REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
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AS TRANSFORMAÇÕES NO FORMATO DE PROGRAMAÇÃO INFANTIL: UMA
ANÁLISE DOS PROGRAMAS “XOU DA XUXA E TV GLOBINHO”1
SILVA, Jonathan Henrique da Conceição2
GONÇALVES, Julio César3
O presente trabalho é resultado de pesquisa para conclusão de curso de graduação em
Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, da Faculdade de Presidente Prudente
(FAPEPE) – no ano de 2010. A monografia recebeu o título de As transformações no formato
de programação infantil: uma análise dos programas “Xou da Xuxa e TV Globinho”, tendo
por objetivo analisar as mudanças no formato da programação infantil da rede Globo de
Televisão, com foco específico nos programas citados no título da mesma.
O autor organizou sua obra em três capítulos, nos quais discorre sobre 1. O que é
IBOPE – abordando sobre o órgão responsável por medir a audiência dos programas
televisivos; 2. A relação criança e TV, e; 3. Metodologia – apresenta a metodologia da
pesquisa e a análise dos dados.
Silva discute sobre a função e a importância do Instituto Brasileiro de Opinião Pública
(IBOPE), em atividade no Brasil desde 1942, cuja função é fornecer dados e fomentar
pesquisas relacionadas às mídias nacionais, intenções de voto, tendências ao consumo, marca
e mercado, bem como opinião pública.
As pesquisas realizadas pelo IBOPE são feitas por sistemas de amostragem
representativas da população analisada, contando com dados do censo (IBGE), e de um
Levantamento Socioeconômico (LSE) realizado pelo próprio IBOPE.
Compõem o quadro de interesses das pesquisas de audiência do IBOPE, não apenas a
televisão, como geralmente é pensado pelo senso comum, mas também os jornais impressos,
o rádio, a internet e as revistas.
No que concerne à TV, o Instituto alcança cerca de 3500 residências monitorando a
audiência dos canais assistidos por seus moradores. Os resultados divulgados pelo Instituto,
ajuda grandes redes de comunicação a descobrir o seu público alvo, perfil dos
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telespectadores, o tempo médio que o telespectador passa em frente à televisão, o índice de
afinidade e a audiência de um determinado programa, e com isso, podem realizar prospecções
e projetos de marketing mais direcionados.
A medição da audiência na televisão é feita através de um pequeno aparelho que leva o
nome de Peoplemeter, uma caixa do tamanho de um decodificador de TV a cabo e que
funciona ao ligar o aparelho de televisão. Cada morador da casa, ao ligar seu aparelho
televisor, se identifica com uma senha (através das teclas do controle remoto) que é passada
para o IBOPE, a partir daí, o pequeno espião começa a registrar todas as operações que este
indivíduo realizar diante do aparelho eletrônico.
O que determina a permanência de um programa de TV no ar é a sua audiência. A
relação entre audiência e anunciante é enorme, afinal são os grandes anúncios que trazem
dinheiro para um veículo de comunicação (a TV e o rádio faturam com os comercias e
merchandising, os sites da Internet vendem seus espaços).
Quanto maior a exposição de um programa, maior será o valor do merchandising.
Silva apresenta dados fornecidos pela TV Fronteira (Emissora de TV filiada a Rede Globo de
televisão, sediada em Presidente Prudente, no Estado de São Paulo), na qual uma inserção
comercial de 30 segundos, sendo na abertura e encerramento de um programa pode custar
entre R$8.354,00 a R$56.602,00, variando de acordo com o programa e horário em que se vai
veicular o anuncio.
Outro ponto discutido por Silva é a inserção da televisão na rotina diária da criança,
vista como uma oportunidade de distração enquanto os pais estão fora a trabalho. Portanto,
Silva levanta a hipóteses de que a correria do dia-a-dia, fez com que as crianças buscassem na
TV algo que elas não têm em casa; a ausência dos pais é compensada pelo aparelho de TV
que está sempre à disposição.
A partir de então, é traçado um perfil histórico dos principais programas dedicados ao
público infantil, de 1955 aos dias atuais. Clube do Guri, Teatrinho Trol, Clube do Capitão
Aza, Capitão Furacão, Vila Sésamo e Sitio do Pica Pau Amarelo são programas citados na
monografia. Silva vale-se de imagens que bem ilustram a riqueza dos cenários e personagens
que compunham a programação infantil desde então.
Quanto à análise dos dados obtidos por meio de investigação em registros disponiveis
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num acervo do próprio autor da pesquisa, bem como de material colhido via internet, Silva
optou por realizar um estudo de caso comparativo. A fim de adequar o objetivo da pesquisa,
(verificar a formatação dos programas em questão), Silva define eixos temáticos sobre os
quais realiza sua análise, a saber: a) apresentadores; b) cenários e, c) atrações e audiência.
Segue a análise, de modo que Jonathan Henrique Silva pode concluir que, dentre os
diversos fatores que ajudaram nas transformações de formato de programação infantil,
destaca-se a mudança do próprio público.
Nos décadas de 80 e 90 o programa de Xuxa era totalmente infantil, enquanto a TV
Globinho é classificada como programa infanto-juvenil, ou seja, além das crianças a idéia é
atrair também a atenção dos pré-adolescentes e dos adolescentes. Desse modo, a pesquisa
sugere que o principal fator que interferiu no formato de programação infantil, foi a
dificuldade de prender a atenção de telespectadores de faixa etária heterogênea, diante de uma
atração exclusivamente infantil.
Ao analisar a audiência dos programas, revela-se que a emissora Globo apesar de
realizar transformações no formato do programa infantil exibido atualmente, não alcança com
este os mesmos índices de audiência alcançado pelo programa Xou da Xuxa, devido o
contexto sócio-histórico vivenciado pelas crianças.
1
Síntese de trabalho monográfico apresentado ao curso de Comunicação Social como requisito para a
obtenção de título de bacharel em Jornalismo pela FAPEPE.
2
Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo, pela Faculdade de Presidente Prudente – UNIESP.
3
Professor orientador. Mestrando em Educação e Especialista em Tecnologias de Informação e
Comunicação, ambos pela FCT/UNESP – Presidente Prudente.
Síntese recebida em 20 de abril de 2011.
Aprovado em 20 de junho de 2011.
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