NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A QUALIDADE CONSTROI-SE COM ... A DESVINCULAÇÃO DOS MAIS QUALIFICADOS!?! ! ! A “vaca sagrada” da austeridade alimenta agora a desvinculação dos mais qualificados da Administração Pública! O Governo apresentou ontem, na reunião com a Frente Sindical liderada pelo STE, uma proposta de Portaria com o objectivo de aplicar aos trabalhadores da carreira técnica superior e de outras de idêntico grau de complexidade o Programa de Redução de Efectivos da Administração Pública. Estamos a falar de um Programa de Redução de Trabalhadores que tem subjacente não a melhoria do serviço público prestado ao cidadão mas sim um ataque a este e o seu desmantelamento. Está em marcha o maior despedimento colectivo em Portugal! E, para alguns destes trabalhadores, aqueles que descontam para a Caixa Geral de Aposentações e que o Governo pretende tratar como cidadãos de direitos diminuídos não é possível a atribuição de subsídio de desemprego porque não lhes é reconhecido esse direito. O Governo apregoa a convergência de regimes de protecção social mas tudo o que faz é aprofundar a divergência. O STE questionou, ainda, o Governo sobre outras matérias: • O Governo pretende assinar, enquanto entidade outorgante por parte da AP, acordos colectivos de trabalho com a redução da duração do trabalho das 40H para as 35H semanais, um dos argumentos que serviu para o Tribunal Constitucional declarar a constitucionalidade da medida? A resposta foi … a ausência de resposta! • O Governo deu orientações aos serviços para elaborarem listas de trabalhadores a enviar para a requalificação, isto é, para o “despedimento lento”? A resposta foi … não confirmo. • Quanto é que o Governo já “poupou” com a “reforma” em curso? A resposta foi de que, com os cortes nas remunerações ou custos com pessoal “foram poupados” cerca de 4 mil milhões de euros e na aquisição de bens e serviços cerca de mil milhões de euros! • Os trabalhadores que, reunindo todas as condições, pediram a aposentação em 2011, 2012 e 2013 e cujos processos ainda não foram despachados serão afectados pela “convergência” no diploma que o Governo vai apresentar às organizações sindicais? A resposta foi …. Não. Estas são as reuniões a que o Governo chama “de negociação”! Apesar de tudo isto e da correspondente postura do “quero, posso e mando”, o STE vai analisar a proposta de portaria e solicitar ao Governo mais uma reunião. Pela nossa parte, a negociação é crucial e tudo faremos na defesa de Serviços Públicos de Qualidade e dos seus trabalhadores. Lisboa, 2013-12-19 A Direção