1 NEREALDO RODRIGUES BOEIRA EFEITOS DA HIDROCINESIOTERAPIA NA COORDENAÇÃO MOTORA DE UMA CRIANÇA COM LEUCODISTROFIA Tubarão, 2005 2 NEREALDO RODRIGUES BOEIRA EFEITOS DA HIDROCINESIOTERAPIA NA COORDENAÇÃO MOTORA DE UMA CRIANÇA COM LEUCODISTROFIA Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado ao curso de Fisioterapia como requisito à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina Orientadora Profa. MSc. Fabiana Durante de Medeiros Tubarão, 2005 3 NEREALDO RODRIGUES BOEIRA EFEITOS DA HIDROCINESIOTERAPIA NA COORDENAÇÃO MOTORA DE UMA CRIANÇA COM LEUCODISTROFIA Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo curso de graduação em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina Tubarão, 27 de junho de 2005. ___________________________________ Profa. MSc. Fabiana Durante de Medeiros ___________________________________ Profº Esp. George J. Rosa ___________________________________ Dr. Pedro Roosevelt Torres Romão 4 DEDICATÓRIA A uma pessoa muito importante em minha vida, que amo muito. Que me deu a oportunidade e acreditou no meu potencial, dando-me força e coragem diante de todas as dificuldades impostas. É para você o mérito desta conquista. 5 AGRADECIMENTOS Meus sinceros agradecimentos vão para as pessoas que de alguma forma contribuíram na realização desta pesquisa. Primeiramente agradeço à Deus, ao pai todo poderoso, que me abençoou na escolha desta profissão, dando-me força, coragem, conforto e paciência nas horas mais difíceis, permitindo que este trabalho fosse concluído. Aos meus pais, pela paciência, compreensão e ajuda em momentos difíceis que ocorreram ao longo desta jornada. A minha orientadora Fabiana Durante de Medeiros, pela dedicação, força e amizade construída, que irei recordar sempre com muito carinho e admiração. A criança participante deste estudo, e aos pais pela colaboração nesta pesquisa. Aos membros da banca pela gentileza em aceitar o convite para contribuir ao engrandecimento do trabalho. Ao meu amigo Daniel pela amizade e por contribuir de forma incondicional para realização desta pesquisa. A minha amiga e irmã Mailin pela amizade que construímos nessa etapa em que passamos juntos e muitas outras que virão, TE AMO. Aos meus amigos de faculdade, Daiana e Patrícia, em especial Bianca, pela amizade, apoio e força. 6 RESUMO A leucodistrofia é uma doença que afeta o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos. Afeta principalmente a bainha de mielina do cérebro e em proporção menor a outras partes do sistema nervoso, têm caráter degenerativo e progressivo. O objetivo geral do estudo é avaliar os efeitos de um protocolo hidrocinesioterápico na coordenação motora de uma criança com leucodistrofia. Constitui uma pesquisa do tipo estudo de caso, com pré e pós-teste quase experimental. A amostra foi constituída por 1 indivíduo, com leucodistrofia ainda não classificada, de 5 anos. Nos resultados observou-se na avaliação uma média da distância percorrida de 0,869 metros (m) e na reavaliação 0,835m, verificou-se uma média do desvio do deslocamento resultante de 0,246m na avaliação e apenas 0,177m na reavaliação, o paciente levou em média para realizar o movimento uma velocidade de 0,191metros/segundos (m/s), na avaliação e 0,265m/s na reavaliação. O presente estudo buscou avaliar e tratar o indivíduo com objetividade para que pudéssemos ver os resultados de uma maneira objetiva. A escolha do tratamento na piscina teve o propósito de oferecer uma resistência aos movimentos do paciente bem como a diminuição de seu estado de hipertonia, pela elevada temperatura da água. Nos resultados observou-se, comparando os dados da avaliação com a reavaliação após o tratamento hidrocinesioterápico, que em todos os parâmetros analisados como: distância percorrida, desvio do deslocamento resultante e velocidade do movimento, um ganho que não é estatisticamente significante, porém podemos considerar os resultados clinicamente significantes, onde houve uma diminuição da ataxia, diminuição da hipertonia e conseqüentemente um maior controle motor pois tratamos uma doença degenerativa progressiva em que apenas a manutenção do quadro clínico do paciente é considerada um grande progresso. Palavras chaves: hidrocinesioterapia, leucodistrofia, coordenação motora. 7 ABSTRACT Leukodistrophy is a sickness that affects the brain, the backbone medulla and the peripherical nerves. It affects specially the scabbard of the brain mielinas and in less proportion the other parts from the nervous system, it has a progressive and degenerated feature. The main objective of the study is evaluating the effects of a hidrocinesioterapy protocols on the monitor co-ordination of a child with leukodistrophy. It consists of a research of the case type, with pre and post-test almost experimental. The sample was constituted by 1 individual, with leukodistrophy still not classified, of a 5 year-old child. On the results we could see in the evaluation an average of distance done from 0,869 meters (m) and in the re-evaluation 0,835m, we could see an average of dislocation deviation resulting of 0,246m in the evaluation and just 0,177m in the re-evaluation, the patient took about a speed of 0,191 meters/seconds to consummate the motion in the evaluation and 0,265m/s in the reevaluation. The present study searched evaluating and treating the individual with objective for us to see the results of an objective way. The treatment choice into the pool had the purpose of offering a resistence for the patient motions as well as the decreasing of his state of hipertony, by the high water temperature. On the results we could see, comparing the datum of evaluation with the re- evaluation after the hidrocinesioterapy treatment , that on all the parameters analysed as: distance run, deslocation deviation resulting and the motion speed a gain that is not significant statically, although we can consider the significant clinical results. where there was a decreasing of ataxy, decreasing of hipertony and consequently a bigger control because we treat the progressive degenerative sickness only for maintaining the clinical state of the patient is considered a great progress. Word keys: hidrocinesioterapy, Leukodistrophy, monitor co-ordination. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1-. Posição inicial do movimento realizado pelo paciente........................................ 41 Figura 2- Posição final do movimento realizado pelo paciente.......................................... 42 Figura 3- Posição em que foi filmado o teste...................................................................... 43 Figura 4- Posição inicial de tratamento com o halter triangular......................................... 43 Figura 5- Posição final de tratamento com o halter triangular............................................ 44 Figura 6- Posição inicial de tratamento com as argolas...................................................... 44 Figura 7- Posição final de tratamento com as argolas......................................................... 45 Figura 8- Posição inicial de tratamento com a bolinha....................................................... 45 Figura 9- Posição inicial de tratamento com o flutuador em forma de polvo verde........... 46 Figura 10- Posição final de tratamento com o flutuador em forma de polvo verde.............. 46 Figura 11- Cálculo da distância percorrida........................................................................... 47 Figura 12- Cálculo do desvio do deslocamento resultante.................................................... 48 9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Distância percorrida....................................................................................... 52 Gráfico 2 - Desvio do deslocamento resultante................................................................ 53 Gráfico 3 - Velocidade do movimento............................................................................. 54 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distância percorrida pelo paciente durante avaliação e reavaliação............... 52 Tabela 2 - Desvio do deslocamento resultante................................................................. 53 Tabela 3 - Velocidade do movimento.............................................................................. 54 11 SUMÁRIO 1INTRODUÇÃO........................................................................................................... 14 2 LEUCODISTROFIA................................................................................................. 16 2.1 Tipos de leucodistrofia............................................................................................ 17 2.1.1 Leucodistrofia Metacromática (MLD)................................................................... 18 2.1.1.1 Incidência............................................................................................................ 18 2.1.1.2 Congênita............................................................................................................ 19 2.1.1.3 Infantil Tardia...................................................................................................... 19 2.1.1.4 Juvenil Precoce.................................................................................................... 19 2.1.1.5 Juvenil Tardia...................................................................................................... 20 2.1.1.6 Adulta.................................................................................................................. 20 2.1.2 Adrenoleucodistrofia (ALD)................................................................................ 21 2.1.2.1 Sinais e sintomas................................................................................................. 21 2.1.2.2 Diagnóstico.......................................................................................................... 22 2.1.3 Adrenoleucodistrofia neonatal............................................................................... 22 2.1.4 Doença de Canavan (degeneração esponjosa)................................................... 23 2.1.5 Doença de Alexander............................................................................................ 23 2.1.5.1 Tratamento........................................................................................................... 24 12 2.1.5.2 Prognóstico.......................................................................................................... 24 2.1.6 Leucodistrofia Globoíde (Krabbe)......................................................................... 25 2.1.6.1 Sintomas.............................................................................................................. 25 2.1.6.2 Diagnóstico.......................................................................................................... 25 2.1.7 Síndrome de Zellweger......................................................................................... 26 2.1.8 Doença de Refsum.................................................................................................. 27 2.1.9 Xantomatose cerebrotendinosa............................................................................... 27 2.1.9.1 Tratamento........................................................................................................... 29 2.1.10 Doença de Pelizaeus – Merzbacher...................................................................... 29 2.2 Hidrocinesioterapia (hidroterapia)........................................................................ 30 2.2.1 Propriedades físicas da água................................................................................... 31 2.2.1.1 Densidade............................................................................................................ 31 2.2.1.2 Flutuação............................................................................................................. 32 2.2.1.3 Pressão hidrostática............................................................................................. 33 2.2.1.4 Viscosidade......................................................................................................... 34 2.2.2 Efeitos fisiológicos e terapêuticos do exercício em água aquecida...................... 34 2.2.3 Vantagens da hidroterapia.................................................................................... 36 2.2.4 Coordenação motora............................................................................................. 37 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................................................ 39 3.1 Tipo de pesquisa..................................................................................................... 39 3.2 População/amostra................................................................................................. 39 3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados...................................................... 40 3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados....................................................... 41 3.5 Procedimentos para análise e interpretação de dados........................................ 46 13 4 RESULTADOS, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS...................... 49 4.1 Relato do caso......................................................................................................... 49 4.2 Coordenação motora.............................................................................................. 51 4.2.1 Distância percorirda (DP)...................................................................................... 51 4.2.2 Desvio do deslocamento resultante (DDR)........................................................... 52 4.2.3 Velocidade do movimento (VM).......................................................................... 53 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 55 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 57 ANEXOS........................................................................................................................ 61 ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido............................................. 62 ANEXO B - Consentimento para fotografias, vídeos e gravações................................. 65 ANEXO C - Ressonância magnética.............................................................................. 68 ANEXO D - Cromatografia de aminoácidos urinário.................................................... 70 ANEXO E -Tomografia computadorizada crânio-encefálica......................................... 72 ANEXO F- Testes de triagem para erros inatos do metabolismo.................................. 74 14 1 INTRODUÇÃO O termo leucodistrofia se refere a um grupo de disfunções que afetam o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos. Afeta principalmente a bainha de mielina do cérebro e em proporção menor a outras partes do sistema nervoso. As manifestações das leucodistrofias são geralmente graduais em uma criança que anteriormente se aparentava bem. Os pais podem notar uma mudança no tônus do corpo da criança, nos movimentos, marcha, fala, habilidade para comer, visão, audição, comportamento, memória e processos mentais. Freqüentemente nos estágios iniciais da doença, os sinais e sintomas são difíceis de serem reconhecidos (A LEUCODISTROFIA, 2005). De acordo com Bates e Hanson (1998) o exercício aquático terapêutico é a união dos exercícios aquáticos com a terapia física, ou seja, uma abordagem terapêutica abrangente que utiliza os exercícios aquáticos para ajudar na reabilitação de várias patologias, com cunho realmente terapêutico e não recreacional, direcionados a cada patologia ou seqüela com a ajuda dos efeitos fisiológicos da água, como o empuxo e a resistência. Diante de tais benefícios, como seria a evolução do tratamento da coordenação motora de uma criança com leucodistrofia tratada apenas na piscina? Há uma grande dificuldade de encontrar pesquisas com crianças portadoras de leucodistrofia, pelo fato da doença ser rara, muito menos com alternativas fisioterápicas. 15 O objetivo geral do estudo foi avaliar os efeitos da hidrocinesioterapia na coordenação motora de uma criança com leucodistrofia. Os objetivos específicos foram analisar a distância percorrida, o desvio deslocamento resultante e a velocidade do movimento. A pesquisa realizada é do tipo estudo de caso com pré e pós-teste, quase experimental. O segundo capítulo é constituído por uma revisão bibliográfica que fundamenta os tipos de leucodistrofia até então descobertos. Explicam todos os princípios hidrocinesioterápicos, importantes em nossa escolha pela terapia. O terceiro capítulo está voltado para a metodologia do estudo, onde se esclarece o tipo de pesquisa, a população e amostra, os instrumentos utilizados na coleta de dados, os procedimentos utilizados na coleta dos dados e procedimentos para análise e interpretação de dados. No quarto capítulo são concluídos os objetivos do estudo, discutindo todos os achados e comparando com estudos já realizados, seguido pelas considerações finais. 16 2 LEUCODISTROFIA O cérebro humano contém uma camada externa de substância cinzenta, onde a maioria do corpo celular dos neurônios estão localizados, e uma massa branca mais interna, que contém os axônios (ou "filamentos" que ligam as células nervosas com o resto do corpo). Os axônios são envolvidos por uma substância gordurosa e branca chamada bainha da mielina que atua como uma proteção e permite que os impulsos sejam conduzidos rapidamente (A LEUCODISTROFIA, 2005). As leucodistrofias são um grupo heterogêneo de doenças que podem ser geneticamente determinadas ou ter outra etiologia. Algumas afecções, tais como as infecções congênitas por rubéola ou citomegalovírus e as lesões isquêmicas perinatais da substância branca podem levar a alterações da substância branca encefálica; esses diagnósticos podem ser estabelecidos pela história clínica, exames laboratorias e de neuroimagem, como tomografia ou ressonância magnética, e não apresentam caráter progressivo. Na maior parte das vezes, no entanto, as leucodistrofias são geneticamente determinadas e se caracterizam por progressiva alteração focal ou difusa da substância branca, que costuma surgir após período livre de qualquer sintoma; em certas leucodistrofias, a mielina presente nos nervos periféricos também pode se achar alterada. Os sintomas das leucodistrofias vão depender da etiologia e da região que se encontra mais comprometida, existindo grande variabilidade com relação à idade de início dos sintomas. Os exames de imagem, como a ressonância magnética 17 e a tomografia de crânio, contribuem para demonstrar a alteração da substância branca, e o diagnóstico específico estará na dependência da realização de análises bioquímicas especiais, orientadas a partir do quadro clínico e dos exames de imagem. Os exames que podem estar indicados incluem a dosagem de ácidos graxos de cadeia muito longa (elevados na adrenoleucodistrofia ligada ao X) e a determinação da atividade de enzimas lisossomais (como a arilsulfatase A anormal na leucodistrofia metacromática e a galactocerebrosidase, alterada na doença de Krabbe) (ERROS INATOS, 2005). A palavra leucodistrofia foi introduzida a mais de 10 anos atrás e deriva dos radicais gregos "leuko", que significa branco; "trophy", que significa crescimento; e "dys", que significa doente. Colocando-se todos os radicais juntos, a palavra significa "uma doença que afeta o crescimento da bainha de mielina" (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). As técnicas recentes e potentes da Ressonância Magnética (RM) podem identificar muitas anormalidades sutis da bainha de mielina, e como resultado, os médicos estão muito mais conscientes das anormalidades da substância branca. Algumas dessas anormalidades existem devido a 10 leucodistrofias conhecidas, (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1 Tipos de leucodistrofia A leucodistrofia é uma doença rara e de origem genética e tem dez tipos. Existem as infantis, juvenis e adultas, mas todas com uma característica comum, que é o comprometimento da mielina (substância branca que recobre o cérebro e funciona como isolante para os impulsos nervosos). De acordo com os estudos sobre a doença, qualquer criança concebida por pais portadores de leucodistrofia tem 25% de chance de não ser 18 portadora e 50% de chance de ser portadora, o que não quer dizer que será afetada. Estudos sobre a doença mostram que ela é mais freqüente na Escandinávia, com um caso para cada 30 mil nascidos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.1 Leucodistrofia Metacromática (MLD) A Leucodistrofia Metacromática (MLD) é uma doença de caráter hereditário (transmissão autossômica recessiva), caracterizada pela degeneração da mielina do sistema nervoso central e periférico. O defeito consiste no déficit da enzima lisossomial arilsulfataseA (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.1.1 Incidência A literatura médica mundial menciona uma incidência para a MLD de 1 para 40.000 nascidos vivos. Baseado, nesta informação estima-se, que no Brasil aproximadamente 95% dos casos não estão sendo diagnosticados. E na grande maioria, os casos diagnosticados, residem próximos a serviços de saúde com profissionais que trabalham com erros inatos de metabolismo, ou são famílias que tiveram condição de se deslocar para centros maiores (A LEUCODISTROFIA, 2005). A demonstração da coloração caracterizada que deu nome à enfermidade é de 1.975. Características da MLD são o acúmulo de sulfatídeo sob a forma de grânulos metacromáticos e a desmielinização dos tratos do sistema nervoso. Nas áreas envolvidas, há 19 perda da mielina e acúmulo de sulfatídeo nas células de Schwann1 e em outros tecidos (rins, vias biliares, pâncreas, baço e supra renais) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). Existem 7 formas clínicas, porém encontramos apenas 5. 2.1.1.2 Congênita Início ao nascimento, com crises de apnéia, cianose, crises convulsivas e hipotonia (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.1.3 Infantil Tardia Início entre 1 e 2 anos de idade, com progressão para tetraparesia. Começa com dificuldade de deambulação, ataxia, hipotonia, neuropatia, hiporreflexia e perda das aquisições motoras. Depois de alguns meses, surgem regressão mental e da linguagem, nistagmo, atrofia óptica, hipertonia muscular, evoluindo para tetraparesia espástica com distonia e decerebração, até completa incapacidade para alimentar e óbito por volta de 5 anos após início do quadro (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.1.4 Juvenil Precoce 1 Células de Schwann não são partes da célula nervosa, mas um dos tipos das células gliais. 20 Inicia-se entre 4 e 6 anos de idade e é caracterizada por confusão mental, ataxia, incontinência de esfíncteres, tumores, sinais extrapiramidais, regressão mental, polineuropatia e atrofia óptica. Por volta de 1 ano de evolução, o paciente não é mais capaz de caminhar. Rapidamente a doença evolui para paralisia pseudobulbar e tetraparesia espástica (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.1.5 Juvenil Tardia Inicia-se entre 6 a 12 anos de idade, com distúrbios de comportamento, de aprendizagem e de marcha. A progressão é lenta, sendo que em ambas as formas juvenis a expectativa de vida é de cerca de 20 anos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.1.6 Adulta Inicia-se após 16 anos, com demência, distúrbios do comportamento e da personalidade, perda de memória, depressão, neuropatia, sinais piramidais e extrapiramidais ataxia. Posteriormente surgem nistagmo, atrofia óptica, tetraparesia espástica e decorticação. A progressão pode ser LEUCODISTROFIA, 2005). rápida ou lenta (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 21 2.1.2 Adrenoleucodistrofia (ALD) A Adrenoleucodistrofia, (ALD) faz parte de um grupo maior de doenças: as Leucodistrofias. O termo derivado do grego "leuco" (branco) e "distrofia" (crescimento ou desenvolvimento imperfeito) se refere a desordem que afetam o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos (A LEUCODISTROFIA, 2005). O sistema nervoso funciona como uma espécie de circuito elétrico. A mielina tem a função de isolamento das células nervosas deste circuito. Quando a proteína fica alterada, a condução deixa de ser feita de modo adequado. O sistema nervoso perde funções. Atualmente, as tentativas de tratamento são feitas com dietas controladas e transplante de medula óssea. No futuro a terapia genética, poderá ser o passo fundamental para a possibilidade de cura. É uma doença muito rara, tem transmissão genética, atinge somente meninos, a freqüência é de 1 caso para cada 20 mil nascimentos, a manifestação inicia pôr volta dos 6 a 8 anos ou até mais cedo, avança de modo progressivo e até hoje pouco tratável. A doença ocorre devido a um distúrbio metabólico. Há um acúmulo de ácidos graxos de cadeia muito longa - um tipo de gordura. Essa gordura se deposita em vários órgãos, mas seus efeitos são mais importantes no sistema nervoso central e nas glândulas adrenais. No sistema nervoso esse depósito causa alteração em uma proteína chamada mielina. Com isso a criança começa a apresentar alterações da marcha, tem comportamento alterado e comprometimento intelectual. Há uma regressão neuropsicomotora (A LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.2.1 Sinais e sintomas 22 As gorduras acumuladas nas adrenais causam destruição parcial das glândulas. Com isso ocorre uma diminuição do cortisol - hormônio produzido neste local. Os sintomas são de cansaço, fraqueza, fadiga, apatia, quedas de pressão e escurecimento da pele. A combinação destes sintomas pode ocorrer de forma variável. Em geral a criança morre em dois ou três anos, (muitos casos hoje vão além). As principais complicações são respiratórias (A LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.2.2 Diagnóstico O diagnóstico pode ser feito através da análise dos sintomas, pela coloração da pele, pelo exame de dosagem de ácidos graxos, já feito no Brasil e confirmado através do exame de Ressonância Magnética. Nos Estados Unidos, em Baltimore, e em outros centros de estudos no mundo, especialistas trabalham para encontrar uma terapia para a ALD ou mesmo mecanismos que possam paralisar sua ação (LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.3 Adrenoleucodistrofia neonatal Doença que tem muitos pontos em comum com a Síndrome de Zellweger e alguns pontos em comum com a adrenoleucodistrofia ligada ao sexo. Também presente ao nascimento através de hipotonia e dificuldades alimentares, é um pouco menos grave do que a síndrome de Zellweger, porquanto permite às crianças um certo número de aquisições no curso do desenvolvimento psicomotor nos dois primeiros anos, que, no entanto, permanecem severamente comprometidas. A partir do terceiro ano ocorre franca deteriorização com morte por volta do quarto ou quinto ano de vida. As dismorfias somáticas são menos evidentes, às vezes notadas apenas por investigadores experientes com esse grupo de doenças. Entretanto, 23 hepatomegalia, retinite pigmentar, surdez devem fazer, diante do contexto clínico, suspeitar o diagnóstico. Entretanto, aqui não há calcificações patelares ou cistos renais. Em contrapartida, há atrofia supra-renal, sem manifestações clínicas. As disgenesias corticais são muito menos pronunciadas, mas o aspecto leucodistrófico é mais proeminente, semelhante à da forma ligada ao sexo (A LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.4 Doença de Canavan (degeneração esponjosa) De um ponto de vista clínico, a doença de Canavan surge por volta dos 3-4 meses e caracteriza-se por uma hipotonia, uma cabeça grande (macrocefalia), convulsões e perturbações associadas. O diagnóstico é feito pela dosagem nas urinas de um metobólito: o N-acetil-aspartate. É uma análise fácil de fazer. É possível confirmar essa carência em aspartoacilase pela medição da atividade enzimática nos fibroblastos de pele em cultura (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCODISTROFIA, 2005). A doença é dada como desordem autossômica recessiva. Ambos os pais tem que ser portadores para os genes de Canavan, fazendo com que os mesmos possuam um gene deficiente. Quando a criança adquire ambos os genes dos seus pais, irá sem dúvidas ser portadora de Canavan. Em uma família que tem uma criança portadora de Canavan o risco de ter outra criança afetada será 25% (UNITED LEUKODYSTROPHY FOUNDATION, 2005). 2.1.5 Doença de Alexander A doença de Alexander é uma desordem rara, genética, degenerativa do sistema nervoso. É um grupo de desordens genéticas chamado de leucodistrofias que afetam o 24 crescimento da bainha de mielina. A doença de Alexander, que afeta na maior parte o gênero masculino, começa geralmente aos 6 meses de idade. Os sintomas podem incluir o retardo mental e físico, a demência, a ampliação do cérebro e da cabeça, a espasticidade (rigidez dos braços e/ou dos pés), e as apreensões. Além da forma infantil, as formas juvenil e adulta no início da desordem foram relatadas. Estas formas ocorrem menos freqüentemente e têm um curso mais longo da progressão (LEUCODISTROFIA, 2005). De acordo com Borret e Becker (apud FENICHEL, 1995), a doença de Alexander é uma desordem neurológica recessiva autossômica progressiva, nas quais ocorre destruição da substância branca do cérebro acompanhado pela formação de tecido fibroso, depósito de eusinofia conhecido como fibras de Rosenthal tendo como envolvimento dos astrócitos (LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.5.1 Tratamento Não há nenhuma cura para a doença de Alexander, nem há um curso de tratamento padrão. O tratamento da doença de Alexander é sintomática e de suporte (A LEUCODISTROFIA, 2005). 2.1.5.2 Prognóstico O prognóstico para indivíduos com doença de Alexander é geralmente pobre. A maioria das crianças com a forma infantil não sobrevivem após a idade de 6 meses. Na forma juvenil, a morte ocorre geralmente dentro de 10 anos após o início dos sintomas (A LEUCODISTROFIA, 2005). 25 2.1.6 Leucodistrofia Globoíde (Krabbe) A doença de Krabbe é uma doença de acúmulo autossômica recessiva, caracterizada pelo déficit da enzima GALAC, a qual é responsável pela transformação catabólica do galactosilceramídeo, resultando em acúmulo de galactocerebrosídeos na micróglia e macrófagos do sistema nervoso central e periférico (PERCY, 1997). Essa disfunção enzimática também determina a presença de psicosina (SUZUKI; SUZUKI, 1971), a qual acarreta a destruição dos oligodendrócitos e das células de Schwann, levando a uma desmielinização maciça do sistema nervoso central e periférico (NORONHA et al, 2000). 2.1.6.1 Sintomas As manifestações clínicas da doença de Krabbe são inespecíficas e progressivas, sendo a sintomatologia inicial caracterizada pela parada ou regressão do desenvolvimento psicomotor. A divisão dos sintomas é realizada em três fases distintas: na primeira observa-se deterioração neuro-psicomotora, febre de origem indeterminada e irritabilidade; na segunda fase, pode ser evidenciado nítido distúrbio neurológico, hipertonia e tendência ao opistótono, evoluindo à vida vegetativa na fase terminal. Outros sinais e sintomas observados consistem em múltiplos espasmos espontâneos, caracterizados pela hiperextensão dos membros e da cabeça, presença do sinal de Babinski, ausência de reflexos profundos, vômitos e redução da velocidade de crescimento da cabeça, resultando em microcefalia (NORONHA et al, 2000). 2.1.6.2 Diagnóstico 26 O diagnóstico de certeza da doença de Krabbe, bem como o diagnóstico pré-natal, está vinculado à dosagem de GALAC em cultura de fibroblastos e leucócitos (VERDRU, 1991), a qual não é realizada comumente em nosso meio. Contudo, a análise do quadro clínico, associada à dosagem de proteínas no líquido céfalo-raquidiano, eletromiografia e análise ultraestrutural de nervo periférico, são de importância no auxílio diagnóstico (NORONHA et al, 2000). 2.1.7 Síndrome de Zellweger Igualmente designada síndrome cérebro-hepatorenal, é considerada a forma mais grave de doenças peroxissomais. Clinicamente caracteriza-se pela associação de dismorfia craniofacial e alterações neurológicas, associado ao envolvimento de outros órgãos (SÍNDROME DE ZELLWEGER, 2005). Apresenta comprometimento da substância branca e cinzenta do SNC e alteração da função hepática e renal. O diagnóstico bioquímico é feito pelas dosagens de ácidos graxos de cadeia muito longa e de ácido fitânico no plasma e pela determinação do plasmalogênio eritrocitário (MANUAL DE NEURODIAGNÓSTICO, 2005). As patologias dos peroxissomas subdividem-se em duas categorias principais: aquelas em que o organelo não se forma normalmente (alterações da biogenese do peroxissoma), e aquelas que estão associadas a defeitos de proteínas isoladas dos peroxisomas. A síndrome cérebro-hepatorenal de Zellweger2 é o protótipo das alterações da biogênese do peroxissoma. Demonstrou-se que é devido a um defeito na importação das 2 Sindrome de Zellweger é uma forma rara de leucodistrofia que afeta as crianças e é caracterizada pela redução ou ausência de peroxissomes nas células do fígado, rim e cérebro 27 proteínas para o interior da organela. Dez defeitos moleculares distintos podem conduzir à falência da importação (DOENÇAS DOS PEROXISSOMAS, 2005). 2.1.8 Doença de Refsum A doença de Refsum e a atrofia girata são desordens metabólicas que envolvem entre outros problemas a degeneração da retina. É uma doença genética de tipo autossômico recessivo, na qual o organismo se torna incapaz de metabolizar o ácido fitânico, que se acumula no sangue e nos tecidos. Ela compromete as células retinianas, podendo haver perda da audição na idade adulta, problemas cardíacos, problemas neurológicos entre outros. Pacientes com Refsum devem se submeter a uma dieta alimentar para evitar os problemas metabólicos (OFTALMOLOGIA/OLHOS, 2005). Doença de Refsum, cursa com ataxia, neuropatia periférica e retinite pigmentar. O diagnóstico é feito pela dosagem plasmática do ácido fitânico (MANUAL DE NEURODIAGNÓSTICO, 2005). O acúmulo de ácido fitânico3 acarreta lesões dos nervos e da retina, movimentos espásticos e alterações ósseas e cutâneas. O tratamento consiste em evitar o consumo de frutas e vegetais verdes que contêm clorofila. A plasmaferése, técnica na qual o ácido fitânico é removido do sangue, pode ser útil (MANUAL MERK, 2005). 2.1.9 Xantomatose cerebrotendinosa 3 O ácido fitânico é um ácido graxo ramificado que se acumula na Doença de Rafsum 28 A xantomatose cerebrotendinosa é uma doença hereditária rara que ocorre quando o colestanol, um produto do metabolismo do colesterol, acumula-se nos tecidos. Em última instância, esta doença produz incoordenação dos movimentos, demência, catarata e depósitos de gordura (xantomas) nos tendões. Freqüentemente, os sintomas incapacitantes somente surgem após os 30 anos de idade. Quando a doença manifesta-se mais precocemente, o quenodiol ajuda na prevenção da sua progressão, mas ele não pode reparar as lesões já produzidas (MANUAL MERCK, 2005). A xantomatose cerebrotendinosa é uma doença de depósito de lípidios, rara, autossômica recessiva. A ausência da atividade de enzima 27-hidroxilase reduz a síntese hepática de ácidos biliares com conseqüente acúmulo de precursores, principalmente colestanol e colesterol em todos os tecidos, especialmente sistema nervoso, xantomas e bile. As manifestações clínicas se iniciam na infância, geralmente com diarréia e disfunção cerebral leve. As alterações neurológicas evoluem lentamente para ataxia cerebelar, tetraparesia espástica, demência, catarata e formação de xantomas de tendões e tuberosos. Seu tratamento, no entanto, é relativamente fácil e, se instituído precocemente, evita a progressão da doença. O conhecimento do seu quadro clínico facilita o diagnóstico (RELATO DE CASO, 2005). Há menos de 150 casos descritos, sendo 44 no Japão, 26 nos EUA, 24 na Holanda, 18 em Israel, 2 no Brasil, outros na Inglaterra, Noruega, Irã. Etiologia: mutação no gene no cromossoma 2 que codifica a enzima citocromo P450 esterol 27-hidroxilase (CYP27), presente na mitocôndria hepática e nos fibroblastos, envolvida na síntese de ácidos biliares. Várias mutações foram descritas em diferentes sítios do gene CYP27 (exon 3, 4, 7) e uma mesma alteração gênica pode ter diferentes fenótipos. Os heterozigotos não têm alteração de fenótipo, embora possam ter discreto aumento de colestanol. 29 2.1.9.1 Tratamento Ácido quenodeoxicólico é a droga de escolha: diminui a síntese de colesterol e colestanol e ácidos biliares via feedback negativo. Tende a aumentar LDL colesterol. Pode ocorrer melhora das alterações neurológicas, da força muscular, da demência, da orientação e do Quoeficiente de Inteligência (QI). No presente estudo a recuperação motora foi evidente, mas o paciente persistiu com retardo mental leve. Associação do ácido quenodeoxicólico com lovastatin ou sinvastatina, inibidores competitivos da hidroximetil-glutaril-CoA redutase hepática. Estes, ao diminuir a formação dos precursores de ácidos biliares que podem ser convertidos em colestanol, poderiam ter efeito sinérgico com ácido quenodeoxicólico. No entanto, este sinergismo não foi confirmado, talvez porque a inibição da síntese de colesterol seja insuficiente para reduzir os níveis dos precursores dos ácidos biliares. Ácido ursodeoxicólico é desprovido de efeito terapêutico (RELATO DE CASO, 2005). 2.1.10 Doença de Pelizaeus - Merzbacher É uma desordem neurológica que envolve a mielina onde há uma perda da matéria branca do cérebro e que afeta o sistema nervoso central. As características da desordem são cintilar dos olhos (nistagmo), respirar trabalhado (estridor), espasticidade e atraso no cognitivo. A idade do início e da progressão da desordem é muito variável. A desordem é causada geralmente por mutações em um gene importante e abundante na mielina, proteína do proteolipídio (PLP). Na maioria de casos os meninos 30 afetados têm uma cópia extra do gene da proteína do PLP embora a seqüência de ambas as cópias seja normal. Em uma minoria dos casos há mutação na seqüência de código do gene do PLP (DOENÇA DE PELIZAEUS MERZBACKER, 2005). 2.2 Hidrocinesioterapia (hidroterapia) O treino subaquático é a união da terapia física com os exercícios aquáticos. Segundo Norm e Hanson (1998, p. 1), a hidrocinesioterapia é a utilização dos exercícios aquáticos na reabilitação de várias patologias. Para Skinner e Thomson (1985, p. 1), hidroterapia é a utilização da água com finalidade terapêutica. Para Koury (2000, p. 1), a hidroterapia é uma forma de expandir a profundidade e a abrangência das opções de tratamento por parte do terapeuta e melhorar a perspectiva de recuperação para muitos indivíduos. É também uma opção para pacientes que estejam incapacitados de realizar exercícios no solo em razão de cirurgia recente, lesão neuromuscular ou ortopédica aguda, doença reumatológica ou deficiência neurológica. De acordo com Bates e Hanson (1998) o exercício aquático terapêutico é a união dos exercícios aquáticos com a terapia física, ou seja, uma abordagem terapêutica abrangente que utiliza os exercícios aquáticos para ajudar na reabilitação de várias patologias, com cunho realmente terapêutico e não recreacional, direcionados a cada patologia ou seqüela com a ajuda dos efeitos fisiológicos da água, como o empuxo e a resistência. 2.2.1 Propriedades físicas da água Estudos físicos afirmam que a água é constituída de matéria, e por sua vez a matéria é qualquer coisa que ocupa lugar no espaço. 31 Para Skinner e Thomson (1985, p. 4), toda matéria existe em três formas: sólido, líquido e de gases. A água é um exemplo de uma substância que é capaz de existir em qualquer dos 3 estágios. Para o autor, a massa de uma substância é a quantidade de matéria que ela compreende e o peso é a força com a qual ela é atraída no sentido do centro da Terra. A relação entre a massa e o peso é que a massa é inalterável e tem sua medida em quilogramas. O peso é o efeito da gravidade sobre a massa e se altera de acordo com sua composição em relação à Terra (SKINNER; THOMSON, 1985, p. 4). Para Koury (2000), é um fato científico que toda matéria existe em um dos três estados – sólido, líquido ou gasoso. No momento, um quarto estado de matéria – o plasma – vem sendo investigado por cientistas que desenvolvem fontes de energia de fusão nuclear. Líquidos e gases reagem de maneira semelhante; a principal diferença entre ambos é que os gases se expandem para ocupar todo o volume que os cerca, enquanto os líquidos possuem um volume definido de formato indefinido. As moléculas de ar estão bem distantes entre si e podem ser mais facilmente comprimidas, enquanto as moléculas de água estão mais densamente unidas e não podem ser comprimidas sob circunstâncias normais. 2.2.1.1 Densidade A densidade de uma substância é a relação entre sua massa e o seu volume. Densidade = massa/volume (SKINNER; THOMSON 1985, p. 5). Segundo Association of Swimming Therapy (1984), a densidade é o volume (espaço que o corpo ocupa) em relação ao peso. O volume de uma libra de penas é maior do que o volume ocupado por uma libra de chumbo, mas o chumbo é mais denso que a pena. Densidade relativa ou gravidade específica de uma substância é a relação entre a 32 massa de um dado volume da substância e a massa do mesmo volume de água (SKINNER; THOMSON 1985, p. 6). A Association of Swimming Therapy (1984) usa o termo peso específico para densidade relativa e este termo é usado para relacionar a densidade de um corpo com a densidade da água. Para Zeghbi (1994), usa-se o termo densidade relativa quando se compara a densidade de um corpo pelo outro. 2.2.1.2 Flutuação Dentre as leis físicas da água, as mais importantes são as de flutuação (princípio de Arquimedes) e da pressão hidrostática (lei de Pascal). O Princípio de Arquimedes afirma que quando um corpo está completa ou parcialmente imerso em um líquido em repouso, ele sofre um empuxo para cima igual ao peso do líquido deslocado. Portanto, se um corpo tiver densidade relativa menor do que 1 ele flutuará, de vez que o peso do objeto é menor do que o peso da água deslocada. Se a densidade relativa for maior do que 1 ele afundará, e se for igual a 1 ele flutuará logo abaixo da superfície da água. Como a densidade relativa do corpo humano com ar nos pulmões é 0,95, ele flutuará (SKINNER; THOMSON, 1985). A Association of Swimming Therapy (1984) diz que se um corpo pode deslocar um peso de água maior do que seu próprio peso, quando ele é submerso, então ele flutua. Para flutuar, o peso específico do corpo deve ser inferior a 1, isto é, densidade inferior à da água. Flutuação é a força experimentada como empuxo para cima, que atua em sentido oposto à força da gravidade. Um corpo na água está, portanto, submetido a duas forças em 33 oposição – a gravidade, atuando através do centro de gravidade para baixo, e a flutuação, atuando através do centro de flutuação, que é o centro de gravidade do líquido deslocado para cima. Quando o peso do corpo flutuante iguala-se ao peso do líquido deslocado, e os centros de flutuação e de gravidade estão na mesma linha vertical, o corpo é mantido em equilíbrio estável. Se os centros não estiverem na mesma linha vertical, as duas forças atuando sobre o corpo farão com que ele role até atingir uma posição de equilíbrio estável (SKINNER; THOMSON, 1985). Surge ainda uma segunda complementação de Zeghbi (1994), que é em relação ao princípio do Metacentro. Este princípio está relacionado com o equilíbrio na água. Se as duas forças, gravidade e flutuação são desiguais e desalinhadas, o movimento que ocorre é rotacional; persiste até as duas forças equilibrarem-se novamente. As hipertonias e assimetrias provocadas por fixações irão alterar a forma do corpo, podendo produzir efeitos rotacionais e o controle destas rotações a partir de qualquer atividade na água. Segundo Skinner e Thomson (1985, p. 11), a flutuação pode ser usada para auxiliar um movimento quando o membro é movido no sentido da superfície da água, e para resistir ao movimento quando o membro é movido desde a superfície da água para a posição vertical. 2.2.1.3 Pressão hidrostática A lei de Pascal afirma que a pressão do líquido é exercida igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso em repouso, a uma dada profundidade. A pressão aumenta com a densidade do líquido e com sua profundidade. Assim sendo, a pressão hidrostática define-se como o impulso exercido pelas moléculas de um líquido sobre cada parte da área de superfície de um corpo imerso (SKINNER; THOMSON, 1985, p. 12). 34 Para Kuprian (1984), pressão hidrostática é a pressão de água existente sobre uma superfície em particular. Numa coluna de água, a pressão hidrostática depende da altura da coluna, da densidade do meio e da aceleração causada pela gravidade. Para o autor, em relação ao corpo humano, isto significa que a pressão na superfície do corpo aumenta continuamente quanto mais profundo se mergulhar na água. Zeghbi (1994) afirma que este princípio auxilia no desenvolvimento da coordenação dos movimentos, se estes são realizados abaixo da superfície da água, e dá um melhor suporte e sustentação ao corpo nas posições que exijam maior equilíbrio. 2.2.1.4 Viscosidade É o tipo de atrito que ocorre entre as moléculas de um líquido que oferece resistência ao movimento debaixo da água em qualquer direção, provocando uma turbulência maior ou menor de acordo com a velocidade com que executamos o movimento; quanto mais rápido o movimento, maior será a turbulência (BONACHELA, 1994). Para Zeghbi (1994), turbulência é o termo utilizado para descrever os redemoinhos que seguem um objetivo em movimento na água, sendo que na frente do objeto cria-se uma pressão positiva, resistindo ao deslocamento, e atrás se cria uma pressão negativa, facilitando o deslocamento. 2.2.2. Efeitos fisiológicos e terapêuticos do exercício em água aquecida Para Skinner e Thomson (1985, p. 39), os efeitos fisiológicos da terapia em piscinas combinam os efeitos produzidos pela água quente da piscina com aqueles do exercício, porém a extensão desses efeitos varia com a temperatura da água, a duração do 35 tratamento e o tipo e intensidade do exercício. A temperatura média da água na piscina é de 33 a 37ºC e o período de imersão para a maioria dos pacientes é de 20 minutos, embora alguns pacientes possam começar com tão pouco quanto 5 min. e possam ficar tanto tempo quanto 45 min. Leitão (1972) afirma que uma das vantagens da hidroterapia é do calor proporcionado pela água quente atuando sobre as estruturas circulatórias e músculoesquelética, contribuindo para restauração motora do paciente. Skinner e Thomson (1985) relata que durante o período de imersão os efeitos fisiológicos são semelhantes aos produzidos por qualquer outra forma de calor, porém mais generalizados. Ocorre elevação da temperatura corporal e a temperatura da água está acima da temperatura da pele, a qual normalmente é de 33,5ºC. O corpo ganha calor através das áreas debaixo d’água, porém só consegue perder a partir do sangue nos vasos cutâneos e glândulas sudoríparas das regiões expostas fora d’água. Por isto, é inevitável a elevação da temperatura corporal. À medida que a pele se torna aquecida, os vasos sangüíneos superficiais dilatam-se e o suprimento sangüíneo periférico é aumentado. O sangue que está fluindo através dos vasos é aquecido e, por condução, a temperatura das estruturas subjacentes se eleva, os vasos dilatam-se e o suprimento do sangue aumenta. Isto resulta em redistribuição do sangue, e os vasos se constringem para fornecer o volume sangüíneo adequado para a periferia. Com a elevação da temperatura a freqüência cardíaca também aumenta. Quando o paciente entra na piscina, os vasos cutâneos se constringem, causando elevação na resistência periférica e elevação da pressão arterial. Com a elevação da temperatura, ocorre aumento do metabolismo e aumento da taxa metabólica em geral. Para o autor, este fenômeno causa aumento na demanda de O2, produção de dióxido de carbono e aumento da freqüência respiratória. 36 Quando o paciente sai da piscina, o mecanismo de perda de calor entra em operação e a temperatura retorna ao normal, principalmente devido à atividade das glândulas sudoríparas, resultando em perda de líquido do corpo. Segundo Skinner e Thomson (1985, p. 40-41), após o período de repouso, o paciente continuará a perder calor e a freqüência cardíaca, freqüência respiratória, taxa metabólica e distribuição do sangue voltam ao normal. Enquanto as arteríolas periféricas permanecem dilatadas, a resistência periférica e a pressão arterial permanecem baixas, porém retornará ao normal quando houver constrição dos vasos durante o período de repouso. Os efeitos terapêuticos do exercício na água são: a) alívio da dor e do espasmo muscular; b) relaxamento; c) manutenção ou aumento da amplitude de movimentação das articulações; d) reeducação de músculos paralisados; e) fortalecimento dos músculos e desenvolvimento de sua força e resistência; f) melhora das atividades funcionais da marcha; g) aumento da circulação, e, assim, da condição da pele; e h) reforçamento do moral do paciente pelas atividades recreacionais, proporcionando ao paciente confiança para alcançar máxima independência funcional (SKINNER; THOMSON, 1985, p. 41). 2.2.3 Vantagens da hidroterapia Norm e Hanson (1998, p. 7), dizem que a água permite uma maior resistência ao movimento que o ar, e que a articulação se movimente mais livremente. As partes submersas do corpo encontram resistência em todas as direções do movimento, o que requer uma quantidade maior de gasto energético. Os efeitos da gravidade são reduzidos na água. Quanto mais submerso, menores são as forças de compressão agindo sobre o corpo. O calor da água aquece articulações e os músculos, proporcionando o alívio da dor e do espasmo. A flutuação permite aos pacientes sentirem-se mais leves e menos pesos nas articulações e, além disso, o 37 relaxamento pode ser promovido. Norm e Hanson (1998, p. 41), afirmam que os exercícios de amplitude de movimento ativo ajudam a manter ou aumentar a flexibilidade dos músculos envolvidos, promove o relaxamento muscular e aumenta a circulação periférica. Para Skinner e Thomson (1985, p. 44), a força da gravidade é contrabalançada pela flutuação, e por essa razão alguns exercícios, os quais exigem que os músculos funcionem contra a gravidade em terra, se tornam muito mais fáceis se executados na piscina, porque a flutuação auxilia o movimento (por exemplo, transferências). Isto pode ajudar os pacientes neurológicos. Quando os músculos necessitam ser fortalecidos, a flutuação pode ser usada para fornecer exercícios finamente graduados, como ao progredir de auxiliados pela flutuação para contrabalançados, para resistidos, até a adição de flutuadores. Assim, o tratamento na piscina é especialmente útil quando os pacientes têm grande número de músculos fracos. A terapia na piscina também é útil para melhorar ou manter a força muscular. 2.2.4 Coordenação motora De acordo com Skinner e Thomson (1985, p. 131), a coordenação do movimento depende da correlação correta de todas as vias do sistema nervoso, e do resultante trabalho harmonioso dos grupos musculares. Se quaisquer vias forem danificadas, desenvolve-se incoordenação. Dois tipos de incoordenação são: a ataxia sensitiva e a ataxia cerebelar. Na ataxia sensitiva o paciente não tem consciência da posição de seus membros no espaço, a não ser que use sua visão para ver onde eles estão. Na ataxia cerebelar a influência controladora do cerebelo está perdida, e daí advêm à incapacidade de realizar um movimento propositado suave. 38 Segundo Ruoti, Morris e Cole (2000, 131), quando existem problemas de coordenação motora, os pacientes devem ser desafiados a praticar habilidades funcionais usando as estratégias motoras não coordenadas, até que sejam desenvolvidos padrões motores mais eficazes. 39 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA De acordo com Gil (1996), o delineamento da pesquisa é o planejamento da mesma em sua maior dimensão, ou seja, neste momento, o investigador estabelece os meios técnicos da investigação, prevendo-se os instrumentos e os procedimentos necessários utilizados para a coleta de dados. 3.1 Tipo de pesquisa Segundo Andrade (1999) pesquisa “[...] é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos." A pesquisa realizada é do tipo estudo de caso com pré e pós-teste, quase experimental. Que de acordo com Rauen (2002, p. 58) "[...] é uma análise profunda e exaustiva de um ou de poucos objetos, de modo a permitir o seu amplo e detalhado conhecimento.” 3.2 Amostra 40 A pesquisa foi realizada com um paciente com diagnóstico de leucodistrofia, do gênero masculino, com 5 anos, residente em Tubarão-SC, devidamente matriculado na APAE da mesma cidade onde atualmente recebe tratamento fisioterapêutico dos acadêmicos do sétimo semestre do curso de fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. Apesar da criança apresentar História Familiar, positiva para a doença (irmã), com a mesma doença, a análise do caso foi realizada apenas com um participante, pois julgamos o mesmo com um maior comprometimento na coordenação motora, variável na qual estamos estudando. O responsável pela criança consentiu em participar da pesquisa, assinando um termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo A) e um termo de consentimento para fotografias, vídeos e gravações (Anexo B), conforme resolução nº 196/1996 sobre pesquisas envolvendo seres humanos. 3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados Para a realização desta pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos: Marcadores de isopôr com diâmetro de 25mm, para traçar a reta; máquina fotográfica digital marca Sony, modelo Cyber-Shot - 5.1 Mega Pixels, para registrar o ângulo; piscina terapêutica com 15 metros de comprimento por 9 metros de largura; argolas coloridas de borracha; cone de trânsito preto com faixas amarelas; halter triangular, tamanho pequeno (1kg); prancha flutuadora; bolinha de borracha vermelha; flutuador em forma de pato e polvo vermelho e verde respectivamente com 10 cm de altura e 5 cm de largura. 3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados 41 Primeiramente foi realizada a avaliação do paciente no laboratório de cardiopneumologia da Clínica escola de Fisioterapia da UNISUL, Campus TB/SC. Paciente foi posicionado sentado em uma cadeira estofada com apoio para os braços. O fundo foi contrastado com um pano preto, como mostra a figura 1. Foi colada com uma fita adesiva transparente, hemisfério da bolinha de isopôr no dedo indicador da criança, figura 1. Figura 1- Posição inicial do movimento realizado pelo paciente. Ao lado esquerdo da cadeira havia um pilar de ferro, onde foi colado o outro hemisfério da bolinha no mesmo nível da extremidade cranial do paciente (figura 1), a uma distância em que o paciente com o braço esquerdo estendido conseguisse encostar a falange distal de seu dedo indicador na metade da bolinha de isopôr colada no pilar, figura 1. 42 Figura 2- Posição final do movimento realizado pelo paciente. Foi solicitado ao paciente que encostasse a ponta do dedo indicador esquerdo na ponta de seu nariz (figura 2) e logo em seguida, na bolinha ao lado no pilar (figura 1), considerada, posição inicial, retornando novamente ao nariz (figura 2), posição final. Todo o movimento realizado pelo paciente foi gravado pelo terapeuta que estava a 1,5 metros do paciente, posição esta que melhor focalizou o movimento. A filmadora foi posicionada no mesmo plano do paciente, permanecendo a mesma em um suporte, como mostra a figura 3. Figura 3 - Posição em que foi filmado o teste. O procedimento foi realizado com a presença de dois acadêmicos, um professor e da mãe da criança, às 15 horas. No dia seguinte à avaliação, foi iniciado o tratamento 43 hidrocinesioterapêutico onde o mesmo foi submetido a 10 (dez) dias de tratamento de hidrocinesioterapia com intervalo apenas no fim de semana (sábado e domingo), na piscina terapêutica da Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL, das 14 às 15 horas, com o objetivo de trabalhar a coordenação motora dos membros superiores, vale ressaltar que neste período o paciente realizou apenas sessões de hidrocinesioterapia. Os exercícios para alcançar tal objetivo foram os seguintes: 1. O paciente era posicionada na posição de pé, onde o terapeuta segurava-o pelo tronco, o mesmo, realizava o movimento de abdução e adução horizontal, com os membros superiores segurando halteres, um em cada mão, sendo assistido por um terapeuta durante todo o movimento. Realizava três séries de oito repetições, cada membro, como mostra figura 4e5; Figura 4 - posição inicial de tratamento com o halter triangular. 44 Figura 5 - Posição final de tratamento com o halter triangular. 2. O paciente encontrava-se na posição do exercício anterior, ao lado do paciente foi posicionado um cone onde o mesmo colocava argola que ele pegava da mão do terapeuta no lado contralateral. O mesmo depositava as argolas 10 vezes de cada lado, de acordo com as figuras 6 e 7; Figura 6- Posição inicial de tratamento com as argolas 45 Figura 7- Posição final de tratamento com as argolas. 3. Ao lado do paciente foi colocada uma bola de borracha vermelha colada pelo próprio vácuo em uma prancha, onde o mesmo pegava a bola e por estímulo verbal do terapeuta colocava em seu nariz, como ilustra a figura 8. Figura 8- Posição inicial de tratamento com a bolinha 4. O paciente era estimulado verbalmente a pegar um flutuador em forma de pato ou de polvo ao lado, e passando por dentro de uma argola de borracha levava-o até o seu próprio nariz, conforme as figuras 9 e 10. 46 Figura 9- Posição inicial de tratamento com o flutuador em forma de polvo verde. Figura 10- Posição final de tratamento com o flutuador em forma de polvo verde. Após terminada os 10 atendimentos de hidrocinesioterapia o paciente foi submetido a reavaliação, com os mesmos parâmetros estabelecidos na avaliação. O término das sessões se deu em uma sexta-feira, porém o paciente foi reavaliado na segunda-feira seguinte. 47 3.5 Procedimentos para análise e interpretação de dados O cálculo dos valores abaixo foi realizado calculando a média de três medidas. Para calcular as mesmas foi utilizado o software Corel Draw 11,0. À distância percorrida constou da volta do movimento, sendo, do ponto de referência ao lado do paciente até a ponta de seu nariz, de acordo com a figura 11. O cálculo da reta superior da figura 11 é de um metro, colocado no plano de fundo para servir como base de cálculo, como mostra a figura 3. Figura 11- Cálculo da distância percorrida. Para calcular o desvio do deslocamento resultante foi dividida a reta em 4 partes calculando as medidas de desvio nestes pontos, como mostra a figura 2. 48 Figura 12- Cálculo do desvio do deslocamento resultante. O cálculo da velocidade foi realizado com o cronômetro do relógio da marca Cássio, modelo G-shock Resist. 49 4 RESULTADOS, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Os dados serão apresentados neste capitulo em forma de tabelas e gráficos de barras, para uma melhor visualização dos mesmos. Os dados foram tabulados após o término de dez sessões. 4.1 Relato do caso Paciente do gênero masculino, 5 anos, natural de Campo Bom (RS), apresentou nistagmo aos 15 dias, aos 5 meses de idade, depois de uma consulta rotineira de acompanhamento foi encaminhado a um neuropediátra que após 5 meses com um exame de ressonância magnética (RM) diagnosticou Leucodistrofia, não definida até os dias atuais sua classificação. Diagnóstico fisioterapêutico: Quadriplegia atáxica/hipertônica. Mãe relata que a criança se locomove dentro de casa indo de um lugar a outro apenas se arrastando, pois não consegue engatinhar. Utiliza cadeira de rodas necessitando de auxílio para se locomover. A marcha é realizada somente com o auxílio de outra pessoa, do tipo em tesoura, fletindo e aduzindo os membros inferiores. No exame físico apresenta-se com nistagmo horizontal, fala lenta soletrando poucas palavras, segura o copo para se alimentar do mesmo modo a mamadeira. Não consegue levar o alimento até a boca com o auxilio de talheres, é dependente para se vestir e tomar banho, porém colabora com poucos movimentos, 50 padrão respiratório costal-superior. Tônus hipertônico e atáxico em repouso, com estímulos e com esforço. Nas condições gerais de alinhamento apresenta tremores posturais da cabeça, permanecendo com flexão plantar dos tornozelos e falta de equilíbrio. Não permanece sentado sem apoio, pois não possui equilíbrio para se manter na posição. Mãe afirma que nos últimos 7 meses os tremores em membros superiores e cabeça aumentaram significativamente. De acordo com Cozzi et al (1998, p. 401) em um estudo realizado com cães da raça West Highland os autores verificaram que a Ressonância Magnética (RM) pode além de levantar suspeitas da presença de leucodistrofia de células globóides, ajudar no controle da manutenção da doença. Já Winants et al (1988, p.122) afirma que a RM é o método mais apropriado para o diagnóstico precoce da leucodistrofia. A RM do paciente aos 10 meses de idade apresenta no seu laudo a seguinte descrição: acentuado retardo mielinização, evidenciando-se alteração difusa da mielina envolvendo a topografia da substância branca do centro semi-oval e periventricular bilateral, extendendo-se através das fibras do trato cortiespinhal para as cápsulas externas e internas bilateralmente, envolvendo igualmente difusamente o tronco cerebral, os pedúnculos cerebelares e a substância branca profunda de ambos os hemisférios cerebelares, notando-se igualmente discreta redução volumétrica difusa de ambos os hemisférios cerebrais, estes achados de imagem são inespecíficos devendo-se considerar como principais hipóteses diagnósticas a doença de Pelizaeus-Merzbacher, leucodistrofia metacromática e doença de Canavan, conforme (anexo C). Kazibutowska et al (2002, p.1209), sugerem que seja feito um exame genético molecular do DNA de paciente com leucodistrofia metacromática, mesmo após ter sido submetido a uma RM e da enzima arilsulfatase A. Harris et al (1996, p. 151) afirmam que o nistagmo horizontal é uma característica clínica da doença de Pelizaeus-Merzbacher. Na cromatografia de aminoácidos urinário do paciente aos 9 meses de idade apresentou diminuição no grupo 2 e 6 e aumento no grupo 4 como mostra (Anexo D). No estudo tomográfico computadorizado crânio-encefálico 51 aos 6 meses de idade (Anexo E) não apresentou alterações. Para Winants et al (1988, p.122) os testes laboratoriais são úteis para a determinação do diagnóstico definitivo em algumas leucodistrofias. O paciente também não apresentou alterações nos testes de triagem para erros inatos no metabolismo (Anexo F) e no protocolo para triagem de doenças lisossômicas de depósito exames realizados aos 14 meses de idade. 4.2 Coordenação motora Segundo O'Sullivan e Schmitz (1993, p. 139) é a capacidade de executar movimentos regulares acurados e controlados. A capacidade de produzir esses movimentos é um processo complexo dependente de um sistema neuromuscular completamente intacto. Os movimentos coordenados se caracterizam por uma velocidade, direção, ritmo e tensão muscular apropriados. Diversas áreas do sistema nervoso central (SNC) propiciam informações ao córtex da produção do movimento coordenado. Essas áreas são: cerebelo, gânglios basais e colunas dorsais (posteriores). 4.2.1 Distância percorrida (DP) Mcginnis (2002, p. 86) descreve distância percorrida (DP) como uma medida do comprimento do trajeto seguido pelo objeto cujo movimento está sendo descrito, de sua posição de começo (inicial) até sua posição de término (final). Em nosso estudo calculamos a DP pelo dedo indicador do paciente, da posição inicial (com o braço em abdução de 90º, em 52 contato com um ponto de referência ao seu lado, no mesmo nível do ombro, em uma distância em que o cúbito permanecesse em extensão), à posição final (tocando a ponta do nariz do mesmo), semelhante ao teste Index nariz. Observou-se na avaliação uma média da DP de 0,869 metros (m) e na reavaliação 0,835m, como mostra a tabela 1. Tabela 1- Distância percorrida pelo paciente durante avaliação e reavaliação. Variável Distância percorrida em metros Avaliação 0,869 Reavaliação 0,835 Por se tratar de um estudo de caso onde a amostra é constituída por apenas um indivíduo, não existe teste estatístico para verificar se os dados são significantes, porém considerando o valor inicial (da avaliação), na reavaliação verificou-se uma diminuição da DP Metros em 10%. Os valores da DP é melhor visualizado no gráfico 1. 0,88 0,87 0,86 0,85 0,84 0,83 0,82 0,81 0,869 0,835 Avaliação 1 Reavaliação Gráfico 1- Distância percorrida. 4.2.2 Desvio do deslocamento resultante (DDR) 53 Mcginnis (2002, p. 87), refere-se ao deslocamento resultante como a distância medida em uma linha reta a partir da posição inicial até a posição final. O desvio constou de toda medida em que se observou além da linha média formada entre o ponto de referência ao lado do paciente e o seu nariz. Verificou-se uma média do DDR de 0,246m na avaliação e apenas 0,177m na reavaliação, como mostra a tabela 2. Tabela 2- Desvio do deslocamento resultante. Variável Desvio do deslocamento resultante em metros Avaliação 0,246 Reavaliação 0,177 A diferença entre os dados é de 0,069 metros (7%), indicando o ganho que o paciente obteve durante o tratamento. Os dados são mostrados novamente em gráfico, no gráfico 2. 0,3 0,246 0,25 0,177 Metros 0,2 0,15 0,1 0,05 0 Avaliação 1 Reavaliação Gráfico 2 - Desvio do deslocamento resultante. 4.2.3 Velocidade do movimento (VM) 54 De acordo com Mcginnis (2002, p. 91), a velocidade escalar média de um objeto é a distância percorrida dividida pelo tempo que ele levou para percorrer aquela distância. Em nosso estudo observou-se que o paciente levou em média para realizar o movimento uma velocidade de 0,191metros/segundos (m/s), na avaliação e 0,265m/s na reavaliação, como aparece na tabela 3 à seguir. Tabela 3- Velocidade do movimento. Variável Velocidade do movimento em m/s Avaliação 0,191 Reavaliação 0,265 Nota-se que a diferença entre os valores é de 0,074 m/s o equivalente a 7%, este resultado indica que o paciente teve um ganho, embora não possamos afirmar se é estatisticamente significante. Os resultados são melhor ilustrado no gráfico 3. 0,3 0,265 0,25 m/s 0,2 0,191 0,15 0,1 0,05 0 Avaliação Reavaliação Gráfico 3 – Velocidade do movimento. 55 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente já são bem esclarecidos os benefícios que a fisioterapia trás aos pacientes neuropediátricos. O presente estudo buscou tratar e avaliar o indivíduo com objetividade para que pudéssemos ver os resultados de uma maneira objetiva. A escolha do tratamento na piscina se deu pelo propósito de oferecer uma resistência aos movimentos do paciente bem como a diminuição de seu estado de espasticidade, pela elevada temperatura da água. Nos resultados observou-se, comparando os dados da avaliação com a reavaliação após o tratamento hidrocinesioterápico, que em todos os parâmetros analisados como: distância percorrida, desvio do deslocamento resultante e velocidade do movimento, um ganho que não é estatisticamente significante, porém podemos considerar os resultados clinicamente significantes, onde houve uma diminuição da ataxia, diminuição da hipertonia e conseqüentemente um maior controle motor, pois tratamos uma doença degenerativa progressiva em que apenas a manutenção do quadro clínico do paciente é considerada um grande progresso. Notamos no decorrer das sessões que a criança teve uma boa adaptação com o ambiente aquático, otimizando desse modo o tratamento realizado. A mãe da criança relatou que a mesma estava conduzindo os alimentos até a boca com menos tremores nos membros superiores, sabemos que isso é um dado subjetivo, mas que é satisfatório para os pais. 56 Ressaltamos que é pequeno o número de referências de livros e revistas científicas sobre o tema em questão, porém isso dá mais importância ao trabalho realizado. Com os materiais encontrados foi possível atingir o objetivo, pois através dos mesmos aprofundamos os nossos conhecimentos em leucodistrofia. Sugere-se para futuros acadêmicos que continuem o trabalho com um número maior de sessões, podendo assim realizá-las com intervalos entre as mesmas, dando tempo para o corpo do paciente se adaptar ao estímulo recebido. 57 REFERÊNCIAS A LEUCODISTROFIA. Disponível em: < http://www.leucodistrofia.hpg.ig.com.br/>. Acesso em: 15 abr. 2005. ANDRADE, M. M. Introdução a metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 153 p. 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FENICHEL, G. M.Neurologia pediátrica: sinais e sintomas. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 434 p GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996. 159 p. HARRIS, et aL. Intermittent horizontal saccade failure (‘ocular motor apraxia’) im children. Londres. British Journal Ophytalmology. v. 80, n. 2, p. 151-158, 1996. KAZIBUTOWSKA, Z. [Metachromatic leukodystrophy in adult patient initially diagnosed as multiple sclerosis]. Neurology neurochir polish. v. 36, n. 6. p. 1209-1219, 2002. KOURY, J. M. Programa de fisioterapia aquática: um guia para reabilitação ortopédica. São Paulo: Manole, 2000. KUPRIAN, W. Fisioterapia nos esportes. São Paulo: Manole, 1984. LEUCODISTROFIA. Disponível em: < http//healthlink.mcw.edu/article/ >. Acesso em: 15 abr. 2005. LEITÃO, A. Reabilitação neurológica. São Paulo: Artenova, 1972. MANUAL MERCK: saúde da família. Disponível em: < http://www.msd brazil.com/msd43/m_manual/mm_sec12_139.htm >. Acesso em: 15 abr. 2005. 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A facilitação das reações de endireitamento e equilíbrio na água em pacientes portadores de paralisia cerebral tipo tetraplégico espástico moderado. Revista Tuiuti: Ciência e Cultura, Curitiba, PR, 1994, v. 1. n. 1. 61 ANEXOS 62 ANEXO A Termo de consentimento livre e esclarecido 63 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Observações: 1. Preencha na linguagem coloquial do sujeito e/ou paciente a ser pesquisado. 2. Em caso de pessoas legalmente não autônomas ou com capacidade de decisão diminuída, este termo de consentimento deve ser assinado pelo seu responsável legal. Gostaria de obter todas as informações sobre este estudo: a- tempo que terei de ficar disponível; a-De 40 a 60 minutos; b- quantas sessões serão necessárias (com dia e horário previamente marcados); b-Apenas 10 (dez); c- detalhes sobre todos os procedimentos (testes, tratamentos, exercícios, etc.); c-Todos necessários; d- local onde será realizado; d-Na clinica escola de fisioterapia; e- equipamentos ou instrumentos que serão utilizados; e-Flutuadores e argola de borracha; f- se preciso vestir alguma roupa ou sapato apropriado; f-Toca e calção de banho; e quaisquer outras informações sobre o procedimento do estudo a ser realizado em mim. g-Todas necessários; Quais as medidas a serem obtidas? Movimento de levar a mão no nariz; Quais os riscos e desconfortos que podem ocorrer? Nenhum; Quais os meus benefícios e vantagens em fazer parte deste estudo? Contribuição para uma pesquisa acadêmica; Quais as pessoas que estarão me acompanhando durante os Estagiários do oitavo semestre do curso de fisioterapia; 64 procedimentos práticos deste estudo? Existe algum questionário que preciso preencher? Sou obrigado a responder a todas as perguntas? Não; PESSOA PARA CONTATO: NÚMERO DO TELEFONE: Prof.Fabiana Durante de Medeiros (pesquisador responsável) ENDEREÇO: TERMO DE CONSENTIMENTO Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim. Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento. Nome por extenso : RG : Local e Data: Assinatura: Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2) Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR. 65 ANEXO B Consentimento para fotografias, vídeos e gravações 66 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIAS, VÍDEOS E GRAVAÇÕES Eu _________________________________________________________________ permito que o grupo de pesquisadores relacionados abaixo obtenha fotografia, filmagem ou gravação de minha pessoa para fins de pesquisa científica, médica e/ou educacional. Eu concordo que o material e informações obtidas relacionadas à minha pessoa possam ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos. Porém, a minha pessoa não deve ser identificada, tanto quanto possível, por nome ou qualquer outra forma. As fotografias, vídeos e gravações ficarão sob a propriedade do grupo de pesquisadores pertinentes ao estudo e sob sua guarda. Nome do sujeito da pesquisa e/ou paciente: ______________________________________________ RG: ______________________________________________ Endereço: ______________________________________________ Assinatura: ______________________________________________ Nome dos pais ou responsáveis: ______________________________________________ RG: ______________________________________________ Endereço: ______________________________________________ 67 Assinatura: ______________________________________________ Se o indivíduo é menor de 18 anos de idade, ou é legalmente incapaz, o consentimento deve ser obtido e assinado por seu representante legal. Equipe de pesquisadores: Nomes: Prof° Fabiana Duarte Medeiros, Ac. Nerealdo Rodrigues Boeira. ___________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Data e Local onde será realizado o projeto: 28/03/2005 á 28/04/2005, nas dependências da Clínica escola de fisioterapia da UNISUL campus Tubarão. Adaptado de: Hospital de Clínicas de Porto Alegre / UFRGS Adaptado de: Hospital de Clínicas de Porto Alegre / UFRGS 68 ANEXO C Ressonância magnética 69 70 ANEXO D Cromatografia de aminoácidos urinário 71 72 ANEXO E Tomografia computadorizada crânio-encefálica 73 74 ANEXO F Testes de triagem para erros inatos do metabolismo 75