Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque ROTAÇÃO Fı́sica Geral I (1108030) - Capı́tulo 07 I. Paulino* *UAF/CCT/UFCG - Brasil 2012.2 1 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Sumário Translação e Rotação Definições, variáveis da rotação e notação vetorial Rotação com aceleração angular constante e relações entre grandezas angulares e lineares Energia cinética de rotação Conceitos e determinação Momentum de Inércia Definição, determinação e teorema do eixo paralelo Torque Torque e 2a lei de Newton para a rotação Trabalho e Potência 2 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Translação e Rotação Pode-se entender TRANSLAÇÃO como um movimento no qual o centro de massa do sistema desloca-se de uma região para outra. A ROTAÇÃO compreende o movimento em cı́rculos como rodas, engrenagens, ponteiros de relógio, etc. VÍDEO Neste curso serão estudados apenas corpos rı́gidos girando em torno de eixos fixos. 3 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Corpo rı́gido e eixo de rotação Um CORPO RÍGIDO é um objeto que pode girar com todas as suas partes mantidas juntas e sem qualquer mudança de forma. Dizer que uma rotação se dá em torno de um EIXO FIXO, significa dizer que esse eixo não se move. 4 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Posição angular A figura ao lado mostra uma linha de referência arbitrária, perpendicular ao eixo de rotação, que se move acompanhando a rotação do corpo. A POSIÇÃO ANGULAR desta linha é o ângulo que ela faz com o eixo fixo do sistema de coordenadas. Analisando geometricamente, a posição angular pode ser escrita por: θ= s . r (1) Nesta equação, s é o comprimento do arco ao longo da circunferência entre o eixo x e a linha de referência e r é o raio do cı́rculo. O ângulo é uma grandeza adimensional que convencionalmente é atribuı́do a unidade de RADIANOS (rad). 1 volta = 360o = 2πr = 2π rad r portanto, 1 rad ∼ = 57, 3o ∼ = 0, 159 voltas . 5 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Deslocamento angular Se o corpo da figura do slide anterior variar sua posição angular de θi até θf , este sofrerá um deslocamento angular ∆θ dado por: ∆θ = θf − θi , (2) este deslocamento não vale apenas para o corpo rı́gido como um todo, mas também para todas as partı́culas no interior desse corpo, porque as distâncias se mantêm inalteradas. Por convenção, se o deslocamento angular for no sentido HORÁRIO, este será NEGATIVO. Será POSITIVO, se o deslocamento for no sentido ANTI-HORÁRIO. 6 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Velocidade angular Suponha que no tempo ti , a linha de referência do corpo esteja em θi e no tempo tf , a linha esteja em θf . A velocidade angular média do corpo no intervalo de tempo ∆t será: ωmed = θf − θ i ∆θ = . tf − ti ∆t (3) Tomando o limite em que ∆t → 0, pode-se encontrar a velocidade angular instantânea, ou seja: ∆θ dθ = . ∆t→0 ∆t dt ω = lim (4) Se for conhecido θ(t), pode-se achar a velocidade angular derivando esta função com respeito ao tempo. A unidade da velocidade angular, no SI é rad/s. A velocidade angular será positiva ou negativa dependendo do sentido da revolução. 7 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Aceleração angular Se a velocidade angular de um corpo em rotação não for constante, este corpo possui aceleração angular. Sejam ωi e ωf as velocidades angulares nos instantes ti e tf , respectivamente, assim a aceleração angular média vale: αmed = ωf − ωi ∆ω = . tf − ti ∆t (5) Da mesma forma que a velocidade angular instantânea foi definida, pode-se definir a aceleração angular instantânea, i.e., ∆ω dω = , ∆t→0 ∆t dt α = lim (6) que tem unidades de rad/s 2 no SI. 8 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Grandezas escalares como vetores A velocidade angular pode ser entendida com um vetor de módulo ω e sentido na direção paralela ao eixo de rotação conforme ilustra a figura acima. O sentido pode ser encontrado utilizando a regra da mão direita em que os dedos giram na mesma direção do movimento e o polegar aponta para o sentido do vetor. 9 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Grandezas angulares como vetores Por sua vez, a deslocamento angular só pode ser tratado com vetor para pequenos deslocamentos. Um tı́pico exemplo é mostrado na figura abaixo. Neste caso, a propriedade comutativa violada e esta propriedade é um exigência para um grandeza ser considerada vetorial. 10 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Rotação com aceleração angular constante Da mesma forma que foram deduzidas as equações lineares para o movimento de translação com aceleração constante, pode se obter um conjunto de equações similares para um modelo de aceleração angular constante. Em analogia, pode-se escrever: ω = ω0 + αt , (7) 1 θ = θ0 + ω0 t + αt 2 , 2 (8) ω 2 = ω02 + 2α∆θ , (9) que são similares às equações lineares para o movimento de translação. 11 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Relações entre grandezas angulares e lineares A deslocamento linear ao longo do arco da circunferência está relacionado com o deslocamento angular pela seguinte expressão: s = rθ . (10) Tomando a derivada do deslocamanto com relação ao tempo, pode-se achar a velocidade linear, ou seja, d(r θ) dθ ds = =r . dt dt dt v = rω . (11) A figura ao lado, no painel superior, mostra a direção da velocidade linear. 12 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Relações entre grandezas angulares e lineares A componente tangencial da aceleração pode ser calculada por: dω dv = r = rα . (12) dt dt Já a componente radial pode ser escrita por: at = ar = v2 = ω2 r . r (13) Às vezes, é conveniente relacionar o tempo total de uma volta (perı́odo T ) com as grandezas lineares e angulares, o que nos dá: T = 2πr 2π = . v ω (14) 13 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Energia cinética de rotação Um objeto girando certamente possui energia cinética associada à rotação. porém, não é possı́vel expressar essa energia cinética simplesmente por 12 mv 2 . Em vez disso, pode-se tratar o objeto com um sistemas de várias partı́culas, desta forma: 1 1 1 1 K = m1 v12 + m2 v22 + m3 v32 + · · · + mn vn2 2 2 2 2 K= n X 1 i=0 2 mi vi2 . (15) Nesta equação, a velocidade não é a mesma para todas as partı́culas do objeto. Contudo pode-se escrever: 14 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Energia cinética de rotação K= n X 1 i=0 1 mi (ωri ) = 2 2 2 n X ! mi ri2 ω2 . (16) i=0 A grandeza entre parênteses é chamada de momentum de inércia ou inércia à rotação que será denotada por: I = n X mi ri2 . (17) i=0 no SI, o momentum de inércia tem unidades de kgm2 . Desta maneira, a energia cinética de rotação pode ser escrita por 1 K = I ω2 , (18) 2 que tem um forma bastante similar à energia cinética de translação. 15 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Cálculo do momentum de inércia Sabe-se que o momentum de inércia pode ser calculado por: I = n X mi ri2 i=0 Para uma distribuição contı́nua de massa, pode-se tomar elementos de massa infinitesimais e a expressão acima pode ser transformada numa soma contı́nua, isto é, Z I = r 2 dm . (19) Resolver esta integral nem sempre pode ser possı́vel. existem métodos alternativos para calcular o momentum de inércia. Um deles é o teorema do eixo paralelo que será discutido a seguir. 16 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Teorema do eixo paralelo O teorema do eixo paralelo pode ser enunciado da seguite forma: Para um corpo de massa M que possui momentum de inércia Icm associado a um eixo que passa pelo seu centro de massa, é sempre possı́vel determinar o momentum de inércia de um eixo paralelo ao eixo que passa pelo cenntro de massa conhecendo-se apenas a distância entre esses dois eixos. Para demonstrar esse teorema, considere o esquema da figura ao lado, em que pretende-se calcular o momentum de inércia de um eixo que passa por um ponto P que é paralelo a um eixo que passa pelo centro de massa do sistema. 17 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Teorema do eixo paralelo O momentum de inércia é dado por: Z I = r 2 dm = Z h i (x − a)2 + (y − b)2 dm R R I = (xR2 + y 2 )dm R −2 2a 2 xdm+ +2b ydm + (a + b )dm O segundo e o terceiro termos do lado direito são as coordenadas x e y , respectivamente, do centro de massa multiplicadas por uma constante que são iguais a zero. 18 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Teorema do eixo paralelo Logo, Z I = R 2 dm + Z h2 dm ⇒ I = Icm + h2 M , (20) que é a forma matemática do teorema do eixo paralelo. 19 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Torque A figura acima ilustra a ação de uma força sobre um objeto qualquer aplicada num ponto P que está a uma distância r de um eixo de rotação. O TORQUE é uma grandeza fı́sica que mede a capacidade desta força em fazer o sistema girar, desta maneira o torque pode ser escrito por: τ = (r )(F sin φ) . (21) 20 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Torque Analisando a figura acima ainda pode-se escrever o torque da seguinte forma: τ = rF ⊥ , (22) τ = r ⊥F , (23) ou, a distância r é geralmente chamada de braço da alavanca. A unidade do torque no SI é N • m e jamais em joule. 21 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque 2a lei de Newton para a rotação O módulo da força que produz a aceleração do sistema em rotação na direção tangente pode ser dada por Ft = mat . O módulo do torque que atua sobre a partı́cula é dado por τ = Ft r = mat r . Agora, at = αr , substituindo na expressão acima,tem-se τ = Ft r = m(αr )r = mr 2 α . Só que mr 2 = I é o momentum de inércia em torno do eixo de rotação. 22 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque 2a lei de Newton para a rotação Sendo assim, o torque pode ser escrito por τ = Iα . Para uma situação na qual mais de uma força atua sobre o sistema, pode-se generalizar a equação acima e escrever que τres = I α . Esta expressão é uma maneira de se escrever a segunda lei de newton para um sistema girando em torno de um eixo fixo. 23 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Trabalho e Potência O teorema do trabalho e energia cinética também é válido para o movimento de rotação, desta maneira, 1 2 1 2 I ω − I ωi = W . 2 f 2 Note que, se ω = constante e o momentum de inércia não mudar, W = 0. Por outro lado, ∆K = Kf − Ki = Z (24) θf τ dθ , W = (25) θi em que é o torque (será discutido a seguir), para o caso que τ = constante, tem-se W = τ (θf − θi ) . (26) A potência instantânea do movimento pode ser dado por P= dW = τω . dt (27) 24 / 25 Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque Exercı́cios LIVRO: Fundamentos de Fı́sica AUTORES: Halliday e Resnick 8a Edição. Volume 1 - Mecânica CAPÍTULO 10 - ROTAÇÃO - Pág. 284-290. Problemas 04, 07, 16, 25, 29, 30, 39, 44, 55, 66. 25 / 25