Departamento de Química APLICAÇÕES DE AUTOMAÇÃO EM LABORATÓRIOS DE QUÍMICA Aluno: Daniel Martins Silva Orientador: Tatiana Dillenburg Saint’Pierre Introdução Dentro da química, existem diversas aplicações para o desenvolvimento de um processo de automação, que podem melhorar a eficiência de processos, além de serem mais baratos que equipamentos com funções semelhantes no mercado. É possível fazer um fotômetro a partir de uma fonte de emissão, como um LED e de um detector de fótons, como um fototransmissor, dispostos em linha e, eventualmente, um suporte para isolar o sistema da luz ambiente. Um turbidímetro é outra aplicação prática da automação com baixo custo e simples de fazer, uma vez que seriam necessários apenas um sensor e um emissor em infravermelho em linha. Além disso, é possível fazer um amostrador automático, a partir de um sistema de válvulas ou dois motores de passo, com um custo substancialmente menor que o do equipamento comercial. Sensores de pressão, umidade, gases e temperatura podem também ser desenvolvidos a partir da automação. Vale ressaltar que a viabilidade da automação depende do fim do procedimento, pois os equipamentos comerciais, em geral, possuem maior precisão, logo se em processos onde se precisa de alta precisão, a automação se torna muito mais complexa. A grande gama de possibilidades para execução da automação e o baixo custo dos componentes são decorrentes da popularização do Arduino, um microcontrolador de simples uso tanto na parte eletrônica quando na computacional, que gerou uma grande demanda e, consequentemente, grande oferta de sensores, válvulas, relés e demais componentes eletrônicos [1]. Objetivos O objetivo do trabalho foi de desenvolver sistemas automatizados de diversos procedimentos comuns de laboratórios de química, tal a aquisição de espectros de absorção e de dados de turbidimetria, para mostrar sua eficiência ou simplicidade e indicar o caminho realizado para que estes sejam realizados. Metodologia Os dois principais microcontroladores do mercado são o Arduino e o Raspberry Pi, ambos são fáceis de usar na parte eletrônica, sendo necessário pouco conhecimento do assunto, porém o Raspberry Pi exige maior conhecimento de programação, possui resposta um pouco mais rápida, mas é consideravelmente mais caro que o Arduino, logo o Arduino foi a escolha empregada no método de automação. O Arduino possui uma linguagem própria baseada em C bem simples de fácil aprendizado e ainda possui bastante material próprio na internet. Existem diversas bibliotecas para Arduino para a maioria dos sensores, motores e demais componentes a venda separadamente que possam vir a necessitar de uma programação mais complicada, além de inúmeros exemplos de aplicações com o Arduino, o que permite o uso do Arduino sem grande conhecimento de computação. Acerca da parte eletrônica, a maioria dos componentes tem suas conexões com o Arduino demonstradas [1] o que permite, portanto, o conhecimento das voltagens e polaridade de cada conexão. Departamento de Química A partir do Arduino é possível receber ou enviar sinais analógicos ou digitais, para controlar sensores, relés, motores, etc. No caso do um fotômetro, é preciso enviar um comando para enviar corrente continua a um LED, usando uma porta digital, e receber seu sinal por um sensor de luminosidade, usando uma entrada analógica. No caso de um turbidímetro, o funcionamento é semelhante ao do fotômetro, mas será usado especificamente um LED infravermelho, alimentado por uma entrada digital, e um sensor de infravermelho que receberá seu sinal, usando uma entrada analógica, e pela leitura da variação desse sinal será possível definir quando a amostra começa a ficar turva. Para um sistema de autosampler por válvulas, é necessário digitar na porta serial um código referente à qual válvula deve ser acionada para que o Arduino desligue as demais válvulas e envie corrente somente a essa válvula. Nota-se que o Arduino só trabalha com correntes de 3,3 ou 5V, então para controlar o acionamento de componentes como válvulas que precisam de mais energia é preciso utilizar relés e alimentar as válvulas ou qualquer outro componente com alta demanda de corrente por uma fonte externa. No caso do autosampler, o Arduino liga e desliga os relés de cada válvula e não as válvulas em si. Deve-se ter cuidado com o uso de vários relés simultaneamente, pois eles funcionam geralmente por bobinas e a corrente reversa pode ser o suficiente para desarmar o Arduino, logo é preciso utilizar um diodo por relé, nesses casos. O Arduino deve ser programado, visto que ele só recebe e envia dados pela sua porta serial que o usuário pode acessar pelo seu software, mas não tem como acessar dados armazenados. Com o intuito de facilitar a comunicação do usuário com a máquina e verificar dados armazenados, empregou-se o LabVIEW, um software da National Instruments de linguagem gráfica de fácil aprendizado que consegue receber os dados do Arduino pela porta serial e armazená-los além de possibilitar a comunicação de um usuário sem qualquer conhecimento em computação com o Arduino. No LabVIEW os controles passam a ser realizados por botões que definem o código que o LabVIEW enviará ao Arduino. Para tanto, é preciso somente que a portal serial do Arduino seja inicializada no LabVIEW e ambas estejam na mesma frequência. Os dados do fotômetro e turbidimentro são armazenados no ambiente LabVIEW, para interpretação. Conclusões Sistemas de detecção foram desenvolvidos e testados, gerando maior eficiência para alguns procedimentos por um baixo custo. O estudo realizado com o Arduino mostrou sua versatilidade de uso e o LabVIEW se provou eficaz para comunicação de usuário com o Arduino. Referências 1 - http://www.arduino.cc/, acessado em 01/07/2015.