ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DE GESTÃO PARA AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS DO AMAZONAS cartilha-roteiro_gestao-.pmd 1 12/6/2007, 14:04 Carlos Eduardo de Souza Braga Governador do Estado do Amazonas Virgílio Maurício Viana Secretário de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Rita de Cássia Guimarães Mesquita Secretária Executiva Adjunta de Projetos Especiais Revisão Virgílio Maurício Viana (SDS) Rita Mesquita (SDS) Gustavo Wachtel (GTZ) Artemísia Souza do Valle (IPAAM) Christina Fischer (IPAAM) Colaboradores Artemísia Souza do Valle (IPAAM) Christina Fisher (IPAAM) Cleuza Olinda Picolli (IPAAM) Jarcineide Cardoso (IPAAM) Lindoneide L. Paredio (SEAE/SDS) Lucimara Caldas Pinto (SEDEMA) Marcos Roberto Pinheiro (WWF) Raquel Carvalho (CI) Rita Mesquita (SDS/SEAPE) Eduardo Badialli (IPE) Sherre Nelson (IPE) cartilha-roteiro_gestao-.pmd 2 12/6/2007, 14:04 Governo do Estado do Amazonas ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE GESTÃO PARA AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS DO AMAZONAS Manaus • 2007 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 3 12/6/2007, 14:04 Texto Maria Olatz Cases – consultora GTZ Marcia Regina Lederman – técnica GTZ Domingos Macedo – SEAPE/SDS Yara Camargo – DGET /IPAAM Revisão Gramatical Marcia Regina Lederman Projeto Gráfico e Editoração Áttema Design Editorial • www.attema.com.br Marcos Roberto Pinheiro Ficha Catalográfica elaborada por Maria Edna Freitas da Costa – CRB/11-104 Am159 AMAZONAS. Governo do Estado. Roteiro para a elaboração de planos de gestão para as Unidades de Conservação Estaduais do Amazonas: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. - Manaus: SDS, 2006. 44p.; il. (Série Técnica Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, n.12) 1. Unidade de Conservação - Planejamento. I. Título. II. Série. CDU: 502.33(813.1) Este conteúdo é produto do Grupo de Trabalho para Ferramenta de Efetividade e das alterações propostas por 34 técnicos atuantes na gestão das UC Estaduais do Amazonas 4 Secretaria Executiva Adjunta de Projetos Especiais Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) Rua Recife, 3280 – Parque Dez – Manaus – AM – CEP 69.050-030 (92) 3642-4607 – [email protected] Copyright © SDS-2006 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 4 12/6/2007, 14:04 Sumário Mensagem do Governador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Siglas e Acrônimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Resumo executivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2. Planejamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3. Etapas para a Elaboração do Plano de Gestão . . . . . . . . 16 4. Estrutura do Documento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 5. Recomendações para a Elaboração de Planos de Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 6. A participação da sociedade na elaboração dos Planos de Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 7. Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 5 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 5 12/6/2007, 14:04 6 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 6 12/6/2007, 14:04 Mensagem do Governador As unidades de conservacao do Amazonas são componentes fundamentais de nossa estratégia rumo ao desenvolvimento sustentável, com o nosso Programa Zona Franca Verde. Carlos Eduardo de Souza Braga Governador do Estado do Amazonas Apresentação O Governo do Estado do Amazonas tem expandido de forma expressiva a sua área protegida por meio de unidades de conservação. Saímos de 12 para 34 unidades de conservação, com um aumento de 135% na área total protegida, que totalizava, em junho de 2007, 16,5 milhões de hectares. Nosso desafio é conciliar a conservação da biodiversidade, o provimento de serviços ambientais, as demandas sociais, e os direitos coletivos de nossas comunidades locais e regionais. Com o novo marco legal, criamos o Centro Estadual de Unidades de Conservação com a missão de dar mais um passo rumo à gestão dos seus espaços protegidos. Com os nossos parceiros, locais e externos, criamos uma rede de trabalho, a Rede de Conservação do Amazonas, Este roteiro metodológico é uma peça fundamental para a elaboração dos planos de gestão das Unidades de Conservação estaduais. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas - SDS, cartilha-roteiro_gestao-.pmd 7 12/6/2007, 14:04 7 em parceria com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM, outros órgãos governamentais e a sociedade civil realizaram diversos encontros com a finalidade de construir o roteiro que aqui se apresenta. Ele tem o intuito de estabelecer uma metodologia simples e participativa para cada uma das etapas de elaboração do planejamento das áreas protegidas em nosso estado. A SDS vem, por meio desta publicação, demonstrar seu interesse em prover o Estado do Amazonas de um instrumento legal de planejamento e implementação das Unidades de Conservação estaduais. Este roteiro propõe inovar por meio de programas de gestão direcionados ao fortalecimento da participação social na implementação das áreas protegidas, bem como com o compromisso de relacionar conservação com desenvolvimento sustentável e melhoria das condições de vida das comunidades que habitam as florestas amazônicas. É com satisfação que colocamos à disposição de nossos técnicos, parceiros, financiadores e sociedade em geral mais este instrumento de gestão das Unidades de Conservação do Estado do Amazonas. Trata-se de um documento de trabalho que pretendemos revisar depois de seu uso prático. Comentários e sugestões para o seu aprimoramento são e serão sempre bem vindos. Virgílio Maurício Viana Secretário de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Rita Mesquita Secretária Adjunta de Gestão Ambiental 8 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 8 12/6/2007, 14:04 Siglas e Acrônimos APA COIAB CONAMA DEGT EE EP FVA GT GTA GTZ IBAMA IDSM INPA IPAAM IPÊ IUCN MMA NUC ONG PCE PE PG PN RDS SDS SEDEMA SEUC SNUC TI UC UCE UCG cartilha-roteiro_gestao-.pmd Área de Proteção Ambiental Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira Conselho Nacional do Meio Ambiente Departamento de Gestão Territorial - IPAAM Estação Ecológica Equipe de Planejamento Fundação Vitória Amazônica Grupo de Trabalho Grupo de Trabalho Amazônico Agência Alemã de Cooperação Técnica Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas Instituto de Pesquisas Ecológicas União Internacional para a Conservação da Natureza Ministério do Meio Ambiente Núcleo de Unidades de Conservação do IBAMA Organização Não-governamental Projeto Corredores Ecológicos Parque Estadual Plano de Gestão Parque Nacional Reserva de Desenvolvimento Sustentável Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente de Manaus Sistema Estadual de Unidades de Conservação Sistema Nacional de Unidades de Conservação Terra Indígena Unidade de Conservação Unidade de Coordenação Estadual do Projeto Corredores Ecológicos Unidade de Coordenação Geral do Projeto Corredores Ecológicos 9 12/6/2007, 14:04 9 10 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 10 12/6/2007, 14:04 Resumo executivo O presente Roteiro é o primeiro passo da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas para fornecer as bases de elaboração de Planos de Gestão das suas Unidades de Conservação. O mesmo não pretende ser definitivo e sim dinâmico, devendo ser enriquecido e detalhado conforme surjam os primeiros resultados das experiências estaduais de planejamento. A elaboração dos Planos de Gestão deverá ser desenvolvida em 5 etapas, que são: (i) Organização do Plano de Gestão; (ii) Diagnóstico da Unidade de Conservação; (iii) Análise e Avaliação estratégica da informação; (iv) Identificação de Estratégias e (v) Aprovação do Plano. Essas etapas serão executadas mediante diversas atividades que são descritas neste roteiro, sendo que outras atividades não previstas aqui poderão se tornar necessárias, devido a características específicas do cenário de uma dada unidade de conservação. Quando as pessoas diretamente envolvidas no planejamento ainda não conhecem a UC, deverá ser realizada uma primeira visita de reconhecimento para identificar suas particularidades e provável zona de amortecimento. É importante ressaltar que a zona de amortecimento não coincide necessariamente com o entorno da UC, de raio igual a 10 km do limite, estabelecido pela Resolução CONAMA 013/90. Esta zona está diretamente ligada aos impactos existentes e potenciais que incidem sobre os recursos naturais e que possam comprometer a integridade da UC. O segundo passo na elaboração do Plano de Gestão consiste em caracterizar a situação atual da unidade de conservação e reunir as informações essenciais com o objetivo de embasar as decisões de gestão. A montagem do panorama da unidade pretende garantir que os Programas de Manejo sejam elaborados de acordo com a realidade local. cartilha-roteiro_gestao-.pmd 11 12/6/2007, 14:04 11 As informações necessárias podem ser coletadas a partir de diagnósticos rápidos que abrangem um conjunto de técnicas e procedimentos já sistematizados, como Avaliação Ecológica Rápida (AER) e os Diagnósticos Participativos. Estes levantamentos darão ênfase a (i) Saúde dos ecossistemas e status das espécies; (ii) Pressões sobre os recursos e (iii) Dinâmica das mudanças. Após o diagnóstico da unidade, onde se apresenta a realidade segmentada, é necessário proceder a uma análise e avaliação estratégica dessa realidade como um todo. A avaliação estratégica permite perceber as relações de interdependência entre os diferentes aspectos identificados no diagnóstico, o que leva a entender como um mesmo fator está concorrendo para gerar efeitos indesejáveis em mais de um aspecto. Para proceder com essa análise integrada, é sugerido por este roteiro a utilização da metodologia própria do planejamento estratégico, denominada Matriz de Debilidades – Ameaças – Forças – Oportunidades (Matriz DAFO). Os resultados dessa matriz, junto com o diagnóstico da etapa anterior, fornecerão subsídios para obter o produto desta etapa, que é a Declaração de Significância. A Declaração de Significância é uma avaliação sobre a importância da unidade de conservação dentro do contexto local, regional e nacional e o seu papel dentro dos Sistemas Nacional e Estadual de Unidades de Conservação. Durante a fase de identificação de estratégias, serão identificadas (i) a missão e a visão de futuro da unidade de conservação; (ii) realizado o zoneamento; (iii) definida a estratégia de ação da unidade; (iv) estabelecidos os Programas de Gestão; e (v) identificado o Sistema de Monitoramento e Avaliação dos programas propostos e da gestão propriamente dita. 12 Os Programas de Gestão apresentam o detalhamento dos resultados, atividades, indicadores, meios de verificação e prérequisitos necessários para consolidar a unidade de conservação ao longo do tempo. Os Programas e Subprogramas devem ser descritos tanto para a unidade de conservação como para sua zona de amortecimento. Na estrutura aqui proposta, as ações serão agrupadas de acordo com sua finalidade. Por exemplo, uma cartilha-roteiro_gestao-.pmd 12 12/6/2007, 14:04 atividade de educação ambiental estará dentro do Subprograma de Interpretação e Educação Ambiental, sendo esta executada dentro da UC ou em sua zona de amortecimento. No entanto, é necessário salientar que os programas e subprogramas serão considerados segundo cada unidade de conservação em questão e sua categoria de manejo, o que significa na prática que poderá haver subprogramas que possuam poucas ou nenhuma atividade para ser executada em determinada UC. A última etapa da elaboração deve considerar a consulta pública de todo o planejamento realizado, sua discussão e/ou aprovação no âmbito do conselho da unidade, sua divulgação e sua internalização institucional, em todas as instâncias. A participação da sociedade está prevista nas diferentes etapas do planejamento e deve ser incentivada na consecução dos objetivos de sustentabilidade e conservação da biodiversidade. São vários as formas de participação durante a elaboração do Plano de Gestão, onde os diversos segmentos da sociedade interagem com o processo de planejamento, seja pela participação passiva, participação da sociedade como fonte de informação, seja pela participação por consulta. O que se espera é o real envolvimento da sociedade no momento do planejamento para que a implementação também aconteça de forma participativa, com interatividade. 13 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 13 12/6/2007, 14:04 1. Introdução No Estado do Amazonas, o documento técnico que resulta do planejamento das unidades de conservação na esfera estadual será denominado “Plano de Gestão”. O Plano de Gestão responderá aos mesmos requisitos legais e características técnicas que o documento descrito como Plano de Manejo na Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, no seu artigo 2º, inciso XVII. As experiências de elaboração de Planos de Gestão para as unidades estaduais são muito reduzidas e é necessário concentrar esforços para dotar de instrumentos de planejamento a todas elas, o quanto antes. Com o intuito de garantir o mesmo entendimento sobre o processo de planejamento e padronizar de forma geral a metodologia de elaboração dos planos de gestão, a Secretaria Estado do de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS conduziu o processo de formulação de um “Roteiro para a Elaboração de Planos de Gestão de Unidades de Conservação Estaduais”. O presente Roteiro é o primeiro passo da SDS para fornecer as bases de elaboração de Planos de Gestão nesse Estado, portanto, não pretende ser definitivo e sim, dinâmico, devendo ser enriquecido e detalhado conforme surjam os primeiros resultados das experiências estaduais de planejamento. A análise dos diferentes planos de manejo ou de gestão de unidades de conservação de vários países e de roteiros, manuais ou guias para sua elaboração leva a concluir que não existe uma única teoria ou método de elaboração de planos de gestão. Na maioria das ocasiões, são utilizados aqueles instrumentos de planejamento que melhor se adaptam à situação em questão. Contudo, é necessário identificar um caminho a seguir na elaboração de planos de gestão com o objetivo de sistematizar os procedimentos para as unidades do Estado. 14 Esse roteiro é uma referência básica, não uma receita definitiva. Caberá às instituições gestoras ajustá-lo as particularidades sócio-ambientais de cada UC, à disponibilidade de recursos, prazo disponível e estratégia de elaboração do Plano de Gestão Ao mesmo tempo, o Roteiro pretende ser abrangente, considerando todas as categorias de manejo existentes no Estado. cartilha-roteiro_gestao-.pmd 14 12/6/2007, 14:04 Portanto, os responsáveis pela elaboração dos planos terão que optar pelas indicações mais apropriadas à categoria de manejo e às características e peculiaridades de cada unidade. Este roteiro é o resultado das discussões de um Grupo de Trabalho criado pela SDS. Este grupo iniciou suas atividades analisando diversos roteiros e Planos de Gestão de outras instituições e países. Em abril de 2004, aconteceu uma oficina com o objetivo de identificar os elementos essenciais do processo de planejamento, e desta forma, oferecer subsídios para a elaboração deste roteiro. Participaram desta oficina representantes de instituições governamentais e nãogovernamentais vinculados ao planejamento e manejo de unidades de conservação. A relação dos participantes se encontra no Anexo A. 2. Planejamento O planejamento de unidades de conservação é um meio indispensável para que os objetivos da conservação sejam assegurados no longo prazo com eficiência e eficácia. Mediante o planejamento da unidade, identificam-se os objetivos e resultados que se pretende alcançar, estabelece-se o zoneamento da área e são definidas as atividades que devem ser executadas para atingir aqueles objetivos e resultados. Hoje em dia, o planejamento é concebido como um processo inserido no ciclo de gestão de cada unidade. O Plano de Gestão não é mais do que um documento formal que compila as informações e os resultados desse processo de planejamento. A partir de então, os processos de execução, avaliação e introdução dos ajustes necessários se sucedem no ciclo de gestão da unidade. Assim, fica claro que num processo de planejamento são importantes algumas etapas, a serem consideradas em diferentes momentos, para verificar e reorientar as ações na busca dos resultados desejados. Este processo está esquematizado na Figura 1, onde está representada um ciclo do planejamento, que pode e deve ser reavaliado periodicamente. Cada ciclo é composto por quatro etapas importantes: (a) Planejar, (b) Implementar, executar e capacitar; (c) Avaliar e, finalmente (d) Ajustar, corrigir o que se identificou como ineficaz. Na Figura 1 a seguir, apresenta-se um esquema deste ciclo: cartilha-roteiro_gestao-.pmd 15 12/6/2007, 14:04 15 Figura 1: O ciclo de gestão da unidade de conservação Cada vez que se percorre o ciclo, é possível compreender melhor a situação da unidade, verificar os objetivos pretendidos e modificálos, se for o caso. Uma vez percorrido o primeiro ciclo de gestão (planejar, implementar e capacitar, avaliar e ajustar), a situação da unidade de conservação não é mais aquela encontrada no início do processo. Portanto, será necessário rever o Plano de Gestão para percorrer o ciclo de novo. Isso significa dizer que o planejamento é um processo dinâmico, que requer avaliações periódicas e constantes para acertar os rumos e seguir em busca dos resultados. Deve ser facilmente revisado para incluir as novas informações. Contudo, é necessário ter em mente que o ciclo de gestão deve prever prazos para concluir determinadas atividades e obter produtos específicos, de cada uma das etapas. Um primeiro produto é o próprio documento Plano de Gestão, resultado do processo de planejamento. Outro produto deste ciclo será a revisão do planejamento e a avaliação e monitoramento da eficiência da gestão da unidade. 3. Etapas para a Elaboração do Plano de Gestão 16 A elaboração dos Planos de Gestão deverá ser desenvolvida em 5 etapas, que são: Etapa 1ª: Organização do Plano de Gestão Etapa 2ª: Diagnóstico da Unidade de Conservação cartilha-roteiro_gestao-.pmd 16 12/6/2007, 14:04 Etapa 3ª: Análise e Avaliação estratégica da informação Etapa 4ª: Identificação de Estratégias Etapa 5ª: Aprovação do Plano A seguir, são apresentadas as características gerais e propostas de metodologias de execução de cada uma destas etapas, suas atividades e o fluxograma geral do processo. Cada uma das etapas anteriormente mencionadas será executada mediante atividades, que poderão ser as aqui descritas ou outras que sejam mais adequadas às características da unidade de conservação, objeto do planejamento. A execução das atividades aqui propostas não deverá ser linear, já que os resultados alcançados com uma atividade deverão ser avaliados e contrastados com os de atividades anteriores, antes de iniciar uma nova atividade. As atividades também poderão ser executadas de forma concomitante ou não, iniciando-se várias ao mesmo tempo. Inclusive, a ordem aqui estabelecida dentro de cada etapa não tem que ser necessariamente a ordem de execução. 1ª Etapa: Organização do Plano de Gestão O objetivo desta etapa é organizar todo o processo de planejamento, em todos os seus detalhes, concretizando a metodologia aqui proposta para o caso específico da unidade de conservação. Nesta etapa, as seguintes perguntas devem ser respondidas pelo órgão gestor da unidade de conservação ou pela Equipe de Planejamento estabelecida: • Quem vai ser a equipe de elaboração? • Quando iniciar a elaboração? • Que aspectos devem ser previamente levados em conta? • Como organizar a informação? • Quais os recursos disponíveis? • Quais são as informações que devem ser coletadas para elaboração do Plano? • Como vão ser coletadas? • Quem as coleta? • Como e quando vão ser realizados o envolvimento e a participação? cartilha-roteiro_gestao-.pmd 17 12/6/2007, 14:04 17 Quando as pessoas diretamente envolvidas no planejamento ainda não conhecem a UC, deverá ser realizada uma primeira visita de reconhecimento para identificar suas particularidades e a provável zona de amortecimento. É importante ressaltar que a zona de amortecimento não coincide necessariamente com o entorno da UC, de raio igual a 10 km do limite, estabelecido pela resolução CONAMA 013/90. Esta zona está diretamente ligada aos impactos existentes e potenciais que incidem sobre os recursos naturais, e que possam comprometer a integridade da UC. A zona de amortecimento encontra-se descrita no inciso XVIII, do artigo 2º, da Lei n º 9.985 de 2000. Na Tabela 1 apresenta-se o detalhamento das atividades a serem realizadas nesta etapa: Tabela 1: detalhamento atividades Etapa I Métodos, Procedimentos e Recomendações Objetivo Atividade 1.1. Constituição da Equipe de Planejamento (EP). - Formar a equipe básica que acompanhará e conduzirá todo o processo. - O órgão gestor responsável pela unidade de conservação designará uma equipe de planejamento, que coordenará a elaboração do Plano de Gestão e será o motor de todas as atividades. - Essa equipe poderá estar formada por técnicos da instituição, consultores ad hoc, pesquisadores ou técnicos de organizações não-governamentais. - Essa equipe será o núcleo da elaboração do plano, mas haverão outros técnicos envolvidos para apoiar e fornecer informações em atividades especificas. Atividade 1.2. Busca de mapas e imagens de satélite da unidade. 18 - Levantar e organizar um banco de dados de todo o material cartográfico, digital e analógico, disponível para a área. - Sistematizar as informações disponíveis em formato de banco de dados (digital e analógico), aberto, para inclusão dos dados que serão gerados daqui em diante continua > cartilha-roteiro_gestao-.pmd 18 12/6/2007, 14:04 continuação da tabela 1: detalhamento atividades Etapa I Objetivo Métodos, Procedimentos e Recomendações Atividade 1.3. Levantamento de estudos pré-existentes. - Buscar toda a informação que já existe sobre a área e sistematizar estas informações. - A busca da informação pode ser realizada com auxilio da equipe de apoio. - Recomenda-se sistematizar os estudos em formato de tabela, como sugerido no Anexo B. Atividade 1.4. Visita in loco para identificar suas particularidades. - Realizar o reconhecimento da área. Levantar as particularidades. - Identificar in loco as áreas mais frágeis e com impactos. - Identificar in loco de forma preliminar a primeira hipótese de zona de amortecimento. - Convidar técnicos de outras instituições para acompanhar. - Convidar membros das comunidades para acompanhar. - Realizar registros com câmara fotográfica digital ou outros meios. - Recomenda-se anotar as observações em formato de tabela, como sugerido no Anexo C. - Como critérios para identificar a Zona de Amortecimento, podem ser usados os limites de bacias hidrográficas, municípios, outras unidades de conservação, existência de atividades conflitantes ou empreendimentos de grande impacto ambiental, estradas, dentre outros. Atividade 1.5. Realização de Oficina de identificação dos "nós" para a gestão. - Integrar os estudos do meio físico, biologico e social existentes sobre a área. - Identificar os "nós" para a gestão. - A integração dos estudos e a identificação dos "nós" poderão ser feitas mediante uma Oficina com pesquisadores e outros envolvidos que conheçam a área. - A EP se reunirá para discutir e detalhar a metodologia da Oficina. - A identificação dos "nós" para a gestão está baseada nas lacunas de conhecimento e nos principais problemas da unidade. continua > cartilha-roteiro_gestao-.pmd 19 12/6/2007, 14:04 19 continuação da tabela 1: detalhamento atividades Etapa I Métodos, Procedimentos e R ecomendações Objetivo Atividade 1.6. Reuni ão para organi zação do Plano de Gestão. - D ar especi fi ci dade local às etapas e ati vi dades aqui descri tas para a uni dade em questão, detalhando cada um dos passos que vão ser d a d o s. - A Equi pe de Planejamento deverá di scuti r nesta reuni ão: os custos, as fontes de fi nanci amento, os envolvi dos e o cronograma de elaboração do Plano, com i ndi cação dos responsávei s (o que,por quem, como, quando, quanto); os aspectos que devem ser previ amente levados em conta de acordo com as especi fi ci dades da uni dade; os cri téri os preli mi nares para i denti fi car a Zona de Amorteci mento. - Nessa reuni ão preparatóri a, além da Equi pe de Planejamento também podem parti ci par outras pessoas com conheci mento específi co da área. - Os resultados dessa reuni ão poderão ser organi zados na forma de matri z, Termos de Referênci a ou Projeto. - Talvez também seja necessári o desmembrar o Termo de Referênci a geral do trabalho em vári os Termos de Referênci a específi cos para as contratações que sejam necessári as. 2ª Etapa: Diagnóstico da Unidade de Conservação A segunda etapa na elaboração do Plano de Gestão consiste em caracterizar a situação atual da unidade de conservação e reunir as informações essenciais com o objetivo de embasar as decisões de gestão. A montagem do panorama da unidade pretende garantir que os Programas de Manejo sejam elaborados de acordo com a realidade local. 20 O primeiro momento na realização do diagnóstico da unidade de conservação deve ser o de decidir o nível de aprofundamento das informações. Quanto maior o aprofundamento no diagnóstico, mais cara será a elaboração do plano e mais tempo levará. Não se trata de realizar um cartilha-roteiro_gestao-.pmd 20 12/6/2007, 14:04 levantamento exaustivo de informações, mas sim de realizar diagnósticos que sirvam para elaborar a estratégia de gestão. Portanto, as informações existentes já compiladas são decisivas para identificar o que deve ser ainda conhecido, levando em conta a gestão adaptativa. Deve-se evitar a criação de “cemitérios de dados”. As informações necessárias podem ser coletadas a partir de diagnósticos rápidos que abrangem um conjunto de técnicas e procedimentos já sistematizados, como Avaliação Ecológica Rápida (AER) e os Diagnósticos Participativos. Estes levantamentos darão ênfase a: • Saúde dos ecossistemas e status das espécies; • Pressões sobre os recursos; • Dinâmica das mudanças. Na escolha das informações a serem levantadas, deve-se levar em conta o que segue: • Dar prioridade às informações que terão uma aplicação específica e imediata; • Estar atento à transdisciplinaridade e multidisciplinaridade das informações; • Aproveitar a experiência e o conhecimento das populações locais; • Considerar as ameaças e os problemas da região; • Considerar a geopolítica da região; • Considerar o contexto histórico-cultural da unidade de conservação; • Orientar os levantamentos biofísicos às características sócioeconômicas da região. O diagnóstico terá como produto um documento que apresenta a realidade de forma “fatiada”, com capítulos referentes aos diversos aspectos que foram estudados sobre a unidade de conservação e região: aspectos físicos, ecológicos, econômicos, sociais, político-administrativos, institucionais, e outros. O detalhamento desta etapa é apresentado na Tabela 2 a seguir: cartilha-roteiro_gestao-.pmd 21 12/6/2007, 14:04 21 Tabela 2: detalhamento das atividades da Etapa II Métodos, Procedimentos e Recomendações Objetivo Atividade 2.1. Levantamento histórico fundiário da á rea e zona de amortecimento. - Montar um panorama da situação fundiária da UC. - Contactar o INCRA, ITEAM e Prefeituras e solicitar as informações disponíveis sobre o território da UC e zona de amortecimento Atividade 2.2. Levantamento dos projetos governamentais e não governamentais para a área e zona de amortecimento. - Conhecer os projetos presentes e futuros e as possíveis implicações sobre a unidade. - As informações levantadas deverão ser analisadas e organizadas na forma de banco de dados. - Recomenda-se sistematizar os projetos em formato de tabela como sugerido no Anexo D Atividade 2.3. Produção da base cartográfica e banco de imagens. - Produzir mapas da UC na escala apropriada. - Atualizar o banco de imagens digitais com novas informações. - A escala dos mapas será definida levando em conta as características da unidade. Recomenda-se não utilizar escala menor que 1:100.000. - A priori, os mapas de cobertura vegetal e uso do solo (ênfase nas áreas degradadas/antropizadas) serão prioritários para o planejamento. Atividade 2.4. Complementação dos estudos necessários. - Aprofundar aqueles estudos que sejam essenciais para o planejamento da UC em função da identificaçõa dos "nós" para a gestão. 22 - Os envolvidos buscarão parcerias junto à universidades e instituições de pesquisa para iniciar a complementação dos estudos. - Deverão ser utilizados diagnósticos rápidos, como a Avaliação Ecológica Rápida, Diagnóstico Participativo de Unidades de Conservação - DIPUC e/ou Diagnóstico Rural Participativo - DRP, entre outros. - realizar o levantamento dos aspectos sócio-econômicos das comunidades, das potencialidades da área, respeitando a sazonalidade local. continua > cartilha-roteiro_gestao-.pmd 22 12/6/2007, 14:04 continuação da tabela 2: detalhamento das atividades da Etapa II Objetivo Métodos, Procedimentos e Recomendações Atividade 2.5. Identificação dos atores sociais. - Identificar e caracterizar os atores sociais para a gestão da unidade e para a composição do seu Conselho, levando em consideração as questões de gênero. - Produzir uma lista de atores: > diretos e indiretos > positivos e negativos - Identificar os interesses, expectativas, potencialidades, limitações e conflitos dos diferentes atores sociais. - Recomenda-se sistematizar os dados em uma tabela, como sugerido no Anexo E. - A identificação dos atores sociais permitirá elaborar uma lista preliminar de potenciais participantes do Conselho da unidade. Atividade 2.6. Reunião com as lideranças locais. - Repassar e nivelar conceitos sobre unidades de conservação (UC, PG, zoneamento, conselho, etc.). - Informar sobre a elaboração do PG. - Identificar parceiros para a elaboração do PG. - Planejar atividades em conjunto para a elaboração do PG. - P oderá ser organi zada uma reuni ão geral ou vári as reuni ões por setor geográfi co ou temáti co. - A reunião deverá ser realizada em um local adequado tanto para a EP como para todos os participantes. - Preferencialmente, os participantes não deverão ter despesas com deslocamento, hospedagem e alimentação para essa reunião. - Meios necessários: projetor, fichas, painéis, pincéis, outros, de acordo com a metodologia utilizada e logística disponível. Atividade 2.7. Reuniões com usuários e interessados. - Divulgar a UC e seus objetivos. - Informar sobre a elaboração do PG. - Consolidar a participação dos diferentes atores. - Levantamento de informações sobre a região com os atores locais - Convocar reuniões por segmento de usuários; se necessário, fazer visitas institucionais. - Os moradores também podem participar de algumas visitas e reuniões. 23 continua > cartilha-roteiro_gestao-.pmd 23 12/6/2007, 14:04 continuação da tabela 2: detalhamento das atividades da Etapa II Métodos, Procedimentos e Recomendações Objetivo Atividade 2.8. Compilação de todas as informações da caracterização. - Preparar o Documento preliminar de caracterização da área. - A EP deverá elaborar um Documento preliminar como síntese de todas estas atividades, o qual constituirá o Volume I do Plano de Gestão. 3ª Etapa: Integração e Avaliação estratégica da informação Após o diagnóstico da unidade, onde se apresenta a realidade segmentada, é necessário proceder a uma análise e avaliação estratégica dessa realidade como um todo. A avaliação estratégica permite perceber as relações de interdependência entre os diferentes aspectos identificados no diagnóstico, o que leva a entender como um mesmo fator está concorrendo para gerar efeitos indesejáveis em mais de um aspecto. Por muito tempo, foi utilizada a técnica da Arvore de Problemas para realizar essa análise mais integrada, porém, atualmente é mais usada uma metodologia própria do planejamento estratégico, denominada Matriz FOFA ou DAFO (Matriz de Debilidades – Ameaças – Forças – Oportunidades). A Matriz DAFO, junto com o diagnóstico da etapa anterior, fornecerão subsídios para obter o produto desta etapa, que é a Declaração de Significância. A Declaração de Significância é uma avaliação sobre a importância da unidade de conservação dentro do contexto local, regional e nacional e o seu papel dentro dos Sistemas Nacional e Estadual de Unidades de Conservação. Os critérios que serão avaliados são: 24 • Representatividade • Unicidade • Raridade • Fragilidade • Diversidade • Espécies ameaçadas cartilha-roteiro_gestao-.pmd 24 12/6/2007, 14:04 • Endemismos • Valores sociais, culturais e econômicos A Declaração de Significância também deverá apresentar uma avaliação sobre a necessidade de revisão dos limites atuais da unidade de conservação e de sua categoria de manejo. Todos os resultados da avaliação estratégica serão incorporados ao Volume I do Plano de Gestão. Na Tabela 3, apresenta-se o detalhamento das atividades da 3ª Etapa . Tabela3:detalhamento das atividades da Etapa III Objetivo Métodos, Procedimentos e Recomendações Atividade 3.1. Realização da Oficina de Integração - Apresentar as informações reunidas no diagnóstico para complementação e integração; - Elaborar o Mapa de problemas ambientais e uso da área. - Formatar a Matriz DAFO sobre a UC. - De acordo com as características da unidade, será organizada uma ou várias oficinas - Será necessária uma reunião preliminar da EP para detalhar a estratégia e metodologia da oficina - Outros métodos que poderão ser usados são: árvore de problemas, a espinha de peixe, a linha do tempo; - A EP deverá facilitar a participação dos principais envolvidos com a unidade na oficina - Segundo as características da UC, a Oficina de Diagnóstico e a Oficina de Planejamento (Atividade 4.2.) poderão acontecer ao mesmo tempo ou separadas. Atividade 3.2. Realização de reuniões para elaborar a Declaração de Significância. - Identificar a importância da unidade de conservação dentro do contexto local, regional e nacional e o seu papel no SNUC e SEUC. - Avaliar a necessidade de adequação dos limites atuais da unidade e de sua categoria de manejo. - A Declaração de Significância poderá ser elaborada pela EP ou mediante reuniões ou oficinas com pesquisadores que conheçam a área. - Os critérios que serão avaliados, dentre outros, são: Representatividade Unicidade Raridade Fragilidade Diversidade Espécies ameaçadas Endemismos Valores sociais, culturais e econômicos continua > cartilha-roteiro_gestao-.pmd 25 12/6/2007, 14:04 25 continuação da tabela 3: detalhamento das atividades da Etapa III Objetivo Métodos, Procedimentos e Recomendações Atividade 3.3. C ompi lação das i nformações produzi das. - Reuni r as i nformações geradas e complementar o Volume I do P G - A EP deverá i ncorporar estas i nformações no Volume I, revi sando o que for necessári o. 4ª Etapa: Identificação de Estratégias O objetivo desta etapa é identificar as estratégias a serem utilizadas na gestão da unidade. Nesta etapa: • serão identificadas a missão e a visão de futuro da unidade de conservação; • será realizado o zoneamento; • será definida a estratégia de ação da unidade; • serão estabelecidos os Programas de Gestão; e, • será identificado o Sistema de Monitoramento e Avaliação dos programas propostos e da gestão propriamente dita. A missão e visão de futuro da Unidade de Conservação são elementos relativamente novos no planejamento de unidades de conservação. 26 A missão representa a razão de existência da unidade de conservação, ou seja, a finalidade de sua criação ou propósito a longo prazo. É identificada com base nas características distintivas que foram descritas na Declaração de Significância, levando em conta a categoria de manejo e os objetivos dos Sistemas Nacional e Estadual de Unidades de Conservação. A missão pode ser definida na forma de diferentes objetivos específicos segundo as características distintivas da unidade, mas têm que ser realmente específicos, evitando propor objetivos que poderiam servir para qualquer outra unidade de conservação. A visão de futuro é uma declaração de como desejamos que a unidade esteja daqui a 20 anos em relação a sua função de conservar a biodiversidade e promover a inserção e melhoria da cartilha-roteiro_gestao-.pmd 26 12/6/2007, 14:04 qualidade de vida das populações com ela relacionadas. A visão de futuro será formulada considerando o sucesso e/ou insucesso de implementação da unidade em questão. Ela ajudará a formular a estratégia geral de ação e os programas de gestão. O zoneamento da unidade de conservação é a divisão em setores ou zonas com objetivos operacionais e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. Após a análise da literatura sobre planos de manejo ou de gestão, verificou-se que cada país detém um sistema de zoneamento diferente. Variam os nomes das zonas, suas características e os critérios para o zoneamento. No caso das unidades do Estado do Amazonas, o sistema de zoneamento está baseado principalmente no critério da intensidade da intervenção sobre o meio, mas é importante também considerar a utilização de critérios como o estado de conservação da área e tipo de atividades que serão realizadas. Desta forma, são identificados quatro gradações na intensidade da intervenção: insignificante ou mínima, pequena ou leve, moderada e alta. Cada gradação origina uma zona diferente, a qual terá as características apropriadas para absorver a intensidade da intervenção atribuída. A seguir são apresentados os nomes e características de cada zona (Quadro 1) e o que se deve e pode realizar em cada uma delas, onde PES = Pesquisa, MA = Monitoramento Ambiental, PRO = Proteção, MAN = Manejo de recursos naturais, REC = Recreação, DIV = Divulgação, IA/EA = Interpretação Ambiental/Educação Ambiental No zoneamento, podem ser consideradas outras zonas, onde o grau de intervenção não é necessariamente a forma de defini-las, mas mais especificamente as características instrinsecas daquela área, como a presença de sítios arqueológicos, monumentos históricos-culturais, outros atributos que devam ser destacados, áreas em recuperação. A esta zona denominamos Zona Especial, que às vezes tem caráter temporário. Outra zona que pode ser estabelecida é a Zona de Uso Conflitivo, onde acontecem atividades em desacordo com a cartilha-roteiro_gestao-.pmd 27 12/6/2007, 14:04 27 Quadro 1: O sistema de zoneamento. Grau de intensidade da Nome da z ona intervenção Características Insignificante ou mínimo Zona Primitiva (ou zona intangível ou zona de preservação) A intervenção realizada não causa nenhuma influência no meio. As atividades permitidas devem ser realizadas mediante meios de transporte que não causem impactos, sem necessitar instalações específicas para tal e em grupos pequenos. Pequeno ou leve Zona de uso restrito (ou zona de uso limitado) A intervenção é de pouca importância, não é grave nem perigosa, nem importante. As atividades de REC e IA/EA devem ser realizadas em harmonia com o meio e tendo como objetivo o contato com a natureza. Ainda devem ser realizadas mediante meios de transporte que não causem impactos, sem necessitar instalações específicas para tal e em grupos pequenos. Moderado Zona de uso extensivo A intervenção não é excessiva, nem exagerada. É realizada com moderação ou prudência. Exemplos: atividades extrativistas, manejo comunitário de não madeiráveis, cabanas ou campings, etc. Alto Zona de uso intensivo A intervenção é realizada com intensidade, com grandes influências sobre o meio. Zona onde são desenvolvidas todas as infraestruturas para a administração, recreação, interpretação e educação ambiental, pesquisa, manejo comunitário de madeiráveis, monitoramento ambiental e divulgação. Também podem ser desenvolvidas atividades de produção comercial. 28 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 28 12/6/2007, 14:04 PES MA PRO X X X X X X X X X X X X MAN REC IA/EA DIV X X X X X X X X X X 29 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 29 12/6/2007, 14:04 categoria da UC, como por exemplo a presença de gado, a existência de rodovias ou usos estabelecidos que impactam a unidade, entre outros. Caso se revertam as questões indesejadas, estas zona pode ser renomeada, em função do grau de intervenção sobre o meio. A zona de amortecimento integra o zoneamento da UC e as informações coletadas ao longo das atividades de diagnostico são fundamentais para a definição de abrangência desta zona. Neste momento, é estabelecida a zona de amortecimento definitiva da UC. A Estratégia Geral de Gestão é a definição e formulação de como será alcançada a Visão de Futuro ao longo do tempo, pensando todos os diferentes estágios e/ou ciclos de gestão da unidade. Neste momento, deve-se analisar as formas como serão desenvolvidos a pesquisa, o uso público, o manejo dos recursos naturais, e outros, identificando o objetivo operacional para os próximos 3 a 5 anos, os resultados que se desejam alcançar e a forma como serão efetivados. Os Programas de Gestão são o detalhamento dos resultados, atividades, metas, meios de verificação e pré-requisitos necessários para consolidar a unidade de conservação ao longo do tempo. Os Programas e Subprogramas devem ser descritos tanto para a unidade de conservação como para sua zona de amortecimento. Na estrutura aqui proposta, as ações serão agrupadas de acordo com sua finalidade. Por exemplo, uma atividade de educação ambiental estará dentro do Subprograma de Interpretação e Educação Ambiental, sendo esta executada dentro da UC ou em sua zona de amortecimento. O Subprograma de Manejo dos Recursos Naturais abrangerá todas as ações de manejo dos recursos naturais, sejam elas orientadas para a conservação ou para a geração de renda das populações que moram na unidade ou na sua zona de amortecimento. 30 O Sistema de Monitoramento e Avaliação dos programas e da gestão da UC também deverá ser proposto em formato de um programa de gestão, a fim de garantir que este sistema seja implementado pela própria equipe de gestão da unidade, à medida que são implementados os programas previstos. Por último, é necessário salientar que os programas e subprogramas serão considerados segundo cada unidade de conservação em questão e sua categoria de manejo, o que significa cartilha-roteiro_gestao-.pmd 30 12/6/2007, 14:04 na prática que poderá haver subprogramas que possuam poucas ou nenhuma atividade para ser executada em determinada UC. A seguir, apresentamos a listagem dos programas que devem ser considerados em um planejamento: Os Programas de Gestão serão construídos a partir da estratégia geral de ação, formatados em uma tabela,ou texto, que será elaborado a partir das informações recolhidas na oficina de planejamento e nas reuniões da equipe. A Tabela de cada Programa de Gestão apresenta o seguinte formato: Programa de Gestão 1. Programa de Conhecimento 1.1. Subprograma de Pesquisa 1.2. Subprograma de Monitoramento Ambiental 2. Programa de Uso Público 2.1. Subprograma de Recreação 2.2. Subprograma de Interpretação e Educação Ambiental 2.3. Subprograma de Divulgação 3. Programa de Manejo do Meio Ambiente 3.1. Subprograma de Manejo dos Recursos 3.2. Subprograma de Proteção Ambiental 4. Programa de Apoio às Comunidades 4.1. Sub-programa de apoio à organização social 4.2. Sub-programa de geração de renda 4.3. Sub-programa de melhoria da qualidade de vida 5. Programa de Operacionalização 5.1. Subprograma de Regularização Fundiária 5.2. Subprograma de Administração e Manutenção 5.3. Subprograma de Infra-estrutura e Equipamentos 5.4. Subprograma de Cooperação e Articulação Institucional 6. Programa de Monitoramento e Avaliação 6.1 Subprograma de avaliação e monitoramento dos programas 6.2 Subprograma de avaliação e monitoramento da gestão cartilha-roteiro_gestao-.pmd 31 12/6/2007, 14:04 31 Os Programas de Gestão serão construídos a partir da estratégia geral de ação, formatados em uma tabela, ou texto, que será elaborado a partir das informações recolhidas na oficina de planejamento e nas reuniões da equipe. É também importante prever que no subprograma de avaliação e monitoramento da gestão, estejam previstas atividades diretamente relacionadas com a implementação de práticas que visem à eficiência na gestão da unidade, a exemplo do que ocorre com empresas. Este subprograma deve considerar recursos para treinamento da equipe envolvida em técnicas de gestão, assim como para avaliação dos processos adotados. A Tabela de cada Programa de Gestão apresenta o seguinte formato: Estratégia de implementação Metas Meios de verificação Pré- requisitos Objetivo: É o objetivo do Programa para o periodo Resultados: São os diferentes resultados em relação a cada subprograma: Atividades: São as diferentes ações necessárias para atingir os resultados. A.1.1. A.1.2.. 32 Nessa tabela, o objetivo diz respeito a cada Programa e os resultados serão estabelecidos por Sub-Programa de Gestão. Para cada resultado, deverão ser descritas as atividades necessárias para alcançá-lo. As metas se propõem a definir os resultados e as atividades em termos qualitativos, quantitativos e temporais. As metas constituem a base para o monitoramento e avaliação do avanço da elaboração do Plano. Os meios de verificação indicam a forma ou locais onde serão averiguadas cartilha-roteiro_gestao-.pmd 32 12/6/2007, 14:04 as metas. Os pré-requisitos são fatores e/ou condições que, apesar de estarem fora do controle direto do gestor da unidade, devem ser considerados na implementação dos programas. São os fatores de risco do planejamento. Os Programas de Uso Público e de Manejo do Meio Ambiente devem considerar uma primeira aproximação à capacidade de suporte da área, aqui entendida como a definição dos limites para realização de atividades que provocam certo grau de impacto no meio, levando em consideração a capacidade do meio em absorver os impactos antrópicos. Esta capacidade deve ser ajustada a partir de avaliações sucessivas, as quais devem estar previstas nas atividades do Sub-Programa de Monitoramento Ambiental. O Programa de Apoio às Comunidades terá focos diferentes dependendo da categoria de unidade de conservação. Nos casos de UC de proteção integral, este programa se refere ao entorno e às comunidades ai localizadas, bem como à integração com os municípios para viabilizar as melhorias necessárias. Este programa deve então manter uma conexão direta com o sub-programa de cooperação e articulação institucional. No caso das áreas sob uso sustentável, este programa contemplaria os anseios das comunidades, com base na matriz da sustentabilidade (ver Anexo F), e dos governos em relação as melhorias da qualidade de vida (que para cada UC tem realidade diversa) e de organização social e geração de renda. Por último, o processo de planejamento também deve prever um Programa de Monitoramento e Avaliação contínua da implementação dos programas e da gestão da UC. Recomendase que ao menos uma das avaliações da implementação do plano seja feita por revisores externos a partir de, pelo menos, 3 anos de sua implementação. Os resultados do monitoramento e avaliação do plano a cada período recomendarão a sua revisão ou a realização dos ajustes necessários. Todo planejamento deve ser dimensionado, no espaço e no tempo. Saber quanto de recursos financeiros e quando serão desenvolvidas as atividades planejadas é fundamental para poder avaliar a implementação e ajustar o que for necessário. Estes cartilha-roteiro_gestao-.pmd 33 12/6/2007, 14:04 33 elementos são descritos no Cronograma físico-financeiro do Plano de Gestão. A Tabela 4 a seguir apresenta um detalhamento das atividades desta etapa. Tabela 4: Identificação das Estratégias de gestão Objetivo Métodos, Procedimentos e Recomendações Atividade 4.1. Identificação preliminar da missão e zoneamento da unidade de conservação. - Realizar uma proposta preliminar da missão da unidade e de seu zoneamento - A EP deverá elaborar uma proposta preliminar da missão e do zoneamento, com base na avaliação estratégica das informações reunidas no Volume I do Plano de Gestão. Atividade 4.2. Realização de Oficina de Planejamento. - Consolidar a missão da UC. - Consolidar o Zoneamento da área. - Construção coletiva da visão de futuro - Colher propostas para a estratégia geral de gestão, o objetivo operacional e os programas de gestão da UC. - Discutir propostas do modelo de gestão da unidade. - Será necessária uma reunião preliminar da EP para detalhar a estratégia e metodologias da oficina. - De acordo com as características da unidade, será organizada uma ou várias oficinas de planejamento. - A EP deverá facilitar a participação dos principais envolvidos com a UC nas oficinas. - A EP deve estar atenta a todas as propostas e recomendações apresentadas durante a oficina, para subsidiar a elaboração dos programas - O objetivo operacional e programas de gestão poderão estar estruturados em formato de tabela. Atividade 4.3. Consolidação da 1ª Versão do Volume II do Plano de Gestão. 34 - Preparar a 1ª Versão do Volume II do Plano de Gestão, com base nos resultados da Oficina. cartilha-roteiro_gestao-.pmd 34 - Deverá haver uma reunião da EP para discutir e complementar os resultados da Oficina de Planejamento e estruturar os programas de gestão. - A EP também deverá discutir o Sistema de Monitoramento e Avaliação dos programas de manejo e da gestão da unidade. 12/6/2007, 14:04 5ª Etapa: Aprovação do Plano A última etapa da elaboração deve considerar a consulta pública de todo o planejamento realizado, sua discussão e/ou aprovação no âmbito do conselho da unidade, sua divulgação e sua internalização institucional, em todas as instâncias. As atividades que devem ser realizadas nesta etapa estão apontadas na Tabela 5. Tabela 5: detalhamento das atividades da Etapa V Objetivo Métodos, Procedimentos e Recomendações Atividade 5.1. Apresentação da 1ª Versão ao coletivo. - Discutir a 1ª Versão do - Realizar reunião prévia para identificar o públicoPG junto aos diferentes alvo da apresentação e a estratégia que será atores sociais. desenvolvida. Realizar uma ou várias reuniões, de acordo com as características da UC. Atividade 5.2. Consolidação da 2ª Versão do Plano de Gestão. - Incorporar as sugestões e recomendações obtidas na reunião anterior. - Realizar reunião do EP para discutir as sugestões e recomendações advindas da apresentação do PG. - Incorporar as recomendações e sugestões para produzir a 2ª Versão do PG. Atividade 5.3. Apresentação do PG ao conselho da unidade. - Apresentar o PG ao conselho da UC para sua aprovação ou detalhar sugestões e recomendações para sua aprovação. - Apresentar o Plano de Gestão ao conselho da UC, utilizando informação visual e linguagem adequada ao publico em questão. Atividade 5.4. Consolidação da Versão Final do Plano de Gestão. - Incorporar as sugestões e recomendações do conselho da unidade. - No caso de conselhos consultivos: deverá haver uma reunião da EP para discutir as sugestões e recomendações desses conselhos e incorporar o que for pertinente. - No caso de conselhos deliberativos: deverá haver uma reunião para incorporar as sugestões e orientações desses conselhos. continua > cartilha-roteiro_gestao-.pmd 35 12/6/2007, 14:04 35 continuação da tabela 5: detalhamento das atividades da Etapa V Objetivo Métodos, Procedimentos e Recomendações Atividade 5.5. Aprovação final do PG pela autoridade competente. - Aprovar o Plano de Gestão. - A autoridade que realiza a gestão das unidades de conservação tem que aprovar o Plano. - O Plano de Gestão será aprovado em portaria do órgão gestor, para a maioria das categorias de manejo, ou em resolução do conselho deliberativo, para o caso da Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável (Decreto no 4340, art. 12). Atividade 5.6. Divulgação do Plano de Gestão. - Assegurar a ampla divulgação do Plano de Gestão. - A divulgação do Plano de Gestão deverá ser realizada com linguagem e veículos de comunicação adequados para os moradores da unidade de conservação e de seu entorno. - A autoridade que realiza a gestão das unidades de conservação é a responsável direta pela divulgação. ,Na Figura 2 a seguir, apresenta-se um fluxograma de preparação do Plano de Gestão, com todas as etapas e documentos intermediários que serão produzidos para consolidação dos Volumes I e II do Plano de Gestão. 36 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 36 12/6/2007, 14:04 Figura 2: Fluxograma de preparação do Plano de Gestão 37 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 37 12/6/2007, 14:04 continuação da figura 2: Fluxograma de preparação do Plano de Gestão 38 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 38 12/6/2007, 14:04 4. Estrutura do Documento É sugerida uma estrutura para os Planos de Gestão, que devem apresentar o seguinte conteúdo, sempre respeitando as características de cada categoria de manejo: Volume I: Diagnóstico da Unidade de Conservação 1. Introdução 2. Histórico de planejamento 3. Contexto atual do Sistema de Unidades de Conservação no Amazonas 4. Informações gerais 4.1. Ficha técnica 4.2. Acesso à unidade de conservação 4.3. Histórico de criação e antecedentes legais 4.4. Origem do nome 4.5. Situação fundiária 5. Caracterização dos fatores abióticos 5.1. Aspectos geológicos 5.2. Relevo e solo 5.3. Clima e hidrologia 6. Caracterização dos fatores bióticos 6.1. Caracterização da vegetação 6.2. Fauna 7. Caracterização sócio-econômica da população residente e da zona de amortecimento 7.1. Aspectos Culturais 7.2. Caracterização da população 7.3. Distribuição Espacial e Demografia 7.4. Organização Comunitária 7.5. Padrão de uso dos recursos naturais 7.6. Principais atividades econômicas e seus impactos 7.6.1. Atividades agrícolas 7.6.2. Atividades extrativistas 7.6.3. Outras atividades cartilha-roteiro_gestao-.pmd 39 12/6/2007, 14:04 39 7.7. Percepção dos moradores sobre a unidade de conservação 8. Aspectos Institucionais 8.1. Recursos humanos e infra-estrutura 8.2.Estrutura Organizacional 9. Análise e Avaliação estratégica 10. Declaração de Significância 11. Referencias bibliográficas Volume II: Planejamento 12. 13. 14. 15. 16. 40 cartilha-roteiro_gestao-.pmd Missão da Unidade de Conservação Visão de Futuro da Unidade de Conservação Zoneamento Estratégia Geral de Gestão Programas de Gestão 16.1. Programa de Conhecimento 16.1.1. Subprograma de Pesquisa 16.1.2. Subprograma de Monitoramento Ambiental 16.2. Programa de Uso Público 16.2.1. Subprograma de Recreação 16.2.2. Subprograma de Interpretação e Educação Ambiental 16.2.3. Subprograma de Divulgação 16.3. Programa de Manejo do Meio Ambiente 16.3.1. Subprograma de Manejo dos Recursos 16.3.2. Subprograma de Proteção 16.4. Programa de Apoio às Comunidades 16.4.1. Sub-programa de apoio à organização social 16.4.2. Sub-programa de geração de renda 16.4.3. Sub-programa de melhoria da qualidade de vida 16.5. Programa de Operacionalização 16.5.1. Subprograma de Regularização Fundiária 16.5.2. Subprograma de Administração e Manutenção 40 12/6/2007, 14:04 16.5.3. Subprograma de Infra-estrutura e Equipamentos 16.5.4. Subprograma de Cooperação e Articulação Institucional 17. Sistema de Monitoramento e Avaliação 18. Cronograma de implementação dos programas de gestão 19. Referências bibliográficas Volume III: Anexos • Metodologia geral para a elaboração do Plano de Gestão • Métodos utilizados na caracterização dos fatores bióticos e sócio-econômicos • Métodos utilizados para o mapeamento do uso dos recursos naturais • Métodos utilizados para o zoneamento da unidade • Lista de espécies de fauna • Lista de espécies da flora • Outros 5. Recomendações para a Elaboração de Planos de Gestão Em relação à articulação interinstitucional: • O Plano de Gestão tem que ser elaborado com o envolvimento dos diferentes níveis de Governo (federal, estadual e municipal). • A elaboração do Plano de Gestão deve envolver as comunidades, as organizações não-governamentais e a sociedade civil organizada. • Nas categorias de manejo que seja possível, será necessário levar em conta a gestão público-privada da unidade de conservação. • Durante todo o processo de planejamento, recomenda-se estreitar relações com as instituições de ensino e pesquisa. • É importante verificar a existência de outras UCs na mesma região geográfica e procurar implementar conjuntamente a gestão em mosaico (mosaico institucional, mosaico de categorias, mosaico de conselhos), prevista no SNUC cartilha-roteiro_gestao-.pmd 41 12/6/2007, 14:04 41 Sobre o retorno para a sociedade • O processo de planejamento deve ser orientado para ser um instrumento que transforme as potencialidades da unidade em produtos e oportunidades de negócios para a sociedade em geral. • O processo de planejamento deve ser conduzido de forma a levar em conta os anseios das populações da unidade e seu entorno. • O Plano de Gestão deve ser um instrumento que aponte alternativas de geração de renda para as comunidades que vivem ou estão ao redor da unidade de conservação. • A gestão da unidade deve considerar a elaboração de planos de negócios, identificação e desenvolvimento de mercados para os produtos das UCs, em busca de sua sustentatibilidade e das populações, de acordo com a categoria de manejo e a fase da gestão. • Promover, em um primeiro momento, o desenvolvimento organizacional da UC. Sobre os Programas de Gestão: • Priorizar a sensibilização e educação ambiental. • Seguir critérios de utilização dos recursos naturais. • Contar com idéias de manejo alternativo e que sejam criativas. Ser criativo para diminuir os custos de implementação e atender aos objetivos da UC. • Contemplar as especificidades da população existente na UC. • Ser compatível com a realidade local. 6. A participação da sociedade na elaboração dos Planos de Gestão 42 Uma das premissas centrais da política ambiental brasileira e também enfoque prioritário na construção do Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas – PNAP, a participação da sociedade no processo de tomada de decisões significa inclusão social em sentido amplo, como engajamento da sociedade na definição de políticas que interferem no direito do cidadão, na interpretação de patrimônio natural e cultural e na valorização do conhecimento baseado na simbologia local. cartilha-roteiro_gestao-.pmd 42 12/6/2007, 14:04 É importante salientar que a sociedade tem papel fundamental no planejamento, uma vez que a gestão da unidade será realizada pelo órgão gestor em conjunto com o Conselho Gestor nomeado. Cada um dos momentos do planejamento pressupõe uma forma de participação da sociedade, desde o nível da consulta aos conhecimentos, onde a população é consultada como fonte de informações, até o nível da participação interativa, onde a sociedade beneficiaria é incluída na fase de analise e definição do Plano de Gestão. A seguir, apresentamos as formas de participação da sociedade nas diferentes etapas do planejamento: Diagnóstico da UC: nesta etapa, a sociedade é uma das fontes de informação sobre a área em estudo e seu entorno. O contato dos pesquisadores com a sociedade envolvida com a área deverá favorecer a identificação dos atores sociais que poderão atuar na gestão da unidade e aqueles potenciais para a composição do seu Conselho. Nesta etapa é prevista a realização de reunião com as lideranças locais para informar sobre a elaboração do Plano de Gestão e nivelar conceitos sobre unidades de conservação, conselho gestor e manejo e gestão de áreas protegidas. Integração e avaliação estratégica das informações: nesta etapa, a sociedade é consultada sobre os problemas/ ameaças e oportunidades/potenciais em relação a UC, nas oficinas de integração das informações. O publico alvo nesta etapa são os pesquisadores, membros do conselho, usuários da área, e outros interessados. É também momento de descrever a importância da área nos diferentes contextos (Declaração de Significância), o que ocorre após reuniões com os pesquisadores envolvidos no diagnóstico e/ou que detenham conhecimento da área em questão. Identificação de estratégias: nesta etapa do planejamento, ocorre a Oficina de Planejamento (pode ser mais que uma) com a participação dos atores relacionados com a gestão da unidade, como técnicos do órgão ambiental responsável e membros do conselho, assim como dos moradores, usuários da área, ongs locais e outros interessados, com a finalidade de definir, entre outros elementos, o zoneamento cartilha-roteiro_gestao-.pmd 43 12/6/2007, 14:04 43 44 e colher subsídios para elaboração dos programas de gestão. É importante prever a participação das instâncias políticas regionais neste momento, como técnicos das prefeituras, vereadores e pessoas das instituições que atuam na região de influencia da UC. Na maioria das vezes, esta participação é caracterizada como consulta, onde se leva em consideração a opinião dos participantes, mas as decisões finais competem à equipe do planejamento e não aos participantes das oficinas. Dependendo da categoria de manejo da UC em questão e da forma como se conduz a participação, pode ocorrer uma interferência maior da sociedade no resultado final das estratégias de gestão. Vale ressaltar que instituições parceiras da gestão da UC são essenciais nesta etapa do planejamento. Aprovação do Plano de Gestão: neste momento, a sociedade interessada será informada da conclusão do Plano de Gestão e chamada para dar seu parecer a respeito, ou validar o que foi construído. Quer dizer que, se de fato fazemos um planejamento de forma participativa, com a interação dos diferentes atores nos momentos chave, a validação do Plano de Gestão pelos membros do Conselho é um processo formal e natural. O Conselho Gestor, assim como o órgão responsável pela gestão da UC, devem emitir seu parecer sobre o documento existente, o que normalmente acontece em uma reunião do Conselho, com a presença dos gestores responsáveis. É também a oportunidade de proporcionar um momento solene e de integração entre os responsáveis pela área em questão. Divulgação do Plano de Gestão: após aprovação, o Plano deve ser publicado em formato simplificado, de forma que os envolvidos em qualquer uma das etapas do planejamento tenham acesso ao que foi estabelecido e aprovado. É também uma oportunidade de divulgar para o publico em geral as estratégias de gestão para determinada área protegida. A participação da sociedade, neste momento, é apenas como receptora da informação gerada, mas a partir de então, pode interagir com a implementação do que foi planejado. cartilha-roteiro_gestao-.pmd 44 12/6/2007, 14:04 7. Referências Bibliográficas Amend, S. et al. “Planes de Manejo. Conceptos y Propuestas”. Em: Parques Nacionais e Conservação Ambiental, No. 10. Panamá. 2002. Amend, Stephan; Amend, Thora. “La zonificación – elemento clave de los planes de manejo”. 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Decisions adopted by The Conference of the Parties to the Convention on Biological Diversity at its Fifth Meeting, Nairobi, 15-26, May. 2000 Anexos • Anexo A: Lista dos participantes da 1ª oficina sobre planos de gestão para as unidades de conservação estaduais (Manaus, 16 de abril de 2004) NOMES ÓRGÃO/ EMPRESA E-MAIL Artemisia Souza do Valle D P E /C C A [email protected] Maria Olatz Cases GTZ/PCE [email protected] Christina Fisher IPAAM/GEGT [email protected] Lindoneide L. Paredio SEAE/SDS [email protected] Terezinha Soares SDS/RH [email protected] Cleuza Olinda Picolli IPAAM/SDS [email protected] Rita Mesquita SDS/DPE [email protected] Gustavo Wachtel GTZ [email protected] Sergio Gonçalves SDS/AF [email protected] Marcos Roberto Pinheiro [email protected] FVA 47 continua > cartilha-roteiro_gestao-.pmd 47 12/6/2007, 14:04 continuação do anexo A: Lista dos participantes da 1ª oficina sobre planos de gestão para as unidades de conservação estaduais (Manaus, 16 de abril de 2004) N OMES 48 ÓR GÃO/ EMPR ESA E-MAIL Luci mara D o S C aldas Pi nto SED EMA [email protected] Jarci nei de C ardoso IPAAM/GEGT jarci nei de2004@hotmai l.com Marci o Amori m MMA/C C A marci omai a@i paam.br Raquel C arvalho SD S - C I [email protected] Jorge Lui z Fari as Pi nto SED EMA [email protected] Teofi lo Sai d Neto FLORESTAS D O AM teofi [email protected] Malvi no Salvador FLORESTAS D O AM florestasdoamazonas@florestas. am.gov.br D omi ngos Macedo PD BFF-INPA dsmacedo@i npa.gov.br Hueli ton da Si lvei ra Ferrei ra UFAM Geografi a hueli tonferrei ra@hotmai l.com Jai r Sales Ferrei ra OBJETIVO Geografi a jsl-geo@hotmai l.com Marcos A R. Araujo Projeto D oces Matas docesmatas@i ef.mg.gov.br Patri ck S Menacho C OOMAN coomam@hori zon.com.br Paulo Eduardo Barni UFAM paulobarni @bol.com.br Jonathas Pai va do Nasci mento UFAM jonathas.nasci [email protected] Jonas D . Rabelo Juni or PC E/C I [email protected] cartilha-roteiro_gestao-.pmd 48 12/6/2007, 14:04 • Anexo B: Detalhamento da Atividade 1.3 - Visita in loco a unidade de conservação 1. Objetivos: • Buscar toda a informação que já existe sobre a área ou suas proximidades • Sistematizar as informações 2. Quadro de identificação de fontes de dados sócioambientais Tipos de informações sócio-ambientais necessárias: Informações sócio-ambientais Autor ou grupo executor Localiz ação do levantamento Tipo de informações Geologia, geomorfologia, hidrografia, clima, Botânica, Mamíferos, Aves, Anfíbios e répteis, Peixes, Invertebrados, Demografia, Dados sócio-econômicos, Uso dos recursos • Anexo C: Visita in loco a Unidade de Conservação 1. Objetivos: • Realizar o reconhecimento in loco da área • Levantar as particularidades • Identificar e caracterizar de forma preliminar os problemas sócio-ambientais da área cartilha-roteiro_gestao-.pmd 49 12/6/2007, 14:04 49 50 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 50 12/6/2007, 14:04 Invasões Queimadas Evidência de cursos de água contaminados Vazamento de óleo Descarga de esgoto Danos mecânicos nos leitos dos rios Lixo Poeira sobre a vegetação Poluição sonora Cursos de água com barragens Mata de galeria ausente Assoreamento Superpopulação de espécies nativas Presença de espécies exóticas Erosão Compactação do solo Problemas sócio-ambientais Localiz ação Importância (referência e/ou ou ponto intensidade do GPS) Possíveis fatores causais Possíveis Possíveis efeitos agentes causais • Identificar in loco de forma preliminar a zona de amortecimento. 1. Tabela para verificação dos problemas sócioambientais na visita de campo Importância: Grande, média ou pequena. Intensidade: Alta, Média ou Baixa. 3. Observações durante o reconhecimento de campo: • Facilidades de acesso? • Existência de infra-estrutura de apoio? • Limites com marcos físicos ou cerca? • Áreas estratégicas para corredores fora da UC? • Nascentes fora ou dentro da UC? • Outras UCs na mesma região? Que categorias? Órgão gestor? • Outros • Anexo D: Levantamento dos projetos governamentais para a área e zona de amortecimento 1. Objetivos: • Buscar todos os projetos governamentais para a área e sua zona de amortecimento, tanto os presentes como os futuros. • Sistematizar os projetos. 2. Quadro de identificação dos projetos presentes e futuros Projetos governamentais Localiz ação Agente Objetivo do projeto / promotor Características 51 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 51 12/6/2007, 14:04 • Anexo E: Caracterização dos diferentes atores sociais 1. Objetivos: • Identificar os atores sociais que atuam na região • Caracterizar a atuação de cada um em relação a UC 52 Grupo ou Atribuições Localiz ação instituição ou papéis (o que faz em?) Quais são seus interesses ou expectativas? Quais são seus Quais são Obs. potenciais de suas apoio? limitações? (o que podemos esperar deles?) 2. Apresentação matricial das informações: cartilha-roteiro_gestao-.pmd 52 12/6/2007, 14:04 • Anexo F: A Matriz de Sustentabilidade O modelo da Matriz de Sustentabilidade consiste em avaliar continuamente a comunidade em seu processo de desenvolvimento, partindo de uma base de dados levantados junto às famílias. A matriz está organizada em indicadores relacionados à saúde, educação, geração de renda, infraestrutura, indicadores sócio-econômicos, atividades produtivas, e no caso das unidades de conservação, também alguns indicadores sobre o grau de participação da comunidade na gestão e implementação da unidade. A matriz permite adaptações a diferentes realidades e conjunturas sociais. Atualmente, a matriz de sustentabilidade está estruturada em mais de 30 indicadores diferentes. Para cada indicador são atribuídos 4 níveis de atendimento/execução, que variam de um estado crítico até a situação desejada. Por meio da aplicação da matriz com a assistência de uma equipe de técnicos, durante reuniões com a presença de lideranças e chefes de famílias da comunidade alvo, é obtido então um diagnóstico rápido do estado atual da comunidade em questão. Nas reuniões são discutidos assuntos relacionados à infraestrutura da comunidade, saúde, organização comunitária e geração de renda. Para cada assunto é dada uma “pontuação” que indica a situação atual associada a cores, auxiliando na sua compreensão mesmo 53 Figura 2. Esquema conceitual da Matriz de Sustentabilidade mostrando os níveis em grau de cores e o sentido de ações buscando a sustentabilidade. (Fonte: http://www.gasodutocoarimanaus.am.gov.br). cartilha-roteiro_gestao-.pmd 53 12/6/2007, 14:04 para aqueles com dificuldade de ler. O objetivo é detectar a situação atual, mas no processo de responder, surgem também discussões sobre os níveis superiores que podem ser alcançados. Assim, a matriz permite identificar prioridades da comunidade quanto à melhoria de sua qualidade de vida, realizada de forma coletiva e muito participativa. Ela também permite um acompanhamento do progresso da comunidade no tempo, por comparação entre matrizes preenchidas em diferentes momentos, na mesma comunidade. Entende-se que a aplicação da matriz funciona como um catalisador para um processo educacional e organizacional da comunidade, podendo auxiliá-los num processo de condução a situações mais desejáveis. Tabela: Exemplo de indicadores e seus diferentes níveis. 54 Indicador Habitação Segurança alimentar Nivel 1= Critico P recário ( chão batido,paxiúba,paredes incom pletas com plástico ou lona,um côm odo m ais cozinha) Nível 1: Passa N ível1:quando a fome em com unidade não se épocas do reúne pra nada; ano; Nivel 2= Regular Com melhoria (Parede de palha/ paxiúba, telhado de palha, piso de madeira) Nível 2: 3 refeições por dia durante o ano; Nivel 3= B om N ível3: R egionalizado ( duas divisões, parede de m adeira, telhado de palha) Nivel 4= Nível 4: 3 cômodos, Desejável paredes de madeira, telhado de zinco ou palha, banheiro com fossa, piso de madeira ou cimento; cartilha-roteiro_gestao-.pmd 54 Organiz ação Social Nível 2: quando a comunidade se reúne com vários objetivos: esporte, igreja, comunidade; Nível 3: frutas, Nível 3: A verduras; comunidade faz parte de uma associação formal com CNPJ. Várias comunidades podem participar da mesma associação. Nível 4: frutas, verduras, minerais, verduras, proteína, carboidrato Nível 4: Organizações com poderes jurídicos, tem poder político, fazem parte de conselhos locais 12/6/2007, 14:04 • Anexo G: Minuta de Portaria a ser publicada que regulamenta o roteiro metodológico para elaboração de planos de gestão para as unidades de conservação estaduais do Amazonas O Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o disposto na Lei no. 9985, de 18 de Julho de 2000, e no Decreto no. 4340 de 22 de agosto de 2002, e Considerando que o Sistema Nacional de Unidades de Conservação prevê que todas as unidades de conservação deverão dispor de um Plano de Gestão, e que os órgãos executores do SNUC, em suas respectivas esferas, têm competência para estabelecer roteiro metodológico básico para a elaboração dos planos de gestão; Considerando que para a elaboração, atualização e implementação do Plano de Gestão deverá ser assegurada ampla participação da sociedade; Considerando a necessidade de definir diretrizes que orientem a produção dos planos de gestão, identificando processos, métodos, e programas em consonância com a atual Política de Meio Ambiente do Estado do Amazonas; Considerando ainda que tanto a produção, quanto a implementação dos planos de gestão, principalmente daquelas unidades estabelecidas em mosaicos ou corredores ecológicos, dependem da capacidade de articulação, entendimento e da construção de uma visão de trabalho complementar e comum entre os diferentes gestores e co-gestores, resolve: Art 1º. Aprovar o documento “Roteiro Metodológico para a elaboração de Planos de Gestão para as unidades de conservação estaduais do Amazonas”. Art. 2º. Definir os seguintes Programas e Sub-Programas de Gestão das Unidades de Conservação Estaduais no Amazonas: cartilha-roteiro_gestao-.pmd 55 12/6/2007, 14:04 55 1. Programa de Conhecimento 1.1. Subprograma de Pesquisa 1.2. Subprograma de Monitoramento Ambiental 2. Programa de Uso Público 2.1. Subprograma de Recreação 2.2. Subprograma de Interpretação e Educação Ambiental 2.3. Subprograma de Divulgação 3. Programa de Manejo do Meio Ambiente 3.1. Subprograma de Manejo dos Recursos 3.2. Subprograma de Proteção 4. Programa de Apoio às Comunidades 4.1. Sub-programa de apoio à organização social 4.2. Sub-programa de geração de renda 4.3. Sub-programa de melhoria da qualidade de vida 5. Programa de Operacionalização 5.1. Subprograma de Regularização Fundiária 5.2. Subprograma de Administração e Manutenção 5.3. Subprograma de Infra-estrutura e Equipamentos 5.4. Subprograma de Cooperação e Articulação Institucional 6. Programa de Monitoramento e Avaliação 6.1 Subprograma de avaliação e monitoramento dos programas 6.2 Subprograma de avaliação e monitoramento da gestão Parágrafo 1º.: Os Programas de Gestão são o detalhamento dos resultados, atividades, indicadores, meios de verificação e pré-requisitos necessários para consolidar a unidade de conservação ao longo do tempo. 56 Parágrafo 2º.: Os Programas e Subprogramas devem ser descritos tanto para a unidade de conservação como para sua zona de amortecimento, e suas ações serão agrupadas de acordo com sua finalidade. cartilha-roteiro_gestao-.pmd 56 12/6/2007, 14:04 Parágrafo 3º.: Os Programas e Subprogramas serão considerados segundo cada unidade de conservação em questão e sua categoria de manejo, o que significa que poderá haver programas e subprogramas ausentes em determinada UC. Parágrafo 4º.: Os Programas e Sub-programas poderão ser implementados por múltiplas instituições parceiras, guardadas as competências do órgão gestor para oficializar as parcerias e monitorar a implementação das atividades advindas da cooperação técnica. Art 3º. Para a efetiva implementação do “Roteiro Metodológico”, cabe aos gestores das unidades de conservação, em conjunto com seus parceiros e co-gestores: 1. Divulgar e promover a adoção dos princípios, diretrizes e recomendações para a elaboração dos planos de gestão das unidades de conservação; 2. Promover as adequações e ajustes necessários, considerando a categoria de manejo, as peculiaridades regionais e locais, e as prioridades de gestão de cada unidade de conservação. 3. Avaliar os resultados alcançados com a implementação das diretrizes, a fim de aprimorar o planejamento para a gestão. Art 4º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Virgílio Maurício Viana Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas 57 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 57 12/6/2007, 14:04 58 cartilha-roteiro_gestao-.pmd 58 12/6/2007, 14:04