Antonio Vicente Seraphim Pietro forte Faculdade lbero Americana Como uma das mais antigas formas de expressao cultural, 0 discurso religioso tern tomado as mais diferentes formas de manifes tacao, sem no entanto perder as caracteristicasproprias que 0 atu alizam como tal. Uma delas e 0 conceito tradicional de hierarquia, qUe pela propria etimologia remete ao governo do sagrado. Dentro desta hie rarquia hi urna divisio bisica entre urngrupo sacerdotal, ocupadO com a manutencio do principio religioso, e outros grupos com suas respectivas funcoes sUbordinadas a esta primeira. Esta divisao, propria das sociedades de base religiosa. reparte 0 saber sa~rado em urn saber reservado ao sacerdocio. e em o~ tro saber divulgavel aos demais grupos, chamados respectivamen~ de saberes esoterico e exoterico. o saber esoterico e 0 nucleo dos conhecimentos religiosos de determinado povo. guardado por aqueles com ele envolvidos. passivel de ensino e transmissao somente aqueles comprometidos com 0 seu sacerdocio. 2 urn saber composto basicamente de simbolos e ritos sagrados responsive is respectivamente pela inteleccao e acao religiosas. No entanto estes simbolos e ritos, sendo contemplados e praticados por todos os adeptos do credo respectivo, acabam por ter urnadupla interpretacio, a esoterica do sacerdocio, e a exoterica do vulgo. Os iniciados no esoterismo sacerdotal. ao exercerem a sua atividade. acabaram por optar por varios reeursos signicos para se expressar, e, dependendo da cultura em questio, 0 simbolo e 0 rito ganharam as formas de construcoes arquitetonicas, simbolos figurativos, pecas musieais, textos verbais, dancas, etc •••, estando todas estas formas de expressio subordinadas a principios logicos e canonicos, capazes de nortear suas construcoes e tornando-as eficientes quanto aos fins a serem atingidos. os quais se resumem i a presentacio das verdades religiosas, entendidas pelos iniciados e suportadas pelo vulgo. Con forme a historia teve 0 seu desenrolar, cultos antes distantes, acabaram por se aproximar ou ate Be fundir, e varios sabe res esotericos tiveram contatos entre si, nio sendo raro os indivI duos inieiados em mais de uma religiio. Isto acabou por proporeionar possiveis relacoes por parte de quem conheceu dois ou mais des tes saberes esotericos, e decorreu por parte de alguns iniciadosna busca de urn saber central. ·fruto de urna possivel religiao primordial, que funcionaria como nucleo comurn de religiosidade para todas as religioes particulares. Os saberes.esotericos e~pecificos passaram a ser entao a camada superficial de uma tradicao esoterica maior, e a divisao bipartida em esoterismo e exoterismo de urnculto particular se tornou tripartida em urnnucleo tradicional comurn, esoterismo particular e exoterismo particular. chamados respectivamente per alguns de esoterismo, mesoteri$PO e exoterismo. t fac~l perceber que 0 chamado esoterismo n. di~L.ao bipartida S8 tornou 0 ••aOterismo da tripartida, ficando 0 exoterismo em uma posiclo semelhante a ambas, e 0 esoterismo ganhando u.a dimensio central e mais abrangente. !evidente que eate conhecimento central acabou ,or modificar as expressOes das obra. simbOlicas • rituais ligaa.. a ele, a, se antes um poema, por exemplo, continha simbolos de ape~as um cuI to, poderi veicular agora simbolos de mai. de uma religiio. Em a "Teogonia" Hesiodousou apenasda religiio Gre~a,ao con trario de Dante Alighieri que em sua "Divina Comedian, alemda re= ligiio Grega, usou de elementos do Cristianismo, da Alquimia Medie val, e ate, conforme algumas teses, de Elementos Islimicos. Qualquer livro Maconico hoje em dia tera capitulos sobre Arquitetura Vitruviana, Alquimia Medieval, Astrologia Assiria, Cabala Hebraica e Teologia Crista, alem de abordar, em alguns casos, conceitos de Geometria e Musica sagradas. Os processos de comunicacio do mundo contemporaneo acabaram por colocar ao alcance de todos uma vasta serie de pUblicacoes que, se nio tratam do esoterismo nuclear, ao menos tornam conhecidos, com uma certa fidelidade, os simbolos mesotericos e suas diversas decodificacoes intra-simbolicas e relacoes inter-simbOlicas. Este fato acaba por possibilitar a alguns interessados por estes temas, urnabase teorica para uma expressio pratica, que muitas vezes ganha urnadimensao artistica se este interessado for um artista. Nosso estudo sera desenvolvido nesta direcio, limitando em primeiro lugar 0 campo dos interessados acima mencionados aos que se expressam pela atividade artistica, em segundo lugar pela arte da cancio popular brasileira, e em terceiro lugar pela poetica de Gilberto Gil, a qual trataremos de forma ilustrativa. A Cancio Reliqiosa de Gilberto Gil A partir do ano de 1981, com 0 disco "Luar", Gilberto Gil co mecou a mostrar de modo mais frequente em algumas de suas cancoes temas reladionados com as ciencias sagradas. A cancio mais importante deste trabalho e, sem duvida, "Se eu quiser falar com Deus", mas deixaremos para comenta-la mais adiante. Comecando pelas capas de alguns de seus ilbuns, iremos verificar 0 cuidado com a inscricio nelas de alguns simbolos religiosos. Na cap a de "Um Banda Um" de 1982 temos a inscricio do primei ro hexagrama do I Ching ~ que, sendo compos to de dois trigramas iguais ,representa 0 Ceu sobre 0 Ceu, ou seja, a unidade transcendental do absoluto, ou melhor dizendo,a essencia espiritual da substincia material. 0 proprio titUlo do trabalho ja e uma alusao a esta unidade a medida que faz um jogo com a palavra Umban da colocando a "Banda" entre dois "UM"S. - ==== o jogo de cores e tambem importante, pois a capa e toda verde e vermelha. 0 verde e simbolo do mundo espiritual e 0 vermelho do mundo material em algumas tradicoes, pelas relacoes do vermelho com a carne e 0 sangue, e do verde com 0» vegetais, alem das tambam relacoes de complementariedade entre as duas cores. 0 vermelho e ainda a cor da terra, que na pos~~ao horizontal, se contrapoe aos vegetais que dela emergem e, verticalmente, apontam para 0 ceu. No encarte temos uma folha verde em forma de cora~ao, 0 que,.~.al'm do simbolismo cardiaco co~ centro animico do sar humeno, una 0 ma teriel-vermelho e o.spiritual-verde no _iIo orqio, reiliirtendo as:: sim i unidede es.enciAl que hi por tris de diversidadeaparente • • U84 0 ilb\lll"Ra~a Rwnana", tra~ndo na e. 0 _lta lUll.! nose qQe t._ no centro 0 olho que tude vi, _ sl~lo 4ac uniQade divina presente na sua •• nifesta~io triadica •• Pai, Filbo • rito Santo. No encarte temos outro hexa9ramai"" , s.1\4O a Montanha sobre 0 FO'JO ~ , slmbolo da beleza • da qracioaldade i _dida que representa 0 1'0'10 que lrrOlllpedaB profundeze. de terra e, pela montanha, ilUMina a natureza cele.tial. Tanto 0 hexaqraaa quanto 0 delta luminoso remetem i sabedoria universal que tudo vi e ilUMina co- a sua preBen~a. ==.-,1- No ano sequinte, 1985, no i~ "01. DOria lfdiu Ifeon· hi O,! tro hexaqrama, aqora 0 inverso do que eneontraaos anterio~nte.Te RIOB entio jjji , 0 Foqo = soore a tlQnunha _= , .hIbolo do vI ajante, ja que 0 1"0'10 ao queimar percorre a extenaio de MOntanha.Esta insisteneia no I Chinq, 0 Livro daB Muta~ ••• i incluai ve 0 tema de alqumas ae suas compoBicoes que inslstea na acio dO tempo na promo~io de tals mudan~as, bastando reeorrer a alquns veI: sos das cancoes ·Tempo rei· e "0 eterno Deus Mu Danoa· para ~ge= ber isto. .• Q ~ ~rei ·Nao me iludo Tudo permaneceri do jeito que tem sido Transcorrendo, transformado •••.• Deus !!!:! ~ por mudanca o tempo de mudanca o sinal de mudanca o ponto da mudanca Outra das insistencias que podemos perceber busca do Loqos enquanto 0 lugar onde as oposicoes ponto do reino da essancia onde as contrariedades reneia desaparecem. Na eancao "Banda urn" 0 negro juntos: em sua obra Ii a 8e resolve., 0 do reino da apa• a loura denc;lUll Pro negro Zanzib4rbaro dancar Pri agitar 0 Baixo Leblon, o cariri Pri loura Blumeniutica dancar ••. • EDl ·metifora· 0 tu4o-na4a cabs: "Na lata do poeta tudo-nada cabe, Em ·Drio· temo. a dialetica do morrer para na.cer e germinar: amor da gente e como um grio, Oms semente de ilusio Tem que morrer pri qerminar, Plantar n'algum lugar, Ressuscitar no chio ••.• o Em ·Extra II (0 roek da segurancal. a sua posicio de nio ser ninquem e ao mesmo tempo todos lhe permite entrar semser visto em qualquer lugar: 1094 Um 4ia rico, um dia ~e, um dia no pader ua 41. chanceler, _ •• sem comer coi.nClidiude hoje _au dia de mendv,o eu entraria ~ ~ZO.•••• , ,..r.....~ ••••• S_ 0. •• "~ InfUDch •• ..-MiIlO, • rock-, 0 s~r ftU'AO e~a.o ciu Ye. OU'trora 0 ci~ • 0 InfftDo A90ra 0 saber aterno do ~nbo doa titie trocara. 0 Logoe da pOeteridade PelO 1090 4a pr08peddede ••• A vbio de _Deus nai.co por detr" festaea.. esti e. -Man thiera mende·: Notre jour .at eonsacre A un Pan universal, aoient les etoilles de mer, soient,l.s oiseaux du eiel, •• ill de suas JlRiltiplas mani- aoient les choses inanimees comma la pierre e l'ocean soient les nombreaux nommes . .4e Dieu, comme Oxala, co'" TUpan •••• o que nio deixa de ser a mesma busca do Logos essencial ae ima. dito Saindo agora urn pouco de estas consideracoes gerais, podemos partir para a artilise de algumas cancoes e ten tar localizar nelas alguns s1mbolos sagrados especificos. Vejamos a cancio .a. ·Se eu quiser ·Sa eu quis.r falar com Deus orenba 4e flear a Tenho que a"'9" a tea 'l'enhoque calar a VOl 'l'enhoque encontrar • paz 'l'enboque fo19ar os nos OOs sapatos, da gravata, dos <lesejoa, dos receios or.Rho que eaquecer a data 'l'ertbo que perder a conta 'l'enhoque ter mioa va.ias Ter a a~ e a corpo nus. Se eu qui8er falar Com Deus Tenba p ac::eitara dor Tenbo ea- comer 0 pio Oue 0 diallo _ssou '1'enhoque virar WI cio Tenho que lamber 0 chao falar com Deus·: OOs palicios, 40s castelos suntuosoa 40 -au aonho 'l'enboque me ver trlatonba 'renho que ••• achar ID8donho ! apeaar 4e WII _1 tQl8Rho Al.grar •• u coracio. . Sa au quiser falar COM Deus '1'anhoque •• aventurar Tenho qua subir aos ceus Sem cordas pra s~rar Tenho que dizer adeus Dar as c08tas, caatnhar Decidido pela eatrade que ao findar vai dar em nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, Qada, nada, nada, nada, nada, nada do que eu pensava encontrar· Dentro de um ritual iniciatico sao basicamente previstas aquilo que po4emos chamar de as tres viagens. A primeira db respeito criacio, referente a quando do se10 do ~U8 unico e univeE sal 8e sai da unidade essencial para se dirigir a aultiplic14ade subst4nc~.l a fim de se manifestar, sendo esta viagem feita por todos. I a viagem da cria,ao. Em uma segunda viagem, atraves de a um ritual iniciitico, 0 inieiado reto~na i unidade divina voltando a se fundir com 0 criador, indo do reino cia arorinCia da multi plicidade para 0 reino cia e••incis de lIIli •• de. a viaq_ da ini ciacio. Pinalmente, depois cia tusio real e conseieate eOIB a Diviridade, 0 iniciado deve retornar ao Mundo dos homens para CUMprir com seu destino, s.bendo que ~le •• ti no mundo sem ser do mundo. Uma das prerroqativas da viagem da inieiacio, que seria um percurso ascensional, i 0 pre-requisito de um percurso descencional anterior. a chamada descida aos infernos. Ssta deseida e uma especie de restauracao do equilibrio animico pela depuracio das paixoes inferiores da alma. se nos l.-brarmos de todas as obras de arte que trataram deste tema, iremosencontrar esta descida. Tanto Dante quanto Fausto tiveram de ir aos Infernos para depois subir ao Ceu para descobrirem que, paradoxalmente, medida que desciam, subiam. A subida imediata, s.m esta depuracio anterior, literalmente interditada as duas personaqen. citadas. a e Esta cancio reflete esta etapa do ritual. ele conta os proces basicos da viaqem da iniciacio. A depuracio das paixoes e de pendencias materia is i descrita passo a passo em seus versos, e descida infernal se converte em ascensao espiritual i medida que, nio esperando encontrar nada do que se pensava encontrar, encontra-se tudo despojando-se ao tinal do proprio pre-conceito do qUe seja Deus. BOS a Urna das caracteristicas do Homem Iniciado, tambim chamado de Homem Verdadeiro, i 0 equilibrio entre 0 seu lado espiritual e 0 seu lado material. Estando assim entre 0 Ceu e a Terra de forma simbOlica, por decorrencia ele deve neutralizar em si as contrariedades aparentes do mundo substancial, inclusive a dualidade e~ pirito vs materia. Sua meta sera, portanto, 0 Loqos no sentido Heraclitiano do termo: "Dando ouvidos nio a mim mas ao Loqos, e avisado eoncordar que todas as coisas sio uma". Este tema do equilibrio onde podemos ler: e explicitado no Livro do Eclesiaste, "Tudo tem a sua hora, cada empreendimento baixo do ceu: um tempo para nascer, u. tempo ~sr. IIIOrrer, WI tempo para plantar, ua tempo para arrancar o plantado, um tempo para matar, urn tempo para curar, WI tempo para destruir, UJlI tempo para edificar, um tempo para chorar, um tempo para rir, um tempo de lamentar, UBI tempo de dancar, UBI tempo para espalhar pedras, Podemos encontrar tempo em seu luqar" : em tern 0 seu tempo de- um tempo para ajunta-las um tempo para abracar, um tempo para abater-se de abracos, um tempo para procurar, um tempo para perder, um tempo para guardar urn telllpOpara joqar fora, urn tempo para ra59ar, um tempo para costurar, urn tempo pars calar, urn tempo para falar, um tempo para Amar, urn tempo para odioar, um tempo para a querra e um tempo para a paz". urn desen~olvimento diato na cancio "Cada "Preciso refrear ua pQuco meu deseJo de aju4ar. Nio vou mudar ua IIIUn40 louco 4ando 8OC08 para 0 ar. Nio po.some esquecer que a pressa i a iniMiga 4a'perfeicio Se eu ancto 0 tempo ~ • jato ao menos aptep4i a .ar 0 Ult~ a sair cto av~. Preciso me livrar 40 oficio de ter que .ar .empre ~. Dondade pode ser ua viclo. levar a luqar nenhum. Nio posso me esquecer qua 0 acoita ta~. foi usado per Jesus. Se eu ando 0 t~mpo todo aflito ao menos aprendi a dar meu grito e a carregar nha cruz. a mi- 00. QO. cada coisa em sev lugar for bom ser bolII. 00. 00. a bondade qu~40 a )ustica quando for melhor. o perdao'se for preciso perdoar. Agora dave astar chegando a hora de ir d~scansar. Pm velbo sabio na Bahia recomendou: "devagar". Nio posso me esquecer que urn dia bouve em que eu nem estava aqui Se eu ando por ai correndo ao menos eu vou aprendendo 0 jeito de nao tar mais aonde ir. 00. 00. cada tempo em seu lugar 00. 00.' a velocidade quando for bom. a saudade quando for melhor. solidao. qU.~4o a 4es+lusio cbeqar-. Alem do mais. ela ~nfoca 0 problema do equilibrio entre a misericordia e a justiea. questio presente em ~uitastradiC0e8 como nas duas colunas do tem,plo de Salomao n. "aCo~aria. e nos dois pilares da Arvore da Vida na Cabala aebraica. os quais se resolvem em ~ terceiro pil~r central cham.do de rilar 4a Conciliacao. Podemos perceber aipda a presenea de uma outra v~a da ciencia sa~rada pouco saLientaqa na modernidade, a via da aciO. De acordo com Julius tvela. tertamos duas posturas bisicas frent. a uma tradicao sagrada. 'sendo uma delas a da contemplacio. a qual recor re i med~taQao~ e a outra 4a aeio. a qual recofre a urn,comport~ mento _,,rc,+,d,pe,fa lit,' e,urn,cer.to pr,ob,lemac,rue,ial, cpl" s" -,fi,'~,,' Oil" comportamento~ ~~'Jrisbn. nP ~h.Pharata. de Jq4,a~ ~ea~u no Velho Testamento. 4- Cristo ao ex,pu~sar os mercador,s do tt.ploe 4izer que veio tr,azer a,~.pa,.4,,~,", e'4,o ~rofet.a M,ao,me,~'e,~,,' sua, ..~qer.r,~.an,ta. A_que.do do acoite ~s~4p!?Or Jesqs Ii citada U.t~f~lment. na cancao. a Alias. esta. duas vi~s ti~ em Gilberto Gil ~sos se,~lbantes. e podemos ouvir em ~o et~rno Deqs Mu danea" frases como: "0 Deus Mu danea. o eterno Deus Mu danca Talvez em paz ~u dan,a. Talvez com sua lanea?" A eancao "Cada tempo em seu lugar" e }ustamente esta busea do homem inieiado em conciliar fora e dentro de si 0 perdio e a justiea. 0 dar seu grito e 0 carregar a sua cruz. ', o estar no mundo sem ser 40 IlIUndoda ao iniciacio II.a perene condi~io de astrangeiro, termo alii. u$adopelo$ antifOs i ticoa _~_ refarirem a ai •• lIIIlOs.ftlIoa ent.ic a19ui. que n&O te., pelo-.noa ao eatar no IIltndo,luqar para onde ir. 0 Q\l4l' antes cie tudo ~ aprendizaq.m ritual que percorre tode -cada teapo e. aeu luqar-. no• 8m se tratan40 4e Gilberta Gil. nao podemos deixar de dizer a~gumaspalavra. sabre suas rela~oes com aa religi6es Afro-brasileiras. t llIUitofrequente encontrarmos cancoes suas que sio ver4adeirall ora~oes de Candolllble. Nos versos de -Requiem pri mie Menininha do Gantois- podemos ler: Ouve nossa ora~ao Escuta a demanda de cada um Manda teu dace axi. Recomenda ao santo a teu candombli. Fala com cada um, fala COlD ca4a Wa, fala com cada filho fiel. Canta pri todes nOs Derrama sabre todes a teu _1-. A funelo bisica de uma reza i a cie manter as causas celestes e espirituais em conformidade e equilibria com as suas consequincias terrestres e materiais. Cabe ao fiel, portanto, ser a inte~ mediirio deste processo, cuje eficicia e tanto maior quanto maii consciente esti aquele que a executa. - Revolt. contra 0 mundo lIOCI.rno.Lisbo., OUixote--;-nio: -- Q! ,Imbolo. ~ P.n••••nto. ciencia .agrada. Don Sio Paulo, XlJU{, G.B •• - o. fil6,of08 ~-8ocritico.. 28 ed., Li&boa, --Fundacao Calouste Gulbenkian. ItAVBN, J.E. -2 eeotiit'!e coao princlprio ~ ~ 10, Pensamento sao SOUZEHELLB, A.de -2 ..• . '~8IIO " ~ corpo hwuno. c..tnho. sio tAGlo, Pe!!