A trajetória de um dos mais importantes grupos empresariais do agronegócio brasileiro, pioneiro no uso de inúmeras inovações tecnológicas e que se mostra já preparado para o futuro. Agroceres 70 anos 70 ANOS DE INOVAÇÃO NO AGRONEGÓCIO Criada em 1945, a Agroceres foi a responsável por introduzir inúmeras tecnologias inovadoras no campo, entre elas o milho e o suíno hibridos, e se transformou em um dos principais grupos empresariais do País, cuja trajetória se confunde com a própria evolução do agronegócio brasileiro. A Por | Humberto Luis Marques e Rodolfo Antunes, de Rio Claro (SP) Agroceres continua a escrever uma das histórias mais importantes dentro da trajetória de sucesso do agronegócio brasileiro. A empresa nascida com a inovação em seu cerne cresceu ao longo de seus 70 anos com foco no desenvolvimento de tecnologias voltadas à melhoria da produtividade no campo e na contínua difusão de conceitos de alta eficiência em gestão e manejo. Foi pioneira ao desenvolver e introduzir o milho híbrido na agricultura brasileira, o seu primeiro grande desafio. O cereal é um símbolo forte dentro da história da Agroceres, na verdade sua própria razão de existir. Quando desembarcou vindo dos Estados Unidos, após um período de estudos no Iowa State College, Antônio Secundino de São José trouxe consigo para o Brasil uma coleção de linhagens e cruzamentos de milho. Mais do que isso, o havia impressionado o que viu nas lavouras norte-americanas. A tecnologia do milho híbrido introduzida em 1926 nas plantações do país gerou um gigantesco salto em produtividade. Em 1937, durante sua permanência nos Estados Unidos, pôde ver de perto como o uso dessa nova tecnologia e outras poderia ampliar os resultados no campo, permitindo melhoria de renda aos produtores e maior disponibilidade de alimentos. Nesse período, teve 42 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015 ainda como professor o geneticista Ernest W. Lindstorm, uma das principais autoridades em pesquisa com milho híbrido no país. Retornou com o cereal transformado em uma de suas paixões e acalentando um sonho: disponibilizar essa tecnologia ao agricultor brasileiro. Nascido em 1910 em Santa Rita de Patos, atual Presidente Olegário (MG), distrito de Patos de Minas à época, Secundino formou-se engenheiro agrônomo na primeira turma da então Escola Superior de Agricultura e Veterinária (Esav) em Viçosa (MG), hoje UFV. Em 1933, torna-se professor assistente do Departamento de Agronomia, assumindo ção de uma variedade híbrida adaptada às condições bra- quatro anos depois o cargo de chefe do Departamento de sileiras. Um desafio gigantesco. O material genético trazido Genética, Experimentação e Biometria, quando recebeu não se mostrou adaptável ao clima tropical e subtropical uma bolsa para estudar nos Estados Unidos. Quando retor- do País, exigindo o desenvolvimento de novas linhagens a na em 1938, organiza o Departamento de Genética Vegetal, partir de variedades nacionais. A única exceção era a variedade Tuxpan Yellow Dent, derivada da Tuxpeño mexicana. Os estudos voltados ao desenvolvimento de um híbrido nacional se mostraram então exigentes de mais tempo e recursos. Em 1941, Secundino aceitou um convite para ocupar o cargo de secretário de Agricultura, Transporte e Comércio do Estado da Paraíba. Retornaria no ano seguinte, indo trabalhar na Comissão Brasileiro-Americana de Produção de Gêneros Alimentícios. Dali, foi contratado em 1944 pela General Mills, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, cuja sede era Niterói, no Rio de Janeiro. Foi quando conheceu o químico John Ware, que o incentivou a apresentar o projeto do milho híbrido à companhia. onde passaria a ter o O projeto não foi aprovado, mas os dois se tornaram amigos. auxílio do engenheiro Nasceu daí a ideia de se criar uma empresa. Com capital agrônomo recém-for- financiado por seu sogro, Secundino resolveu apostar no mado Gladstone de negócio. Convidou os amigos Gladstone e Adylio Vitarelli Almeida Drummond. para participarem, assim como Ware trouxe seu conterrâ- Com as linhagens de neo Dee William Jackson para o grupo. O nome seria o da milho oriundas dos Es- deusa romana Ceres, responsável pelas boas colheitas e tados Unidos, foi dado origem da palavra cereal. Como já havia uma marca regis- início a um intenso trada com esse nome, a opção foi por incluir o termo Agro trabalho de pesquisa à frente. Nascia assim, no dia 20 de setembro de 1945, a direcionado à obten- empresa Agroceres. 2015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 43 Segmentos de atuação das empresas do Grupo Agroceres romaria por estradas de chão batido. Levavam o resultado de anos de pesquisas feitas por ele e Gladstone, as quais envolveram o cruzamento de linhagens obtidas da variedade Tuxpan Yellow Dent e das nacionais Catete, Xavier e Amarelão, cuja produção de sementes agora era feita na recém-adquirida Fazenda São Fernando em Goianá, distrito de Rio Novo (MG). Quando a Agroceres completou seu primeiro ano de vida, a data coincidiu com o batizado da filha caçula de Secundino. Na casa em festa, a presença dos familiares e do seu amigo UMA VELA DE MILHO e sócio Adylio Vitarelli. A empresa havia O primeiro ano de vida da empresa exigiu grandes esforços. conseguido comercializar três mil quilos Não era apenas um novo produto, mas sim todo um conceito de sementes nesse primeiro ano, um inovador que teria de ser “comprado” pelos agricultores. As feito frente a todas as dificuldades enfren- sementes eram mais produtivas, mas tinham um custo um tadas. O principal símbolo de toda essa pouco maior. O Brasil era um país eminentemente rural, com empreitada ganhou destaque especial. a maior parte de sua população vivendo no campo, mas com Perfurada, uma espiga de milho trazia pouca ou nenhuma tecnologia aplicada à produção. Secun- uma vela em seu interior e ornamentava dino teve de peregrinar de propriedade em propriedade ten- o bolo comemorativo. Mesmo sem saber, tando convencer os produtores dos ganhos em produtividade Secundino e Adylio apagaram juntos a vela do milho híbrido. e acenderam o futuro para a inovação no Os esforços envolviam toda a família. Os sacos de um quilo agronegócio, construindo a base para a eram costurados por horas a fio por sua esposa Memorina. formação de um dos principais grupos Cheios, lotavam o veículo de Secundino para mais uma empresariais do agronegócio brasileiro. APORTE DE CAPITAL INESPERADO Mesmo com a fluência dos negócios, Secundino vivia a limitação de capital para fazer a empresa crescer, assim como os lucros, que demoravam a chegar. Retorna então a Esav em 1947, assumindo o cargo de diretor, função que exerceu até 1951. Ao mesmo tempo, mantém-se à frente da empresa. O tão esperado recurso acaba por vir de uma fonte inesperada. O futuro vice-presidente dos Estados Unidos, Nelson Rockefeller, havia criado durante os meses finais da Segunda Guerra Mundial a International Basic Economy Corporation (Ibec). Herdeiro do Grupo Rockefeller, via na iniciativa uma forma de demonstrar as vantagens do capitalismo no desenvolvimento 44 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015 Urbano Ribeiral Junior, diretor de Novos Negócios econômico e social, principalmente na América Latina. Por intermédio de Dee Jackson, sou- Guilherme Vanetti de Araujo, diretor Financeiro be dos projetos da Agroceres como empresa tecnológica de sementes. Ricardo Ribeiral, diretor Comercial da Agroceres Multimix e diretor do Negócio de Palmito Cultivado Alexandre Furtado da Rosa, diretor Superintendente da Agroceres PIC Marcelo Ribeiral, vice-presidente do Grupo Agroceres Procurou então Secundino e propôs uma cooperação que pouco tempo mais tarde se tornaria uma joint venture. Com a associação, a Ibec passaria a ter o controle acionário e a maior parte do capital da Agroceres. A administração, no entanto, ficaria a cargo dos sócios brasileiros. Com o aporte de capital, a empresa passou Mauricio Nacif de Faria, diretor Superintendente da Agroceres Multimix a ampliar sua estrutura de produção e distribuição, registrando um rápido crescimento nas vendas. Era o impulso final para o desenvolvimento da empresa, que consolidou sua posição de referência em produtividade com o uso do milho híbrido ao longo dos anos 1950-60. O cereal foi tão importante na história da Agroceres e de seu fundador, que se tornou símbolo da principal e mais singela homenagem prestada a Secundino em seu falecimento em 1986. “Gostaria de ter em minha sepultura um pé de milho”, costumava brincar. O amigo Lourival Machado lhe prestou essa referência ao colocar entre as flores de seu túmulo três perfeitas espigas de milho; a maior Fernando Pereira, presidente do Grupo Agroceres homenagem que poderia ser prestada a quem mudou completamente o Urbano Campos Ribeiral, presidente do Conselho do Grupo Agroceres Vitor Vanetti de Araujo, diretor de Marketing Corporativo cultivo desse cereal no País. UM FUNGO MUDA TODA UMA TRAJETÓRIA absorvendo completamente os prejuízos decorrentes dessa No final de 1970 um duro golpe muda completamente a traje- decisão. Um montante superior ao faturamento total registrado tória da empresa. Focos de Helminthosporium maydis foram no período anterior. “Um homem cumpre suas promessas, detectados em instalações da Agroceres no norte do Paraná. não importa quanto isso lhe custe”, era uma de suas máximas. O fungo já tinha afetado plantações de milho nos Estados Uni- Apesar das perdas financeiras, a posição adotada pela Agro- dos, causando severos prejuízos. Comercializar as sementes ceres ampliou exponencialmente o seu grau de credibilidade produzidas geraria o risco de difusão da helmintosporiose por junto aos agricultores. Também, mudou os rumos do seu todo o País. Com firmeza, Secundino vetou a comercialização negócio. Em 1971, Ney Bittencourt de Araujo, filho de Secun- de toda e qualquer semente da Agroceres da Safra 1970-71, dino, assumiu a presidência da companhia. O episódio do 2015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 45 Helminthosporium reforçou a convicção em Ney Bittencourt da clara necessidade de diversificação dos negócios da Agroceres. Sob seu comando, a empresa passou a atuar em sementes de hortaliças, de sorgo e de pastagens, além de iscas formicidas, genética e nutrição animal. Com um espírito empreendedor, liderou a criação da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) – hoje, Associação Brasileira do Agronegócio – visando representar os interesses comuns das diversas cadeias produtivas. Praticamente implantou o conceito e o termo agronegócio no País, criado originalmente por Ray Goldberg e John Davis, professores da Havard Business School, dos Estados Unidos. parte de suas ações sendo negociadas na Bolsa de Valores de Durante o seu período à frente da Agroceres, o controle acio- São Paulo até 1997. Ney Bittencourt faleceu em 1996, aos 59 nário retornou às mãos dos sócios brasileiros, o que ocorreu anos. A presidência foi então assumida por Urbano Campos em 1980 via capital financiado junto ao Banco Nacional de Ribeiral, engenheiro agrônomo, cunhado de Ney, e que ocupava Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com a maior a vice-presidência da Divisão Vegetal do Grupo Agroceres. Unidades da Agroceres em todo o País TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PARA O AGRONEGÓCIO Desde a sua formação, a Agroceres carrega em seu DNA o gene da tecnologia e inovação voltada à melhoria de produtividade e competitividade no agronegócio. Com o processo de diversificação, entrou em novos negócios sempre com esse mesmo foco. Em 1977, por exemplo, mostrou novamente seu pioneirismo ao introduzir o suíno híbrido na suinocultura brasileira. Repetia assim o trajeto do milho, tendo de superar velhos paradigmas, difundir novos conceitos e demonstrar as vantagens econômicas do híbrido em relação aos cruzamentos de raças puras. Em avicultura, a empresa foi responsável pela implantação da primeira granja elite de melhoramento genético de aves no País, com a importação de bisavós por meio de uma joint venture com a britânica Ross Poultry Breeders em 1985. Posteriormente, a Agroceres deixaria a atividade avícola, repassando todo o negócio para a Aviagen, sucessora da Ross. 46 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015 Empreendedor: foi sob o comando de Ney Bittencourt que a Agroceres diversificou suas atividades. De espiríto empreendedor, Bittencourt liderou a criação da Abag e implantou o conceito do agronegócio no País Na área de nutrição, a Agroceres desenvolveu ao longo dos mantém parcerias com universidades, centros e institutos anos todo um expertise visando atender as crescentes deman- de pesquisas nacionais e internacionais, assim como com das por formulações cada vez mais alinhadas às necessidades companhias de alta tecnologia. Investe ainda fortemente na dos animais tendo em vista os constantes avanços genéticos. capacitação de todo o seu corpo técnico-administrativo. Tanto, que a empresa especializou-se na produção e comer- Os resultados de toda essa aplicação tecnológica, investimen- cialização de pré-misturas nutricionais (premixes, núcleos ou tos em inovação e parcerias estratégicas são vistos no campo. concentrados). Ao longo de toda a sua trajetória, o Grupo Agroceres contribuiu Nos últimos cinco anos, o Grupo Agroceres fez três importan- de maneira decisiva para os ganhos de produtividade em tes aquisições. Em 2010, comprou a Multimix Nutrição Animal, diversas áreas do agronegócio. O milho é uma boa referência. incorporada a Agroceres Nutrição Animal, hoje Agroceres Em 1945, o Brasil plantou quatro milhões de hectares com Multimix, ampliando sua atuação e participação no mercado milho e colheu 4,8 milhões de toneladas, uma produtividade de nutrição animal nos segmentos de suínos, aves e bovinos. média de 1.200 kg por hectare. Em 2014, foram 15,8 milhões No ano seguinte, adquire a Santa Helena Sementes, aumen- de hectares (incluindo 9,2 milhões da segunda safra) planta- tando sua atuação neste mercado. Com isso, a Agroceres dos e 80,1 milhões de toneladas colhidos, produtividade 4,25 atua hoje em sementes de milho com as marcas Biomatrix e vezes maior, de 5.100 kg por hectare. Com a soja e o milho Santa Helena, licenciando a marca Agroceres (pertencente ao produzidos em um hectare (soja no verão e milho na segunda Grupo Agroceres) para ser usada no mercado de sementes safra, produtividades médias), é possível obter atualmente pela Monsanto. E em 2014, concluiu a aquisição da Genétipórc mais de 2.500 kg de carne suína ou 3.000 kg de carne de do Brasil, empresa que representava no País a companhia frango. Essa produção é no mínimo 14 vezes superior ao que canadense de genética suína, incorporada à Agroceres PIC. era possível obter em 1945 usando um hectare de milho (não Diante de sua característica inovadora, o Grupo Agroceres havia soja nem segunda safra) para alimentar o suíno ou o montou uma infraestrutura voltada à Pesquisa & Desenvol- frango daquela época. vimento (P&D), com unidades direcionadas às áreas de Os números para serem superados já estão aí. A trajetória negócios em que atua. A Granja Paraíso é um bom exemplo. do Grupo Agroceres mostra que são possíveis novos saltos Hoje, estão alojadas ali cerca de quatro mil fêmeas suínas. A em produtividade. Os desafios existem e sempre existirão. propriedade é modelo, responsável por gerar conhecimento “Se fosse fácil, qualquer um fazia”, costuma dizer Secundino e tecnologias tanto para a área de suínos quanto de nutrição, diante das dificuldades. E como também afirmava o fundador além de ser uma importante ferramenta para teste e validação do Grupo Agroceres: “O sucesso de qualquer organização de novos produtos. Estrategicamente, o Grupo Agroceres está na sua gente”. SI 2015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 47 Agroceres 70 anos Uma história de pioneirismo e inovação 1945 1947 Nasce a Agroceres empresa voltada à inovação e cujo propósito-central era levar tecnologia inovadora ao campo. Empresa estreia no mercado lançando a primeira semente de milho híbrido no Brasil. Empolgado com os propósitos da Agroceres, Nelson Rockefeller, herdeiro do Grupo Rockefeller e futuro vice-presidente dos Estados Unidos, propõe associação com a empresa brasileira. O acordo se dá através da empresa IBEC, braço agrícola da Fundação Rockefeller. Inaugura uma unidade voltada à fabricação de iscas formicidas em Matão (SP). 1970 Cria a Agroceres PIC, numa joint venture com a companhia inglesa Pig Improvement Company (PIC). Inaugura no Brasil o primeiro Núcleo Genético de desenvolvimento de suínos híbridos de alto desempenho. Episódio Helminthosporium e inicia processo de diversificação. 1977 1971 1978 1979 Inaugura sua fábrica de Rio Claro (SP) consolidando a sua posição no mercado de nutrição animal. Lança a primeira fêmea matriz híbrida do Brasil chamada Camborough. 1988 Lança o primeiro macho reprodutor suíno híbrido do Brasil: o AGPIC 210. 1986 1980 Adquire o investimento em Genética de Aves que a IBEC possuía no Brasil, em associação com a norte-americana Arbor Acres, para multiplicação de animais importados do exterior. Desenvolve o primeiro Programa de Nutrição exclusivamente voltado para suínos de alta performance. Cria um setor de Engenharia e Projetos para apoiar seus clientes, difundindo inovações em arquitetura e construção de granjas para a criação comercial de suínos. 1983 48 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015 Lança sua primeira linha de nutrição para suínos com a marca AGMIX. 1985 Assina contrato com a companhia inglesa Ross Poultry Breeders, expande a sua atuação em genética animal, trazendo para o Brasil a primeira granja de melhoramento genético de aves. ONU autoriza a Granja Paraíso a vender Certificados de Redução de Emissão de Carbono (CERs) obtidos a partir de seu projeto de captura e queima de gás metano. Inaugura, em Fraiburgo (SC), principal polo produtor de carne suína do Brasil, sua segunda Unidade de Disseminação de Genes (UDG). Conclui a aquisição da Genétipórc do Brasil, empresa que representava no País a companhia genética canadense. 2014 2015 Completa 70 anos de atuação no Brasil como uma das empresas mais respeitadas e admiradas do agronegócio brasileiro. Adquire a Multimix Nutrição Animal ampliando sua atuação e participação no mercado de nutrição animal nos segmentos de aves, suínos e bovinos. 2013 Com o objetivo de transmitir conhecimento de confinamento para seus clientes bovinocultores e ao mesmo tempo capacitar seus profissionais cria o Seminário Confinatto. Lança no Brasil uma nova versão de sua matriz suína global: Camborough, fêmea de alto potencial genético. Adquire a participação da Fertibrás na Atta-Kill e assume o controle de 100% das ações da empresa. Adquire a Santa Helena Sementes. Com a união das duas marcas, a Biomatrix torna-se a maior empresa de sementes de milho e sorgo controlada por brasileiros. 2012 Adquire os 50% da Inaceres que pertenciam a Inaexpo e assume o controle total da empresa líder no mercado nacional de palmitos cultivados. 2011 Conclui a venda do negócio Genética de Aves para a Aviagen. Lança o BM-2202, sementes de milho híbridas com ampla adaptação aos diversos ambientes de clima e solo do Brasil. 2005 Inaugura sua fábrica de palmito cultivado na Bahia. O palmito cultivado substitui o palmito extrativo e traz a categoria para um novo patamar de sustentabilidade e segurança alimentar. Lança o BM-3061, produto dedicado à produção de silagem de milho. 2006 Cria a Biomatrix e retoma seus negócios no segmento de sementes. 2009 Compra o controle da PIC Argentina, cria a Agroceres PIC Argentina e inaugura operação própria no país, abrindo frente comercial no Cone Sul. Se associa à empresa à Inaexpo, divisão de palmito cultivado do Grupo Pronaca, maior empresa de alimentos do Equador, e cria a Inaceres, especializada no cultivo de palmito de pupunha. 2001 Lança a linha Avant para nutrição de suínos que trouxe novos conceitos para a alimentação de leitões de alto desempenho. Conclui a venda do negócio de sementes. Lança a isca formicida Mirex S e se torna líder de mercado em isca formicida, posição que ocupa até hoje. 1993 2000 Torna-se a primeira empresa de nutrição animal no Brasil certificada pela ISO 9001. 2003 Lança o AGPIC 405, denominado “Suíno Light”, inaugurando um novo padrão de qualidade de carcaças. Lança a linha nutricional AGMILK, destinada à bovinocultura de leite. 2007 Lança a linha de nutrição Focus e passa a atender seus clientes com produtos personalizados, desenvolvidos e produzidos sob medida para solucionar os desafios específicos de cada granja ou criação. 2004 Com o lançamento da linha MasterLine, passa a se dedicar a linhas puras exclusivas para o desenvolvimento de machos reprodutores suínos. Lança a linha nutricional Confinatto, destinada ao confinamento de bovinos de corte. Inaugura, em Rio Claro (SP), sua primeira Unidade de Produtos Veterinários (UPV). Adquire a Gini, uma das mais tradicionais e conhecidas marcas de palmitos do País. 1990 2010 1995 1994 1999 1997 Implanta uma Unidade de Disseminação de Genes de Suínos (UDG’s). Com o objetivo de difundir conhecimento sobre a cadeia produtiva suinícola, cria o Seminário Internacional de Suinocultura, hoje um dos mais tradicionais e concorridos eventos da suinocultura brasileira. 2015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 49 Agroceres 70 anos “O SUCESSO DA AGROCERES É RESULTADO DA CONFIANÇA QUE ELA CONQUISTOU JUNTO AOS SEUS CLIENTES. UMA CONFIANÇA QUE FOI CONQUISTADA COM O TRABALHO E A DEDICAÇÃO DE SUA GENTE” Guia Gessulli - A Agroceres está completando 70 qualificação de sua equipe de atendimento. A isca formicida anos. O senhor é um observador privilegiado de toda Mirex-S foi a primeira a usar Sulfluramida em sua composi- a história da empresa e de suas contribuições para o ção, e é essencial para o controle da formiga cortadeira, um agronegócio brasileiro. Que avaliação o senhor faz da grande problema da agricultura brasileira. Nosso negócio trajetória da Agroceres no Brasil? de palmito cultivado, a Inaceres, trouxe a indústria brasileira Urbano Ribeiral - A Agroceres nasceu do sonho de seus de palmito para um novo patamar de sustentabilidade e fundadores de criar a primeira empresa de sementes de segurança alimentar. O trabalho que a Biomatrix e a Santa milho híbrido do Brasil. Ao longo de sua trajetória a empresa Helena fazem em sementes de milho híbrido para silagem cresceu, introduziu e difundiu novas tecnologias, criou novos também é muito inovador. negócios, enfrentou desafios, vendeu empresas e comprou empresas. O que se mantém é o propósito que uniu milhares Guia Gessulli - O senhor tem uma história profissional de pessoas ao longo destes 70 anos: o de levar tecnologia que se mistura com a da Agroceres. Em sua opinião ao campo e contribuir com agronegócio brasileiro em sua - e tendo como pano de fundo todo o tempo que co- busca por produzir cada vez mais e melhor. laborou e liderou a empresa - quais foram os fatos/ momentos mais marcantes para o senhor nesses 70 Guia Gessulli - Na opinião do senhor, quais foram as anos? Por quê? principais contribuições da Agroceres ao agronegócio Urbano Ribeiral - Comecei minha história na Agroceres brasileiro nesses 70 anos de atuação? na área de pesquisa de sementes de milho híbrido. Foi uma Urbano Ribeiral - A introdução da primeira semente de época de vários desafios e realizações com o lançamento milho híbrido do Brasil, em 1945, foi certamente uma de de vários híbridos de sucesso no mercado brasileiro. Em suas maiores contribuições. Mas tivemos outras histórias de seguida, assumi a vice-presidência e depois a presidência da pioneirismo igualmente importantes: em 1978 implantamos empresa, onde os desafios são outros. A conclusão da venda o primeiro programa comercial de melhoramento genético da área de sementes e o posterior retorno a este mercado de suínos no Brasil, através da Agroceres PIC, e em 1985 a com a marca Biomatrix certamente foram momentos muito Agroceres Ross foi a primeira empresa de genética de aves marcantes. O momento atual em que atuo como presidente a fazer melhoramento no Brasil. do Conselho do Grupo Agroceres e completo 50 anos na Em nutrição animal, a Agroceres Multimix também trabalha empresa também é muito especial. É muito gratificante com um modelo inovador, baseado em extensa validação poder ver a empresa completar 70 anos e se perpetuar com experimental, rígido controle de qualidade e forte presença e sucesso no mercado. 50 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015 Guia Gessulli - A Agroceres é um marco histórico no agronegócio brasileiro. A que fatores o senhor atribui o sucesso da empresa no Brasil? Urbano Ribeiral - O sucesso da Agroceres é resultado da confiança que ela conquistou junto aos seus clientes. Esta confiança foi conquistada com o trabalho e a dedicação de sua gente. Milhares de pessoas que, ao longo de gerações, construíram os pilares da nossa proposta de valor: Tecnologia & Inovação; Qualidade; Atendimento presente e capacitado; e Urbano Campos Ribeiral, presidente do Conselho do Grupo Agroceres Resultado no campo. Guia Gessulli - Como o senhor projeta o futuro do Grupo Agroceres nos próximos anos? Qual papel a empresa ainda tem a cumprir para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro? Urbano Ribeiral - Testemunhando os ganhos de produtividade dos últimos anos, muitas pessoas podem achar que estes ganhos não se repetirão. No entanto, para alimentarmos um mundo com 10 bilhões de pessoas em 2050 não há outra saída. A produtividade tem que aumentar e a única maneira possível é através da adoção de novas tecnologias. A Agroceres continuará fazendo o que sempre fez e o que faz de melhor: buscar, desenvolver e adaptar novas tecnologias para que o agronegócio brasileiro seja cada vez mais produtivo, rentável e sustentável. SI 2015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 51 Agroceres 70 anos “A Agroceres é uma empresa de 70 anos, mas muito jovem sob o ponto de vista da inovação” Guia Gessulli - O Grupo Agroceres está completando 70 pergunta aparentemente simples, mas de difícil resposta “o que o anos. Qual a importância desta data? mercado estará demandando das empresas líderes nos próximos Fernando Pereira - Esta data é um marco para o agronegócio anos?” norteia nosso trabalho. Estamos o tempo todo procurando brasileiro, pois não apenas traduz um longo tempo de vida e responder a essa pergunta. É dessa busca intensiva que saem atuação da empresa como também o estágio em que nos en- as inovações. Temos que nos preocupar com o futuro porque contramos. A Agroceres é uma empresa de 70 anos, mas muito é para lá que vamos. E isso nos remete a uma frase atribuída a jovem sob o ponto de vista da inovação. Essa data tem uma vários autores, que sinceramente não sei lhe dizer de quem é de relevância enorme para nós e queremos entender esse processo fato, que diz “temos sempre que nos reportar ao passado para para capitalizá-lo para nosso crescimento futuro. entender o presente e a partir daí construir o futuro”. É dessa forma que pensamos. Guia Gessulli - O Grupo Agroceres tem um modelo de negócios focado no desenvolvimento de novas tecnologias, Guia Gessulli - O agronegócio é muito dinâmico. Nenhuma na qualidade de seus produtos e serviços e no compro- empresa mantem-se relevante apenas fazendo mais, da misso com os resultados de seus clientes no campo. A mesma forma que sempre fez. Numa análise retrospectiva, principal marca da Agroceres no mercado brasileiro é o o que tem se visto nas últimas décadas é o acirramento da pioneirismo, a inovação. Predominantemente, a Agroce- concorrência entre as empresas, exigências crescentes res é percebida como uma empresa inovadora. Como o e diferenciadas por parte dos clientes, a necessidade de senhor vê essa percepção? rápida compreensão e agregação de novas tecnologias, Fernando Pereira - É muito gratificante ver que aquilo que foi entre vários outros movimentos que obrigam as empresas plantado ao longo de todos os anos de sua existência resulte a se reinventarem constantemente. Na opinião do senhor, nessa percepção de que a Agroceres é uma empresa inovadora, quais são os principais desafios que o Grupo Agroceres o que traduz, em última análise, a confiança do mercado para vai enfrentar para repetir nos próximos 70 anos a mesma com a empresa. Esse é um valor inestimável para todos nós do atuação que teve até aqui? Grupo Agroceres. E por isso mesmo mencionei que a Agroceres Fernando Pereira - A história da Agroceres nos dá uma tremen- é uma empresa de 70 anos, mas ainda muito jovem sob o ponto da confiança. Essa história está umbilicalmente ligada à própria de vista de inovação. E digo isto porque quando falamos em história do agronegócio brasileiro, no mínimo, naquelas atividades ciência e tecnologia não existe produto acabado, o que existe é em que a Agroceres esteve envolvida, mas também foi além disto. uma constante transição, um processo de constante melhoria. E E toda esta trajetória faz com que tenhamos uma cultura interna é nisso que a Agroceres sempre apostou; no aperfeiçoamento de compreensão de muitos processos de crescimento. Você contínuo de suas tecnologias. Acreditamos nisso desde a fun- citou o acirramento da concorrência entre as empresas. Para nós dação da Agroceres, a 70 anos atrás, e é exatamente nisso que é mais do que claro que nenhuma empresa será eficiente sem continuamos apostando para construir o futuro desta empresa. concorrência. A concorrência é absolutamente fundamental para a inovação e para o crescimento de uma empresa. O que se tem Guia Gessulli - Como o Grupo Agroceres trabalha para que fazer é entender esse processo, de onde ele vem, como ele manter essa “cultura da inovação” acesa na empresa vem, para liderar os fatos e não ser levado pelos fatos. É isso que a depois de tantos anos de trabalho? Agroceres vê. Sabemos que o mercado vai continuar em acelerada Fernando Pereira - A inovação faz parte da cultura da empresa. transição, como, aliás, já tem acontecido ao longo desses muitos Temos um conjunto de ferramentas de gestão, promovemos anos, e tem que se ter confiança, capacitação interna, métodos muita análise para sabermos o que o mercado vai precisar no de gestão, para continuar produzindo os mesmos resultados. futuro e como vamos responder a essa demanda. Ou seja, aquela Confiamos plenamente que isso continuará acontecendo. 52 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015 Guia Gessulli - Como o Grupo Agroceres enxerga o Fernando Pereira - Sim, perfeitamente. Era comum se dizer futuro do agronegócio brasileiro e, principalmente, o “temos que procurar nossa bola de cristal”. Isso não faz sen- seu papel na construção desse futuro? tido, pois é impossível predizer exatamente o que acontecerá Fernando Pereira - Está muito claro que o Brasil aumentará daqui a uns dez, 15 anos ou muito mais do que isso. O que é seu protagonismo como provedor de alimentos para o mundo e necessário fazer é criar as condições para que aconteça aquilo tem dado sucessivas demonstrações disso com o crescimento que você acredita que tem que ser feito. A colocação do Peter de várias das suas cadeias produtivas, sempre acompanhado Drucker é muito verdadeira. Cabe a nós criar o futuro e a Agro- de ganhos expressivos de produtividade. A Agroceres tem ceres sempre acreditou nisso. A história de pioneirismo dela é alta capacitação nos setores em que atua e um amplo conhe- um exemplo claro dessa crença. cimento do agronegócio brasileiro e, por isso, está preparada Continuamos acreditando para seguir dando sua contribuição neste processo. Isso não é nisso cada vez com mais apenas um sonho. É, antes de tudo, um diagnóstico baseado convicção. SI em fatos objetivos que demonstram as grandes vantagens comparativas do Brasil. Guia Gessulli - Como o senhor projeta o futuro dos setores em que a Agroceres atua, especialmente os de proteína animal? Fernando Pereira, presidente do Grupo Agroceres Fernando Pereira - Acreditamos fortemente que a suinocultura brasileira mudará de patamar num horizonte de dez anos. Essa mudança virá numa proporção igual, talvez, entre a exportação e o consumo interno. A nossa avicultura já é um expoente mundial de altíssimo destaque e tudo indica que ampliará sua participação global. A bovinocultura, tanto de corte quanto de leite, está em aceleradíssimo processo de transição no sentido de adoção de tecnologias. É um setor que caminha para um cenário de muito maior eficiência do que já tem hoje. Somos fornecedores de insumos e tecnologias para estas cadeias produtivas. E, por tudo isso, o futuro é promissor para o agronegócio brasileiro e para a Agroceres. Guia Gessulli - Certa vez ouvi o senhor citar numa palestra uma frase do escritor e professor austríaco, Peter Drucker, que diz o seguinte: “A melhor maneira de predizer o futuro é cria-lo”. O Grupo Agroceres vale-se bastante dessa máxima para definir a sua estratégia de atuação, não? 2015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 53 Agroceres 70 anos “O resultado do cliente é o compromisso que orienta todo o trabalho e a existência da Agroceres” Guia Gessulli - A Agroceres tem tradição em Pesquisa muito próximo, personalizado e altamente capacitado. Não & Inovação e isso se dá hoje via uma estrutura própria adianta entregar apenas o produto ao nosso parceiro, por mais de pesquisa, mas também por meio de parcerias com inovador que ele seja. A tecnologia precisa ser acompanhada universidades, centros e institutos de pesquisa. Qual a por um excelente atendimento. Estamos sempre muito próximos importância dessas parcerias para o desenvolvimento aos nossos clientes. Precisamos entender sua realidade para de inovações tecnológicas? garantir que nossos produtos expressem todo o seu potencial e Marcelo Ribeiral - A importância dessas parcerias é vital para garantam os resultados esperados por ele. E isso só se faz com nosso trabalho. Desenvolvemos alianças tecnológicas com tecnologia de ponta e profissionais capacitados para oferecer empresas, universidades e instituições de pesquisa no Brasil serviços de extrema qualidade. Por isso a capacitação de nossa e no exterior, além de manter uma robusta estrutura própria, equipe é algo primordial para nós. que inclui centros de pesquisa, granjas, campos experimentais e centro de desenvolvimento de produtos espalhados pelo Guia Gessulli - Um dos valores da Agroceres é a impor- Brasil inteiro. Temos o compromisso de levar sempre a melhor tância do resultado no campo decorrente do uso das tecnologia para nossos clientes. Nossa estrutura e as parcerias tecnologias que desenvolve. Gostaria que falasse um tecnológicas nos permitem desenvolver, testar e adaptar as pouco sobre esse valor que norteia o trabalho de todas melhores tecnologias existentes à realidade de nossos clientes. as unidades integrantes do Grupo Agroceres. Marcelo Ribeiral - Existem quatro pilares que norteiam o nosso Guia Gessulli - Qual o montante ou percentual investido trabalho desde o início e que são muito sólidos na Agroceres. São pelo grupo em Pesquisa & Inovação? eles, tecnologia e inovação, qualidade, Marcelo Ribeiral - A Agroceres investe muito em pesquisa atendimento presente e capacitado e e inovação. Isso faz parte da cultura da empresa desde a sua resultado no campo. O pilar resul- criação. Está em nosso DNA. Não é por acaso que somos per- tado no campo, entretanto, é o que cebidos como uma empresa pioneira, inovadora. Basta olhar norteia as ações dos nossos outros para nossa estrutura de pesquisa. Contamos com diferentes três fundamentos. De nada adianta centros de pesquisa - como a Granja Brasil [granja-núcleo de fazer tecnologia por tecnologia, melhoramento genético de suínos], a Granja Paraíso [granja qualidade por qualidade, aten- núcleo-filial de genética de suínos e centro de pesquisa para dimento por atendimento, nutrição animal], o Centro de Pesquisa José Maria Lamas [cen- se não houver resultado tro de desenvolvimento de produtos para nutrição animal] e os concreto no campo. O Campos Experimentais de Cultivares Ipiaçu e Patos de Minas. resultado do cliente é Investimos pesadamente em pesquisa para fornecer tecnologia o compromisso que de ponta aos nossos clientes. orienta todo o trabalho e a existência da Guia Gessulli - A adoção de um modelo eficiente de Agroceres. SI gestão em recursos humanos e capacitação de pessoas é outra característica marcante da Agroceres. Como esse investimento em pessoas se reflete nos resultados das unidades de negócios do grupo? Marcelo Ribeiral - Boa parte da proposta de valor da Agroceres é entregue para nossos clientes através de um atendimento 54 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015 Marcelo Ribeiral, vice-presidente do Grupo Agroceres “A marca Agroceres é o nosso principal ativo. Nestes 70 anos de história ela sempre retratou o respeito que temos com os nossos clientes, criando uma forte relação de confiança com o mercado do agronegócio” Guia Gessulli - Quais as principais características que podem são concentradas em um curto período do ano, como era o caso na ser atribuídas à marca Agroceres? época. Inclusive participamos da novela “O Rei do Gado” com uma Vitor Vanetti - A marca Agroceres é o nosso principal ativo. Nestes inserção de um dia de campo da Agroceres na trama. Teve um impacto 70 anos de história ela sempre retratou o respeito que temos com os muito interessante. Hoje, mesmo o público consumidor em geral não nossos clientes, criando uma forte relação de confiança com o mercado conhecendo a Agroceres, muitos já ouviram falar da marca. Isso é muito do agronegócio. A Agroceres sempre buscou oferecer ao mercado a relevante. Quando se tem uma marca forte, que gera confiança, fica melhor tecnologia aplicada ao campo, capaz de proporcionar aos nossos mais fácil mantê-la viva na mente das pessoas, mesmo em segmentos clientes maior competitividade, rentabilidade e sustentabilidade. Desde de atuação diferentes do alvo da empresa. 1945 até hoje, a empresa enfrentou vários obstáculos. Nesses momentos sempre se posicionou de forma transparente e ética com os seus Guia Gessulli - Mudou o perfil do marketing desenvolvido clientes. Em 1970, por exemplo, a empresa enfrentou uma contaminação pela empresa? de suas sementes de milho com o fungo Helminthosporium. Frente ao Vitor Vanetti - A empresa passou por várias mudanças importantes nos risco de disseminar essa enfermidade a empresa optou por não ven- últimos anos e hoje está em uma fase muito sólida com uma taxa de cres- der nenhum saco de sementes da safra 70-71, resultando em grandes cimento muito expressiva. No marketing nós dobramos os investimentos prejuízos econômicos. Na época, o seu fundador, Antônio Secundino, nos últimos cinco anos. Nesses 70 anos o maior objetivo da marca Agro- afirmou que não mancharia a reputação acumulada em 25 anos pela ceres foi o de sempre levar a melhor tecnologia ao campo e contribuir Agroceres com a possibilidade de repassar sementes contaminadas. para o crescimento do agronegócio brasileiro. Fizemos isso através do Situações e decisões como essa ajudaram a estabelecer um vínculo compromisso com os quatro pilares da de confiança muito forte com os nossos clientes, gerando uma grande nossa proposta de valor: Tecnologia & valorização da nossa marca. Inovação, Qualidade, Atendimento e Resultado. Um compromisso Guia Gessulli - A Agroceres foi pioneira ao adotar um marke- que pode ser percebido em tudo ting intensivo no agronegócio. Inclusive, lançando campanhas o que a Agroceres faz. Sabemos com personalidades como o jogador Pelé. Como nasceu essa que foi cumprindo com esse estratégia? compromisso que conquistamos Vitor Vanetti - A comunicação adotada pelo setor agrícola nos anos 70-80 a confiança do mercado nos últimos trazia uma linguagem muito tradicional e valorizava somente os produtos 70 anos, e será assim que mante- vendidos. A nossa ideia foi realmente de inovar e causar um impacto remos essa confiança trazendo pessoas de fora do meio rural. Foram criadas campanhas com pelos muitos anos o Ayrton Senna, com a atriz Maitê Proença, com o jogador Pelé. Dessa que virão. SI campanha com o Pelé, me lembro bem. A mensagem era “tem horas que você não pode errar”, mostrando o jogador marcando seu milésimo gol. Trazia toda aquela carga emocional para a tomada de decisão do nosso cliente, que no momento do plantio da safra também não pode errar. Dessa decisão dependem os resultados que irá colher lá na frente. Foram analogias como essa que começamos a imprimir nas campanhas. Guia Gessulli - Uma das opções fortes dessas campanhas foi utilizar veículos de massa, como a televisão. Qual foi o impacto sobre a marca? Vitor Vanetti - A divulgação nos veículos de massa é uma alternativa interessante quando se trabalha com produtos sazonais e as compras 2015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 55