Trabalho de Pesquisa Efeito do Uso Tópico de Açúcar Cristal na Cicatrização Corneana em Coelhos Effect of the Topical Use of Granulated Sugar on Corneal Healing in Rabbits Gentil Ferreira Gonçalves1 Adrien Wilhelm Dilger Sanches2 Lisiane de Almeida Martins3 José Ricardo Pachaly3 Marshal Costa Leme4 Celso Gontijo Cunha5 Ney Luis Pippi6 Juliano Bolson7 Henrique C. Stofela-Neto8 Gonçalves GF, Sanches AWD, Martins L de A, Pachaly JR, Leme MC, Cunha CG, Pippi NL, Bolson J, Stofela-Neto HC. Efeito do uso tópico de açúcar cristal na cicatrização corneana em coelhos. MEDVEP Rev Cientif Med Vet Pequenos Anim Anim Estim 2004; 2(6):103-7. As úlceras de córnea ainda são um grande problema na clínica de pequenos animais, produzindo perdas oculares e cicatrizes que interferem na qualidade visual. Com o objetivo de verificar a eficácia no uso tópico do açúcar cristal na cicatrização de feridas corneanas, foram produzidas úlceras centrais superficiais em ambos os olhos de 15 coelhos adultos saudáveis. As feridas foram tratadas duas vezes ao dia, com solução fisiológica a 0,9%, como placebo, nos olhos esquerdos e com açúcar cristal nos olhos direitos. Os animais foram separados em três grupos de cinco indivíduos, e cada grupo foi submetido a abate e coleta das córneas para exame histopatológico, em períodos predeterminados de três, sete e 15 dias de pós-operatório (PO). Avaliação clínica macroscópica foi realizada diariamente, e exames bacteriológicos e histopatológicos foram realizados nos períodos predeterminados. Macroscopicamente, as feridas reagiram de forma similar, observando-se exsudação até o terceiro dia de PO. Não se observou opacificação em área circunjacente à lesão, nem formação de neovasos sobre a córnea. O edema foi constante, não havendo diferença entre olhos esquerdos e direitos. Quatro olhos direitos foram negativos à fluoresceína no quinto dia de PO, enquanto o restante dos olhos esquerdos e direitos só foram negativos entre o sexto e o sétimo dia de PO. Ao exame histopatológico, não se observaram diferenças entre os olhos, nos mesmos dias de PO. O exame bacteriológico pré-operatório mostrou predominância de Staphylococcus sp. em todas as amostras, com unidades formadoras de colônias variando entre 3,84 x 102 e 3,31 x 104. No terceiro dia de PO, não houve alteração na espécie de bactéria ou em sua contagem em ambos os olhos. Concluiu-se que a utilização de açúcar cristal no tratamento PO de feridas corneanas em coelhos não tem influência direta na cicatrização, apesar de ter sido observada reepitelização mais precoce em alguns dos olhos tratados. PALAVRAS-CHAVE: Oftalmologia; Córnea; Coelhos; Cicatrização de feridas. 1 Médico Veterinário; Mestre, Doutorando em Cirurgia Experimental – Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária – Universidade Federal de Santa Maria – UFSM; Professor Adjunto do Curso de Medicina Veterinária – Universidade Paranaense – UNIPAR; Rua Fortaleza, 4031, Jardim América – CEP 87502-300, Umuarama, PR; e-mail: [email protected] 2 Médico Veterinário; Mestre; Professor Adjunto do Curso de Medicina Veterinária – UNIPAR 3 Médico(a) Veterinário(a), Mestre, Doutor(a); Professor(a) Titular do Curso de Medicina Veterinária – UNIPAR 4 Médico Veterinário, Mestre; Professor Adjunto do Curso de Medicina Veterinária – UNIPAR 5 Médico Veterinário; Professor Auxiliar do Curso de Medicina Veterinária – UNIPAR 6 Médico Veterinário, Mestre, Ph.D.; Professor Titular do Departamento de Pequenos Animais – UFSM 7 Médico Veterinário; Mestrando – PPGMV – UFSM 8 Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária – UNIPAR MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2004; 2(6):103-7 Efeito do Uso Tópico de Açúcar Cristal na Cicatrização Corneana em Coelhos INTRODUÇÃO Doenças corneanas são comuns em animais de companhia, podendo ser primárias ou secundárias a outras doenças sistêmicas ou oftálmicas. As doenças corneanas geralmente resultam em úlceras, com dor, vascularização, pigmentação e opacificação, sendo as últimas conseqüências da primeira, de acordo com Wilkie, Whittaker1 (1997) e Startup2 (1984). As úlceras corneanas possuem diversas etiologias, e antes de se iniciar o tratamento, deve-se tentar identificar a causa primária. Traumatismos, triquíase, distiquíase e outras doenças oculares, como ceratoconjuntivite seca, são as principais causas de ulcerações, sendo poucas aquelas causadas primariamente por bactérias. Pseudomonas sp. é uma das bactérias que causam ulcerações corneanas com lise do estroma3. Para o diagnóstico de úlcera corneana, utiliza-se uma fonte luminosa puntiforme, algumas vezes associada a um aparelho de magnificação, e indica-se inspeção das estruturas perioculares, na tentativa de identificar a causa. A prova de Schirmer para avaliar a secreção lacrimal é útil para um diagnóstico diferencial com a ceratoconjuntivite seca. O uso da fluoresceína, que por ser hidrofílica fixa-se sobre o estroma corneano quando existem perdas epiteliais, corando o local, facilita o diagnóstico de úlceras superficiais4,5,6. A cicatrização de úlceras corneanas pode ser complicada por infecções bacterianas, sendo os leucócitos presentes incapazes de cumprir sua função. Os produtos de degradação corneana modificam as moléculas de colágeno, tornando-as mais suscetíveis ao efeito das enzimas contidas nos granulócitos. Isso pode resultar em degradação rápida da córnea, que pode continuar ocorrendo mesmo depois da efetivação do tratamento e destruição da flora bacteriana patológica, segundo Laforge4. Ulcerações superficiais de córnea são aquelas em que somente o epitélio é atingido, devendo-se evitar a ocorrência de infecção secundária com ativação da colagenase e eventual risco de perfuração corneana7. Desta forma, Barros7 (1993), Pickett8 (1995), Startup2 (1984), Wolfer, Grahn9 (1994), Williams3 (1991) e Wilkie, Whittaker1 (1997) indicam que o procedimento inicial deve ser a limpeza da ferida, com aplicação tópica de agentes antibacterianos, além de uma terapia complementar, de acordo com o caso, em geral usando midriáticos como a atropina. Quanto ao agente antibiótico a ser usado, alguns dados sugerem que a gentamicina reduz a 104 capacidade de cicatrização das células epiteliais, mas em muitas outras preparações oftálmicas esse efeito pode ocorrer, como sugerido por Williams3 (1991). Laforge4 (1993) recomenda a realização de antibiograma, após a cultura de amostras colhidas da ferida para especificar a natureza das bactérias presentes, para que se possa adotar uma antibioticoterapia eficiente. Já Startup2 (1984) indica o uso de antibióticos de amplo espectro, que sejam efetivos principalmente contra Pseudomonas sp., em um primeiro momento, e, quando possível, um antibiótico específico para os agentes determinados pela cultura e antibiograma, posteriormente. É importante que as preparações com antibióticos não interfiram na regeneração corneana2. Em ulcerações mais profundas e persistentes, a aplicação tópica de soluções com antibióticos serve somente para proteger a ferida de contaminações bacterianas secundárias9. No tratamento de feridas cutâneas infectadas, o açúcar tem-se mostrado eficaz, sendo citados seu efeito bactericida e o seu potencial de auxílio à formação de tecido de granulação, em pessoas e animais10,11. O objetivo deste experimento foi verificar a eficácia do uso tópico de açúcar cristal como auxiliar no processo de reparação corneana, e como agente de controle da microbiota patogênica durante a reparação. Foram avaliados os efeitos da aplicação tópica de açúcar cristal em úlceras corneanas superficiais experimentais em coelhos. Observou-se o tempo de reparação em comparação com úlceras tratadas somente com aplicação tópica de solução de NaCl a 0,9%, a evolução histológica da reparação e a microbiota presente durante o período de reparação. MATERIAL E MÉTODO Foram utilizados 15 coelhos adultos saudáveis, sem raça definida, com massa corporal variando de 2,5 a 3,0Kg, separados aleatoriamente em três grupos de cinco indivíduos. Previamente ao experimento, os animais passaram por um período de sete dias de adaptação ao alojamento, foram vermifugados e submetidos a completa avaliação clínica e oftálmica. O pré-operatório consistiu de jejum alimentar e restrição hídrica por 12 horas. A pré-anestesia se deu por administração intramuscular de maleato de acepromazina e fentanila e a indução anestésica foi realizada com tiopental sódico, administrado por via intravenosa. MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2004; 2(6):103-7 Efeito do Uso Tópico de Açúcar Cristal na Cicatrização Corneana em Coelhos Ambos os olhos de cada animal foram submetidos ao mesmo procedimento cirúrgico, sendo o esquerdo o controle do direito. Para isso, os animais foram posicionados em decúbito lateral, o olho a ser operado foi lavado com solução fisiológica a 0,9%, o bulbo ocular foi fixado por três pinças hemostáticas de Halstead reparando a conjuntiva bulbar, após a colocação de blefarostato. Com um trépano corneano de Castroviejo, com diâmetro de 5,0mm, cada córnea foi trepanada a uma profundidade de 0,3mm, realizando-se, a seguir, ceratectomia com tesouras corneanas (Figura 1). Finalizado o procedimento no primeiro olho, o animal era reposicionado na mesa cirúrgica e repetia-se o procedimento no olho contralateral. do procedimento cirúrgico (dia 0) e no terceiro, sétimo e décimo quinto dia de PO. Os animais passaram por abate e coleta das córneas para exame histopatológico em períodos predeterminados, que foram de três, sete e quinze dias de PO, para primeiro, segundo e terceiro grupo, respectivamente. Imediatamente após as coletas, as córneas foram individualizadas e fixadas por 24 horas em formol tamponado a 10%. Em seguida, foram incluídas em blocos de parafina e cortadas em micrótomo a 5,0µm de espessura e coradas com hematoxilina e eosina. Os cortes foram montados em lâmina e lamínula de vidro e analisados sob microscopia óptica. RESULTADOS E DISCUSSÃO FIGURA 1: Bulbo ocular de coelho, fixado por pinças hemostáticas de Halstead, sendo trepanado em sua área central por trépano corneano de Castroviejo, com diâmetro de 5,0mm, para confecção de ferida corneana superficial. O pós-operatório (PO), para os olhos esquerdos, que tinham a função de controle, consistiu de aplicação tópica de solução de NaCl a 0,9%, duas vezes ao dia. Já os olhos direitos recebiam, duas vezes ao dia, aplicação tópica abundante de açúcar cristal e, cinco minutos depois, copiosa irrigação com solução de NaCl a 0,9%, para lavagem. Todos os olhos passaram por avaliação macroscópica durante o PO, recebendo duas aplicações diárias de fluoresceína, após as quais se verificavam as condições de reepitelização, presença de exsudação, edema corneano, neovascularização e opacificação na área da úlcera. Exames bacteriológicos foram realizados, por meio de cultura e identificação dos microrganismos presentes, em material colhido antes As feridas reagiram de forma similar, observando-se exsudato com aspecto variando de seroso a levemente mucoso, até o terceiro dia de PO. Tal exsudação é esperada em processos de reparação, de acordo com Startup2 (1984) e Wilkie, Whittaker1 (1997). O edema foi constante, não havendo diferença entre olhos esquerdos e direitos. Somente dois animais apresentaram reação uveal em ambos os olhos, nos dois primeiros dias de PO. Edema é uma reação esperada, em função da lesão ao endotélio, que, segundo Gelatt12 (2000), é responsável pela manutenção da deturges cência da córnea. Em nenhum dos olhos foi observada a presença de opacificação em área circunjacente à lesão ou formação de neovasos sobre a córnea, o que provavelmente se deve à profundidade da úlcera e à eficiência do processo de higienização das lesões. A opacidade no local da lesão se deve ao desarranjo das fibras colágenas do estroma corneano durante a cicatrização12, processo no qual o açúcar não demonstrou efeitos, pois não houve diferenças entre os olhos (Figura 2). No local da lesão, a opacidade se manteve presente em todos os olhos, sendo que até o sétimo dia de PO variou de moderada a grave, enquanto no 15º dia de PO foi classificada como leve em todos os olhos. Segundo Gellat12 (2000), se não houver reepitelização da lesão nas primeiras 72 horas, ocorre tendência a neoformação vascular e, de acordo com Startup2 (1984), Williams3 (1991), Barros7 (1993), Wolfer, Grahn9 (1994), Pickett 8 (1995) e Wilkie, Whittaker 1 (1997), a limpeza da ferida evita contaminação secundária e favorece o processo de reparação, o que foi constatado em ambos os olhos. MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2004; 2(6):103-7 105 Efeito do Uso Tópico de Açúcar Cristal na Cicatrização Corneana em Coelhos A B C D E F Quatro olhos direitos foram negativos à fluoresceína no quinto dia de PO, enquanto o restante dos olhos direitos e esquerdos, mesmo os pares dos quatro supracitados, só foram negativos entre o sexto e o sétimo dia de PO. O tempo de reepitelização pode variar com o tamanho e a profundidade da ferida, bem como com a contaminação4. Dessa forma, como eram feridas de tamanhos e profundidades iguais, a reepitelização precoce observada em alguns casos foi atribuída aos efeitos do açúcar. O exame bacteriológico pré-operatório (dia 0) mostrou predominância de Staphylococcus sp. em todas as amostras, com unidades formadoras de colônias (UFC) variando entre 3,84 x 102 e 3,31 x 104. Para ambos os olhos, no terceiro dia de PO, não houve qualquer alteração na espécie de bactéria ou na sua contagem. A bactéria isolada é um membro da microbiota do saco conjuntival13 e seus níveis, em todas as amostras, estiveram abaixo dos considerados patogênicos. Não houve crescimento bacteriano a partir das amostras colhidas no sétimo e 15º dia de PO, o que foi atribuído a erros de colheita. Segundo Williams3 (1991), Pseudomonas sp. é a bactéria que produz maiores índices de lesão corneana. Neste experimento, tal microrganismo não foi 106 FIGURA 2: Olhos de coelho durante a recuperação pósoperatória (PO) de feridas corneanas cirurgicamente produzidas, sendo que os olhos direitos foram tratados com aplicação tópica de açúcar cristal, e os esquerdos com aplicação tópica de solução de NaCl a 0,9%. A) olho direito aos três dias de PO; B) olho esquerdo aos três dias de PO; C) olho direito aos sete dias de PO; D) olho esquerdo aos sete dias de PO; E) olho direito aos 15 dias de PO; F) olho esquerdo aos 15 dias de PO. observado em nenhuma das amostras avaliadas, comprovando a eficácia da higienização praticada. Ao contrário do observado em feridas cutâneas por Weiss et al.10 (1984) e Raiser, Badker11 (1987), o açúcar não favoreceu o crescimento de tecido de granulação em feridas corneanas superficiais em coelhos. Ao exame histopatológico, não se observou presença de neovascularização em nenhum dos cortes. No terceiro dia de PO, não se observou reepitelização em nenhuma das córneas examinadas, não havendo diferenças marcantes entre elas. Observou-se discreta reação inflamatória aguda, com infiltração neutrofílica variando de discreta a moderada e edema, variando de moderado a acentuado. Ao sétimo dia de PO, a reação inflamatória era discreta, com rara infiltração neutrofílica e edema discreto, enquanto que no 15º dia de PO, todas as córneas se apresentavam reepitelizadas, sem sinais de inflamação, edema ou infiltração por neutrófilos. A seqüência dos eventos histopatológicos coincide com os dados citados por Gelatt12 (2000) para cicatrização corneana normal, sendo que o açúcar não apresentou contribuição significativa ao processo, mesmo tendo favorecido a reepitelização precoce de algumas córneas. MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2004; 2(6):103-7 Efeito do Uso Tópico de Açúcar Cristal na Cicatrização Corneana em Coelhos CONCLUSÕES O uso tópico de açúcar cristal no tratamento de feridas corneanas cirurgicamente induzidas em coelhos não interferiu na microbiota e não mostrou vantagens em relação ao placebo em termos de qualidade final da cicatriz. Sua única vantagem foi, em alguns casos, promover a aceleração da reepitelização. Assim, seu uso não merece indicação como tratamento para úlceras corneanas. Gonçalves GF, Sanches AWD, Martins L de A, Pachaly JR, Leme MC, Cunha CG, Pippi NL, Bolson J, Stofela-Neto HC. Effect of the topical use of granulated sugar on corneal healing in rabbits. MEDVEP Rev Cientif Med Vet Pequenos Anim Anim Estim 2004; 2(6):103-7. Cornea ulcers are still a big problem in small animals veterinary practice, producing ocular losses and scars that interfere in the visual quality. In order to verify the efficiency of the topical use of granulated sugar in the healing of corneal wounds, superficial central ulcers were produced in both eyes of 15 healthy adult rabbits. The wounds were treated twice daily with 0.9% NaCl solution as a placebo, in the left eyes, and with granulated sugar, in the right eyes. The animals were divided in three groups of five individuals, and each group was submitted to euthanasia and collection of the corneas for histopathological examination, in predetermined periods of three, seven and 15 days post-operative (PO). Clinical macroscopic evaluation was accomplished daily, and bacteriological histopathological examinations were accomplished in predetermined periods. Macroscopically, the wounds reacted in a similar way, being observed exudation until the third day PO. There was not observed opacity around the lesion or formation of vascularisation on the cornea. The edema was constant, with no difference among left and right eyes. Four right eyes went negative to the fluorescein in the fifth day PO, while the remaining left and right eyes became negative only between the sixth and the seventh day PO. Histopathological differences were not observed among the eyes, in the same days of PO. The preoperative bacteriological examination showed a predominance of Staphylococcus sp. in all the samples, with colonies forming units varying between 3,84 x 102 and 3,31 x 104, and in the third day PO there was no change in the bacterial species or in its count in both eyes. It was concluded that the use of granulated sugar does not have direct influence in the healing of corneal wounds in rabbits. KEYWORDS: Ophthalmology; Cornea; Rabbits; Wound healing. REFERÊNCIAS 1. Wilkie DA, Whittaker C. Surgery of the cornea. Vet Clin North Am: Small Anim Pract 1997; 27(5):1067-107. 2. Startup FG. Corneal ulceration in the dog. J Small Anim Pract 1984; 25:737-52. 3. Williams D. Techniques for treatment of corneal ulcer. 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Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins; 2000. 595p. 13. Gelatt KN. Veterinary ophthalmology. 2ª ed. Philadelphia: Lea & Febinger; 1991. 765p. Recebido para publicação em: 09/02/04 Enviado para análise em: 19/04/04 Aceito para publicação em: 23/06/04 MedveP - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2004; 2(6):103-7 107