AMAZÔNIA: A DESTRUIÇÃO DA FLORESTA (E DE MITOS) PELA EXPANSÃO DAS PRÁTICAS CAPITALISTAS. A DESTRUIÇÃO E AFIRMAÇÃO DE MITOS SOBRE A AMAZÔNIA • “ A AMAZÔNIA É O PULMÃO DO MUNDO”. • “ A AMAZÔNIA É UM VAZIO POPULACIONAL”. • “OS SOLOS DA AMAZÔNIA SÃO OS MAIS FÉRTEIS DO MUNDO”. • GRANDE PARTE DOS SOLOS AMAZÔNICOS SÃO IMPRÓPRIOS PARA A ATIVIDADE AGRÍCOLA COMERCIAL. • “ A FLORESTA AMAZÔNICA ESTÁ SOBRE UM DESERTO”. • “A AMAZÔNIA PODE SER O CELEIRO DO MUNDO”. • “ELDORADO”. • • • • • • • • AÇÕES ANTRÓPICAS QUE COLOCAM EM CHEQUE A BIODIVERSIDADE E RECURSOS DA REGIÃO AMAZÔNICA. EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA (PECUÁRIA, SOJA). EXPLORAÇÃO DA MADEIRA NOBRE POR MADEIREIRAS. GARIMPO. PESCA PREDATÓRIA. CONTRABANDO DE ANIMAIS SILVESTRES. BIOPIRATARIA. MINERAÇÃO. A POLUIÇÃO DOS AQÜÍFEROS PELA ATIVIDADE INDUSTRIAL E AGRÍCOLA. PORTO DA CARGIL EM SANTARÉM - PARÁ A Amazônia e o Boi • A ampliação do rebanho bovino na região está atrelado a grande disponibilidade de terras, ausência de fiscalização ambiental, conivência do poder público e demanda interna e externa pela carne. QUEM ESTÁ COMENDO A AMAZÔNIA? O GARIMPO E A EXPLORAÇÃO MINERAL • O garimpo além de provocar a destruição/poluição do bioma promove intensos conflitos, visto que grande parte do ouro, pedras e demais metais preciosos da região encontram-se em territórios indígenas. • Grande parte dos garimpeiros entram em conflito com os indígenas ou o próprio contato com indígena promove a morte deste último pela propagação de doenças (tuberculose, tifo, gripe, pneumonia). • Para manter a soberania sobre estas áreas notamos a existência de diversas bases militares próximas dos territórios indígenas. • As políticas públicas de manutenção das reservas indígenas mostram-se falhas, visto as constantes invasões em especial pelos latifundiários. II - CONSEQÜÊNCIAS DESTAS AÇÕES SOBRE O BIOMA, AS POPULAÇÕES LOCAIS E O PLANETA. • • • • • • A SAVANIZAÇÃO DA AMAZÔNIA A INTERFERÊNCIA DA RETIRADA DA COBERTURA VEGETAL NO CLIMA E NO CICLO HIDROLÓGICO LOCAL E PLANETÁRIO. PERDA DE BIODIVERSIDADE (extinção de espécies animais, vegetais e fungos). ACELERAÇÃO DE PROCESSOS EROSIVOS/ASSOREAMENTO DE RIOS. DEGRADAÇÃO DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS E POVOS DA FLORESTA. REDUÇÃO DA CAPTURA DE CARBONO. III- CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA AMAZÔNIA • A GEOLOGIA e RELEVO • O CLIMA, CICLO HIDROLÓGICO E HIDROGRAFIA • BIOMA E ENDEMISMO PERÍODOS E FORMAÇÃO GEOLÓGICA DA AMAZÔNIA • É um grande erro caracterizar a região amazônica como uma vasta planície sedimentar alagada. • Uma parcela significativa da Amazônia não se caracteriza como terras baixas (veja mapa geológico a seguir). • A formação geológica da Amazônia é bastante diversificada, com relevo pré-cambriano, depósitos sedimentares terciários e quaternários. • Antes da fragmentação a Gondwana, notamos que a drenagem corria em direção ao Oeste (onde hoje se encontra os Andes) e uma boa parte da região encontrava-se alagada pelo mar Devoniano (depósitos sedimentares orgânicos/petróleo). A GEOLOGIA • O relevo amazônico está intimamente ligado aos processos de desgaste e deposição de sedimentos. • Grande parte do relevo amazônico é resultado de intensos desgastes sobre relevos muito antigos. • Na região amazônica encontramos duas áreas cratônicas (Crátons): Xingú e Guianas. • Os crátons são dobramentos antigos que não sofreram nenhum tipo de evento orogênico. A GEOLOGIA: IMPACTOS • Perda de solo em função da expansão da fronteira agrícola. • Ampliação da acidez dos solos pela retirada da cobertura vegetal e/ou desgaste pela exploração agrícola (pecuária, soja). • Poluição e acentuação da lixiviação dos solos pelo garimpo e mineração. • Desmonte de morros e outras áreas em função da exploração mineral. • Redução do nível dos rios pelo assoreamento. O CLIMA E O CICLO HIDROLÓGICO AMAZÔNICO • A Amazônia possui uma grande diversidade climática (microclimas), visto a sua extensão territorial e posição geográfica. • As alterações climáticas impostas pela ação antrópica, em especial o aquecimento global, podem provocar uma transformação na região, tanto na vegetação quanto no ciclo hidrológico (savanização). • A ação da MEC (massa equatorial continental) é bastante importante na análise da pluviosidade da região. As Massas de Ar e a Amazônia • A mEc possibilita a oferta de umidade, durante o verão, para boa parte do país. • Durante o inverno notamos que esta oferta se reduz, em função da menor insolação no hemisfério sul e retração da ZCIT. • Neste período a mPa (massa Polar atlântica) pode interferir no clima da Amazônia com o fenômeno da Friagem (Acre, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas). • Parte da água que não está inserida na reciclagem da água na região provém da umidade oceânica (mEa) • Com a ampliação do desmatamento notamos uma alteração/redução da pluviosidade, visto a redução da evapotranspiração. Ciclo da Água Pluviosidade na Amazônia • Os diagramas ao lado mostram a importância da cobertura vegetal para a manutenção do ciclo hidrológico e do clima na região. • Os impactos da retirada da cobertura vegetal podem também provocar a erosão dos solos (lixiviação), redução da captura de carbono, assoreamento dos rios, redução da biodiversidade, extinção de inumeráveis espécieis e destruição das estruturas sociais debruçadas sobre este ecossistema Hidrografia da Amazônia • As bacias hidrográficas que compõem a região amazônica são: • Bacia do rio Amazonas. • Bacia dos rios Tocantins/Araguaia. • Bacia do rio Orinoco. • Estas bacias estão sofrendo fortes impactos relacionados a ação antrópica. • No caso do bacia do Amazonas temos a mineração, a agricultura e o esgoto como principais vetores de poluição . • No Tocantins/Araguaia os impactos estão relacionados a expansão do agronegócio (redução do nível de água e assoreamento). Hidrelétrica de Balbina: Uma Catastrofe • Os projetos governamentais estabelecidos durante a ditadura militar tentaram integrar a região Norte a economia do Brasil. • O processo de colonização, infra-estrutura de transporte e industrialização tiveram a necessidade da fixação da produção e fornecimento de energia. • A hidrelétrica de Balbina foi construída para atender a demanda de energia da Zona Franca de Manaus. VEGETAÇÃO • A vegetação da região se adaptou a oferta de água e as características do solo da região. Os três principais tipos são: • A mata de igapó • A mata de várzea. • A mata de terra firme • Estas vegetações podem ser analisadas de forma mais aprofundada, a partir do gráfico ao lado BIOMA E ENDEMISMO • Apesar do Amazônia ser analisado como um bioma podemos perceber grandes variações vegetais e de ecossistemas dentro deste. • A partir destas variações internas e que se definem as zonas endêmicas. • Ao total a Amazônia possui 8 zonas de endemismo, muitas delas associadas a rios e padrões climáticos/pluviais. • As zonas de transição assim como a interferência de outros biomas podem definir novas áreas endêmicas. • O relevo também pode contribuir para o endemismo (continentalidade, altimetria e latitude). IV- O POVOAMENTO DA AMAZÔNIA LEGAL E A EXPANSÃO DAS PRÁTICAS CAPITALISTAS • O processo de ocupação da região está embasada na rede hidrográfica (ribeirinhos). • As populações indígenas historicamente estão fixadas nestas localidades. • Nos rios encontramos a base do transporte e deslocamento das populações na região. • Os rios são as rodovias da região Amazônica e de onde grande parte da população retira seu alimento (pesca). • Atualmente o turismo tem ampliado a sua atuação na região, em especial o ecoturismo. • Atualmente o agronegócio está criando uma nova frente de ocupação pelo Estado do Mato Grosso e se irradiando para o sul do Pará, Rondônia e Acre. • Netas áreas o desmatamento é praticamente incontrolável, visto a forte ligação dos políticos locais com a Sojicultura e a a pecuária bovina. • A exploração da biodiversidade é feita de duas formas na região: através do manejo sustentável e pela biopirataria. • A caça e a pesca predatória, juntamente com a captura e comercialização de animais silvestres ainda predomina na região. POVOAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL RESERVAS INDÍGENAS POVOAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL: CONFLITOS • • • • • • • A concentração fundiária é um dos grandes problemas da região. Este processo se consolidou pela grande quantidade de terras devolutas, grilagem e desrespeito aos territórios indígenas. Atualmente as disputas por terras, a grilagem e a pistolagem ocorrem na região sem uma ação mais dura por parte do Estado. A Peonagem (escravidão por dívida) possui altos índices na região. Os confrontos com os indígenas estão relacionados ao desrespeito por parte dos fazendeiros, grileiros e garimpeiros das reservas destinadas as diversas tribos. A presença de ONGs na região tem possibilitado uma visibilidade mundial dos conflitos existentes na região pela posse de terras e exploração de recursos naturais em áreas de reservas indígenas. A desqualificação e a ausência de empregos acentua o número de pessoas envolvidas com os crimes ligados a posse de terras na região. A Geopolítica da Amazônia: Importância Econômica e Estratégica • Os interesses estrangeiros na região não são recentes e datam desde o processo de colonização. • As disputas entre portugueses e espanhóis deram início a geopolítica da região. • Neste período o fator de disputa estava entre um mito e uma realidade: o Eldorado e as drogas do Sertão. A Dimensão da Região e seus Recursos • Os dados ao lado estão defasados, porém o peso da imagem é significativo. • Atualmente a região possui, aproximadamente 24 milhões de habitantes (ampliando a densidade demográfica). • A população do país está próxima de 190 milhões de habitantes. • A participação no PIB da região aumentou devido ao agronegócio (soja e bovinos) e a exploração mineralógica. • A expectativa de vida, analfabetismo e exclusão/pobreza permanecem alarmantes na região. Projeto Calha Norte: a Militarização e Povoamento das Fronteiras • • • • A preocupação dos governos militares com a região Norte potencializaram investimentos na integração econômica, militarização e colonização da região. A militarização das fronteiras com os países vizinhos e amazônicos tinha por finalidade a manutenção da soberania e proteger os recursos naturais (minérios) existentes na região. Atualmente o projetos está sendo redinamizado pelo governo federal em função das FARC, do narcotráfico e da presença dos EUA:UE em alguns países da região (Colômbia, Peru, Bolívia e nas Guianas). Os investimentos em recursos bélicos pelos países da região (em especial a Venezuela) aumenta a tensão na localidade. Interesses dos Países Centrais • Biodiversidade: a novas matérias-primas e fontes energéticas. • Água • Recursos mineralógicos. • Posição geográfica privilegiada. • Pesquisa e desenvolvimento tecnológico na áreas de farmacológicos e cosméticos. Presença Militar dos EUA na América Latina: Estamos Cercados!! • Dando seqüência a Doutrina Monroe e a política do Big Stick, os EUA passam a tornar-se mais presente (militarmente) na América do Sul. • Dentre seus interesses estão os recursos petrolíferos, a água, os minérios e a biodiversidade. • Atualmente os EUA, Reino Unido, Holanda e França treinado soldados em técnicas de combate em selva equatorial (Comandos de Selva) na Guiana Francesa e Suriname. • Estes treinamentos tem acentuado a tensão dos militares brasileiros e venezuelanos. Bases Brasileiras PROJETO SIVAM • • • • O Sistema de Vigilância da Amazônia é um projeto concebido no início dos anos 90 com os objetivos de combate ao narcotráfico e do contrabando de minérios, da avaliação da concentração fundiária, do controle da devastação da Floresta Amazônica, da biopirataria e da invasão de terras indígenas. Para isso, está se efetivando a implantação de um sofisticado sistema de vigilância, que será controlado por radares e satélites, capaz de fiscalizar uma área de até 8,5 milhões de km2. O SIVAM começa a operar no segundo semestre de 2001 e deve estar totalmente pronto em julho de 2002. Na primeira fase das operações entrará em funcionamento o posto de vigilância de Manaus, que ativará 40% do sistema e vai cobrir totalmente os estados do Amazonas e Roraima e parcialmente os estados do Pará e Mato Grosso. Diante da preocupação com a questão colombiana, a conclusão do SIVAM é considerada uma boa notícia, que também deu ao governo brasileiro a oportunidade de oferecer ajuda aos países vizinhos, através das informações obtidas pelo novo sistema de vigilância, que custou R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos.