Bruna B. Medeiros
 Identificação
• JJ, masculino, 36 anos
 Q.P.
• Vômito e diarréia
 H.M.A.
• História de vômitos e diarréia aquosa esverdeada,
•
•
•
•
sem muco, pus ou sangue com 20 dias de evolução.
Inapetência, cólicas abdominais difusas de forte
intensidade
Febre intermitente não aferida
Tosse produtiva com expectoração esbranquiçada
Astenia e emagrecimento de cerca de 5kg no
período.
 H.M.P.
• Portador de miastenia gravis diagnosticada há cinco
anos.
• Realizou timectomia há três anos
• Faz uso de piridostigmina e prednisona (60mg/dia).
 C.H.V.
• Sem particularidades
 Exame
físico
• REG, apático, hipocorado, desidratado, emagrecido,
•
•
•
•
eupnéico, anictérico, afebril
MV+ bilateral sem RA
Abd plano, flácido, doloroso difusamente, sem sinais
de irritação peritoneal, com RHA +
FM diminuída em grau moderado difusamente
Membros sem demais particularidades
• Exames laboratoriais








Anemia normocítica normocrômica (Hb 11,2 g/dl)
Leucócitos 8200
Hiponatremia 114 mEq/L
Ausência de bastonetose, eosinofilia
Plaquetas 216.000/mm³
PU com hematúria importante
RX tórax normal
Anticorpo anti-HIV negativo
 D2
internamento
• Paciente apresentou febre baixa (38ºC), dispnéia e
hemoptise
• Aparecimento de lesões cutâneas pápuloeritematosas e purpúricas em abdome
• Evoluiu com sinais de irritação peritoneal e
surgimento de infiltrado pulmonar retículo-nodular
difuso bilateral ao raio-X
 Exames
laboratoriais
• Queda da hemoglobina para 7,2 mg/dl
• Queda da contagem de plaquetas para 174.000/mm³
• Baixa atividade de protrombina, hipofibrinogenemia
• Hiperbilirrubinemia indireta (1,36 mg/dl)
• Níveis de LDH de 808 u/dl
 Conduta
• Coleta de culturas
• Alta suspeição de infecção
• Início de antibioticoterapia de amplo espectro
 Cefalosporina de 4ª geração+ Imidazólico
• Histopatológico das lesões de pele
Hipóteses
 Introdução
• Parasitose geralmente crônica e assintomática
• Forma disseminada: invasiva e frequentemente fatal
• Aumento da população imuno comprometida fez
aumentar incidência de doenças oportunistas
• Estrongiloidíase disseminada
 Envolve múltiplos sistemas além do pulmonar e GI
 Clínica
• Forma aguda
 Eritema serpinginoso, tosse mimetizando asma, dor
abdominal ou diarréia
• Forma crônica
 Assintomática. Pode haver sintomas GI e pulmonares
• Hiper-infecção
 Causada pela grande multiplicação e migração de larvas
infectantes, principalmente em imunossuprimidos
 Caracterizada apenas pelo envolvimento GI e pulmonar
 Pode haver sangramento GI e pulmonar
 Clínica
da estrongiloidíase disseminada
• GI
 dor abdominal, diarréia, náusea, vômitos
• Respiratório
 tosse, hemoptise, dispnéia, SARA
• SNC
 cefaléia, alteração do nível de consciência, convulsão, coma
• Cutâneas
 Púrpuras peri-umbilicais
• Outras
 Meningite, peritonite, endocardite
 Diagnóstico
• Alta suspeição clínica
• Quando pensar em estrogiloidíase?
 Sinais e sintomas são inespecíficos
 Sintomas GI ou pulmonares em pctes susceptíveis: sinais de
alerta
 Dor e distensão abdominal, desconforto respiratório agudo,
tosse e hemoptise e choque são manifestações frequentes
 + comuns: febre, infiltrado pulmonar, dor abdominal, diarréia
 Sepse por gram –
 Envolvimento cutâneo: associado à formas graves e fatais da
doença
 Diagnóstico
laboratorial
• Pouca utilidade no diagnóstico
• Eosinofilia no sangue periférico: contagem N ou ↓
• Diagnóstico definitivo
 Larva nas fezes, secreção traqueal, lavado brônquico,
aspirado gástrico ou biópsia gástrica, jejunal, cutânea
ou pulmonar
Biópsia de pele com larva de S stercoralis na derme.
 Profilaxia
• Identificar e tratar alto risco antes de
imunossupressores
• Profilaxia ainda é controversa
 Baixa eficácia do Albendazol
 Não houve superioridade do Tiabendazol em relação ao
placebo na profilaxia para pacientes imunocomprometidos
Baixa toxicidade da Ivermectina+ alta mortalidade das
formas graves+ falta de consenso= reavaliar benefício
 Tratamento
• Ivermectina
 Melhor tolerado
 Maior erradicação de larvas do parasita comparado ao
Albendazol
 Menos efeitos colaterais que o Tiabendazol
• Problema: biodisponibilidade na doença
disseminada
 Lesão dos linfáticos intestinais e na mucosa intestinal
 Choque reduz perfusão intestinal e ainda mais a absorção
 Não existem anti-helmínticos de uso parenteral licenciados
para uso em humanos
 Tratamento
• Ivermectina
 200 mcg por Kg







Peso DOSE ORAL ÚNICA
15 a 24 kg: 1/2 comprimido
25 a 35 kg: 1 comprimido
36 a 50 kg: 1 1/2 comprimidos
51 a 65 kg: 2 comprimidos
66 a 79 kg: 2 1/2 comprimidos
>= 80 kg: 200 mcg/Kg
 Tratamento
• Ivermectina SC
 Níveis plasmáticos maiores na forma SC do que apresentação
VO
 Forma de tratamento não licenciada para uso em humanos
 Casos extremos sem resposta à tratamentos convencionais
em pacientes imunossuprimidos com sepse grave
 Opção promissora



Estrongiloidíase disseminada: diagnóstico e
tratamento, 2007. Jorge I. F. Salluh. Revista Brasileira de
terapia intensiva vol. 19 nº 4, Out/Dez. 2007
Púrpura em paciente com estrongiloidíase
disseminada,
Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.38 nº3 May/June 2005
Hiperinfecção por Strongyloides stercoralis: relato
de caso autopsiado, Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol 41
nº4 Jul/Ago 2008