Publius Vergilius/Folha Imagem
EDITORIAL
Eu que tanto estudei, acumulei,
expandi, ampliei o meu currículo,
jamais imaginei que para ver no rosto do filho
um sorriso tão bonito, me bastava ser humano,
vestindo um nariz de pano, pulando feito um cabrito,
eternizaria momentos, dos filhos seria o mito.
O Mundo da Usinagem
3
ÍNDICE
40
O MUNDO DA
EDIÇÃO 10 / 2007
40
USINAGEM
Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG BN 217-147
CAVACOS
Por que é tão difícil domá-los?
USINAGEM
MATÉRIAS-PRIMAS
Setores
industriais
ditam novos
padrões
Publicação da Divisão Coromant
da Sandvik do Brasil
ISSN 1518-6091
RG. BN 217-147
ABM
Capa
Foto: Operação de torneamento
de peça endurecida
Arquivo AB Sandvik Coromant
Adriana Elias
O MUNDO DA
Difusão de
conhecimento
há mais de
6 décadas
03 EDITORIAL
04 ÍNDICE / EXPEDIENTE
06 GESTÃO: DOMAR CAVACOS! TAREFA DIFÍCIL
18 OTS: NA DIANTEIRA DA PROGRAMAÇÃO
23 GESTÃO: INVENTIVIDADE A SERVIÇO DA PRECISÃO
28 SUPRIMENTOS: MATÉRIAS PRIMAS EM MUDANÇA
35 INTERFACE: PROMOVENDO E DIFUNDINDO O CONHECIMENTO
39 PONTO DE VISTA: QUEM SERÁ O BRAVO?
43/48 INTERESSANTE SABER: BRINCADEIRA DE GENTE GRANDE
E OUTRAS NOTÍCIAS
54 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE
56 MOVIMENTO
58 DICAS ÚTEIS
e-mail: [email protected]
ou ligue: 0800 770 5700
EXPEDIENTE
O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação mensal da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A.
com circulação de doze edições ao ano, tiragem de 16.500 exemplares, com distribuição gratuita.
Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP.
Conselho Editorial: Nivaldo Coppini, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano,
Aryoldo Machado, Anselmo Diniz, Sidney Harb, Fernando de Oliveira e Vera Natale.
Editora: Vera Natale
Editor Chefe: Francisco Marcondes
Assistente de Edição: Michel Sorci
Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini
Jornalista Responsável: Vera Natale - MTB 33847
Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 6335-7558 Cel: (11) 9909-8808
Projeto Gráfico: AA Design
Capa e Arte Final: 2 Estúdio Gráfico
Revisão de Textos: Fernando Sacco
Gráfica: Fabracor
4
O Mundo da Usinagem
GESTÃO EMPRESARIAL
Domar cavacos!
Tarefa difícil
Domar cavacos, que possuem formatos
e espessuras irregulares, boa resistência
mecânica, flexibilidade, curvatura
incontrolável, além de outras
características é sempre um desafio.
Daiane Miranda
ontra os pedaços de metais não há comando eficiente, nem técnica confiável, não há certeza no domínio da
situação. Os cavacos são classificados de duas
maneiras: quanto à classe e quanto à forma.
Quanto à classe eles podem ser contínuos,
parcialmente contínuos, descontínuos e segmentados. Quanto à forma os cavacos são
classificados como em fita, helicoidal, espiral e lascas (ou pedaços). Algumas normas
mais detalhistas podem ainda classificá-los como curto, longo ou emaranhado. Apenas a
classe descontínua não apresenta maiores
problemas. As demais podem promover o
cavaco longo, na forma de fita, que é a mais
problemática do ponto de vista de segurança
e economia. Os cavacos longos podem causar
os seguintes problemas:
C
• Eles têm baixas densidades efetivas, isto é,
ocupam muito espaço, o que causa problemas econômicos no manuseio e no processo de descarte, ou reaproveitamento.
• Eles podem se enrolar em torno da peça,
da ferramenta ou de componentes da máquina e estes cavacos, a temperaturas elevadas e com arestas laterais afiadas, representam um verdadeiro risco à integridade física
do operador.
• Quando eles se enrolam na peça, apesar
de afetar pouco o acabamento superficial, produzem uma superfície não atrativa, e podem causar danos à ferramenta.
• Podem impedir o acesso regular do fluido de corte (efeito guarda-chuva).
• Na usinagem com fluidos de corte, os
cavacos levam consigo grande quantidade
O Mundo da Usinagem
7
de fluido, necessitando constante
controle nos níveis dos tanques.
• Uma vez enrolados em algum
componente, precisam ser removidos para a continuidade da
produção e isto pode ser uma
tarefa árdua.
Aliás, certa vez vi este último
problema ocorrer em uma linha
de produção de uma grande indústria automotiva. No torneamento de um eixo de aço-liga, os
cavacos contínuos, em forma de
fita longa se enrolavam na peça
e, à medida que o corte de perfilamento do eixo ocorria, o
emaranhado de cavacos crescia e
era levado pelo suporte da ferramenta na direção do avanço. No
final da operação este ninho de
cavacos se ajuntava, envolto nas
castanhas e na placa do torno.
Para substituir a peça e dar seqüência na linha de produção, o
operador precisava antes desenvolver uma verdadeira batalha
contra este inimigo resistente,
com armas afiadas e com temperaturas elevadas. Para tanto ele
cav
aco
0.1mm/rev
usava um gancho de aço e às
vezes uma tesoura para cortar o
acéfalo. Só após a retirada completa deste ninho de cavacos a nova peça podia ser alimentada na
máquina para depois a operação
se repetir. O detalhe é que muitas
vezes o trabalho de retirar o ninho de cavacos levava mais tempo que aquele da operação propriamente dita.
Na operação citada era utilizada uma ferramenta rombóide,
com ângulo de ponta de 35o e
um suporte ISO SVQBR, que no
perfilamento fazia com que o
ângulo de posição variasse à medida que a direção do avanço
mudava do sentido axial para o
radial, o que dificultava muito o
controle do cavaco. Mesmo possuindo um quebra-cavaco do
tipo anteparo o mesmo não mantinha eficiência, uma vez que a
direção de saída do cavaco se alterava constantemente com a
variação do ângulo de posição
provocada pela constante mudança na direção do avanço. O
máximo que se consegue nesta
situação é minimizar o problema,
buscando conjugar uma geometria de ferramenta com condições
de corte otimizadas.
Alguns métodos especiais já
foram utilizados para atacar o
problema. Um deles é o método
da redução periódica do avanço,
ilustrado na Figura 1.
Neste método a desaceleração intermitente do avanço promove a quebra periódica do cavaco pela redução da espessura do
cavaco até valores muito pequenos (próximos a zero), conforme mostra a figura. Isto pode
ser conseguido por um programa particular de computador
em um sistema CNC. Neste
método, o avanço diminuto promove uma espessura de cavaco
também ínfimo, a ponto de não
suportar o peso do corpo do
cavaco, quebrando-se facilmente.
A vantagem é que a periodicidade de desaceleração do avanço
vai determinar o comprimento
do cavaco, assim o programa
0.1mm/rev
Fer
1
2
0.1mm
0.1mm
Peça
3
Figura 1. Método da desaceleração do avanço [TAKATSUTO, M., Bull. Japan Soc. of Prec. Eng., vol. 22, nº
2, june 1988, pp. 109-114].
8
O Mundo da Usinagem
CNC pode ser projetado para
atender o freguês. A desvantagem
é que esta desaceleração do
avanço faz aumentar o tempo
de corte, que para uma peça
pode ser insignificante, mas num
período longo de produção pode
significar um custo adicional
considerável.
Um outro método especial é
o hidráulico [3]. Neste método
o fluido de corte é injetado a alta pressão na superfície de saída
da ferramenta, contra a saída do
cavaco. A força do jato promove
a fragmentação do cavaco conforme a seqüência mostrada na
Figura 2.
A aplicação deste método na
usinagem de ligas de titânio e de
níquel mostrou muita eficiência
no controle do cavaco. O fator
de empacotamento (relação entre o volume do cavaco e o volume de um sólido equivalente ao
seu peso) passou de 47 para 4,7
quando a usinagem sem quebracavacos foi substituída pela utilização do método. A desvantagem do método é a névoa de
fluido criada no ambiente de trabalho, exigindo um bom sistema
de exaustão para remoção das
partículas de fluido suspensas
(Figura 3).
O fator mais importante na
determinação da capacidade de
quebra de um cavaco é o material da peça. Se frágil e heterogêneo o cavaco tende a ser
mais controlável, podendo inclusive sair descontínuo e, portanto, na forma de lascas ou
pedaços, como no caso dos fer12 O Mundo da Usinagem
h
Jato
n
Ferramenta
peça
h
Jato
n
Ferramenta
peça
h
Jato
n
L
Ferramenta
peça
Figura 2. Diagrama esquemático da fragmentação do cavaco
promovido pelo jato de fluido de corte a alta pressão [MACHADO,
A.R., PhD Thesis, University of Warwick, England, 1990, 288 pág.].
ros fundidos cinzentos. Se dútil
e homogêneo o problema se apresenta mais seriamente quanto
maior estas características. Nestas
situações os cavacos tendem a
sair contínuos e muitas vezes na
forma de fita longa ou helicoidal
longo. O único remédio é: quebra-cavaco neles!!!
É importante, entretanto, que
o leitor entenda como os fabricantes de ferramentas projetam os
quebra-cavacos. Não é apenas
imaginação do projetista. Tem
Rodrigo Gamarra
Figura 3 – Ilustrações de um
sistema de fluido aplicado
a alta pressão, ilustrando o jato
de fluido, a névoa criada
e a eficiência do método em
controlar o cavaco [Da Silva, R.B.,
Tese de doutorado, Programa de
pós-graduação em Engenharia
Mecânica – UFU, 2006].
Método convencional
Método do fluido
aplicado à alta pressão
que haver raciocínio baseado em
fatores teóricos. Resumidamente,
o problema é o seguinte:
Além da fragilidade/ductilidade do material da peça, a capacidade de um cavaco se quebrar
naturalmente, isto é, sem quebra-
cavacos, depende também da sua
espessura e de seu raio de curvatura. Quanto menor a espessura do cavaco mais flexíveis eles
são, portanto, mais difíceis de
quebrarem. O cavaco, que já
sofreu deformações intensas nos
planos de cisalhamentos primário
e secundário durante a sua formação, necessita de uma determinada deformação crítica j f,
para se fraturar, após deixar a superfície de saída da ferramenta.
A deformação que o cavaco vai
O Mundo da Usinagem 13
sofrer neste estágio é diretamente
proporcional a h’/rc , onde h’ é a
espessura do cavaco e rc é o seu
raio de curvatura (Figura 4).
Se a deformação do cavaco
não for suficientemente grande
para causar a fratura, é necessário
tomar medidas, ou para aumentar h’ ou diminuir rc, e assim promover deformação suficiente para
obter a fratura periódica do cavaco. Como h’ depende principalmente do avanço (ou da espessura
de corte, h), e este afeta o acabamento superficial e a produtividade, que normalmente já estão
otimizados, procura-se então tentar reduzir rc. Entretanto, o leitor
deve considerar que, se puder, o
aumento do avanço vai ajudar a
vencer o problema.
O método mais usual para
aumentar a curvatura do cavaco
(diminuir rc ) é a utilização de
quebra-cavacos integrais (superfícies de saídas das ferramentas
com formatos especiais). No passado os chamados quebra-cavacos
h’
rc
14 O Mundo da Usinagem
Quanto maior h’/ rc
maior a capacidade
de quebra dos cavacos.
A deformação sofrida
pelo cavaco, j,
é proporcional a h’/ rc.
Quando j atinge jf
(def. crítica), promovem
a quebra do cavaco.
A redução de rc é mais
usada, pois h’ depende do
avanço, que normalmente
já está otimizado.
postiços já foram, também, utilizados. Eles têm a vantagem de
poderem ser posicionados adequadamente na superfície de saída da ferramenta para cada apli-
Figura 4. Espessura,
h’, e raio de curvatura,
rc, do cavaco
cação. Mas por serem mais um
item de estoque a controlar, além
de depender muito da habilidade
do operador para garantir sua eficiência, caiu em desuso.
Os quebra-cavacos integrais
tornaram assim, um fator de
pesquisa e de alto investimento
por parte dos fabricantes de ferramentas de corte. Todos os fabricantes possuem em sua linha de
produtos o projeto ideal para cada aplicação. Normalmente eles
aparecem nos catálogos em
função do material e das condições de corte, particularmente o
avanço e a profundidade de corte.
A Figura 5 mostra diferentes
locais de quebra do cavaco promovidos pela maior curvatura. É
importante o leitor observar que
o cavaco não vai quebrar imediatamente ao se chocar contra o
quebra-cavaco (tipo anteparo),
ou ao passar pelo quebra-cavaco
(tipo cratera). Ao promover a redução de rc permite que a deformação crítica necessária para
a ruptura do cavaco seja atingida causando sua auto-quebra, ou
que a deformação fique próxima da crítica, atingindo esse valor quando o cavaco se chocar
contra algum obstáculo, que
pode ser a ferramenta ou a própria peça.
Como o material da peça entra no jogo? É exatamente no
valor da deformação crítica
necessária para promover a quebra do cavaco. Se o material é
frágil e heterogêneo, o valor da
deformação j f é pequeno, se dúctil e homogêneo o valor de j f é
Auto-quebra
Quebra na ferramenta
Quebra na peça
Figura 5. Ilustração de pontos de quebra dos cavacos após ação do
quebra-cavaco [fonte: Sandvik Coromant].
O Mundo da Usinagem 15
Arquivo AB Sandvik Coromant
Figura 6. Diversos
tipos de
quebra-cavacos
grande, indicando que grandes
curvaturas são exigidas (pequenos
valores de rc ) para promover o
controle do cavaco. A resistência
do material é também um fator
de influência. Quanto mais resistente for o material, maior é a
deformação necessária para promover sua ruptura.
Interessante, também, o fato de muitas vezes as ferramentas apresentarem formas extravagantes na superfície de saída. O
objetivo não é estético. Cada detalhe é planejado e possui uma
função. O objetivo, além de promover a maior curvatura, é também deformar e produzir um encruamento maior no cavaco,
diminuindo assim a deformação
crítica, j f, necessária para promover sua quebra. A Figura 6
mostra vários projetos com estes
detalhes extravagantes.
Os quebra-cavacos, até bem
recente, eram exclusividades das
ferramentas de metal duro, pela
16 O Mundo da Usinagem
facilidade de fabricação e por se
tratar de material com tenacidade suficiente para suportar o
emprego dos mesmos. As cerâmicas ainda não são portadoras de
quebra-cavacos integrais. Sua
dureza é muito elevada para o
emprego de processos convencionais e a falta de condutividade elétrica não permite os processos de usinagem alternativos
não tradicionais. Entretanto, hoje o mercado já oferece ferramentas de PCD com quebra cavacos
do tipo cratera, confeccionados
por eletroerosão, para atuarem
no torneamento de materiais
dúcteis como o alumínio.
Como se vê, não é tarefa fácil,
mas é possível domar os cavacos!!!
Álisson Rocha Machado
Fac. Engenharia Mecânica (FEM) –
Universidade Federal de Uberlândia,
LEPU – Laboratório de Ensino
e Pesquisa em Usinagem.
OTS
Cedida pela uvW
Na dianteira da
programação
Torno tipo Suíço
simulado no Esprit
O software
CAM Esprit possui
recursos além
da capacidade
das máquinasferramentas
mais modernas
18 O Mundo da Usinagem
o contrário do que geralmente se imagina, os avanços tecnológicos de máquinas-ferramentas não estão necessariamente
à frente da atualização dos sistemas CAM (computer aided manufacturing ou manufatura auxiliada
por computador). Também pode
ocorrer de as máquinas estarem
aquém da evolução de alguns softwares CAM. As versões mais recentes de alguns programas desse tipo,
voltados para a programação de
CNCs (comandos numéricos com-
A
putadorizados), têm apresentado
recursos que chegam a transcender
as capacidades de operação de centros de usinagem mais modernos.
“Algumas tecnologias avançam
mais rápido nos softwares e esperam
serem alcançados pelas máquinas,
como por exemplo, o sistema CAM
Esprit, de programação de CNCs,
que pode controlar máquinas com
até 5 placas apesar delas ainda não
Imagens cedidas pela uvW
Torno multitarefa
simulado no Esprit
existirem”, explica José Eduardo
Escobar, proprietário da UVW
Computação Gráfica, empresa especializada em programação e venda de sistemas CAM para máquinas CNC multieixos.
Por outro lado, os desenvolvedores de programas CAM precisam, obviamente, estarem em dia
com a evolução das máquinas. “A
melhoria das tecnologias de acionamento e posicionamento mecânico, combinadas com a grande
evolução da informática, permite
a criação de máquinas cada vez
mais complexas. Mais eixos e movimentos vão sendo disponibilizados a cada nova geração. Os softwares CAM tendem a acompanhar
estas mudanças”, afirma Escobar.
A DP Techology, desenvolvedora do programa CAM Esprit,
mantém parceria com fabricantes de máquinas, como Mazak,
Mori Seiki, Okuma, Hass e Marubeni Citizen–Cincom, para
acompanhar as melhorias implementadas nos equipamentos.
Dessa forma, o software mantém
sintonia total com a evolução de
máquinas-ferramentas de ponta,
ganhando a cada ano recursos mais
sofisticados. Um dos principais
recursos da versão 2007 do Esprit
é o controle de máquinas com até
5 placas e 5 torres de ferramentas,
comandando 22 eixos no total.
“O Esprit é o único que, por meio
de um módulo, mantém 100% de
controle dessas operações”, afirma Escobar. O software foi desenvolvido também para ser aplicado
em máquinas multitarefas e controlar usinagem de pequenas peças (small parts machining).
O Esprit tem ainda como ca-
Torno com eixo B
simulado no Esprit
O Mundo da Usinagem 19
Cedida pela uvW
José Eduardo
Escobar, da Esprit
UVW, destaca que
o programa CNC
já sai do Esprit
com todos os
comandos de
sincronismo
necessários para
a sua perfeita
execução.
racterística a possibilidade de cadastrar e configurar toda a cinemática da máquina-ferramenta, simulando em sua área gráfica todos
seus movimentos reais. “Com isso,
o programador pode fazer um try
out virtual, prevendo colisões, movimentos indesejáveis, área útil da
máquina, entre outros”, afirma
Escobar. Entre as principais vantagens do Esprit, o proprietário da
UVW destaca a facilidade e a redução do tempo necessário para a
criação de programas aplicáveis em
tornos, fresas, centros de usinagem
e centros de torneamento: “O programa CNC já sai do Esprit com
todos os comandos de sincronismo
necessários para a sua perfeita execução”, explica. O recurso de inteligência artificial, que permite ao
software aprender com o usuário,
agiliza as operações das fábricas.
Há seis anos no mercado, a
UVW também presta serviços na
área de informática aplicada à usinagem. “Existem casos em que o
cliente não tem necessidade de com20 O Mundo da Usinagem
prar um CAM e, por isso, pode
adquirir serviços para tarefas específicas”. A empresa fornece desde a
definição do processo até a escolha
das ferramentas, geração de programas CNC e try out.Também realiza modelagem 3D em software
CAD, escaneamento de peças a laser e prototipagem rápida.
A UVW representa no Brasil
não só o Esprit como outras marcas de softwares CAM (PowerMill
para usinagem de moldes e matrizes), CAD (SolidWorks e Power
SHAPE), CAE (ProGear e COSMOS Works), DNC (Cimnet de
envio e recepção de programas
CNC para até 64 máquinas simultâneas) e do Eloplus, sistema
de gerenciamento que permite o
controle de capacidade das máquinas, de períodos de trabalho
dos operadores, programação de
entrega, orçamento, entre outros.
Henrique Ostronoff
Jornalista
GESTÃO EMPRESARIAL
Neospin:
inventividade a
serviço da precisão
Adriana Elias
Micro-rebarbação
na indústria
metal-mecânica e
polimento de machos
laminadores de
roscas, punções e
matrizes na indústria
farmacêutica têm
interessante solução
experiência acumulada e a
natural capacidade inventiva e o empreendedorismo do engenheiro Ezir Yoshimura levaram-no a criar uma
máquina para limpeza, microrebarbação e o polimento em peças de precisão (peças já usinadas), por meio da tecnologia de
campos magnéticos.
A curiosidade inicial veio de
um aparelho que limpava jóias e bijouterias pelo sistema de campos
magnéticos, que o engenheiro Yoshimura viu em funcionamento.
Pensando nas vantagens da
aplicação da metodologia para
peças usinadas de precisão na indústria metal-mecânica, lançouse ao estudo de um projeto para
um campo magnético, suficientemente potente para trabalhar
com materiais dessa indústria,
como aço inox, alumínio, ligas de
estanho e cobre e também recentemente com titânio, muito utilizado no segmento de implantes
bucofaciais por exemplo.
Assim, aliando a sensibilida-
A
de a seus amplos conhecimentos
advindos de mais de 25 anos de
carreira de trabalho com ferramentas de corte, o primeiro protótipo da máquina ficou pronto em doze meses, primeiro fruto
da empresa criada com o nome
de Neospin.
Corria o ano de 2000 e o primeiro teste real foi o resultado obtido na limpeza de cilindros de
fechaduras de automóveis injetadas em zamak. A cobaia foi a fábrica de um amigo, já que o mercado ainda não compreendera a
máquina e a solução que oferecia.
Incentivado por esse resultado,
Yoshimura continuou o desenvolvimento da máquina, potencializando continuamente o campo
magnético resultante e aumentando a potência do motor.
A MÁQUINA
Um recipiente de plástico
com líquido detergente e pinos
de aço inox está localizado sobre
a máquina que, ao funcionar,
produz uma série variável de
O Mundo da Usinagem 23
inox, alumínio, cobre e latão – o
ciclo de trabalho da máquina varia de 2 a 30 minutos. Quanto
maior o tempo, mais polida fica
a peça.
Ecologicamente correta, a
máquina Neospin usa detergente biodegradável, que é descartado segundo as normas internas de
cada empresa, assim como os resíduos.
RESULTADOS
A máquina oferece excelentes resultados em peças com furos ou canais internos transversais ou longitudinais, mesmo
quando os fundos de furos cegos
estiverem oxidados ou sujos com
resíduos de usinagem. Dessa maneira, cilindros de freios, peças de
bico injetor, cilindros de fechaduras, autopeças de maneira em
geral, peças e partes para implantodontia, jóias e ferramentas de
precisão podem ser submetidos,
com sucesso, a esse processo.
Adriana Elias
campos magnéticos que agitam
os pinos, levando-os a colidir,
milhares de vezes por minuto,
contra as peças colocadas no recipiente. O tamanho dos pinos
é proporcional às peças a serem
polidas, variando de 0,2 x 5mm
a 2,2 x 7mm, já que eles penetram
nas ranhuras e nos orifícios, assim realizando sua micro-rebarbação, limpeza e polimento.
Justamente por isso há casos de
pinos de dimensões especiais, diversos das medidas básicas apresentadas.
A Neospin oferece três modelos de máquina, em função do
diâmetro do disco do campo magnético. O modelo 400 é capaz de
tratar de 1,5 a 2,5 kg de materiais
magnéticos ou de 3 a 5,5 kg de
materiais não magnéticos. O modelo 500 é 30% maior e o modelo 315 é 30% menor.
Em função da geometria da
peça e do tipo de material – zamac, prata, ouro, platina, aço
Máquina de microrebarbação, limpeza
e polimento
modelo 250.
24 O Mundo da Usinagem
26 O Mundo da Usinagem
Adriana Elias
Passados 7 anos do primeiro
protótipo, com mais de 80 máquinas vendidas, a garantia total
da máquina foi estendida dos iniciais 6 meses para os atuais 2 anos.
Entre seus clientes figuram empresas como Casa da Moeda do
Brasil, Magneti Marelli, Tormep,
Proturbo, Borghetti Turbos,
Neodent, Feeder, Polimold,
Emfils e muitas outras.
E a Neospin investe agora
no campo farmacêutico, com a
Neospin NVTS30, já que a compressão de sólidos – ou seja, a
fabricação de comprimidos – apresenta problemas em seus equipamentos básicos, as matrizes e os
elementos compressores, os “punções”. Se as superfícies dessas ferramentas não forem perfeitamente polidas, aparecerão problemas de
desvios de peso e de altura, comprimidos colando-se aos punções
ou abrindo-se durante o processo
de compressão, etc. A Neospin
NVTS30 trabalha com granulado
triturado envolto em mistura especial para polimento, homogeneizando a superfície do aço a uma rugosidade inicial de 0,3Ra para até
0,03 Ra. Desta derivação de processo também partiu para o polimento em machos máquina laminadores de roscas, com sucesso
absoluto pelo aumento de 40%
na vida útil do macho, bem como
utilizá-lo em situações não conseguidas anteriormente em caracóis
de alumínio dos turbocompressores automotivos.
Tanto no campo farmacêutico quanto nos demais, uma das
grandes vantagens da Neospin é
Ezir Yoshimura espera que
a máquina se torne
um equipamento de solução
comum para o mercado
metal-mecânico.
não alterar a tolerância dimensional das peças. Ela também dispensa acompanhamento permanente, tem baixo consumo de
energia e baixo nível de ruído.
O engenheiro Yoshimura espera que a máquina se torne em
breve um equipamento de solução comum nas indústrias metalmecânicas, dada sua utilidade e
um custo-benefício efetivamente convincente, em função da
qualidade final das peças. No
momento trabalha no desenvolvimento de um aparelho para ser
utilizado no segmento de estética feminina.
A OMU deseja uma trajetória de grande sucesso à Neospin,
resultado original da capacidade
criadora nacional.
Equipe OMU
Pesquisas estimulam
a substituição de
materiais tradicionais
na produção de
componentes que
são submetidos
a processos
de usinagem
28 O Mundo da Usinagem
lgumas matérias-primas usadas na
indústria, especificamente as utilizadas em setores que têm a usinagem
como processo de produção, começam a
ser substituídas. São materiais consagrados,
mas que por motivos de produtividade e
de adequação aos produtos dão espaço para outros mais modernos.
Claudemiro Bolfarini, engenheiro de
materiais, é diretor técnico do Centro de
Caracterização e Desenvolvimento de Materiais (CCDM), órgão dedicado ao desenvolvimento científico e tecnológico, com
pesquisas na área de materiais metálicos, poliméricos, cerâmicos e compósitos. Bolfarini, também professor do departamento
de Engenharia de Materiais da UFSCar,
destaca entre os materiais mais largamente usados pelo setor de usinagem no Brasil,
o ferro fundido, o aço e o alumínio. No entanto, com o desenvolvimento de novos
materiais, a indústria vem, aos poucos, desenvolvendo essas matérias-primas tradicionais, ou substituindo-as por outras, para que
se tornem mais adequadas aos objetivos de
setores da indústria.
O que vem a ser adequação, no entanto, segundo Bolfarini, varia para cada área
industrial. A intensa concorrência estimula a indústria automobilística a buscar
A
Luís Veiga/GettyImages
SUPRIMENTOS
Matérias-primas
em mudança
a melhor relação entre qualidade e custos.
Em outras áreas, como a aeronáutica e de
ortopedia, em que a questão de segurança é mais sensível, o fator desempenho
vem em primeiro lugar.
Um dos movimentos mais importantes é a adoção do ferro vermicular ou ferro CGI (Compacted Graphite Iron) em
substituição ao ferro fundido cinzento pela indústria automobilística, afirma o professor da UFSCar. Esse material tem sido
cada vez mais utilizado na fabricação de blocos de motores, principalmente os movidos a diesel, na medida em que apresenta
maior resistência, permitindo que se produzam motores menores e mais leves com
a mesma potência. Para esse tipo de motor, diz Claudemiro Bolfarini, o ferro vermicular “apresenta melhor desempenho”.
O alumínio, outra matéria-prima muito presente em componentes fabricados
por meio de usinagem, de acordo com diretor técnico do CCDM, tem sofrido pouca modificação. As ligas de alumínio são
tradicionalmente usadas na indústria aeronáutica em peças usinadas. No entanto, a
avançada indústria de aeronaves exige constantes melhorias, o que vem sendo feito por
fabricantes nacionais. “As ligas existentes
vêm sendo aperfeiçoadas pela Embraer
O Mundo da Usinagem 29
Lalo de Almeida/Folha Imagem
Bobinas de aço.
30 O Mundo da Usinagem
dos, já que é pequena a produção brasileira desse metal.
Se custo e desempenho são
fatores que têm peso expressivo
na hora do fabricante decidir por
uma determinada matéria-prima, a sustentabilidade, apesar de
sempre ser levada em consideração, não é tida como um “pro-
Rodrigo Gamarra
[Empresa Brasileira de Aeronáutica]”, afirma Bolfarini. Já na indústria automobilística, o material acompanha duas tendências
opostas. Por um lado, sofre a concorrência do ferro vermicular, que
pode vir a tomar o lugar do alumínio, material adotado ultimamente para reduzir o peso de motores. E com uma vantagem
atraente: o custo. No sentido contrário, avanços tecnológicos adequaram o alumínio, que era usado
apenas na fabricação de cabeçotes de motores a gasolina, também
para motores a diesel.
De acordo com Claudemiro
Bolfarini, outra matéria-prima
importante que também passa
pelo processo de usinagem e também estudada no CCDM, são as
ligas de titânio. Apesar de ainda
pouco consumidas, sua elevada
razão resistência/peso, resistência mecânica e resistência à corrosão fazem com que sejam utilizadas em setores industriais,
como o aeronáutico, naval, automobilístico, de bens de consumo e de próteses e implantes ortopédicos. O titânio é importado
principalmente dos Estados Uni-
Bloco de motor
blema sério” segundo Claudemiro Bolfarini, na medida em
que “muitos materiais utilizados
já são resultados de reciclagem”.
E dá um exemplo: a Embraer
vende cavacos aos fabricantes de
peças para montadoras de veículos. “O metal não é problema, pelo contrário, existe até
falta de material para reciclar”,
diz. No caso do aço, “as fundições compram sucata e preparam as ligas”.
A maior parte das matériasprimas utilizadas no processo de
usinagem vem de metalúrgicas
instaladas no País. O diretor técnico do CCDM destaca a Villares
Metals como a principal fornecedora de aço-ferramenta e para
forjamento, a Alcan e a Alcoa
são as grandes que abastecem o
mercado com ligas de alumínio.
No entanto, boa parte do material usado na indústria aeronáutica, como as ligas de alumínio,
e as ligas de titânio aplicados à fabricação de próteses ortopédicas
são importadas.
Henrique Ostronoff
Jornalista
Um parceiro do empresário
O Centro de Caracterização e
Desenvolvimento de Materiais
(CCDM) é uma entidade sem fins
lucrativos dedicada ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Foi criado em 1995 com a participação da UFSCar e da Universidade Estadual Paulista (UNESP). O
CCDM atua nas áreas de gestão
ambiental e de recursos e em inovação tecnológica. Um dos principais objetivos vem sendo o de dar
apoio ao aperfeiçoamento de produtos das empresas.
De acordo com o site do Centro, o
órgão atua ativamente junto aos
clientes no desenvolvimento e melhoria de produtos e processos,
auxiliando na melhor seleção de
materiais, processos, a diminuir a
distância entre a idéia e a comer-
32 O Mundo da Usinagem
cialização do produto, adequação
de equipamentos, adequação da
planta industrial, e outros.
O CCDM mantém laboratórios com
equipamentos para caracterização
de materiais nos aspectos físicos,
químicos e mecânicos, onde são
feitas análises de falhas e desenvolvidas correções dos problemas.
Entre os testes estão simulações de
esforços mecânicos e de processos de fundição e forjamento. Na
área de implantes ortopédicos, o
centro é tido como referência no
País. O centro oferece também
consultoria para o aperfeiçoamento
de gestão de empresas. A equipe
do CCDM é altamente especializada, contando com mais de dez
profissionais com doutorado em
instituições acadêmicas.
A ABM oferece
oportunidades
para a atualização
dos profissionais
e para o intercâmbio
do conhecimento
técnico-científico
e de gestão na área
mínero-metalúrgica.
organização das economias
em escala planetária e a extrema velocidade com que
as tecnologias evoluem têm provocado mudanças profundas nas
empresas e no universo do trabalhador. O conhecimento passou
a ser um insumo valioso e um
grande diferencial competitivo.
Para o profissional que pretende
manter-se no mercado, obter conhecimento significa ter uma
postura de aprendizado constante, de acompanhamento das tendências tecnológicas e de entendimento da diversidade cultural.
Fornecer os meios para o intercâmbio do conhecimento técnico-científico e contribuir para a
A
atualização dos profissionais vem
sendo, há 63 anos, a missão da
ABM – Associação Brasileira de
Metalurgia e Materiais. Instituição
pioneira, surgida no início do desenvolvimento industrial brasileiro, congrega cerca de 4.000 associados, entre profissionais das
indústrias, acadêmicos e pesquisadores, e 130 empresas e centros de
pesquisa ligados aos setores metalmecânico e de materiais.
“A concorrência, agora, é em
nível global, tanto para a empresa
como para o empregado. Por isso,
A ABM promove todos os anos
diversos eventos oferecendo
oportunidades de atualização
a todos os interessados.
Cedida pela ABM
INTERFACE
Promovendo e difundindo
o conhecimento
O Mundo da Usinagem 35
Cedida pela ABM
A entidade realiza anualmente mais de 100 cursos abertos
e in company.
a qualificação dos recursos humanos é fator preponderante para que
as organizações possam acompanhar os novos padrões tecnológicos e assegurar sua competitividade internacional”, diz o engenheiro
Horacídio Leal Barbosa Filho, diretor-executivo da ABM.
Com esse objetivo, a entidade realiza anualmente mais de 100
cursos abertos e in company. Somente em 2006 foram 104 cursos,
além de pós-graduações em convênio com as principais universidades do País, como a de ‘Metalurgia com ênfase em Siderurgia’,
em parceria com a FEI-SP, e o
curso de ‘Pós-graduação em Siderurgia’, em convênio com a
UFOP-MG.
“No início de 2008 pretendemos inaugurar mais dois cursos:
‘Pós-graduação em Processos Metalúrgicos de Fabricação’ em parceria com a PUC-Minas e ‘Pósgraduação em Tecnologia de
Materiais para a indústria de Petróleo e Gás’, com a PUC-Rio”,
afirma o gerente de Educação
Continuada e Marketing da ABM,
Bruno Luís Sígolo.
Contribuindo para a discussão
das melhores práticas de gestão e de
tecnologias na indústria e para a interação com o meio acadêmico, a
ABM promove todos os anos uma
média de 12 seminários, além de
simpósios e workshops, e o Congresso
Anual, principal fórum de debates
do setor metal-mecânico e de materiais e o mais antigo evento técnico de realização contínua no
Brasil.“No ano passado, esses eventos reuniram 2.808 participantes,
que apresentaram 876 trabalhos
técnicos, contribuindo para a difusão e transferência do conhecimento no setor”, ressalta o gerente de
Eventos e Desenvolvimento, Gilberto Luz Pereira.
A produção editorial também
faz parte das estratégias corporativas da ABM, que edita as revistas Metalurgia & Materiais, de
negócios; Tecnologia em Metalurgia e Materiais, de tecnologia,
e Materials Research, científica.
Para atender sua missão de
promover e difundir o conhecimento técnico-científico e de gestão nas atividades das áreas de metalurgia e materiais, a entidade
também produz obras técnicas,
como a ‘Coleção de Livros Metalurgia e Materiais’, criada para suprir a carência de bibliografia nacional sobre o setor e valorizar a
produção acadêmica; e a ‘Série
Capacitação Técnica em Processos
Siderúrgicos’, lançada com o objetivo de atender às necessidades
de capacitação de profissionais para os exames do PNCO – Programa Nacional de Certificação de
Operadores. O programa, desenvolvido pela ABM, já certificou
mais de 1500 operadores.
Todas as atividades dão origem a contribuições técnicas que
enriquecem o acervo do Centro
de Informações Metalúrgicas –
CIM, formando uma Base de
Dados Bibliográficos que pode
ser consultada pela internet no
portal da ABM (www.abmbrasil.com.br). O site permite também acessar a livraria, o banco de
dados de laboratórios e fazer inscrições nos cursos e seminários.
A ABM oferece, de fato, grandes oportunidades a todos aqueles que pretendem se manter sempre atualizados na carreira ou
mesmo aos iniciantes. Seu objetivo educacional vem sendo cumprido há mais de 6 décadas, para o bem dos profissionais e das
indústrias no Brasil.
Fatma M. Thorlay Gomes.
Jornalista da Associação Brasileira
de Metalurgia e Materiais
O Mundo da Usinagem 37
PONTODEVISTA
Quem será o bravo?
hegou o momento: estamos naquele período, sofrível para muitos, de planejar o ano que vem. De fazer o
budget, o plano de negócios, estabelecer metas e volumes para
2008. E para quem lida diretamente com a indústria automotiva, a primeira pergunta, sempre
essencial para começar a forjar
os números do exercício seguinte, é aquela que vale um milhão:
de quanto será o mercado ano
que vem? E, neste ano, a pergunta emenda em outra: manteremos este forte crescimento de
C
2007, que em alguns segmentos
chegou até a bater em 30%?
5% A 10%
Tive o privilégio de fazer esta pergunta para muitos executivos da indústria automotiva.
E a resposta que mais ouvi foi
que não, que não repetiremos
os excelentes índices de 2007.
Que sim, cresceremos, mas em
ritmo muito menor, coisa de 5%
a 10%. Muitos argumentaram
que um crescimento muito forte por dois anos seguidos é insustentável, que não há como con-
seguí-lo até por falta de capacidade produtiva.
Mas todos também concordaram que nada há no horizonte que
indique, a princípio, mudança de
rota no ambiente macroeconômico e da própria velocidade da
roda que gira o setor automotivo.
Que o crédito farto, a estabilidade da inflação, os juros e o PIB
continuarão nos mesmos patamares, bem como o descolamento da economia das questões
políticas e a confiança do consumidor em alta – sem contar a ainda lenta, porém constante, que-
Marcio Nel Cimatti/Folha Imagem
Carro conceito
em destaque no
Salão do Automóvel
de Frankfurt em
setembro de 2007.
O Mundo da Usinagem 39
to. Ganharia mais, visto que seria das poucas o oferecer o que
todos precisam. O risco é maior,
mas também o lucro.
ANFAVEA
Ainda nos falta descobrir esse bravo executivo, o que terá a
coragem de assumir uma alta representativa – e bancá-la. É um
reflexo de um país que cresce:
ainda não estamos acostumados
com isso. Ainda tememos as crises, os percalços, como tantas vezes aconteceu antes. Mas é preciso ver que o mundo mudou, o
Brasil mudou, a economia mudou. O que exige nova visão – inclusive do governo.
Por enquanto fico com Jackson Schneider, presidente da
Anfavea, que diz que não podemos ter medo de crescer, de sermos grandes – ser grande é bom,
garante ele. Concordo. E conclamo: qual de vocês, senhores,
será o bravo?
Marcos Rozen
Editor-executivo da
revista AutoData
Samuel Iavelberg
da no desemprego. E estes fatores, curiosamente, são apontados
como as causas da explosão nas
vendas de veículos em 2007.
Mas oras, se então muita gente projeta cenário econômico
igual ao desse ano, a lógica não
seria projetar crescimento igual
ao desse ano também, já que
2007 serve de exemplo prático e
eficaz? Não é tão simples. Vale
lembrar que no fim de 2006 ninguém, nem de longe, projetou alta tão forte nas vendas, na casa
de 25%. A melhor das previsões
era metade disso. Quase todo
mundo errou. E porque projetam
5% a 10% para 2008, então?
Querem errar de novo?
A verdade é que para o executivo responsável pelo planejamento em qualquer empresa,
projetar elevação de 25% de um
ano para outro, ainda mais em cenário em que isso já aconteceu no
exercício anterior, é preciso muita, muita coragem. É preciso ser
bravo, do ponto de vista da bravura. Pois a empresa toda se preparará para esse volume. E se ele
não vier? Sua cabeça, naturalmente, estará a prêmio.
Assim, é mais fácil prever 5%
a 10% e, quando o mercado crescer mais, assumir erro muito menor. Pois é melhor faltar produção do que sobrar produto, por
óbvio. Mas e se este executivo tivesse a bravura de bancar os 25%
de alta meses antes? Sua empresa estaria melhor preparada.
Aumentaria sua participação de
mercado, evitaria importações
para compensar a falta de produ-
O Mundo da Usinagem 41
Vivian Bock
INTERESSANTESABER
Brincadeira
de
gente
grande
(e ousada!)
Roberto Böell Vaz
impressiona ao transformar
uma velha brincadeira
de criança em curiosidade
e aprendizado para
muita gente grande
s tradicionais barquinhos de papel, tão
comuns no universo lúdico das crianças,
ganharam tamanho e forma inusitados
nas mãos de um catarinense de 42 anos.
Formado em engenharia civil, Roberto Böell
Vaz recria as clássicas dobraduras em grande
escala, tornando-as capazes de navegar pequenas distâncias e, o mais impressionante,
transportar pessoas a bordo.
E se engana quem pensa que são necessários
materiais especiais. No lugar do tradicional
mastro, quilha e timão, o capitão utiliza papelão, jornal e cola para dar forma aos grandes
barquinhos. O único problema é o tempo de
permanência durante a navegação. Já que os
materiais naturalmente não isolam a água do
barco, o tempo deve ser curto, em média 20
minutos. Após esse período, passageiros e
capitão são obrigados a abandonar o navio.
Vaz criou sua primeira réplica em 2004, após
um desafio entre alunos do curso de Engenharia
de Produção e Sistemas da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC). A idéia do grupo era
realizar a travessia entre o continente e a ilha na
O
O Mundo da Usinagem 43
Marcelo Gusmão
Este barco, construído
em março deste ano,
na Rio Boat Show
2007, navegou na
Marina da Glória,
no Rio de Janeiro.
Tinha 8,8m de
comprimento, 115kg
e ficou na água
por 17 min.
cidade de Florianópolis a bordo
de um imenso barco de papel.
As idéias deram certo e, de lá
para cá, já foram construídas mais
três embarcações, a maior delas
com aproximadamente 10 metros
de comprimento e quase 140 quilos. É importante ressaltar que os
barcos são montados da maneira
tradicional, ou seja, a partir de
uma imensa folha de papel, cuidadosamente dobrada e unida com
cola, o barco ganha forma.
Toda essa criatividade, porém, tem uma causa: a sobrevivência harmônica do ser humano
Trocando os mares
pelas trilhas
Roberto Böell Vaz é realmente um
adepto das aventuras. Em 1996
cruzou as Américas em um Fusca
75, percorrendo 44 mil quilômetros até a cidade de Atlanta (EUA)
rumo às Olimpíadas. O engenheiro
também rodou por mais de 15
países do continente europeu a
bordo de uma Kombi. Todas estas
histórias foram reunidas nos livros
Na trilha das Américas e Conhecendo o Velho Mundo.
44 O Mundo da Usinagem
em seu planeta. Pensando nisso, o
próximo desafio de Vaz é navegar em um lugar bastante incomum: o Rio Pinheiros, em São
Paulo. O engenheiro pretende
dessa forma chamar a atenção
para as questões ambientais e ao
mesmo tempo promover o desenvolvimento sustentável.
Tais aventuras atraem sempre
muitos curiosos, que devem esfregar os olhos tentando entender se
o que vêem é realidade ou miragem. Ainda assim, é impossível
olhar para as criações do engenheiro e não se imaginar criança novamente – livre. Nas palavras de
Fernando Pessoa: “Deus ao mar o
perigo e o abismo deu / Mas nele
é que espelhou o céu”. Rompendo
desafios o capitão prova que é possível ir sempre além, aventurandose mar adentro, contornando os
perigos e sensibilizando as pessoas.
Que os bons ventos o levem
para mares cada vez mais próximos e “nunca dantes navegados”
da consciência ecológica..
Saiba mais acessando o site:
www.barcodepapel.com.br
Fernando Sacco
Jornalista
Vivian Bock
Que tal exercitar sua criatividade?
A ilustração abaixo mostra todos os passos para
construir seu barco de papel. O tamanho dele
depende apenas da sua imaginação.
3
2
1
4
6
5
8
7
10
46 O Mundo da Usinagem
9
INTERESSANTESABER
notícias
FINEP anuncia um novo
pacote de R$ 450
milhões para inovação
Finep (Financiadora
de Estudos e Projetos)
lançou recentemente
(31/8) o segundo edital
para subvenção econômica
destinada a empresas, relativos a projetos de pesquisa
e desenvolvimento de produtos, serviços e processos
inovadores em áreas prioritárias da Política Industrial,
Tecnológica e de Comércio
Exterior (Pitce), do Governo Federal.
Os financiamentos são
não-reembolsáveis, ou seja,
as empresas que se qualificarem não terão que devolver os recursos. “O governo está dividindo com as
empresas o risco de desenvolver um produto ou serviço inovador em áreas de
interesse da sociedade”, explica o Presidente da Finep,
Luis Fernandes.
São contempladas cinco grandes áreas: tecnologias
da informação, comunicação e nanotecnologia; biodiversidade, biotecnologia
e saúde; inovações em pro-
A
48 O Mundo da Usinagem
gramas estratégicos; biocombustíveis e energia; e
desenvolvimento social.
Lançado em setembro
de 2006, o Programa de
Subvenção Econômica concede recursos públicos de natureza não-reembolsável para
empresas públicas ou privadas que desenvolvam projetos de inovação estratégicos
para o País. Essa modalidade
só foi possível no Brasil a
partir da aprovação e regulamentação da Lei da Inovação (10.903/04).
O formulário para apresentação das propostas está disponível desde o dia 7
de setembro no site www.
finep.gov.br. Para garantir a
abrangência nacional do
projeto, 30% dos recursos
serão destinados às regiões
Norte, Nordeste e CentroOeste. Além disso, no mínimo 40% dos recursos
irão para micro e pequenas empresas.
Fonte: www.anpei.org.br
INTERESSANTESABER
notícias
IBICT - Instituto
Brasileiro de Informação
em Ciência e Tecnologia
Instituto Brasileiro
de Informação em
Ciência e Tecnologia
(IBICT), criado na década
de 50, tem como missão
promover o desenvolvimento do setor de informação, mediante proposição de políticas, execução
de pesquisas e difusão de
inovações capazes de contribuir para o avanço da
ciência e competitividade
da tecnologia brasileira.
Hoje, a grande evolução das tecnologias da informação e comunicação
O
provoca mudanças políticas e sociais, e os governos
buscam se adequar às crescentes demandas da nova
sociedade.
Agora, o IBICT enfrenta os desafios de encontrar respostas inovadoras
e tem como perspectiva facilitar o acesso de todos os
cidadãos brasileiros a informações produzidas no país
e exterior.
O Instituto, atualmente, acompanha e internaliza
as novas tecnologias de informação e comunicação,
estimulando o empreendedorismo e a inovação.
www.ibict.br
Fonte: Agência Fapesp
50 O Mundo da Usinagem
INTERESSANTESABER
PROCURANDO notícias
VISIBILIDADE
Sua empresa
conhece financiamentos
PARA SEUS
para inovação?
PRODUTOS?
A
MELHOR
VITRINE
0800 55 96 98
omundo.dausinagem@ sandvik.com
penas 14% das empresas paulistas conhecem
os instrumentos existentes para o financiamento
da inovação tecnológica. O
indicador foi divulgado em
maio passado pela sondagem
Necessidade de Inovação na
Indústria Paulista 2007, feita junto a 230 empresas no
Estado de São Paulo.
A pesquisa, do Departamento de Competitividade
e Tecnologia (Decomtec) da
Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp),
destaca que 9% das microempresas conhecem tais instrumentos, seguidas pelas pequenas empresas (13%), médias (20%) e grandes (23%).
O objetivo do trabalho
foi apresentar as tendências da
dinâmica de inovação industrial paulista, tanto em termos
do processo como do ambiente e dos condicionantes
que as empresas encontram ao
realizar atividades inovativas.
A instituição de apoio à
inovação mais conhecida pelas empresas paulistas – 97%
delas – é o Banco Nacional
de Desenvolvimento Eco-
A
52 O Mundo da Usinagem
nômico e Social (BNDES).
Em segundo lugar ficou o
Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com 93%.
Outras 47% apontaram a
Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep), e 45%, a
Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP).
A linha de fomento Inovação-Produção, do BNDES,
aparece como o instrumento mais conhecido, apontado
por 49% das empresas. Já as
linhas de subvenção econômica desenvolvidas pela Finep
foram citadas por 12% delas.
A falta de estrutura interna para pesquisa e desenvolvimento foi apontada por
8% das empresas paulistas
como um obstáculo à inovação. Por outro lado, a aquisição de máquinas e equipamentos foi considerada o
principal fator de incentivo,
mas 50% das empresas entrevistadas apontaram no alto
custo dos equipamentos um
grande obstáculo para inovar.
Fonte: Agência FAPESP
Leveza de espírito
egundo as sagradas escrituras, Deus
criou o homem à Sua imagem e semelhança e, sendo assim, nos criara para
o êxito. Contudo, ao lograrmo-nos livres do
ventre materno, trazemos conosco o que nos
restou da digestão do fruto da árvore do conhecimento, fruto este ingerido primeiramente por Eva e depois por Adão, nossos simbólicos ancestrais, à revelia do pensamento
Darwinista, aqui não levado em conta.
Deste modo, nosso destino é fruto das escolhas que nós mesmos fazemos ou daquelas que outros, aos quais nos submetemos,
ou delegamos poder, fazem por nós; ou seja, cremos ter ciência do bem e do mal e, com
base neste conhecimento, sentimo-nos aptos
a decidir o melhor caminho a ser seguido, para chegarmos a um futuro melhor, ainda que
este melhor, muitas vezes, não contemple a
coletividade e nem a biodiversidade.
Sendo imagem e semelhança a Deus,
herdamos o impulso criativo e, por consequência, assim como somos imagem e semelhança de quem nos criou, tudo o quanto criamos também é imagem e semelhança nossa.
Tudo aquilo que somos transparece em nossas criações. Ao concordarmos com isto,
podemos então afirmar que empresas, departamentos, produtos, serviços e o êxito esperado por tantos é reflexo do que somos. Tudo
o quanto obtemos por nossos esforços é a expressão viva dos valores que nos norteiam.
Portanto, para alguém obter resultados, perenemente melhores, é preciso que este alguém melhore a si mesmo enquanto ser humano. Quanto mais se evolui em direção
S
54 O Mundo da Usinagem
ao verdadeiro conhecimento, maiores serão
nossas possibilidades de êxito e assim será continuamente, até que um dia regurgitemos e
botemos para fora, quem sabe, o fruto indigesto comido na gênese de nossa concepção.
Nascemos para o deleite, porém o tempo, o lugar, as circunstâncias, enfim os contextos aos quais nos submetemos, acabam influenciando aquilo a que nos acostumamos
chamar de destino. O bom destino não exige, necessariamente, que alguém seja graduado, lato ou strictu sensu; exige sim, pensar e agir com desapego, sem preconceito,
com ética, coragem, justiça, ânimo e acima
de tudo com zêlo, zêlo pelas crianças, pela
fauna, pela flora, pelo planeta, pelo universo, pelo que possa ser considerado honesto,
pela verdade e por tudo o quanto puder ser
convertido em leveza de espírito.
Francisco Marcondes
Gerente de Marketing e Treinamento
Sandvik Coromant do Brasil
Adriana Elias
NOSSAPARCELADE
RESPONSABILIDADE
MOVIMENTO
SANDVIK COROMANT - PROGRAMA DE TREINAMENTO 2007
Mês
TBU
TBU
Noturno
Diurno
TFR
UMM
EAFT
EAFF
Nov
Dez
OUT
26, 27, 28 e 29
03 e 04
TBU - D- Técnicas Básicas de Usinagem (Diurno - 14 horas em 2 dias)
TBU - N- Técnicas Básicas de Usinagem (Noturno - 14 horas em 4 dias - das 19h00 às 22h30)
TFR - Técnicas de Furação e Rosqueamento com fresa de metal duro (14 horas em 2 dias)
EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias)
UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias)
EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias)
OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias)
OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias)
TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias)
TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias)
Para mais informações, acesse www.cimm.com.br (Treinamento Sandvik)
OUF
TUCAS
TGU
05, 06 e 07
O MUNDO DA
HGF Comunicação
DICASÚTEIS
USINAGEM
O leitor de O Mundo da Usinagem
pode entrar em contato
com os editores pelo e-mail:
[email protected]
ou ligue: 0800 770 5700
FALE COM ELES
ABM: 5534 4333
Álisson Rocha Machado: (34) 3239 4150
CCDM: (16) 3351 8812
Esprit: representante
no Brasil UVW: (19) 3236 1701
Neospin/Ezir Yoshimura: (11) 8244 7860
Marcos Rozen: (11) 5189 8913
Roberto Böell Vaz: www.barcodepapel.com.br
SANDVIK COROMANT - DISTRIBUIDORES
ARWI Tel: 054 3026 8888
Caxias do Sul - RS
ATALANTA TOOLS Tel: 011 3837 9106
São Paulo - SP
COFAST Tel: 011 4997 1255
Santo André - SP
COFECORT Tel: 016 3333 7700
Araraquara - SP
COMED Tel: 011 6442 7780
Guarulhos - SP
CONSULTEC Tel: 051 3343 6666
Porto Alegre - RS
COROFERGS Tel: 051 3337 1515
Porto Alegre - RS
CUTTING TOOLS Tel: 019 3243 0422
Campinas - SP
DIRETHA Tel: 011 6163 0004
São Paulo - SP
ESCÂNDIA Tel: 031 3295 7297
Belo Horizonte - MG
FERRAMETAL Tel: 085 3287 4669
Fortaleza - CE
GALE Tel: 041 3339 2831
Curitiba - PR
CG Tel: 049 3522 0955
Joaçaba - SC
HAILTOOLS Tel: 027 3320 6047
Vila Velha - ES
JAFER Tel: 021 2270 4835
Rio de Janeiro - RJ
KAIMÃ Tel: 067 3321 3593
Campo Grande - MS
MACHFER Tel: 021 2560 0577
Rio de Janeiro - RJ
MAXVALE Tel: 012 3941 2902
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MSC Tel: 092 3613 2350
Manaus - AM
NEOPAQ Tel: 051 3527 1111
Novo Hamburgo - RS
PS Tel: 014 3312 3312
Bauru - SP
PS Tel: 044 3265 1600
Maringá - PR
PÉRSICO Tel: 019 3421 2182
Piracicaba - SP
PRODUS Tel: 015 3225 3496
Sorocaba - SP
RECIFE TOOLS Tel: 081 3268 1491
Recife - PE
REPATRI Tel: 048 3433 4415
Criciúma - SC
SANDI Tel: 031 3295 5438
Belo Horizonte - MG
SINAFERRMAQ Tel: 071 3379 5653
Lauro de Freitas - BA
TECNITOOLS Tel: 031 3295 2951
Belo Horizonte - MG
THIJAN Tel: 047 3433 3939
Joinville - SC
TOOLSET Tel: 021 3884 0606
Rio de Janeiro - RJ
TRIGON Tel: 021 2270 4566
Rio de Janeiro - RJ
TUNGSFER Tel: 031 3825 3637
Ipatinga - MG
ANUNCIANTES NESTA EDIÇÃO
O Mundo da Usinagem 40
Agie-Charmilles . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9/10/11/42
Arwi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Cross Hueller. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Deb’Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Diadur . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
DMG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Ergomat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Grob . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
HEF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
IGM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
MachSystem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
MarktEvents . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Mazak . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Meggatech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Neopaq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Nestor di Marco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Okuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Sandvik Coromant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Selltis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
Siemens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
SKA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
TAG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Villares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Vitor Buono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
SANDVIK COROMANT - Atendimento ao cliente 0800 559698
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fullpage_designer_grades_GC4235_1_OMU.pdf 20/9/2007 14:40:23
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Designer de classes.
Imagine que você precise melhorar uma tecnologia que
já é a melhor do mercado.
Uma tarefa sem dúvida desafiadora.
Mas é exatamente essa a tarefa dos designers no
mundo todo: melhorar aquilo que já é ótimo. Podem ser
carros, aviões, tocadores de mp3 ou...classes de
pastilhas.
No nosso caso, o desafio foi melhorar ainda mais o
desempenho das nossas pastilhas, já líderes de
mercado.
A nova geração de pastilhas devia ser mais rápida,
mais segura e mais previsível. Além de mais durável.
Aí está ela à direita.
Olhe agora à sua esquerda e conheça uma das
pessoas que conseguiu melhorar ainda mais essa
tecnologia.
Para mais informações sobre a nova geração de pastilhas, visite www.coromant.sandvik.com/br
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