4 Política Economia 5 FOLHA DE LONDRINA, domingo, 22 de novembro de 2015 [email protected] [email protected] Grupo Folha inova na publicidade Procurador critica cortes dos TCs Diogo Ringenberg aponta que é prática comum conselheiros desconsiderarem parecer do MPC de rejeição de contas do Executivo Rubens Chueire Jr. Reportagem Local Curitiba - Às vésperas da votação, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), do parecer prévio sobre as contas de 2014 do governador Beto Richa (PSDB), o procurador do Ministério Público de Contas de Santa Catarina (MPCSC) e presidente de Associação Nacional do Ministério Público de Contas (AMPCON), Diogo Roberto Ringenber, destacou que, infelizmente, em processos relativos aos executivos estaduais, de uma forma geral, há sim, uma prática comum de desconsiderar o parecer emitido pelo MPC pedindo a rejeição dos números apresentados. Em relatório apresentado no final de outubro, o MPC do Paraná recomendou a reprovação dos gastos promovidos pela gestão tucana devido a pelo menos oito irregularidades, entre elas o não cumprimento de limite constitucional de gastos e manobras ile- gais para “maquiar” as metas fiscais, qualificadas como “pedaladas”. Para o órgão, a “pedalada” se justificaria com a alteração das metas fiscais depois que elas foram descumpridas. Segundo o MPC, a utilização da “maquiagem” das contas só se tornou possível após a lei 18.468/15 ter sido aprovada na Assembleia Legislativa (AL). Por diversas vezes, ressaltou ele, as fiscalizações desempenhadas pelos tribunais acabam não sendo adequados em decorrência da formação dos tribunais de contas. “Provavelmente, não é o vício mais importante da República, é só mais um. Mas a formação das cortes repercute prejuízos muito grandes no controle das contas públicas”, ressaltou. “Gestores públicos com mais poder político tendem a ter as contas analisadas de forma mais magnânima pelo tribunais de contas, de forma menos dura. É fácil de entender isso em relação aos governadores porque possuem PEC que altera composição de tribunais repousa no Congresso Há dois anos a Associação Nacional do Ministério Público de Contas (AMPCON) aguarda que o Congresso Nacional avalie a Pr o p o s t a d e E m e n d a à Constituição (PEC) 329/2013, que propõe a mudança da composição dos tribunais de contas, dando feições mais técnicas aos órgãos e menos “político-partidárias”. De acordo com o procugrande influência, de uma forma descomunal e desproporcional do que seria salutar na indicação dos cargos de conselheiro. E, evidentemente, esta influência se reflete na hora em que estes magistrados proferem seus julgamentos. É uma regra que se percebe em todo o País”, destacou. Conforme o procurador, o volume de recursos públicos utilizados pelos órgãos das esferas federal, estadual e municipal representam algo em torno de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Por isso, ressalta ele, estes gas- rador Diogo Roberto Ringenberg, da forma como acontece hoje, 80% dos cargos são integrados por egressos do mundo político (ex-deputados, ex-senadores, ex-governadores, exsecretários de Estado etc.) e apenas 20% são técnicos. “A Constituição deu aos Legislativos o poder de escolher os integrantes dos tribunais, que acabaram apropriando-se deste poder, no País todo, como uma cota cativa de seus membros, muitos deles infelizmente sem preparo algum e passando ao largo das exigências”, disse. Ele destacou ainda que o potencial de transformação com a melhoria na qualidade da fiscalização da administração pública e, consequentemente, dos gastos públicos, seria inesgotável, suficiente, por exemplo, tos necessitam de uma fiscalização efetiva porque, caso contrário, toda a sociedade sai prejudicada. O julgamento do TCE sobre as contas de Beto será realizado na próxima quinta-feira. “O artifício das ressalvas, determinações e recomendações é forma dos tribunais versarem e dizerem que as contas estão ruins e que deveriam ser rejeitadas, mas isso não acontece. Uma reprovação de contas dos governos estaduais é algo raríssimo”, destacou Ringenberg. Segundo o procurador, há décadas os tribunais vêm fa- FAZ DE CONTA Além do parecer emitido pelo MPC, o conselheiro Durval Amaral, sorteado para analisar as contas do ano passado do governo, também leva em conta os relatórios da Diretoria de Contas Estaduais e da Diretoria Jurídica. Nos dois documentos, a manifestação é pela aprovação dos dados, com ressalvas, determinações e recomendações. para manter todo o Estado brasileiro, além de sobrar recursos para realização de investimentos em diversas áreas. Por isso, ele critica a demora para a PEC tramitar no Congresso. “A PEC deve estar perdida em alguma gaveta do Congresso Nacional que, pelo jeito, só tem duas pautas. Só discutem se o Eduardo Cunha sai ou fica e se a Dilma cai ou não”, frisou. (R.C.J.) zendo recomendações que não são observadas pelos Executivos. “Infelizmente, atualmente, tem uma alcunha que é associada aos tribunais, de que eles fazem de conta que fiscalizam e os governos dos estados fazem de conta que atendem as determinações. Com isso, quem perde é a sociedade e o cidadão que paga impostos”, afirmou. Leia coluna de Luiz Geraldo Mazza e Claudio Humberto www.folhaweb.com.br Nelson Bortolin Reportagem Local E m breve, os leitores vão notar mudanças nas publicidades dos veículos do Grupo Folha de Comunicação. Por meio do projeto Fábrica de Conteúdo, a empresa está implantando o conceito de branded content - conteúdo de marca. Já consolidado na Europa e nos Estados Unidos, o modelo representa formas diversas de entrar em contato com o público-alvo de uma empresa oferecendo conteúdo relevante, diretamente relacionado ao universo da marca. “Trata-se de uma moder- Projeto Fábrica de Conteúdo traz novo conceito de propaganda, com informação relevante para público-alvo nização do conceito de publicidade, que recebe uma nova roupagem”, afirma o superintendente do Grupo Folha, Nicolás Mejía. Segundo ele, o projeto vem sendo estudado há algum tempo. “É importante ressaltar que ficará muito claro para o público leitor o que é conteúdo editorial e o que é conteúdo patrocinado. O patrocinado será devidamente delimitado nas páginas do jornal ou na internet, inclusive com layouts diferentes dos utilizados nos conteú- dos editoriais”, explica. Mejía diz que o Grupo Folha vai oferecer o branded content com um diferencial importante. “Trabalharemos de forma multimídia”, afirma. Com as devidas adaptações, os conteúdos serão divulgados na Folha de Londrina, na internet (Folhaweb e Portal Bonde), e na FolhaTV - uma parceria do grupo com a UniFil. “Podemos inclusive adaptá-lo aos eventos que realizamos.” O projeto foi apresentado durante o Markmídia – prê- mio da Associação dos Profissionais de Propaganda (APP). “Não se trata de um produto de prateleira. Será d e s e n vo l v i d o p a ra c a d a anunciante”, diz o superint e n d e n t e. E l e re s s a l t a a principal premissa do branded content: “Necessariamente tem de ser de interesse do leitor e não apenas do anunciante”. Na esteira do conteúdo de marca, conforme explica Mejía, vem o storytelling (na tradução literal: contação de história). De acordo com ele, contar uma história interessante é uma das maneiras mais eficazes de obter a atenção de alguém. “Partilhando uma história de uma empresa ou produto, é possível criar uma proximidade entre essa empresa e seu cliente”, destaca. O projeto Fábrica de Conteúdo terá uma equipe de produção independente das redações da Folha de Londrina e do Bonde, sob coordenação do jornalista Edmundo Pacheco, contratado para esta tarefa. Pacheco res- salta que o conceito de branded content é novo, principalmente no Brasil. “Estudamos o tema de forma aprofundada para oferecer a mesma qualidade de conteúdo editorial do grupo ao conteúdo patrocinado”, diz. Ele conta que, sob o novo conceito, uma marca passa a ser reconhecida por seus valores e não apenas por seus produtos e serviços. O jornalista também salienta a importância da independência entre os conteúdos editoriais e os comerciais. “Vamos garantir que o leitor consiga distinguir com clareza a informação patrocinada da informação editorial.” Brics criam rede de intercâmbio de pós-graduação Folhapress São Paulo - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul criaram na última terça-feira a “Universidade dos Brics”. O acordo, assinado em Moscou, prevê o intercâmbio em pro- gramas de pós-graduação em seis áreas: economia, energia, tecnologia da informação e segurança da informação, mudanças climáticas e aquecimento global, recursos hídricos e poluição ambiental e estudos sobre os Brics. O número de alunos ainda não foi definido, mas, segundo o MEC, a previsão é que haja dez vagas para mestrado e dez para doutorado em cada uma das seis áreas. Os alunos farão parte do curso presencial fora de seu país - os estudantes mais bem classificados poderão escolher primeiro em que país complementarão seus cursos. O ministério não informou qual o custo do projeto nem de onde virão os recursos. Segundo o órgão, “a iniciativa não terá grande impacto orçamentário, uma vez que fará parte de ações que o MEC já realiza, como oferta de bolsas de estudo no exterior e recursos para programas de pesquisa”. A expectativa é de que o edital para os programas se- ja publicado até dezembro e a seleção dos alunos ocorra no segundo semestre de 2016. As aulas começariam no primeiro semestre de 2017. Poderão participar da seleção instituições públicas e privadas.