durante os três anos do
seu Bacharelato em Direito em uma, duas ou
três universidades públicas. Sendo que relevante para o curriculum é a conclusão do
curso, preste ele as provas em uma, duas ou
três universidades. Mas uma vez concluído, já
não poderá voltar a inscrever-se no 1º ano.
Entristece-me ver com que à-vontade tudo
se faz e já não me surpreende que o número
daqueles que investem uma hora do seu tempo
para se dirigirem às urnas esteja em queda
livre. Desistiram de acreditar…..
Qualquer pessoa, desde o cidadão comum
ao detentor de cargo público, só tem um bem
que depende de si mesmo: a sua credibilidade.
Este comportamento, esta brincadeira, a “violação” da Lei 46/2005, em nada favorece um
Estado e a credibilidade das sua Instituições,
mas fomenta a desconfiança nos servidores do
Estado.
EMPOSSADOS [NOVOS] MINISTROS
O Presidente da República, Cavaco Silva, conferiu posse aos novos Ministros, em cerimónia realizada no Palácio de Belém.
Paulo Portas
Rui Machete
António Pires de Lima
Vice-Primeiro-Ministro
Ministro de Estado e dos
Negócios Estrangeiros
Ministro da Economia
Jorge Moreira da Silva
Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e
Energia
Pedro Mota Soares
Ministro da Solidariedade,
Emprego e Segurança Social
5
Correio Luso, N° 1
Agosto 2013
Alfredo Stoffel, Conselheiro CCP
Entrevista exclusiva:
Alfredo Stoffel: “Há no entanto uma verdade
que não podemos ignorar: o Secretário de Estado
das Comunidades Portuguesas quase que se nega
a encontrar-se connosco”.
Entrevistámos Alfredo Stoffel, membro do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), sobre
algumas questões relativas a este órgão consultivo
do Governo para as políticas relativas à Emigração
e às Comunidades Portuguesas.
Na Alemanha, a secção local do CCP é constituída pelos Conselheiros Alfredo Cardoso, José
Eduardo, Piedade Frias, Fernando Genro e Alfredo
Stoffel (AS), eleitos pela Comunidade Portuguesa,
com funções e áreas de atividade definidas de
comum acordo.
1: Portal Comunidade Alemanha: As eleições
para o CCP deviam ter decorrido em 2012. Estamos em Junho de 2013 e as mesmas nao tiveram
lugar. Pode explicar porquê?
AS: Porque quem tem a competência para o fazer não o fez.
Aqui neste caso deveria ser o responsável pela tutela (Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE)/Secretaria de Estado das
Comunidades Portuguesas (SECP) ou o CP do CCP a convocar
eleições; sabe que em Portugal se fazem muitas coisas em “cima
do joelho” e esta é mais uma dessas situações.
Permita-me no entanto dizer que antes de convocar novas
eleições deveria estar aprovada uma nova lei para o CCP. A
actual lei é uma lei com muitas lacunas, não está virada para o
encontro com as comunidades, mas sim para uma “estrutura de
cúpula”, onde só está previsto o encontro com os diplomatas,
com os deputados da Assembleia da República (AR), com os
técnicos da embaixada ou dos consulados-gerais. A comunidade
não está vista nem achada nesta na actual lei; um enorme erro
que na altura já foi discutido com alguma controvérsia, mas que
o anterior governo pura e simplesmente ignorou. O Secretário
de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP) apresentou ao
CP-CCP algumas propostas de alteração à actual lei, um pouco
idêntica à penúltima, com Conselhos Regionais e Conselhos de
País. Considero um CCP com uma estrutura do tipo Conselho de
País, Conselho Regional e Conselho Permanente mais próximo
das comunidades.
A actual lei tem que ser revista com o fim de alterar a estrutura
do CCP e também com o fim de lhe dar uma autonomia financeira, coisa que neste momento não existe.
2: Portal Comunidade Alemanha: O facto de estas eleições
não se terem realizado, prejudica a comunidade Portuguesa?
AS: Em parte sim, motivado pela própria lei. Considerando
que actualmente não estão previstos contactos regulares com a
comunidade, a lei actual é por si mesma a causa que prejudica
a comunidade, não a actividade dos conselheiros. Por isso acho
que se deve exigir ao SECP a alteração da actual lei e depois de
imediato novas eleições. Exigir eleições para um novo CCP debaixo do regime jurídico actual não faz sentido poque sabemos
que não funciona.
Neste momento o CCP está ainda em funções, mesmo que o
SECP se esqueça que ele existe... ou algumas pessoas o queiram
dar como morto...
3: Portal Comunidade Alemanha: José Cesário chegou a admitir a possibilidade de reduzir a composição do número de elementos do CCP. Qual é a sua opinião sobre esta matéria?
AS: Penso que o número só é discutível a partir do momento
em que se sabe a chave de distribuição por continente e por país.
Mais importante que o número é a própria qualidade dos Conselheiros. Querem estes na verdade defender os interesses das
comunidades que os elegeram e fazer do CCP um polo reivin-
dicativo para as Comunidades ou querem só o “estatuto e mais
tarde receber uma comenda”? Acho muito importante que o
Conselheiro tenha um espírito crítico e que, mesmo “remando
contra a maré” tenha a capacidade e a postura para dizer quando
as coisas estão bem ou mal feitas.
4: Portal Comunidade Alemanha: Podemos afirmar que o governo está “de costas viradas” para o CCP, mas o CCP parece
também estar de costas viradas para a Comunidade. Refiro-me
por exemplo às permanências consulares. O governo fechou
Consulados e anunciou as permanências consulares como sendo
a grande solução. Passados poucos meses acabou praticamente
com as mesmas e já poucas se realizam. O CCP ficou calado,
como tem estado nos últimos anos. Pode explicar este silêncio?
AS: Não é assim tão linear como diz. Vamos falar da Alemanha que é neste momento o que mais nos interessa. Nós
estivemos envolvidos na luta pela manutenção dos Vice-Consulados de Frankfurt am Main e de Osnabrück; estive em Portugal quando a petição foi entregue na AR. Fui muito crítico
em relação ao encerramento dos Vice-Consulados e em relação
a Osnabrück mantive contactos com responsáveis da Câmara
de Osnabrück com a finalidade destes viabilizarem um espaço
para uma estrutura da diplomacia portuguesa. Informei o SECP,
o Embaixador e o Cônsul-Geral; mas a decisão de encerrar já
estava tomada...
Com respeito às Permanências Consulares temos que reconhecer que são uma mais valia para a Comunidade, mas também
aqui questionamos o seu financiamento e a sobrecarga de trabalho para os funcionários dos Consulados–Gerais; também nesta
matéria fomos críticos classificando por vezes as permanências
como uma “maçã podre” oferecida pelo SECP.
Deixe-nos falar do Ensino de Português no Estrangeiro (EPE)
e do envolvimento dos Conselheiros na matéria do ensino, a
Língua Portuguesa como língua identitária e contra a propina.
Também sobre esta matéria foi entregue uma petição na AR
(em 28 de Maio). Esta petição, com aproximadamente 4400 assinaturas foi aceite e tem o número 266/XII/2ª.
Sobre os temas referidos há documentação escrita, há tomadas
de posição e há um contacto estreito da nossa parte com outras
estruturas saídas do seio da comunidade.
Às vezes os jornais que circulam na emigração não mencionam estas actividades do CCP; talvez por lapso ou talvez por
acharem que estes temas não têm valor jornalístico (por exemplo: sobre a petição contra a propina ninguém deu notícia! Será
que não é um tema importante?).
Portanto deixe-me dizer: O CCP não está de costas para a
Comunidade, muito pelo contrário – nós fazemos trabalho, com
mais ou menos projecção, mas não nos pomos em bicos de pés,
“vaidosos e cacarejando” dizendo o que fizemos. Talvez seja
por isso que agora há muito boa gente a aconselhar
a nossa demissão ou a insistir para que estejamos
calados e sem opinião; essas pessoas só falam para
não estarem caladas, para desprestigiar ou caluniar; portanto para quê dar ouvidos?
5: Portal Comunidade Alemanha: O CCP é um
órgão de consulta do governo. Pode-nos dizer se o
atual governo alguma vez consultou o CCP e, caso
afirmativo, sobre que assunto(s)?
AS: Não, não houve uma consulta directa! Mas
nós falamos com o SECP e com as pessoas com
quem mantivemos contactos sobre aquilo que
nos interessava, independentemente se eles nos
questionavam ou não. No MNE / na AR / nas
Comissões da AR / no IC demos a nossa opinião,
mesmo quando nada nos perguntavam, mas nós
tínhamos as nossas coisas para dizer... Os principais temas foram o EPE, a rede consular, o associativismo e a participação cívica.
6: Portal Comunidade Alemanha: Há quem defenda que a existência do CCP já não se justifica
por “Deixar de ser um incómodo ao poder e um
órgão de emigração tem de ser incómodo”. Como
interpreta esta afirmação de José Machado?
AS: É a opinião de uma pessoa que foi do CCP
e teve um lugar de destaque; teve o seu tempo e a
sua vivência o resto ou qualquer coisa que se diga
é só para levantar polémica.
7: Portal Comunidade Alemanha: O Secretário de Estado Dr.
José Cesário já viajou aproximadamente 80 vezes em apenas
19 meses. Deslocou-se recentemente à Alemanha para entregar
uma dúzia de livros a uma coletividade, enquanto os Consulados
cancelaram ou diminuíram o número das presenças consulares.
O CCP nada diz. O que diz o conselheiro Alfredo Stoffel?
AS: O CCP nada diz? Acho que é um erro de interpretação!
Que o SECP venha à Alemanha e ande a fazer de caixeiro viajante, isso é mais um polimento de imagem do que outra coisa;
se ele se sente bem nessa qualidade, então que assim seja. Há no
entanto uma verdade que não podemos ignorar: o SECP quase
que se nega a encontrar-se connosco; ou sabemos da visita dele
em cima da hora sendo impossível agendar um encontro, ou só
sabemos da passagem dele pela Alemanha depois de ele se ter
ido embora (como no caso da visita à colectividade).
Agora com seriedade! Avisamos com muita antecedência
para a problemática das permanências consulares. Abordamos
o tema pelo lado humano e pelo lado financeiro. Assim que as
permanências consulares foram anunciadas levantou-se logo a
questão dos recursos humanos e do próprio financiamento das
mesmas. Na altura fui bastante criticado, mas também houve
quem nos bastidores me tenha dado razão. As permanências
consulares foram um cavalo de batalha do MNE e do SECP;
é mais uma tentativa para ir ao encontro da Comunidade (que,
deixe-me dizer, é uma coisa positiva) sem no entanto alguém ter
a noção dos recursos humanos e das despesas que isso iria acarretar. A relação receita-despesa que deveria ter sido feita não foi
tida em conta e por isso a diminuição das mesmas.
8: Portal Comunidade Alemanha: Os membros do CCP pouco
ou nada têm feito para se fazerem ouvir, o governo usa e abusa
do poder. Entende que faz sentido manter o CCP? Caso afirmativo vai voltar a candidatar-se?
AS: Acho que sobre a primeira parte da pergunta já foi falado
o suficiente. Sobre a segunda: Manter o CCP?
Sim, acho que sim, mas de uma forma diferente. A estrutura
deve ser de País e de Região. Mais importante são as afinidaddes
culturais e linguísticas. O CCP é uma mais valia para a comunidade e por isso ela se devia rever nesse punhado de homens e
mulheres que de uma forma altruísta defendem interesses dessa
mesma comunidade.
Voltar a candidatar-me? Sim, caso a lei seja alterada, o CCP
tenha autonomia financeira e os Conselheiros possam também
reunir com as Comunidades e não terem só por interlocutores os
diplomatas ou deputados.
Segundo o regime da actual lei: Não
(Portal Comunidade Alemanha)
O exercício de voto
O exercício de voto é uma das características fundamentais do regime democrático. Com efeito,
no ato de votar exprime-se a soberania do povo, como pretende a democracia, e concretiza-se a
igualdade entre todos os cidadãos, porquanto todos os votos têm exatamente o mesmo valor.
Nem o voto do letrado vale mais do que o do analfabeto, nem o voto do rico vale mais do que
o do pobre.
Além disso, a votação é um ato livre, responsável
e secreto. Cada um vota individualmente. E, se o
faz obedecendo unicamente ao imperativo da sua
consciência, pratica um ato nobre, não só isento de
qualquer censura legal mas também digno de respeito e admiração.
Pois dessa forma o votante está a assumir uma
quota-parte da responsabilidade que lhe cabe na organização da sociedade e na definição dos valores
subjacentes às decisões politicas que devem ser
implementadas pelos órgãos de soberania.
Manuel Correia da Silva
Os pontos de vista políticos das Comunidades Portuguesas deverão ser defendidos com um elevado grau de responsabilidade por todos os cidadãos
de nacionalidade portuguesa residentes na Alemanha.
Abster-se de votar equivale à omissão de um grave dever de participação. E como poderemos
reivindicar direitos se nos abstivermos de cumprir os nossos deveres?
A Comunidade Portuguesa da Alemanha tem de tomar consciência de que a participação nos
processos de decisão em matéria de comunidades portuguesas residentes no estrangeiro é uma
responsabilidade sua.
Por isso, nas próximas eleições ninguém, por leviandade, se deve abster de votar. No exercício
da cidadania que a democracia consagra, o voto é estruturante e fundamental. Não votar é a rejeição do sistema democrático.
Se ainda não está inscrito nos cadernos de Recenseamento Eleitoral deverá dirigir-se ao seu
Consulado!l É gratuito e rápido. O boletim de voto ser-lhe-á enviado por via postal!
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Correio Luso, N° 1
Agosto 2013
À convesa com…
Neusa Sobrinho
Amtsfeld
Tivemos o prazer de ter um diálogo interessante e frutífero com Neusa
Sobrinho Amtsfeld.
Correio Luso (CL): Fale-nos um pouco
sobre si.
Neusa Amtsfeld (NA): Nasci em Murça,
a minha mãe é brasileira e o meu pai é
português. Fui casada com um alemão.
Casámos no Porto e foi ele o motivo
de eu vir para a Alemanha. Tenho dois
filhos: Dennis e Kyria. Presentemente
trabalho na Mannheimer Abendakademie
como docente para português do Brasil,
Francês e Alemão como língua estrangeira. Trabalho também na Agência de
Interpretação e Tradução Azazi como
tradutora simultânea em Espanhol,
Francês, Alemão e Português. Fiquei apenas com projetos que necessitem de mim
como intérprete/assistente.
CL: Em que altura da sua vida
começou a libertar a sua veia artística?
NA: Não sei bem quando foi. Em casa
dos meus avós eu sonhava com um
mundo que era para lá do que se me
estendia quando me aproximava duma
janela; simplesmente, porque a minha
avó me lia contos da mitologia, e muitas
e muitas histórias sobre deuses e heróis.
Enquanto a minha avó me contava
histórias, eu ia rodando um filme no ecrã
da minha imaginação e, por mais curiosa que fosse, eu gostava muito de estar
sozinha. Preferia os adultos a crianças,
não gostava de brincar com elas, mas
gostava sim de um José e de uma Maria,
gente muito humilde, cujo coração batia
em uníssono com a natureza. Foi com
eles que aprendi a comtemplar a grandeza da vida, a glória da luz, a serenidade
das montanhas de Trás-os-Montes, que
ao pôr-do-sol, quer fosse no nevoeiro da
aurora, ou na escuridão da noite, nada
me faziam recear. Eu sabia que tinha os
anjos comigo. Foi assim que surgiu a
minha afinidade com os anjos. Mais tarde,
uma irmã do meu pai, que era professora
primária, levava-me com ela por temporadas para uma escola onde dava aulas
numa aldeia. Eu adorava sentar-me numa
carteira e, como não tinha que aprender,
a minha tia dizia para eu desenhar, e eu
desenhava, mas sei que ainda não tinha
cinco anos e já lia muito bem e eu queria
curiosamente ler o que a minha mãe lia
pois a minha avó sempre lhe dizia para
acabar com tais leituras... Foi assim, creio
eu que se iniciou a minha “carreira” como
pintora. Todavia, devo dizer que sempre
senti em mim duas pessoas: a pintora que
sou e o eu que eu preciso ser. Quando
pinto, sinto-me a mergulhar cada vez
mais no profundo mar de cristal, onde
pertenço inteiramente, onde esqueço o
mundo inteiro, vivendo durante o tempo
que pinto a minha vida bela e maravilhosa. Deixo-me coroar de cores, são as
minhas rosas sem espinhos. Porque são
muitos os que tenho, e, ainda escondidos,
bastante agudos na outra Neusa que sou…
uma criação sua, o que sente?
NA: É sempre difícil separar-me de uma
obra, se bem que me custa mais separar-me de umas do que de outras… Nem
sempre custa quando se sabe quem as
“adotou”, porque essa pessoa que se interessa, gosta dela. Eu penso que estão em
CL: Quais são os tipos de sentimentos
boas mãos. Muitas pessoas falam-me das
que a invadem quando cria uma obra?
obras, escrevem-me (tenho cartas maraNA: São muitos os sentimentos que me
invadem. Sobretudo os da minha infância. vilhosas!) e dizem-me onde estão colocadas. Fico feliz e penso que foi bom deixáA pintura leva-me sempre a esse lugar
las ir, não tenho o direito de guardá-las
perpétuo, aos serões dos longos invernos,
todas para mim. Numa exposição em
às férias de Verão, a dois tios, irmãos da
Kaiserslautern, na Fruchthalle, houve três
minha mãe que eram professores num
pessoas que, sem se conhecerem, queliceu em Malange (Angola). Eles falariam comprar o mesmo quadro. Fiquei
vam de África, do navio em que vinham
tão surpreendida que perguntei como
e onde paravam, sobretudo falavam de
era possível? Porque todos queríamos
“Las Palmas” e faziam-me sonhar. Um
o mesmo quadro, então chegamos a um
dia, trouxeram-me uma linda boneca
acordo de o pagarmos pelos três e um
quer era uma atração para todas as outras
tempo limitado fica com cada um de nós.
crianças, que me invejavam, e eu invejaCurioso, não é?!... Curioso foi também
va-as ainda mais por terem uma boneca
que a minha filha, de cinco anos na época
de trapos, achava-as ainda mais lindas do
chorou ao saber que eu tinha vendido esse
que a minha que abria e fechava os olhos
quadro, ela própria intitulou-o de “Jardim
e dizia “papá e mamã”… foi assim que
surgiram as minhas bailarinas que fiz para Mágico” (escrevi sobre esse quadro, aliás
inicia os temas do livro-catálogo que em
uma instalação no museu de Lamego.
breve gostaria de publicar). Teria muitas
histórias para contar sobre a minha pinCL: Há fatores que a influenciam e a
tura. Vendi os últimos três quadros a um
levam a criar as suas obras de arte?
português que mora na Alemanha e ainda
NA: Não tenho fatores precisos que me
há pouco tempo enviou-me 30 euros para
levam a pintar: nem sempre consigo
a minha conta para eu comprar um ramo
pintar; há que sentir essa vontade que se
de flores pela alegria que ele sente ao
manifesta; a maioria das vezes que pinto
ver os meus
é precisamente,
quadros… Um
quando estou
Recordo-me como se fosse hoje,
outro casal
triste ou me
comprou-me
sinto revoltada quando revelei aos meus pais que
cinco quadros
contra algo que queria ser pintora... Meu pai, quase
mais de 25
é injusto, me
lhe deu um ataque cardíaco... “Não há
anos, mas ainda
magoa, ou por
causa de gente tens suficiente loucura, queres com- hoje me escrevem e no Natal
que molesta a
pletá-la”, respondeu
me enviam
humanidade.
sempre um preSão muitas
sente. Há uma relação de carinho entre as
e muitas coisas que se comunicam no
pessoas e eu, que se sentem na obrigação
inconsciente do meu ser, uma espécie de
de me falarem dos meus “filhinhos”...
perceção que domina e define o que vejo
e o que sinto. A pintura, quando é verdadeira paixão comunica-se num sentimento CL: Quando realizou a sua primeira
exposição?
singular de exaltação e paz, afasta, ainda
NA: A primeira exposição que fiz, foi
que seja por momentos, todos os males
em Itália, em Messina, no atelier de
que até ali me cercaram e à minha volta
um grande Mestre com quem aprendi,
tudo se torna amistoso. É algo de sensaSalvatore Grego, e para quem trabalhei
cional e prodigioso que transborda da
durante 6 meses. A ele agradeço o meu
alma e se modela na tela, como se fosse
desenvolvimento individual, não obstante
um território, sem geografia nem tempo,
de ele exigir que pintássemos o que ele
onde os meus olhos não se cansam de
queria, mas depois das tarefas cumprio ver... Talvez seja a única maneira de
das, eu e outros estudantes podíamos
agarrar o tempo que se escapa e de assim
usar os materiais dele e no fim dos 6
defender a minha liberdade que é tão
meses expusemos, todos juntos, as nossas
única nas suas cores e nas suas formas.
Todavia, não me importa o resultado, nem criações. Também trabalhei com outros
grandes professores: Michel Delreux e
se vou agradar ou não... Para mim conta
Nordis Veasquez. Mais tarde vim a traapenas o momento fugitivo que fica detibalhar no grande museu Anton Panov na
do na tela.
Macedônia a convite da Bolsa da Cultura.
Aí conheci outros grandes artistas da
CL: Quando vende ou se “desfaz” de
a mulher que muitas vezes não tem facilidade em responder e cumprir com as
exigências que se lhe impõem...A pintora,
pode isolar-se do mundo que a molesta ou
levantar asas na leveza das suas cores.
Bulgária, Sérvia e de outros países que
ainda visito para trocar ideias com esses
grandes artistas, entre os quais Pavel
Vasilev, escultor e a dramaturga, pintora e
escritora Zoya Mineva.
CL: Tem vindo a realizar muitas
exposições?
NA: Sim, tenho vindo a realizar muitas
exposições.
CL: Qual é o feedback que tem das suas
exposições?
NA: Depende das exposições, como e por
quem são organizadas, mas de um modo
geral tenho tido boas impressões e houve
sempre uma boa ressonância das minhas
criações.
CL: Se lhe perguntássemos quais são
os votos que faz para a Comunidade
Portuguesa, o que diria?
NA: Como mulher interessa-me tudo,
costumo aprofundar o que se costuma
dizer problemas, porque gostaria de ajudar, mas muitas vezes não é possível lidar
com tanta ignorância que me afasta ao ver
que a maioria das pessoas nem sequer têm
opinião e exageram no modo de agirem
em cortesia afetada e negligenciam o
essencial. Doí-me ver que o homem ainda
vive numa teia de convenções, de preconceitos: o povo português tem muitos
complexos, vive numa utopia que agonia
e limita. Somos o que somos, ou melhor
dizendo, o que se é, significa descobrir-nos a nós próprios para que se possa
amar a vida. A vida para mim, com todas
as dores, tragédias, emoções ou alegrias,
é bela, fascina-me e amo-a. Faria tudo
para partilhar esta maneira de sentir. No
fundo tudo espera que a vida lhe traga o
que nem sequer sabem procurar. Para que
uma ideia seja realizada tem de se lhe ir
ao encontro, há que criar um ambiente
que motive e emocione os corações para
que batam com a razão de existirem.
CL: O que pensa da política para as
Comunidades? Pensa que deveria
haver mais apoios? Quais?
NA: É óbvio que as Comunidades precisam de apoio e o melhor seria que as
pessoas se unissem e não se limitassem
apenas a falar. Vivemos num período de
incertezas, como se estivéssemos num
túnel escuro, incapazes de comunicar uns
com os outros. Só sabemos criticar, de
forma pouco ou nada construtiva. Se um
ou outro sugere pontos de “realidades”,
hipóteses mais maduras têm inveja em
vez de colaborarem na sua força que
poderia ser orientadora! Mas infelizmente
desprezam-na. O nosso país é muito
condicionado, isto é, está minado de pessoas que são veemente parvas e que estão
presas a emoções infantis e imoderadas.
Correio Luso, N° 1
7
Agosto 2013
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Correio Luso, N° 1
Agosto 2013
A perda de diplomados
portugueses
Portugal e a perda de jovens investigadores com imenso potencial
Paulo Pisco, o deputado eleito pelo
círculo eleitoral da Europa, num artigo da sua autoria publicado no jornal
“Público”, manifestou a sua preocupação no que concerne a forma acelerada como Portugal está a perder
diplomados com altas qualificações,
investigadores em domínios avançados ou profissionais especializados
que representam uma grande perda
para o país. Paulo Pisco afirma que
segundo diversos estudos há um
número demasiado elevado de universitários que quer deixar Portugal
após terminarem a faculdade porque
não veem perspetivas de emprego
nem de uma carreira compatível com
as suas expectativas e muitos dos
que já trabalham não hesitariam em
sair se tivessem uma oportunidade
no estrangeiro. Assim, declara que,
muitos dos nossos diplomados têm
emigrado às cegas acabando por ter
de se sujeitar a fazer trabalhos indiferenciados em vários países o que
é uma grande frustração pessoal e
uma perda lamentável de recursos
humanos e de qualificações.
Mas muitos diplomados e investigadores têm bem presente o desejo
de regressar mas não sabem quando
nem em que condições, porque não
existem nem são criadas as oportunidades que lhes permitem dar continuidade ao seu trabalho.
Sem esta massa crítica como é
óbvio a modernização e a competitividade do país ficam prejudicadas Os
nossos decisores políticos e económicos têm por isso de estar conscientes
deste problema e tomar as iniciativas
adequadas para que as empresas, a
indústria, os centros de investigação
e as universidades os integrem e
aproveitem o seu valioso potencial
designadamente através de fundos e
instrumentos europeus como o próximo programa comunitário para a
investigação e inovação.
No seu artigo Paulo Pisco informa que nesse sentido foi publicada a Resolução da Assembleia da
República n.º 91/2013 de 2 de Julho,
com recomendações apresentadas
pelo Partido Socialista aprovadas no
Parlamento precisamente para que
o Governo crie os incentivos e os
instrumentos adequados que permitam atrair para Portugal os investigadores diplomados e outros profissionais especializados para que o seu
potencial não se perca como tantas
vezes acontece.
Segundo Paulo Pisco, é absurdo
haver tantos jovens investigadores
com um imenso potencial e depois
não se fazer nada para os valorizar,
tal como não é aceitável que os seus
estágios ou bolsas sejam interrompidas ou enfraquecidas pondo em causa
o investimento feito e a continuidade
dos projetos em que estão envolvidos. Se o Estado investe milhões de
euros em bolsas para estudarem no
estrangeiro depois tem de ser consequente e arranjar forma de lhes permitir que regressem e apliquem em
Portugal a sua experiência e os seus
conhecimentos. Basta o Governo por
exemplo olhar de forma consequente
para a nossa extraordinária comunidade de estudantes e investigadores
organizados em torno da PARSUK Associação Portuguesa de Estudantes
e Investigadores no Reino Unido.
São mais de seiscentos membros
cheios de ideias e de capacidade para
inovar e transformar a nossa sociedade, muitos deles com uma vontade
clara de retribuir com o seu trabalho
o investimento que o país fez neles.
Mas estes estão inquietos porque
não veem como regressar a Portugal,
como dar continuidade ao seu trabalho nem como poderão aplicar os
conhecimentos e experiências que
adquiriram no estrangeiro.
Paulo Pisco sublinha que há inclu-
Foto: Jorge da Silva
sivamente muitos projetos brilhantes
e altamente inovadores em diversos
domínios científicos e tecnológicos
que acabam por ser abandonados por
falta de apoios ou de alternativas.
Num mundo altamente competitivo
em que a ciência e a tecnologia são
a mola propulsora do desenvolvimento seria demasiado mesquinho
perder-se este precioso capital de
conhecimento de que só nos podemos orgulhar e de que o país precisa.
Foto: kiko.de
Alfredo Stoffel, Conselheiro do CCP, afirma
que não há consciência social e política para as
Comunidades Portuguesas
Pensar que por parte de quem
nos governa existe uma consciência social e política para as
Comunidades Portuguesas é um
erro que se vai constatando à
medida que vamos trabalhando os
temas específicos das Comissões
Permanentes criadas no seio
do Conselho das Comunidades
Portuguesas (CCP). Infelizmente
a falta de uma visão estratégica sustentável, virada para as
Comunidades Portuguesas com a
finalidade de aproveitar os potenciais das mesmas é uma realidade.
Temos discursos de circunstância, isso sim, temos muitos discursos! Hoje, quem governa enaltece a diáspora; cria programas
de fachada que podem ser notícia
de jornal… e por estas azáfamas
em prol das Comunidades nos
bastidores vão-se criando as
condições para destruir a identidade Portuguesa das futuras
gerações. Isto para não falar
minuciosamente do Ensino do
Português no Estrangeiro (EPE),
como lingual de identidade. O
EPE é “um espinho na garganta” do Sr. Secretário de Estado
das Comunidades Portuguesas. A
política economicista deste governo leva o EPE ao colapso total;
ao enfarte das classes, à desmotivação e à insegurança dos
professores e dos encarregados
de educação, à falta de confiança
por parte dos “parceiros oficiais” nos países de acolhimento.
Mais tarde, quando o processo se
encontrar numa fase irreversível
haverá uma justificação para acabar com o sistema na forma como
ele existe…
Posso afirmar que nos últimos
dez anos três grandes temas abalaram a Comunidade Portuguesa
na Alemanha. O primeiro foi a
tentativa de encerramento do
Consulado em Osnabrück no
princípio da década de 2000. O
segundo foi o encerramento dos
Vice-Consulados de Frankfurt
am Main e de Osnabrück e a
integração destes em novas áreas
consulares. E o terceiro foi a
destruição sistemática da rede do
EPE e a introdução da propina.
Nesta luta por aquilo que consideramos um direito, e contra a
arrogância prepotente do “nosso”
governo, não contamos só com o
apoio da Comunidade mas também com o apoio das autoridades
locais e das instituições socias dos
países de acolhimento. A forma
prepotente, indigna e sem a mínima transparência que levou ao
encerramento do Vice-Consulado
de Portugal em Osnabrück e a
maneira como o “nosso” governo
tratou as autoridades locais deixou um rasto de indignação não
só na Comunidade Portuguesa
mas também no seio da sociedade alemã. É fundamental que
se saiba que, da discussão com os
representantes dos partidos com
assento na Câmara Municipal
saiu uma proposta viável que
viabilizava a permanência da
representação diplomática em
Osnabrück. Mas, lamentavelmente, as “nossas autoridades”
nem se dignaram a estudar a
proposta…
Infelizmente não é só o governo que não dá resposta! A
17 de Fevereiro de 2009 enviei
uma carta a D. José Policarpo,
na altura o Cardeal Patriarca de
Lisboa, tentando sensibilizar a
hierarquia da igreja em Portugal
para um problema que há anos
está por resolver: a existência
de um padre português ou com
conhecimentos de português para
as Comunidades de Bremen,
Bremerhaven e Cuxhaven. Nestas
localidades existem aproximadamente 5000 pessoas (muitas
delas crianças e jovens) que até à
altura tinham sido unidas e coesas, pois a igreja e o seu pároco
fizeram um bom trabalho dando
o apoio espiritual necessário. A
igreja era o lugar de encontro e
de convívio para todos. Muito
deste trabalho está em vias de
desaparecer, a Comunidade está
a desmembrar-se; o processo de
integração está a tornar-se numa
assimilação o que descaracteriza
e faz com que se perca a identidade cultural. Até agora tem-se
argumentado que é para bem das
comunidades migrantes e para
fomentar a integração. Não haja
dúvidas de que somos todos a
favor de um processo integrativo
com base na diversidade e identidade cultural de cada um.
Só com um fundamento sólido
de valores e cultura que nos foi e
deverá continuar a ser transmitido poderemos enfrentar o futuro
na diáspora, pois a língua, a cultura e os valores são os elos mais
importantes para a vivência e
convivência pacífica e enriquecedora entre as diversas comunidades migrantes.
9
Correio Luso, N° 1
Agosto 2013
Salvação Nacional
Dados recentes
relativos ao crescimento económico
Os dias de negociações cujo resultado não foi o desena Europa
jado por Cavaco Silva
Dados recentes quebram o ciclo negativo do último ano e meio, com desempenhos bastante positivos nos EUA e no
Japão.
De acordo com o Económico, os recentes
dados relativos ao crescimento económico na
Europa estão a fazer surgir um novo discurso
acerca dos movimentos mais globais e assim as
nações mais desenvolvidas poderão estar aptas
no futuro a regressar aos lugares charneira.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicava as suas projeções económicas em julho
em que se podia ler que o crescimento mundial
em termos anuais deverá melhorar de 3,1% em
2013 para 3,8% em 2014; as economias avançadas, no mesmo período, praticamente duplicarão a taxa de crescimento de 1,2% para 2,1%;
o grupo dos países emergentes manterá um crescimento de 5,4% em 2014, acima dos 5,0% de
2013; as taxas para a Zona Euro são de -0,6%
e 0,9%; o Japão tem previstas taxas de 2,0% e
1,2%; a China deverá estabilizar em crescimentos de 7,8% em 2013 e 7,7% em 2014; para a
Índia as taxas são 5,6% e 6,3%; para a Rússia
2,5% e 3,3%; e Brasil 2,5% e 3,2%; já para os
EUA estão projetadas taxas de 1,7% e 2,7%, respetivamente para 2013 e 2014. Os pressupostos
passam pela melhoria das condições financeiras,
manutenção dos estímulos económicos, implementação e conclusão de reformas estruturais,
para além da intensificação do comércio mundial.
Entretanto, o PIB na Zona Euro e na União Europeia no segundo trimestre de 2013 comparativamente ao trimestre anterior cresceu 0,3% em
volume. Embora ligeiro, este valor interrompe
18 meses de contração consecutiva e é superior
à média das previsões dos analistas (+0,2%). Segundo o Eurostat, a Alemanha e a França confirmaram crescimentos em cadeia de 0,7% e 0,5%,
respetivamente. Ainda assim, o crescimento em
cadeia global é ainda débil devido ao facto de
outras três importantes economias permanecerem no vermelho no segundo trimestre: Espanha, com uma contração de 0,1%, Itália com
uma redução de 0,2% e a Holanda, que acabou
por surpreender negativamente, com uma queda
de 0,2%. Embora com este dado em cadeia positivo, em termos homólogos o PIB na Zona Euro
e na União Europeia ainda mostram contrações
de 0,7% e 0,2%, respetivamente, dadas as assimetrias e a falta de convergência existente entre
os estados-membros.
Apesar de não se dispor de dados completos
de alguns estados, Portugal surpreendeu com o
maior crescimento em cadeia da União Europeia, +1,1%, superando expectativas que apontavam para um valor em torno de 0,5%. Em
termos homólogos, Portugal ainda regista uma
contração de 2.0%, o valor anual indicado pelo
Banco de Portugal para a globalidade de 2013.
Recorde-se que em 2012 o país verificou uma
quebra do Produto de 2,3%.
Segundo Agostinho Leal Alves, do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do
Banco BPI, para este comportamento mais positivo de abril a junho contribuíram uma evolução
menos negativa do investimento e os bons resultados das exportações. Para este último aspeto
concorreram tanto o crescimento económico
mais significativo de alguns dos nossos parceiros comerciais, assim como o esforço de diversificação das empresas portuguesas, que têm
procurado mercados alternativos aos da União
Europeia, aventurando-se para além da sua área
de conforto. Contudo, dados os constrangimentos ainda existentes na economia portuguesa é
de esperar que o crescimento nacional se mantenha frágil nos trimestres seguintes. Mas não
temos dúvidas que se se mantiver o crescimento
em cadeia do PIB ao longo dos próximos trimestres (no fundo, o surgimento de um crescimento mais sustentado), haverá um ganho de
margem na condução da política orçamental.
No passado dia 10 de julho, o Presidente da
República propôs um “compromisso de salvação nacional” entre PSD, PS e CDS que permitiria cumprir o programa de ajuda externa e
que previa eleições antecipadas a partir de junho
de 2014. Após os representantes destes partidos terem sido recebidos no Palácio de Belém,
manifestaram abertura para o diálogo. PSD, PS
e CDS-PP iniciaram as conversações e fixaram
o prazo de uma semana para “dar boa sequência aos trabalhos previstos para a procura de um
“compromisso de salvação nacional”, pedido
pelo Presidente da República. Assim, os três
partidos escolheram os líderes das delegações
Jorge Moreira da Silva (PSD), Alberto Martins
(PS) e Mota Soares (CDS-PP).
No dia 15 de julho, no final da reunião, PSD,
PS e CDS-PP dizem ter abordado “de modo
detalhado” os três pilares do acordo “de salvação nacional” proposto pelo Presidente da
República. Nesse encontro estiveram também
presentes o ministro Miguel Poiares Maduro, o
secretário de Estado Carlos Moedas e o assessor
da Presidência David Justino.
A 16 de julho, foi anunciado terem sido analisados documentos sobre a situação económicofinanceira nacional. Além das delegações
definidas inicialmente, neste encontro participou Maria Luís Albuquerque, Ministra de Estado e das Finanças.
No dia 17 de julho, o diálogo entre PSD, PS
e CDS-PP continuou com uma reunião que se
prolongou até à madrugada do dia 18. As delegações disseram que “as negociações, embora
exigentes, estão a decorrer sem intransigência e
com espírito de abertura”.
Photo: Zeit.de
A 18 de julho, em nova reunião, PSD, PS e
CDS-PP afirmaram ter aprofundado a discussão
de “documentos e contributos” apresentados
pelas respetivas delegações, com vista a um
acordo de médio prazo proposto pelo Presidente.
No dia 19 de julho, PSD, PS e CDS-PP reuniram, mais uma vez. O comunicado final registou apenas a realização do oitavo encontro e não
referiu próximas reuniões. Durante a tarde deste
dia, os líderes dos três partidos (Pedro Passos
Coelho, António José Seguro e Paulo Portas)
foram recebidos pelo Presidente da República
no Palácio de Belém, em audiências separadas.
Às vinte horas, o secretário-geral do PS fez uma
declaração ao país em que anunciou o fim do
processo de diálogo tripartido, acusando os dois
partidos da maioria de inviabilizarem o acordo
de salvação nacional.
A 21 de julho, Cavaco Silva comunicou ao
país que decidiu manter o atual Governo de
coligação em funções, sublinhando que os dois
partidos que integram a coligação devem estar
“sintonizados de forma duradoura e inequívoca”. O Presidente da República salientou que
“em democracia existem sempre soluções para
as crises políticas”, adiantando que, na ausência
do desejado acordo para um compromisso de
salvação nacional, “a melhor solução alternativa
é a continuação em funções do atual Governo,
com garantias reforçadas de coesão e solidez da
coligação partidária até ao final da legislatura”.
´SWAP´ – A PALAVRA ´2013´EM PORTUGAL!
A opinião de Manuel Correia da
Silva
AFINAL O QUE É UM SWAP?
Quantas vezes ouvem falar de SWAPs? Quantos foram os comentadores, aqueles mesmos, os
“peritos” que comentam tudo, desde politica nacional, passando pelo futebol, seguindo-se para
pareceres jurídicos complexos e por fim os tão
famosos SWAPs? São muitos, mesmo muitos,
pois já temos mais comentadores do que fazedores.
Vamos lá explicar, pois garanto não se tratar
de um engenho explosivo!
Consultado o Dicionário, o SWAP é uma
“operação que consiste num contrato entre duas
partes para troca de um valor mobiliário por
outro, por exemplo, na troca de uma taxa de juro
variável por uma taxa de juro fixa.”
A grande maioria daqueles que recorreram à
banca para comprarem o seu apartamento ou
casa na Alemanha e pediram um empréstimo,
fizeram-no recorrendo a uma taxa de juro fixa,
pois é a forma mais utilizada na Alemanha.
Pediram o montante “X” e negociaram uma
taxa de juro a pagar, a qual será fixa durante, por
exemplo, 10 anos, independentemente da taxa
de juro subir ou descer durante esses 10 anos.
Em Portugal, a grande maioria do cidadão
comum, que pede um empréstimo para compra
de habitação própria, fá-lo a uma taxa de juro
variável. Esse empréstimo é indexado à Euribor
tendo assim por base uma taxa de juro variável,
que sobe e desce consoante a variação da Euribor.
Então e se prever que os juros vão subir muito
nos próximos anos? Não seria aconselhável
fixar a taxa para travar a subida?
Então, seria possível recorrer ao banco e negociar um swap para trocar a taxa variável por
taxa fixa. O banco cota-lhe a operação e passa a
deter para além do empréstimo a taxa variável
um swap em que recebe a taxa variável e paga a
taxa fixa. (Vide gráfico abaixo)
É exatamente nisso que um contrato SWAP
resultaria: na troca de uma taxa de juro variável
por uma fixa, ou vice-versa, mantendo sempre
o empréstimo associado.
Como se entende, um SWAP não é mais do
que uma troca (!), não é nada negativo e muito
menos criminoso. Qualquer empresa privada,
qualquer multinacional, qualquer País, recorre a
estes instrumentos financeiros, tentando assim
poupar nos juros pagos pela dívida.
10
Correio Luso, N° 1
Agosto 2013
Tom Jazz
Haverá menos
-na capital paulistaalunos a aprender
Língua e Cultura Festival de Fado no Brasil traz música, exposição e
Portuguesas em gastronomia
Brasil
todo o mundo?
Haverá menos alunos
a aprender Língua e
Cultura Portuguesas em
todo o mundo?
Foi publicada em
Diário da República a
rede do Ensino de Português no Estrangeiro
(EPE) para o ano letivo
2013/2014.
Na semana passada
foi publicada em Diário
da República a rede do
EPE, que oficializa o
facto de no próximo
ano letivo haver menos
30 horários do que em
2012/2013.
O secretário de Estado das Comunidades, José
Cesário, justificou a diminuição do número de
professores com o facto de haver, em algumas zonas, uma “efetiva redução” do número
de alunos e, em outros casos, a transferência
de responsabilidades para outros países, como
acontece em Espanha, onde alguns governos autonómicos começam a assumir os encargos com
o ensino de português.
O diploma publicado na segunda-feira em
Diário da República informa que a rede de
EPE terá este ano 356 horários, completos e
incompletos, quando no ano passado a rede
contava um total de 386. No total, a rede prevê
296 horários completos e 60 horários incompletos, quando no ano passado havia 310 horários
completos e 76 incompletos.
Os países que mais professores perdem são
Espanha e França, com menos sete horários
cada, seguidos da Alemanha, com menos quatro
horários, e da Suíça, com menos três horários.
Teresa Soares, secretária-geral do Sindicato
dos Professores das Comunidades Lusíadas
(SPCL), sublinhou que a rede foi publicada demasiado tarde - no ano passado saiu em Diário
da República a 13 de julho - numa altura em
que já começaram as aulas em algumas zonas,
nomeadamente em Hamburgo. Criticou também
mais uma redução do número de professores,
que se junta aos cortes dos últimos anos.
“Basta lembrar que em 2010 éramos praticamente 600 e agora somos 356. É uma redução
muito forte para três anos”, disse. A responsável
afirmou que o sindicato fará agora “o trabalho
do costume: denunciar a extinção do EPE, que
está a acontecer cada vez mais depressa”.
Confrontado com a contestação do sindicato, José Cesário considerou tratar-se de “uma
crítica natural, de quem está a defender os interesses dos professores”, mas sublinhou que a
função do Governo é defender os interesses dos
alunos. Assim, afirmou que “A nossa preocupação é perceber onde há procura de ensino de
português e como é que nós respondemos a essa
procura. De um modo geral, a procura existente
tem resposta”, afirmou. Segundo o governante,
este ano letivo haverá cerca de 75 mil alunos,
mais 18 mil do que no ano anterior, a frequentar
as diversas modalidades do EPE.
É que a rede de professores suportada pelo
Estado português, lembrou, “tem ser analisada
conjugadamente com todos os locais onde há
cursos” de português no estrangeiro, incluindo
os de iniciativa local, que contam com alguns
apoios de Lisboa, nomeadamente o fornecimento de livros e a formação dos docentes.
A rede do Ensino de Português no Estrangeiro
(EPE) inclui cursos de português integrados nos
sistemas de ensino locais e cursos associativos
e paralelos, assegurados pelo Estado português,
em países como a Alemanha, Espanha, Andorra,
Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Reino
Unido, Suíça, África do Sul, Namíbia, Suazilândia e Zimbabué.
No corrente ano letivo, frequentaram os cursos
de Ensino de Português no Estrangeiro 57.212
alunos (56.191 em 2011/2012), distribuídos por
3.603 cursos (3.621 no ano anterior).
Sindicato culpa decisão do Governo de cobrar
uma propina anual de 100 euros
A primeira edição do Festival do
Fado no Brasil terá apresentações
de Mariza, Ana Moura e Antonio
Zambujo nos próximos dias 15 e 16
do HSBC em São Paulo e nos dias
17 e 18 na Grande Sala da Cidades
das Artes, no Rio de Janeiro. Por
iniciativa do presidente da Casa de
Portugal desta capital os sócios da
instituição tem 15% de descontos
nos ingressos cujo preços oscilam
entre R$ 80 e R$ 160 ( aproximadamente, 25 e 50 euros)
traz a culinária portuguesa com o
chef Vitor Sobral que elaborou um
cardápio típicamente lusitano. O
ingresso para o Tom Jazz custa R$
200 ( aproximadamente 70 euros),
No Tom Jazz da capital paulista com direito ao espetáculo e ao janteremos Cuca Roseta e Miguel Ca- tar, bebidas à parte.
pucho acompanhados pela brasileira
No foyer principal das duas casa
Mariana Aydar num espectáculo de espectáculos será instalada uma
que para além do Fado também exposição com peças históricas e
Eulália Moreno
originais vindas do Museu de Fado
de Portugal, sediado em Lisboa que
traz pela primeira vez ao Brasil
peças emblemáticas do Fado que
contribuíram de forma decisiva para
o estabelecimento desse gênero musical como símbolo da cultura portuguesa.
Filme de Maria de Medeiros foi exibido
a 13 de Agosto no Festival de Gramado
Dia 13 de Agosto às 19h00 foi exibido o documentário “ Repare Bem” da
cineasta portuguesa Maria de Medeiros no 41º Festival de Cinema que acontece
na cidade de Gramado, no Estado do Rio Grande do Sul .
Co-produzido por Brasil, Itália e França, o documentário de 90 minutos tem
roteiro da própria Maria de Medeiros e de Ana Petta e relata a história de
três gerações de mulheres, numa saga de sobrevivência, de coragem e de luta
por um mundo mais justo que se desenrola entre o Brasil, o Chile, a Itália e a
Holanda.
Depois de “Capitães de Abril”, seu filme sobre a Revolução dos Cravos em
Portugal, ganhador de vários prêmios internacionais, Maria de Medeiros aborda
neste documentário a questão do dever de memória através de uma história de
amor e transmissão entre pais e filhos.
Nela se destacam a figura de Encarnación, a avó resistente e autora de um fascinante diário; Denise, a mãe lutadora que defende como uma leoa sua filha; e
Eduarda, a menina europeia que se reencontra com o Brasil.
Hoje, depois de quarenta anos vividos entre a Itália e a Holanda, Denise e Eduarda receberam Anistia e Reparação do Brasil. A verdade
sobre o passado abriu assim, o caminho para um futuro mais justo.
Eulália Moreno
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ecte digna aut wisit essequisit venisis atem dolor
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do consed dolestrud ero odio do el ut nibh euguer inim iusto do duis nullum ipismolore et lut
veros ercinim augait vullametum aliquat uercinit
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Os deuses devem estar loucos?