CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS
19º ENCONTRO SOBRE “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”
TEXTOS DE APOIO
1º DIA
TEMA:
" OS ESPÍRITOS PROTETORES"
1a. Parte:
"QUEM SÃO OS ESPÍRITOS PROTETORES
E
COMO SE RELACIONAM COM OS SEUS PROTEGIDOS?"
“É uma doutrina, esta, dos anjos guardiães, que, pelo seu encanto e doçura, devera converter os mais incrédulos. Não vos
parece grandemente consoladora a idéia de terdes sempre junto de vós seres que vos são superiores, prontos sempre a vos
aconselhar e amparar, a vos ajudar na ascensão da abrupta montanha do bem; mais sinceros e dedicados amigos do que
todos os que mais intimamente se vos liguem na Terra ? Eles se acham ao vosso lado por ordem de Deus. Foi Deus quem
aí os colocou e, aí permanecendo por amor de Deus, desempenham bela, porém penosa missão. Sim, onde quer que
estejais, estarão convosco. Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais
separados desses amigos a quem não podeis ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo que lhes
ouve os ponderados conselhos.
“Ah! Se conhecêsseis bem esta verdade ! Quanto vos ajudaria nos momentos de crise !
(L.E.questão 495)
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
1º DIA
" OS ESPÍRITOS PROTETORES"
1. INTRODUÇÃO
1.1. OS PRINCÍPIOS DA DOUTRINA ESPÍRITA:
Dando início ao estudo, antes ainda de entrarmos no tema, faremos uma introdução em que
estabeleceremos com o encontrista a premissa sobre a qual estarão baseados nossos raciocínios, análises,
reflexões, etc. Essa premissa é a aceitação dos princípios básicos da Doutrina como ponto de partida do
estudo. Por estar toda a Doutrina Espírita edificada sobre esses princípios básicos, Kardec e os Espíritos
recorrem a eles a todo o momento, na estruturação das respostas para as questões que são tratadas no
tema. Podemos apresentar alguns desses princípios, de forma resumida, da seguinte maneira:
- A existência de Deus:
“Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me,
não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis
sair. Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais
orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada
saberíeis." (L.E. 14)
- A existência das leis de Deus que garantem a Harmonia do Universo:
“...a lei de Deus... É a única verdadeira para a felicidade do
homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é
infeliz quando dela se afasta.” (L.E. 614)
"...As (leis) de Deus, essas são perfeitas. A harmonia que reina
no universo material, como no universo moral, se funda em leis
estabelecidas por Deus desde toda a eternidade.” (L.E. 616)(grifo nosso)
"(A lei de justiça, amor e caridade)é a mais importante ... visto
que resume todas as outras.”(L.E. 648)
"Onde está escrita a lei de Deus?
Na consciência.” (L.E.621)
- A existência da alma e a sua sobrevivência após a morte do corpo físico:
"...O homem possui, como propriedade sua, a alma ou Espírito,
centelha divina que lhe confere o senso moral e um alcance
intelectual de que carecem os animais e que é nele o ser
principal, que preexiste e sobrevive ao corpo, conservando sua
individualidade." (L.E.304)
- A possibilidade de comunicação entre os Espíritos encarnados e os desencarnados:
"As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corpóreo estão
na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural,
tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os
povos e em todas as épocas. Hoje se generalizaram e tornaram
patentes a todos."(L.E.-Prolegômenos)
- A reencarnação
"- A alma passa então por muitas existências corporais?
Sim, todos contamos muitas existências." (L.E. 166 -b)
No entanto, por não caber nos limites do nosso tema, não iremos estudar ou discutir esses princípios,
apenas apresentá-los como premissas do ensinamento espírita, sendo que, como tais, as usaremos.
Não desejamos com isso impor a aceitação de tais princípios aos encontristas, apenas esclarecer que,
tratando-se de um Encontro Espírita, num centro espírita, para estudar o livro básico da Doutrina Espírita "O
Livro dos Espíritos", só nos cabe apresentar o assunto do ponto de vista da Doutrina Espírita, o que significa
que tais princípios serão tomados como verdades, e permearão os nossos raciocínios, sem que nos seja
possível abrir espaço para questionamentos, o que fugiria ao objetivo do nosso Encontro.
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
1.2. AS RELAÇÕES ENTRE OS HOMENS E OS ESPíRITOS
Ainda nessa introdução (que se pode encarar como um pequeno tema básico) precedendo ao estudo
do Tema 1, faremos algumas considerações preliminares acerca das relações entre os espíritos e os homens,
terreno onde se situam as questões sobre protetores, proteção e protegidos.
1.2.1. A Sociedade dos Homens
A sociedade humana é constituída pelos homens, isto é, almas que habitam corpos materiais.
E os Espíritos nos informam que esta vida em sociedade é lei da natureza, pois é na convivência com
o outro que o homem progride. É nesta convivência que todos concorrem para o progresso da humanidade,
auxiliando-se mutuamente, conforme encontramos em:
L.E. questão 766
A vida social está em a Natureza?
“Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas
as outras faculdades necessárias à vida de relação.”
L.E questão 767
É contrário à lei da Natureza o insulamento absoluto?
“Sem dúvida, pois que, por instinto, os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para
o progresso, auxiliando-se mutuamente.”
(grifo nosso)
L.E questão 768
Procurando a sociedade, não fará o homem mais do que obedecer a um sentimento pessoal, ou há
nesse sentimento algum providencial objetivo de ordem mais geral?
“O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as
faculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e estiola.
(grifo nosso)
L.E. questão 768 com.
“Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às
outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que,
precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados.”
(grifo nosso)
As Relações entre os Homens
Os homens estabelecem com outros homens, no correr das suas existências, relações de amizade ou
inimizade, afeição ou indiferença, sujeição ou autoridade, respeito ou desprezo, cordialidade ou
agressividade.
Das qualidades, boas ou más, dos sentimentos, bons ou maus, do conhecimento ou da ignorância de
cada homem é que se tecem estas relações.
L.E. questão 387
A simpatia tem sempre por princípio um anterior conhecimento?
“Não. Dois Espíritos, que se ligam bem, naturalmente se procuram um ao outro, sem que se tenham
conhecido como homens.”
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
A Afinidade entre os Seres
O impulso interior que impele uma criatura na direção de outra é feito de uma soma de fatores, dos
quais alguns são identificáveis, no partilhar de preferências e conhecimentos e nas experiências vividas.
Outros, porém, residem nas profundezas da alma, fora da capacidade descritiva do homem.
O conjunto destes fatores, ostensivos e ocultos, é o que costumamos englobar na palavra afinidade,
que diz tudo, mas nada explica.
As relações entre os homens são, pois, regidas pela Lei das Afinidades. E, no correr das muitas
vidas, estabelecem-se relações de atração, repulsão ou indiferença entre as almas. A muitas almas nos
ligamos e de outras até fugimos. Por outras, simplesmente passamos.
Podemos encontrar em Kardec o suporte para tais afirmativas:
L.E. questão 388
Os encontros, que costumam dar-se, de algumas pessoas e que comumente se atribuem ao
acaso, não serão efeito de uma certa relação de simpatia?
“Entre os seres pensantes há ligação que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto
desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.”
L.E. questão 389
E a repulsão instintiva que se experimenta por algumas pessoas, donde se origina?
“São Espíritos antipáticos que se adivinham e reconhecem, sem se falarem.”
L.E. questão 390
A antipatia instintiva é sempre sinal de natureza má?
“De não simpatizarem um com o outro, não se segue que dois Espíritos sejam
necessariamente maus. A antipatia, entre eles, pode derivar de diversidade no modo de
pensar. A proporção, porém, que se forem elevando, essa divergência irá desaparecendo e a
antipatia deixará de existir.”
(grifo nosso)
A Hierarquia e a Autoridade
Nesse contexto, como aparecem a hierarquia e a autoridade?
Entre as almas humanas que se atraem, emerge, de modo natural, uma hierarquia moral, que nasce
da diversidade de conhecimentos e do grau de maturidade espiritual.
Os que menos sabem e os que menos podem reconhecem, instintivamente, que estão abaixo de
outros, que, embora não estejam extremamente distanciados deles, lhes são superiores em muitos aspectos
e podem orientá-los, conduzí-los, protegê-los ou mesmo liderá-los em muitas circunstâncias das suas vidas.
Este aspecto amorável da natureza do ser espiritual, que se desenvolve com o despertar da maturidade moral
e faz que o que mais pode estenda naturalmente a mão para o que menos pode, é a expressão da Lei de
Solidariedade.
Porém, as características da vida terrestre, em que o ser espiritual tem amortecido as suas
percepções, poluem sempre as ligações entre as almas, introduzindo as paixões que inviabilizam tantas
vezes os projetos desenhados, tanto por parte do que protege como da parte do protegido.
1.2.2. A Sociedade Espiritual
As condições da Vida Espiritual
A sociedade dos espíritos é constituída pelas almas dos homens, depois da morte.
A perda do corpo não altera essencialmente as características do ser espiritual, mas as suas
percepções e a sua capacidade de expressão já não mais são amortecidas pela ligação com o corpo físico.
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
Além disso, as paixões suscitadas pelas necessidades materiais perdem a sua razão de ser. É o que nos
esclarece "O Livro: dos Espíritos":
L.E questão 237
Uma vez de volta ao mundo dos Espíritos, conserva a alma as percepções que tinha quando
na Terra?
“Sim, além de outras de que aí não dispunha, porque o corpo, qual véu sobre elas lançado,
as obscurecia. A inteligência é um atributo, que tanto mais livremente se manifesta no
Espírito, quanto menos entraves tenha que vencer.”
Permanecem, porém, o seu mundo mental e o seu universo afetivo. Permanecem, portanto, as
suas lembranças, as suas preferências, as suas afinidades. Formam grupos e comunidades do mesmo modo
que os homens formam as suas comunidades e se aproximam uns dos outros pelos mesmos impulsos. Não
tendo a constrição do corpo físico que lhes restrinja ou oculte a expressão do mundo íntimo (pensamentos e
sentimentos), mostram-se como são e as relações de hierarquia e autoridade se podem exercer com
muitíssimo maior facilidade.
Desprendem-se gradualmente do condicionamento mental da forma, à proporção que se vão
distanciando emocionalmente das lembranças exclusivas do ambiente físico.
As Ligações dos Espíritos com os Homens
ESE cap IV item 18
“...No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela
simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses
Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa,
porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de
uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se
numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo
adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo
pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os
mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada
existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento....” (grifo nosso)
A sociedade dos homens e a sociedade espiritual se interpenetram, porque as relações tecidas
durante a vida terrestre e durante a vida espiritual permanecem, após a morte do corpo e após o
renascimento. Os projetos comuns idealizados, os conflitos e querelas ou a simples afetividade, os interesses
e preferências e a disposição de ajudar, especialmente àqueles escolhidos pelo coração, mas também aos
que o dever moral aponta como credores, de dívidas às vezes contraídas em tempos remotos, encaminham
os espíritos a estagiar entre os homens.
Guiados então pela Lei de Afinidade e pela Lei de Solidariedade, espíritos já interessados em
ajudar os que ficaram na Terra aproximam-se daqueles a quem, por alguma razão, se sentem ligados e com
eles desenvolvem projetos de vida, relativos às suas vidas individuais ou a instituições e tarefas. São os
Protetores, de quem fala a Doutrina Espírita. São também conhecidos como Guias ou Mentores.
Dentro deste quadro amplo da vida, em todos os seus aspectos, os espíritos interagem com os
homens, para o bem ou para o mal, desde que o seu interesse e a sua atenção estejam, de alguma
forma, voltados para a vida terrestre. Se não for assim, voltam-se para a existência espiritual e nela
permanecem, até que o seu livre-arbítrio ou a força mesma das coisas, impelindo-os na direção do
progresso, lhes recomendem o retorno.
1.2.3. Conclusão
Os braços e as mãos da Providência Divina são as almas dos homens e os espíritos desencarnados
que já se propõem a agir de acordo com a Lei. Todo homem tem ligado a si muitos espíritos mais elevados
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
que ele, que, nos muitos aspectos da sua vida, lhe prestam ajuda e junto dele caminham. Como cada homem
está ligado a outros espíritos e a outros homens, os contatos e laços afetivos se ampliam e acabam por servir
de tecido para uma rede infinita de ajuda e apoio que,em realidade não tem um ponto central ou um comando
único, mas que se espalha por onde houver uma alma que caminhe junto de outras, porque o impulso que
impele o ser espiritual na direção do outro é o impulso fundamental da existência.
Se estendes a mão com carinho para ajudar aquele a quem eu amo, também estenderei minha mão
para te ajudar e passo a sentir carinho também por ti.
ESE cap IV item 22
“...Com a reencarnação e o progresso a que dá lugar, todos os que se amaram tornam a encontrar-se
na Terra e no espaço e juntos gravitam para Deus. Se alguns fraquejam no caminho, esses retardam
o seu adiantamento e a sua felicidade, mas não há para eles perda de toda esperança. Ajudados,
encorajados e amparados pelos que os amam, um dia sairão do lodaçal em que se enterraram.
Com a reencarnação, finalmente, há perpétua solidariedade entre os encarnados e os
desencarnados, e, daí, estreitamento dos laços de afeição....” (grifo nosso)
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
1º DIA
1º MOMENTO
"QUEM É O PROTETOR E COMO SE RELACIONA COM O SEU PROTEGIDO"
1. A EXISTÊNCIA DOS ESPÍRITOS PROTETORES
Como vimos no texto introdutório, ao longo das nossas diversas encarnações, e mesmo na erraticidade,
tecemos uma rede de relações, cuja formação é regida pela Lei de Afinidades, formando assim grupos de
Espíritos entrelaçados pela afeição, pela simpatia ou pela semelhança de inclinações.
À medida que alguns Espíritos componentes desta rede vão evoluindo na senda do progresso, se
esforçam para que os outros retardatários também possam progredir. Este mecanismo de ajuda, de amparo
e de sustentação é regido pela Lei de Solidariedade.
ESE cap IV item 18
“...No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela
simpatia e pela semelhança das inclinações... Se uns encarnam e outros não, nem por isso
deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se
acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários
progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do
aperfeiçoamento....”
(grifo nosso)
Embora possa parecer fora de dúvida a existência desse tipo de relacionamento entre os Espíritos,
podemos constatar que a maioria de nós pode-se perceber não inteiramente consciente da existência dos
espíritos protetores em nossas vidas.
Que questões se apresentam a quem se encontra em tal situação?
1.1. Existem Espíritos Protetores?
Antes de qualquer outra questão, apresenta-se, para muitas criaturas, esta, acerca da própria
existência de Espíritos protetores. Dentre os encontristas, poderemos encontrar aqueles que carregam essa
dúvida, ao lado de outros que têm sua convicção da existência desses Espíritos, convicção baseada em
experiências pessoais ou, simplesmente, na intuição.
Citaremos dois exemplos com a finalidade de identificar, na vivência espírita, a existência dos
chamados Espíritos protetores.
O primeiro está apresentado na mensagem recebida por Kardec em 11/12/1855 em casa do Sr
Baudin através da médium sra Baudin (Obras Póstumas, FEB, pag 271)
Meu Espírito Protetor
Pergunta (Ao Espírito Z.) — No mundo dos Espíritos algum haverá que seja para mim um bom gênio?
Resposta — Sim.
P. — Será o Espírito de algum parente, ou de algum amigo?
R. — Nem uma coisa, nem outra.
P. — Quem foi ele na Terra?
R. — Um homem justo de muita sabedoria.
P. — Que devo fazer, para lhe granjear a benevolência?
R. — Todo o bem possível.
P. — Por que sinais poderei reconhecer a sua intervenção?
R. — Pela satisfação que experimentarás.
P. — Terei algum meio de o invocar e qual esse meio?
R. — Ter fé viva e chamá-lo com instância.
P. — Reconhecê-lo-ei, depois da minha morte, no mundo dos Espíritos?
R. — Sobre isso não pode haver dúvida; será ele quem virá receber-te e felicitar-te, se houveres desempenhado
bem a tua tarefa.
NOTA — Vê-se, por estas perguntas, que eu era ainda muito noviço acerca das coisas do mundo espiritual.
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
O segundo refere-se ao relato do médium Divaldo Pereira Franco quando do primeiro contato com o
Espírito Joanna de Ângelis, que o acompanha em suas tarefas mediúnicas desde essa época. Esse relato
encontra-se no Cap 3 do livro "O Semeador de Estrelas", de autoria de Sueli Caldas Schubert. Por ele
também podemos identificar a existência de espíritos protetores no dia-a-dia dos encarnados:
"No dia 5 de dezembro de 1945, eu a vi por primeira vez. A minha memória guarda a data,
porque foi um momento de muita significação e importância na minha atual existência.
Não a vi com as características de religiosa com que ela se vem apresentando nos últimos
trinta anos, mas vi uma claridade muito grande, próxima de mim e uma voz muito meiga que
me disse:
- Eu tenho a tarefa de caminhar contigo na atual existência corporal e envidarei todos os
esforços para que a nossa tarefa se coroe de êxito. Não te prometo as regalias e nem as
comodidades que, às vezes, entorpecem os sentidos e aniquilam os ideais. ...”
Esses depoimentos exemplificam e os Espíritos, através da questão 489 de "O Livro dos Espíritos",
ratificam:
L.E. questão 489
Há Espíritos que se liguem particularmente a um indivíduo para protegê-lo?
“Há o irmão espiritual que se liga particularmente a um individuo para protegê-lo...” (grifo
nosso)
Embora nem todos tenhamos experiências semelhantes àqueles dois casos, muitos outros casos
conhecemos e, praticamente, todas as criaturas, já ouviram falar desses espíritos dedicados a proteger os
homens.
Isto, no entanto, a muitas pessoas parece privilégio daqueles a quem esteja assinalada uma missão
na Terra.
1.2. Todos nós temos Espíritos que nos protegem?
Será natural que no desenvolvimento do estudo surja essa questão, principalmente diante da situação
de vulnerabilidade à violência em que todos nos encontramos, temendo não estarmos suficientemente
protegidos para enfrentar tal situação. No entanto, encontramos em "O Evangelho Segundo o Espiritismo":
E.S.E. cap 28 item 11
“Todos temos ligados a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom, que nos
tomou sob a sua proteção....”
(grifo nosso)
Em qualquer posição de progresso em que nos encontremos, poderemos contar com esse protetor.
É interessante lembrar que Kardec, na questão 509 de "O Livro dos Espíritos" também abordou esse
assunto, quando perguntou aos Espíritos acerca dos Espíritos protetores dos homens "em estado de
selvageria ou de inferioridade moral", querendo, com isso, talvez, identificar se haveria uma condição
prévia para que o homem seja protegido pelos Espíritos. E a resposta dos Espíritos é categórica:
L.E. questão 509
Quando em estado de selvageria ou de inferioridade moral, têm os homens, igualmente, seus
Espíritos protetores?
“Todo homem tem um Espírito que por ele vela...” (grifo nosso)
De acordo com o que vimos até agora, podemos, concluindo, responder às perguntas anteriormente
formuladas:
• Existem Espíritos protetores?
• Todos nós temos Espíritos que nos protegem?
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
CONCLUSÃO :
EXISTEM ESPÍRITOS PROTETORES
L.E. questão 489
Há Espíritos que se liguem particularmente a um indivíduo para protegê-lo?
“Há o irmão espiritual...”
TODOS NÓS OS TEMOS
L.E. questão 509
“Todo homem tem um Espírito que por ele vela...” (grifo nosso)
E.S.E. cap 28 item 11
“Todos temos ligados a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom, que nos
tomou sob a sua proteção....”
(grifo nosso)
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
2. O NOSSO ESPÍRITO PROTETOR
A Doutrina Espírita, pois, nos garante que todos, sem exceção, temos um Espírito que se liga
particularmente a nós para nos proteger.
É natural que surjam, acerca desse Espírito, perguntas cujas respostas buscaremos em "O Livro dos
Espíritos".
2.1. Quem é esse Espírito Protetor que se liga a nós desde o nascimento?
Os Espíritos respondem:
L.E. questão 489
“...o irmão espiritual ... bom Espírito ou bom gênio.” (grifo nosso)
L.E. questão 514 com de Kardec
"O Espírito Protetor ... sempre de natureza superior, com relação ao protegido." (grifo
nosso)
E.S.E. cap 28 item 11
“Todos temos ligados a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom, que nos tomou
sob a sua proteção (grifo nosso)
Vimos que os Espíritos se referem a esse Espírito, ao qual estamos particularmente ligados desde o
nascimento, como "um irmão espiritual", que, no tempo de Kardec, era comumente chamado pelos adeptos
da Doutrina Espírita de "bom Espírito ou bom gênio"(L.E. 489). Ambas as denominações, hoje, se
encontram em desuso. Atualmente, resta a denominação Espírito Protetor ou Guia Espiritual, como no caso
citado de Divaldo Franco (em geral nos casos de médiuns que têm um trabalho mediúnico ostensivo).
E Kardec observa que esse Espírito é sempre bom e que é sempre superior em relação ao seu
protegido, o que garante autoridade moral irresistível de um sobre o outro, conforme:
L.E. questão 274.
Da existência de diferentes ordens de Espíritos, resulta para estes alguma hierarquia de
poderes? Há entre eles subordinação e autoridade?
“Muito grande. Os Espíritos têm uns sobre os outros a autoridade correspondente ao grau
de superioridade que hajam alcançado, autoridade que eles exercem por um ascendente
moral irresistível.”
a) - Podem os Espíritos inferiores subtrair-se à autoridade dos que lhes são superiores?
“Eu disse: irresistível.”
2.2. Que tipo de relação o Espírito Protetor mantém conosco?
Muitos dos que aceitam a idéia de ter um Espírito ligado a si desde o nascimento, para guiá-lo, para
auxiliá-lo a progredir, imaginam uma relação austera, autoritária, distante, sobretudo pelo fato de ser o
Protetor um Espírito situado numa posição espiritual mais elevada.. No entanto, não é essa a idéia que
parece emergir do que temos aprendido.
Essa relação foi assim figurada, nas questões:
L.E questão 489
“...o irmão espiritual...”
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
L.E. questão 491
“A de um pai com relação aos filhos...”
L.E. questão 495
“...mais sinceros e dedicados amigos do que todos os que mais intimamente se vos
liguem na Terra....” (grifo nosso)
Portanto, podemos comparar esta relação com a de um pai amoroso para com seu filho, com a
relação de amigos fiéis, com a relação de irmãos que se querem bem, com a de um orientador com seu
orientado, com a de um conselheiro com o seu pupilo.
Com esse entendimento, vamos consolidando a idéia de que a relação entre nós e o nosso Protetor,
embora estruturada no reconhecimento da autoridade moral indiscutível do Protetor, é caracterizada pelo
vínculo afetivo forte entre nós e ele, o que deve ser de molde a nos tranqüilizar em relação ao seu papel junto
a nós, não de cobrador de compromissos assumidos ainda antes de reencarnar, mas, acima de tudo, de
"irmão espiritual", interessado em nossa felicidade.
2.3. Por que assiste o seu protegido (Por que nos assiste)?
Guiados pela Lei de Afinidade e pela Lei de Solidariedade, Espíritos já interessados em ajudar os que
ficaram na Terra aproximam-se daqueles a quem, por alguma razão, se sentem ligados e com eles
desenvolvem projetos de vida. Esses projetos se constituem no que Kardec chama a missão do Espírito
Protetor junto ao seu protegido, conforme vimos anteriormente.
Interessante observar que as referências dos Espíritos a essa ligação mencionam as ligações de
"irmão" ou "pai e filho" e apontam nelas um conteúdo de orientação (guiar), aconselhamento, consolo e
estímulo, o que nos permite concluir que se trata de uma ligação baseada na afeição e inspirada pela
solidariedade.
Mas, como em todas as ligações entre os seres, também nessa há nuances e os Espíritos, em
resposta à questão 493, indicam diferentes motivações que a ligação do Protetor com o seu protegido pode
apresentar:
L.E. questão 493
É voluntária ou obrigatória a missão do Espírito protetor?
“O Espírito fica obrigado a vos assistir, uma vez que aceitou esse encargo. Cabe-lhe, porém, o
direito de escolher seres que lhe sejam simpáticos. Para alguns, é um prazer; para outros,
missão ou dever.”
L.E. questão 493 a
Dedicando-se a uma pessoa, renuncia o Espírito a proteger outros indivíduos?
“Não; mas protege-os menos exclusivamente.”
Portanto, o protetor pode se ligar ao seu protegido por missão, por dever ou por prazer.
Por missão, quando o projeto a que acima nos referimos parte de Espíritos que lhe estejam acima
em elevação e lhe é, por eles, atribuído o encargo de nos proteger.
Por dever, quando o projeto resulta de decisão de consciência do Espírito, que julga dever assistir
esse ou aquele Espírito e lhe é permitido fazê-lo, tornando-se assim, seu Protetor.
Por prazer, sempre que o vínculo afetivo seja a motivação determinante da ligação.
Em todos os casos, considerando-se que todo Espírito Protetor é um bom Espírito, desincumbir-se de
um encargo de solidariedade (como o é a proteção) será sempre motivo de felicidade. As diferenças
apontadas correm por conta das diferentes motivações ou circunstâncias.
Portanto, o que orienta a escolha são os laços de simpatia entre ele e o seu protegido. Mas, uma vez
escolhida ou aceita a tarefa, o Protetor torna-se responsável pelo seu protegido. A tal ponto se estende essa
responsabilidade que a proteção que dedique a outras criaturas se torna menos exclusiva.
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
É importante notar que o laço de simpatia é o traço característico da ligação entre eles e de outra
forma não poderia ser, tratando-se, como se trata, a proteção, de uma expressão do amor ao próximo.
Neste momento pode surgir a seguinte questão:
Se houver algum homem na Terra que não inspire simpatia a nenhum Espírito, ficará ele
desassistido?
Neste caso, primeiramente temos que reafirmar o que já sabemos – TODO HOMEM TEM UM
ESPÍRITO QUE POR ELE VELA - isto é, não há possibilidade de alguém ficar órfão de Espírito Protetor.
Por outro lado, não há ninguém que esteja excluído daquela "rede de solidariedade" que vimos no
início do estudo. Não há criatura que não tenha criado laços de simpatia com outros Espíritos. Além disso,
sendo o Protetor um bom Espírito, estabelece com facilidade laços de simpatia com outros Espíritos,
principalmente com aqueles necessitados de seu amor, de sua compaixão e de sua solidariedade. É o
exercício da Lei de Amor, que eles vivenciam com o seu protegido.
2.4. Com que finalidade ele nos protege?
Vimos as diversas circunstâncias em que o Espírito Protetor se liga ao seu protegido.
E quanto à finalidade do cumprimento da tarefa assumida pelo protetor? O que ela objetiva? Para
que, afinal, está o nosso Espírito Protetor nos assistindo?
Vejamos algumas referências para o nosso raciocínio:
L.E. questão 491
“... guiar o seu protegido pela senda do bem.” (grifo nosso)
L.E. questão 514 com de Kardec
“O Espírito protetor... tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir...”
(grifo nosso)
ESE cap 28 item 11
“...Desempenha junto a nós, a missão ... de nos conduzir pelo caminho do bem e do
progresso...”
L.E. questão 502
O Espírito protetor, que consegue trazer ao bom caminho o seu protegido, lucra algum bem
para si?
“Constitui isso um mérito que lhe é levado em conta, seja para seu progresso, seja para sua
felicidade...”.
L.E. questão 502 a
É responsável pelo mau resultado de seus esforços? (dos esforços do Espírito Protetor)
“Não, pois que fez o que de si dependia.”
Podemos dizer (fica claro nas respostas dos Espíritos) que a finalidade da tarefa do Espírito Protetor
se refere não só ao progresso espiritual do protegido, como também ao progresso do próprio Protetor.
Mas, por que o progresso como objetivo de uma relação que, acima de tudo, é de simpatia, de
afinidade, de solidariedade, de amor, enfim?
É preciso que se afirme sempre a relação entre progresso e felicidade e entre esta e a Lei de Deus.
Encontramos essa relação nas questões:
L.E. questão 1006
"...Deus não criou seres tendo por destino permanecerem votados perpetuamente ao mal. Apenas os criou a
todos simples e ignorantes, tendo todos, no entanto, que progredir em tempo mais ou menos longo, conforme
decorrer da vontade de cada um. Mais ou menos tardia pode ser a vontade... porém, cedo ou tarde, ela aparece,
por efeito da irresistível necessidade que o Espírito sente de sair da inferioridade e de se tornar feliz."
(grifo nosso)
- 12 -
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
Por essa resposta fica claro que a vontade de progredir é efeito da irresistível necessidade que o
Espírito sente de ser feliz.
E de onde vem essa irresistível necessidade de ser feliz?
L.E. questão 614
“A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o
que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta.” (grifo nosso)
Em última instância, portanto, o que o nosso Espírito Protetor quer, ao nos acolher como seu
protegido, é que nós sejamos felizes, no menor tempo possível, e isso constitui para ele grande felicidade - a
felicidade proporcionada por estar em harmonia com a Lei, que se resume em "amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo".
Ora a relação do Espírito Protetor com o seu protegido é exercício de amor ao próximo, é harmonia
com a Lei, é felicidade. Quando o protegido, experimentando o amor do seu Protetor, acionar a sua vontade,
para seguir-lhe os passos, experimentará, a seu turno, a felicidade de estar em harmonia com a Lei. É dessa
forma que o nosso Espírito Protetor procura nos convencer a fazer melhores escolhas que resultem em mais
felicidade.
No entanto, os Espíritos ainda esclarecem que, se o protetor envidou todos os esforços e não obteve
êxito em sua missão de fazer com que seu protegido progredisse, esta responsabilidade não lhe é imputada.
2.5. Que sentimentos tem em relação a nós?
À medida que avançamos no conhecimento das relações entre nós e o nosso Espírito Protetor,
vamos construindo a certeza de que a ele somos ligados por laços de simpatia e afeição, solidariedade e
afinidade.
Mas, diante das escolhas que fazemos, em virtude de nosso livre arbítrio, que sentimentos
despertamos nesse Espírito, responsável por nos guiar, por orientar essas mesmas escolhas?
Eles se interessam pelas nossas desgraças, pelas nossas alegrias, pelas nossas conquistas?
Afligem-se com o nosso sofrimento?
Sofrem quando nos vêem rebeldes a uma boa influência ou seguindo um mau caminho (fazendo
escolhas equivocadas)?
L.E. questão 486
Interessam-se os Espíritos pelas nossas desgraças e pela nossa prosperidade? Afligem-se
os que nos querem bem com os males que padecemos durante a vida?
"Os bons Espíritos fazem todo o bem que lhes é possível e se sentem ditosos com as
vossas alegrias. Afligem-se com os vossos males, quando os não suportais com
resignação, porque nenhum benefício então tirais deles...”. (grifo nosso)
L.E. questão 487
Dentre os nossos males, de que natureza são os de que mais se afligem os Espíritos por
nossa causa? Serão os males físicos ou os morais?
- "Afligem-se com .......... o vosso egoísmo e a dureza dos vossos corações".....
- ".... Riem-se de todos esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição."
- "Rejubilam-se com os (males) que redundam na abreviação do tempo das vossas provas".
L.E. questão 487 com
- ".....mais se afligem pelos nossos males devidos a causas de ordem moral, do que pelos
nossos sofrimentos físicos, todos passageiros..."
- ".... pouco se incomodam com as desgraças que apenas atingem as nossas idéias
mundanas".....
- ".... compadecem-se dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos de um
amigo. Porém, enxergando as coisas de um ponto de vista mais justo, os apreciam de
um modo diverso do nosso".....
- 13 -
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
L.E. questão 502
"... sente-se ditoso quando vê bem sucedidos os seus esforços, o que representa, para
ele, um triunfo, como triunfo é, para um preceptor, os bons êxitos do seu educando".
L.E. questão 503
Sofre o Espírito protetor quando vê que seu protegido segue mau caminho, não obstante os
avisos que dele recebe? Não há aí uma causa de turbação da sua felicidade?
"Compungem-no os erros do seu protegido, a quem lastima. Tal aflição , porém, não tem
analogia com as angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o
mal e que o que não se faz hoje, amanhã se fará."
ESE cap. 28 item 11
“....sente-se feliz quando correspondemos à sua solicitude; sofre, quando nos vê sucumbir".
Como se pode ver, os sentimentos desse "irmão espiritual" em relação a nós, muito se assemelham,
realmente, aos que mantemos em relação aos que amamos na Terra. A diferença se encontra no fato de
estarem de posse de uma visão mais ampla da nossa realidade espiritual, de enxergarem "as coisas de um
ponto de vista mais justo" (e não do ponto de vista do nosso interesse pessoal egoísta, como comumente o
fazemos) e de usarem de discernimento mais apurado em relação ao que representa, de fato, o nosso
verdadeiro interesse espiritual: aquilo que vai nos tornar mais felizes (do ponto de vista da Lei Divina), no
menor tempo possível.
Resumindo, podemos, portanto, concluir que, em relação a nós, os protetores:
-
sentem-se ditosos com as nossas alegrias
afligem-se com nossos males quando não os suportamos com resignação;
afligem-se com nosso egoísmo e a dureza dos nossos corações;
compadecem-se dos nossos sofrimentos;
compungem-se e lastimam os nossos erros, mas sabem que o que não se adquirir de
bem hoje, amanhã se fará.
2.6. Por quanto tempo teremos este protetor ao nosso lado?
Sabemos que o Protetor se liga particularmente a nós.
Mas, desde quando? Por quanto tempo? Pode nos acompanhar por mais de uma existência?
Ele pode reencarnar e deixar de ser o nosso Protetor? Ou pode se encarregar de outra tarefa e deixar
de nos proteger particularmente?
Podemos tê-lo reencarnado junto a nós numa determinada existência (depois de tê-lo tido como
Espírito Protetor em existência anterior)?
Recorramos às seguintes questões:
L.E. questão 492
O Espírito protetor se dedica ao indivíduo desde o seu nascimento?
“Desde o nascimento até a morte e muitas vezes o acompanha na vida espírita, depois da
morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases
curtíssimas da vida do Espírito.”
L.E. questão 495
“Aos que considerem impossível que Espíritos verdadeiramente elevados se consagrem a tarefa tão
laboriosa e de todos os instantes, diremos que nós vos influenciamos as almas, estando embora
muitos milhões de léguas distantes de vós. O espaço, para nós, nada é, e, não obstante viverem
noutro mundo, os nossos Espíritos conservam suas ligações com os vossos.Gozamos de qualidades
que não podeis compreender, mas ficai certos de que Deus não nos impôs tarefa superior às nossas
forças e de que não vos deixou sós na Terra, sem amigos e sem amparo.”
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
L.E. questão 499
O Espírito protetor está constantemente com o seu protegido? Não haverá alguma
circunstância em que, sem abandoná-lo, ele o perca de vista?
“Há circunstâncias em que não é necessário esteja o Espírito protetor junto do seu protegido.”
L.E. questão 494
O Espírito protetor fica fatalmente preso à criatura confiada à sua guarda?
“Freqüentemente sucede que alguns Espíritos deixam suas posições de protetores para
desempenhar diversas missões. Mas, nesse caso, outros os substituem.”
L.E. questão 516
Poderiam os nossos bom e mau gênios encarnar, a fim de mais perto nos acompanharem na
vida?
“Isso às vezes se dá. Porém, o que mais freqüentemente se verifica é encarregarem dessa
missão outros Espíritos encarnados que lhes são simpáticos.”
L.E. questão 500
Momentos haverá em que o Espírito deixe de precisar, de então por diante, do seu protetor?
“Sim, quando ele atinge o ponto de poder guiar-se a si mesmo, como sucede ao estudante,
para o qual um momento chega em que não mais precisa de mestre. Isso, porém, não se dá
na Terra.”
Encontramos, nesse grupo de perguntas e respostas que se referem à duração da ligação entre o
Protetor e o protegido, mais um forte elemento para a construção da nossa certeza em relação à ligação do
Espírito Protetor conosco.
De fato, somente uma intensa ligação afetiva, um forte laço de simpatia e afinidade pode sustentar
uma dedicação de muitas existências e uma solicitude de toda hora.
É certo que, algumas vezes, essa atenção precisa ser desviada, mas não por motivo de desistência
ou cansaço por parte do Espírito Protetor e, sim para cumprimento da lei de solidariedade em circunstâncias
que se sobrepõem à ligação mais pessoal.
Mas, nem nesses casos, ficaremos abandonados. Dentro da grande "rede de solidariedade" uns
substituem os outros na tarefa de auxílio mútuo, sempre que isso se faça necessário.
Mais confortadora ainda é a idéia de que nosso Espírito Protetor pode estar conosco onde quer que
estejamos, pois a ligação pelo pensamento e pelo sentimento não está subordinada à necessidade da
presença física. Onde quer que estejamos, onde quer que ele esteja, podemos estar juntos, pois para o
pensamento e para o sentimento a distância não existe.
Este é, sem dúvida, um elemento de segurança para nós, que se estrutura com base na Lei de Deus,
como aliás, de resto, tudo o mais de que é feita a ligação entre nós e o nosso Espírito Protetor: a Lei de
Afinidade, a Lei de Solidariedade, a simpatia entre os Espíritos, que são todos aspectos particulares da Lei
de Amor.
2.7. É possível saber o nome do meu Espírito Protetor?
Existe uma curiosidade humana, de querermos a identificação do nosso Espírito Protetor. É natural
que reconhecendo-o como um amigo de todas as horas, queiramos conhecê-lo tão de perto que saibamos o
seu nome e identifiquemos o seu rosto.
Achamos difícil entrar em contato com alguém sem nome e sem rosto, acostumados que estamos a
tudo referir por meio dos sentidos (característica do Espírito encarnado).
- 15 -
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
É comum no movimento espírita que identifiquemos alguns dos Espíritos que são os protetores de
médiuns que desenvolvem ou desenvolveram tarefas significativas. No entanto, esse é um privilégio de
poucos.
Temos alguns exemplos bem conhecidos: Espírito Verdade, de Kardec; Emmanuel, de Chico Xavier;
Joanna de Ângelis, de Divaldo Franco; Charles, de Yvonne Pereira.
Em que circuntâncias alguns desses vieram a saber o nome de seu Espírito Protetor? Vejamos.
Exemplo 1
Allan Kardec revelou esta curiosidade no primeiro contacto que teve com o Espírito Verdade.
Vejamos o diálogo travado neste primeiro contacto (Obras Póstumas, pág 274).
Obras Póstumas pag 274
Pergunta de Kardec - Meu Espírito familiar, quem quer que tu sejas, agradeço-te o me teres
vindo visitar. Consentirás em dizer-me quem és?
Resposta do Espírito – Para ti chamar-me-ei A VERDADE.
...........
P. — Terás animado na Terra alguma personagem conhecida?
R. — Já te disse que, para ti, sou A VERDADE; isto, para ti, quer dizer discrição; nada mais
saberás a respeito.
Eemplo 2
Observemos também, o depoimento de Joanna de Ângelis no decorrer do contato com seu protegido,
o médium Divaldo Pereira Franco. (Cap 3, "Semeador de Estrelas" de Sueli Caldas Schubert)
“Nestes 42 anos que nos separam daquela oportunidade, essa Entidade, a princípio anônima,
constitui-nos um farol aceso lutando contra a ventania.
Ainda me recordo que, naquela mesma noite, eu perguntei:
- Como é o seu nome?
- Chama-me " um Espirito Amigo " .
Eu fiquei algo frustrado, porque tinha muita preocupação com nomes, mas o "Espírito Amigo"
me atendeu, de certo modo, a necessidade.
Passaram-se os anos e aquele "Espírito Amigo" continuava a estar comigo.
............................................................................................................................................
Certa vez, uma senhora insistiu tanto neste assunto, o do nome do guia, que resolvi
conversar seriamente com o "Espírito Amigo". Quando me apareceu eu me queixei, dizendo
que estava muito desgostoso , pois todos sabiam quem era o seu guia, menos eu.
- Por favor, insisti -, me dê um nome, você há de ter tido qualquer nome na Terra. Pois as
pessoas me perguntam e eu respondo: "Um Espírito Amigo"......
O Espírito sorriu, e respondeu:
- Divaldo, eu vou te dizer: o teu Guia é Jesus.
- É, mas Ele é o guia de todo mundo, da Humanidade inteira. Eu vou pegar uma
beiradinha de nada. Eu quero um só para mim; Jesus eu já sei o é, mas todos informam:
Fulano é o meu guia. Eu queria ter um para mim.
O Espírito sorriu outra vez, jovialmente e falou:
- Bem , tu me chamarás Joanna.
Tive uma decepção, achei o nome tão simples,
- Mas, só Joanna?
- Olha, Divaldo, chama-me Joanna de Ãngelis.
.......................................................................................................................
- Porque a senhora não me disse antes?
- Tu eras muito imaturo. E a primeira lição de sabedoria que eu te queria dar, era a da
paciência.
- 16 -
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
Como vimos, muitas pessoas se preocupam em saber o nome do seu Espírito Protetor (e até o do
Protetor de outras pessoas).
Mesmo Kardec e Divaldo Franco se importaram com isso, como acabamos de ver.
Mas, será mesmo importante isso?
Será imprescindível conhecer-lhe o nome e visualizar seu rosto para entrar em contato com ele?
Vejamos:
L.E. questão 504.
Poderemos sempre saber o nome do Espírito nosso protetor, ou anjo de guarda?
“Como quereis saber nomes para vós inexistentes? Supondes que Espíritos só há os
que conheceis?”
LE questão 504 a
Como então o podemos invocar, se o não conhecemos?
“Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito superior que vos inspire simpatia ou
veneração. O vosso protetor acudirá ao apelo que com esse nome lhe dirigirdes, visto que
todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem mutuamente.”
Também em "O Evangelho segundo o Espiritismo", os Espíritos nos reafirmam que esta questão de
identidade é uma questão menor, e que não devemos nos importar com isso:
ESE cap 28 item 11
Seu nome pouco importa, pois bem pode dar-se que não tenha nome conhecido na Terra.
Invocamo-lo, então, como nosso anjo guardião, nosso bom gênio. Podemos mesmo invocá-lo
sob o nome de qualquer Espírito superior, que mais viva e particular simpatia nos inspire.
LE questão 505
Os protetores, que dão nomes conhecidos, sempre são, realmente, os Espíritos das
personalidades que tiveram esses nomes?
“Não. Muitas vezes, os que os dão são Espíritos simpáticos aos que de tais nomes usaram
na Terra e, a mando destes, respondem ao vosso chamamento. Fazeis questão de nomes;
eles tomam um que vos inspire confiança..."
Podemos concluir que não é imprescindível a identificação dos protetores. Na maioria das vezes a
nossa imaturidade anseia por nomes e identificações. Havendo utilidade e necessidade eles se apresentarão
espontaneamente. No mais, fica a instrução que transcremos acima: "Podemos mesmo invocá-lo sob o nome
de qualquer Espírito superior, que mais viva e particular simpatia nos inspire."
E os Espíritos ainda nos garantem que o nosso protetor nos acudirá independentemente do nome
que usarmos para lhe dirigirmos nosso pensamento.
Aliás, é isso o que a maioria faz, ao apelar para Espíritos como Dr. Bezerra de Menezes, Emmanuel,
André Luiz, Léon Denis, Jesus, Maria de Nazaré, os nomes dos Espíritos que são os guias dos Centros que
freqüentam, bem como os fiéis da Igreja Católica, que apelam para seus santos, etc.
Interessante atentar para o que acrescentam: muitas vezes, os que respondem, dando nomes
conhecidos, são outros Espíritos a mando daqueles a quem fazemos questão de nomear.
Isto porque o mecanismo de atração entre nós e ele está baseado no magnetismo e na vibração do
pensamento. Identificamo-lo pela sua vibração e ele nos identifica o chamado por nossa vibração. A questão
do nome não tem o menor significado, a não ser o pensamento que a ele associamos.
Podemos então concluir que o importante é estarmos convictos da existência destes protetores que
velam por nós, interessados em nosso progresso espiritual, que sempre nos acodem independentemente de
como os invocamos. E que esta idéia de os termos ao nosso lado já deveria ser o suficiente para nos
amparar, fortalecer e consolar.
- 17 -
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
3. NOSSOS OUTROS PROTETORES
Até aqui buscamos reunir todas as informações constantes dos itens em estudo, em relação ao
chamado Espírito Protetor, que se liga particularmente a nós desde o nascimento, quando não nos
acompanha já desde muitas reencarnações.
Mas, haverá outros Espíritos que também nos protejam, sem que tenham se ligado particularmente a
nós desde o nascimento, como o nosso Espírito Protetor?
Kardec também teve curiosidade a esse respeito e perguntou aos Espíritos:
L.E. questão 512
Podemos ter muitos Espíritos protetores?
"Todo homem conta sempre Espíritos, mais ou menos elevados, que com ele
simpatizam, que lhe dedicam afeto e por ele se interessam....” (grifo nosso)
Podemos perceber, pela resposta, que podemos também contar com outros Espíritos que, dentro da
rede de solidariedade, se interessam por nós e, em razão mesmo da simpatia e do afeto que tenham por nós,
se dispõem a nos auxiliar, nesta ou naquela circunstância.
É aí que reside a diferença entre o nosso Espírito Protetor (aquele que se responsabilizou por nós
desde o nascimento e que pode continuar a nos assistir na vida espiritual, ou que já nos assistia desde muito
antes) e esses outros, mais ou menos elevados, que nos assistem, nos ajudam, dentro das suas
possibilidades, mas circunstancialmente, sem a responsabilidade que caracteriza a atuação do nosso Espírito
Protetor.
Quem são esses Espíritos e o que norteia sua ação junto a nós?
Estão subordinados ao nosso Espírito Protetor?
Podem agir independentemente dele ou agem de acordo com ele (sob as suas ordens)?
3.1. Espíritos simpáticos
Kardec se preocupou com essas questões:
L.E. questão 513
Os Espíritos que conosco simpatizam atuam em cumprimento de missão?
“Não raro, desempenham missão temporária; porém, as mais das vezes, são apenas atraídos
pela identidade de pensamentos e sentimentos, assim para o bem como para o mal...”
A característica essencial dos chamados Espíritos Simpáticos é, pois, o fato de terem sido atraídos
para nós pela identidade de pensamentos e sentimentos, o que significa que o padrão de nossos
pensamentos e sentimentos determina a maior ou menor elevação dos Espíritos que atraímos, em cada
momento ou circunstância.
Podem ser atraídos pelos nossos pensamentos e sentimentos ajustados aos objetivos de nosso
progresso, de nossa atuação no bem. Nesse caso, serão Espíritos que nos auxiliarão, dentro das
circunstâncias, a alcançar esses objetivos e podem ser considerados como Espíritos Protetores.
São exemplos desse caso os Espíritos que se ligam a nós em tarefas no Centro Espírita ou em
quaisquer outras em que o que nos move é a solidariedade, o interesse coletivo, o bem estar de outrem, o
cumprimento do dever, etc.
Quando, pelo contrário, os Espíritos Simpáticos são atraídos pelos nossos pensamentos e
sentimentos calcados no interesse pessoal imediato, exclusivista ou até contrário ao bem, não podemos
considerá-los como Espíritos Protetores, já que estamos considerando nessa categoria aqueles que atuam
junto a nós, exclusivamente, com a finalidade de guiar-nos no caminho do bem.
Outra característica dos Espíritos Simpáticos, mesmo quando podemos considerá-los como
Protetores, é que costumam manter conosco uma relação apenas circunstancial, que dura enquanto durarem
os motivos que os atraíram para nós, ao contrário do Protetor que se liga a nós desde o nascimento.
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
Um exemplo dessa ligação circunstancial entre o protegido e o Espírito Simpático, que também é
Protetor, é quando nos ligamos a determinada tarefa no Centro Espírita. Enquanto estamos ligados a ela,
contamos com a proteção dos Espíritos especialmente responsáveis pela tarefa. Uma vez afastados dela, e
agregados a outra, nos desligamos, naturalmente, dos primeiros e nos ligamos também, naturalmente, aos
segundos.
3.2. Espíritos Familiares
Outros Espíritos que, durante a nossa permanência na Terra, podem estar ao nosso lado, auxiliandonos, de alguma forma, são os chamados Espíritos Familiares.
A princípio, essa denominação não tinha a característica de se referir a Espíritos que fizeram parte de
nossa família, como podemos verificar em:
L.E. questão 514 com de Kardec
"Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis, com
o fim de lhes serem úteis, dentro dos limites do poder, quase sempre muito restrito, de que
dispõem. São bons, porém muitas vezes pouco adiantados e mesmo um tanto levianos.
Ocupam-se de boamente com as particularidades da vida íntima e só atuam por ordem ou
com permissão dos Espíritos protetores."
L.E. questão 514
Os Espíritos familiares são os mesmos a quem chamamos Espíritos simpáticos ou
Espíritos protetores?
“... O Espírito familiar é antes o amigo da casa.” (grifo nosso)
Percebe-se que a característica essencial do Espírito chamado de Espírito Familiar, àquela época,
era a de ser "o amigo da casa". Note-se que Kardec observa que eles são bons, isto é, não são capazes de
fazer mal àquelas pessoas a quem se ligam, mas, como diz Kardec, estão preocupados com "as
particularidades da vida íntima" da família, podendo ser pouco adiantados e até um tanto levianos.
Aqui, Kardec também nos responde à questão da liberdade de ação desses Espíritos, frizando que
eles "só atuam por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores." Isto significa que, a rigor,
funcionam como auxiliares do nosso Espírito Protetor, compondo o núcleo de nossa "rede" de proteção e
solidariedade, embora, segundo Kardec, os laços que os unem a nós possam ser mais ou menos duráveis.
Mas não só esses podem ser considerados Espíritos Familiares, como se vê em:
L.E. questão 488
Os parentes e amigos, que nos precederam na outra vida, maior simpatia nos votam do que
os Espíritos que nos são estranhos?
“Sem dúvida e quase sempre vos protegem como Espíritos, de acordo com o poder de
que dispõem.”
Aqui, os Espíritos Familiares são especificamente os nossos parentes e amigos já desencarnados.
Como no seguinte caso:
Obras Póstumas página 272
Pergunta de Kardec. — O Espírito de minha mãe me vem visitar algumas vezes?
Resposta do Espirito. — Vem e te protege quanto lhe é possível.
No entanto, sob essa denominação, muitas vezes, encontramos a referência a Espíritos que são
ligados a nós de outras experiências anteriores, na Terra ou na vida espiritual, sem que os tenhamos
conhecido nesta existência ou sequer lhe saibamos o nome.
- 19 -
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
São Espíritos pertencentes à nossa família espiritual e com quem podemos ter reencarnado numa
mesma família terrena, em alguma época. Um exemplo conhecido é o da médium Yvonne Pereira e o Espírito
Charles, que, além de ter sido seu Espírito Protetor em sua recente reencarnação, lhe é também um Espírito
familiar, tanto no sentido de pertencer à sua família espiritual, como no sentido de ter sido um familiar seu, em
outra ou outras existências.
O traço característico, nesse caso, é a estreita ligação afetiva entre o encarnado e o desencarnado e
a proteção que possam nos dispensar está na medida de sua elevação. No caso citado, esse Espírito
Familiar pôde ser até mesmo o Espírito Protetor da médium, na recente reencarnação, em função da
superioridade dele em relação a ela e de ter condições de se responsabilizar por guiá-la em sua recente
existência. A médium considerava-o como um "pai espiritual".
Ainda encontramos a denominação Espírito Familiar com outro sentido. É a que é usada em
referência ao próprio Espírito Protetor, que se liga particularmente a nós desde o nascimento.
Kardec até mesmo nos sinaliza que, com o passar da obra da codificação, foi modificando estes
conceitos. Vejamos o que ele diz em nota contida na mensagem intitulada Meu Guia Espiritual, onde pela
primeira vez faz contacto com O Espírito da Verdade e o denomina de espírito familiar,travando o seguinte
diálogo:
Obras Póstumas, 2ªparte, pág 274
Meu Guia Espiritual
“ Pergunta (Kardec) — Meu Espírito familiar, quem quer que tu sejas, agradeço-te o me
teres vindo visitar. Consentirás em dizer-me quem és? (grifo nosso)
Resposta (Espírito) — Para ti, chamar-me-ei A Verdade e todos os meses, aqui, durante um
quarto de hora, estarei à tua disposição.
NOTA — Nessa época, ainda se não fazia distinção nenhuma entre as diversas
categorias de Espíritos simpáticos. Dava-se-lhes a todos a denominação de Espíritos
familiares.”
É evidente que se tratava do Espírito Protetor de Kardec (o título dado ao texto não deixa dúvidas),
mas, de acordo com o costume da época, é chamado de Espírito familiar.
Esta mensagem foi recebida pela médium Baudin, em 25/03/1856, portanto um ano antes da
publicação de "O Livro dos Espíritos".
Quando da publicação de "O Livro dos Espíritos" em 18/04/1857, percebemos uma evolução nesta
classificação (a distinção entre familiares e simpáticos).
Já em "O Evangelho segundo o Espiritismo", (obra publicada em 1864, portanto 7 anos depois de "O
Livro dos Espíritos") em seu capítulo 28 item 11 temos uma classificação apresentada de forma mais
concisa, simples e clara:
E.S.E cap XXVIII item 11
“...O guia principal e superior que Deus nos deu é o nosso anjo guardião; os guias
secundários são os Espíritos protetores e familiares...”
Encontramos outro exemplo dessa utilização da denominação de Espírito Familiar como sinônimo de
Espírito Protetor ou Guia Espiritual na resposta dos Espíritos à pergunta:
L.E. questão 509
"Quando em estado de selvageria ou de inferioridade moral, têm os homens, igualmente, seus
Espíritos protetores? E, assim sendo, esses Espíritos são de ordem tão elevada quanto a dos
Espíritos protetores de homens muito adiantados?"
“...O progresso do Espírito familiar guarda relação com o do Espírito protegido...” (grifo nosso)
- 20 -
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
É evidente que a resposta se refere ao Espírito Protetor desses homens em estado de selvageria ou
de inferioridade moral, conforme a pergunta de Kardec. No entanto, a expressão usada na resposta é
"Espírito familiar".
Há ainda outra variedade, que encontramos na questão:
L.E. questão 517
Haverá Espíritos que se liguem a uma família inteira para protegê-la?
“Alguns Espíritos se ligam aos membros de uma determinada família, que vivem juntos unidos
pela afeição...”
É interessante essa nuance acerca da proteção a uma família inteira, pela ressalva que os Espíritos
fizeram: "...que vivem juntos unidos pela afeição...” , isto é, não pelo fato de serem uma família, mas pelo fato
de seus membros viverem juntos pela afeição, ou seja, serem realmente uma família espiritual, que, como
sempre acontece, tem alguns de seus membros encarnados e outros desencarnados.
O Espírito Charles, segundo a médium Yvonne Pereira é um Espírito Protetor de todo o grupo familiar
a que ela pertenceu na recente existência. Em inúmeras ocasiões esse Espírito se manifestou como tal, por
sua mediunidade e pela de outros membros da família, sempre assistindo, consolando, orientando, como um
pai, como um irmão, como um amigo. Em certa comunicação mediúnica, por intermédio de um dos familiares,
num culto no lar em intenção de um familiar desencarnado, Charles se dirigiu ao grande grupo de familiares
presentes como "a minha família espiritual" e deu belíssima mensagem de orientação, conforto e estímulo ao
fortalecimento dos laços afetivos, mensagem essa que se revelou, mais tarde, extremamente oportuna em
função de acontecimentos posteriores, envolvendo todo o grupo familiar.
3.3. As gradações na proteção e na simpatia e a subordinação ao Espírito Protetor
Embora as diferentes classificações, o que transparece é que somos alvo do cuidado de diferentes
tipos de Espírito além daquele que se tornou responsável por nós nesta existência.
Esses Espíritos possuem diferentes graus de elevação e de tipos de ligação conosco e agem todos
sob as ordens ou com a permissão do nosso Espírito Protetor.
Em diversos momentos, os Espíritos se referem a essa gradação na proteção e na simpatia e à
subordinação dos demais ao nosso Espírito Protetor:
L.E. questão 514
Os Espíritos familiares são os mesmos a quem chamamos Espíritos simpáticos ou
Espíritos protetores?
“Há gradações na proteção e na simpatia. Dai-lhes os nomes que quiserdes...” (grifo nosso)
L.E. questão 514
"Quando em estado de selvageria ou de inferioridade moral, têm os homens, igualmente, seus
Espíritos protetores? E, assim sendo, esses Espíritos são de ordem tão elevada quanto a dos
Espíritos protetores de homens muito adiantados?
“Todo homem tem um Espírito que por ele vela, mas as missões são relativas ao fim que
visam... O progresso do Espírito familiar guarda relação com o do Espírito protegido.
Tendo um Espírito que vela por vós, podeis tornar-vos, a vosso turno, o protetor de
outro que vos seja inferior e os progressos que este realize, com o auxílio que lhe
dispensardes, contribuirão para o vosso adiantamento...."
L.E. questão 510
Os Espíritos que assistem pessoalmente aos encarnados e "que ainda não se elevaram
bastante são também assistidos por outros, que lhes estão acima, de tal sorte que, se por
qualquer circunstância um vem a faltar, outro lhe supre a falta..."
- 21 -
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
Quanto às "diferentes gradações na proteção e na simpatia", da resposta à questão 514, podemos
entender que os Espíritos manifestaram o pensamento de que o que importa é que os Espíritos que protegem
os homens pertencem a diferentes graus de elevação (o que gera as gradações na proteção) e a eles se
associam por diferentes tipos de ligação (o que gera as diferentes gradações na simpatia) e que a questão da
denominação (familiares, simpáticos ou protetores) corre por nossa conta.
De tudo o que vimos até aqui, podemos então resumir:
O Espírito Protetor ou Guia Espiritual: é o Espírito necessariamente bom e superior ao seu
protegido, que se liga afetiva e particularmente a este desde o seu nascimento ou até mesmo
antes, podendo permanecer a ele ligado por muitas existências, e que se responsabiliza por
guiá-lo no bem, protegendo-o pessoalmente.
Outros Espíritos Protetores (Espíritos que também nos protegem):
- Espíritos Simpáticos: ligados a nós, circunstancialmente, pela identidade de pensamentos
e sentimentos, auxiliando-nos em ações no bem e protegendo-nos em função disso.
- Espíritos Familiares: Espíritos bons (isto é, incapazes de nos fazer mal) porém muitas
vezes pouco adiantados e mesmo um tanto levianos. Ocupam-se com as particularidades da
vida íntima e só atuam por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores e de acordo com
o poder de que dispõem, em função do seu grau de elevação. É o amigo da casa.
Até aqui trabalhamos com a idéia do Espírito Protetor e dos outros Protetores.
E o Anjo Guardião?
É apenas outra denominação para esse Espírito Protetor que se liga particularmente a nós desde o
nascimento, que pode, às vezes, estar encarnado ao nosso lado, e que pode nos confiar a outro Espírito, se
necessário, para atender a outras tarefas?
Ou haverá alguma diferença entre um e outro?
Qual a relação do que Kardec chama de anjo guardião com a doutrina dos anjos de guarda da
religião católica?
4. O ANJO GUARDIÃO
4.1. Quem é o Anjo Guardião?
Com efeito, essa denominação, "anjo guardião", foi assimilada da religião católica, conforme Kardec
em:
L.E. - Conclusão
" O Espiritismo não é obra de um homem. Ninguém pode inculcar-se como seu criador, pois
tão antigo é ele quanto a criação. Encontramo-lo por toda parte, em todas as religiões,
principalmente na religião Católica e aí com mais autoridade do que em todas as outras,
porquanto nela se nos depara o princípio de tudo que há nele: os Espíritos em todos os
graus de elevação, suas relações ocultas e ostensivas com os homens, os anjos guardiães,
a reencarnação ..." (grifos nossos)
A referência a "Espíritos em todos os graus de elevação" nos remete, naturalmente, à escala espírita
(L.E. 102 a 113), em que Kardec situa os demônios, da religião católica, na categoria de Espíritos impuros e
os anjos, na categoria dos Espíritos da primeira ordem - Espíritos puros:
L.E. - 113
"São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins..." (grifo nosso)
Assimilando, da religião católica, a denominação de anjos guardiães (pertencentes à categoria dos
anjos, na religião católica) pode-se supor que Kardec tenha feito com os anjos guardiães a mesma
associação que fez com os demônios, cada qual num extremo da escala.
Por essa associação, os anjos guardiães seriam Espíritos da categoria de Espíritos Puros.
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
O que os Espíritos responderam a Kardec, especialmente, sobre essa questão?
L.E. questão 490
Que se deve entender por anjo de guarda ou anjo guardião?
“O Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada.” (grifo nosso)
Os Espíritos, pois, associaram a idéia do anjo de guarda à do Espírito Protetor, mas com a
observação: "...pertencente a uma ordem elevada."
Nota-se aqui que os Espíritos não dizem que se trata de uma ordem mais elevada em relação ao seu
protegido, mas, sim, de forma absoluta, a uma ordem elevada.
Ou seja, o Espírito Protetor, que se liga a nós desde o nosso nascimento, é que é sempre de
categoria superior ao seu protegido (ou seja, de elevação relativa à do seu protegido), conforme vimos na
questão 509, em relação aos Espíritos em estado de selvageria ou inferioridade moral.
No entanto, na mesma resposta, os Espíritos se referem ao fato de que, a seu turno, esse que
responde imediatamente pelo que lhe é inferior, tem outro, de categoria mais elevada, que o protege e, assim,
sucessivamente, formando a gradação na proteção a que eles se referiram na questão 514 (que é, sem
dúvida, outra forma de expressar a "rede de proteção" a que nos referimos no início do estudo).
Se considerarmos que a escala de progresso dos Espíritos os leva até à categoria de Espíritos Puros,
a gradação dos Protetores também os levará até esses, ainda mais quando nos lembramos da questão:
L.E. questão 500
Momentos haverá em que o Espírito deixe de precisar, de então por diante, do seu protetor?
“Sim, quando ele atinge o ponto de poder guiar-se a si mesmo, como sucede ao estudante,
para o qual um momento chega em que não mais precisa de mestre. Isso, porém, não se dá
na Terra.”
Já vimos que o papel do Protetor em relação ao seu protegido é o de guiá-lo no bem, portanto no
discernimento da Lei de Deus, de forma que suas escolhas reflitam um estado de harmonia cada vez maior
com essa mesma Lei e, conseqüentemente, de maior felicidade.
Sabemos também que é dessa forma que o Espírito expressa sua compreensão e identificação com a
Vontade de Deus e sua submissão à Ela, pois a Vontade de Deus se configura em sua Lei.
O que podemos entender, então por "atingir o ponto de poder guiar-se a si mesmo"?
Cremos poder supor que o protegido "atinge o ponto de poder guiar-se a si mesmo" quando,
finalmente, está perfeitamente harmonizado com a Lei, quando a descortina tão completamente, que não
mais se engana em relação ao seu entendimento e cumprimento, o que resulta num estado de completa
felicidade. Ao chegar a esse ponto, o Espírito está na condição de não necessitar subordinar-se ou ser guiado
por outros, por não estar mais sujeito a cometer enganos ou erros de avaliação em relação à Lei.
Ora, essa não é senão a condição do Espírito Puro, conforme a descrição de Kardec:
L.E. questão 113
"Primeira classe. Classe única. - Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus
da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de
perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não
estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio
de Deus. Gozam de inalterável felicidade..."
Associamos "realizar a vida eterna " ao fato de não terem mais que "reencarnar em corpos
perecíveis", por não terem mais que "provar" seu perfeito discernimento da Lei de Deus e por não terem mais
que expiar (sofrer em conseqüência) do desrespeito à essa mesma Lei (Vontade de Deus) por já não
desrespeitá-la em hipótese alguma.
Quanto à expressão "...no seio de Deus", associamos ao fato de estarem em perfeita harmonia com a
Lei de Deus, discernindo-lhe completamente os mecanismos, perfeitamente identificados com a Vontade de
Deus, totalmente obedientes à Ela. É o curvar-se diante de Deus e estar integralmente sob a Sua proteção.
- 23 -
19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
É fácil perceber a identidade de condições entre o Espírito que não necessita mais de um Protetor e o
Espírito que já percorreu todos os graus da escala de aperfeiçoamento do Espírito, principalmente se
considerarmos que as gradações na proteção estão diretamente relacionadas a essa escala.
Para corroborar tal raciocínio, resta-nos averiguar se em algum ponto se assemelham os objetivos da
ação do Espírito Protetor e os do Espírito Puro, em cuja categoria se encontrariam os anjos guardiães, como
Espíritos Protetores de categoria elevada (514).
Voltemos à descrição de Kardec, em relação aos Espíritos Puros:
L.E. questão 113
"Eles [os Espíritos Puros] são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens
executam para manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos que
lhes são inferiores, auxiliam-nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas
missões. Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que
os conservem distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima."
É inegável a total identidade entre os objetivos que movem o nosso Espírito Protetor (o que se liga
particularmente a nós desde o nascimento) e os que Kardec assinala aos Espíritos Puros, tanto em relação
aos Espíritos que lhe são inferiores como em relação aos homens:
- Em relação aos Espíritos que lhes são inferiores: "auxiliam-nos na obra de seu
aperfeiçoamento e lhes designam as missões", donde se conclui que é a eles que o nosso
Espírito Protetor, em última instância, está subordinado e é deles que recebem a missão ou
permissão de nos proteger ou de nos deixar de proteger para atender a outras tarefas, dentro das
"gradações da proteção".
-
Em relação aos homens: "Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à
expiação das faltas que os conservem distanciados da suprema felicidade...", que conforme
vimos ao longo de todo o estudo, é exatamente o objetivo do Espírito Protetor em relação ao seu
protegido: ajudá-lo a aprender a ser feliz.
Essa identidade de objetivos nos permite admitir que, ao final da gradação na proteção, o que temos
são Espíritos Puros, dedicados à proteção dos homens, principalmente, numa faixa de atuação ligada ao que
chamaremos de "plano de progresso da humanidade", no sentido de estar dirigido ao seu destino coletivo.
Considerando que Kardec associou os Espíritos Puros aos anjos, podemos, por conseqüência,
fazendo o mesmo tipo de associação, localizar os Anjos Guardiães nessa categoria.
Qual, então, a diferença entre o Anjo Guardião e o Espírito Protetor?
4.2. Anjo Guardião, Espírito Puro e Espírito Protetor
Em virtude do que acabamos de concluir, a diferença se encontra, essencialmente na gradação e no
fato de que o nosso Espírito Protetor se liga particular e diretamente a nós, e o Anjo Guardião nos protege por
meio daqueles que se encontram nos graus intermediários da escala de gradação da proteção e que estão a
ele subordinados e atuando por sua ordem ou com a sua permissão. Ao fazerem isso, esses subordinados
também se adiantam, conforme já vimos anteriormente, ampliando cada vez mais seu discernimento e sua
identificação com a Vontade de Deus.
Isto não quer dizer que o Anjo Guardião só se atenha ao plano coletivo e tenha conosco uma relação
exclusivamente nesse plano, como parte que somos da humanidade terrena. Também não quer dizer que
somos atendidos pessoalmente por ele (isto é, por ele em pessoa).
O que parece mais lógico é que podemos recorrer ao nosso Anjo Guardião em função de
necessidades pessoais nossas e estar certos de que ele não se manterá distante, por ocupado que esteja
com os destinos da humanidade. Nossa súplica poderá alcançá-lo, sim, desde que sincera, e estejamos
certos de que nosso Espírito Protetor se encarregará de fazê-la chegar ao seu destino. E mais certos ainda
poderemos estar de que não ficaremos sem resposta. Não a resposta que desejamos, talvez, segundo o
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
nosso pouco discernimento, mas a que mais atender às nossas necessidades espirituais, de acordo com o
perfeito discernimento dele.
Hoje, entre os espíritas, os chamados Espíritos Puros (dentre os quais estamos considerando os
Anjos Guardiães), são considerados tão distantes de nós que parecem inatingíveis ao pensamento do
Espírito encarnado. No entanto, não é o que se pode depreender da descrição de Kardec que vimos acima.
Diz-nos ele: "...Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que
os conservem distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima". Estão, pois,
ocupados conosco, sim, e se sentem felizes por isso. Por que seria diferente, se considerarmos que nessa
sua ocupação têm por objetivo auxiliar os Espíritos a caminhar para Deus. Haverá mais grata ocupação, do
que a de fazer a Vontade de Deus, amando suas criaturas?
É exortando-nos a ver os Anjos Guardiães e os Espíritos Protetores dessa forma e a nos
relacionarmos com eles dentro dessa "intimidade" possível, que São Luís e Santo Agostinho nos falam:
L.E. questão 495
"...estabelecei entre eles e vós essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos..."
“Aos que considerem impossível que Espíritos verdadeiramente elevados se consagrem a
tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que nós vos influenciamos as almas,
estando embora muitos milhões de léguas distantes de vós ..."
Com de K
Nada tem de surpreendente a doutrina dos anjos guardiães, a velarem pelos seus protegidos,
mau grado à distância que medeia entre os mundos. É, ao contrário, grandiosa e sublime."
Percebe-se nessa mensagem que tanto São Luís e Santo Agostinho, quanto Kardec, se referem aos
protetores, dentro da idéia de gradação na proteção, ora em referência ao Espírito Protetor (chamando-o
também de Familiar, como era de costume) que está sempre junto a nós, e ora ao Anjos Guardiães,
propriamente ditos, "Espíritos verdadeiramente elevados", já fora do círculo da Terra, que, no entanto se
consagram à "tarefa tão laboriosa e de todos os instantes" de nos influenciar, embora a enorme distância a
que se encontram de nós.
E toda a mensagem é no sentido de que não nos consideremos distanciados deles (nem mesmo do
Anjo Guardião) e, embora, na mensagem, a distância seja tomada no sentido físico, hoje podemos entendê-la
melhor no sentido da distância que medeia entre nós e o nosso Anjo Guardião, dentro da escala de progresso
espiritual.
O que se pretende passar é que essa distância não é intransponível, que podemos, apesar dela,
alcançá-los pelo pensamento (certamente com o auxílio da "rede" formada pela gradação da proteção) e que
ao fazermos isso, receberemos deles a resposta para nossa necessidade pessoal, também por intermédio de
todos os que se encontram nos diferentes graus.
É certamente a essa dinâmica de atendimento pessoal, do mais Alto aos que se encontram ainda na
Terra, que Jesus se refere quando diz que o Pastor que tem cem ovelhas e uma delas se distancia, deixa as
noventa e nove em segurança e providencia o resgate daquela que se encontra distanciada.
Por mais distanciados que estejamos, por mais sós que pareçamos nos encontrar, o nosso Pastor,
que outro não é que o nosso Anjo Guardião, irá ao nosso encontro, ou impulsionará nossos Protetores para
que o façam, ao influxo do Amor, que irradiam, empenhados que estão em nossa felicidade pessoal, a par do
seu empenho pelo progresso coletivo da humanidade.
E porque a Lei de Amor expressa o Amor de Deus por suas criaturas, humildemente proclamam que
agem em nome de Deus e do Seu Amor e sob as Suas ordens.
Para que nos sintamos abraçados nesse amplexo divino, basta que pensemos em nossos Protetores,
em nosso Anjo Guardião, em Deus, ou que clamemos por misericórdia, reconhecendo nossa impotência
diante das circunstâncias que nos atingem.
4.3. A Importância de ser o Anjo Guardião um Espírito da mais elevada categoria:
Que importância tem, para nós, a idéia dessa gradação da proteção, pela qual um Espírito que está
em condição menos elevada é protegido por um outro em condição um pouco mais elevada e assim por
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
diante, numa sucessão em que todos se encontram interligados pelos laços da simpatia e da solidariedade e
em cujo cimo se encontram Espíritos que são "os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens
executam para manutenção da harmonia universal"?
Esse é um ponto que diz respeito diretamente à questão do grau de confiança e de segurança que
podemos ter em relação a essa proteção de que somos alvo por parte de nossos Protetores.
Se, por um lado, consideramos que estamos sendo protegidos por Espíritos que estão em relação
com o nosso próprio progresso, e, por outro lado, consideramos que o estágio em que nos encontramos
longe se acha de um perfeito discernimento acerca da Lei de Deus (ou seja, da Sua Vontade), ficamos com a
sensação de que estamos sendo protegidos por Espíritos que, mesmo possuindo mais discernimento que
nós, também ainda se encontram em processo de crescimento espiritual, o qual vai se concretizando, apenas
gradativamente, inclusive, por meio da própria ação de nos proteger.
Assim sendo, longe estão também de possuir a amplitude de visão que lhes permita, em todas as
ocasiões, fazer escolhas acertadas, inclusive a nosso respeito, no contexto da nossa condição de encarnado,
como indivíduo pertencente à humanidade terrena e sujeito às contingências do relacionamento com os
demais encarnados, na complexidade da vida na Terra, especialmente no momento atual.
Essa amplitude de visão e perfeito discernimento da Vontade de Deus (perfeita harmonia com a Lei),
que é absolutamente indispensável ao acerto infalível nas escolhas, é característica apenas dos Espíritos
Puros, conforme vimos.
Ora, por um sentimento inato, uma intuição, uma certeza íntima que estamos construindo ao longo de
nossa evolução, sabemos que, em última instância, é Deus que nos protege, e depositamos a nossa maior ou
menor confiança na Sua bondade, na Sua misericórdia, na Sua Justiça, no Seu Amor, enfim, segundo o que
já conseguimos conquistar.
No entanto, momentos há em nossa vida, em que as dores parecem pôr à prova essa certeza que
estamos construindo lentamente ao longo das nossas experiências milenares.
É quando nos perguntamos: Oh! Deus, onde estás? Por que não me respondes? Por que me
abandonaste?
E não encontramos eco. Não encontramos Deus dentro de nós, como parecíamos tê-lo,
seguramente, nos momentos serenos de exercício da nossa fé religiosa.
É, por exemplo, o que sucede àquele crente que, ao pé do leito de seu ente querido que agoniza,
movimentando todos os recursos de sua crença na Bondade Divina, e acreditando "curvar-se diante de Deus,
que pode protegê-lo", pede, fervorosamente, a Ele, em quem pensa confiar plenamente, que em nome de
Seu Infinito Amor, compreenda o seu amor menor (que reconhece como parcela ínfima do Amor Divino), e
que permita que esse amor continue a exercer-se na permanência do ente querido na Terra.
Quando, nesse momento, apesar das súplicas sinceras e fervorosas, o ente querido parte, essa
partida deixa, atrás de si, inúmeras vezes, o vazio, a insegurança ou a descrença. E aquele que acreditava ter
Deus dentro de si, percebe-se órfão, sozinho, abandonado e, até mesmo, castigado por Deus: "Ele podia terme atendido, pois tudo pode (como me foi ensinado). Por que, então, não quis fazê-lo?"
Nessas circunstâncias, muitas vezes, a criatura procura a Doutrina Espírita, em busca de respostas,
na expectativa de que a Doutrina Espírita lhe dê explicações que possam aplacar seu sofrimento; e em busca
do contato com o desencarnado, que a Doutrina Espírita admite ser possível e de fato, busca exercitar.
É, principalmente, para essas pessoas e aquelas outras que buscam as mesmas respostas,
independentemente de terem sido tocadas pela dor, que a Doutrina Espírita foi revelada aos homens, num
momento da Humanidade em que despertávamos para a necessidade de usar a razão, o dom da inteligência,
herança divina, para entender o Universo e suas aparentes contradições.
De fato, a Doutrina Espírita se propõe a oferecer elementos de razão sobre questões que outras
religiões dizem ser apenas questão de fé ou de buscarmos respostas dentro de nós mesmos. Cada um de
nós tem seu próprio caminho, de conformidade com suas experiências milenares. Aqueles que buscam a
Doutrina Espírita são exatamente os que escolhem o caminho de buscar as respostas por meio do exercício
da razão. E o Encontro, com objetivo de estudar a Doutrina Espírita, se propõe a fazer esse exercício.
Nesse propósito, volvemos o olhar para o que, no momento, parece afligir a humanidade e,
particularmente, nossa sociedade, e identificamos a busca de entendimento para as questões da insegurança
e da violência, da injustiça e da maldade, do caos que parece ter-se estabelecido na Terra e que deixa a
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
todos em situação de total vulnerabilidade, parecendo estarmos todos entregues à nossa própria sorte, sem
qualquer tipo de controle possível, nas mãos dos mais fortes, em todos os sentidos, menos naquele da força
do Amor. Diante de tudo isso, nos perguntamos:
Que garantias podemos ter de que nada nos acontecerá que não seja absolutamente justo?
Como esperar isso num mundo onde tantos estão dispostos a cometer injustiças e crueldades e
realmente as cometem?
De que forma Deus age para nos proteger em qualquer circunstância? Ou nos deixa, simplesmente,
entregues ao livre arbítrio dos homens e às conseqüências dos seus atos?
Por que tantas vezes parece ter Ele esquecido das suas criaturas?
E as perguntas se multiplicam, revelando a insegurança diante da severidade do sofrimento a que
estamos todos expostos e a necessidade de compreensão acerca do que realmente ocorre.
Em busca do entendimento, começaremos reconhecendo que, em outros planos de existência, em
que os Espíritos vivem em perfeita harmonia com a Lei Divina, esta Lei se cumpre naturalmente, pela força
mesma das coisas, sem que haja necessidade da interferência externa para "manutenção da harmonia
universal". E nada do que ocorre na Terra, tem cabimento nesses planos de existência.
Mas, no contexto como o acima descrito, de um mundo onde nós, os Espíritos encarnados e
desencarnados, ainda não somos capazes de discernir, com clareza, a Lei de Deus e ainda não estamos
totalmente convencidos de que a Lei de Deus é para a nossa felicidade, resulta que, pelos nossos atos em
desacordo com a Lei, tornamo-nos cobradores ou justiceiros, vítimas e algozes, uns dos outros, e, como tal,
instrumentos da Justiça Divina, ainda que inconscientemente (pois Deus age por intermédio de suas criaturas
e até do mal tira o bem que seja possível).
Acrescendo-se ainda o fato de que a reencarnação traz, em si, o esquecimento do passado, o que
provoca o ocultamento de dados relevantes, o entendimento das aparentes contradições e injustiças
reinantes no mundo se torna um exercício, às vezes, doloroso, como no caso da perda de entes queridos, da
exposição de pessoas (aparentemente) inocentes aos atos de violência, sobretudo crianças, e muitas outras
situações que desafiam o nosso entendimento e põem à prova nossa confiança em Deus e em Sua Justiça.
O que a Doutrina Espírita nos oferece à razão é a informação de que, se não somos capazes, por nós
mesmos, de viver em harmonia, Deus prevê a ação dos "Espíritos puros que são os mensageiros e
ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal" (L.E. 113). Isto é,
a harmonia universal é mantida, a despeito do nosso desrespeito à Lei de Deus, com o concurso dos
Espíritos Puros.
Portanto, o caos que parece reinar à nossa volta é apenas, aparentemente, um caos, aos nossos
olhos que não conseguem enxergar a harmonia universal: pelo esquecimento que a reencarnação impõe,
pela imaturidade do nosso entendimento, pelo discernimento imperfeito da Lei, que ainda nos caracteriza,etc.
Disso resulta que, embora haja injustiças no mundo, o que é inegável, as vítimas das mesmas
injustiças, a rigor, só aparentemente o são. Acima de tudo a Lei de Amor e Justiça está sendo cumprida e a
harmonia do universo está sendo mantida, sem o que Deus não seria Deus.
Mas, como esses Espíritos agem para nos garantir essa harmonia, da qual depende a nossa
segurança, a certeza de que nenhuma injustiça nos atingirá?
Para isso, precisamos entender:
Em que sentido podemos entender que os Espíritos Puros são os mensageiros e ministros de Deus?
O que são as ordens de Deus que eles executam para manutenção da harmonia universal?
Como é mantido esse estado de harmonia no Universo?
Entende-se por ministro ou mensageiro aquele que executa as ordens de outrem, ou que serve de
intermediário, que leva ordens ou mensagens de um a outro.
Como "ordens de Deus" entendemos uma forma figurada de referência à Lei de Deus. Não podemos
pensar que Deus chama os Espíritos Puros em assembléia diante da sua pessoa, nesta ou naquela
circunstância e lhes transmite ordens. Essa idéia corresponde a de um Deus sob a forma humana.
As ordens de Deus estão estabelecidas de toda a eternidade: são suas Leis, perfeitas, imutáveis.
E, conforme encontramos em:
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
L.E. questão 616
"A harmonia que reina no universo material, como no universo moral, se funda em leis
estabelecidas por Deus desde toda a eternidade.”
Desse conjunto de idéias podemos entender que, assim como no universo material, em que
reconhecemos a ação imutável das leis físicas, no universo moral também reinam as leis Divinas
encarregadas de manter a harmonia em nosso campo moral.
Dessas leis, tem o homem um discernimento relativo mas já lhe foi revelado, por Jesus, que a Lei de
Amor resume todas as demais. A Doutrina Espírita esclarece que a Lei de Justiça é um dos aspectos dessa
mesma Lei, aplicado a uma circunstância da vida.
Assim, o papel dos Espíritos Puros, como "ministros de Deus cujas ordens executam para
manutenção da harmonia universal", é o de garantir que a Justiça Divina se estenda a todos os recantos do
universo. Para isso, contam com o auxílio de todos os que lhes estão subordinados (todos aqueles em
condição inferior de elevação), muitos dos quais executam suas ordens, sem sequer terem consciência de
que, dessa forma estão contribuindo para a manutenção da harmonia universal.
É a "rede" de solidariedade, a gradação da proteção, em que cada um age impulsionado pela Lei de
Amor, "escrita na consciência" (L.E. 614).
Nesse contexto, a questão da existência dos Protetores e sua possibilidade de ação em nosso favor
ganha uma enorme dimensão e o entendimento do que diz respeito aos diversos aspectos da questão se
torna crucial dentro do estudo que nos propomos apresentar.
É assim que, identificando a escala de gradação na proteção, precisamos confiar que, em algum
nível, alguém estará encarregado de tomar decisões para fazer que a Vontade de Deus se cumpra, para cada
homem, integral e completamente, sem qualquer risco de erro de avaliação, engano de percepção ou
imperfeição de discernimento, ou estaria configurada uma injustiça e Deus não seria Deus.
Esses são os Anjos Guardiães, que, na categoria de Espíritos Puros, alcançaram essa condição.
Confiar neles, buscá-los através do nosso Espírito Protetor, reconhecer em ambos os mensageiros de
Deus junto a nós, garantindo que Sua Vontade se faça Perfeita em relação a nós, são elementos de
segurança que iremos estruturando, passo a passo, à medida que formos construindo a "intimidade com eles"
de que falam São Luís e Santo Agostinho.
Nessa intimidade iremos aprendendo a ouvir suas vozes, falando em nosso íntimo, a identificar a
vibração de sua presença, nos momentos de dor e de alegria, amparando-nos, consolando-nos, sustentandonos, mas, acima de tudo, ajudando-nos a descortinar o caminho da verdadeira felicidade, pelo "dever
corretamente cumprido", conforme recomendação de Emmanuel: "não procures segurança íntima fora do
dever corretamente cumprido, ainda mesmo que isso te custe o sacrifício supremo".
Relembrando São Luís e Santo Agostinho, confiemos, pois, e não tenhamos dúvidas:
L.E. questão 495
“... Sim, onde quer que estejais, estarão convosco. Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem
nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos a quem não
podeis ver...”
5. CONCLUSÃO
Resta-nos sintetizar a classificação dos Espíritos Protetores e o faremos com base no texto constante
de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", onde essa questão está apresentada de forma já mais
amadurecida:
E.S.E cap XXVIII item 11
“...Deus, em nosso anjo guardião, nos deu um guia principal e superior e, nos Espíritos
protetores e familiares, guias secundários....”
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19EELE 1º dia - Tema 1 - Os Espíritos Protetores
MAUS GÊNIOS OU ESPÍRITOS SEDUTORES
Apesar de não fazer parte do estudo em questão, a título de informação, incluiremos aqui este item
referente ao mau gênio ou espíritos sedutores. Não os incluímos no corpo do trabalho por não se tratar de
Protetores.
Assim como constatamos a existência dos protetores que nos assistem para o bem, para o
progresso do nosso espírito imortal, também reconhecemos a existência de espíritos que nos influenciam
e nos assistem no mal, dadas às Leis de Afinidade. Seriam espíritos simpáticos, conosco afinados no mal ,
que se nos ligam pela analogia das inclinações que apresentamos e com as quais os atraímos.
Na obra kardequiana são denominados de maus gênios ou espíritos sedutores.
ESE cap 28 item 11
“...Espíritos sedutores, que se esforçam por nos afastar das veredas do bem, sugerindo-nos
maus pensamentos. Aproveitam-se de todas as nossas fraquezas, como de outras tantas
portas abertas que lhes facultam acesso a nossa alma. Alguns há que se nos aferram, como a
uma presa, mas que se afastam, em se reconhecendo impotentes para lutar contra a nossa
vontade...”
“....Somos nós, portanto, que os atraímos, pela nossa fraqueza, ou pela negligência que
ponhamos em seguir as inspirações dos bons Espíritos. Resulta desse fato que jamais nos encontramos
privados da assistência dos bons Espíritos e que de nós depende a afastamento dos maus. Sendo, por
nossas imperfeições, a causa primária das misérias que nos afligem, somos nós, as mais das vezes, o nosso
próprio mau gênio....”
L.E. questão 549
“...Aquele que intenta praticar uma ação má, pelo simples fato de alimentar essa intuição,
chama em seu auxílio maus espíritos......"
L.E. questão 484
"Os espíritos inferiores (simpatizam) com os homens viciosos, ou quem pode tornar-se tais. Daí
suas afeições, como conseqüência da conformidade dos sentimentos".
Deveremos também prestar atenção na motivação das nossas afeições, já que mesmo pelas afeições
poderemos atrair Espíritos viciosos.
L.E. questão 485
".... quando um Espírito se apega a uma pessoa, nem sempre o faz só por afeição.
A estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se uma reminiscência das paixões
humanas".
Esses Espíritos podem até nos ajudar a realizar projetos pessoais, no entanto, não podem ser
considerados Espíritos Protetores no sentido que a Doutrina Espírita dá a essa expressão, em virtude de se
referir, exclusivamente aos Espíritos que agem de acordo e sob as ordens de nosso Anjo Guardião ou
de nosso Espírito Protetor, sempre visando o plano de progresso espiritual que esses traçam para
nós.
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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS 19º ENCONTRO SOBRE “O