Polissonografia portátil- é
completa?
Simone Chaves Fagondes
Laboratório do Sono do Serviço de Pneumologia
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
LabSono Clínica Lavinsky
Métodos diagnósticos para os
transtornos respiratórios do sono
 Tipo 1 - polissonografia completa (padrão) no
laboratório, assistida por um técnico e de noite
inteira (no mínimo 7 variáveis fisiológicas)
 Tipo 2 – polissonografia completa sem a presença
de um técnico durante o registro (pode ser
realizada no domicílio)
Ferber R. Sleep 1994; 17: 378
Métodos diagnósticos para os
transtornos respiratórios do sono
 Tipo 3 – equipamentos que registram de 4 a 7
variáveis fisiológicas com, pelo menos 2 canais
respiratórios (fluxo e esforço respiratório), um
sinal cardíaco (pulso ou EKG) e saturação da
oxihemoglobina por oxímetro de pulso
Geralmente não é assistida e pode ser feita no
domicílio
Ferber R. Sleep 1994; 17: 378
Métodos diagnósticos para os
transtornos respiratórios do sono
 Tipo 4 – somente uma a duas variáveis
fisiológicas são registradas, uma delas é a
saturação da oxihemoglobina
Ferber R. Sleep 1994; 17: 378
Polissonografia completa (tipo 1)
Pros
 É o método padrão para o diagnóstico dos
transtornos respiratórios do sono
 Inclui registro de eletroencefalografia,
eletrooculografia, eletromiografia,
eletrocardiografia, ventilação e oxigenação
Kushida CA. Sleep 2005
Polissonografia completa (tipo 1)
Pros
 É normalmente realizada num centro
especializado (laboratório do sono)
 O exame é conduzido por um técnico com
treinamento específico em polissonografia que
permanece assistindo o paciente a noite toda
( o que permite a reposição de eletrodos e a resolução de artefatos ou
outros problemas durante o processo de aquisição)
Kushida CA. Sleep. 2005
Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia completa (tipo 1)
Contras
 O escore do exame requer um profissional com
muita habilidade e demanda tempo
 A interpretação do exame deve ser feita por um
médico com treinamento na área do sono
 É um exame de custo operacional elevado, custo
alto para o paciente e é tecnicamente “intenso”
Kushida CA. Sleep. 2005
Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia completa (tipo 1)
Contras
 É relativamente inconveniente, por vezes
desconfortável para o paciente
 Leitos insuficientes para atender a demanda
 Exame restrito a alguns centros, longas listas de
espera
A SAOS tem prevalência elevada: 24% nos homens e 17% nas mulheres (IAH>
5) e tem incidência crescente
Kushida CA. Sleep. 2005
Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Acesso ao diagnóstico e tratamento de pacientes com suspeita de SAOS
Flemons, W. Am J Resp Crit Care Med. 2004
Situação no Brasil
Situação em Porto Alegre (HCPA)
PSG: 18 a 24 meses
Talvez a polissonografia completa seja um exame
complexo demais para o diagnóstico de SAOS não
complicada!
Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia portátil
 Portátil: equipamento que pode ser utilizado fora
do laboratório do sono, geralmente no domicílio
 Variedade ampla de equipamentos que vai da
polissonografia completa
(sem a presença de um técnico),
até um holter de oximetria de pulso
Polissonografia portátil
Pros
 Custo reduzido (dos equipamentos e do exame)
 Maior rapidez no atendimento da demanda
 Maior conforto ao paciente
 A noite do estudo é em geral mais representativa
 Fornece as informações necessárias para o
diagnóstico de um grupo de pacientes com
suspeita de SAOS
Polissonografia portátil
Contras
 Exame não é acompanhado pelo técnico
(pode haver perdas ou má qualidade na captação de alguns canais
durante o registro)
 A maioria não tem EEG, não permitindo avaliar os
dados da macroestrutura do sono
Polissonografia portátil
Contras
 Como o sono não é registrado, o cálculo do
número de eventos respiratórios é realizado
baseado no tempo total de estudo o que pode,
potencialmente, subestimar o índice de eventos
respiratórios/hora
 Dúvidas em como comparar IDR com IAH
 Não se destina ao diagnóstico dos outros
transtornos do sono
RDI 79 eventos/h
Média SpO2 88%; nadir 55%
Masc, 55 anos, IMC= 30,5 Kg/m2
Ronco e apnéias, HAS
Mulgrew A. Ann Intern Med. 2007
Pneumopatia moderada a grave
ICC
DNM
Collop N. J Clin Sleep Med 2007
Polissonografia portátil
considerações
 Existe uma grande diversidade de equipamentos portáteis disponíveis
no mercado
Os equipamentos ainda não foram comparados. Não se determinou
ainda a combinação de sensores que tem os melhores resultados em
termos de sensibilidade e especificidade
A logística do preparo do paciente deve ser determinada (paciente
coloca os sensores, técnico no domicílio, no laboratório)
 Questões relativas a segurança do paciente devem ser consideradas
Adaptado de Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia portátil
considerações
 Existe uma grande diversidade de equipamentos portáteis disponíveis
no mercado
Os equipamentos ainda não foram comparados. Não se determinou
ainda a combinação de sensores que tem os melhores resultados em
termos de sensibilidade e especificidade

A logística do preparo do paciente deve ser determinada (paciente
coloca os sensores, técnico no domicílio, no laboratório)
 Questões relativas a segurança do paciente devem ser consideradas
Adaptado de Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia portátil
considerações
 Existe uma grande diversidade de equipamentos portáteis disponíveis
no mercado
Os equipamentos ainda não foram comparados. Não se determinou
ainda a combinação de sensores que tem os melhores resultados em
termos de sensibilidade e especificidade

A logística do preparo do paciente deve ser determinada (paciente
coloca os sensores, técnico no domicílio, no laboratório)
 Questões relativas a segurança do paciente devem ser consideradas
Adaptado de Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia portátil
considerações
 Aspectos relativos a segurança do equipamento devem ser
considerados assim como a garantia do retorno do equipamento ao
centro de diagnóstico
A perda de dados é inerente as características do estudo não
assistido. É importante determinar a aquisição de uma quantidade
mínima de dados para garantir a validade do exame (perda dos dados
em 3 a 18% dos exames)
 Como o tempo de sono não é medido, algumas variabilidades
decorrentes de dados provenientes da analise do EEG devem ser
consideradas (% sono REM, indice de microdespertares, etc)
Adaptado de Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia portátil
considerações
 Aspectos relativos a segurança do equipamento devem ser
considerados assim como a garantia do retorno do equipamento ao
centro de diagnóstico

A perda de dados é inerente as características do estudo não
assistido. É importante determinar a aquisição de uma quantidade
mínima de dados para garantir a validade do exame (perda dos dados
em 3 a 18% dos exames)
 Como o tempo de sono não é medido, algumas variabilidades
decorrentes de dados provenientes da analise do EEG devem ser
consideradas (% sono REM, indice de microdespertares, etc)
Adaptado de Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia portátil
considerações
 Aspectos relativos a segurança do equipamento devem ser
considerados assim como a garantia do retorno do equipamento ao
centro de diagnóstico

A perda de dados é inerente as características do estudo não
assistido. É importante determinar a aquisição de uma quantidade
mínima de dados para garantir a validade do exame (perda dos dados
em 3 a 18% dos exames)
 Como o tempo de sono não é medido, algumas variabilidades
decorrentes de dados provenientes da análise do EEG devem ser
consideradas (% sono REM, índice de microdespertares, eficiência do
sono, etc)
Adaptado de Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia portátil
considerações
 Ainda não existe uma regulamentação sobre os equipamentos
portáteis no que diz respeito à interpretação dos exames. Alguns
dispositivos tem escore automático e não disponibiliza o escore
manual e a avaliação dos dados brutos nem a sua modificação
 A população estudada com mais frequência é a de individuos com alto
risco de ter SAHOS sem comorbidades significativas
Adaptado de Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia portátil
considerações
 Ainda não existe uma regulamentação sobre os equipamentos
portáteis no que diz respeito à interpretação dos exames. Alguns
dispositivos tem escore automático e não disponibiliza o escore
manual e a avaliação dos dados brutos nem a sua modificação
 A população estudada com mais frequência é a de indivíduos com alto
risco de ter SAOS sem co-morbidades significativas
Adaptado de Collop N. Curr Opin Pulm Med. 2008
Polissonografia portátil
recomendações
 Os pacientes candidatos ao exame portátil devem ser avaliados por
profissional com treinamento em medicina do sono
 Os dados brutos coletados precisam ser analisados
 Pacientes sem co-morbidades significativas como pneumopatia
moderada a grave, insuficiência cardíaca congestiva, doença
neuromuscular
 Pacientes sintomáticos com exame negativo devem completar a
investigação
 Equipamentos portáteis não são indicados para estudos do tipo split-
night
 As limitações e capacidades de cada equipamento precisam ser
consideradas
Polissonografia portátil
Perfil de paciente
 Adultos com alta probabilidade pré-teste de SAOS moderada
a grave e ausência de co-morbidades clínicas que possam
comprometer a acurácia do exame
 Ausência de outros transtornos do sono associados
Collop N. J Clin Sleep Med 2007
Polissonografia portátil
Perfil de paciente
 Pacientes com indicação de polissonografia completa por
suspeita de SAOS mas que não tem condições de deslocamento
até o laboratório do sono
 Controle de resposta a outros tratamentos para apnéia
(exceto CPAP)
Collop N. J Clin Sleep Med 2007
• Falta dados sobre sensibilidade e
especificidade dos portateis
• Variabilidade psg laboratorio 10 a 20%
• Acuracia portateis, estudo com 75pacientes,
• IAH >5 (78,6%); > 10 (84%) e > 15 (80%)
Polissonografia portátil
recomendações
 As limitações e capacidades de cada equipamento
precisam ser consideradas
Polissonografia portátil
Considerações
 Segurança
 Facilidade no uso
(evidência baseada na avaliação do tempo
necessário para colocar os sensores)
 Confiabilidade: perda de dados em 3 a 18% dos
exames em equipamentos portáteis. Grande
variabilidade nos equipamentos e na forma de
interpretação
Polissonografia portátil
Considerações
 Durabilidade
 Economia: 22% a 42% de economia
(considerando o uso do CPAP após o exame portátil, análise não
incluiu as falhas no uso do portátil que foram de 24% inicialmente e
12% na parte final do estudo)
Acurácia diagnóstica:
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Polissonografia portátil