Universidade Presbiteriana Mackenzie Centro de Ciências Sociais Aplicadas Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis Sistema de Mensuração de Desempenho e Gestão da Qualidade em PME Brasileiras Diego dos Santos Pereira São Paulo 2013 Diego dos Santos Pereira Sistema de Mensuração de Desempenho e Gestão da Qualidade em PME Brasileiras Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciências Contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie para a obtenção do título de Mestre em Controladoria Empresarial. Orientador: Prof. Dr. José Carlos Tiomatsu Oyadomari São Paulo 2013 P436s Pereira, Diego dos Santos Sistema de mensuração de desempenho e gestão da qualidade em PME brasileiras / Diego dos Santos Pereira - 2013. 139f. : il, 30 cm Dissertação (Mestrado em Controladoria Empresarial) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2013. Orientação: Prof. Dr. José Carlos Tiomatsu Oyadomari Bibliografia: f. 80-84 1.Sistema de mensuração de desempenho (SMD). 2. Sistema de gestão da qualidade (SGQ). 3. Pequenas e médias empresas (PME). 4. Tipologia de SMD. 5. Indicadores de desempenho. I. Título. CDD 658.401 Diego dos Santos Pereira Sistema de Mensuração de Desempenho e Gestão da Qualidade em PME Brasileiras Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciências Contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie para a obtenção do título de Mestre em Controladoria Empresarial. Aprovado em BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. José Carlos Tiomatsu Oyadomari – Orientador Universidade Presbiteriana Mackenzie Prof. Dr. João Mário Csillag Fundação Getúlio Vargas Prof. Dr. Ricardo Lopes Cardoso Universidade Presbiteriana Mackenzie Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Prof. Dr. Benedito Guimarães Aguiar Neto Decano de Pesquisa e Pós-Graduação Prof. Dr. Moisés Ari Zilber Diretor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas Prof. Dr. Sérgio Lex Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis Profa. Dra. Maria Thereza Pompa Antunes “It is much more difficult to measure nonperformance than performance.” Harold S. Geneen Aos meus familiares e amigos, que são o sentido e a graça da vida. A todos os pesquisadores que, dedicando parte de suas vidas, contribuíram para que o mundo pudesse ser um lugar melhor para se viver. Agradecimentos Ao escrever estes agradecimentos sinto um imenso receio de me esquecer de qualquer pessoa que possa ter contribuído para que esta pesquisa tenha chegado ao fim. Ciente do risco e certo de que se isso ocorrer as oportunidades de agradecimento pessoal serão eternas, sigo em frente. Não poderia deixar de iniciar com um agradecimento especial ao meu orientador e mestre Prof. Dr. José Carlos Tiomatsu Oyadomari, pela sua paciência, mas, sobretudo, por sua ousadia, capacidade de motivação e exigência, que contribuíram para que esta pesquisa pudesse ser melhorada em todos os aspectos e em todas as fases. Um agradecimento em particular também ao Prof. Dr. Ricardo Lopes Cardoso, por sua imensa contribuição nesta pesquisa, mas, principalmente, pelos brilhantes ensinamentos, que desde a graduação, fazem despertar nos aprendizes o desejo de serem profissionais melhores a cada dia!! Aqui me lembro dos colegas de mestrado mais próximos nesta jornada, Wesley e George, que compartilharam de vários dos anseios e das alegrias. As viagens semanais a São Paulo eram cansativas, mas também revigorantes. E ao Wesley cabe ainda um agradecimento por ter sido um ouvinte bastante crítico de minhas ideias até os últimos dias desta pesquisa. Ao Prof. Dr. João Mário Csillag agradeço pelas sugestões e comentários no exame de qualificação, que fizeram enriquecer este trabalho. Outros agradecimentos faço aos amigos e colegas de trabalho da Consulcamp, em particular a todos os seus líderes, que além de todo o incentivo concedido para a realização deste curso de mestrado, fornecem um ambiente de trabalho desafiador e uma postura profissional digna de toda a dedicação. Neste ponto me lembro também dos hoje já Mestres Carlos, Matheus e Rodrigo, colegas de trabalho e de mestrado, e amigos. Agradeço ainda aos professores e demais colegas do programa de mestrado, por sua dedicação e discussões de alto nível, que tornaram rico o aprendizado durante as aulas. Aos profissionais que abriram as portas de suas empresas para esta pesquisa e também a todos que contribuíram durante os trabalhos. E a todos os professores com os quais aprendi na vida, em especial Irani e Oscar, pelas profundas contribuições do CPE. Por fim, cabe um agradecimento aos familiares e amigos, por toda a compreensão no convívio que foi às vezes adiado em nome desta pesquisa. Ao Rafa, desejo todo o sucesso agora no mesmo empreendimento! Este trabalho foi financiado em parte pelo Fundo Mackenzie de Pesquisa. Resumo Esta pesquisa teve como propósito verificar como funcionam o sistema de mensuração de desempenho (SMD) e o sistema de gestão da qualidade (SGQ) em pequenas e médias empresas brasileiras à luz da tipologia proposta por Garengo (2009). O estudo foi conduzido mediante a aplicação de dois questionários fechados, duas entrevistas semiestruturadas e da análise dos indicadores de desempenho utilizados por cinco pequenas/médias empresas com sede no Estado de São Paulo. Com abordagem qualitativa, nesta pesquisa exploratória foram entrevistados os gestores do SMD e do SGQ, sendo que os dados da primeira entrevista foram analisados com a técnica de análise de conteúdo, tendo sido, na sequência, triangulados com os demais dados coletados. Verificou-se que quatro das cinco empresas pesquisadas possuem uma junção do SMD com o SGQ, no que tange aos indicadores de desempenho, a despeito de o grau de maturidade da gestão da qualidade não estar relacionado com o estágio de evolução do SMD. Verificou-se ainda que em três das cinco empresas a área da gestão da qualidade é a responsável por coordenar o processo de uso do SMD, sem que haja uma participação efetiva da área de controladoria e/ou contabilidade nesse processo. A tipologia de Garengo (2009), usada para verificar o estágio de evolução do SMD, foi validada, podendo ser utilizada na prática pelos profissionais nas organizações para diagnosticar e melhorar o SMD nas suas empresas. A partir dos achados desta pesquisa, os profissionais de empresas com SGQ certificados pela ISO, principalmente aquelas maior grau de maturidade na gestão da qualidade, podem ser encorajados a implementar ou melhorar o SMD nas suas organizações. Os resultados deste estudo devem ser considerados à luz de suas limitações, sobretudo a impossibilidade de sua generalização para o universo geral das PME, na medida em que houve o emprego de abordagem qualitativa, sem o objetivo de extrapolação dos resultados para outras empresas. Nesse sentido, pesquisas quantitativas podem vir a ser realizadas com o objetivo de verificar esses resultados em um conjunto mais representativo de PME. Por fim, sugere-se que pesquisas venham a ser desenvolvidas para estudar em maior profundidade como ocorre a evolução dos SMD em PME, a partir de estudos de caso longitudinais, por exemplo. Palavras-chave: Sistema de mensuração de desempenho (SMD); sistema de gestão da qualidade (SGQ); pequenas e médias empresas (PME); tipologia de SMD; indicadores de desempenho. Abstract This research aimed to verify how the performance measurement system (PMS) and the quality management system (QMS) work in small and medium-sized Brazilian enterprises in the light of the typology proposed by Garengo (2009). The study was conducted by means of two questionnaires, two semi-structured interviews and the analysis of the performance measures used by five small/medium-sized enterprises based in the State of São Paulo. Using a qualitative approach, this exploratory research were interviewed PMS’s and QMS’s managers, and the data from the first interview were analyzed using the technique of content analysis and has been subsequently triangulated with other data collected. It was found that four out of five companies have a junction in PMS and QMS, with respect to performance measures, despite of the degree of the quality management maturity is not related to the stage of the PMS evolution. It was also found that in three out of five companies quality management area is responsible for coordinating the process of PMS use, without effective participation from the controlling and/or accounting areas in this process. The typology of Garengo (2009), used to check the stage of the PMS evolution, was validated and can be used in practice by professionals in organizations to diagnose and improve the PMS in their enterprises. From the findings of this research, companies with QMS certified by ISO, particularly with higher degree of quality management maturity, can be encouraged to implement or improve the PMS in their organizations. The results of this study should be considered in the light of its limitations, especially the impossibility of its generalization to the overall universe of SMEs, to the extent that there was used the qualitative approach, without the aim of extrapolating the results for other enterprises. In this sense, quantitative research should be carried out in order to verify these results in a more representative set of SMEs. Finally, it is suggested that research could be carried out to study in more depth the PMS evolution in SMEs, with longitudinal case studies, for example. Keywords: Performance measurement system (PMS); quality management system (QMS); small and medium-sized enterprises (SMEs); PMS typology; performance measures. Sumário 1. Introdução ................................................................................................................... 14 1.1. Contextualização do Tema ......................................................................................... 14 1.2. Questão de Pesquisa ................................................................................................... 17 1.3. Objetivo Geral ............................................................................................................ 17 1.3.1. Objetivos Específicos ................................................................................................. 17 1.4. Justificativa e Contribuições ...................................................................................... 17 2. Referencial Teórico .................................................................................................... 18 2.1. Sistemas de Contabilidade e Controle Gerencial ....................................................... 18 2.1.1. Sistemas de Mensuração de Desempenho .................................................................. 19 2.1.1.1. Tipologia de SMD de Garengo para PME ................................................................. 23 2.2. Pequenas e Médias Empresas ..................................................................................... 26 2.3. Gestão da Qualidade ................................................................................................... 29 2.3.1. Revisão da Literatura sobre Qualidade e Mensuração ............................................... 32 3. Procedimentos Metodológicos ................................................................................... 33 3.1. Tipo e Método de Pesquisa ........................................................................................ 33 3.2. População e Amostra .................................................................................................. 34 3.3. Procedimentos de Coleta de Dados ............................................................................ 35 3.3.1. Questionário Fechado para Classificação do Tipo de SMD....................................... 35 3.3.2. Roteiro da Entrevista Semiestruturada com Gestores do SMD ................................. 37 3.3.3. Entrevistas Semiestruturadas sobre o SMD ............................................................... 37 3.3.4. Análise dos Indicadores do SMD ............................................................................... 38 3.3.5. Questionário Fechado sobre Gestão da Qualidade ..................................................... 39 3.3.6. Roteiro e Entrevista Semiestruturada sobre a Gestão da Qualidade .......................... 40 3.4. Procedimentos de Tratamento de Dados .................................................................... 41 3.4.1. Análise de Conteúdo .................................................................................................. 42 3.4.2. Tratamento dos Dados das Entrevistas sobre o SMD ................................................ 43 4. Apresentação e Análise dos Dados ............................................................................ 44 4.1. Caracterização das Empresas Pesquisadas ................................................................. 44 4.2. Caracterização dos Entrevistados ............................................................................... 46 4.3. Análise dos Dados sobre o SMD................................................................................ 48 4.3.1. Entrevistas sobre o SMD ............................................................................................ 49 4.3.1.1. Empresa A .................................................................................................................. 52 4.3.1.2. Empresa C .................................................................................................................. 53 4.3.1.3. Empresa D .................................................................................................................. 55 4.3.1.4. Empresa M ................................................................................................................. 56 4.3.1.5. Empresa S ................................................................................................................... 57 4.3.2. Classificação dos SMD na Tipologia de Garengo...................................................... 58 4.3.3. Análise dos Indicadores de Desempenho ................................................................... 58 4.4. Análise da Classificação dos SMD ............................................................................ 59 4.5. Análise da Gestão da Qualidade ................................................................................. 61 4.5.1. Análise do Uso do SMD e da Gestão da Qualidade ................................................... 64 4.5.1.1. Empresa D .................................................................................................................. 64 4.5.1.2. Empresa A .................................................................................................................. 65 4.5.1.3. Empresa C .................................................................................................................. 68 4.5.1.4. Empresa M ................................................................................................................. 69 4.5.1.5. Empresa S ................................................................................................................... 70 4.5.2. Discussão sobre a Gestão Qualidade e o Uso do SMD .............................................. 72 4.6. Resumo dos Principais Achados ................................................................................ 74 5. Considerações Finais .................................................................................................. 75 6. Referências ................................................................................................................. 80 Apêndices ................................................................................................................................. 85 Lista de Siglas e Abreviações BSC – Balanced Scorecard ERP – Enterprise Resource Planning (ou Sistema Integrado de Gestão) FM – Flexible Manufacturing (ou produção flexível) FNQ – Fundação Nacional da Qualidade JIT – Just-in-time KPI – Key performance indicators (ou indicadores-chave de desempenho) IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ISO – International Organization for Standardization (ou Organização Internacional para Padronização) MEG – Modelo de Excelência da Gestão® PME – Pequenas e médias empresas PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade® SCG – Sistema de controle gerencial SGI – Sistema de gestão integrada SGQ – Sistema de gestão da qualidade SMD – Sistema de mensuração de desempenho TQM – Total quality management (ou gestão da qualidade total) Lista de Figuras Figura 1: Tipologia de SMD para Pequenas e Médias Empresas ............................................ 25 Figura 2: Classificação dos SMD na Tipologia de Garengo (2009)......................................... 58 Figura 3: Tipos de SMD das Empresas Pesquisadas ................................................................ 60 Figura 4: Comparação entre a Classificação do SMD e o Grau de Maturidade da Gestão da Qualidade .......................................................................................................................... 63 Lista de Quadros Quadro 1: Construtos e Dimensões do SMD conforme Tipologia de Garengo (2009) ........... 26 Quadro 2: Vantagens e Desvantagens das PME Comparadas às Grandes Empresas .............. 27 Quadro 3: Fundamentos da Excelência da FNQ ...................................................................... 31 Quadro 4: Data e Tempo de Duração das Entrevistas sobre o SMD ........................................ 38 Quadro 5: Data das Entrevistas sobre a Gestão da Qualidade .................................................. 41 Quadro 6: Caracterização das Empresas Pesquisadas .............................................................. 44 Quadro 7: Certificações ISO das Empresas Pesquisadas ......................................................... 46 Quadro 8: Caracterização dos Entrevistados nas Empresas Pesquisadas ................................. 47 Quadro 9: Resumo das Unidades de Significado das Entrevistas sobre o SMD ...................... 51 Quadro 10: Pontuação da Gestão da Qualidade por Empresa Pesquisada ............................... 62 Quadro 11: Exemplo de Indicador do SGI Integrado ao SMD na Empresa A ......................... 65 Quadro 12: Resumo dos Principais Achados da Pesquisa........................................................ 76 14 1. Introdução 1.1. Contextualização do Tema Os sistemas de mensuração de desempenho (SMD) visam a implementação da estratégia da organização (ANTHONY e GOVINDARAJAN, 2008). Embora exista uma grande quantidade de tipologias de SMD, não há um consenso na literatura a respeito de qual seja o sistema mais apropriado para essa finalidade. Além disso, a maioria dos estudos sobre essas tipologias não levam em consideração o tamanho das organizações e não sugerem tipologias destinadas a estudar a evolução do SMD usado na prática pelas empresas (GARENGO, 2009), independentemente do modelo adotado para esse sistema. Disso decorre a percepção de que existe um distanciamento entre o que se tem de disponível em termos de práticas de contabilidade gerencial na literatura e sua utilização ampla e efetiva pelas empresas na prática (SOUZA, LISBOA e ROCHA, 2003). E tudo isso ocorre a despeito da grande quantidade de publicações acadêmicas sobre SMD. Zawawi e Hoque (2010) revisaram a literatura recente sobre inovações em práticas de contabilidade gerencial e destacaram que a mensuração de desempenho é um dos assuntos mais difundidos na pesquisa publicada nos principais periódicos internacionais dessa área. Por outro lado, sob a ótica da teoria da contingência, não há um modelo ideal que funcione igualmente para todas as organizações, pois cada empresa demanda um desenho adequado a suas particularidades (FREZATTI et al., 2009). Assim, os autores em contabilidade gerencial consideram variáveis como tipo de estratégia, tecnologia, estrutura organizacional, ambiente externo, tamanho e cultura como fatores contingenciais que interferem no desenho dos sistemas de controle gerencial (SCG) (CHENHALL, 2007), dentre os quais está o SMD (SHIELDS, 1997). Se for almejado que as práticas de controle gerencial sejam mais utilizadas e efetivas nas empresas, um possível caminho do ponto de vista da teoria da contingência é estudar o uso dessas práticas de controle gerencial em campos específicos, como em pequenas e médias empresas (PME) (CHENHALL, 2007) de forma a contribuir para melhor adequá-las às suas particularidades. As PME são organizações com maior escassez de recursos financeiros e humanos e menor capacidade gerencial quando comparadas às grandes empresas, o que sugere que tenham dificuldades maiores no uso de práticas de gestão como o SMD (GARENGO, NUDURUPATI e BITITCI, 2007). São também organizações que tendem a dar mais atenção 15 aos aspectos operacionais do negócio e negligenciar os gerenciais, se sujeitando a problemas de competitividade e sobrevivência em ambiente competitivo (GARENGO e BERNARDI, 2007). Por outro lado, o SMD pode exercer um papel importante no desenvolvimento da capacidade gerencial das PME (GARENGO e BERNARDI, 2007), com repercussões positivas em termos econômicos e sociais, considerando a grande parcela dessas empresas na geração da renda no Brasil e no exterior. Chenhall (2007) chama a atenção para as diversas oportunidades de se estudar os SCG em pequenas e médias empresas, dado que existe uma lacuna na literatura sobre o assunto no contexto dessas organizações. No campo da gestão, a literatura vem provendo alguns estudos sobre SMD em PME, principalmente a partir da última década. Essas pesquisas vêm produzindo insights acerca da influência que outras práticas de gestão exercem enquanto facilitadoras do uso do SMD nessas empresas, dentre as quais está a TQM (Total Quality Management ou Gestão da Qualidade Total). Essa é uma das práticas estudadas em contabilidade e controle gerencial à luz da teoria da contingência, dentro da variável contingente tecnologia. Com a evolução dos modos de produção, essa variável é estudada do ponto de vista da interferência que tecnologias contemporâneas como JIT (Just-in-Time), TQM (Total Quality Management ou Gestão da Qualidade Total) e FM (Flexible Manufacturing ou Produção Flexível) exercem sobre o SCG. Ittner e Larcker (1997) encontraram evidência empírica de que empresas que conferem maior importância a objetivos estratégicos ligados à qualidade (como a TQM) utilizam mais práticas de controle gerencial, entre as quais a mensuração sistemática do desempenho. Já Chenhall (1997) encontrou evidências de que programas de TQM bem desenvolvidos e associados a uma confiança no uso de indicadores de desempenho de produção produzem maior desempenho do que quando não existe essa confiança. Van der Stede, Chow e Lin (2006) concluíram que empresas que enfatizam a qualidade na produção usam mais indicadores de desempenho não financeiros, e os resultados da pesquisa sugerem que isso impacta positivamente no desempenho. Esses resultados empíricos sugerem que empresas com objetivos estratégicos ligados à qualidade demandam um SMD que contenha indicadores alinhados à estratégia de qualidade para encorajar a implementação dessa estratégia. Os estudos em contabilidade e controle gerencial que consideram os efeitos do enfoque em qualidade no SCG e SMD ficam mais relevantes na medida em que aumenta o acirramento da competição entre as empresas. Nessas condições, a melhoria da qualidade 16 pode ser estratégica para garantir a competitividade da organização perante a concorrência e até mesmo garantir a sua própria sobrevivência. O Malcolm Baldridge nos Estados Unidos, a European Foundation for Quality Management (EFQM) na Eupora e o Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ) no Brasil são exemplos da importância atribuída à qualidade. Por outro lado, importantes autores da qualidade reconhecem a relevância das práticas de mensuração para acompanhar o progresso das melhorias de qualidade e assegurar que as mesmas ocorram conforme o plano previamente estabelecido (SOUSA e ASPINWALL, 2010). Ittner e Larcker (1997) mencionam o exemplo dos critérios do U.S. Malcolm Baldrige National Quality Award, que envolvem três requisitos para se acompanhar o processo de implementação da estratégia de qualidade, entre os quais a complementação das medidas financeiras de desempenho com indicadores não financeiros focados no cliente e no desempenho em qualidade. Tanto as publicações no campo da contabilidade gerencial como as publicações na área da qualidade sustentam a importância de que o SMD seja um conjunto integrado de indicadores das diversas áreas da empresa, de forma a produzir a congruência na organização como um todo, para a implementação da sua estratégia. O Balanced Scorecard (BSC) é amplamente difundido na literatura contábil nesse sentido. No campo da qualidade Sousa e Aspinwall (2010) afirmam que o SMD deve contribuir para integrar a qualidade com outros objetivos gerenciais. Assim, uma abordagem específica da pesquisa, ainda que com poucos trabalhos, é o estudo sobre os SMD em PME relacionadas com programas de qualidade. Garengo (2009) encontrou evidências empíricas de que PME com uma premiação mais consistente em Programas de Premiação por Qualidade possuem SMD mais desenvolvidos. São também exemplos de trabalhos envolvendo PME com programas de qualidade os estudos de Sousa e Aspinwall (2010), Garengo, Nudurupati e Bititci (2007), Garengo e Bititci (2007) e Sousa et al. (2005). Nesse contexto, essa pesquisa se inserirá na lacuna dos escassos estudos sobre sistemas de mensuração de desempenho em pequenas e médias empresas com gestão da qualidade, explorando como funciona o SMD nessas organizações à luz da tipologia de Garengo (2009), elaborada para analisar o estágio de evolução do SMD que é usado em PME. Considerando que o SMD possui um papel na produção de congruência na organização como um todo para a implementação dos objetivos estratégicos da empresa (CHENHALL, 2005), pesquisas no campo da contabilidade e controle gerencial que 17 investiguem a influência das diversas áreas da organização (como a gestão da qualidade) no SMD são importantes para melhorar o desempenho desse papel. A isso se soma a percepção de Chenhall e Langfield-Smith (2007) quanto à relevância do cruzamento dos pontos de vista de outras disciplinas com a contabilidade. Recentemente, segundo os autores, disciplinas como gestão de operações, marketing e recursos humanos, têm provido interessantes insights para o entendimento de um papel mais amplo do uso das medidas de desempenho nas organizações. 1.2. Questão de Pesquisa Este estudo se propõe a responder à seguinte questão de pesquisa: • “Como funcionam o sistema de mensuração de desempenho e o sistema de gestão da qualidade em pequenas e médias empresas brasileiras à luz da tipologia proposta por Garengo (2009)?” 1.3. Objetivo Geral O objetivo geral desta pesquisa é verificar como funcionam o sistema de mensuração de desempenho e o sistema de gestão da qualidade em pequenas e médias empresas brasileiras à luz da tipologia proposta por Garengo (2009)? 1.3.1.Objetivos Específicos Considerando o uso de uma tipologia desenvolvida especificamente para analisar o tipo de SMD usado em PME, este estudo tem como objetivo específico: • Verificar se a tipologia de Garengo (2009) é válida para verificar o estágio de evolução do sistema de mensuração de desempenho usado por pequenas e médias empresas brasileiras. 1.4. Justificativa e Contribuições A justificativa para esta pesquisa reside na dicotomia que existe entre a importância que as pequenas e médias empresas possuem para o País, como geradoras de parcela 18 significativa dos empregos, renda e produção no Brasil de um lado, e de outro, a escassez de estudos no campo da contabilidade gerencial nessas empresas. Mais estudos sobre os SMD em PME são necessários para melhor adequar esses sistemas para esse tipo de organizações, contribuindo para uma maior difusão no uso desses sistemas e com maiores benefícios. Esta pesquisa, ao explorar como funciona o SMD especificamente em empresas que possuem um sistema de gestão da qualidade, pretende contribuir ao verificar na prática das organizações pesquisadas como ocorre o uso do SMD nesse contexto particular, servindo de referência para outras organizações com a mesma condição. Outra contribuição pretendida por esta pesquisa é, ao validar uma tipologia que permita a verificação do estágio de evolução do SMD em PME, possibilitar que os profissionais das empresas a utilizem para realizar um diagnóstico do SMD de suas organizações e verificar quais aspectos podem ser aprimorados no mesmo, uma vez que a tipologia provê as dimensões qualitativas consideradas mais relevantes no desenho desse sistema em PME. 2. Referencial Teórico 2.1. Sistemas de Contabilidade e Controle Gerencial A contabilidade gerencial é vista por Horngren, Foster e Datar (2000) como a medição e reporte de informações financeiras e não financeiras que ajudam os gestores a tomar decisões, para atingir os objetivos da organização. Já em Horngren, Sundem e Stratton (2004) a definição de contabilidade gerencial é mais ampla na medida em que contempla atividades que auxiliam os gestores a atingir os objetivos organizacionais como a: identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações. Dessa forma, a contabilidade gerencial pode ser sistematizada em um sistema de informações gerenciais, que são “um conjunto de recursos e procedimentos interdependentes que interagem para produzir e comunicar informações para gestão” (FREZATTI ET AL., 2009, p. 13). Chenhall (2007, p. 164) conceitua sistema de contabilidade gerencial como “o uso sistemático da contabilidade gerencial para atingir alguma meta”. Controle gerencial para Anthony e Govindarajan (2008, p. 6) “é o processo pelo qual os gestores influenciam os outros membros de uma organização para implementar as 19 estratégias da organização”. Assim, controle gerencial é um conceito mais amplo que sistema de controle gerencial, já que este último “é uma forma pré-determinada e normalmente repetitiva de realizar o controle gerencial” (ANTHONY e GOVINDARAJAN, 2008), e incluem outros controles, como pessoais e controles de clã (CHENHALL, 2007). Na mesma linha, Otley (1999) afirma que “os sistemas de controle gerencial provém informação que visa ser útil para gerentes no desempenho de seus trabalhos e ajudam organizações no desenvolvimento e manutenção de padrões viáveis de comportamento”. Desta forma, se verifica que os sistemas de controle gerencial são mais ativos que os sistemas de contabilidade gerencial, vez que estes últimos se limitam a comunicar informações que são utilizadas como apoio ao processo decisório pelos gestores, e aqueles vão além, sendo utilizados pelos gestores para influenciar na implementação de estratégias. Neste trabalho, sistemas de mensuração de desempenho são considerados uma parte integrante do sistema de controle gerencial (SHIELDS, 1997; CHENHALL, 2007) que visa a implementação da estratégia organizacional (ANTHONY e GOVINDARAJAN, 2008). 2.1.1. Sistemas de Mensuração de Desempenho Para Neely, Gregory e Platts (2005) mensuração de desempenho pode ser definida como “o processo de quantificar a eficiência e eficácia da ação”, enquanto medida de desempenho é “uma métrica usada para quantificar a eficiência e/ou eficácia de uma ação”, seja em determinado momento do curso da ação ou seu resultado final, e sistema de mensuração de desempenho “é o conjunto de métricas usadas para quantificar tanto a eficiência quanto a eficácia de ações”. Desta maneira, possuindo as organizações metas e objetivos, são necessárias medidas de desempenho para avaliar o quão bem se está no atingimento dos mesmos (MASON e SWANSON, 1979). Sob a ótica do controle, a mensuração de desempenho é um tipo de controle cibernético que possui cinco características, conforme Malmi e Brown (2008) citando Green e Welsh (1988): 1. Existem métricas que possibilitam a quantificação de um fenômeno subjacente, uma atividade ou sistema; 2. Há padrões de desempenho ou metas a atingir relacionadas ao fenômeno, atividade ou sistema; 20 3. Existe um processo de feedback que permite comparar os resultados da atividade com o seu padrão; 4. Na sequência surge uma análise da variação entre os resultados da atividade e seu padrão; 5. Há uma habilidade para modificar o comportamento do sistema ou atividades subjacentes. Sob o ponto de vista do apoio à decisão, sistema de mensuração de desempenho para Neely, Adams e Kennerley (2002), é um sistema balanceado e dinâmico que suporta o processo de tomada de decisão a partir da coleta, processamento e análise de informações. Balanceado porque representa toda a organização, com diferentes tipos de medidas coordenadas e dinâmico no sentido de monitorar constantemente os contextos internos e externos à organização e ser capaz de revisar objetivos e prioridades (GARENGO, BIAZZO e BITITCI, 2005). Do ângulo estratégico é, conforme Chenhall (2005), característica dos SMD “apresentar aos gestores medidas financeiras e não-financeiras abrangendo diferentes perspectivas combinadas, constituindo um meio de traduzir a estratégia em um conjunto coeso de medidas de desempenho”. A mensuração de desempenho pode ocorrer por meio de um simples conjunto de indicadores-chave de desempenho – KPIs (Key Performance Indicators) – ou por meio de um sistema que possua também outros propósitos além do controle cibernético ou apoio à tomada de decisão, tais como ligar a mensuração de desempenho à implementação da estratégia da organização e às relações de causa e efeito entre as próprias medidas de desempenho e entre essas e os objetivos organizacionais, como ocorre idealmente no BSC (KAPLAN e NORTON, 1992; 1993; 1996; 1996a; 2001). A abordagem de KPIs pode ser utilizada isoladamente em iniciativas de gestão da qualidade, como a TQM (Total Quality Management), e qualidade da gestão, como o U.S. Malcolm Baldrige National Quality Award, a European Foundation for Quality Management (EFQM) e o Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ) e serve para monitorar o progresso das melhorias nos processos internos (KAPLAN e NORTON, 2001). Van der Stede, Chow e Lin (2006) descobriram que empresas com sistemas de mensuração de desempenho mais extensivos possuem melhor desempenho no departamento de produção, sobretudo aqueles sistemas que incluem medidas não-financeiras de desempenho. 21 Porém, Kaplan e Norton (2001) reconhecem a utilidade da abordagem de KPIs apenas no contexto específico de departamentos ou equipes, para acompanhamento da execução de programas estratégicos já estabelecidos, e defendem uma abordagem mais integrada de indicadores para fins organizacionais que, além de estarem ligados à estratégia da organização, abranjam quatro perspectivas holísticas diferentes e inter-relacionadas: 1. Financeira – indicadores que reflitam a estratégia de crescimento, rentabilidade e risco, sob a perspectiva dos acionistas da organização; 2. Clientes – indicadores ligados à estratégia de geração de valor e diferenciação da organização, sob a perspectiva dos clientes; 3. Processos Internos – indicadores para os processos internos prioritários que impactam na satisfação dos clientes e acionistas; 4. Crescimento e Aprendizado – indicadores para as prioridades que possam criar um clima de suporte à mudança organizacional, inovação e crescimento. Apesar da abordagem principal de Kaplan e Norton para o BSC em quatro perspectivas pré-definidas de forma prescritiva, os próprios autores reconhecem que outras perspectivas podem estar presentes. Nesse sentido, Länsiluoto e Järvenpää (2008) conduziram um estudo de caso em uma empresa finlandesa que integrou com eficácia indicadores de desempenho da perspectiva de meio-ambiente ao BSC. Sistemas de mensuração de desempenho também podem conter exclusivamente medidas financeiras de desempenho, baseadas em dados contábeis (OTLEY, 2007). Quanto à mensuração de desempenho exclusivamente por meio de indicadores financeiros, tanto as vantagens quanto as desvantagens são amplamente conhecidas, estando a objetividade, confiabilidade, verificabilidade (IJIRI, 1975) e baixo custo das informações1 de um lado e de outro a intempestividade, excesso de agregação e distorção das informações (JOHNSON e KAPLAN, 1996), e produção de miopia (visão apenas de curto prazo), aversão excessiva a riscos e manipulações (MERCHANT, 1985 apud TUOMELA, 2005). A pesquisa empírica tem diferenciado principalmente as medidas de desempenho financeiras das não-financeiras, porém Van der Stede, Chow e Lin (2006) também fazem uma segregação nas medidas não-financeiras, em objetivas (mais quantitativas) e subjetivas (mais qualitativas). 1 Considerando que relatórios de desempenho financeiro já estão disponíveis para fins externos (TUOMELA, 2005). 22 Além do BSC, diversos outros frameworks de sistemas de mensuração de desempenho são propostos, tais como o Performance Pyramid (Lynch and Cross, 1991), Matriz de Resultados e Determinantes (Fitzgerald et al., 1991) e Performance Prism (Adams e Neely, 2002). Em geral, sistemas como esses são compostos por um conjunto de medidas de desempenho financeiras e não-financeiras, derivadas da estratégia da organização, que ligam as operações aos objetivos estratégicos e procuram estimular o aprimoramento contínuo, estando estes elementos presentes ou ausentes a depender do framework em questão. Sistemas de mensuração de desempenho é um tópico amplamente presente na pesquisa internacional em contabilidade gerencial. Zawawi e Hoque (2010) revisaram a literatura recente sobre inovações em práticas de contabilidade gerencial e destacaram que medidas de desempenho organizacional/de produção é o terceiro mais recorrente de doze tópicos sobre o assunto. Já Chenhall e Smith (2011) proveram um estudo de revisão dos papers australianos publicados em 10 dos principais periódicos de contabilidade gerencial nas últimas três décadas e sustentaram que a mensuração de desempenho é o tópico específico de contabilidade gerencial mais recorrente na literatura da última década e o segundo nas últimas três décadas, atrás somente do tópico orçamento. No entanto, a despeito dessa ampla difusão da pesquisa sobre o assunto, verifica-se uma escassez de trabalhos versando específica e explicitamente sobre pequenas e médias empresas. Em uma pesquisa específica conduzida pelo autor em 11 entre 22 notáveis periódicos internacionais de contabilidade2 revelou uma escassez de trabalhos sobre contabilidade ou controle gerencial no contexto particular de pequenas e médias empresas. Os trabalhos de Romano e Ratnatunga (1994) e Laitinen (2011) são exceções, respectivamente, nos periódicos British Accounting Review e Journal of Accounting & Organizational Change. Já o periódico Management Accounting Research se destaca com a publicação de nove papers, sendo que o volume 11, número 4, de dezembro de 2000 do periódico se dedicou integralmente à pesquisa em contabilidade gerencial para pequenos negócios. Nenhum desses trabalhos tratou especificamente de sistemas de mensuração de desempenho. 2 Neste ponto foram pesquisados os periódicos utilizados no trabalho de Zawawi e Hoque (2010) e que tinham o acesso disponível por meio do Portal de Periódicos da Capes. Os periódicos pesquisados foram: Accounting Horizons; Accounting, Auditing & Accountability Journal; Accounting, Organizations and Society; British Accounting Review; Journal of Accounting & Organizational Change; Journal of Accounting and Economics; Journal of Accounting Education; Journal of Management Accounting Research; Management Accounting Research; Review of Accounting Studies; The Accounting Review. Foram buscadas as expressões “small and medium” e “small” nos abstracts desses periódicos para a localização dos papers. 23 Por outro lado, os periódicos internacionais nos campos da gestão, qualidade e operações a partir da década de 2000 passaram a trazer um número crescente – ainda que também escasso – de estudos sobre sistemas de mensuração de desempenho no contexto particular de pequenas e médias empresas, sendo de destaque os trabalhos desenvolvidos por Patrizia Garengo, pela quantidade de estudos empíricos realizados. 2.1.1.1. Tipologia de SMD de Garengo para PME Garengo e Bititci (2007) testaram a relação entre fatores contingenciais e o tipo de sistema de mensuração de desempenho adotado em quatro pequenas e médias empresas escocesas. Para tanto, utilizaram a tipologia de sistema de mensuração de desempenho elaborada por Garengo (2005)3, que se baseia em duas dimensões: 1. Característica do SMD: refere-se a como a empresa usa a mensuração para gerir o desempenho; 2. Escopo do SMD: relativo a o quê a empresa mensura. Em relação à dimensão “Características do SMD”, três tipos são propostos por Garengo (2009): 1. Sistemas básicos – Não são aptos a interpretar e a responder a mudanças nos contextos interno e externo da empresa; o modo e a frequência com que os dados são coletados e processados pelo SMD não são claramente definidos e/ou não se consideram as necessidades específicas da organização. A necessidade de integrar as informações não é percebida; 2. Sistemas avançados – São capazes de perceber mudanças internas; o modo e a frequência com que os dados são coletados se baseiam nas necessidades específicas da empresa, mas o modo e a frequência não são formalmente comunicados aos usuários do SMD. As informações coletadas são parcialmente integradas e não podem, portanto, representar toda a empresa; 3. Sistemas excelentes – São aptos a perceber mudanças nos contextos interno e externo; a forma e a frequência da coleta de dados são definidas considerando as 3 A tipologia desenvolvida inicialmente em 2005 foi refinada no trabalho posterior da mesma autora no ano de 2009, no qual se submeteu essa tipologia à discussão em um painel de especialistas. Por esse motivo, nesta pesquisa se adotou como referência principal o trabalho de Garengo (2009). 24 necessidades específicas da organização; o modo e a frequência são formalmente comunicadas aos usuários do SMD. As informações são integradas e podem, assim, representar toda a empresa. Uma atenção específica é dada à qualidade das informações coletadas; o objeto de análise é cautelosamente definido, o processo de coleta de dados é claramente definido e formalizado e a confiabilidade dos dados é verificada. Quanto à dimensão “Escopo do SMD”, cinco tipos são propostos por Garengo (2009): 1. Sistemas tradicionais – Focados apenas no aspecto financeiro; 2. Sistemas duplos – Baseados tanto no desempenho financeiro quanto no desempenho de uma outra função-chave para a competitividade da empresa (manufatura, por exemplo); 3. Sistemas parcialmente balanceados – Baseados tanto no desempenho financeiro quanto no desempenho de outras funções-chave para a competitividade da empresa (manufatura e suprimentos, por exemplo); 4. Sistemas balanceados – Diversas mensurações presentes são não-financeiras (taxas de defeitos, tempo de ciclo de produção e estatísticas de entregas no prazo, por exemplo) e/ou qualitativas (moral dos empregados, satisfação do cliente, inovação de produtos, por exemplo); 5. Sistemas diagnósticos – Além de balanceados (tipo 4), possuem mecanismos para suportar análises da relação de causa-e-efeito entre resultados e seus determinantes para suportar atividades de aprimoramento. Essas duas dimensões interagem na forma de uma matriz, na qual o tipo de sistema de mensuração de desempenho é dado pela combinação entre suas características e escopo (Figura 1). A tipologia de Garengo (2009) está alicerçada sobre cinco construtos que são desdobrados quinze dimensões, cuja relevância de cada uma foi verificada em um painel de especialistas conduzido no trabalho empírico de Garengo (2009), o que é apresentado no Quadro 1. Essa tipologia, embora tenha emergido no campo da literatura sobre qualidade e operações, possui convergências com a literatura de contabilidade gerencial. No tocante à dimensão “Escopo do SMD” verifica-se que “Tradicional” é o sistema que provê apenas 25 informações relativas somente ao desempenho financeiro da organização, sendo alvo das críticas relativas à falta de informações não financeiras nos tradicionais sistemas de controle gerencial. A abordagem de utilização apenas de KPI em um sistema não completamente integrado, criticada por Kaplan e Norton (2001), está presente nos tipos “Duplo” e “Parcialmente Integrado” da dimensão “Escopo do SMD”. Já o tipo de escopo “Diagnóstico” é visualizado no BSC, sistema que abrange a mensuração de desempenho em todas as perspectivas relevantes da organização, de forma integrada em um conjunto coerente de indicadores e coordenados em uma relação de causa-e-efeito entre os mesmos (KAPLAN e NORTON, 2001). Por fim, o sistema “Balanceado” pode ser, por exemplo, um BSC no qual não se estabelece uma relação de causa-e-efeito entre o conjunto de indicadores de desempenho. Figura 1: Tipologia de SMD para Pequenas e Médias Empresas Básico Caracte rísticas do Sistema de Mensuração de Dese mpe nho Avançado Escopo do Sistema de Mensuração de Desempenho Dinâmica de revisão : sistema não pode reagir a mudanças internas. Natureza sistemática : forma e frequência da coleta de dados não são definidas claramente e/ou não consideram as necessidades específicas da empresa. Integração : Informações coletadas não são integradas nem a necessidade de integrar é percebida. Foco Tradicional: Desempenho Financeiro. Dinâmica de revisão : sistema pode reagir a mudanças internas. Natureza sistemática : forma e frequência da coleta de dados são definidas considerando as necessidades da empresa. Forma e frequência não são formalmente comunicadas às pessas envolvidas. Integração : Informações são parcialmente integradas. O sistema não pode suportar a descrição integrada de toda a organização. Excelente Dinâmica de revisão : sistema pode reagir a mudanças internas e externas. Natureza sistemática : forma e frequência da coleta de dados são definidas considerando as necessidades da empresa. Forma e frequência são formalmente comunicadas às pessas envolvidas. Integração : Informações são integradas. O sistema pode suportar a descrição integrada de toda a organização. no Duplo: Foco no desempenho financeiro e no desempenho de uma outra função da empresa. Parcialmente balanceado: Foco no desempenho financeiro e no desempenho de algumas outras funçõeschave da empresa. Foco em Balanceado: aspectos financeiros e todas as outras perspectivas relevantes. Diagnóstico: Suporta as análises da relação de causa-eefeito entre resultados e seus determinantes. Fonte: Garengo (2009). Essa tipologia será adotada nesta pesquisa por cinco razões: 1) a despeito de se originar do campo de qualidade e operações, foi desenvolvido especificamente para pequenas e médias empresas, enquanto a literatura de contabilidade gerencial ainda não desenvolveu um modelo explícita e especificamente voltado para esse tipo de empresas para essa mesma finalidade; 2) possui respaldo na literatura sobre contabilidade gerencial; 3) foi utilizado em trabalhos empíricos por Garengo (2009), Garengo e Bititci (2007), Garengo, Nudurupati e Bititci (2007); 4) mais recentemente disciplinas como gestão de operações, marketing e recursos humanos, têm provido insights interessantes para o entendimento de um papel mais 26 amplo do uso das medidas de desempenho nas organizações (CHENHALL e LANGFIELDSMITH, 2007); 5) há uma multiplicidade de tipologias de SMD na literatura, porém a tipologia de Garengo (2009) objetiva ser válida para classificar o tipo de SMD usado de acordo com características gerais, independentemente da tipologia de SMD adotada. Quadro 1: Construtos e Dimensões do SMD conforme Tipologia de Garengo (2009) Posição na Tipologia Construto Dinâmica de revisão Dimensão do SMD Dinâmica de adaptabilidade Refinamento da Estratégia Alinhamento estratégico Foco nos stak eholders Clareza e simplicidade Natureza sistemática Características / Eixo Horizontal Profundidade Acurácia Essencialidade Orientação a processos Integração Integração Baseado em TI – Tecnologia da Informação Balanceamento Balanceamento Características / Eixo Vertical Abrangência Sistema de recompensa Capacidade diagnóstica Relacionamentos causais Definição da Dimensão % de Entrevistados¹ Mecanismos de revisão das métricas de desempenho e seus objetivos são incluídos no SMD. Esses mecanismos de revisão 100% objetivam assegurar que o SMD responda rapidamente a mudanças nos contextos interno e externo. A mensuração de desempenho ajuda a aprimorar os objetivos e 75% estratégia pré-definidos. Estratégia é a dimensão-chave no SMD; o SMD tem de garantir 100% que as medidas adotadas são coerentes com a estratégia. Os requisitos das partes interessadas são o ponto de partida no 75% desenho do SMD. Os objetivos estabelecidos, medidas e metodologia a ser usada para coletar e processar as informações são claramente definidas e 80% comunicadas aos envolvidos no SMD. As medidas são divididas em indicadores detalhados (as ativididades operacionais individuais envolvidas em cada 75% processo são mensuradas). A atividade de processamento dos dados tem de ser claramente pré-definida. 100% Os dados tem de ser manuseados com acurácia. Pequenas quantidades de dados simples tem de ser capazez de attender às necessidades específicas da empresa. O sistema requer 80% pouco capital e recursos humanos. A organização não é vista como uma estrutura hierárquica, mas como um conjunto integrado de processos coordenados que criam 100% um sistema. O SMD promove a integração entre as áreas de negócios utilizando a integração de diferentes sistemas como o sistema contábil, 80% sistema estratégico e o planejamento da produção. O sistema é capaz de lidar com grandes quantidades de dados. A tecnologia de informação suporta a coleta e o processamento de dados para prover relatórios e outputs sob medida e e para fornecer uma descrição total do desempenho da empresa. O SMD utiliza diferentes perspectivas que são baseadas no tipo de medidas (financeiras ou não-financeiras) e/ou no objetivo das medidas (interno ou externo). Toda a organização é objeto da mensuração de desempenho. Um grande número de funções (ou macro-processos) são incluídos. O SMD inclui um meio sistemático de avaliar o desempenho dos funcionários; recompensas monetárias ou não-monetárias pesam nos indicadores. Os resultados e seus determinantes são analisados usando diferentes perspectivas e têm de ser mensurados para quantificar a “relação causal” entre si e para suportar as ações de controle e o processo de melhoria. 70% 100% 87% 70% 75% ¹ % de entrevistados no painel de especialistas que consideram a dimensão relevante Fonte: Adaptado de Garengo (2009). 2.2. Pequenas e Médias Empresas As micro e pequenas empresas são de importância significativa para o País. Segundo os dados mais recentes publicados pelo IBGE (2012), as micro, pequenas e médias empresas representavam 99,7% dos quase 4,6 milhões de empresas no Brasil no ano de 2010. 27 Desconsideradas as microempresas (que são 88,5% do total), as pequenas e médias representam 97,4% dos estabelecimentos. Quanto ao pessoal ocupado no País, conforme os mesmos dados, entre pequenas, médias e grandes empresas, 51,6% do total está empregado em pequenas e médias empresas. No plano internacional, a magnitude desses números não é diferente. Por isso, pela representatividade desses dados, verifica-se que o desempenho dessas empresas tem o potencial de impactar positiva ou negativamente no País em termos de geração de emprego e renda, fornecimento de produtos e serviços, etc. Sousa e Aspinwall (2010) apontam as vantagens e desvantagens das pequenas e médias empresas quando comparadas às grandes empresas, com em alguns atributos qualitativos verificados por estudiosos das PME, conforme se apresenta no Quadro 2. Quadro 2: Vantagens e Desvantagens das PME Comparadas às Grandes Empresas Pricipal Aspecto Propriedade e Gestão Estrutura Cultura e Comportamento Sistemas, Processos e Procedimentos Recursos Humanos Clientes e Mercados Vantagens De svantagens Proprietário não delega, tentando controlar cada Alta visibilidade gerencial, proximidade do ponto aspecto do negócio, suprimindo o trabalho de de entrega e maior facilidade para introduzir equipe e o envolvimento dos empregados; e a novas iniciativas de mudança equipe gerencial está frequentemente lidando com crises dia-após-dia na organização Sua estrutura plana e processo mais curto de tomada de decisão permitem um fluxo de informações mais rápido, o que pode melhorar a comunicação Sua cultura unificada fornece uma boa base para a mudança, por exemplo, a adoção da Suas decisões são limitadas por credores, TQM e alta incidência de inovação pode clientes, legislação e proprietários da fomentar a melhoria contínua da cultura; a organização burocracia reduzida ajuda a aumentar as chances de sucesso para novas iniciativas Sistemas e procedimentos inadequados e impróprios podem afetar a eficiência e Um baixo grau de especialização resulta em ter resultarão em insatisfação dos funcionários; uma perspectiva mais ampla os assuntos e PME estão usando tecnologias de produção problemas do que na visão funcional especilista; menos avançadas que as grandes empresas. melhor em prover ideias de melhoria Limitação de recursos financeiros que podem afetar o investimento em novos produtos e processos. Treinar e desenvolver o staff feito ad hoc e em pequenas escalas podem dificultar os eforços de melhoria Facilmente suprimida/ditata por multinacionais maiores (se forem clientes) Fonte: Sousa e Aspinwall (2010, p. 477) 28 Garengo, Biazzo e Bititci (2005) fizeram uma extensa revisão da literatura sobre sistemas de mensuração de desempenho em pequenas e médias empresas. Nesse estudo, identificaram o relato de características específicas das pequenas e médias empresas que podem atuar como obstáculos à implementação e uso de sistemas de mensuração de desempenho: • Falta de recursos humanos – A limitação dos recursos humanos faz com que os empregados estejam envolvidos apenas em atividades do dia-a-dia e não tenham tempo extra para outras atividades, como implementar um sistema de mensuração de desempenho; • Capacidade gerencial – A falta de uma cultura gerencial nessas empresas faz com que não haja uma percepção da importância de técnicas e ferramentas gerenciais, concentrando os esforços nos aspectos ligados à excelência técnica e processos operacionais, vistos frequentemente como únicos fatores críticos; • Limitação de recursos financeiros – Em termos proporcionais, os sistemas de mensuração de desempenho são mais caros para pequenas e médias empresas (dado o seu tamanho) do que para grandes empresas. Além disso, a falta de sistemas informatizados específicos para as suas necessidades, também pode ser um obstáculo para pequenas e médias empresas implementarem o sistema de mensuração de desempenho; • Abordagem reativa – A gestão nas pequenas e médias empresas é reativa a problemas e orientada para o curto-prazo, uma vez que há deficiências no seu planejamento estratégico, com a falta de uma orientação estratégica explícita, o processo de tomada de decisões não é formalizado e não há metodologias definidas para o processo de controle; • Conhecimento tácito e pouca atenção à formalização de processos – Não há um sistema gerencial formalizado e, sendo o conhecimento principalmente tácito e específico para cada contexto, é difícil coletar as informações requeridas pelo sistema de mensuração de desempenho; • Equívoco na percepção da mensuração de desempenho – Falta de reconhecimento dos benefícios potenciais do sistema de mensuração de desempenho, percebidos como causadores de burocracia e contrários à flexibilidade inerente às pequenas e médias empresas. 29 2.3. Gestão da Qualidade Gestão da qualidade é definida como uma “’filosofia ou uma abordagem de gestão’ composta de um ‘conjunto de princípios que se reforçam mutuamente, cada um dos quais é suportado por um conjunto de práticas e técnicas’” (DEAN e BOWEN, 1994 apud SOUSA e VOSS, 2002, p. 92). Esses autores afirmam que as práticas são o nível observável da gestão da qualidade, pois os princípios são muito genéricos e as técnicas, por sua vez, são muito detalhadas para a pesquisa empírica. Um exemplo de princípio da gestão da qualidade é a “melhoria contínua”, sendo a “gestão de processos” uma prática para sua implementação e o “controle estatístico de processo” e as “análises de Pareto” são exemplos de técnicas associadas a essa prática. A TQM é extensamente relatada na literatura como um meio de fazer a gestão da qualidade. A TQM permite que as empresas atinjam a diferenciação, satisfaçam as necessidades do cliente e fortaleçam a imagem da sua marca, e também reduzam custos por meio da prevenção de erros e desperdício de tempo e fazendo melhorias nos processos (CONCA, LLOPIS e TARÍ, 2004). Miller (1996) provê a seguinte definição de Total Quality Management com base na literatura: “Um processo contínuo pelo qual a alta gestão toma todas as medidas necessárias para permitir que todos na organização ao desempenharem suas atividades estabeleçam e atinjam padrões que alcancem ou superem as necessidades e expectativas de seus clientes, tanto externos quanto internos (MILLER, 1996, p. 157)”. Conca, Llopis e Tarí (2004) desenvolveram e testaram em uma amostra de 106 empresas do leste da Espanha certificadas na ISO 9000 uma forma de mensurar a gestão da qualidade elaborada a partir de fatores críticos identificados na literatura. Dessas 106 empresas, 80% eram de pequeno ou médio porte, 59% do setor industrial e 41% do setor de serviços. Esses fatores críticos são: • Liderança; • Planejamento da Qualidade; • Gestão de Empregados; 30 • Gestão de Fornecedores; • Foco no Cliente; • Gestão de Processo; • Melhoria Contínua; • Aprendizado. Para mensurar esses fatores, os autores disponibilizam um questionário para mensurar o nível de implementação da TQM baseado em escala Likert de 1 (não implementado) a 7 (totalmente implementado). Do ponto de vista das implicações práticas para os gerentes, Conca, Llopis e Tarí (2004) sugerem a implementação da TQM por meio de dez fatores críticos, que podem ser usados por pequenas e médias empresas certificadas pela ISO 9000. Esses dez fatores são os mesmos oito identificados para a TQM, porém com a “Gestão de Empregados” desdobrada em três fatores: • Comunicação; • Treinamento; • Treinamento Especializado. Para cada fator crítico, os autores sugerem alguns métodos que podem suportar a sua implementação. No Brasil, os efeitos do uso da TQM foram verificados empiricamente em 2.182 empresas brasileiras de manufatura localizadas no Estado de São Paulo por Facó, Duarte e Csillag (2009). Os autores proveram evidências estatísticas de que as empresas que usaram a TQM e que foram inovadoras tiveram um crescimento médio superior em receitas comparado ao crescimento das outras empresas sem essa mesma condição entre 1996 e 2001. Outro estudo realizado no Brasil na área da gestão da qualidade foi conduzido por Pignanelli e Csillag (2008), que verificaram empiricamente se haveria um impacto da adoção da gestão da qualidade na rentabilidade de empresas brasileiras mediante a comparação de empresas que adotam com organizações que não adotam a gestão da qualidade, o que não foi validado estatisticamente. Como critério para definir a adoção da gestão da qualidade, os autores consideraram como adeptas aquelas empresas com reconhecimento público da gestão 31 da qualidade por ser uma empresa ganhadora ou finalista do Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ). O PNQ® foi criado em 1992 pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), fundada no anterior, tendo sido editado pela 21ª vez no ano de 2012 (FNQ, 2012). O PNQ® tem referência no modelo de qualidade da gestão da FNQ, denominado por Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) (FNQ, 2011). O MEG®, por sua vez, tem alicerce em onze fundamentos de excelência da FNQ, que “refletem valores reconhecidos internacionalmente, e as suas principais fontes de referências são o Baldrige National Quality Program (dos EUA), a European Foundation for Quality Management (da Europa) e a International Organization for Standardization (ISO)” (FNQ, 2008). Esses fundamentos de excelência são apresentados no Quadro 3. Quadro 3: Fundamentos da Excelência da FNQ Fonte: FNQ (2008, p. 7). No MEG® o grau de maturidade da qualidade da gestão é avaliado tendo-se em conta esses onze fundamentos de excelência, por meio de oito critérios de avaliação (FNQ, 2011) a 32 seguir apresentados, os quais têm semelhança com os fatores críticos apontados no trabalho empírico de Conca, Llopis e Tarí (2004): • Liderança; • Estratégias e Planos; • Clientes; • Sociedade; • Informações e Conhecimento; • Pessoas; • Processos; • Resultados. Para os objetivos deste trabalho, o MEG® foi adotado como base para se avaliar o grau de maturidade da qualidade da gestão, por ser um modelo aplicado a empresas brasileiras e por ter sido utilizado anteriormente em pesquisa empírica como referência (o PNQ®) para verificar a adoção da gestão da qualidade no trabalho de Pignanelli e Csillag (2008). 2.3.1. Revisão da Literatura sobre Qualidade e Mensuração Autores de destaque na área da qualidade reconhecem a importância da mensuração para acompanhar o progresso das melhorias de qualidade e assegurar que as mesmas ocorram conforme o plano previamente estabelecido (SOUSA e ASPINWALL, 2010). Juran e de Feo (2010) consideram que a mensuração de desempenho sustenta o processo de controle de qualidade. Ao se medir a qualidade, todas as áreas da organização devem ser consideradas, além do seu ambiente interno e externo, dessa forma o SMD deve contribuir para integrar a qualidade com outros objetivos gerenciais (SOUSA e ASPINWALL, 2010). Ittner e Larcker (1997) mencionam o exemplo dos critérios do U.S. Malcolm Baldrige National Quality Award, que envolvem três requisitos para se acompanhar o processo de implementação da estratégia de qualidade, dentre os quais a complementaridade das medidas financeiras de desempenho com indicadores não financeiros focados no cliente e no desempenho em qualidade. No mesmo trabalho, os autores encontraram evidência empírica de que empresas que conferem maior importância a objetivos estratégicos ligados à qualidade também utilizam mais práticas de controle estratégico relacionadas à qualidade, dentre as quais a mensuração de desempenho. 33 Sousa e Aspinwall (2010) provêm uma tipologia para implementação de ferramentas de qualidade em PME constituído por oito passos, entre os quais o desenvolvimento de um SMD que suporte a implementação dessas ferramentas de qualidade. Cocca e Alberti (2010) formularam uma tipologia para PME envolvidas em Programas de Premiação por Qualidade autoavaliarem as fragilidades do seu SMD. Garengo (2009) conduziu uma análise de quatro casos e uma survey com 21 empresas industriais italianas e encontrou uma associação entre o desenvolvimento do SMD e a participação em Programas de Premiação por Qualidade. Outros estudos utilizaram empresas envolvidas com ações de qualidade para a coleta de dados para o estudo de SMD em PME, como Garengo, Nudurupati e Bititci (2007); Garengo e Bititci (2007) e Sousa et al. (2005). Tendo em vista essa breve revisão, adotou-se o questionário proposto pela FNQ (tópico 3.3.5) para se medir o grau de maturidade da qualidade da gestão das empresas pesquisadas, por refletir de forma apropriada os objetivos dessa pesquisa. 3. Procedimentos Metodológicos 3.1. Tipo e Método de Pesquisa Esta pesquisa pode ser classificada como exploratória, uma vez que existem poucos estudos brasileiros que relacionem qualidade e sistemas de mensuração de desempenho em pequenas e médias empresas. Dessa forma este trabalho pode ser considerado um estudo embrionário, pois pretendeu explorar como funcionam o sistema de mensuração de desempenho e o sistema de gestão da qualidade em PME. As pesquisas exploratórias, para Gil (2010), objetivam prover uma maior familiaridade com determinado problema, visando torna-lo mais explícito ou construir posteriormente hipóteses para teste empírico. Quanto à abordagem do problema, a pesquisa é qualitativa, na medida em que almeja investigar com maior profundidade a ocorrência dos fenômenos ligados ao uso do sistema de mensuração de desempenho e do sistema de gestão da qualidade em pequenas e médias empresas. Em relação aos procedimentos, a pesquisa se caracteriza como sendo de levantamento, cujos dados serão coletados das empresas da amostra por meio de entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários. 34 3.2. População e Amostra A população deste estudo é composta por pequenas e médias empresas que possuem sistema de mensuração de desempenho implementado e uma gestão da qualidade formalizada. Nesse sentido foi selecionada uma amostra intencional e por conveniência de cinco empresas, em que necessariamente houvesse um nível mínimo formalizado de gestão da qualidade, bem como a existência de um sistema de mensuração de desempenho, e adicionalmente as empresas deveriam possuir certificação ISO para o sistema de gestão da qualidade, com o mínimo de duas renovações da certificação, o que exige ambas as condições. As pequenas e médias empresas são do segmento industrial e que possuem também os requisitos para poderem adotar o CPC PME4, conforme a Resolução 1.255/2009 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Para a adoção do CPC PME, as empresas brasileiras não podem ser: • Companhias abertas, reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM); • Sociedades de grande porte, como definido na Lei 11.638/2007, ou seja, que possuam ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões; • Sociedades reguladas pelo Banco Central do Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados e outras sociedades cuja prática contábil é ditada pelo correspondente órgão regulador com poder legal para tanto. Para a seleção de empresas para a pesquisa se considerou o acesso pelo pesquisador, sendo as empresas A, C, M e S mediante contato profissional e a Empresa D por indicação de membro da banca de examinadores na etapa de Qualificação desta pesquisa. As letras indicativas das empresas selecionadas correspondem à letra inicial da razão social, que foi preservada neste trabalho por razões de sigilo. 4 Norma contábil brasileira para produção de demonstrações contábeis para fins externos, voltada às pequenas e médias empresas, conforme a normatização do Conselho Federal de Contabilidade. 35 3.3. Procedimentos de Coleta de Dados Para coleta de dados primários se utilizou da aplicação de dois questionários fechados, duas entrevistas semiestruturadas em cada empresa pesquisada e da análise dos indicadores de desempenho utilizados nas organizações. Os questionários foram: • Questionário Fechado para Classificação do Tipo de SMD, aplicado ao gestor responsável pelo SMD; • Questionário Fechado sobre a Gestão da Qualidade, aplicado ao gestor responsável pelo SGQ. Quanto às entrevistas semiestruturadas, realizou-se uma com o gestor responsável pelo SMD e outra com o gestor responsável pela gestão da qualidade. A seguir são detalhados os procedimentos empregados para a coleta de dados da pesquisa. 3.3.1. Questionário Fechado para Classificação do Tipo de SMD Nesta pesquisa, por ser utilizada a tipologia de Garengo (2009) para se verificar o estágio de evolução do SMD usado pelas empresas pesquisadas, foi desenvolvido um questionário fechado que traduziu as dimensões teóricas da tipologia (Figura 1 e Quadro 1) em elementos observáveis e mensuráveis, para possibilitar a operacionalização dos construtos da tipologia. O desenvolvimento de questionário próprio se deu em razão da impossibilidade de acesso ao questionário que foi desenvolvido por Garengo (2009) para essa mesma finalidade, mas teve como fundamento a revisão da literatura descrita no item 2.1.1. As perguntas do questionário foram elaboradas de maneira vinculada aos construtos e dimensões da tipologia de Garengo (2009), havendo de uma a três perguntas para cada dimensão. A amarração das perguntas às dimensões e construtos da tipologia são apresentadas no Apêndice 1. Para obter melhores resultados com o questionário foi realizada uma revisão por dois profissionais atuantes em consultoria na área de sistemas de mensuração de desempenho, que contribuíram para que as perguntas propostas ficassem com entendimento mais claro, evitando ambiguidades e dificuldades de compreensão pelos respondentes, gerando pequenas alterações. 36 A partir dessa revisão, o questionário foi enviado ao professor orientador da pesquisa, que contribuiu principalmente com a recomendação da mudança da ordem das questões, para que ficassem em uma sequência que fizesse mais sentido para os respondentes. Anteriormente o questionário estava ordenado na sequência de amarração com a tipologia de Garengo, tal como se apresenta no Apêndice 1. Veja-se, por exemplo, que as perguntas sobre o construto “Dinâmica de Revisão” eram as primeiras que constavam do questionário e passaram a ser as últimas, e que as perguntas sobre o construto “Balanceamento” passaram a ser as primeiras. A versão final do questionário enviado aos respondentes com 22 questões no total é apresentada no Apêndice 2. Desde o início do desenvolvimento do questionário manteve-se uma preocupação com a sua extensão, tendo em vista a pouca disponibilidade de tempo dos gestores das empresas pesquisadas. As 22 questões do questionário cobriram os cinco construtos da tipologia de Garengo, desdobrados nas quinze dimensões do SMD. O questionário foi enviado por e-mail às empresas pesquisadas para ser respondido pelo gestor responsável pelo SMD da empresa antes da realização da etapa de entrevista. Um contato telefônico ou presencial também foi realizado com cada gestor respondente com o objetivo de explicar os objetivos gerais da pesquisa e despertar seu interesse, solicitar o preenchimento do questionário e sua devolução antes da realização da entrevista. Também foi reforçada a confidencialidade da pesquisa (Apêndice 5) e dos seus dados, de forma a evitar nos gestores a preocupação com o vazamento de informações da organização. Foi ainda destacado que para as questões nas quais o gestor não soubesse ao certo a resposta mais apropriada fosse marcada no campo do questionário a opção “Não sei responder”, para que pudesse ser elucidada na entrevista presencial, permitindo exploração pelo pesquisador. A devolução do questionário pelo respondente antes da realização da entrevista foi necessária como etapa preparatória da entrevista, permitindo melhor direcionamento nas abordagens realizadas nessa etapa. Manteve-se esse requisito durante a execução da pesquisa, sendo que duas entrevistas tiveram de ser adiadas para que houvesse a prévia devolução do questionário pelo gestor. 37 3.3.2. Roteiro da Entrevista Semiestruturada com Gestores do SMD Para a realização das entrevistas semiestruturadas com o gestor responsável pelo SMD nas empresas pesquisadas elaborou-se um roteiro, que foi desenvolvido com base na revisão de literatura e experiência profissional do pesquisador. O roteiro, que se apresenta no Apêndice 3, se estruturou em três pontos principais: 1. Questões para caracterizar o profissional entrevistado; 2. Pontos-chave para entender o funcionamento do SMD na empresa e permitir a verificação do estágio de evolução do sistema na tipologia de Garengo (2009), juntamente com a análise do questionário e dos indicadores de desempenho utilizados; 3. Pontos-chave para discutir as interfaces do SMD com a gestão da qualidade. O roteiro foi estruturado em nove tópicos na forma de pontos-chave a serem abordados, o que possibilitou ao pesquisador liberdade na forma de tratamento das questões junto aos entrevistados, considerando as prévias respostas do questionário sobre o SMD, o perfil de cada empresa e a dinâmica da própria entrevista. Desta maneira, objetivou-se criar um ambiente no qual o entrevistado tivesse a possibilidade de descrever da forma mais aberta quanto possível, dados o tipo exploratório desta pesquisa, como funciona o SMD na sua organização, ao mesmo tempo em que os tópicos todos do roteiro puderam ser abordados em todas as entrevistas, cujos procedimentos metodológicos são objeto do próximo tópico. 3.3.3. Entrevistas Semiestruturadas sobre o SMD As datas de realização das entrevistas e seu tempo de duração são apresentados no Quadro 4. As entrevistas foram previamente agendadas e ocorreram sempre em horário comercial. Com exceção da entrevista referente à Empresa A, realizada no ambiente de trabalho do pesquisador, todas as demais entrevistas ocorreram nas próprias empresas. Em todos os casos, procurou-se um local isolado e livre de interrupções, visando manter a dinâmica e fluidez das entrevistas. Com cada entrevistado se procurou manter um diálogo inicial totalmente informal e não gravado, abordando questões gerais sobre a empresa. Assim como Marriott, Mellet e Macniven (2011) adotou-se esse procedimento para que os entrevistados pudessem falar 38 abertamente sobre qualquer assunto da pesquisa, ainda que abordando eventual problema ou limitação da sua organização. Quadro 4: Data e Tempo de Duração das Entrevistas sobre o SMD Empresa Entrevista Data Empresa A Empresa C Empresa D Empresa M Empresa S SMD SMD SMD SMD SMD 30/03/2012 13/09/2012 22/05/2012 18/10/2012 04/10/2012 Tempo de Entrevista (h, min, seg) 55:30 53:59 37:50 49:27 01:09:15 Fonte: Elaborado pelo autor A parte formal de cada uma das entrevistas foi gravada pelo pesquisador em áudio digital, mediante autorização prévia dos entrevistados. Antes de iniciadas as gravações, porém, os entrevistados foram comunicados pelo pesquisador sobre a possibilidade de interromper a gravação a qualquer tempo, inclusive em momentos que eventualmente envolvessem dados sensíveis sobre a empresa, o que não foi necessário fazer em nenhuma das entrevistas. Os entrevistados foram também alertados sobre a confidencialidade e dos fins unicamente acadêmicos da coleta dos dados e de que haveria o sigilo solicitado em relação ao nome da empresa nas publicações decorrentes da pesquisa (Apêndice 5). Após deixar cada uma das empresas visitadas, o pesquisador realizou breves anotações sobre as principais impressões verificadas até o momento, inclusive de dados verificados nos diálogos informais mantidos com os entrevistados, de forma que pudessem ser posteriormente aproveitados na análise dos dados. 3.3.4. Análise dos Indicadores do SMD Um último procedimento destinado a coletar dados sobre o SMD foi a solicitação dos indicadores de desempenho utilizados nas organizações pesquisadas, para verificação do tipo e áreas dos indicadores na empresa, possibilitando uma triangulação dos dados coletados no questionário e entrevista sobre o SMD. No próximo tópico se faz a descrição dos procedimentos aplicados para coleta de dados relacionados à gestão da qualidade das empresas pesquisadas. 39 3.3.5. Questionário Fechado sobre Gestão da Qualidade Considerando os objetivos desta pesquisa foram aplicados dois procedimentos de coleta de dados quanto à gestão da qualidade das empresas pesquisadas: • Questionário Fechado sobre a Gestão da Qualidade; • Entrevista sobre a Gestão da Qualidade, descrita no próximo tópico. O questionário foi aplicado ao gestor responsável pelo sistema de gestão da qualidade nas empresas pesquisadas, o mesmo que posteriormente foi também entrevistado. Dois objetivos principais foram almejados com a aplicação do questionário. O primeiro, verificar se o grau de maturidade da gestão da qualidade da organização na percepção do respondente é apropriado para os fins desta pesquisa, servindo como critério adicional de seleção das empresas para este estudo. Isso porque a aplicação de práticas de gestão somente pela necessidade da sua certificação pode gerar um comprometimento da empresa apenas com os requisitos mínimos dessa certificação, não gerando uma efetiva utilização dessas práticas (NISIYAMA, 2011). O segundo objetivo foi analisar se haveria uma relação entre o grau de maturidade da gestão da qualidade da organização e o estágio de evolução do sistema de mensuração de desempenho conforme a tipologia de Garengo (2009). Este objetivo foi estabelecido considerando que Garengo (2009) encontrou evidências empíricas sugerindo que PME com uma premiação mais consistente em programas de premiação por gestão da qualidade possuem SMD mais desenvolvidos. Para estruturação do questionário foi utilizado um instrumento já elaborado e disponibilizado pela Fundação Nacional da Qualidade, por três razões. Em primeiro lugar, por ser um instrumento já desenvolvido para medir o grau de maturidade e aderência da empresa ao modelo de gestão da qualidade da FNQ, e que é aplicável a qualquer tipo de organização. Em segundo, por ser construído a partir dos Critérios de Excelência da FNQ, baseados no Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), com ampla aplicação no Brasil e no Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ). Por último, por ser disponibilizado no site da FNQ um software gratuito com o questionário para ser respondido via auto-diagnóstico. 40 Desta forma, foi acessado o site da FNQ e realizado o download do software e-MEG Diagnóstico5. Para fins de facilitar a resposta pelos respondentes das empresas pesquisadas, e mediante autorização da FNQ exclusivamente para os fins desta pesquisa, o questionário disponibilizado pelo software foi compilado no Microsoft Word® (Apêndice 6) e encaminhado via e-mail aos respondentes. Um contato telefônico foi realizado com cada gestor da qualidade respondente com o objetivo de explicar os objetivos gerais da pesquisa e despertar seu interesse, e solicitar o preenchimento do questionário e sua devolução antes da realização da entrevista. Também foi reforçada a confidencialidade da pesquisa (Apêndice 5) e dos seus dados. Foi ainda destacado que para as questões nas quais o gestor não soubesse ao certo a resposta mais apropriada fosse marcada no campo do questionário a opção “Não sei responder”, para que pudesse ser elucidada na entrevista presencial, permitindo ao respondente fazer a opção com maior clareza. Os procedimentos aplicados para definição do roteiro dessa entrevista presencial são descritos no próximo tópico. 3.3.6. Roteiro e Entrevista Semiestruturada sobre a Gestão da Qualidade Para a realização das entrevistas semiestruturadas com o gestor responsável pela gestão da qualidade nas empresas pesquisadas, elaborou-se um roteiro a partir da revisão de literatura e do objetivo da pesquisa verificar como funcionam o SMD e o SGQ nas empresas pesquisadas. O roteiro é apresentado no Apêndice 7 e foi estruturado em questões de caracterização do profissional entrevistado, e em doze pontos-chave de abordagem, os quais objetivaram conduzir a entrevista e permitir a coleta de dados sobre três aspectos principais. O primeiro aspecto se relaciona aos certificados da ISO, de forma a verificar quais são os certificados detidos pela organização pesquisada e há quanto tempo possui a certificação (ponto-chave 2), confirmando o atendimento do requisito de quantidade de renovações da ISO, para fins desta pesquisa (tópico 3.2). Em segundo lugar objetivou-se questionar as interfaces entre o SMD e a gestão da qualidade (pontos-chave 8 a 10). Por fim, os demais pontos-chave da entrevista almejaram entender de forma mais geral o uso da gestão da qualidade na organização. 5 Disponível em www.fnq.org.br > Produtos e Serviços > Software > Diagnóstico. 41 Ambos os procedimentos, aplicados com relação à gestão da qualidade das empresas pesquisadas (questionário da FNQ e entrevista com gestor da qualidade), possibilitaram a coleta de elementos para triangulação com os dados coletados sobre o sistema de mensuração de desempenho. As entrevistas com os gestores responsáveis pela gestão da qualidade ocorreram nas datas indicadas no Quadro 5 e duraram em média aproximadamente 32 minutos cada. Relativamente às datas das entrevistas sobre o SGQ, com exceção da Empresa A, todas foram realizadas com proximidade da entrevista sobre o SMD em cada organização. Na Empresa A, a entrevista sobre o SMD ocorreu em 30/03/2012 e a entrevista sobre o SGQ se deu pouco mais de seis meses depois. O pesquisador adotou esse procedimento considerando que a implementação do Balance Scorecard na empresa (novo modelo do SMD) ocorrera em período recente (final do ano de 2012). Desta forma, ao se realizar a entrevista sobre o SGQ posteriormente, houve uma maior possibilidade de coleta de dados referentes ao uso do novo modelo de SMD utilizado na empresa. Quadro 5: Data das Entrevistas sobre a Gestão da Qualidade Empresa Entrevista Data Empresa A Empresa C Empresa D Empresa M Empresa S SGQ SGQ SGQ SGQ SGQ 11/10/2012 27/09/2012 22/05/2012 11/10/2012 04/10/2012 Fonte: Elaborado pelo autor Os procedimentos aplicados no tratamento dos dados são apresentados a seguir. 3.4. Procedimentos de Tratamento de Dados Os dados coletados nas entrevistas sobre o SMD foram tratados por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin (2009), com o objetivo de tratar esses dados, categorizá-los e possibilitar uma triangulação posteriormente com os demais instrumentos aplicados na coleta de dados. Os questionários sobre o SMD e sobre a gestão da qualidade não foram analisados do ponto de vista estatístico, considerando a abordagem qualitativa deste estudo, e os procedimentos aplicados na sua análise são descritos, respectivamente, nos tópicos 4.3 e 4.5. 42 No tocante às entrevistas sobre a gestão da qualidade, os conteúdos em áudio digital das mesmas foram transcritos com o uso dos mesmos procedimentos aplicados para as entrevistas sobre o SMD (adiante descritos no tópico 3.4.2), gerando 46 páginas de material escrito em fonte Time New Roman número 12, que foram analisadas posteriormente aos dados sobre o SMD (questionário, entrevistas e indicadores de desempenho), na perspectiva da triangulação com esses últimos dados. Considerando os objetivos da aplicação dos instrumentos de coleta de dados, por outro lado, os dados das entrevistas sobre a gestão da qualidade não foram tratados com o emprego da técnica da análise de conteúdo. 3.4.1. Análise de Conteúdo A análise de conteúdo é uma das alternativas possíveis no campo das pesquisas qualitativas em ciências sociais e a análise dos dados é uma das mais importantes etapas para o pesquisador (FERREIRA, 2003). Bardin (2009) afirma que a análise de conteúdo envolve várias técnicas de análise das comunicações e visa a coleta de indicadores – sejam ou não quantitativos – que possibilitem inferir conhecimentos sobre as condições de produção e recepção das mensagens transmitidas. Isso a partir do emprego de procedimentos sistematizados e objetivos para descrição do conteúdo das mensagens. A autora ainda afirma que não há um modelo pronto na análise de conteúdo, devendo a mesma ser continuamente reinventada. Quando bem aplicada, resultados confiáveis, precisos e acurados são obtidos por meio do uso da técnica de análise de conteúdo, técnica esta sistemática e objetiva, que se presta à análise das características das mensagens (NEUENDORF, 2002). Ademais, para Laville e Dionne (1999) a análise de conteúdo segue caminhos tanto quantitativos quanto qualitativos. No primeiro caso, após se categorizar os elementos dos conteúdos, o pesquisador elabora as distribuições de frequências e outros índices numéricos para, na sequência, empregar ferramentas estatísticas. Já na abordagem qualitativa, ainda que haja uma categorização dos elementos, não se pretende apurar uma frequência dos mesmos, como se houvesse uma equivalência entre eles. De outro modo, o que se almeja é a observação das peculiaridades e nuanças dos elementos, além das relações entres as unidades de sentido do conteúdo (LAVILLE e DIONNE, 1999). 43 Considerando a abordagem qualitativa desta pesquisa, a técnica de análise de conteúdo empregada pelo pesquisador também teve uma natureza qualitativa, ou seja, o objetivo foi permitir a categorização dos elementos coletados nas entrevistas, porém sem se fazer inferências sobre as características quantitativas e distribuições de frequências eventualmente verificadas nas mensagens. 3.4.2. Tratamento dos Dados das Entrevistas sobre o SMD As entrevistas sobre o SMD tiveram seus conteúdos de áudio digital transcritos em texto, tendo sido contratada profissional especificamente para esta tarefa. Após receber os conteúdos transcritos o pesquisador adotou duas precauções para garantir a fidedignidade dos dados transcritos. Primeiramente, foram lidos os conteúdos transcritos e realizadas anotações específicas nos trechos de entendimento não totalmente claro ou eventualmente não integralmente compatíveis com as entrevistas realizadas. No segundo momento, os áudios digitais das entrevistas foram ouvidos com acompanhamento simultâneo das transcrições, com o que foi possível a correção dos trechos que haviam sido anotados para esclarecimento. Essas duas etapas consumiram em média duas horas de trabalho do pesquisador em cada entrevista. Já as transcrições geraram 71 páginas de material em fonte Time New Roman número 12. A partir desse material, passou-se para a análise de conteúdo. De acordo com Bardin (2009) o leitor crítico de uma mensagem, que almeja se distanciar da sua leitura para aprofundar o seu conhecimento sobre o material objeto de estudo, pode utilizar a análise de conteúdo para obter informações suplementares do material, as quais não estão disponíveis em uma primeira vista dos seus dados brutos. Tendo em vista o objetivo geral desta pesquisa, de verificar se a tipologia de Garengo (2009) é válida para verificar o estágio de evolução do sistema de mensuração de desempenho usado por pequenas e médias empresas brasileiras, optou-se por categorizar os dados das entrevistas em cinco categorias, representadas pelos construtos vinculados à tipologia, a saber: Dinâmica de Revisão, Natureza Sistemática, Integração, Balanceamento e Capacidade Diagnóstica. Por outro lado, considerando a natureza qualitativa e exploratória desta pesquisa, não se pré-definiu unidades de significado para os dados, as quais foram sendo estruturadas durante a etapa de análise dos dados. 44 Para operacionalizar a análise de conteúdo, fez-se uso do software NVivo®, desenvolvido para essa finalidade, mediante aquisição de licença de uso da sua versão de número 9. Para Lage (2011), o uso de softwares para apoiar a realização de pesquisas qualitativas surgiram por volta de 1980 no cenário acadêmico e a partir de então têm sido utilizados na área de pesquisas sociais, especialmente nos Estados Unidos e Europa. A mesma autora afirma que o NVivo® é um dos softwares mais difundidos no Brasil na área acadêmica, sendo utilizado por grandes Universidades em seus centros de pesquisa. Lage (2011) sustenta ainda que cabe ao pesquisador a decisão de usar ou não ferramentas computacionais como apoio no processo de análise dos dados na pesquisa qualitativa. O uso do NVivo® nesta pesquisa possibilitou maior agilidade e sistematização dos dados na medida da sua análise, facilitando o trabalho e liberando tempo adicional para a etapa de inferências sobre os dados. 4. Apresentação e Análise dos Dados 4.1. Caracterização das Empresas Pesquisadas As cinco empresas selecionadas para a pesquisa possuem as características gerais apresentadas no Quadro 6. Quadro 6: Caracterização das Empresas Pesquisadas Empresa Faturamento Anual Quantidade de Funcionários Tempo Desde a Fundação Quadro Societário Diretoria Executiva Empresa A R$ 90 a 110 milhões 160 a 180 funcionários 45 anos 100% nacional Empresa C R$ 50 a 65 milhões 225 a 245 funcionários 45 anos 100% nacional Empresa D R$ 55 a 80 milhões 140 a 160 funcionários 28 anos Matriz na Alemanha Empresa M R$ 50 a 65 milhões 140 a 160 funcionários 21 anos 100% nacional R$ 100 a 120 milhões 120 a 140 funcionários 20 anos 4/5 Português 1/5 Nacional Empresa S Sócios da família proprietária Sócios da família proprietária Profissionais contratados Profissionais contratados Parte família proprietária e parte profissionais contratados Unidades 1 Planta Industrial e 2 Comerciais 4 Plantas Industriais e 1 Comercial 1 Planta Industrial 3 Plantas Industriais 2 Plantas Industriais Fonte: Elaborado pelo autor O nome das empresas é apresentado de forma codificada, tendo em vista que seus representantes solicitaram sigilo quanto ao nome. 45 A Empresa A possui planta industrial no Interior de São Paulo e duas filiais, uma na Região Sul e outra no Nordeste. Em seu segmento principal dentro do setor químico, a empresa é líder de mercado no Brasil entre as empresas de capital nacional. A Empresa C é fabricante de embalagens e possui três plantas industriais na Região Sudeste e uma na região Nordeste. Os principais clientes de sua carteira são grandes empresas multinacionais instaladas no País. Já a Empresa D, é subsidiária de uma multinacional estabelecida na Alemanha. Com presença global, é líder mundial em seu segmento. A Empresa M tem sede e filial no Interior de São Paulo e outra filial na Região Sul. Atua no segmento de fabricação de produtos de filtragem industrial e seus clientes estão presentes em 16 diferentes setores de atividade, entre os quais o alimentício, automobilístico, cerâmico, de construção e farmacêutico. A Empresa S é líder no seu segmento no setor químico no Brasil e uma das principais exportadoras do País. Fundada há 20 anos no Brasil, tem origem portuguesa. Nas empresas com mais de uma planta se entrevistou profissionais alocados na principal planta industrial, que também corresponde ao local onde está instalada a administração central das organizações, com exceção da Empresa S, cuja planta industrial também é a principal, mas a administração central se localiza em outro município do interior do Estado de São Paulo. A Empresa S, contudo, mantém estrutura administrativa nessa planta visitada. Em todas as empresas pesquisadas observou-se a existência de um sistema integrado ERP (Enterprise Resource Planning) e estrutura interna de contabilidade (na Empresa M a contabilidade é interna, porém executada na filial da Região Sul), além da certificação ao menos na ISO 9001, o que faz com que essas organizações possuam um nível de estrutura considerada adequada para os fins desta pesquisa. Em relação à certificação na ISO, as empresas possuem as características apresentadas no Quadro 7. Observou-se que a empresa certificada há menos tempo na ISO 9001 foi a Empresa C, no ano de 2006. Assim, se garantiu que todas as empresas pesquisadas possuem, no mínimo, duas renovações da ISO após a primeira certificação, já que essas renovações são necessárias, no máximo, a cada 3 anos, conforme a validade do certificado. A Empresa C passou pela segunda revisão da certificação em 2012. 46 Quadro 7: Certificações ISO das Empresas Pesquisadas Empresa Empresa A Empresa C Empresa D Empresa M Empresa S Certificações ISO e Ano da Certificação ISO 9001:1998 ISO 9001:2000 - em 2003 ISO 9001:2008 - em 2010 ISO 14001 - em 2012 ISO 9001:2000 - em 2006 ISO 9001:2008 - em 2010 ISO 14001 - em 2012 ISO 9001:1994 - em 1997 ISO 9001:2000 ISO 9001:2008 - em 2010 ISO 9001:2000 - em 2000/2001 ISO 9001:2008 - em 2009 ISO 9001:2000 - em 2002 ISO 9001:2008 - em 2010 Fonte: Elaborado pelo autor Entre as empresas que não possuem a certificação da ISO 14001, somente a Empresa S informou que tem intenção de se certificar na norma no futuro próximo. As empresas D e M informaram não ter a mesma intenção. Com essas características se entendeu que as empresas selecionadas são adequadas para os fins desta pesquisa, na medida em que possuem condições de terem práticas avançadas de gestão, como a utilização de um sistema de mensuração de desempenho. As características dos entrevistados nessas empresas são apresentadas na próxima seção. 4.2. Caracterização dos Entrevistados Os entrevistados nas empresas pesquisadas são caracterizados no Quadro 8. Nas empresas C e M as entrevistas sobre o sistema de mensuração de desempenho e o sistema de gestão da qualidade ocorreram com o(a) mesmo(a) profissional. Na Empresa C a entrevistada possui cargo de direção, além de ser sócia e integrante da família proprietária da empresa, sendo a única das cinco empresas pesquisadas a ter uma representante da direção executiva e ao mesmo tempo proprietária da empresa entrevistada. Entretanto, este fato não prejudica os dados da pesquisa em termos de comparabilidade, já que a própria sócia-diretora é a gestora responsável e que atua como facilitadora do SMD e do SGQ, sendo inclusive a RD (Representante da Direção) da empresa junto à entidade certificadora da ISO 9001 e também exerce na empresa a função de coordenação do processo de uso dos indicadores de desempenho, sendo responsável também 47 pela elaboração do template de relatório de apresentação dos dados dos indicadores e pela coordenação da reunião mensal de indicadores. Quadro 8: Caracterização dos Entrevistados nas Empresas Pesquisadas Empresa Entrevista Gêne ro do Entrevistado Tempo de Empresa Cargo Tempo na Função Principais Funções Controladoria, custos, contabilidade 2 anos e 9 meses societária e gerencial, financeira, tributos. Sistema de gestão integrada (inclusive o BSC), planejamento estratégico, gestão de 5 anos projetos e processos, gestão da qualidade e meio ambiente, saúde e segurança do trabalho. SMD Masculino 2 anos e 9 meses Controller SGQ Masculino 5 anos Gerente de Sistema Integrado Feminino 22 anos Diretora Administrativa / Comercial 16 anos SMD Masculino 10 meses Controller 10 meses SGQ Masculino 16 anos Gerente de Engenharia e Garantia da Qualidade 11 anos Masculino 1 ano e meio Coordenador de Qualidade 1 ano e meio Sistema de gestão da qualidade (inclusive os indicadores de desempenho), inspeção da qualidade na fábrica. Empresa A SMD Empresa C SGQ Empresa D SMD Empresa M SGQ Administrativa e comercial, produção, contabilidade, financeiro, indicadores de desempenho. Controladoria (inclusive os indicadores de desempenho), administrativa, financeira, custos, contabilidade societária e gerencial. Engenharia, gestão da qualidade, suporte de assistência técnica na fábrica, projetos especiais. SMD Masculino 2 anos Coordenador de Custos 2 anos No âmbito da unidade industrial, custos, orçamento, indicadores de desempenho, suporte no planejamento estratégico, administração de contratos e suporte à tomada de decisão em compras, preço, financeiro. SGQ Feminino 12 anos e 10 meses Supervisora de Sistema de Gestão Integrada 5 anos Sistema de gestão integrada, processos. Empresa S Fonte: Elaborado pelo autor Ademais, como na Empresa C todo o processo de gestão é “enxuto”, como referido pela entrevistada na empresa, todos os fechamentos da conciliação financeira de contas bancárias, por exemplo, são executadas pela diretora. Desta forma, acumula funções tanto executivas quanto operacionais na empresa, o que a qualifica como a profissional mais adequada a ser entrevistada na organização para os fins desta pesquisa. Já na Empresa M, o uso dos indicadores de desempenho faz parte do Sistema de Gestão da Qualidade, não havendo sistemas segregados para essas duas finalidades, sendo o gestor da qualidade o mesmo profissional responsável por ser o facilitador no processo de uso dos indicadores. Houve, entretanto, uma preocupação de que a entrevista com esse profissional da Empresa M pudesse apresentar os dados na entrevista sobre o SMD de uma perspectiva atrelada à visão da área de gestão da qualidade da empresa. Inclusive durante a entrevista o profissional se isentou de uma abordagem quanto a indicadores financeiros da organização. 48 Assim, se realizou na Empresa M também uma entrevista de cerca de 45 minutos com o diretor executivo da empresa, para coletar dados relevantes para o entendimento do papel dos indicadores de desempenho da organização. Tendo em vista que essa entrevista não foi gravada, o pesquisador realizou anotações para o registro dos dados primários coletados. Quanto ao tempo de trabalho dos entrevistados nas empresas, houve uma preocupação em relação ao profissional controller da Empresa D, pelo fato de possuir somente 10 meses de trabalho na organização quando da realização da entrevista. Contudo, observou-se na entrevista que o profissional possuía conhecimento adequado das características do sistema de mensuração de desempenho da empresa para os fins desta pesquisa. O fato de o profissional ser o controller da empresa, respondendo diretamente ao diretor executivo da empresa no Brasil, contribui para que nesse tempo de organização já possa ter uma visão ampla tanto da organização quanto do uso dos indicadores de desempenho. Registrou-se também que o profissional entrevistado sobre o SMD na Empresa A estava em processo de desligamento da empresa, quando da realização da entrevista. Houve uma preocupação quanto ao risco de haver vieses na entrevista com o profissional em razão desse motivo. Assim, o pesquisador discutiu essa preocupação tanto com a direção da empresa, que autorizou a realização da pesquisa, quanto com o profissional entrevistado e houve um consenso de que não haveria prejuízo à coleta de dados com o profissional em desligamento, considerando os motivos da sua saída da empresa. Na próxima seção se apresenta a análise dos dados referentes ao SMD das empresas estudadas. 4.3. Análise dos Dados sobre o SMD Para verificação do estágio de evolução do SMD das empresas pesquisadas na tipologia de Garengo (2009), foram primeiramente utilizados os questionários respondidos pelos entrevistados. As respostas dadas pelos respondentes são apresentadas no Apêndice 4, na numeração e sequência do questionário constante do Apêndice 1. Somente duas perguntas do questionário enviado ao respondente da Empresa S retornaram com a marcação “Não sei responder” (questões 1.h e 2.e). Desta forma, durante a visita à empresa em que se realizou a entrevista, essas questões foram discutidas e esclarecidas, possibilitando a marcação da resposta. 49 Em todas as visitas às empresas pesquisadas foi questionado se havia alguma questão que não tivesse sido clara e que necessitasse de esclarecimento para a resposta adequada. Somente na Empresa D houve um comentário quanto à clareza da questão 1.m, especificamente no trecho destacado abaixo: Existe um ou mais indicadores que medem um ou mais processos organizacionais completos da empresa, que no seu todo podem estar ou não sob a responsabilidade de mais de uma área da empresa? O respondente informou que o objeto da questão não estava totalmente claro e que o trecho destacado acima prejudicava o entendimento. Após ser discutido o objetivo da questão, o respondente pôde marcar a resposta adequada. Por outro lado, considerando que o questionário naquele momento já havia sido enviado aos demais respondentes, foi realizado um contato para esclarecimento adicional dessa questão, de forma a evitar a reincidência de dúvida. Os questionários respondidos foram analisados antes da realização das entrevistas sobre o SMD em cada organização, com o objetivo de permitir um melhor direcionamento das abordagens realizadas nessa etapa da pesquisa. A classificação do SMD das empresas na tipologia de Garengo, por outro lado, foi realizada somente a partir da análise das entrevistas e dos indicadores utilizados nas empresas, seguindo-se assim a orientação de autores que estudam a pesquisa qualitativa quanto à triangulação de dados. Silverman (2001) sustenta que essa triangulação permite a identificação de pontos comuns no processo de análise, se confrontados dados de diferentes tipos e métodos. Desta forma, no próximo tópico se passa a descrever a análise dos dados das entrevistas sobre o SMD. 4.3.1. Entrevistas sobre o SMD Em vista do objetivo geral desta pesquisa, os dados das entrevistas sobre o SMD foram analisados com o emprego da técnica de análise de conteúdo. Com o objetivo de triangular esses dados com os questionários respondidos e permitir a verificação do estágio de evolução do SMD das organizações os conteúdos das entrevistas foram analisados sob o 50 ângulo dos cinco construtos da tipologia de Garengo: dinâmica de revisão, natureza sistemática, integração, balanceamento e capacidade diagnóstica. Primeiramente, os conteúdos das entrevistas transcritos em arquivo de texto foram importados no mesmo formato no NVivo®. Após se realizar uma pré-análise do material, se passou para a fase denominada por “codificação”, conforme Bardin (2009), que é o processo de organização do material em unidades de registro – ou unidades de significado. Nesta pesquisa, considerando seu tipo exploratório, se optou por trabalhar com unidades de significado não previamente definidas com base na literatura, mas sim com a identificação das unidades de registro a partir da análise do material das entrevistas. Por outro lado, se pré-definiu categorias para agrupamento das unidades de significado, que corresponderam aos cinco construtos da tipologia de Garengo. Assim, a cada fragmento da entrevista que evidenciava uma característica do SMD da organização pesquisada se atribuiu uma unidade de significado correspondente – no NVivo® as unidades de significado são denominadas de “Nós”. Cada unidade de significado identificada no conteúdo da entrevista e criada no NVivo® na forma de um “Nó” foi ao mesmo tempo categorizada em uma das cinco categorias – no software foi utilizado o recurso de agrupamento dos “Nós” em “Conjuntos”. A cada entrevista analisada, depois de finalizado processo de codificação, as unidades de significado foram revisadas e analisadas em seu conjunto, do ponto de vista das categorias. Durante esse processo, unidades de significado foram reescritas para melhorar sua fidedignidade ao conteúdo da entrevista e redundâncias foram eliminadas. Uma comparação também das unidades de significado identificadas entre as empresas pesquisadas foi realizada para eliminação de redundâncias, adotando-se o critério de utilizar uma única unidade de significado quando esta representasse adequadamente os conteúdos de duas ou mais empresas diferentes. Com esse processo de tratamento dos dados se objetivou cumprir as recomendações de Bardin (2009) quanto à homogeneidade, em relação aos dados das diferentes empresas pesquisadas, e quanto à exaustividade, ou seja, a unidade de codificação deve reunir todos os elementos possíveis dentro do mesmo agrupamento. Após o encerramento do processo de codificação dos dados das cinco empresas, se chegou ao número de 124 unidades de significado categorizadas nos cinco construtos da tipologia de Garengo. Um resumo das unidades de significado é apresentado no Quadro 9. O baixo número de unidades de significado da categoria Balanceamento é justificado porque essa característica do SMD é relacionada ao tipo de indicadores de desempenho 51 utilizados, que podem ser financeiros e não-financeiros, quantitativos e qualitativos e estarem presentes em poucas ou diversas áreas da empresa. Sendo assim, a análise dessa característica é mais profícua na verificação direta dos indicadores do SMD da empresa (o que é realizado no tópico 4.3.3). Quadro 9: Resumo das Unidades de Significado das Entrevistas sobre o SMD Dimensão Categoria Quantidade de Unidades de S ignificado Dinâmica de Revisão Natureza Sistemática Integração Balanceamento Escopo do SMD Capacidade Diagnóstica Total Caracteríscas do SMD 25 37 27 3 32 124 Fonte: Elaborado pelo autor À parte dessa categoria Balanceamento, se categorizou nas outras quatro categorias entre 25 a 37 unidades de significado em cada, sendo a média de 30 unidades de significado em cada categoria. Por essa razão, se concluiu que a entrevista coletou de forma balanceada evidências para se realizar a classificação dos SMD na tipologia de Garengo, com relativa homogeneidade na quantidade de dados entre as categorias da tipologia. A partir da disposição das unidades de significado tal como se apresenta no Apêndice 8, cumpriu-se uma última etapa de categorização dos dados. Tendo em vista que a posição do SMD na tipologia revela o estágio de desenvolvimento do sistema, conforme verificado empiricamente por Garengo (2009, p. 102), fez-se um agrupamento das unidades de significado em três estágios de desenvolvimento, utilizando-se de uma escala categórica de 1 a 3. A categoria 1 foi utilizada para agrupar as unidades de significado que estão mais ligadas a características do SMD referentes a um estágio mais inicial de desenvolvimento, em que se observam principalmente dificuldades no uso do sistema, incongruências ou exemplos de situações que deveriam ser aprimoradas pela organização para se evoluir para um estágio mais avançado de uso do SMD em determinada dimensão. Na categoria 2 foram agrupadas as unidades de significado que sugerem a ocorrência de uma evolução já obtida pela empresa no uso do SMD, mas que por outro lado revelam ainda a necessidade de outros aprimoramentos significativos. 52 Por fim, na categoria 3 se reuniu as unidades de significado que demonstram características de um SMD já em um estágio maduro de desenvolvimento em determinada dimensão, em que ainda ocorrem eventualmente mudanças, mas estas decorrentes de aprimoramentos que ocorrem em etapas mais avançadas do uso do SMD. Tendo-se realizado essa última categorização das unidades de significado, se passou a analisar os dados coletados por empresa, os quais são apresentados no Apêndice 9. A análise por empresa se apresenta nos próximos subitens. 4.3.1.1. Empresa A A Empresa A, na data de realização da entrevista sobre o SMD, se encontrava em processo de implantação de um modelo baseado no Balance Scorecard, que foi construído sobre o planejamento estratégico de 2 anos da organização, realizado no final do ano de 2011, conforme afirmou o entrevistado, controller da empresa: (...) foi no último planejamento estratégico. Foi no final do ano passado quando tínhamos indicadores confiáveis, tínhamos as metas traçadas para até 2013 e se começou a pensar e a rascunhar um BSC. A empresa já utilizava um SMD chamado de “Painel de Bordo”, implantado no modelo e com acompanhamento de uma consultoria externa, dessa forma o BSC é uma evolução no uso de indicadores de desempenho pela empresa. A visão do controller, quando comparando os dois modelos de SMD, pode ser evidenciada na seguinte declaração: Tínhamos um "Painel de Bordo”, como se chamava. É um aplicativo da [consultoria externa] que tinha indicadores bem específicos, muitos deles nem se cruzavam. É o caso do OTIF e OEE, que vem lá da produção, prazo de entrega, faturamento, e cada equipe tinha seus indicadores para cuidar. (...) o BSC é mais sintetizado e objetivo, o painel de bordo anterior ele tinha indicadores flutuando, independentes, e que não se tinha uma ação que com essa ação se corrigisse todos os indicadores. Tinha-se 53 ações específicas para cada indicador. Poderia até refletir em outro, mas não era o objetivo dele. A análise do SMD atual da empresa, mantido em planilhas eletrônicas, demonstra que o mesmo é “Balanceado” quanto ao seu escopo, já que as diversas áreas da empresa estão contempladas por indicadores, todos vinculados ao planejamento estratégico. O SMD também já permite efetuar algumas análises da relação de causa-e-efeito entre os resultados dos indicadores e seus determinantes, por exemplo, em análise detalhada que é mantida pela empresa para o indicador “Margem de Contribuição”. Por outro lado, ainda há dificuldades na análise do indicador “Ebitda” quanto à determinação das causas do não atingimento da meta. Verifica-se, portanto, algumas características de sistema “Diagnóstico” quanto ao seu escopo, mas observa-se que há um caminho de aprimoramentos a ser percorrido. Em relação às características do SMD, foram observados atributos que permitem classificá-lo como sistema “Avançado” na tipologia utilizada. O sistema reage às mudanças internas, como no exemplo da criação de indicador de vendas e rentabilidade de nova linha de produtos, porém não demonstra uma dinâmica de revisão quando se faz necessária por fatores externos. Quanto à “Natureza Sistemática” e “Integração”, o sistema já passou por diversas melhorias na integração com o ERP, criação de vínculo dos indicadores a processos e objetivos estratégicos, mas ainda vêm sendo realizados ajustes na metodologia de medição de alguns indicadores, bem como aprimoramentos no processo de coleta. Ações nesse sentido podem ser observadas como a aquisição de um software específico para os indicadores e há uma agenda de ações de automatização de rotinas em curso. 4.3.1.2. Empresa C Relativamente ao SMD da Empresa C, verificam-se, quanto às características, atributos de sistema “Avançado” para “Excelente”. Foram observados exemplos de modificação dos indicadores em acompanhamento da dinâmica, principalmente interna, da empresa e há uma rotina de revisão dos indicadores atrelada à revisão anual do sistema da qualidade, como se evidencia na declaração da diretora da empresa, ao comentar sobre o processo de criação e revisão de indicadores: 54 É dinâmico, a empresa é dinâmica, você tem que monitorar, o indicador é para isso. (...) São coisas que passam a ser importantes de se controlar. Além disso, tem o SGQ, [em] que anualmente fazemos a revisão. Isso [o sistema de indicadores] faz parte também do sistema de qualidade, ele é parte do sistema. Por outro lado, a coleta e processamento dos dados dos indicadores são padronizados, existindo mecanismos de conferência da integridade dos dados e, apesar de não haver um responsável geral – ou uma área responsável – por esse processo, as informações são compreendidas pelos usuários. Embora o processamento final das informações dos indicadores (após a extração dos dados oriundos do ERP) seja manual e realizado em planilhas eletrônicas, há uma percepção de que o processo atende à necessidade atual da empresa. Já em relação ao escopo do SMD da Empresa C, além de “Balanceado”, possui características de “Capacidade Diagnóstica”, uma vez que os indicadores são vinculados a planos de ação para atingimento das metas. Esses planos de ação são revisados caso a meta não seja cumprida, e a análise dos indicadores durante as reuniões de apresentação dos mesmos é pautada pela discussão de possíveis causas para determinação do desempenho. Uma evidência desse fato pode ser observada na declaração da diretora: Se não atingir um indicador tem que ter um plano de ação, para todos os indicadores (...); [por exemplo, se] estou com um turnover alto, então determino que o plano de ação é mudar o foco de admissão. Por exemplo, eu não vou admitir [nenhum funcionário] na faixa etária tal, porque está dando turnover alto nela. Vai ser plano de ação, vai determinar o tempo que vai ser, em três meses nós vamos avaliar e verificar se teve resultado ou não. Se não deu, tem que fazer outro plano. Para todo indicador, do lado, tem [que ter] um plano de ação. Para todos os meses, [eu pergunto se] atingiu o objetivo. [Se] sim, não tem plano de ação. Não atingiu? Então tem plano de ação. 55 4.3.1.3. Empresa D Na Empresa D se observou o SMD mais desenvolvido dentre as empresas pesquisadas. As características do sistema são preponderantemente do tipo “Excelente”. Há evidências de que o sistema pode reagir tanto às mudanças internas quanto às mudanças externas, na perspectiva da sua “Dinâmica de Revisão”. Recentemente o SMD passou por uma reformulação decorrente de mudanças na empresa, como se evidencia no comentário do controller da organização: Na verdade, sempre existiram os KPIs na nossa empresa. Houve uma mudança de estrutura no ano passado, mudou a estrutura do budget, mudou a estrutura do resultado para fins do pacote para Alemanha. Com isso mudaram a forma de cálculo. (...) na forma de medir conforme a natureza do negócio, e como houve mudanças no negócio, resolveram medir, por exemplo, cotações de orçamentos apresentados para o cliente, quantos foram ganhos no mês ou quantas ordens de produção foram perfeitamente concluídas e dentro dos parâmetros. Essas referidas mudanças nos indicadores de desempenho ocorreram por razões internas (mudança na estrutura do orçamento e do pacote de remuneração por desempenho) e externas. Estas últimas geraram a criação dos indicadores de “cotações de orçamentos apresentados a clientes” e “clientes conquistados no mês”. No período de realização das entrevistas, a empresa passava por uma fase de vendas menores que em períodos anteriores, com produção abaixo da capacidade instalada e quadro reduzido de funcionários na produção, e esses dois indicadores evidenciam a atenção na mensuração do desempenho do esforço de vendas. Já em “Natureza Sistemática” o SMD possui os indicadores vinculados à estratégia da empresa, as rotinas de coleta e processamento dos dados são sistemáticas e possibilitam a apresentação periódica às gerências no Brasil e o reporte mensal à matriz na Alemanha. Isso ocorre a despeito de o tratamento dos indicadores ser principalmente manual e com o uso de planilhas eletrônicas, mas sensíveis a esse fato há intenção de adquirir um software específico para os indicadores a médio prazo. No tocante ao escopo do sistema na Empresa D, verificam-se atributos de sistema “Balanceado” e com “Capacidade Diagnóstica”, na medida em que as discussões e análises 56 dos indicadores e as causas do desempenho sejam periodicamente realizadas. Diversas vezes durante o ano, representantes da administração da matriz e da divisão das Américas visitam a empresa no Brasil e são também discutidos os indicadores nessas ocasiões. Além disso, mensalmente ocorrem teleconferências com gestores da matriz para discussão do desempenho nos principais indicadores. Ademais, os indicadores impactam no bônus dos gestores da empresa no Brasil, compondo um pacote de remuneração que envolve o desempenho global da organização e na subsidiária local e aspectos quantitativos (indicadores) e qualitativos de desempenho. As diversas evidências coletadas sugerem que a administração central da companhia utiliza o SMD para fazer o acompanhamento sistemático do desempenho da subsidiária brasileira, mediante o acesso ágil e eficaz às informações de seu desempenho produzidas pelos indicadores. 4.3.1.4. Empresa M Relativamente ao SMD da Empresa M se observou a utilização de um software específico para trabalhar com os indicadores de desempenho. No software os indicadores são criados, os dados históricos de desempenho são alimentados, armazenados e apresentados, e os planos de ação para os indicadores são elaborados. O software também possui interface gráfica que apresenta o atingimento das metas na forma de “semáforo”, atribuindo cores conforme a posição do desempenho em comparação à meta: vermelho, amarelo, verde, etc. Desta forma, a “Integração” do SMD da organização possui atributos de sistema “Excelente”. Por outro lado, isso ainda não garante que as informações geradas para os indicadores estejam livres de questionamentos quanto à sua confiabilidade e integridade, fazendo com que não se observem os mesmos atributos de sistema “Excelente” na “Natureza Sistemática” do SMD. Na sua “Dinâmica de Revisão” o SMD já passou por ajustes como a retirada de indicadores percebidos como obsoletos, a criação de alguns novos indicadores e também uma revisão geral recente nos indicadores em um processo que reduziu a quantidade utilizada de indicadores, permitindo uma melhoria no sistema, como se evidencia na observação do gestor da qualidade da empresa: (...) há uns 3, 4 meses mais ou menos que foi feita essa revisão e devido a estar mais enxuto, fica mais palpável a gente chegar e 57 questionar certos números, sendo que esses números são mais fáceis de serem entendidos. Então, por exemplo, de seis indicadores transformaram em somente dois. Então esses dois são aqueles que realmente eram relevantes. Então a gente acabou ficando em cima desses dois indicadores e consegue ter uma atenção melhor nesses dois do que naqueles seis que eram antes. Acabava não se dando atenção a todos da mesma forma que se dá a esses dois agora. Quanto ao escopo do sistema na Empresa M, se observa que existe o “Balanceamento” na medida em que há indicadores nas diversas áreas da empresa, e que o SMD possui alguma “Capacidade Diagnóstica”, pois são elaborados planos de ação para os indicadores abaixo da meta – na empresa denominados por FCA (Fato, Causa e Ação) –, que são discutidos durante as reuniões de avaliação dos indicadores. No entanto, a despeito de o software exigir um FCA para cada indicador abaixo da meta, às vezes se pode somente preencher alguma observação no software para eliminar a exigência do sistema. 4.3.1.5. Empresa S Por fim, na Empresa S as características do SMD são de sistema “Avançado”. Há uma “Dinâmica de Revisão” estabelecida, pois um indicador que é afetado pelo contexto externo é alterado quando ocorre esse fenômeno externo. Por exemplo, o principal insumo de produção é uma commodity que oscila significativamente conforme o preço de mercado, por isso, o indicador “Custo por Tonelada” é atualizado sistematicamente conforme a referência externa. Por outro lado, alguns indicadores também são revistos em decorrência do contexto interno, apesar de não haver um processo pré-estabelecido de revisão. Já no tocante à “Natureza Sistemática” e “Integração” do sistema da organização se observa que o SMD está em um estágio em que não há muitos questionamentos quanto à confiabilidade dos dados dos indicadores e que os mesmos são bem entendidos pelos usuários. As diversas áreas da empresa estão integradas em torno do SMD, sendo cada uma responsável pela coleta e processamento das suas informações. Apesar disso, ainda são necessários outros aprimoramentos no sistema, como por exemplo, o desdobramento de alguns indicadores. Relativamente ao escopo do SMD, a empresa possui um sistema “Balanceado” porém ainda sem “Capacidade Diagnóstica”, na medida em que há dificuldade em correlacionar o 58 reflexo de um indicador nos demais e que é necessário melhorar o trabalho nas ações corretivas dos indicadores abaixo da meta. 4.3.2. Classificação dos SMD na Tipologia de Garengo Ao final desse processo de análise dos dados por empresa pesquisada, os SMD foram classificados conforme se apresenta na Figura 2. Nas cinco empresas se observa a existência de um SMD “Balanceado” na dimensão escopo da tipologia, conforme análise dos indicadores de desempenho mantidos nos sistemas das organizações, objeto do tópico 4.3.3 deste trabalho. Figura 2: Classificação dos SMD na Tipologia de Garengo (2009) Básico Características do Sistema de Mensuração de Desempenho Avançado Dinâmica de revisão: sistema pode reagir a mudanças internas e externas. Natureza sistemática: forma e frequência da coleta de dados são definidas considerando as necessidades da empresa. Forma e frequência são formalmente comunicadas às pessas envolvidas. Integração: Informações são integradas. O sistema pode suportar a descrição integrada de toda a organização. Excelente Dinâmica de revisão: sistema pode reagir a mudanças internas e externas. Natureza sistemática: forma e frequência da coleta de dados são definidas considerando as necessidades da empresa. Forma e frequência são formalmente comunicadas às pessas envolvidas. Integração: Informações são integradas. O sistema pode suportar a descrição integrada de toda a organização. Parcialmente balanceado: Duplo: Foco no Foco no desempenho Balanceado: Foco em desempenho financeiro e no Diagnóstico: Suporta as análises aspectos financeiros e todas financeiro e no desempenho de da relação de causa-e-efeito entre as outras perspectivas desempenho de resultados e seus determinantes. uma outra relevantes. algumas outras função da funções-chave empresa. da empresa. Escopo do Sistema de Mensuração de Desempenho Tradicional: Foco no Desempenho Financeiro. Dinâmica de revisão: sistema não pode reagir a mudanças internas. Natureza sistemática: forma e frequência da coleta de dados não são definidas claramente e/ou não consideram as necessidades específicas da empresa. Integração: Informações coletadas não são integradas nem a necessidade de integrar é percebida. S M A C D Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Garengo (2009) 4.3.3. Análise dos Indicadores de Desempenho Os indicadores de desempenho presentes nos SMD das empresas pesquisadas foram analisados e permitiram uma triangulação com os dados coletados nos questionários 59 respondidos pelos gestores e nas entrevistas realizadas com os mesmos. Os indicadores de cada empresa são apresentados no Apêndice 10. A análise de quais são os indicadores das organizações pesquisadas corrobora os dados coletados via questionários e entrevistas e demonstra que os sistemas são “Balanceados” na dimensão escopo do SMD, conforme a tipologia de Garengo (2009). Isso porque as organizações possuem indicadores relacionados a aspectos financeiros e também indicadores nas diversas outras perspectivas relevantes de desempenho. O SMD com menor quantidade de indicadores é o da Empresa S, com 18 indicadores, mas ainda assim com indicadores relativos às diversas áreas da empresa. Por exemplo, área financeira: Ebitda; produção: custo por tonelada; laboratório: tempo de resposta de análises; RH: desenvolvimento de pessoas; vendas: previsão de vendas x realizado. 4.4. Análise da Classificação dos SMD A análise da classificação realizada para os SMD das empresas pesquisadas na tipologia de Garengo (2009) (Figura 2) permite que sejam feitas algumas considerações sobre a aplicação da tipologia para analisar o estágio de evolução dos sistemas utilizados pelas organizações. Em primeiro lugar, se verifica que todos os sistemas estão classificados abaixo da linha diagonal traçada de forma a dividir a área de classificação dos sistemas em duas partes na tipologia. Isso demonstra que os sistemas são mais evoluídos na dimensão escopo do SMD que na dimensão das características do SMD. Esse resultado é consistente com os trabalhos empíricos realizados a partir da tipologia (Garengo e Bititci, 2007; Garengo, 2009), e uma explicação para esse fenômeno é que provavelmente é mais fácil aumentar o número e perspectivas dos indicadores de desempenho no SMD do que aprimorar a integração entre os indicadores, bem como a natureza sistemática e dinâmica de revisão, o que envolve maiores esforços (GARENGO, 2009). Desta forma, os resultados demonstram que as empresas empregam maior atenção no primeiro momento ao tipo e perspectivas de indicadores que são utilizados. Em segundo lugar, e também consistente com ambos os trabalhos mencionados no parágrafo anterior, se observa a proximidade das posições dos SMD na Figura 2 com a linha diagonal. Assim como encontrado por Garengo (2009), esse resultado sugere que há um padrão na evolução do SMD nas empresas pesquisadas, que essa evolução se dá relativamente ao mesmo tempo nas dimensões do escopo e das características do sistema e que a área da 60 tipologia logo abaixo da reta diagonal traçada seria o caminho normal de evolução para os SMD no futuro. Por outro lado, considerando que os sistemas das cinco empresas pesquisadas foram classificados em pontos diferentes da tipologia, a próxima consideração possível é a de que os sistemas das empresas estão em estágios de evolução diferentes. Nesse sentido, uma classificação adicional foi realizada para os SMD, nos moldes da classificação realizada por Garengo (2009), sendo apresentada na Figura 3. Ainda assim, os SMD das empresas podem estar em estágio de evolução semelhante, a despeito de as organizações em si possuírem características distintas. Isso ocorre, por exemplo, com os sistemas das empresas C e D, que foram classificados como “DiagnósticosExcelentes”. Figura 3: Tipos de SMD das Empresas Pesquisadas Básico Características do Sistema de Mensuração de Desempenho Avançado Excelente Dinâmica de revisão: sistema pode reagir a mudanças internas e externas. Natureza sistemática: forma e frequência da coleta de dados são definidas considerando as necessidades da empresa. Forma e frequência são formalmente comunicadas às pessas envolvidas. Integração: Informações são integradas. O sistema pode suportar a descrição integrada de toda a organização. Parcialmente balanceado: Duplo: Foco no Foco no desempenho Balanceado: Foco em desempenho financeiro e no Diagnóstico: Suporta as análises aspectos financeiros e todas financeiro e no desempenho de da relação de causa-e-efeito entre as outras perspectivas desempenho de resultados e seus determinantes. uma outra relevantes. algumas outras função da funções-chave empresa. da empresa. Escopo do Sistema de Mensuração de Desempenho Tradicional: Foco no Desempenho Financeiro. Dinâmica de revisão: sistema pode reagir a mudanças Dinâmica de revisão: sistema não pode reagir a mudanças internas e externas. internas. Natureza sistemática: forma e frequência da coleta de dados Natureza sistemática: forma e frequência da coleta de dados são definidas considerando as necessidades da empresa. não são definidas claramente e/ou não consideram as Forma e frequência são formalmente comunicadas às pessas necessidades específicas da empresa. envolvidas. Integração: Informações coletadas não são integradas nem a Integração: Informações são integradas. O sistema pode necessidade de integrar é percebida. suportar a descrição integrada de toda a organização. BalanceadoAvançado S DiagnósticoAvançado M A C D Diagnóstico -Excelente Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Garengo (2009) Por um lado, a Empresa D é uma subsidiária local de uma multinacional alemã com presença global, e o SMD segue um padrão desenvolvido na matriz, sendo que esta pode por meio desse sistema acompanhar o desempenho da unidade brasileira em diversos aspectos e de maneira tempestiva, ainda que à distância. 61 De outro lado, na Empresa C, o SMD é utilizado sem que haja uma área estabelecida na organização para coordenar o processo de uso dos indicadores e operacionalizar a coleta, processamento e divulgação dos dados. A própria diretora administrativa da empresa exerce o papel de coordenação desse processo e a responsabilidade por coletar, processar e divulgar os dados é atribuída de forma pulverizada aos gestores de cada área da empresa. Por todos esses motivos, é possível concluir, conforme o objetivo específico desta pesquisa, que a tipologia de Garengo (2009) é válida para verificar o estágio de evolução do sistema de mensuração de desempenho usado pelas pequenas e médias empresas estudadas. Na próxima seção se descreve as análises relacionadas à gestão da qualidade nas empresas pesquisadas. 4.5. Análise da Gestão da Qualidade Primeiramente, a análise da gestão da qualidade nas cinco organizações estudadas foi realizada a partir dos questionários (Apêndice 6) respondidos pelos gestores da qualidade, cujas respostas são apresentadas no Apêndice 11. Essa análise teve por objetivo verificar o grau de maturidade da gestão da qualidade nas organizações estudadas. Um tratamento às respostas dos questionários considerando o peso diferenciado entre as questões foi realizado pelo pesquisador. Para tanto, utilizou-se a tabela de pontuação máxima da FNQ para os Critérios de Excelência do seu modelo de gestão da qualidade (FNQ, 2011, p. 72). Nesse sentido, o pesquisador atribuiu inicialmente uma pontuação intrínseca a cada resposta do questionário, variando de 0,2 (dois décimos), para respostas na alternativa “a”, até 1,0 (um inteiro), para respostas na alternativa “e”. Respostas nas alternativas “b”, “c” e “d” receberam pontuação, respectivamente, de 0,4, 0,6 e 0,8 ponto. Para essa regra de pontuação houve uma exceção nas questões 4.1, 4.2 e 5.3, nas quais se notou que a resposta na alternativa “a” não garantia a existência nem de um nível mínimo de prática de gestão da qualidade no aspecto abordado nesses três casos. Desta forma, a pontuação atribuída nessas três questões foi de 0,0, 0,25, 0,5, 0,75 e 1,0 ponto para cada alternativa de “a” a “e”, respectivamente. Para se atribuir pesos diferenciados entre as questões, se baseou na Tabela de Pontuações Máximas para os Critérios de Excelência da FNQ (2011, p. 72). Cada questão do questionário foi vinculada ao critério de excelência e item da Tabela da FNQ. Após, a pontuação de cada item (dada pela FNQ) foi distribuída pela quantidade de questões no 62 mesmo item e, por fim, a pontuação de cada questão foi transformada no seu equivalente decimal. A pontuação decimal máxima, ponderada para cada questão, bem como a pontuação dos itens e critérios de excelência conforme a FNQ, é apresentada no Apêndice 12. O total da pontuação por empresa em cada critério de excelência da FNQ conforme as respostas dos questionários é apresentada no Quadro 10, enquanto a pontuação detalhada por questão está no Apêndice 13. Primeiramente, se observa que as cinco empresas pesquisadas possuem uma pontuação, no mínimo, superior à metade possível. Já a se considerar a faixa de pontuação adotada pela FNQ (2011, p. 82-3), com nove faixas de enquadramentos possíveis, sendo a faixa de número 9 a de maior grau de maturidade da gestão da qualidade e a faixa de número 1 a de menor grau, as empresas estariam posicionadas da seguinte forma: • Empresas A e C – faixa 8; • Empresa S – faixa 7; • Empresa D – faixa 6; • Empresa M – faixa 5. Quadro 10: Pontuação da Gestão da Qualidade por Empresa Pesquisada Critério de Excelência Liderença Estratégias e Planos Clientes Sociedade Informações e Conhecimento Pessoas Processos Resultados Total % de 0 a 100 Empresa A 0,091 0,060 0,060 0,045 0,024 0,066 0,092 0,382 0,820 82,0% %¹ 11,1% 7,3% 7,3% 5,5% 2,9% 8,0% 11,2% 46,6% 100% - Empresa C 0,092 0,038 0,054 0,045 0,038 0,090 0,086 0,402 0,845 84,5% %¹ 10,9% 4,5% 6,4% 5,3% 4,4% 10,7% 10,2% 47,6% 100% - Empresa D 0,057 0,032 0,033 0,008 0,027 0,036 0,060 0,330 0,583 58,3% %¹ 9,8% 5,5% 5,7% 1,3% 4,6% 6,2% 10,3% 56,7% 100% - Empresa M %¹ 0,073 14,2% 0,040 7,8% 0,051 9,9% 0,008 1,5% 0,039 7,6% 0,042 8,2% 0,060 11,7% 0,202 39,3% 0,515 100% 51,5% - Empresa S 0,084 0,054 0,045 0,030 0,039 0,054 0,088 0,356 0,750 75,0% %¹ 11,2% 7,2% 6,0% 4,0% 5,2% 7,2% 11,7% 47,5% 100% - ¹ Percentual do Total Fonte: Elaborado pelo autor Por esses motivos, se considerou que todas as organizações estudadas possuem um grau de maturidade da gestão da qualidade adequado para os fins de seleção da amostra desta pesquisa, cumprindo assim o primeiro objetivo da aplicação do questionário sobre a gestão da qualidade. Relativamente ao segundo objetivo da aplicação do questionário sobre a gestão da qualidade, se passou a verificar se haveria uma relação entre o grau de maturidade desta e o 63 estágio de evolução do sistema de mensuração de desempenho conforme a tipologia utilizada (segundo a classificação apresentada no tópico 4.4). Nesse sentido, a ligação entre a posição do SMD de cada empresa na tipologia utilizada (estágio de evolução do sistema) e o grau de maturidade da gestão da qualidade é apresentada na Figura 4, na qual a tipologia e a escala da gestão da qualidade são resumidas para fins de apresentação. A partir dessa última análise se conclui que não há uma relação entre o grau de maturidade da gestão da qualidade e o estágio de evolução do SMD nas empresas pesquisadas. Verifica-se, por exemplo, que as empresas C e D, que apresentam o maior estágio de evolução do SMD, possuem graus distintos de maturidade da gestão da qualidade, e que a Empresa S, com menor nível de evolução do SMD, possui maior maturidade na gestão da qualidade que a Empresa D. Figura 4: Comparação entre a Classificação do SMD e o Grau de Maturidade da Gestão da Qualidade Características do Sistema de Mensuração de Desempenho Avançado Excelente Diagnóstico: Suporta as análises Balanceado: Foco em aspectos da relação de causa-e-efeito entre financeiros e todas as outras resultados e seus determinantes. perspectivas relevantes. Escopo do Sistema de Mensuração de Dinâmica de revisão: sistema pode reagir a mudanças internas e externas. Natureza sistemática: forma e frequência da coleta de dados são definidas considerando as necessidades da empresa. Forma e frequência são formalmente comunicadas às pessas envolvidas. Integração: Informações são integradas. O sistema pode suportar a descrição integrada de toda a organização. Dinâmica de revisão: sistema pode reagir a mudanças internas e externas. Natureza sistemática: forma e frequência da coleta de dados são definidas considerando as necessidades da empresa. Forma e frequência são formalmente comunicadas às pessas envolvidas. Integração: Informações são integradas. O sistema pode suportar a descrição integrada de toda a organização. Pontuação da Gestão da Qualidade 1 0,9 Empresa C Empresa A BalanceadoAvançado 0,8 S Empresa S DiagnósticoAvançado M 0,7 A C 0,6 D DiagnósticoExcelente Empresa D Empresa M 0,5 Fonte: Elaborado pelo autor Esse resultado é consistente com os apresentados por Garengo (2009), em que os dados coletados pela pesquisadora sugeriram que SMD mais desenvolvidos estavam associados a empresas com participação mais consistente em programas de premiação e/ou reconhecimento pela gestão da qualidade. Já nas empresas em que não havia essa participação mais consistente, a despeito da existência da gestão da qualidade, não foi encontrada pela mesma autora uma associação com o estágio de evolução do SMD. 64 Na presente pesquisa, os cinco gestores da qualidade informaram que suas organizações não possuem experiências de participação nesses programas de premiação e/ou reconhecimento pela gestão da qualidade, o que foi evidenciado nas entrevistas, a partir da abordagem do item 5 do roteiro de entrevista (Apêndice 7). No subtópico a seguir, se passa a analisar as características do uso do SMD e da gestão da qualidade nas organizações pesquisadas. 4.5.1. Análise do Uso do SMD e da Gestão da Qualidade Considerando o tipo exploratório desta pesquisa, tratou-se neste ponto de analisar as características do uso do SMD e da gestão da qualidade, verificando as possíveis interfaces entre os dois sistemas nas organizações pesquisadas. Para essa análise, também se utilizou da técnica de análise de conteúdo para as entrevistas sobre o SMD, em que unidades de significado foram identificadas nas entrevistas e agrupadas na categoria “Interfaces do Uso do SMD com a Gestão da Qualidade”. Essas unidades de significado são apresentadas por empresa no Apêndice 14. Esses dados coletados nas entrevistas sobre o SMD foram triangulados com os dados das entrevistas sobre a Gestão da Qualidade, sendo os resultados dessa análise apresentados a seguir por organização estudada. 4.5.1.1. Empresa D Iniciando-se pela Empresa D, se verificou que a certificação ISO para o SGQ decorre da política global da companhia, a qual exige que todas as suas fábricas no mundo sejam certificadas no mínimo pela ISO 9000, conforme declarou na entrevista o gerente da qualidade da empresa. As evidências coletadas nessa empresa demonstram que a organização possui os indicadores do SMD e do SGQ de forma segregada em dois sistemas distintos. O controller afirmou que alguns indicadores da gestão da qualidade da subsidiária brasileira foram inseridos no SMD global da organização durante o último processo de revisão dos indicadores, mas que é saudável para a empresa, na opinião dele, ter indicadores diferentes nos dois sistemas, o que possibilita manter duas visões distintas e complementares sobre o desempenho da empresa. No Apêndice 10 deste trabalho os indicadores do SMD (controladoria) e SGQ (qualidade) são apresentados na forma segregada pela empresa. 65 Por outro lado, na seguinte declaração do gestor da qualidade durante a entrevista, se evidencia que a área de controladoria, responsável pelo SMD, é também a área responsável na alta administração por acompanhar a gestão da qualidade: Aqui na empresa isso é um pouco peculiar [o relacionamento da controladoria com a gestão da qualidade], porque o controller acaba se envolvendo mais do que normalmente se envolveria. Nós tivemos uma não conformidade uma vez no órgão certificador, pelo fato das pessoas não estarem cumprindo as atividades [do SGQ]. E subiu isso, a alta administração levou a não conformidade. Então o presidente aqui da América falou: “Alguém da alta administração é [tem que ser] responsável por fazer as reuniões, seguir e cobrar”. E acabou sendo o controller. Então ele acabou tendo... – o controller que nós temos aqui é novo, mas desde o antigo. Ele tem que se envolver demais porque tem que cumprir também o procedimento que foi escrito [há] alguns anos atrás. Então é bom o envolvimento, tem que ter alguém da alta [administração]... Essa atribuição do SGQ para a área de controladoria pode ser entendida pela política estabelecida pela matriz para a necessidade de obtenção – e consequente manutenção – da certificação da ISO 9000. Mas, demonstra também uma importância atribuída pelo presidente da unidade brasileira às práticas da gestão da qualidade, além da certificação por atendimento aos requisitos mínimos da ISO. 4.5.1.2. Empresa A Na Empresa A os indicadores da gestão da qualidade (SGI – Sistema de Gestão Integrada) são integrados no SMD, sendo vinculados aos seus indicadores. O Quadro 11 demonstra um exemplo de indicador do SGI integrado no SMD e vinculado ao seu indicador correspondente nesse sistema. Quadro 11: Exemplo de Indicador do SGI Integrado ao SMD na Empresa A Perspectiva Estratégica Objetivo Estratégico Resultados Econômicos / Crescer em Faturamento e Financeiros Resultado Operacional Indicador Estratégico Meta Estratégica Indicador SGI Receita Líquita R$ X milhões / ano Taxa de Inadimplência Fonte: Elaborado pelo autor, com base no BSC da empresa Meta SGI Máximo de x% de inadimplência 66 Essa integração é corroborada no depoimento do gestor da qualidade da empresa, ao abordar uma questão sobre os relacionamentos entre o BSC e o SGI: Na verdade o SGQ é uma pequena parcela do BSC, porque o BSC traz os resultados [nas várias perspectivas] em nível estratégico. Os indicadores do sistema de gestão da qualidade funcionam como um processo de suporte, (...) [enquadrado em] uma pirâmide, que chamamos de [níveis] operacional, tático e estratégico. Então, dentro da minha operação, mais a minha parte tática, na verdade, são os processos de apoio, [onde] fica o sistema de gestão da qualidade. E o sistema de gestão da qualidade fornece alguns números para o [nível] estratégico. Então eu vejo que esse sistema [da qualidade], fica dentro do BSC. Ele [SGQ] fica no resultado tático e operacional, pois ele é um processo de apoio para se manter na organização. Dali que saem os dados e os fatos para a tomada de decisão estratégica. A área de gestão da qualidade na organização é a responsável por coordenar o processo de uso do SMD, sendo que os trabalhos dessa área já contribuíram, por exemplo, para detectar melhoria de desempenho no indicador de produtividade da fábrica e para implantar indicadores de processo e mecanismos de controle que são atualmente usados no BSC. Por outro lado, a visão do gestor da qualidade sobre o papel da controladoria no uso do BSC pode ser evidenciada no seguinte trecho extraído da entrevista: Vamos pegar um exemplo nosso aqui. (...) Resultado econômicofinanceiro: a gente tem percentual de margem de contribuição, a gente tem controle de ciclo financeiro, (...) Ebitda, (...) custo fixo e a gente tem um objetivo estratégico que fala de chegar em 23% de Ebitda e reduzir o custo fixo nosso. Se não tiver alguém falando ou orientando que o custo fixo da empresa está subindo ou se está caindo e quais são os principais gastos gerais da empresa, em termos de custo fixo ou variável... 67 O gestor prossegue dando um exemplo de função que o controller deveria exercer: Eu acredito que hoje a controladoria é a área de maior orientação. Ela que tem que chegar junto à liderança e falar: “Olha, você está gastando mais ou gastando menos”; “O custo fixo da empresa é x por mês? A gente está fazendo x + y”; “Quais são os motivos? Quem está gastando mais? Quais são os processos que estão desperdiçando mais?”; “Amigo do Comercial, a [meta da] margem de contribuição da empresa é 50%...” – e vamos dizer que os custos com embalagem, frete e gastos gerais estão dentro, mas a margem de contribuição está baixa – “Comercial, você precisa aumentar o seu preço de venda!”. E continua, complementando a sua visão: Eu acredito que a figura da controladoria, é uma das figuras mais importantes, uma das figuras-chave na organização, ela que dita a regra, ela que tem que enxergar se está atendendo ou não está (...) e chegar junto ao líder ou a gerência da área e a tomar a ação. Esse cara [o controller] é “o maestro”, é o cara que tem que “reger a organização” para que consiga atender seus objetivos financeiros. Por fim, arremata a abordagem comentando sobre o vínculo dos indicadores não financeiros com os indicadores financeiros: Qualquer processo, seja ele tático, operacional ou estratégico, qualquer desdobramento aqui, vai chegar lá no indicador econômicofinanceiro. Porque o que a diretoria quer? Ela só vai olhar para os indicadores econômico-financeiros. Se os demais indicadores estiverem dentro, o financeiro também [estará]. Se algum cara aqui “bater fora do bumbo”, é o que vai afetar. Então a figura do controller, é uma figura das mais importantes, na minha visão, dentro da organização. 68 Em sentido contrário, porém, há algumas evidências de que a controladoria ainda não esteja desempenhando plenamente esse papel, como no caso da necessidade ainda não atendida de se fazer a abertura dos dados referentes aos indicadores de Ebitda e custo fixo (Apêndice 9), para melhorar o entendimento das causas do desempenho nesses aspectos, e no caso do indicador do BSC vinculado ao objetivo estratégico de “Maximizar Margem / Volume”, em que o indicador estratégico correspondente, de ponto de equilíbrio, ainda estava por ser definido quando da realização da entrevista, sendo que essa definição é uma atribuição típica da área de controladoria. 4.5.1.3. Empresa C A Empresa C utiliza os indicadores do SMD e do SGI dentro de um único sistema. Na organização não há uma denominação para o SMD, sendo que a direção e os funcionários o conhecem pela menção à “Reunião dos Indicadores”. Essa reunião ocorre mensalmente e envolve tanto a discussão dos indicadores quanto à discussão do SGI. Isso ocorre desde o início da certificação na ISO, em que houve o início simultâneo da utilização do SMD, conforme afirmou a diretora da empresa: Sim, é uma forma de se manter o sistema da ISO 9000 “vivo”, senão fica [somente] um acerto de documentação [da ISO] para a auditoria [de certificação ou renovação da ISO]. A reunião mensal é a forma encontrada pela empresa para manter a atenção dos envolvidos quanto aos indicadores de desempenho e ao SGI, como se evidencia na declaração da diretora da organização comentando sobre a necessidade de se manter a reunião dos indicadores: Tem que ter [a reunião mensal]. Por mais que eu saiba já do número [de cada indicador, por meio do painel de acompanhamento], eles [gestores] irão estar todos falando do que eu já sei, tem que ir lá falar [apresentar o desempenho dos indicadores na reunião]. Senão não abastece também [as informações dos indicadores no painel]. (...) E essa é a minha realidade – a realidade que a gente vive aqui. E a única 69 forma que a gente tem de manter isso vivo é sentar uma vez por mês e ver ele [discutir o desempenho dos indicadores]. A reunião mensal exerce um papel central no uso do SMD e da gestão da qualidade na empresa, uma vez que não há uma área ou um funcionário que exerça a função de coordenação do SMD. Essa função é acumulada pela própria diretora da empresa. O mesmo ocorre com a gestão da qualidade, como se depreende do seguinte trecho coletado na entrevista: Eu nem tenho a área da qualidade, ela está em todas as áreas. Temos um inspetor de qualidade, que faz inspeção no produto final, mas a área da qualidade, com pessoas que gerem o sistema [da qualidade], não tem. Cada departamento gere o seu [sua parte no sistema]. (...) Tem que ser inerente, senão a qualidade passa a ser algo separado do produto, e não é. Os indicadores do SGI são todos os mesmos indicadores do SMD, porém menos indicadores estão no SGI, por uma questão somente de facilitar o atendimento às auditorias externas de certificação e renovação da ISO, que trabalham somente com os indicadores do SGI. 4.5.1.4. Empresa M Também na Empresa M não ocorre o uso segregado dos indicadores da gestão da qualidade dos indicadores das demais áreas da empresa, pois ambos os conjuntos de indicadores são parte integrante do SMD e seus dados são coletados, processados, divulgados e armazenados dentro do mesmo software específico para os indicadores. A área da qualidade exerce uma função de facilitadora no uso do software, porém o gestor da qualidade não possui também a função de coordenador do processo geral de uso dos indicadores, construção das metas, avaliação do desempenho das áreas além da qualidade, conforme se evidencia da observação do coordenador da qualidade da empresa: (...) tento ajudar o pessoal [gestores das áreas] naquilo que é necessário para acertar números, acertar gráficos [relacionados aos 70 indicadores], aquelas coisas mais do software em si, e não dos indicadores em si. Mais naquilo que a pessoa precisa alterar na estrutura da apresentação. Ademais, a área da qualidade não trata dos indicadores vinculados a orçamento ou aos números contábeis. Esses últimos são de responsabilidade do diretor executivo da empresa e dependem de informações fornecidas pela contabilidade da empresa, cuja estrutura é centralizada na filial da empresa localizada na Região Sul do País. Tendo em vista o atraso na escrituração contábil da empresa, decorrente de problemas na geração e processamento das informações contábeis, os indicadores cujos dados são fornecidos pela área da contabilidade estavam, nas datas de realização das entrevistas sobre o SMD e SGQ, sem atualização há 5 ou 7 meses, conforme o indicador. Na Empresa M, por esse motivo, o diretor executivo da organização afirmou, na reunião informal realizada com o pesquisador antes da entrevista com o gestor da qualidade, que faz uso dos indicadores não financeiros para avaliar tempestivamente o desempenho da empresa e basear suas ações de gestão, uma vez que os indicadores contábeis mais recentes não estão disponíveis, a exemplo do indicador da margem de lucro antes do imposto de renda sobre o faturamento líquido. 4.5.1.5. Empresa S Por fim, na Empresa S os indicadores do SMD são parte integrante do SGI. A reunião mensal em que se discutem os indicadores de desempenho é a mesma reunião de discussão do SGI. Também a consolidação e a divulgação dos indicadores ocorrem via SGI. A organização utiliza diversos indicadores “informativos”, em que não se estipula meta de desempenho, sendo utilizados somente como indicativos de determinados desempenhos para fins de acompanhamento gerencial, neste caso, os indicadores são mantidos somente no SMD. Já os indicadores-meta normalmente são colocados também no SGI, também pela oportunidade de discussão nas reuniões mensais do SGI. Por outro lado, alguns indicadores “informativos” são transformados em indicadoresmeta e, neste caso, passam também a integrar o SGI, mediante discussão com a área da qualidade, como no exemplo do indicador de “Estoque Indisponível”, conforme se evidencia no trecho extraído da entrevista com o coordenador de custos da empresa: 71 (...) por exemplo, um indicador que eu coloquei, que a gente tem aqui um estoque reservado, que chamamos de estoque indisponível, que é um estoque que você não pode entregar para o cliente, mas será reaproveitado. Então, por exemplo, algo que ficava no relatório [dos indicadores “informativos”], ninguém monitorava. Aí eu (...) criei [esse indicador]. E no mês passado colocamos na ISO. A supervisora do SGI achou super legal, então falou: “Olha, meta, 10% do valor do estoque eu até posso manter indisponível, mas todo mês na reunião da SGI tem lá, indisponível aumentou: ‘Opa, o que aconteceu?’”. Então, como a gente tem a ISO, ela falou: “É um indicador bastante interessante [de ser colocado no SGI]”. Nesse caso, o SGI parece cumprir um papel na organização de ajudar no processo de cobrança das metas dos indicadores, como se observa a seguir, do ponto de vista do coordenador de custos: O que eu te falei, a ISO gera compromisso. Então a gente pegava e mandava e-mail: “Nossa! O que que é esse monte de obsoletos, esse monte de material fora de especificação? A partir de hoje vocês têm que fazer X%!”. (...) Aí passa um mês, dois meses, (...) e dormiu. Parece que aconteceu alguma coisa, que já teve alguma ação, legal. No SGI não, você vai lá, naquele dia na reunião e tem o indicador. “Sabe aquele indicador? Olha, eu comecei com 80, já estou com 90 toneladas, estou indo para 150”. “Opa, o que que está acontecendo?”. Então, eu saio da minha mesa e vou até o SGI e implanto esse indicador. (...) “Supervisora do SGI, olha, eu tenho esse indicador, vamos por no SGI?”. (...) Porque é o único local [o SGI] que a gente percebe que [o indicador] ganha força. (...) Eu não vejo que é uma falta de compromisso por parte dos gestores, mas volto a frisar a ISO, o SGI. Ele gera esse compromisso. 72 Quando é necessário incorporar algum indicador meta no SGI, a área da qualidade recebe a solicitação da área de custos e a implementa, conforme confirmou na entrevista a supervisora do SGI da organização: A gente aceita na hora, porque quem mexe com o dinheiro está vendo o que está acontecendo, ele tem muito mais informações e ferramentas para poder apresentar e provar para as pessoas que o que a gente está falando pode ser provado. Eles [da área de custos] fizeram sugestões recentemente, que já foram aceitas e já foram consideradas. Se você tem as informações porque não utilizar a ferramenta, não é? Nesse sentido, a implantação do indicador de “Estoque Indisponível” no SGI, referida anteriormente, é um exemplo das sugestões realizadas recentemente no comentário da supervisora do SGI. 4.5.2. Discussão sobre a Gestão Qualidade e o Uso do SMD Esta pesquisa adotou como objetivo específico verificar as interfaces entre o uso do sistema de mensuração de desempenho e as práticas de gestão da qualidade e, nesse sentido, se verificou que quatro das cinco empresas pesquisadas possuem uma junção entre o SMD e o SGQ no que tange ao uso dos indicadores de desempenho. A Empresa A integra os indicadores da qualidade no BSC, formando um único conjunto integrado de indicadores, fazendo um vínculo entre cada indicador da qualidade com o indicador de desempenho correspondente. Na Empresa C, a dinâmica de uso dos indicadores de desempenho ocorre mediante a realização das reuniões mensais, nas quais se discutem os indicadores em um único painel integrado. Indicadores separados para o SGQ existem do ponto de vista exclusivamente formal e documental, no contexto do processo de certificação da qualidade pela norma da ISO. Já a Empresa M possui um único conjunto de indicadores de desempenho que são manuseados mediante o uso de um software específico. Nesse software, e nas reuniões mensais de avaliação de desempenho, todo o conjunto de indicadores é discutido, sem haver diferenciação entre indicadores de desempenho da qualidade e do SMD. 73 Na Empresa S, o SMD possui indicadores distribuídos entre dois tipos, o de indicadores “informativos”, que não são atrelados a metas e são utilizados para acompanhamento gerencial, e de indicadores-meta, os quais são colocados no SGQ, o que contribui no processo de discussão e cobrança das metas. De outro modo, a Empresa D, única neste estudo a não realizar uma junção entre os dois sistemas no uso dos indicadores de desempenho, por outro lado, definiu o controller como sendo o responsável na alta administração por ambos os sistemas. Essa junção dos indicadores desses dois sistemas pode desempenhar um papel na minimização de algumas das barreiras relatadas na literatura como sendo obstáculos à implementação e uso de um sistema de mensuração de desempenho em pequenas e médias empresas, como no caso do trabalho de Garengo, Biazzo e Bititci (2005). Isso em empresas que já possuam um sistema de gestão da qualidade implantado, o que ocorre com a certificação da ISO, por exemplo. Duas dessas barreiras são a limitação de recursos humanos e a limitação de recursos financeiros, que gerariam, respectivamente, uma restrição de tempo dos funcionários para dedicação a atividades fora do dia-a-dia, como a implantação e uso de um SMD, e restrição no orçamento disponível para implantar um sistema desse tipo. Nesses dois aspectos, fazer uso do SMD de forma integrada ao SGQ representa uma economia tanto de tempo dedicado a reuniões de avaliação, por exemplo, quanto de recursos financeiros dispendidos para a implantação do sistema. Outra barreira relatada é que, pelo conhecimento na organização ser mais tácito, há pouca atenção à formalização dos processos, dificultando a manutenção de um sistema gerencial também formalizado capaz de possibilitar a coleta de dados para o SMD. Nesse sentido, a contribuição da certificação da ISO para a formalização dos processos na organização foi mencionada pelos gestores do SMD nas Empresas A, C e M, sendo que na Empresa A o controller afirmou algumas ferramentas utilizadas no BSC já tinham sido implantadas por meio da ISO, como se evidencia a seguir: para o BSC vários indicadores de processo, vários mecanismos de controle usados no BSC já foram implantados através da ISO. Então é assim, um aproveitamento, uma continuidade. Essas considerações podem encorajar outras pequenas e médias empresas que já utilizam práticas de gestão da qualidade a implantar um sistema de mensuração de 74 desempenho integrando toda a organização e de maneira balanceada. Nesse caso, o SMD pode exercer também um papel de contribuir para integrar a qualidade com outros objetivos gerenciais, como defendido por Sousa e Aspinwall (2010). Outro aspecto observado em três das cinco organizações pesquisadas (A, C e M) é que não se observou uma participação efetiva da controladoria e/ou da contabilidade na coordenação do processo de uso do SMD. Nessas organizações, essa função é exercida pelo gestor da qualidade nas empresas A e M e pela diretora-proprietária na Empresa C. E isso ocorre apesar de o entrevistado gestor da qualidade na Empresa A reconhecer o a importância de a controladoria exercer esse papel nesse processo (final do tópico 4.5.1.2). Na Empresa C, a diretora administrativa afirma o seguinte em relação ao uso dos indicadores não-financeiros: (...) medindo indicadores não só financeiros, mas da fábrica em geral. São reflexos na verdade, porque se eu monitorar meus indicadores da fábrica, eles vão refletir nos indicadores da contabilidade, não é? E nem sempre você precisa divulgar para a fábrica [os indicadores contábeis], porque tendo fechado esses indicadores [da fábrica] eles vão refletir [nos indicadores contábeis]... e refletem mesmo. A ausência da participação efetiva da contabilidade no uso dos indicadores de desempenho (a empresa não possui uma área de controladoria) impede que se realize uma verificação sistemática do reflexo dos indicadores não-financeiros no indicadores financeiros, como colocado pela diretora da organização. O mesmo se dá em relação à Empresa M, que possuía, na data de realização das entrevistas desta pesquisa, os indicadores fornecidos pela área da contabilidade sem atualização há, no mínimo cinco meses. No próximo tópico se realiza uma sintetização dos diversos procedimentos aplicados na coleta, tratamento e análise dos dados desta pesquisa, bem como dos seus principais achados. 4.6. Resumo dos Principais Achados Para fins de sintetização, no Quadro 12 se apresenta um resumo dos principais achados gerais desta pesquisa, bem como por empresa pesquisada. 75 5. Considerações Finais A literatura sobre os sistemas de mensuração de desempenho provê e analisa nas áreas de contabilidade gerencial, operações e gestão da qualidade inúmeros modelos/tipologias de sistemas que podem ser utilizados pelas organizações para avaliação de seu desempenho, porém a maior parte dos mesmos não considera o tamanho das empresas e são poucos os estudos que sugerem uma tipologia geral para estudar a evolução desses sistemas nas organizações. Esta pesquisa teve como propósito verificar como funcionam o sistema de mensuração de desempenho e o sistema de gestão da qualidade em pequenas e médias empresas brasileiras à luz da tipologia proposta por Garengo (2009). Para tanto, em cinco pequenas/médias empresas do Estado de São Paulo se procedeu com a aplicação de um questionário da Fundação Nacional da Qualidade, da realização de uma entrevista semiestruturada com o gestor responsável pela gestão da qualidade e com o gestor do sistema de mensuração de desempenho, sendo que este último respondeu também um questionário sobre o SMD. Os dados das entrevistas sobre o SMD foram tratados com a técnica da análise de conteúdo e submetidos à triangulação com os dados obtidos pelos demais instrumentos de coleta empregados. A partir das diversas evidências encontradas, verificou-se que quatro das cinco empresas pesquisadas possuem uma junção do SMD com o SGQ, no que tange aos indicadores de desempenho utilizados em ambos os sistemas, a despeito de o grau de maturidade da gestão da qualidade não estar relacionada com o estágio de evolução do SMD. Outro aspecto verificado foi o de que em três das cinco empresas a área da gestão da qualidade é a responsável por coordenar o processo de uso do SMD, sem uma participação efetiva da área de controladoria e/ou contabilidade nesse processo, o que pode prejudicar a análise dos reflexos dos indicadores não-financeiros no desempenho econômico-financeiro dessas organizações. Os resultados deste estudo também confirmam que a tipologia de Garengo (2009) é válida para verificar o estágio de evolução do SMD usado pelas empresas pesquisadas. Esta pesquisa contribui para a literatura na medida em que: 1) validou empiricamente uma tipologia que pode ser utilizada em outras pesquisas sobre SMD em pequenas e médias empresas no Brasil; 2) identificou que existem interfaces entre o SMD e o SGQ em relação aos indicadores de desempenho utilizados em ambos, possibilitando que outros estudos 76 Quadro 12: Resumo dos Principais Achados da Pesquisa Gerais SMD Indicadores são mais evoluídos na dimensão "escopo" que na dimensão "características" do SMD segundo a tipologia de Garengo (2009). Isso, provavelmente, * porque é mais fácil aumentar o número de indicadores do que a qualidade das mensurações. E sugere-se que as empresas empregam primeiramente maior atenção ao "escopo" do SMD do que nas suas "características" * * * * * * * Empresa A * * * * * * * * A tipologia de Garengo (2009) é válida para classificar o SMD das empresas e os apresenta em diferentes estágios de evolução. Isso a despeito das características particulares de cada empresa. Em três das cinco empresas pesquisadas (A, C e M) o processo de uso do SMD é coordenado pela área da gestão da qualidade, sem a participação efetivida da área de controladoria e/ou contabilidade, o que pode prejudicar as análises dos reflexos dos indicadores não-financeiros no desempenho econômicofinanceiro nessas organizações Interfaces com a Gestão da Qualidade 4 das 5 empresas pesquisadas possuem uma junção do SMD e do SGQ no que tange ao uso dos indicadores de desempenho A única empresa a não realizar a mesma junção dos indicadores em um único sistema (Empresa D), atribuiu o controller como o gestor responsável na alta administração por ambos os sistemas Não se observou uma relação entre o grau de maturidade da gestão da qualidade e o estágio de desenvolvimento do SMD nas empresas pesquisadas A junção de ambos os sistemas pode gerar uma economia de recursos financeiros e de tempo A certificação da ISO, por exigência da norma, pode contribuir na formalização dos processos na organização, entre os quais o de uso do SMD SMD Classificação do SMD como "Diagnóstico-Avançado" Utiliza um modelo adaptado do Balanced Scorecard (BSC ) BSC é uma evolução de modelo anterior de SMD, denominado de "Painel de Bordo", em que os indicadores não se correlacionavam Indicadores de desempenho são vinculados ao planejamento estratégico da empresa Algumas análises da relação de causa-e-efeito são realizadas, por exemplo, no indicador de "Margem de Contribuição" SMD já passou por melhorias na integração com o ERP, criação de vínculo entre indicadores a processos e objetivos estratégicos Um software específico para os indicadores foi adquirido Indicadores da qualidade são integrados no BSC e são vinculados a cada indicador do BSC de forma sistemática Interfaces com a Gestão da Qualidade * Área da qualidade é a responsável por coordenar o uso do BSC na organização Controladoria ainda não exerce um papel de avaliação dos indicadores atrelada à coordenação da organização para o empreendimento de ações que visem a * atingir seus objetivos econômico-financeiros 77 Quadro 12: Resumo dos Principais Achados da Pesquisa (Continuação) Empresa C SMD * Classificação do SMD como "Diagnóstico-Excelente" * Não há uma área responsável por coordenar o processo de uso do SMD, sendo esta uma atribuição da própria diretora-proprietária da empresa Há uma padronização na coleta e processamento dos dados dos indicadores que, embora sejam manuais, parecem atender as necessidades da empresa, ainda * que essas rotinas sejam pulveridas para cada responsável pelos indicadores por área e não existir uma área na empresa para coordenar o processo * As ações de correção dos indicadores abaixo da meta são baseadas em planos de ação que são necessariamente criados nesse caso Interfaces com a Gestão da Qualidade * Há um processo sistemático de revisão dos indicadores anualmente, juntamente com a revisão do SGQ * Indicadores do SGQ são os mesmos indicadores do SMD O uso do SMD ocorre mediante a realização de reuniões mensais de avalição do SGQ. As reuniões têm um papel central na manutenção do uso efetivo do * SMD Empresa D * * * * * SMD Classificação do SMD como "Diagnóstico-Excelente" Sistema passou por reformulação a partir de mudanças na estrutura interna da empresa e por razões externas (diminuição de vendas e produção) Indicadores de desempenho são vinculados ao planejamento estratégico da empresa Indicadores de desempenho são reportados periodica e sistematicamente à matriz na Alemanha e à administração das Américas nos EUA Indicadores de desempenho compõem o pacote de bônus/remuneração dos gestores da empresa no Brasil Interfaces com a Gestão da Qualidade Controller é o responsável na alta administração pelo SGQ e por manter a certificação da ISO 9001, cuja exigência é estabelecida por política da matriz na * Alemanha * Indicadores da qualidade e do SMD são mantidos em sistemas segregados, sem integração 78 Quadro 12: Resumo dos Principais Achados da Pesquisa (Continuação) Empresa M * * * * * * * * * SMD Classificação do SMD como "Balanceado-Avançado" Indicadores de desempenho são utilizados em um software específico para esse fim Esse Software por outro lado ainda não garante que as informações não tenham sua confiabilidade e integridade questionadas O software também exige a colocação de um plano de ação para cada indicador abaixo da meta, porém, em alguns casos, são colocadas apenas observações para se eliminar a pendência no software Recentemente o SMD passou por processo de "enxugamento" na quantidade total de indicadores, produzindo resultados positivos na capacidade de análise e discussão dos indicadores que restaram SMD não possui um gestor que coordene seu processo de uso. O coordenador da qualidade é um facilitador no uso do software dos indicadores, porém somente nos aspectos técnicos da ferramenta de TI Indicadores fornecidos pela contabilidade sem atualização há, no mínimo, 5 meses, em decorrência de atraso no processamento da escrituração contábil da empresa Na ausência dos indicadores fornecidos pela contabilidade de forma tempestiva, diretor executivo da empresa acompanha o desempenho com o uso dos indicadores não financeiros Interfaces com a Gestão da Qualidade Indicadores da qualidade e do SMD são utilizados de forma integrada no mesmo conjunto de indicadores e integram o software dos indicadores Empresa S SMD * Classificação do SMD como "Balanceado-Avançado" Indicador referente a "Custo por Tonelada" é atualizado conforme a oscilação de um insumo que é uma commodity , baseado na referência externa do preço * do mesmo * As diversas áreas são responsáveis por coletas e processar as suas informações, mas há uma coordenação do processo pelo coordenador de custos SMD como a menor quantidade de indicadores é o da Empresa S, dentre as organizações pesquisadas. A despeito disso, o sistema é "balanceado" na tipologia * de Garengo (2009), na medida em que há indicadores nas diversas áreas da empresa Indicadores "informativos" são utilizados com a finalidade de acompanhamento gerencial, sem estipulação de metas. Alguns indicadores "informativos", quando * transformados em indicadores meta, são colocados também no SGQ Interfaces com a Gestão da Qualidade * Indicadores meta são colocados no SGQ para auxiliar no processo de cobrança das metas, o que ocorre via reuniões do SGQ 79 possam se aprofundar na investigação de quais são os fatores que explicam ou favorecem essas interfaces. Já para a prática empresarial nas organizações, entende-se que as principais contribuições deste estudo se referem a: 1) validar uma tipologia que pode ser aplicada pelos profissionais nas pequenas e médias empresas com o objetivo de diagnosticar o estágio de desenvolvimento do seu SMD; 2) a partir desse diagnóstico os profissionais podem promover melhorias no SMD, na medida em que a tipologia disponibiliza as características qualitativas consideradas mais importantes no desenvolvimento desse sistema; 3) a tipologia pode ser adaptada por associações e entidades de classe para permitir, em larga escala, que as pequenas e médias empresas realizem um auto-diagnóstico do seu SMD e recebam sugestões de melhoria, o que pode ser disponibilizado via Internet, nos moldes do que já ocorre com o auto-diagnóstico do grau de maturidade da gestão da qualidade disponibilizado pela FNQ; 4) ao sugerir que pequenas e médias empresas certificadas pela ISO 9000, especificamente com determinado grau de maturidade na gestão da qualidade possam utilizar SMD mais desenvolvidos para mensurar o seu desempenho; 5) ao evidenciar algumas das práticas empregadas pelas cinco empresas pesquisadas para o uso ou melhoria do SMD, tais como a utilização de um software específico para os indicadores de desempenho, a junção dos indicadores de desempenho do SMD e do SGQ. A análise dos resultados desta pesquisa deve ocorrer à luz de algumas limitações, a partir do que se propõe sugestões para futuras pesquisas: 1) a abordagem qualitativa empregada metodologicamente, bem como a seleção intencional da amostra de empresas, por conveniência, não permitem uma generalização dos resultados para o universo geral das pequenas e médias empresas brasileiras, nesse sentido, pesquisas quantitativas podem contribuir com a validação estatística; 2) a tipologia de Garengo (2009), a despeito de ser elaborada a partir da literatura e ter sido validada pela pesquisadora através do uso de um painel de especialistas no mesmo trabalho, possui um tom normativo e prescritivo das dimensões do SMD, como reconhecido pela mesma autora, assim, futuras pesquisas podem investigar a importância relativa de cada dimensão da tipologia considerando as necessidades específicas de cada organização, o que também não foi considerado no presente estudo; 3) a amostra desta pesquisa permitiu verificar o relacionamento entre o grau de maturidade da gestão da qualidade e o estágio de evolução do SMD em pontos determinados nos modelos utilizados. Na gestão da qualidade houve somente empresas com grau igual ou maior que 5 numa escala de 1 a 9 da FNQ e no SMD todos os sistemas são, no mínimo, “balanceados” e “avançados”. Futuras pesquisas com uma maior amostragem podem verificar se SMD 80 “básicos” estariam mais associados a graus menores de maturidade da gestão da qualidade, por exemplo; 4) a escala utilizada para medir o grau de maturidade da gestão da qualidade, que foi da FNQ (modelo MEG®). Futuras pesquisas que eventualmente utilizarem outros modelos de gestão da qualidade podem chegar a resultados diferentes. Por fim, sugere-se que pesquisas venham a ser desenvolvidas para estudar em profundidade como ocorre a evolução dos SMD em pequenas e médias empresas à luz da tipologia de Garengo (2009), o que poderia ser realizado, por exemplo, com estudos de caso longitudinais. 6. Referências ADAMS, C.; NEELY, A. Prism reform. Financial Management, Maio, p. 28-31, 2002. ANTHONY, Robert; GOVINDARAJAN, Vijay. 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Questões sobre as Características do SMD: 1. Dinâmica de Revisão: Vinculação com as dimensões do SMD e construtos conforme Garengo (2009): Construto Dimensão do SMD Definição da Dimensão Mecanismos de revisão das métricas de desempenho e seus objetivos são Dinâmica de incluídos no SMD. Esses mecanismos adaptabilidade de revisão objetivam assegurar que o Dinâmica de SMD responda rapidamente a mudanças revisão nos contextos interno e externo. A mensuração de desempenho ajuda a Refinamento da aprimorar os objetivos e estratégia préEstratégia definidos. Fonte: Elaborado a partir de Garengo (2009, p. 96-97). Questões Vinculadas Questões na Versão do Respondente (Apêndice 2) a; b 6.b; 6.c c 5.b Questões Propostas: a. Ambiente Interno – Nos últimos 2 anos ocorreu uma ou mais mudanças nos indicadores de desempenho (criação ou exclusão de indicadores, modificação nos indicadores/forma de medir) por causa de mudanças significativas no ambiente interno da empresa? Exemplos: mudança de sócios/acionistas; abertura de novas unidades/filiais; implantação de programa de qualidade, lançamento de linhas de produto; mudanças na estrutura organizacional (organograma, funções das áreas); criação de novas áreas/departamentos/diretorias; mudanças no posicionamento estratégico, mudança nos processos internos, etc. Mudanças nos indicadores (frente ao ambiente interno) Uma ou Houve várias Mudanças Não houve Não sei poucas mudanças foram mudanças responder mudanças pontuais frequentes Marque apenas um “X” Ref. ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 1 2 3 4 - b. Ambiente Externo – Nos últimos 2 anos ocorreu uma ou mais mudanças nos indicadores de desempenho (criação ou exclusão de indicadores, modificação nos indicadores/forma de medir) por causa de mudanças significativas no ambiente externo da empresa? 87 Exemplos: Modificação na legislação que regula o mercado; entrada de novos concorrentes nacionais e internacionais; mudança do perfil de consumo dos clientes; mudanças tecnológicas; etc. Mudanças nos indicadores (frente ao ambiente externo) Uma ou Houve várias Mudanças Não houve Não sei poucas mudanças foram mudanças responder mudanças pontuais frequentes Marque apenas um “X” Ref. ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 1 2 3 4 - c. Melhoria da Estratégia – A existência dos indicadores de desempenho interfere na definição da estratégia ou dos objetivos da empresa. Exemplos: novos objetivos são considerados; são feitas mudanças na estratégia; objetivos são priorizados a partir dos indicadores, etc. Interferência dos indicadores na estratégia/objetivos da empresa Interfere Interfere Interfere Não sei Não interfere pouco razoavelmente muito responder Marque apenas um “X” Ref. ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 1 2 3 4 - 2. Natureza Sistemática: Vinculação com as dimensões do SMD e construtos conforme Garengo (2009): Construto Dimensão do SMD Definição da Dimensão Estratégia é a dimensão-chave no SMD; o SMD tem de garantir que as medidas adotadas são coerentes com a estratégia. Foco nos Os requisitos das partes interessadas são stakeholders o ponto de partida no desenho do SMD. Os objetivos estabelecidos, medidas e metodologia a ser usada para coletar e Clareza e processor as informações são claramente simplicidade definidas e comunicadas aos envolvidos no SMD. As medidas são divididas em indicadores Natureza detalhados (as atividades operacionais sistemática Profundidade individuais envolvidas em cada processo são mensuradas). A atividade de processamento dos dados tem de ser claramente pré-definida. Acurácia Os dados tem de ser manuseados com acurácia. Pequenas quantidades de dados simples tem de ser capazes de atender às Essencialidade necessidades específicas da empresa. O sistema requer pouco capital e recursos humanos. Fonte: Elaborado a partir de Garengo (2009, p. 96-97). Alinhamento estratégico Questões Vinculadas Questões na Versão do Respondente (Apêndice 2) d 5.a e 3.d f; g 2.a; 3.a h 1.g i; j 3.b; 2.c k; l 6.a; 3.c 88 Questões Propostas: d. Estratégia – Os indicadores de desempenho são estabelecidos a partir da estratégia e/ou dos objetivos estratégicos da empresa? A estratégia / objetivos da empresa não são claros ou definidos explicitamente Marque apenas um “X” Ref. Vínculo dos indicadores à estratégia/objetivos da empresa Alguns indicadores Muitos Todos os Não sei são vinculados à indicadores indicadores são responder estratégia / objetivos são vinculados vinculados ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 1 2 3 4 - e. Partes interessadas – Os interessados nos indicadores de desempenho se queixam de que as informações dos indicadores não atendem às suas necessidades? Exemplos: as informações não são relevantes, confiáveis ou tempestivas; faltam indicadores importantes, etc. Queixas dos interessados nos indicadores Marque apenas um “X” Os interessados não conhecem suas próprias necessidades Os interessados frequentemente se queixam Os interessados não se queixam com frequência Os interessados não se queixam Não sei responder Ref. ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ 4 ☐ - f. Coleta e geração de dados – O processo de coleta e geração dos dados dos indicadores de desempenho é ágil e fácil de fazer? Ágil: Ref. à rapidez e tempestividade na apresentação dos dados Fácil: Ref. à facilidade na coleta e processamento dos dados e no entendimento do que deve ser feito para gera-los Agilidade e facilidade do processo de coleta e geração dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. O processo não é ágil e não é fácil É ágil, mas não é fácil É fácil, mas não é ágil É ágil e fácil Não sei responder ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ 4 ☐ - g. Clareza dos dados – Frequentemente os envolvidos na coleta, geração e também na análise dos dados dos indicadores de desempenho não entendem as informações apresentadas e/ou o que o indicador realmente mede. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Marque Entendimento dos dados dos indicadores 89 apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ 4 ☐ - h. Desdobramentos dos indicadores – Existe um ou mais casos em que há mais de um indicador para medir o mesmo tipo de desempenho? Exemplo: o tempo total de atendimento de pedidos de clientes (tipo de desempenho) é desdobrado em indicadores de: a) tempo de fabricação, b) tempo de expedição e c) tempo de entrega. Desdobramentos dos indicadores Marque apenas um “X” Não existe desdobramento de indicadores Ref. ☐ 1 Existe um tipo de desempenho Existe mais de um tipo de que é desdobrado em 2 ou desempenho que é desdobrado mais indicadores em 2 ou mais indicadores ☐ 2 Não sei responder ☐ 3 ☐ - i. Confiabilidade – Frequentemente os interessados nos indicadores de desempenho questionam a confiabilidade, veracidade e/ou exatidão dos dados apresentados pelos indicadores. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Entendimento dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ 4 ☐ - j. Confiabilidade – Frequentemente os responsáveis pela coleta e geração dos dados dos indicadores de desempenho sentem que os dados gerados, ou o sistema de informação e/ou as fontes de informação não são totalmente seguras. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Confiabilidade dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ 4 ☐ - k. Essencialidade – Frequentemente os interessados nos indicadores de desempenho sentem que existem vários indicadores desnecessários sendo atualmente medidos e comunicados. 90 Marque sua concordância com a afirmativa acima: Essencialidade dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ 4 ☐ - l. Simplicidade – Os interessados nos indicadores de desempenho sentem que a empresa desperdiça tempo e dinheiro na geração dos indicadores, porque a empresa não precisa de um sistema tão complexo quanto o atual. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Simplicidade dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ 4 ☐ - 3. Integração: Vinculação com as dimensões do SMD e construtos conforme Garengo (2009): Construto Dimensão do SMD Definição da Dimensão A organização não é vista como uma estrutura hierárquica, mas como um conjunto integrado de processos coordenados que criam um sistema. O SMD promove a integração entre as áreas de negócios utilizando a integração Integração de diferentes sistemas como o sistema contábil, sistema estratégico e o Integração planejamento da produção. O sistema é capaz de lidar com grandes quantidades de dados. Baseado em TI – A tecnologia de informação suporta a Tecnologia da coleta e o processamento de dados para Informação prover relatórios e outputs sob medida e para fornecer uma descrição total do desempenho da empresa. Fonte: Elaborado a partir de Garengo (2009, p. 96-97). Orientação a processos Questões Vinculadas Questões na Versão do Respondente (Apêndice 2) m 1.f n 1.e o 1.b Questões Propostas: m. Orientação a processos – Existe um ou mais indicadores que medem um ou mais processos organizacionais completos da empresa, que no seu todo podem estar ou não sob a responsabilidade de mais de uma área da empresa? 91 Exemplo: indicador de tempo de atendimento de pedidos de clientes, que envolve o ciclo de produção (área de produção), o tempo de despacho dos produtos (área de expedição) e tempo de entrega (área de logística). Orientação dos indicadores aos processos organizacionais Marque apenas um “X” Não existem indicadores para processos Existe pelo menos um ou alguns indicadores Existem vários indicadores Não sei responder Ref. ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ - n. Integração entre áreas / departamentos / unidades – Existe um ou mais indicadores de desempenho que são metas cruzadas entre as áreas / departamentos / unidades da empresa? Exemplo: O indicador de ciclo operacional depende do desempenho em várias áreas da empresa: a) giro dos estoques (área de produção), b) prazo médio de pagamentos (área de contas a pagar) e c) prazo médio de recebimentos (área de cobrança/contas a receber). Metas cruzadas dos indicadores Marque apenas um “X” Não existem indicadores relativos a metas cruzadas Existe pelo menos um ou alguns indicadores que são meta cruzada Existem vários indicadores Não sei responder Ref. ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ - o. TI (Tecnologia da Informação) – As rotinas de coleta e geração dos dados dos indicadores de desempenho são bastante manuais, envolvendo a coleta de dados em diversos sistemas não integrados, informações/formulários apenas impressos e utilização de planilhas eletrônicas. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Simplicidade dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ 4 ☐ - II. Questões sobre o Escopo do SMD: 1. Balanceamento: Vinculação com as dimensões do SMD e construtos conforme Garengo (2009): 92 Construto Dimensão do SMD Definição da Dimensão Questões Vinculadas Questões na Versão do Respondente (Apêndice 2) a; b; c 1.a; 1.b; 1.c d 1.d e 4.b O SMD utiliza diferentes perspectivas que são baseadas no tipo de medidas Balanceamento (financeiras ou não-financeiras) e/ou no objetivo das medidas (interno ou externo). Toda a organização é objeto da Balanceamento mensuração de desempenho. Um Abrangência grande número de funções (ou macroprocessos) são incluídos. O SMD inclui um meio sistemático de Sistema de avaliar o desempenho dos funcionários; recompensa recompensas monetárias ou nãomonetárias pesam nos indicadores. Fonte: Elaborado a partir de Garengo (2009, p. 96-97). Questões Propostas: a. Balanceamento – Existem indicadores de desempenho na empresa tanto financeiros/contábeis, como também indicadores não-financeiros, tais como tempo de ciclos de produção, ciclo operacional, tempo de entrega, produtividade, recursos humanos, satisfação de clientes, inovação, entre outros. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Balanceamento dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 4 ☐ 3 ☐ 2 ☐ 1 ☐ - b. Balanceamento – Além de indicadores de desempenho quantitativos (caracterizados por números quantificados objetivamente) existe um ou mais indicadores qualitativos (caracterizados por conceitos ou escalas de classificação)? Exemplo de indicador qualitativo: a pesquisa de satisfação de clientes, cujos resultados são apresentados por uma escala do tipo: não satisfeito, satisfeito, muito satisfeito, etc. Indicadores qualitativos Marque apenas um “X” Não existem indicadores qualitativos Existe pelo menos um ou alguns indicadores qualitativos Existem vários indicadores qualitativos Não sei responder Ref. ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ - c. Balanceamento – Existe um ou mais indicadores de desempenho na empresa que medem dados externos à organização? 93 Exemplo: lucratividade média do setor, indicadores da concorrência, taxa média de rotatividade de funcionários do setor, etc. Indicadores de dados externos à empresa Marque apenas um “X” Não existem indicadores de dados externos Existe pelo menos um ou alguns indicadores Existem vários indicadores Não sei responder Ref. ☐ 1 ☐ 2 ☐ 3 ☐ - d. Áreas de abrangência – Os indicadores de desempenho da empresa cobrem diversas áreas da empresa. Exemplos: existem indicadores de produção, vendas/clientes, processos internos, recursos humanos, inovação e pesquisa, logística, etc. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Balanceamento dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 4 ☐ 3 ☐ 2 ☐ 1 ☐ - e. Remuneração por desempenho – A empresa considera os indicadores de desempenho para recompensar os colaboradores e gestores. Considere tanto as recompensas por programas formais, tais como programas de participação nos lucros e resultados, como recompensas discricionárias, como prêmios eventuais, sejam monetários ou não monetários, promoções de cargo, etc. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Balanceamento dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 4 ☐ 3 ☐ 2 ☐ 1 ☐ - 2. Relacionamentos causais: Vinculação com as dimensões do SMD e construtos conforme Garengo (2009): Construto Dimensão do SMD Capacidade Relacionamentos Definição da Dimensão Questões Vinculadas Os resultados e seus determinantes são f; g Questões na Versão do Respondente (Apêndice 2) 3.e; 4.a 94 diagnóstica causais analisados usando diferentes perspectivas e têm de ser mensurados para quantificar a “relação causal” entre si e para suportar as ações de controle e o processo de melhoria. Fonte: Elaborado a partir de Garengo (2009, p. 96-97). Questões Propostas: f. Análise dos indicadores – Na análise dos resultados dos indicadores de desempenho, os gestores frequentemente promovem discussões com foco em levantar quais foram as causas do determinado desempenho. Essas análises são baseadas em fatos, informações e evidências concretas e confirmadas. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Balanceamento dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 4 ☐ 3 ☐ 2 ☐ 1 ☐ - g. Análise dos indicadores – Os gestores frequentemente implantam ou requisitam a implantação de programas, ações de correção, projetos, planos de ação, etc., como consequência da análise dos resultados dos indicadores de desempenho. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Balanceamento dos indicadores Marque apenas um “X” Ref. Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ 4 ☐ 3 ☐ 2 ☐ 1 ☐ - 95 Apêndice 2 – Questionário Fechado sobre o SMD na Versão do Respondente Questionário sobre Sistema de Mensuração de Desempenho Prezado Respondente, Este questionário integra a pesquisa “Sistema de Mensuração de Desempenho e Gestão da Qualidade em PME Brasileiras” e objetiva coletar suas opiniões quanto ao Sistema de Mensuração de Desempenho utilizado atualmente na sua empresa. Todas as perguntas devem ser respondidas com apenas uma indicação de alternativa. Em caso de dúvidas ao responder qualquer das questões, favor marcar “Não sei responder”, para que a questão possa ser respondida na fase de entrevista da pesquisa, na qual o pesquisador poderá esclarecer pessoalmente o assunto para possibilitar a resposta. Atenciosamente, Diego dos Santos Pereira Universidade Presbiteriana Mackenzie Curso de Mestrado Profissional em Controladoria Empresarial Questões 1. Sobre os indicadores de desempenho: a) Balanceamento – Existem indicadores de desempenho na empresa tanto financeiros/contábeis, como também indicadores não-financeiros, tais como tempo de ciclos de produção, ciclo operacional, tempo de entrega, produtividade, recursos humanos, satisfação de clientes, inovação, entre outros. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Balanceamento dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ b) Balanceamento – Além de indicadores de desempenho quantitativos (caracterizados por números quantificados objetivamente) existe um ou mais indicadores qualitativos (caracterizados por conceitos ou escalas de classificação)? Exemplo de indicador qualitativo: a pesquisa de satisfação de clientes, cujos resultados são apresentados por uma escala do tipo: não satisfeito, satisfeito, muito satisfeito, etc. Indicadores qualitativos Marque apenas um “X” Não existem indicadores qualitativos Existe pelo menos um ou alguns indicadores qualitativos Existem vários indicadores qualitativos Não sei responder 96 ☐ ☐ ☐ ☐ c) Balanceamento – Existe um ou mais indicadores de desempenho na empresa que medem dados externos à organização? Exemplo: lucratividade média do setor, indicadores da concorrência, taxa média de rotatividade de funcionários do setor, etc. Indicadores de dados externos à empresa Marque apenas um “X” Não existem indicadores de dados externos Existe pelo menos um ou alguns indicadores Existem vários indicadores Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ d) Áreas de abrangência – Os indicadores de desempenho da empresa cobrem diversas áreas da empresa. Exemplos: existem indicadores de produção, vendas/clientes, processos internos, recursos humanos, inovação e pesquisa, logística, etc. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Balanceamento dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ e) Integração entre áreas / departamentos / unidades – Existe um ou mais indicadores de desempenho que são metas cruzadas entre as áreas / departamentos / unidades da empresa? Exemplo: O indicador de ciclo operacional depende do desempenho em várias áreas da empresa: a) giro dos estoques (área de produção), b) prazo médio de pagamentos (área de contas a pagar) e c) prazo médio de recebimentos (área de cobrança/contas a receber). Metas cruzadas dos indicadores Marque apenas um “X” Não existem indicadores relativos a metas cruzadas Existe pelo menos um ou alguns indicadores que são meta cruzada Existem vários indicadores Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ f) Orientação a processos – Existe um ou mais indicadores que medem um ou mais processos organizacionais completos da empresa, que no seu todo podem estar ou não sob a responsabilidade de mais de uma área da empresa? Exemplo: indicador de tempo de atendimento de pedidos de clientes, que envolve o ciclo de produção (área de produção), o tempo de despacho dos produtos (área de expedição) e tempo de entrega (área de logística). 97 Orientação dos indicadores aos processos organizacionais Marque apenas um “X” Não existem indicadores para processos Existe pelo menos um ou alguns indicadores Existem vários indicadores Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ g) Desdobramentos dos indicadores – Existe um ou mais casos em que há mais de um indicador para medir o mesmo tipo de desempenho? Exemplo: o tempo total de atendimento de pedidos de clientes (tipo de desempenho) é desdobrado em indicadores de: a) tempo de fabricação, b) tempo de expedição e c) tempo de entrega. 2. Sobre o processo de geração das informações dos indicadores de desempenho: Desdobramentos dos indicadores Marque apenas um “X” Não existe desdobramento de indicadores Existe um tipo de desempenho Existe mais de um tipo de que é desdobrado em 2 ou desempenho que é desdobrado mais indicadores em 2 ou mais indicadores ☐ ☐ Não sei responder ☐ ☐ a) Coleta e geração de dados – O processo de coleta e geração dos dados dos indicadores de desempenho é ágil e fácil de fazer? Ágil: Ref. à rapidez na geração e tempestividade na apresentação dos dados Fácil: Ref. à facilidade na coleta e processamento dos dados e no entendimento do que deve ser feito para gerá-los Agilidade e facilidade do processo de coleta e geração dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” O processo não é ágil e não é fácil É ágil, mas não é fácil É fácil, mas não é ágil É ágil e fácil Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ b) TI (Tecnologia da Informação) – As rotinas de coleta e geração dos dados dos indicadores de desempenho são bastante manuais, envolvendo a coleta de dados em diversos sistemas não integrados, informações/formulários apenas impressos e utilização de planilhas eletrônicas. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Simplicidade dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 98 c) Confiabilidade – Frequentemente os responsáveis pela coleta e geração dos dados dos indicadores de desempenho sentem que os dados gerados e/ou o sistema de informação e/ou as fontes de informação não são totalmente seguras e confiáveis. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Confiabilidade dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 3. Sobre a análise das informações dos indicadores de desempenho: a) Clareza dos dados – Frequentemente os envolvidos na coleta, geração e também na análise dos dados dos indicadores de desempenho não entendem as informações apresentadas e/ou o que o indicador realmente mede. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Entendimento dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ b) Confiabilidade – Frequentemente os interessados nos indicadores de desempenho questionam a confiabilidade, veracidade e/ou exatidão dos dados apresentados pelos indicadores. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Entendimento dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ c) Simplicidade – Os interessados nos indicadores de desempenho sentem que a empresa desperdiça tempo e dinheiro na geração dos indicadores, porque a empresa não precisa de um sistema tão complexo quanto o atual. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Simplicidade dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 99 d) Partes interessadas/stakeholders – Os interessados (stakeholders) nos indicadores de desempenho se queixam de que as informações dos indicadores não atendem às suas necessidades? Exemplos: as informações não são relevantes, confiáveis ou tempestivas; faltam indicadores importantes, etc. Queixas dos interessados nos indicadores Marque apenas um “X” Os interessados não conhecem suas próprias necessidades Os interessados frequentemente se queixam Os interessados não se queixam com frequência Os interessados não se queixam Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ e) Análise dos indicadores – Na análise dos resultados dos indicadores de desempenho, os gestores frequentemente promovem discussões com foco em levantar quais foram as causas do determinado desempenho. Essas análises são baseadas em fatos, informações e evidências concretas e confirmadas. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Balanceamento dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 4. Sobre as consequências da análise dos indicadores de desempenho: a) Análise dos indicadores – Os gestores frequentemente implantam ou requisitam a implantação de programas, ações de correção, projetos, planos de ação, etc., como consequência da análise dos resultados dos indicadores de desempenho. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Balanceamento dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ b) Remuneração por desempenho – A empresa considera os indicadores de desempenho para recompensar os colaboradores e gestores. Considere tanto as recompensas por programas formais, tais como programas de participação nos lucros e resultados, como recompensas discricionárias, como prêmios eventuais, sejam monetários ou não monetários, promoções de cargo, etc. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Marque Balanceamento dos indicadores 100 apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 5. Sobre o papel da estratégia da empresa nos indicadores de desempenho: a) Estratégia – Os indicadores de desempenho são estabelecidos a partir da estratégia e/ou dos objetivos estratégicos da empresa? A estratégia / objetivos da empresa não são claros ou definidos explicitamente Marque apenas um “X” Vínculo dos indicadores à estratégia/objetivos da empresa Alguns indicadores Muitos Todos os Não sei são vinculados à indicadores indicadores são responder estratégia / objetivos são vinculados vinculados ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ b) Melhoria da Estratégia – A existência dos indicadores de desempenho interfere na definição da estratégia ou dos objetivos da empresa. Exemplos: novos objetivos são considerados; são feitas mudanças na estratégia; objetivos são priorizados a partir dos indicadores, objetivos são excluídos, etc. Interferência dos indicadores na estratégia/objetivos da empresa Interfere Interfere Interfere Não sei Não interfere pouco razoavelmente muito responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 6. Sobre a revisão do sistema de indicadores de desempenho: a) Essencialidade – Frequentemente os interessados nos indicadores de desempenho sentem que existem vários indicadores desnecessários sendo atualmente medidos e comunicados. Marque sua concordância com a afirmativa acima: Essencialidade dos dados dos indicadores Marque apenas um “X” Concordo Discordo em parte Discordo muito Discordo totalmente Não sei responder ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ b) Ambiente Interno – Nos últimos 2 anos ocorreu uma ou mais mudanças nos indicadores de desempenho (criação ou exclusão de indicadores, modificação nos indicadores/forma de medir) por causa de mudanças significativas no ambiente interno da empresa? Exemplos: mudança de sócios/acionistas; abertura de novas unidades/filiais; implantação de programa de qualidade, lançamento de linhas de produto; mudanças na estrutura organizacional (organograma, funções das áreas); criação de novas áreas/departamentos/diretorias; mudanças no posicionamento estratégico, mudança nos processos internos, etc. 101 Mudanças nos indicadores (frente ao ambiente interno) Uma ou Houve várias Mudanças Não houve Não sei poucas mudanças foram mudanças responder mudanças pontuais frequentes Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ c) Ambiente Externo – Nos últimos 2 anos ocorreu uma ou mais mudanças nos indicadores de desempenho (criação ou exclusão de indicadores, modificação nos indicadores/forma de medir) por causa de mudanças significativas no ambiente externo da empresa? Exemplos: Modificação na legislação que regula o mercado; entrada de novos concorrentes nacionais e internacionais; mudança do perfil de consumo dos clientes; mudanças tecnológicas; etc. Mudanças nos indicadores (frente ao ambiente externo) Uma ou Houve várias Mudanças Não sei poucas mudanças foram responder mudanças pontuais frequentes Não houve mudanças Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 102 Apêndice 3 – Roteiro de Entrevista Semiestruturada sobre o SMD Empresa: Nome do entrevistado: Cargo/Função: Tempo na Empresa: Tempo no Cargo/Função: Gênero: Etapa 1 – Objetivo: entender como ocorre o uso do SMD na empresa, explorando quais são as barreiras que inibem o uso mais efetivo do sistema pela empresa. Pontos-chave: 1. Histórico do SMD na empresa. Quando iniciou? Se já houve alguma mudança substancial na forma de uso. 2. Construção dos indicadores. Reuniões. Envolvimento das áreas e gestores. 3. Dinâmica de revisão dos indicadores. Atualizações restritas, não feitas ou constantes. 4. Coleta e processamento dos dados. Sistema. Intervenção manual. Integração dos dados. 5. Divulgação das informações. Para quem? Periodicidade. 6. Após divulgação das informações, quais ações práticas são tomadas pelos gestores? Discussões realizadas. Planos de ação propostos. 7. Gestão da qualidade interfere no uso do SMD? O papel da ISO. As interfaces com o gestor da qualidade na organização. 8. Barreiras relatadas na literatura: I) Falta de pessoal qualificado; II) Falta de uma cultura mais gerencial; III) Limitação de recursos financeiros; IV) Atuação dos gestores reativa aos problemas, e falta de planejamento preventivo; V) Conhecimento pouco formalizado em manuais, processos e instruções codificados; VI) Percepção de que o SMD é um instrumento burocrático. 9. Você deseja fazer mais algum comentário a respeito do assunto que discutimos que possa contribuir com esta pesquisa? 103 Apêndice 4 – Respostas do Questionário sobre o SMD Questão Empresa A Empresa C Empresa D Empresa M Empresa S 1.a 3 3 3 4 3 1.b 1.c 2 3 2 2 4 3 2 2 2 3 1.d 2 2 4 2 2 1.e 3 3 3 3 4 1.f 3 3 2 4 1 1.g 2 2 1 4 2 1.h 3 3 3 3 3 1.i 1 2 1 2 1 1.j 1 2 2 4 1 1.k 1.l 2 3 3 3 1 2 2 4 2 2 1.m 2 1 3 1 1 1.n 1.o 3 1 2 2 3 1 2 1 1 1 2.a 4 4 4 4 4 2.b 2 2 3 2 2 2.c 1 1 3 1 1 2.d 2.e 4 4 4 2 4 1 4 1 4 2 2.f 2.g 3 3 3 4 4 3 4 4 3 3 104 Apêndice 5 – Autorização para a Pesquisa e Termo de Confidencialidade CARTA DE INFORMAÇÃO E CONFIDENCIALIDADE À INSTITUIÇÃO DA PESQUISA Esta pesquisa tem como objetivo estudar o uso do Sistema de Indicadores de Desempenho corporativo da ___________, aliado ao seu Sistema de Gestão da Qualidade. Sendo assim aplicarei instrumentos de coleta de dados: questionário, entrevistas com gestores da empresa e análise do sistema de indicadores. Para tal solicito a autorização da empresa __________________ – CNPJ ______________ para a aplicação dos instrumentos de coleta de dados; o material e o contato interpessoal não oferecerão riscos de qualquer ordem aos colaboradores e à empresa. Os indivíduos não serão obrigados a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Tudo o que for falado será confidencial e usado sem a identificação do colaborador e dos locais. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou depois poderão ser livremente esclarecidas, bastando entrar em contato no e-mail ou telefone abaixo mencionado. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia ficará com a empresa e outra com o pesquisador. Obrigado. __________________________________ Pesquisador: Diego dos Santos Pereira RG 45.416.048-3/SSP-SP 19 8236-8000 [email protected] TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Pelo presente instrumento, que atende às exigências legais, o(a) senhor(a) _____________, INFORMAÇÃO responsável E legal pela CONFIDENCIALIDADE _____________. À INSTITUIÇÃO após DA leitura da PESQUISA, CARTA DE ciente dos procedimentos de coleta de dados na empresa, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância em autorizar a realização da pesquisa proposta. Fica claro que os sujeitos de pesquisa ou seu representante legal podem, a qualquer momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo-alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional. São Paulo, __ de ___________ de 2012. ___________________________________________________ Assinatura do representante da empresa 105 Apêndice 6 – Questionário Fechado sobre a Gestão da Qualidade Questionário Fechado sobre Sistema de Gestão da Qualidade Prezado Respondente, Este questionário integra a pesquisa “Sistema de Mensuração de Desempenho e Gestão da Qualidade em PME Brasileiras” e objetiva coletar suas opiniões quanto ao Sistema de Gestão da Qualidade utilizado atualmente na sua empresa. O questionário é proveniente do software e-MEG Diagóstico da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), disponível para download no site da Fundação, em www.fnq.org.br > Produtos e Serviços > Software > Diagnóstico. Preenchendo o questionário no software a empresa obtém um diagnóstico do grau de maturidade da organização nos níveis básico, intermediário e avançado de gestão em relação ao Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), reconhecido internacionalmente e utilizado por organizações de Classe Mundial. Pede-se que todas as perguntas sejam respondidas com apenas uma indicação de alternativa. Em caso de dúvidas ao responder qualquer das questões, por favor marque “Não sei responder”, para que a questão possa ser respondida na fase de entrevista da pesquisa, na qual o pesquisador poderá esclarecer pessoalmente o assunto. Atenciosamente, Diego dos Santos Pereira Universidade Presbiteriana Mackenzie Curso de Mestrado Profissional em Controladoria Empresarial 1. Dimensão Liderança Alternativa A b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 106 Alternativa A b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 107 Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa A b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 108 Alternativa A b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa A b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa A b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 109 2. Dimensão Estratégias e Planos Alternativa a B c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 110 Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa A b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 3. Dimensão Clientes 111 Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 112 Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 113 4. Dimensão Sociedade Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 114 Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 5. Dimensão Informações e Conhecimento Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 115 Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 116 6. Dimensão Pessoas Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 117 Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 118 7. Dimensão Processos Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 119 Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 120 Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ Alternativa a b c d e Não sei responder Marque apenas um “X” ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ 121 Apêndice 7 – Roteiro de Entrevista Semiestruturada sobre a Gestão da Qualidade Roteiro de Entrevista Semiestruturada – Gestor do SGQ Empresa: Nome do entrevistado: Cargo/Função: Tempo na Empresa: Tempo no Cargo/Função: Gênero: Pontos-chave: 1. Histórico do SGQ na empresa. Quando iniciou? Se já houve alguma mudança substancial na forma de uso. 2. Possui certificado ISO? Quais? Certificada há quanto tempo? 3. Fatores principais que demandaram a necessidade de certificação. 4. A importância da gestão da qualidade na empresa. Na opinião do gestor, se não fosse a certificação ISO, haveria diferença na forma da organização tratar o SGQ? 5. Participação em programas de reconhecimento/premiação por gestão da qualidade? 6. A interação das diversas áreas da empresa com o SGQ. Níveis de direção, gerência e operacional. 7. Como se dá o processo de asseguração do cumprimento do SGQ? Instrumentos de controle utilizados. 8. Relacionamentos entre SMD e SGQ. 9. O papel da mensuração de desempenho no SGQ. 10. Papel da área de controladoria na empresa quanto ao SGQ. 11. Barreiras ao uso do SGQ na empresa. 12. Você deseja fazer mais algum comentário a respeito do assunto que discutimos que possa contribuir com esta pesquisa? 122 Apêndice 8 – Unidades de Significado das Entrevistas sobre o SMD Categoria Dinâmica de Revisão Natureza S istemática Unidade de S ignificado Número de referências de codificação Alguns indicadores deveriam ser revistos quando a meta fica muito fácil de atingir Comercial ainda não conseguiu fazer a revisão dos seus indicadores Seria importante criar o indicador de ROI para a nova linha lançada Foram criados novos indicadores recentemente Indicadores percebidos como obsoletos são retirados do SM D Indicadores vêm sendo criados quando se percebe a utilidade Ocorrem algumas revisões nos indicadores decorrentes de mudanças internas na empresa 2 1 1 2 2 2 Alguns indicadores novos são criados durante as reuniões de discussão dos indicadores 1 Com o uso do BSC, acredita-se que novos indicadores serão criados, na medida em que detectada a necessidade Foi criado indicador de vendas dos produtos de uma nova linha, mas deveríamos medir também o retorno do investimento dessa linha Foi realizado um enxugamento geral na quantidade de indicadores há 3 ou 4 meses relevância dos indicadores Houve uma série de mudanças nos indicadores há 2 ou 3 anos, para se apurar dados confiáveis Indicadores foram sendo eliminados e restaram 12 ou 13 inicialmente para o BSC Revisão de indicador ocorre se detectada necessidade. Não há um processo pré-definido para revisão SM D foi remodelado na revisão para 2012 - criação e retirada de indicadores A partir de dados confiáveis e do planejamento estratégico realizado no final do último ano, montou-se um BSC Foi realizada uma revisão geral das faixas-meta dos indicadores há algum tempo M udança na estrutura dos indicadores também por mudança de gestão ocorrida - novo presidente na matriz M udança nos indicadores deve acompanhar a dinâmica da empresa 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Ocorrem algumas revisões nos indicadores decorrentes de mudanças externas à empresa 1 Recentemente foi mudada a estrutura dos indicadores, por mudanças na empresa_ mudanças no negócio, estruturura de budget, estrutura de resultado para fins de bônus 1 Recentemente foram criados indicadores por mudanças na empresa Revisão anual do SGI faz com que indicadores também sejam revisados Revisão dos indicadores ocorre com participação de gestores das unidades de todo o mundo Sistema é aberto à criação de novo indicador caso necessário Ebitda e custo fixo necessitam de abertura de dados para melhorar entendimento das causas do desempenho M as a meta de Ebtida ainda deveria ser revista, nos moldes do que se fez com a margem de contribuição Às vezes é necessário corrigir dados alimentados no software dos indicadores Às vezes ocorrem erros no processo de alimentação dos dados no software dos indicadores Às vezes responsáveis por alimentar os dados têm dúvida no uso do software dos indicadores Há questionamentos frequentes quanto à confiabilidade dos dados dos indicadores apresentados Não se costuma investigar muito os dados quando há questionamentos quanto à sua confiabilidade Seria necessário melhorar o método de apurar a satisfação de clientes, para melhorar a análise em todas as perspectivas importantes Uso dos indicadores depende da frequência de realização das reuniões de discussão São necessárias mudanças no formato das reuniões para melhorar análise e discussão dos indicadores Alguns indicadores são desdobrados para melhorar seu entendimento Dados de alguns indicadores são consistidos com a sua fonte, para certificar as informações do SM D A coleta de dados hoje é baseada em mais rotinas automatizadas no ERP e módulo de BI Alguns indicadores são desdobrados para melhorar sua análise Coleta e alimentação dos dados por cada responsável gera comprometimento dele com a informação Indicadores eram inúmeros e diversos não tinham sentido ou não estavam de acordo com o planejamento estratégico Indicadores são divulgados somente nas reuniões de discussão dos indicadores M udança no cálculo da produtividade mostrou que a utilização da capacidade da fábrica está em pouco mais da metade do número antes apurado Nos últimos 2 a 3 anos as metas dos indicadores foram sendo melhor ajustadas, a partir de análises mais refinadas Processo manual de coleta e processamento dos indicadores não gera prejuízos na confiabilidade das informações Realizadas algumas mudanças na forma de medição do indicador Reduziram-se muito as dúvidas nas discussões dos indicadores, sobre a metodologia de medição dos indicadores São tomadas precauções para não vazamento dos dados dos indicadores para públicos não desejados, mas já houve vazamentos Indicadores são padronizados entre as unidades em todo o mundo A partir de dados confiáveis e do planejamento estratégico realizado no final do último ano, montou-se um BSC Alguns indicadores são divulgados diariamente aos envolvidos nas ações vinculadas Alimentação e apresentação dos dados dos indicadores foi padronizada Antiga meta de margem de contribuição era um 'chute', mas foi ajustada a partir de análise mais refinada Cada objetivo estratégico importante possui indicadores atrelados Existe um vínculo dos indicadores à estratégia da empresa Indicadores são construídos na linguagem dos seus usuários Indicadores são discutidos mensalmente com as gerências antes do report à matriz Indicadores são divulgados internamente na unidade - alguns mensalmente e outros trimestralmente Indicadores são divulgados mensalmente para gerência das áreas Indicadores são reportados trimestralmente para a matriz M odelo do SM D é definido pela área de controladoria e finanças da matriz Não há dificuldades no entendimento dos indicadores 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 5 4 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 123 Categoria Unidade de S ignificado Processo de coleta dos dados dos indicadores é manual Em alguns casos, os indicadores poderiam ser desdobrados para medir determinado desempenho em mais de uma perspectiva Integração Balanceamento Número de referências de codificação 4 3 Planilhas eletrônicas são utilizadas para compilar e apresentar os dados dos indicadores 3 Dois indicadores de retrabalho ('chão-de-fábrica') não são colocados no SM D Não ter determinado dado gerado sistemicamente pode impedir a criação de um indicador Sistema de TI contribuiria para ter mais indicadores mensurados Dados dos indicadores são alimentados manualmente no software dos indicadores Está sendo desenvolvida interface com software que faz apontamento automático da produção - hoje o apontamento é manual Há planejamento de adquirir um sistema próprio para os indicadores Antes do BSC tínhamos um conjunto de indicadores (da consultoria externa), mas muitos deles não se cruzavam BSC é mais sintetizado e objetivo que conjunto anterior de indicadores - flutuavam e eram independentes entre si ERP não é integrado automaticamente com o software dos indicadores Há poucos questionamentos quanto à confiabilidade dos dados dos indicadores Reporte dos indicadores à matriz é feito via sistema, mediante alimentação manual dos dados Será desenvolvida integração automática entre o software dos indicadores e o ERP Dados dos indicadores são extraídos do ERP e outras fontes Líder de cada área é responsável por apurar e alimentar os dados dos indicadores As diversas áreas da empresa participam da reunião do SGI e indicadores Gestores de cada área apresentam seus indicadores durante a reunião de discussão dos indicadores Desde há pelo menos 1,5 ano os indicadores são apresentados e preenchidos da mesma forma É usado um software específico para os indicadores há alguns anos Foi adquirido recentemente software específico para os indicadores No BSC se estipulou ter indicadores somente que vão se cruzar Software dos indicadores ajuda a organizar o processo de uso dos indicadores Software dos indicadores ajuda na integração entre as áreas Software dos indicadores é fácil de operar Todos os indicadores estão no software dos indicadores 1 1 1 1 1 1 1 1 Há indicadores nas diversas áreas da empresa 10 Há indicadores quantitativos e qualitativos Indicadores da ISO e demais são todos reportados à matriz Dificuldade no desdobramento do Ebtida para analisar os determinantes do desempenho do indicador 3 1 Ações muito operacionais são discutidas durante a reunião de discussão dos indicadores 2 Dificuldade em estabelecer correlação entre os indicadores Ações efetivas no indicador de custo fixo dependem da implantação eficaz do orçamento Ainda não saem planos de ação concretos a partir da discussão dos indicadores nas reuniões 2 Alguns FCA são registrados somente para eliminar o aviso do software dos indicadores 1 Alguns indicadores necessitam ser abertos e de mais informações para entender as causas do dempenho É preciso melhorar o trabalho nas ações corretivas dos indicadores abaixo da meta Não há bônus e premiação ligados aos indicadores Ações vêm sendo integradas aos indicadores Ações vêm sendo refinadas junto às diversas áreas para indicador de custo fixo, mas ainda são necessárias melhorias Antes do BSC as ações sobre os indicadores eram mais específicas para cada indicador sem uma análise dos reflexos nos outros indicadores Empresa está desenvolvendo um programa de PLR, baseado em alguns dos indicadores Enxugamento da quantidade de indicadores facilita o questionamento dos números Indicadores vêm ajudando a melhorar a produtividade da empresa, mostrando que a capacidade de produção é maior que a suposta Capacidade Diagnóstica Nem todos os indicadores possuem plano de ação já elaborados No BSC, quando se fizer algum plano de ação, essa ação deve se refletir em vários indicadores Indicadores impactam no bônus da unidade brasileira Planos de ação elaborados são depois avaliados para verificar se foram eficazes Planos de ação são criados para atingir as metas dos indicadores 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 4 4 3 2 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 A localização da matriz em outro país faz com que uso dos indicadores seja mais amplo 1 Discussões sobre ações necessárias não dependem da formalização de planos de ação são convocadas reuniões quando necessário 1 Discussões sobre ações necessárias são realizadas sobre os indicadores abaixo da meta 1 Existe uma avaliação FCA para os indicadores fora da faixa-meta Há televisores na produção que apontam os desvios do planejado, permitindo ação tempestiva Indicadores mais importantes são discutidos mensalmente em conference call com matriz Indicadores são discutidos presencialmente com direção das américas 8 vezes ao ano Indicadores são discutidos presencialmente com matriz 4 vezes ao ano São feitos questionamentos da causa do desempenho dos indicadores durante as reuniões São realizadas reuniões intermediárias antes da reunião mensal dos indicadores, para discussão e correção de desempenho de determinados indicadores Software dos indicadores exige o FCA para cada indicador fora da faixa-meta Uso dos indicadores auxilia na cobrança das ações para melhorar o resultado 1 1 1 1 1 1 1 1 1 124 Apêndice 9 – Unidades de Significado por Empresa Pesquisada Empresa Dimensão Categoria Estágio de Desenvolvimento Unidade de S ignificado Número de referências de codificação Empresa A 1 Seria importante criar o indicador de ROI para a nova linha lançada 1 Empresa A 2 Com o uso do BSC, acredita-se que novos indicadores serão criados, na medida em que detectada a necessidade 1 2 Foi criado indicador de vendas dos produtos de uma nova linha, mas deveríamos medir também o retorno do investimento dessa linha 1 Tipologia Garengo Dinâmica de Revisão Empresa A Empresa A 2 2 Empresa A 3 Empresa A 1 Empresa A 1 Empresa A 1 Empresa A 2 Empresa A 2 Empresa A 2 Empresa A Empresa A Empresa A Características do SMD Empresa A Tipologia Garengo Natureza S istemática 2 2 2 Empresa A 2 Empresa A 2 Empresa A 3 Empresa A 3 Empresa A 3 Empresa A 2 Empresa A 2 Houve uma série de mudanças nos indicadores há 2 ou 3 anos, para se apurar dados confiáveis Indicadores foram sendo eliminados e restaram 12 ou 13 inicialmente para o BSC A partir de dados confiáveis e do planejamento estratégico realizado no final do último ano, montou-se um BSC Ebitda e custo fixo necessitam de abertura de dados para melhorar entendimento das causas do desempenho M as a meta de Ebtida ainda deveria ser revista, nos moldes do que se fez com a margem de contribuição Seria necessário melhorar o método de apurar a satisfação de clientes, para melhorar a análise em todas as perspectivas importantes São necessárias mudanças no formato das reuniões para melhorar análise e discussão dos indicadores A coleta de dados hoje é baseada em mais rotinas automatizadas no ERP e módulo de BI Indicadores eram inúmeros e diversos não tinham sentido ou não estavam de acordo com o planejamento estratégico Indicadores são divulgados somente nas reuniões de discussão dos indicadores M udança no cálculo da produtividade mostrou que a utilização da capacidade da fábrica está em pouco mais da metade do número antes apurado Nos últimos 2 a 3 anos as metas dos indicadores foram sendo melhor ajustadas, a partir de análises mais refinadas Reduziram-se muito as dúvidas nas discussões dos indicadores, sobre a metodologia de medição dos indicadores São tomadas precauções para não vazamento dos dados dos indicadores para públicos não desejados, mas já houve vazamentos 1 1 1 2 2 1 4 1 1 1 1 1 1 1 Empresa A 2 Empresa A 3 A partir de dados confiáveis e do planejamento estratégico realizado no final do último ano, montou-se um BSC Alguns indicadores são divulgados diariamente aos envolvidos nas ações vinculadas Antiga meta de margem de contribuição era um 'chute', mas foi ajustada a partir de análise mais refinada Dados dos indicadores são alimentados manualmente no software dos indicadores Está sendo desenvolvida interface com software que faz apontamento automático da produção - hoje o apontamento é manual Antes do BSC tínhamos um conjunto de indicadores (da consultoria externa), mas muitos deles não se cruzavam BSC é mais sintetizado e objetivo que conjunto anterior de indicadores - flutuavam e eram independentes entre si Será desenvolvida integração automática entre o software dos indicadores e o ERP Dados dos indicadores são extraídos do ERP e outras fontes Empresa A 3 Foi adquirido recentemente software específico para os indicadores 1 Empresa A 3 No BSC se estipulou ter indicadores somente que vão se cruzar 1 Empresa A Empresa A Tipologia Garengo Integração 2 2 1 1 1 2 2 1 1 1 4 125 Empresa Dimensão Categoria Tipologia Garengo Balanceamento Empresa A Estágio de Desenvolvimento 3 1 Empresa A 1 Empresa A 1 Empresa A 2 Empresa A Empresa A Escopo do SMD Empresa A Tipologia Garengo Capacidade Diagnóstica 2 2 Empresa A 2 Empresa A 2 Empresa A 3 Empresa A 3 Empresa Dimensão Categoria Empresa C Empresa C Estágio de Desenvolvimento 2 2 Tipologia Garengo Dinâmica de Revisão Empresa C Empresa C 2 3 3 Empresa C 2 Empresa C 2 Empresa C Empresa C Empresa C Empresa C Características do SMD Empresa C Tipologia Garengo Natureza S istemática 2 2 2 2 Empresa C 3 Empresa C Empresa C 3 1 Empresa C 1 Tipologia Garengo Integração Empresa C Empresa C Empresa C Empresa C Empresa C Empresa C 3 Escopo do SMD Empresa C 3 3 Tipologia Garengo Balanceamento Tipologia Garengo Capacidade Diagnóstica 3 3 3 3 Unidade de S ignificado Há indicadores nas diversas áreas da empresa Ações muito operacionais são discutidas durante a reunião de discussão dos indicadores Ações efetivas no indicador de custo fixo dependem da implantação eficaz do orçamento Ainda não saem planos de ação concretos a partir da discussão dos indicadores nas reuniões Ações vêm sendo refinadas junto às diversas áreas para indicador de custo fixo, mas ainda são necessárias melhorias Antes do BSC as ações sobre os indicadores eram mais específicas para cada indicador - sem uma análise dos reflexos nos outros indicadores Empresa está desenvolvendo um programa de PLR, baseado em alguns dos indicadores Indicadores vêm ajudando a melhorar a produtividade da empresa, mostrando que a capacidade de produção é maior que a suposta No BSC, quando se fizer algum plano de ação, essa ação deve se refletir em vários indicadores Há televisores na produção que apontam os desvios do planejado, permitindo ação tempestiva São realizadas reuniões intermediárias antes da reunião mensal dos indicadores, para discussão e correção de desempenho de determinados indicadores Unidade de S ignificado Indicadores percebidos como obsoletos são retirados do SM D Indicadores vêm sendo criados quando se percebe a utilidade SM D foi remodelado na revisão para 2012 - criação e retirada de indicadores M udança nos indicadores deve acompanhar a dinâmica da empresa Revisão anual do SGI faz com que indicadores também sejam revisados Uso dos indicadores depende da frequência de realização das reuniões de discussão São necessárias mudanças no formato das reuniões para melhorar análise e discussão dos indicadores Alguns indicadores são desdobrados para melhorar seu entendimento Dados de alguns indicadores são consistidos com a sua fonte, para certificar as informações do SM D Alguns indicadores são desdobrados para melhorar sua análise Coleta e alimentação dos dados por cada responsável gera comprometimento dele com a informação Alimentação e apresentação dos dados dos indicadores foi padronizada Indicadores são construídos na linguagem dos seus usuários Processo de coleta dos dados dos indicadores é manual Planilhas eletrônicas são utilizadas para compilar e apresentar os dados dos indicadores Dados dos indicadores são extraídos do ERP e outras fontes Líder de cada área é responsável por apurar e alimentar os dados dos indicadores As diversas áreas da empresa participam da reunião do SGI e indicadores Há indicadores nas diversas áreas da empresa Planos de ação elaborados são depois avaliados para verificar se foram eficazes Planos de ação são criados para atingir as metas dos indicadores Uso dos indicadores auxilia na cobrança das ações para melhorar o resultado Número de referências de codificação 10 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Número de referências de codificação 2 2 1 1 1 5 4 2 2 1 1 1 1 4 3 4 4 3 10 2 2 1 126 Empresa Dimensão Categoria Empresa D 3 Tipologia Garengo Dinâmica de Revisão Empresa D Empresa D Empresa D Empresa D Empresa D Empresa D 3 2 Características do SMD Empresa D 3 3 Empresa D Empresa D Empresa D Empresa D Estágio de Desenvolvimento Tipologia Garengo Natureza S istemática 3 3 3 3 3 3 3 Empresa D 3 Empresa D 1 Empresa D 1 Tipologia Garengo Integração Empresa D Empresa D 2 Empresa D Empresa D Empresa D Empresa D Tipologia Garengo Balanceamento Empresa D 3 3 3 3 3 Escopo do SMD Empresa D Empresa D 2 Empresa D 3 Tipologia Garengo Capacidade Diagnóstica 3 3 Empresa D 3 Empresa D 3 Empresa Dimensão Categoria Empresa M Empresa M Empresa M Empresa M Empresa M Empresa M Características do SMD Empresa M Tipologia Garengo Dinâmica de Revisão Estágio de Desenvolvimento Unidade de S ignificado M udança na estrutura dos indicadores também por mudança de gestão ocorrida - novo presidente na matriz Recentemente foi mudada a estrutura dos indicadores, por mudanças na empresa_ mudanças no negócio, estruturura de budget, estrutura de resultado para fins de bônus Recentemente foram criados indicadores por mudanças na empresa Revisão dos indicadores ocorre com participação de gestores das unidades de todo o mundo Processo manual de coleta e processamento dos indicadores não gera prejuízos na confiabilidade das informações Indicadores são padronizados entre as unidades em todo o mundo Cada objetivo estratégico importante possui indicadores atrelados Existe um vínculo dos indicadores à estratégia da empresa Indicadores são discutidos mensalmente com as gerências antes do report à matriz Indicadores são divulgados internamente na unidade - alguns mensalmente e outros trimestralmente Indicadores são divulgados mensalmente para gerência das áreas Indicadores são reportados trimestralmente para a matriz M odelo do SM D é definido pela área de controladoria e finanças da matriz Processo de coleta dos dados dos indicadores é manual Planilhas eletrônicas são utilizadas para compilar e apresentar os dados dos indicadores Há planejamento de adquirir um sistema próprio para os indicadores Número de referências de codificação 1 1 1 1 1 4 1 1 1 1 1 1 1 4 3 2 Reporte dos indicadores à matriz é feito via sistema, mediante alimentação manual dos dados Há indicadores nas diversas áreas da empresa Há indicadores quantitativos e qualitativos Indicadores da ISO e demais são todos reportados à matriz Indicadores impactam no bônus da unidade brasileira A localização da matriz em outro país faz com que uso dos indicadores seja mais amplo 10 3 1 2 Discussões sobre ações necessárias não dependem da formalização de planos de ação - são convocadas reuniões quando necessário 1 Discussões sobre ações necessárias são realizadas sobre os indicadores abaixo da meta Indicadores mais importantes são discutidos mensalmente em conference call com matriz Indicadores são discutidos presencialmente com direção das américas 8 vezes ao ano Indicadores são discutidos presencialmente com matriz 4 vezes ao ano Unidade de S ignificado 1 1 1 1 1 1 Número de referências de codificação 1 Comercial ainda não conseguiu fazer a revisão dos seus indicadores 1 2 2 Foram criados novos indicadores recentemente Indicadores percebidos como obsoletos são retirados do SM D Alguns indicadores novos são criados durante as reuniões de discussão dos indicadores Foi realizado um enxugamento geral na quantidade de indicadores há 3 ou 4 meses - relevância dos indicadores Foi realizada uma revisão geral das faixas-meta dos indicadores há algum tempo Sistema é aberto à criação de novo indicador caso necessário 2 2 2 2 3 3 1 1 1 1 127 Empresa Dimensão Categoria Estágio de Desenvolvimento Empresa M 1 Empresa M 1 Tipologia Garengo Natureza S istemática Empresa M Empresa M 1 1 1 Empresa M 2 Empresa M 1 Empresa M 1 Empresa M Empresa M Empresa M Empresa M Características do SMD Empresa M 2 2 3 3 Tipologia Garengo Integração Empresa M Empresa M 3 3 Empresa M 3 Empresa M 3 Unidade de S ignificado Às vezes é necessário corrigir dados alimentados no software dos indicadores Às vezes ocorrem erros no processo de alimentação dos dados no software dos indicadores Às vezes responsáveis por alimentar os dados têm dúvida no uso do software dos indicadores Há questionamentos frequentes quanto à confiabilidade dos dados dos indicadores apresentados Não se costuma investigar muito os dados quando há questionamentos quanto à sua confiabilidade Alguns indicadores são desdobrados para melhorar seu entendimento Processo de coleta dos dados dos indicadores é manual Dois indicadores de retrabalho ('chão-de-fábrica') não são colocados no SM D Dados dos indicadores são alimentados manualmente no software dos indicadores ERP não é integrado automaticamente com o software dos indicadores Dados dos indicadores são extraídos do ERP e outras fontes Líder de cada área é responsável por apurar e alimentar os dados dos indicadores As diversas áreas da empresa participam da reunião do SGI e indicadores Gestores de cada área apresentam seus indicadores durante a reunião de discussão dos indicadores Desde há pelo menos 1,5 ano os indicadores são apresentados e preenchidos da mesma forma É usado um software específico para os indicadores há alguns anos Empresa M 3 Empresa M Empresa M Empresa M 3 3 3 Software dos indicadores ajuda a organizar o processo de uso dos indicadores Software dos indicadores ajuda na integração entre as áreas Software dos indicadores é fácil de operar Todos os indicadores estão no software dos indicadores 3 Há indicadores nas diversas áreas da empresa Tipologia Garengo Balanceamento Empresa M Empresa M Empresa M Empresa M 1 Escopo do SMD Empresa M Empresa M 1 Tipologia Garengo Capacidade Diagnóstica 1 2 3 Empresa M 3 Empresa M 3 Empresa S Empresa S Empresa S Empresa S Dimensão Características do SMD Empresa Categoria Estágio de Desenvolvimento 1 Tipologia Garengo Dinâmica de Revisão 2 2 3 Número de referências de codificação 1 1 1 1 1 2 4 1 2 1 4 4 3 2 1 1 1 1 1 1 10 Ações muito operacionais são discutidas durante a reunião de discussão dos indicadores Alguns FCA são registrados somente para eliminar o aviso do software dos indicadores Não há bônus e premiação ligados aos indicadores Enxugamento da quantidade de indicadores facilita o questionamento dos números Existe uma avaliação FCA para os indicadores fora da faixa-meta São feitos questionamentos da causa do desempenho dos indicadores durante as reuniões Software dos indicadores exige o FCA para cada indicador fora da faixa-meta 1 Unidade de S ignificado Número de referências de codificação Alguns indicadores deveriam ser revistos quando a meta fica muito fácil de atingir Ocorrem algumas revisões nos indicadores decorrentes de mudanças internas na empresa Revisão de indicador ocorre se detectada necessidade. Não há um processo pré-definido para revisão Ocorrem algumas revisões nos indicadores decorrentes de mudanças externas à empresa 2 1 1 1 1 1 2 2 1 1 128 Empresa Dimensão Tipologia Garengo Natureza S istemática Empresa S Empresa S Empresa S Empresa S Empresa S Características do SMD Empresa S Empresa S Empresa S Empresa S Categoria Estágio de Desenvolvimento 1 2 3 1 1 1 Tipologia Garengo Integração 1 1 2 Empresa S 3 Empresa S 3 Empresa S 3 Tipologia Garengo Balanceamento Empresa S Empresa S Empresa S Empresa S Empresa S Empresa S Empresa S Escopo do SMD Empresa S 3 1 1 Tipologia Garengo Capacidade Diagnóstica 1 1 2 2 3 Unidade de S ignificado Ebitda e custo fixo necessitam de abertura de dados para melhorar entendimento das causas do desempenho Realizadas algumas mudanças na forma de medição do indicador Não há dificuldades no entendimento dos indicadores Processo de coleta dos dados dos indicadores é manual Em alguns casos, os indicadores poderiam ser desdobrados para medir determinado desempenho em mais de uma perspectiva Planilhas eletrônicas são utilizadas para compilar e apresentar os dados dos indicadores Não ter determinado dado gerado sistemicamente pode impedir a criação de um indicador Sistema de TI contribuiria para ter mais indicadores mensurados Há poucos questionamentos quanto à confiabilidade dos dados dos indicadores Dados dos indicadores são extraídos do ERP e outras fontes Líder de cada área é responsável por apurar e alimentar os dados dos indicadores As diversas áreas da empresa participam da reunião do SGI e indicadores Há indicadores nas diversas áreas da empresa Dificuldade no desdobramento do Ebtida para analisar os determinantes do desempenho do indicador Dificuldade em estabelecer correlação entre os indicadores Alguns indicadores necessitam ser abertos e de mais informações para entender as causas do dempenho É preciso melhorar o trabalho nas ações corretivas dos indicadores abaixo da meta Ações vêm sendo integradas aos indicadores Nem todos os indicadores possuem plano de ação já elaborados Planos de ação são criados para atingir as metas dos indicadores Número de referências de codificação 2 1 1 4 3 3 1 1 1 4 4 3 10 3 2 1 1 1 1 2 129 Apêndice 10 – Indicadores de Desempenho Utilizados nas Empresas Pesquisadas Empresa A: Indicadores de Desempenho - Empresa A Perspectivas Estratégicas Indicador Estratégico % Ebtida Receita Líquida em R$ Resultados Econômicos / % Margem de Contribuição Financeiros % Custos Fixos s/ Receita Líquida Dias de ciclo financeiro Crescimento % da Base de Clientes % Retenção de Clientes Tipo A % Crescimento em Clientes Fidelizados de Tipo A % Retenção de Clientes Geral % Faturamento de Produtos Lançados nos Últimos X Anos Processos Externos / Mercados / Entender as Expectativas do Consumidor Final Cliente / Imagem % Crescimento do Market Share de Determinada Linha de Produto Quantidade de Venda de Determinado Produto a Determinados Clientes % Receita Proveniente de Vendas de Determinado Canal de Vendas % Receita Proveniente de Vendas de Cada Segmento de Mercado Ponto de Equilíbrio - a definir % Acurácia na Previsão de Vendas 20/80 e 80/20 % OTIF (na Visão do Cliente) % Ruptura em Estoque Índice de Reclamações a Cada X NFs Qualidade para o Cliente Índice de Pós-Reclamações Índice de Clientes Tipo A Satifeitos Índice de Clientes Geral Satifeitos Índice de Satifação de Representantes Comerciais O.E.E. de Determinado Setor da Fábrica Reduzir Gastos com Fabricação - a definir Pontos na Metodologia 5s % Mínimo Sistemas Críticos de TI Funcionando Processos Internos / Fornecedores % Mínimo Performance de Sistemas Críticos % Mínimo Satisfação dos Usuários de TI Mínino de Fornecedores por Matéria-Prima % Mínimo OTIF (Fornecedores) Reduzir % Custo no Fornecimento 100% Programa de Carreira e Remuneração Implementado % Mínimo Satisfação do Cliente Interno % Máximo Turn Over de Funcionários % Mínimo Clima Organizacional Retrato Antes e Depois do Programa de Desenvolvimento de Lideranças Aprendizado e Crescimento / (X para Comunicação e Y para Feedback) Patrimônio Humano % Máximo Absenteísmo % Mínimo de Performance da Liderança (Avaliação Técnica e Comportamental) % Mínimo de Representantes Comerciais Adequado à Cultura da Empresa % Mínimo de Retenção de Representantes Comerciais 130 Empresa C: Áreas Produção PCP Materiais Manutenção Projetos Vendas RH Financeiros Meio Ambiente Indicadores de Desempenho - Empresa B Indicadores Produção Total Produção Per Capita Consumo de MP (MP Principal) Perda Produtividade por Máquina Compra MP Principal Preço Médio MP Principal Estoque MP Principal Giro Estoque Estoque Produto Acabado Qualidade Fornecedores Umidade MP Principal Gás Consumo MP Segunda Principal Preço Médio MP Segunda Principal Consumo MP Terceira Principal Preço Médio MP Terceira Principal Corretiva Preventiva Taxa de Utilização - % Ativos s/ Vendidos Vendas de PA (qtde.) Vendas de PI (qtde.) Vendas de Produto Secundário X (qtde.) Vendas de Produto Secundário Y (qtde.) Retrabalho Cargas Reclamações de Clientes Qtde. Funcionários Admissão / Demissão - Motivos Turn Over de Funcionários Afastamentos Absenteísmo Hora Extra Horas de Treinamento Entrevistas Seleção Efetivação na Experência Acidentes de Trabalho Coeficiente de Frequência e Gravidade Acidentes Compras EPI Prazo Médio de Compras Prazo Médio de Vendas Eficiência Contas a Pagar e a Receber NFs e Tipos Consumo Água Consumo Energia Consumo Papel 131 Empresa D: Áreas Indicadores de Desempenho - Empresa D Indicadores Controlodoria New Equipment Business (NE) Service Business (NE) Intercompany Business (IC) Net-Net-Sales Products and Installation Net-Net-Sales Cost of Trading Goods Direct Installation Costs Installation Costs Cost of Goods/Installations Sold Gross Profit Articles Gross Profit / Articles (%) Gross Profit Installations Gross Profit / Installations (%) Gross Profit Gross Profit / Sales (%) Sales Expenses Marketing Expenses Sales Structure Expenses Sales Structure Expenses / Sales (%) Income from Comissions Business Result Quantity of Employees Accounts Receivable / Sales (days) Conversion Rate (%) Productivity Field Engineers (Installation) (%) Net-Net-Sales Cost of Trading Goods Direct Service Costs Cost of Service Sold Cost of Goods/Services Sold Gross Profit Articles Gross Profit / Articles (%) Gross Profit Services Gross Profit / Services (%) Gross Profit Gross Profit / Sales (%) Sales Expenses Marketing Expenses Sales Structure Expenses Sales Structure Expenses / Sales (%) Business Result Quantity of Employees Accounts Receivable / Sales (days) New Maintenance Contracts (number) Lost Maintenance Contracts (number) Total Number of Maintenance Contracts Stocks (turn over rate) Sales/Empl Field Engineers Fist Time Fix Rate (%) Productivity Field Engineers (Service) (%) Net-Net-Sales (Non-Factory) Cost of Trading Goods Business Result Interco (Non-Factory) 132 Áreas Indicadores de Desempenho - Empresa D Indicadores Controlodoria Variable Plant Costs Fixed Plant Costs Costs of Goods Produced Standard vs Actual Costs Distribution Logistics Expenses Structure Expenses Total Expenses Stocks Plant Stocks Finished & Tradings Goods Stocks Quantity of Employees Prod Quantity of Employees Logistics On Time Sales Quota (%) No Reclaim Quota (%) On Time Delivery (%) Operations (OP) Order Completeness (%) Perfect Order (%) Availability (%) Performance (%) Quality (%) Overall Equipment Effectiveness (%) Rework Costs / Costs of Goods Produced (%) Stocks Raw Material (turnover rate) Stocks Semi Finished (turnover rate) Stocks Finished Products (turnover rate) Stocks Trading Goods (turnover rate) Stocks (turnover rate) Productivity of Employees (%) Direct Prod Empl Quota (%) Material Costs / Costs of Goods Produced (%) Revisions of Existing Products New Products Research & Development (R&D) New Products Expenses Quantity of Employees Expenses Administrations (G&A) Quantity of Employees Gains of Currency Exchange Otlher Operating Income Losses on Currency Exchange Depreciation of Goodwill Finance (FI) Olher Operation Expenses Interest and similar Income Interest Result Extraordinary Result Working Capital Total Work Days Absence Days due to illness Company Level Health Rate (%) Ebtida / Sales (%) Overtime Fluctuation Hiring and Leaving 133 Áreas Indicadores de Desempenho - Empresa D Indicadores Qualidade A1 - Auditorias Internas A2 - Projetos A3 - Ações Preventivas B1 - Pesquisa de Satisfação do Cliente B2 - Vendas DC e Produtos Seriados / Adiministração de Vendas / Logística B3 - Vendas DC e Produtos Seriados / Adiministração de Vendas / Logística A - Objetivos Gerais Não ter mais que x não conformidade iguais no mesmo setor em duas auditorias seguidas Quantidade de alterações em prazos de efetivação menor que x Todo gestor abrir no mínimo x ações dentro do ano fiscal para cada processo macro B - Atendimento ao Cliente Ter nota maior que x em cada uns dos x maiores clientes Performance de Entrega dentro de x dias úteis Performance de Entrega dentro do prazo estabelecido com o cliente Performance de Entrega até uma semana além do prazo estabelecido com o cliente B5 - Vendas Área 2 Performance de Entrega dentro do prazo estabelecido com o cliente B6 - Assistência Técnica Número de reclamações / número de obras instaladas C - Remarações de Clientes e Qualidade dos Produtos C1 - Remarações Não Técnicas % Vendas C2 - Remarações Técnicas / % Vendas Serviços D - Operações Industriais D1 - Produção + Manutenção Índice de defeitos internos / custo direto de MP D2 - Tratamento do IQF Índice de Qualidade dos Fornecedores D3 - Entenharia Industrial e Paradas não programadas que afetam as linhas de montagem e embalagem Manutenção E - Administrativos E1 - Informática Índice de satisfação do cliente interno E2.1 - RH Rotatividade % Rotatividade Limite E2.2 - RH Práticas de RH Índice entre Bom e Regular superior a x% E2.3 - RH Clima Organizacional Índice entre Satisfeito e Razoavelmente Satisfeito superior a x% E2.4 - RH Acidentes com x acidentes limite Afastamento F - Geral F1 - Ações Corretivas e Preventivas em Andamento / Índice em andamento / abertas Abertas B4 - Vendas Área 1 134 Empresa M: Áreas Diretoria Qualidade RH Compras Logística Contabilidade Produção - Linha X Produção - Linha Y Indicadores de Desempenho - Empresa M Itens de Controle Indicador do Item de Controle Faturamento por Funcionário Custo com o Pessoal Resultado do Orçamento Custo da Operação (Consolidado) Devolução Índice de Satisfação de Clientes Ocorrências em Inspeções Remessa para Conserto SACP Rotatividade Absenteísmo Horas de Treinamento para Funcionários Horas Extras Grau de Satisfação Refeição Valor de Compras Faturamento Mensal s/ Número de Funcionários % Custo com o Pessoal s/ Faturamento % LAIR s/ Faturamento Líquido R$ Custo Fabricação + Comercial + Administrativo + Financeiro (exceto Matéria-Prima) % Devoluções s/ Faturamento % Médio da Nota de Satisfação de Clientes % Ocorrências s/ Quantidade de Itens Inspecionados (em cada linha de produtos) % Remessa para Conserto s/ Faturamento Número de SACP Abertos por Mês % Saída de Funcionários s/ Total Funcionários % Horas Falta s/ Horas Disponíveis Horas de Treinamento Acumuladas Total % Horas Extras s/ Total de Horas Trabalhadas (Geral) % Grau de Satisfação s/ Total Pesquisado % Compras s/ Faturamento Falta de MP Nacional/Importada Número de OPs Pendentes Impacto no Faturamento Gastos com Frete de Compras OPs Paradas no Faturamento Ajuste de Inventário Notas Fiscais Retrabalhadas Variação da Folha de Pagamentos Variação no Consumo de MP Contabilidade - Entrega do Balanço Faturamento por Funcionário Valor de Compras - Setor X Devolução Perdas MP W Produção Linha X (Peça) Produção Linha X (m²) Produtividade Devoluções Faturamento por Funcionário Produtividade Produção Linha Y Perdas R$ Gasto Qtde. de OPs Dentro do Mês sem Faturamento Qtde. de Itens Analisados % Notas Fiscais Resumo da Folha Gerado x Contabilizado Número de Dias Úteis R$ Faturamento do Setor s/ Qtde. Funcionários % Compras s/ Faturamento % Peças Devolvidas s/ Total de Peças Produzidas % m² de MP Descartada (X g/m²) s/ Total m² Produzido no Mês Qtde. Peças Produzidas Qtde. m² Produzidos m² s/ Horas-Homem % Valor das Devoluções s/ Faturamento R$ Faturamento do Setor s/ Qtde. Funcionários m² s/ Horas-Homem Qtde. m² Produzidos Qtde. Kg de Aparas / Xg/m² / Total de m² Produzidos no Mês 135 Indicadores de Desempenho - Empresa M Itens de Controle Indicador do Item de Controle Áreas Devoluções Faturamento por Funcionário Produtividade - Unidade Sul Produção Mensal - Unidade Sul Produção - Linha Z Produtividade - Unidade Interior SP Produção Mensal - Unidade Interior SP Perdas Faturamento da Linha X Faturamento da Linha Y Faturamento da Linha Y Especiais Faturamento da Linha Z Comercial Faturamento Eletrônicos Volume Total de Faturamento Fechamento de Propostas Pedidos com Erros de Emissão Cadastro de Novos Clientes Prazo Pagamentos % Devoluções s/ Faturamento R$ Faturamento do Setor s/ Qtde. Funcionários Kg s/ Horas-Homem Toneladas Produzidas Kg s/ Horas-Homem Toneladas Produzidas % Perdas (em Kg) R$ R$ R$ R$ R$ Valor Total Geral em R$ % Pedidos Fechados s/ Cotações % Pedidos com Erro no Mês Qtde. de Clientes Novos Cadastrados % Faturamento com 30 DDL Empresa S: Áreas Indicadores de Desempenho - Empresa S Indicadores Perda MP e PA Estoque Indisponível Compras Atraso Causado pela MP Laboratório de Desenvolvimento Receita de Novos Produtos Gastos do Laboratório Ebitda Direção Gastos do Laboratório Laboratório Tempo de Resposta Análise Indisponibilidade Operacional Manutenção Manutenção Preventiva PCP Produção Prevista x Realizada (Base Solic. Comercial) Custo por Tonelada Produção Eficiência do Sistema de Efluentes RH Desenvolvimento de Pessoas (Horas Treinamento) Segurança Quantidade de Acidentes com Afastamento SGI / Qualidade Custo da Não Qualidade Previsão de Vendas x Realizado Vendas Devoluções Exportação Previsão de Vendas x Realizado Almoxarifado / Expedição 136 Apêndice 11 – Respostas do Questionário sobre a Gestão da Qualidade Questão Empresa A Empresa C Empresa D Empresa M Empresa S 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 2.1 2.2 2.3 2.4 3.1 3.2 3.3 3.4 4.1 4.2 5.1 5.2 5.3 6.1 6.2 6.3 7.1 7.3 7.5 7.6 3.5 4.3 6.4 7.2 7.4 d d e e d b e d e e e e e e e e d d d d a d d c e e b d e c c e e e a e e e d e e c c c d e c e e d d c b d e e e e c c e e a e e e b a e b e c c b c c b b c c c b a b b b c b b b c b c d d c c d c b c e d e b c d c e d b d c e e b a d d c c b b c b c b c a b c a d d e e b b e c e c e d d c d d b d d d c d b c d c e e c d b e d 137 Apêndice 12 – Tabela de Pontuação da Gestão da Qualidade Baseada na FNQ Critérios de Excelência 7.3 7.5 7.6 3.5 4.3 6.4 7.2 7.4 Resultados Organizacionais 7.1 Estratégias e Planos 20 20 10 10 10 10 15 15 30 10,0 10,0 10,0 15 15 15 15 30 30 15 15 0,020 0,020 0,010 0,010 0,010 0,010 0,015 0,015 0,030 0,010 0,010 0,010 0,015 0,015 0,015 0,015 0,030 0,030 0,015 0,015 30 30 0,030 30 30 30 30 30 30 0,030 0,030 0,030 50 50 0,050 30 30 100 30 30 100 0,030 0,030 0,100 100 100 0,100 60 60 100 30 1000 60 60 100 30 1000 0,060 0,060 0,100 0,030 1 GOVERNANÇA CORPORATIVA 40 EXERCÍCIO DA LIDERANÇA E PROMOÇÃO DA CULTURA DA EXCELÊNCIA 40 ANÁLISE DO DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO FORMULAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS 30 30 30 Clientes 6.1 6.2 6.3 Pontuação Máxima Pontos por Pontuação FNQ (2011, p. 72) Questão Decimal IMPLEMENTAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS IMAGEM E CONHECIMENTO DE MERCADO 30 RELACIONAMENTO COM CLIENTES 30 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DESENVOLVIMENTO SOCIAL 30 30 INFORMAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO 30 Resultados 5.3 Itens do Critério Informaçõe Soci se Processos Pessoas edad Conhecime e nto Processos Gerenciais 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 2.1 2.2 2.3 2.4 3.1 3.2 3.3 3.4 4.1 4.2 5.1 5.2 Liderença Questão ATIVOS INTANGÍVEIS E CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL SISTEMAS DE TRABALHO CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO QUALIDADE DE VIDA PROCESSOS PRINCIPAIS DO NEGÓCIO E PROCESSOS DE APOIO PROCESSOS RELATIVOS A FORNECEDORES PROCESSOS ECONÔMICO-FINANCEIROS RESULTADOS ECONÔMICO-FINANCEIROS RESULTADOS RELATIVOS A CLIENTES E AO MERCADO RESULTADOS RELATIVOS À SOCIEDADE RESULTADOS RELATIVOS ÀS PESSOAS RESULTADOS RELATIVOS A PROCESSOS RESULTADOS RELATIVOS A FORNECEDORES Total da Pontuação 138 Apêndice 13 – Pontuação da Gestão da Qualidade por Empresa Pesquisada Questão 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 2.1 2.2 2.3 2.4 3.1 3.2 3.3 3.4 4.1 4.2 5.1 5.2 5.3 6.1 6.2 6.3 7.1 7.3 7.5 7.6 3.5 4.3 6.4 7.2 7.4 Total Empresa A 0,016 0,016 0,010 0,010 0,008 0,004 0,015 0,012 0,030 0,010 0,010 0,010 0,015 0,015 0,015 0,015 0,023 0,023 0,012 0,012 0,000 0,024 0,024 0,018 0,050 0,030 0,012 0,080 0,100 0,036 0,036 0,100 0,030 0,820 Empresa C 0,020 0,004 0,010 0,010 0,010 0,008 0,015 0,015 0,018 0,006 0,006 0,008 0,015 0,009 0,015 0,015 0,023 0,023 0,009 0,006 0,023 0,030 0,030 0,030 0,050 0,018 0,018 0,100 0,100 0,012 0,060 0,100 0,030 0,845 Empresa D 0,008 0,004 0,010 0,004 0,010 0,006 0,009 0,006 0,018 0,006 0,004 0,004 0,009 0,009 0,009 0,006 0,000 0,008 0,006 0,006 0,015 0,012 0,012 0,012 0,030 0,012 0,018 0,080 0,080 0,036 0,036 0,080 0,018 0,583 Empresa M 0,008 0,012 0,010 0,008 0,010 0,004 0,009 0,012 0,018 0,010 0,008 0,004 0,012 0,009 0,015 0,015 0,008 0,000 0,012 0,012 0,015 0,018 0,012 0,012 0,030 0,012 0,018 0,040 0,060 0,012 0,024 0,060 0,006 0,515 Empresa S 0,016 0,016 0,010 0,010 0,004 0,004 0,015 0,009 0,030 0,006 0,010 0,008 0,012 0,009 0,012 0,012 0,008 0,023 0,012 0,012 0,015 0,024 0,012 0,018 0,040 0,018 0,030 0,100 0,060 0,048 0,024 0,100 0,024 0,750 139 Apêndice 14 – Interfaces do Uso do SMD com a Gestão da Qualidade Categoria Empresa Empresa A ISO contribui para formalizar os processos Empresa A Sem a ISO haveria menos indicadores sendo mensurados Empresa A Empresa A Empresa A Área da qualidade é a coordenadora do processo de uso dos indicadores ISO ajudou a questionar e detectar que produtividade poderia ser melhorada Vários indicadores de processo e mecanismos de controle usados no BSC já foram implantados através da ISO Número de referências de codificação 4 2 1 1 1 Empresa C ISO contribui para formalizar os processos 4 Empresa C A reunião de discussão dos indicadores é a mesma do SGI 3 Empresa C Discussão dos indicadores ocorre via reunião do SGI 3 Empresa C Reuniões do SGI reúnem líderes de diversas áreas para discutir os indicadores 3 Empresa C SGI exige planos de ação para todos os indicadores de desempenho 3 Empresa C Uso dos indicadores é uma forma de manter o SGI vivo 3 Empresa C Indicadores do SGI são parte dos indicadores do SM D 2 Empresa C Empresa D Interfaces do Uso do S MD com a Gestão da Qualidade Unidade de S ignificado Empresa D Início do uso dos indicadores ocorreu com o processo de certificação da ISO Alguns indicadores já foram inseridos no SM D global a partir dos indicadores usados na gestão da qualidade Indicadores da qualidade são segregados do SM D, mas é saudável ter duas visões diferentes 1 1 1 Empresa M ISO favorece o compromisso com o uso dos indicadores 7 Empresa M ISO contribui para formalizar os processos 4 Empresa M SGI exige planos de ação para todos os indicadores de desempenho 3 Empresa M Área da qualidade é a facilitadora do uso do software dos indicadores 1 Empresa M Área da qualidade não cuida dos indicadores vinculados a orçamento 1 Empresa S ISO favorece o compromisso com o uso dos indicadores Discussão com área da gestão da qualidade na criação de indicadores do SGI 7 Empresa S 5 Empresa S ISO ajuda no processo de cobrança das metas dos indicadores 4 Empresa S A reunião de discussão dos indicadores é a mesma do SGI 3 Empresa S Discussão dos indicadores ocorre via reunião do SGI 3 Empresa S Reuniões do SGI reúnem líderes de diversas áreas para discutir os indicadores 3 Empresa S SGI exige planos de ação para todos os indicadores de desempenho 3 Empresa S Sem a ISO haveria menos indicadores sendo mensurados 2 Empresa S Consolidação dos indicadores ocorre via SGI 1 Empresa S Divulgação dos indicadores ocorre via painel do SGI 1 Empresa S Indicadores contábeis_financeiros são colocados no SGI 1 Empresa S Indicadores meta normalmente são colocados no SGI 1