CASO CLÍNICO Doente do sexo masculino, 65 anos, gerente comercial, hipertenso e grande fumador refere, desde há 2 meses, diminuição do débito urinário e edemas maleolares simétricos mais acentuados no final do dia. Recorreu ao serviço de urgência com queixas de agravamento progressivo de dispneia para pequenos esforços. Sem quaisquer queixas em repouso. Não se encontrava a fazer qualquer tipo de terapêutica. No exame objectivo há a salientar: PA 160/90mmHg, FC 110bpm, FR 25cpm. ECG revela sinais de hipertrofia ventricular esquerda. Ecocardiograma revela dilatação de todas as cavidades cardíacas com deficiente função sistólica global e diminuição da fracção de ejecção. 1. Segundo a classificação da NYHA em que classe da insuficiência cardíaca se encontra este doente? 2. Quais as causas mais comuns de insuficiência cardíaca? 3. Como explica o desenvolvimento da hipertrofia do ventrículo esquerdo? 4. Qual o mecanismo fisiopatológico da formação do edema neste caso em concreto? Qual a razão pela qual o edema é mais acentuado ao fim do dia? 5. O que entende por dispneia paroxística nocturna (DPN) e ortopneia e qual o mecanismo fisiopatológico associado ao seu desenvolvimento? Após o estabelecimento do diagnóstico este doente teve alta medicado com um diurético, um IECA (inibidor do enzima de conversão da angiotensina) e um β-bloqueante e com indicação para reduzir a ingestão de sal e cessação dos hábitos tabágicos. 6. Explique, sucintamente, a utilidade de cada um destes fármacos no caso em concreto. Após 4 meses, o doente recorre novamente ao serviço de urgência mas agora com queixas de dor torácica intensa com irradiação para o membro superior esquerdo, com cerca de 30 minutos de duração, sudorese e sensação de morte eminente. O doente refere que a dor teve início quando estava a comemorar um golo da Selecção de Portugal. A filha que é estudante de Medicina, deu-lhe um comprimido de nitroglicerina sublingual que o avô tinha lá em casa, no entanto, não houve remissão da dor. Ao exame objectivo salientava-se ansiedade marcada, PA de 140/85mmHg, FC: 120bpm e à auscultação pulmonar, fervores de estase em ambas as bases. Foi colocada a hipótese diagnóstica de EAM. 7. Quais os exames complementares que pediria a este doente para confirmar este diagnóstico? 8. Quais as complicações mais frequentes do EAM?