Ano II - Número 36 16 a 29 de outubro/2006 Cresce o interesse pela pesquisa Fotos: Ricardo Lima Estudante da Faculdade de Engenharia Elétrica Celso Dall'Orto investiga o Sistema de Posicionamento Global (GPS) Número de universidades inscritas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) quase dobrou nos últimos quatro anos; cerca de 18 mil alunos atuam na área em todo o País O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Pibic/CNPq), o maior do segmento, registrou um aumento de 24% no número de alunos inscritos em 2006 em comparação ao período de 2002. Este ano, 17,9 mil universitários integram a Iniciação Científica (IC) em todo o Brasil. O número de instituições registradas nesse programa quase dobrou nos últimos quatro anos. Além do Pibic, outros órgãos fomentam a pesquisa no País. Na PUCCampinas 186 estudantes se dedicam à IC. Uma mostra dos trabalhos desses universitários integra a programação do 11º Encontro de Iniciação Científica, que acontece nos dias 24 e 25 de outubro nos Campi I e II. Página 05 Médico receita dose de amor O clínico geral Jamiro da Silva Wanderley acumula uma história de dedicação no tratamento de pacientes e, com certeza, integra a plêiade de homens que mantêm a esperança nesse mundo. Com 25 anos de carreira, o médico consegue encontrar, em sua rotina pesada, tempo para fazer mágicas que minimizam o sofrimento e ajudam na recuperação das doenças. Página 04 Sebastian Marques, a filha Vitória e Natasha Faria na fachada lúdica do ateliê em Distrito de Joaquim Egídio Família divulga mamulengo Jamiro Wanderley faz solidariedade humana em um passe de mágica O Ateliê & Teatro de Bonecos Inventor de Sonhos, localizado no Distrito de Joaquim Egídio, abriga uma verdadeira fábrica artesanal de sonhos produzidos e interpretados pelo casal, Natasha Faria e Sebastian Marques, e a filha Vitória. A artesã e o pes- quisador-artista se uniram com o objetivo de divulgar e manter a tradição dos bonecos mamulengos, cuja origem data do século 13 na Península Ibérica, mas que ganharam movimentos e coloridos tupiniquins. Página 08 Educadores debatem suas deficiências A dramaturgia costuma popularizar temas restritos aos debates segmentados, com isso promove a polêmica na sociedade e aumenta a audiência. A história do deficiente auditivo Pedro Martins de Souza é similar ao drama da personagem Clara (Joana Morcazel) na novela Páginas da Vida, da Rede Globo. Tanto na telinha como nos bancos da escola real, o ensino regular ainda não se adequou para educar as pessoas com necessidades especiais, apesar da determinação por lei federal de 1996. Esse tema integra as discussões do 1º Congresso Nacional sobre Inclusão da Pessoa com Deficiência, promovido pelo Centro Interdisciplinar de Atenção ao Deficiente (Ciad), que ocorrerá entre os dias 6 e 8 de novembro. Página 06 Pedro de Souza dispõe de uma tradutora; despesa fica por conta da família 02 16 a 29 de outubro/2006 Jornal da PUC-Campinas Editorial Datas significativas da vida humana U ma cultura que transforma tudo em mercadoria reduz cada vez mais o âmbito do mistério experimentado em nosso cotidiano. Mistério não como algo escondido, desconhecido, ignorado, mas como realidade em processo, em busca de uma plenitude. Plenitude que carrega em si o passado: somos o lugar em que nascemos, o mundo que apreendemos, a linguagem com que o designamos, as relações que estabelecemos. Plenitude que se afirma como tatear de passos vacilantes e de sílabas incompreensíveis. Pouco a pouco nossos reflexos vão se apurando, nossos instintos se especializando. O mundo que nos protege e nos vigia pouco a pouco vai se transformando em algo à nossa frente e dentro de nós. Aparece como realidade a ser transformada, campo de exercício da consciência e da liberdade. Mas também vive dentro de nós como experiência subjetiva, que passo a passo vai moldando nosso ser e nosso agir. Mistério que aponta para o futuro, para o alargamento contínuo de horizontes através da humanização da realidade que nos cerca, doando a esta um sentido. Sentido que se afirma na ação que empreendemos. Ação que é mais que sobrevivência física. Mais que trabalho, graças ao qual criamos relações com os que nos cercam. É transformação desse universo relacional, para que seja cada vez mais expressivo do sentido que lhe damos. Mistério: passado e futuro, vividos no presente. No tempo e espaço que nos são dados. João Cabral fala da vida como uma fábrica que a si mesma se fabrica. Como fio invisível que se desenrola e que também se chama vida. A Igreja nos lembra esse caráter misterioso, essa plenitude vivida no provi- sório, em duas festas litúrgicas, em dias sucessivos: Festa de Todos os Santos e Dia de Finados. Reduzidas a "feriado prolongado", as datas significativas da vida humana, parecem fadadas a esconder continuamente e cada vez mais o mistério que buscam "revelar". O tempo e o espaço significativos tornam-se espaço da mercadoria, vendida como lazer, no interior de um processo que Certau chamava de culto à beleza do morto. O avanço da civilização destrói as culturas locais para depois cultuá-las como peças de museu. E assim acontece com as festas religiosas, mesmo as que celebram as tradições mais caras. Presentes no cotidiano histórico-cultural brasileiro os santos e as "almas" perdem espaço: o mundo urbanizado faz deles seres dotados de poderes mágicos para resolver nossos problemas ou simples lembrança de que gostaríamos de nos livrar. A Igreja nos lembra nessas datas uma só realidade, a comunhão dos santos: nascidos para a plenitude, participantes de uma humanidade comum, capazes de carregar as grandezas e misérias da condição humana, de ser solidários com as dores e alegrias humanas, os santos nos lembram nossa condição. Somos seres carnais, históricos. Peregrinos com toda a humanidade em busca de uma plenitude: a ressurreição! Ressurreição como sentido radical de existência em sua dimensão temporal plena. Agora e na hora de nossa morte, rezamos nós católicos na Ave Maria. A resposta que damos a cada momento da vida carrega o sim definitivo que daremos a Deus. Reitor da PUC-Campinas Padre Wilson Denadai HMCP faz cirurgia cardíaca pelo SUS Dados da Associação Brasileira de Cardiologia indicam que as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1,2 milhão de mortes por ano no País. Em Campinas, as doenças do coração causam 32% dos óbitos, conforme informou o secretário Municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva. "A cidade possui uma demanda de 1,3 mil procedimentos cardíacos por ano, mas são feitos apenas 200. Cerca de 70 campineiros são submetidos por mês a intervenções cirúrgicas, sendo a maioria encaminhada para São Paulo, Jundiaí e Piracicaba", afirmou o cardiologista. Com objetivo de reverter essa situação, o Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) da PUC-Campinas, desde o dia 2 de outubro, foi credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar as cirurgias cardíacas em adultos. Antes apenas o Hospital de Clínicas da Unicamp oferecia esse procedimento. O credenciamento pelo SUS para a realização da cirurgia cardíaca em crianças integra os planos do HMCP, que já oferece o serviço pelos convênios privados e particulares e HOMENAGEM - O coordenador do Centro de Cultura e Arte (CCA) e da Coordenadoria Geral de Atenção à Comunidade Interna (Caci), José Donizeti de Souza, foi um dos contemplados pelo Diploma de Mérito Educacional Professor Darcy Ribeito, concedido no dia 10 de outubro pela Câmara Municipal de Campinas. O evento foi realizado no Salão Vermelho do Paço Municipal. Alusiva ao Dia do Professor, 15 de outubro, a homenagem a Souza foi em virtude dos seus trabalhos não só na PUC-Campinas como docente da Faculdade de Teologia há 22 anos, mas também na redes pública e privada de ensino da região. Entre os 25 diplomados, estavam professores de todas as etapas do ensino. "É um reconhecimento importante aos profissionais que dedicam suas vidas a construir o conhecimento junto à sociedade", disse Souza. para usuários do SUS com risco de morte. O HMCP tem capacidade para realizar 24 procedimentos por mês, sendo 12 cirurgias cardíacas e 12 angioplastias (procedimento utilizado para dilatação da artéria obstruída), totalizando 288 intervenções por ano. Segundo o médico responsável pela cirurgia cardíaca no hospital, Gustavo Calado Aguiar Ribeiro, a cirurgia é indicada para pacientes que têm doenças nas válvulas do coração e artérias coronárias, como o infarto, mais comum em pessoas acima dos 50 anos de idade. O hospital atende cerca de 120 pacientes com indicação cirúrgica e, de acordo com Calado, eles serão contatados para o agendamento conforme urgência do quadro clínico. Outros pacientes devem ter encaminhamento médico do próprio hospital e das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Para cada cirurgia cardíaca são necessários cerca de 30 doadores de sangue. >> Serviços Notas Vestibular-2007 lança chat A PUC-Campinas reservou uma novidade para a reta final de inscrições para o Vestibular-2007. Um chat com especialistas de diferentes áreas do conhecimento rolará na rede para que candidatos e interessados possam tirar dúvidas sobre a profissão, o curso, o mercado de trabalho e curiosidades em geral. A nova ferramenta segue o tom da campanha do Vestibular-2007, marcada pela agilidade e interatividade proporcionadas pela tecnologia. As provas ocorrerão nos dias 1º e 2 de dezembro. Informações: Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br) Excursão à Bovespa Os alunos do Centro de Economia e Administração (CEA) visitam hoje, 16 de outubro, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A excursão, organizada pelos Consultores Júnior, reúne 60 alunos e visita também o Mercado Municipal. De acordo com o presidente da Consultores Júnior e aluno da Faculdade de Administração, Rodrigo Freire Reyes, a intenção é proporcionar aos universitários a oportunidade de entrar em contato direto com o mercado financeiro, já que muitos ainda não conhecem a Bovespa. Agenda Hemocentro - Unidade PUC-Campinas Informações: (19) 3729-8423 18/10 Ricardo Lima 1º Ciclo de Estudos de Propaganda, das 19h20 às 22h30, nas Salas 800 e 801 do Prédio H01, no Campus I. Informações (19) 3756-7384 20/10 Jornada de Nutrição e Treinamento Esportivo: uma atualização teórico-prática, das 8h às 18h, no Auditório Dom Gilberto, Campus I. Informações: (19) 3756-7025 25/10 Projeto Práticas de Integração, Oficina Artística, no Anfiteatro do CLC, Prédio H01 na Sala 803, no Campus I. Informações: (19) 3756-7282 27/10 Simpósio sobre A Atenção do Idoso no Município de Campinas e Região: Ação das Organizações Sociais. Informações: (19) 3756-7019 31/10 4ª Jornada de Promoção do Aleitamento Materno, no Auditório Monsenhor Salim, no Campus II. Informações: (19) 3729-8393 Expediente Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Denise Tavares, Wagner José de Mello e Sílvia Regina Machado de Campos; Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390); Repórteres - Aderval Borges, Adriana Furtado, Crislaine Gava, Du Paulino, Eunice Gomes e Renata Rondini; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-mail: [email protected] 03 Jornal da PUC-Campinas 16 a 29 de outubro/2006 Opinião Iniciação Científica, universitário e sociedade Isaac Roitman A Iniciação Científica (IC) é um programa que tem como principal finalidade despertar a vocação científica e incentivar novos talentos entre estudantes do Ensino Médio e do Ensino Superior. O programa pressupõe um convívio entre o estudante e um pesquisador qualificado tendo como cenário um projeto de pesquisa. O programa proporciona ao estudante a prática de conhecer o estado da arte no assunto pesquisado. Também permite a aprendizagem da metodologia científica, o exercício do pensar cientificamente e o estímulo à criatividade. No Brasil, o programa teve início em 1950 quando da criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que concedia um pequeno número de bolsas para estudantes universitários. Os principais critérios para a concessão da bolsa que é feita hoje por edital público é a experiência do orientador, a qualidade do projeto de pesquisa e o potencial do estudante. Atualmente, 21 mil bolsas são concedidas pelo CNPq - 18 mil atra- Espaço leitor ...existe uma correlação entre a capacitação científica e a tecnológica e o bem-estar da sociedade vés do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e 3 mil através de editais específicos. Participam do Pibic, atualmente, 217 instituições de Ensino Superior e institutos de pesquisas. Cerca de 20 mil bolsas são também concedidas pelas IES e por Fundações Estaduais. Cerca de 24 mil estudantes voluntários também participam do programa. Esses estudantes não recebem bolsas mas participam de todas as etapas do programa. Em 2003, foi criado o Programa de Iniciação Científica Júnior (IC Júnior), que estende o programa para estudantes do Ensino Médio e profissional. Esse programa Galeria permite que esses estudantes possam se inserir em um ambiente científico antes de ingressarem no Ensino Superior. As bolsas são concedidas pelo CNPq e tem a parceria das fundações estaduais. Atualmente, são concedidas cerca de 5 mil bolsas para todos os Estados do Brasil. O Pibic é avaliado semestralmente nas 217 instituições do programa por um comitê externo constituído por pesquisadores qualificados. As avaliações do Pibic demostraram que a maioria dos estudantes de pós-graduação são egressos do programa de IC. O tempo de titulação dos egressos da IC é menor que o dos pós-graduandos que não participaram do programa. Com bastante freqüência os egressos da IC, após alguns meses no programa de mestrado, são transferidos para o de doutorado ou são matriculados diretamente no doutorado. Não há dúvidas que a IC desempenhou e desempenha um papel fundamental na pujança do sistema de pós-graduação brasileira que anualmente forma cerca de 10 mil doutores. Foi também demonstrado que o desempenho profissional de egressos da IC, que não optaram em seguir a carreira aca- dêmica, é diferenciado. É unanimidade na comunidade científica a importância da IC na estratégia para formação de recursos humanos que permitam ao País um adequado desenvolvimento científico e tecnológico. Estamos em plena era da Sociedade do Conhecimento e existe uma correlação entre a capacitação científica e a tecnológica e o bem-estar da sociedade. O programa de IC está voltado para o futuro e juntamente com outras ações de bom senso, pode desempenhar um papel importante para termos um País cada vez melhor. Isaac Roitman, presidente da Comissão Nacional de Avaliação de Iniciação Científica ( CONAIC/CNPq) QUAL A IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DAS PESQUISAS CIENTÍFICAS PARA A SOCIEDADE? Fotos: Marília Gabriela "Se as pesquisas estivessem vinculadas a um retorno ao meio pesquisado, acredito que elas atrairiam mais a atenção das pessoas. As pesquisas na área de saúde são as que mais interessam à população." Márcia Gozzi, professora da Faculdade de Educação Física Qual sua opinião sobre o Jornal da PUC-Campinas? Quer sugerir uma pauta? Divulgar o que você está fazendo? Participe! Mande uma mensagem para a redação. @ [email protected] MESTRE O mês de outubro nos leva como um todo a refletir sobre o papel do professor, desde a pré-escola até os nossos mestres na graduação! Sou aluna do curso de Pedagogia da PUCCampinas (6º período) e cada dia que passa meu sonho de ser professora é sempre revitalizado pelo aprendizado que tenho aqui na Universidade. Adorei o artigo do Moacir Gadotti, na Faculdade de Educação estamos trabalhando com publicações desse importante educador. Josiane da Silva, aluna da Faculdade de Educação "Algumas pesquisas não têm aplicação prática, ficam no teórico, então sua importância no cotidiano é reduzida. As pesquisas que se aplicam ao nosso dia-a-dia têm mais validade." Luis Alexandre Amaral, funcionário do Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias (Ceatec) "Todas as pesquisas sempre são importantes para informar e esclarecer a sociedade. Nós, na Universidade, estamos em contato com o que há de mais novo, então, temos a oportunidade de passar isso adiante através das pesquisas." Dinah Rodero, estudante da Faculdade de Psicologia Imagem Fotos: Ricardo Lima SAÚDE NA PRAÇA - Alegria, gincanas, corre-corre de crianças, música e muita orientação sobre higiene e prevenção de doenças transformaram o Largo do Rosário, nos dias 3 e 4 de outubro, em uma praça ainda mais democrática. Cerca de 1,2 mil universitários, coordenados por 30 professores de onze faculdades da PUC-Campinas, orientaram cerca de 5 mil pessoas, entre crianças de escolas previamente cadastradas e transeuntes. Um dos maiores eventos extramuros da Universidade contou com as visitas do reitor, padre Wilson Denadai (à dir.), da vice-reitora, Angela de Mendonça Engelbrecht, e do pró-reitor de Administração, Marco Antonio Carnio. TODA A nossa CIÊNCIA, COMPARADA com a REALIDADE, é primitiva E infantil e,, no ENTANTO, É a COISA mais preciosa que TEMOS. Albert Einstein (1879-1955), físico alemão 04 16 a 29 de outubro/2006 Jornal da PUC-Campinas Entrevista Amor LÚDICO AJUDA a curar S Fotos: Ricardo Lima Adriana Furtado [email protected] Se dividir entre atender os pacientes em consultórios e hospitais integra a rotina de qualquer médico. Mas para o clíMédico nico geral Jamiro da Silva Wanderley, a administração de Jamiro seus horários extrapola o ambiente hospitalar, já que ministra palestras em associações de moradores e escoda Silva las sobre os mais diferentes assuntos relacionados à saúWanderley de e à qualidade de vida. O diferencial é que o profisdoa sional se transforma no médico-mágico. A paixão pela medicina e o desejo de aliviar o sofrimento dos pacien- solidariedade tes, que muitas vezes necessitam de um tratamento em forma contínuo, motivaram Wanderley, ainda na residência de mágicas médica, a aprender alguns truques e a mesclá-los nas consultas. Formado em 1980 pela Faculdade de para Medicina da Unicamp, Wanderley buscou especialipacientes; zação nas duas atividades, e hoje, com mais de 25 anos experiência de profissão, o médico já foi presidente da Associação Brasileira de Mágicos e conquistou o respeito de coleserá gas e até contagiou alguns para trilharem seus camicontada em nhos. Motivo pelo qual foi escolhido para fazer uma palestra palestra no Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) no dia 18 de outubro, Dia do Médico, às 13h, no dia no Anfiteatro Prof. Dr. Silvio Carvalhal. A palestra será 18 de sobre Relacionamento Humano seguida de um wokshop de mágicas. Abaixo você pode conhecer um pouco mais outubro do trabalho desse profissional que conseguiu aliar o amor que tem pelas duas atividades e o desejo de ajudar o próximo. Jornal da PUC-Campinas - O que o levou a aprender a fazer mágica e a utilizála em suas consultas e palestras? Jamiro Wanderley - Ainda na faculdade, por volta de 1977, entrei em um grupo de teatro e quando fiz residência médica na Ala Pediátrica um paciente me ensinou algumas mágicas e comecei a utilizá-las nos meus atendimentos. Ainda nessa época, eu já fazia algumas palestras de orientações sobre saúde à população e passei a inserir as mágicas em minhas apresentações. Jamiro Wanderley nunca sofreu preconceito por causa de sua atividade paralela gas já estavam habituados com o meu estilo de trabalho, desde a época da faculdade. Isso ajudou bastante. Ao longo desses meus anos de trabalho, até já incentivei alguns desses amigos a aprenderem algumas mágicas e a utilizá-las em seus trabalhos. É como se fosse uma epidemia, um contágio de coisas boas. JP - Suas palestras são sobre quais assuntos? Quais os recursos que você utiliza para atrair a atenção do público? Wanderley - As palestras são de variados assuntos, depende do público a que se destinam. Faço palestras sobre tabagismo, alcoolismo, doenças sexualmente transmissíveis, convivência com idosos, entre tantas outras. Para cada uma delas tenho um repertório específico de mágicas que prendem a atenção do público e assim, vou intercalando os assuntos com os números. Isso torna a aridez dos temas mais suave. JP - É possível notar a melhora no quadro clínico dos pacientes que atende utilizando a mágica? Wanderley - Não é só isso. Você consegue mudar primeiro a maneira de trabalho dos profissionais, na forma de atendimento aos pacientes. Quanto aos pacientes, você consegue com que eles voltem ao hospital e dêem continuidade ao tratamento de forma mais leve. É uma maneira de minimizar o sofrimento. Assim, o tratamento fica mais fácil e as chances de obter uma resposta melhor também aumentam. Já tive casos de crianças que respondiam mal aos estímulos neurológicos e que no tratamento, utilizando na mágica apenas uma bolinha colorida, conseguia uma evolução nas respostas. Também houve ocasiões em que após uma palestra em um presídio recebi agradecimentos por ter levado esperança e alento. JP - Quando você decidiu usar a mágica em suas atividades de médico como foi a reação de seus colegas? Você sofreu algum tipo de preconceito? Wanderley - Nunca sofri preconceito. Muito pelo contrário. Todos os meus cole- JP - O que um profissional da área da saúde deve ter para ser bem-sucedido? Wanderley - Cada um tem de procurar fazer as coisas com amor. O trabalho deve ser uma gratificação e o reconhecimento acaba se concretizando. Ped-Riso faz a alegria de pacientes e universitários Integrantes do grupo descontraem equipe de TV antes da gravação no Largo do Rosário Esse mesmo amor à profissão e a vontade de minimizar o sofrimento dos pacientes levou 25 alunos das Faculdades de Fisioterapia, Enfermagem, Psicologia e Medicina a se unirem e criarem o PedRiso. Norteados por uma frase da psicóloga do Doutores da Alegria Morgana Mazetti: "Não se sabe quem brinca com quem. É tão intenso que, nesse cenário brincar é sinônimo de viver"; o grupo buscou a inspiração também em Pátch Adams. Caracterizados com roupas de palhacinhos, fadinhas e outros personagens, o Ped-Riso visita pacientes dos blocos pediátrico e psiquiátrico do Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP), duas vezes por semana, levando alegria aos pacientes. "Ficamos uma hora em cada bloco e, nesse período, há uma mudança no comportamento dos pacientes e de seus acompanhantes", afirma Fernando Delgado Galibert, aluno da Faculdade de Enfermagem. Também despertando o lado lúdico dos hospitalizados, os contadores de histórias, Griots, que há um ano e três meses desenvolvem atividades no HMCP, não têm a chance de passar despercebidos. As seis voluntárias, que se revezam para, todos os dias, estarem na ala pediátrica do hospital, contagiam a todos com seu arsenal de livros e histórias infantis, além de chamarem a atenção devido aos jalecos coloridos e cheios de bichinhos de pelúcia que usam. 05 Jornal da PUC-Campinas 16 a 29 de outubro/2006 Pesquisa Busca de conhecimento, interesse pela carreira acadêmica e diferenciação no mercado de trabalho justificam a escolha dos estudantes; temática norteia debate no 11º Encontro de Iniciação Científica Jovens apostam na Iniciação CIENTÍFICA Fotos: Ricardo Lima O Renata Rondini [email protected] O incessante desejo pelo conhecimento, a oportunidade de trilhar a formação de pesquisador e a diferenciação dos milhares de concorrentes no mercado de trabalho despertam a atenção dos jovens para a Iniciação Científica (IC). Em 2002, por exemplo, havia no País 14,5 mil bolsistas de 121 instituições de Ensino Superior inscritas pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Pibic/CNPq), maior programa do Brasil de IC. Este ano, são 17, 9 mil estudantes de 217 instituições, ou seja, o número de alunos aumentou 24% e das instituições quase dobrou. A temática será discutida no 11º Encontro de Iniciação Científica, que acontece nos dias 24 e 25 de outubro nos Campi I e II, respectivamente, com objetivo de socializar as atividades desenvolvidas na Universidade. "As transformações e as exigências do mundo do trabalho, e a consciência de que o conhecimento é um proces- seu espírito investigativo, fortalece o desejo por conhecimento, aprende a metodologia científica e, principalmente, desenvolve uma postura interrogativa da realidade, relacionando a teoria e a prática de uma forma que foge do senso comum. A IC continua a ser um passaporte para o ingresso na carreira da pesquisa acadêmica, além de representar um diferencial curricular. "A formação do pesquisador só se fecha com o doutorado, sendo a IC a primeira etapa. E mesmo que o estudante não objetive seguir a carreira acadêmica como pesquisador, sua formação permitirá que atue como um profissional questionador, criativo e pró-ativo, características que auxiliam no desenvolvimento da carreira", argumentou Dulce. >> Serviços Coordenadora de Iniciação Científica (Propesq), professora Dulce Maria Pompêo de Camargo so continuado motivam os estudantes a se envolverem com a pesquisa", afirmou a coordenadora de Iniciação Científica, Dulce Maria Pompêo de Camargo. Segundo especialistas e os próprios universitários, atuar em um projeto de IC proporciona resultados positivos. O aluno desde cedo aguça 11º Encontro de Iniciação Científica24 e 25 de outubro Local: Auditório Dom Gilberto (Campus I- dia 24); Auditório Monsenhor Salim (Campus II- dia 25) Horário: A partir das 8h Informações: (19) 3756-7348 e [email protected] CONSTRUINDO O SABER - A afinidade com o tema Indicadores Emocionais e Desenvolvimentais no Desenho Infantil, encaminhou a aluna do 3º ano da Faculdade de Psicologia Camila de Moraes Prado à Iniciação Científica (IC). "Não tinha idéia de participar, assim como muitos da minha turma. Porém, quando ouvi a professora falar sobre o tema e o grupo de pesquisa, decidi integrar o projeto. Na aula, aprendemos a formatar o teste, o que é pesquisa, mas tudo muito teórico. A IC é prática pura, a gente bate muita cabeça, mas é algo construtivo. O resultado não está certo, tem de recomeçar e executar as etapas corretamente. É uma experiência valiosa para a minha formação", comentou. O projeto que a estudante integra visa por intermédio do desenho da figura humana realizar uma avaliação psicológica, enfocando o desenvolvimento cognitivo, ou então uma possível problemática emocional de crianças entre seis e 11 anos. "Essa atuação me aguçou o gosto pela pesquisa, tanto que penso em um processo continuado de educação, com a pós-graduação depois da formatura. Por enquanto, meu interesse é a pesquisa, porém a vida profissional pode ser muito diversificada", confessou Camila. APRENDIZADO AMPLIADO - Por intermédio de um amigo, o aluno do 5º ano de Engenharia Elétrica Celso Dall'Orto conheceu o projeto Correlação entre Sinais GPS e a Emissão de Raios X e Conteúdo Eletrônico Total da Ionosfera, que pesquisa as influências na precisão do Sistema de Posicionamento Global (GPS), e garante que a IC amplia significativamente o aprendizado do universitário. "Você tem de pesquisar muito e é um sistema de aprendizado diferente da sala de aula. Você não apenas ouve o que as pessoas falam e aceita como verdade. Tem de investigar e comprovar suas observações. Essa experiência acadêmica combinada com a prática é bem avaliada pelas grandes empresas", afirmou Dall'Orto. A participação em congressos, o intercâmbio de pesquisas e o contato com outras instituições são apontadas pelo universitário como outros pontos positivos de sua integração em um grupo de pesquisa. Dall'Orto iniciou sua participação como voluntário há dois anos e com a desistência de um colega de projeto conquistou a bolsa. Ele acredita que muitos jovens ainda não descobriram a IC por falta de informação. "Há muitos colegas que nem sabem como se envolver em projeto de pesquisa ou até mesmo acreditam que é apenas para universitários que querem ser acadêmicos", analisou Dall'Orto. Raio X da PUC-Campinas 105 bolsistas Fapic/Reitoria 62 bolsistas Pibic/CNPq 5 bolsistas CNPq/Edital 14 bolsistas Fapesp Fonte: Pró-Reitoria de PósGraduação e Pesquisa (Propesq). Dados referentes a 2006/2007. 16 a 29 de outubro/2006 06 Jornal da PUC-Campinas Educação Fotos: Ricardo Lima Embora o acesso à rede regular de ensino esteja previsto por lei desde 1996, instituições e professores ainda não se adequaram às alterações A Du Paulino [email protected] Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) garante o "atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino". Desde que a lei foi promulgada, em 1996, aumentou a preocupação de educadores e responsáveis pela inclusão da pessoa com deficiência nas salas de aula. Dados do Ministério da Educação (MEC) revelam que vem crescendo o número de alunos com algum tipo de deficiência nas escolas regulares. Em 2005, houve um aumento de cerca 34% na procura dos deficientes pela escola regular em comparação a 2004. A inclusão na sala de aula e em todos os ambientes da sociedade permeará as discussões do 1º Congresso Nacional sobre Inclusão da Pessoa com Deficiência que ocorre entre os dias 6 e 8 de novembro na PUCCampinas. Embora os números indiquem um cenário positivo, a inclusão na sala de aula ainda é um assunto espinhoso. Professores despreparados que não sabem como lidar com o deficiente, escolas sem infra-estrutura para recebê-los, pais e alunos que se sentem desamparados na hora de cobrar seus direitos são ingredientes de uma história digna de novela, mas que é bem real. Deficiente auditivo, o estudante da 8ª série do Ensino Fundamental Pedro Martins de Souza viveu experiência semelhante ao da personagem Clara (Joana Morcazel) da novela global Páginas da Vida. Sua mãe, Ao lado, coordenadora do Ciad, Roberta Puccetti: deficiência não é doença; acima, educadora Cássia Geciauskas Sofiato defende a inclusão na rede regular Escola deficiente resiste à inclusão Marisa Martins de Souza, conta que ao visitá-lo na escola regular em que cursava a 1ª série encontrou-o montando um jogo, enquanto as outras crianças copiavam a lição do quadro. Ao ser questionada, a professora demonstrou despreparo para lidar com o estudante. "Era mais fácil para ela não lidar com a diferença do meu filho", desabafou. A professora da Faculdade de Pedagogia Cássia Geciauskas Sofiato disse que a inclusão do deficiente é um fenômeno relativamente recente e que ainda pode demorar um pouco até que escolas e profissionais estejam totalmente preparados para essa nova realidade. Especialista em educação especial, Cássia acredita ser imprescindível a inclusão para que o deficiente se desenvolva em todas as suas potencialidades. Entretanto, segundo ela, caberia ao Estado oferecer um ambiente preparado para atender às necessidades desses alunos. Para a coor- denadora do Centro Interdisciplinar de Atenção ao Deficiente (Ciad) da PUCCampinas, Roberta Puccetti, mais importante que a estrutura das instituições de ensino é o olhar para a deficiência. "A deficiência não é doença. É uma limitação e todos nós temos limitações. Então, temos de aprender a respeitar esses limites e explorar as potencialidades de cada um", sugeriu. Depois de alternar entre escolas especiais e regulares, Marisa optou pela regular por considerar o ensino mais forte. Para que o filho consiga acompanhar as disciplinas, ela arca com as despesas de uma tradutora da Língua Brasileira de Sinais (Libras). "Eu preferiria que ele estudasse em uma escola especial onde seria instruído na linguagem dele porque o aproveitamento seria melhor. Mas infelizmente o conteúdo das escolas especiais fica muito aquém do das regulares", justificou. Pedro concorda com a mãe em relação à qualidade de ensino da escola regular. "Dá para se preparar melhor para o futuro", disse por meio de Libras. Usuário do Ciad, onde pratica futebol e tem aulas de informática com outros jovens, o garoto circula entre surdos e ouvintes, com um sorriso maroto próprio dos seus 16 aninhos, sem dificuldades. Nos dois universos paquera e namora como qualquer garoto dessa idade. O único problema surge quando tenta deixar de fazer as lições de casa, no que é delatado aos professores pela intérprete de Libras Paula Michelle da Silva Pereira. >> Serviços 1º Congresso Nacional sobre Inclusão da Pessoa com Deficiência Data : 6,7 e 8 de novembro Local: Campus I Inscrições: até 6 de novembro Informações: Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br) Comitê de Ética em Pesquisa amplia atuação da ao Centro de Ciências da Vida (CCV), Karina A pluralidade deu o tom para a constituição Magalhães Brasio, foi eleita por aclamação a nova do novo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres presidente do comitê, dando continuidade ao Humanos da PUC-Campinas, ocorrida no dia trabalho que já vinha sendo realizado estando a 10 de outubro durante uma reunião no Auditório frente da coordenação. Também por aclamação do Conselho Universitário no Prédio Adminisforam eleitos o primeiro vice-presidente, padre trativo-Reitoria, no Campus I. Com a presença Paulo Sérgio Lopes Gonçalves, diretor do Centro do reitor da PUC-Campinas, padre Wilson de Ciências Humanas (CCH), e para segundo Denadai, da vice-reitora, Angela de Mendonça vice-presidente, o professor da Faculdade de Engelbrecht, do secretário-geral, padre José Jornalismo, ligada ao Centro de Linguagem e Benedito de Almeida David e do diretor do Comunicação (CLC), Carlos Alberto Zanotti. Gabinete da Reitoria, Anis Carlos Fares, foram "É um momento importante para os trabalhos na empossados os componentes do comitê. O RegUniversidade. Espero que o novo comitê funimento Interno da Universidade determina que cione de forma proveitosa para toda a Univeros 60 integrantes sejam divididos entre 30 titula- Da esq. à dir., padre Paulo Sérgio Gonçalves, Karina Brasio e Carlos Zanotti sidade", declarou Karina. Os eleitos têm manres e 30 suplentes. O desejo de ter um comitê datos de três anos e os reconduzidos ficam por dois que olhasse para as pesquisas de forma a entender e Universidade e que esteja em harmonia com o novo anos. Na próxima edição, o Jornal da PUCcontemplar as particularidades de cada uma das áreas regimento interno que rege seu funcionamento", afirCampinas publica uma entrevista com a presidente do conhecimento da Universidade se refletiu em sua mou o reitor durante a reunião. sobre as áreas de atuação e a importância dos trabalhos. composição. Já que todos os Centros da Universidade Na seqüência, devidamente constituído, o comiConfira os integrantes do Comitê de Ética em Pesquisa contam com representantes, além de um integrante tê realizou sua primeira reunião de trabalho, na qual com Seres Humanos no Portal PUC-Campinas da sociedade civil, Cristina Rodrigues da Silva, indiforam eleitos o presidente e os dois vice-presidentes, (www.puc-campinas.edu.br). cada para a composição do quadro. "Queremos ter um funções anteriormente desempenhadas por um coorAdriana Furtado ([email protected]) comitê amplo, abrangente e participativo para toda a denador. A professora da Faculdade de Psicologia, liga- Jornal da PUC-Campinas Trio de Biológicas cria HQ As alunas da Exagero MURAL compõe caricaturas Aderval Borges [email protected] D Academia de Letras O gravurista e classificados professor da Faculdade de Artes Visuais Paulo Cheida Sans tomou posse da cadeira nº 14 da Academia Campineira de Letras e Artes, no dia 30 de setembro, tendo como patrono o pintor Lasar Segall. Artista plástico com mais de 400 mostras e 40 prêmios no Brasil e três no exterior, o principal motivo da indicação, no entanto, foi sua obra escrita: os livros Pedagogia do Desenho Infantil e Fundamentos para o Ensino das Artes Plásticas, ambos pela Editora Alínea, e A Criança e O Artista, pela Editora Papirus. Sem contar outros oito livros sobre artes plásticas que ajudou a organizar e dos quais é co-autor. ario Carvalho Júnior, o DJota, é trabalhador e persistente. Divide o dia-a-dia entre as aulas na Faculdade de Jornalismo, envia textos e tiras humorísticas para vários veículos de comunicação e está sempre envolvido com novos projetos editoriais. A labuta para administrar o tempo não é fácil. Mas quando o assunto são Histórias em Quadrinhos (HQs), interrompe o que estiver fazendo para uma boa conversa. As HQs permeiam tudo o que ele faz: as aulas, as pesquisas, o trabalho na imprensa e os livros que escreve. O mais recente - Escola de Sacis -, para o público infanto-juvenil, será lançado no dia 31, às 19h30, no Campinas Shopping. O próximo, sobre as HQs e sua relação com a educação, já está quase no prelo e deve chegar às livrarias em novembro. Ele não só defende a função das HQs como educação não-formal, como aposta que podem se constituir em importantes instrumentos para o ensino nas salas de aula. "O fato de utilizarem uma linguagem que sobrepõe imagem e texto mexe com os dois lados do cére- Professor, desenhista e escritor, Dario Carvalho Júnior, o DJota, dá dicas para quem quer participar do concurso sobre Eleições-2006 bro, possibilita que as crianças interpretem tanto regências da gramática quanto da estética e, como uma complementa a outra, facilita a leitura e a absorção de conceitos", explicou. Sobre caricatura, gênero das HQs sobre o qual o Jornal da PUC-Campinas realiza concurso (leia mais na nota abaixo), DJota explica que o vocábulo vem da palavra italiana caricare, que quer dizer "exagerar" e está também relacionado ao nome do frade Agostinho Caracci, do século 17, que fazia desenhos das pessoas em praças públicas. "É ligada a rostos, mas precisa ser exagerada, senão não é caricatura: é retrato ou ilustração". Para a turma que não é experiente no gênero e pretende inscrever trabalhos para o concurso do JP, ele deu algumas dicas. A primeira é não ter preguiça de começar de novo, se o resultado não ficar bom. "Se possível, mostre a caricatura para alguém e veja se a pessoa reconhece quem foi caricaturado", sugeriu. Outro toque: utilize algumas formas geométricas como base para o desenho da cabeça. Mas, acima de tudo, é um gênero que requer ousadia. "O caricaturista não deve ter medo de ousar no exagero, pois essa é a essência da sua arte", ressaltou. CON >Caricaturas: Eleições-2006 CUR SO O JORNAL DA PUC-CAMPINAS ESTÁ COM AS INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O CONCURSO DE CARICATURAS SOBRE O TEMA ELEIÇÕES-2006. AS PARTICIPAÇÕES DE ALUNOS, EX-ALUNOS, PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA PUC-CAMPINAS E DA SOCIEDADE EM GERAL SÃO BEM-VINDAS. AS CARICATURAS PODEM SER COLORIDAS OU EM BRANCO E PRETO. A ÚNICA EXIGÊNCIA É QUE SEJAM DESENHADAS NO TAMANHOA4. OS PARTICIPANTES DEVEM ENVIAR OS TRABALHOS POR E-MAIL ([email protected]) OU PARA A REDAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO (DCOM), QUE FUNCIONA NO PRÉDIO ADMINISTRATIVO -REITORIA, CAMPUS I DA UNIVERSIDADE. A CARICATURA VENCEDORA SERÁ PUBLICADA NA PRIMEIRA EDIÇÃO DE NOVEMBRO E RECEBERÁ UM PRÊMIO. INFORMAÇÕES: (19) 3756-7248. FAU nos esportes Não é de de uldade hoje que a turma da Fac da PUCo ism ban Ur e Arquitetura pranchetas Campinas mostra sobre as como para não só talento para desenho onstrar dem as artes plásticas. Acabam de es. O ort esp nos que também são bons Feliz to Por em u rre torneio, InterFAU, oco o açã nat na em cer ven (SP) e vejam só: ter em ram fica e a inin masculina e fem al. ceiro lugar na classificação ger Cinema nos campi Você já foi à 1ª Mostra de Cinema Inter'Arte? É sobre a produção cinematográfica iraniana. Ocorre em outubro no Campus I e em novembro no Campus II. As exibições no Campus I são na Sala 900, a partir das 17h30, e no Campus II, no Auditório da Biblioteca Setorial, a partir das 18h. No dia 17 de outubro, será exibida a comovente história do menino cego Mohammad, em A Cor do Paraíso, dirigido por Majid Majidi. No dia 24 de outubro, o filme A Maçã, primeira obra da jovem diretora Samira Makhmalbaf. Os filmes dos dias 25 e 26 de outubro, respectivamente, A Caminho de Kandahar e Salve o Cinema, são ambos do pai de Samira, o cineasta Mohsen Makhmalbaf. ESTÁGIOS Cenibra Humanas, Exatas e Biológicas www.cenibra.com.br ESTÁGIOS Philips Humanas, Exatas e Biológicas www.philips.com.br TRAINEES Advocacia Geral da União - Economia, Administração, Engenharia e Estatística www.agu.gov.br ESTÁGIOS Banco do Brasil Exatas Ciee: (19) 3756-7009 TRAINEES CSU CardSystem Humanas, Exatas e Biológicas www.csu.com.br TRAINEES C&A Humanas www.cea.com.br As ofertas acima são de responsabilidade dos anunciantes Fotos: Ricardo Lima Faculdade de Ciências Biológicas Bruna Palermo, Débora Carneiro e Maria Gutierrez apresentaram durante o 1º Encontro de Licenciaturas, em setembro, uma HQ didática sobre a importância das vitaminas A, D, E e K para o corpo humano. É a segunda historinha que produzem com esse objetivo. A primeira, foi sobre biologia celular. Elas já trabalham em uma terceira sobre genética. "O próximo passo é levar os três gibis para as escolas e testar sua eficiência na aprendizagem das crianças", contou Bruna. O trabalho integra as atividades da disciplina Prática Integrada de Bioquímica, orientada pela professora Celene Bernardes. 16 a 29 de outubro/2006 07 08 16 a 29 de outubro/2006 Jornal da PUC-Campinas Fotos: Ricardo Lima Cultura Popular Família de artistas trabalha para divulgar e garantir a história dos mamulengos no Distrito de Joaquim Egídio em Campinas O Aderval Borges [email protected] O Ateliê & Teatro de Bonecos Inventor de Sonhos contrasta com as residências, restaurantes e bares do Distrito de Joaquim Egídio, em Campinas. Tem colorido intenso, proveniente do jardim sempre bem-cuidado e dos bonecos de papel machê expostos na fachada. No local, a artesã Natasha Faria produz e vende seus trabalhos e o mestre de mamulengo Sebastian Marques "brinca" com seus personagens. O espetáculo em cartaz, todos os fins de semana é Bendito - Os Beneditos, por ele escrito e interpretado. O entra-e-sai de pessoas é intenso. Além do público, sobretudo de crianças, o endereço é ponto de referência para artistas populares em visita à cidade, que procuram o casal para discutir alternativas de manterem vivas as tradições ou simplesmente para ter onde ficar. No dia da reportagem, estavam por lá o mestre de mamulengos Vadeck de Garanhuns (PE) e sua família. "Cultura popular é nossa missão de vida", resumiu Sebastian. Ex-aluno de Filosofia da PUC-Campinas e formado em Artes Cênicas pela Unicamp, pesquisa os mamulengos há 14 anos. "Considero pouco tempo de estudos para uma arte que tem mais de 400 anos", brincou. De fato, a arte à qual se dedica vem do século 13, da Península Ibérica. Teria sido introduzida no País pelos jesuítas, que a utilizavam como instrumento de educação e catequese. "Mas o modo de fazer os bonecos do mamulengo, de caracterizá-los como pessoas e discursar com ventriloquia é nacional", observou. Ele e Natasha compartilham o mesmo "sonho" há quase uma década. Os dois estão empenhados em formar sucessores, oferecem oficinas no local e pretendem também ensinar suas técnicas nas escolas de Sousas e Joaquim Egídio. Pelo menos uma seguidora já está garantida: a filha Vitória, 8 anos, que toca acordeom e ajuda o pai nos espetáculos. >> Serviços Ateliê & Teatro de Bonecos Inventor de Sonhos Endereço: Rua Valentin dos Santos Carvalho, 75, Distrito de Joaquim Egídio, Campinas Apresentações: sábados e domingos, às 16h Ingressos: R$ 5,00 Informações: (19) 3298-6841 e www.inventordesonhos.com.br BONECOS constroem sonhos e abrigam tradição Artesã Natasha Faria (acima, à dir.) confecciona os personagens com papel machê; alguns ganham vida nas mãos do pesquisador e artista Sebastian Marques no palco do teatro do casal, que funciona ao lado do ateliê Originária da Península Ibérica, alegoria chega ao Brasil pelas mãos dos jesuítas para ganhar caracterização, voz e colorido tupiniquins Vitória, 8 anos, ratifica a genética artística e toca acordeom nos espetáculos abertos ao público nos fins de semana Caminhada: prepare o fôlego para o dia 22 Uma boa notícia para esportistas, atletas de fim de semana e todos que quiserem participar das comemorações da Universidade. A Caminhada dos 65 anos da PUCCampinas acontece no dia 22 de outubro, a partir das 9h30, na Lagoa do Taquaral. O evento, que estava agendado para o dia 17 de setembro, foi cancelado devido às más condições climáticas. Mas, agora, a atividade ocorrerá, faça sol ou faça chuva, garantem os organizadores. O percurso de 5 km tem início no estacionamento do Portão 1 da Lagoa do Taquaral e será animado por um trio elétrico. Os caminhantes receberão orientações sobre postura, preparação corporal, alimentação, vestuário, entre outros, durante a caminhada e nas tendas locadas na entrada principal. Ao término da atividade, os participantes terão ainda a oportunidade de conferir atividades culturais. O evento é aberto ao público em geral. Os participantes que contribuírem com um quilo de alimento nãoperecível ganharão um brinde. As doações serão encaminhadas para o Grupo de Ação Solidária (GAS).