PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO & PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SOLIDOS Ponta Porã – MS Versão Preliminar 1 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO & PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS Ponta Porã – MS Versão Preliminar (Produtos 5 e 6) Dezembro, 2014 2 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTA PORA INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL Ludimar Godoy Novais Prefeito Municipal Paulo Timm Superintendente Geral Comitê Gestor Michele Brizueña – Secretária Fábio Padilha Bolzan – Interlocutor Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Meio Ambiente Alexandre Santos Superintendente Desenvolvimento Econômico e Social EQUIPE TÉCNICA Marina M Derzi Patrícia de Oliveira Secretaria de Saúde Karin Segala Coordenação Geral João Batista Sandri João Manuel Coelho Brás Secretaria de Obra e Urbanismo Silvia MartarelloAstolpho Responsável Técnica Especialista em Saneamento Básico Maria Aparecida Scalon Derlis Silva Sosa Secretaria de Assistência Social Andrea Pitanguy de Romani Especialista em Gestão de Resíduos Sólidos Rosane Melgarejo Reis Mariza Romeiro Alves Maciel Secretaria de Educação Miguel Angel Moraez Representante Local Especialista em Gestão e Planejamento de Políticas Públicas Antonio Marques de Oliveira Faiçal Hassan Secretaria de Esporte Juventude e Lazer Marcos Paulo Marques Araújo Especialista em Direito e Gestão Pública Leossir Antonio Koprowiki Rosângela Gomes Valério Secretaria de Governo Inessa Salomão Especialista em Finanças e Contabilidade Pública Luis Fernando Otero Souhad Mahmoud Secretaria de Planejamento e Finanças Eduardo Rodrigues Marins Estagiário em Geoprocessamento Eder Loubet da Costa Dione Silva de Lima SANESUL 3 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Apresentação A maior parte dos municípios brasileiros, sofreram pressões implicadas no desenvolvimento sem que houvesse o devido acompanhamento de infraestruturas básicas, o que possibilitou a geração de ambientes insalubres e exclusão social. Neste contexto, o saneamento básico emerge como um dos pontos mais vulneráveis com interferências diretas no espaço e nas condições de saúde da cidade bem como na dinâmica dos territórios. Destaca-se a existência de ações conflitantes, planejamentos incompatíveis e dificuldades na definição das responsabilidades quanto à execução dos serviços. Atualmente, o setor tem sido alvo de maior atenção governamental com uma quantidade significativa de recursos a serem investidos. No entanto, esses investimentos devem, além de gerar os benefícios já esperados quanto à melhoria dos índices de saúde pública, atender aos padrões mínimos de qualidade, com a finalidade de garantir sua sustentabilidade. Uma política municipal de saneamento básico deve estar embasada em princípios e diretrizes que respeitem as interfaces com as demais políticas de saúde, meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento urbano e rural, como também para as áreas indígenas. A Lei de Diretrizes Nacional para o Saneamento Básico, no 11.445/2007, prevê o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) como um instrumento de planejamento que auxiliará os municípios a identificar os problemas do setor, diagnosticar demandas de expansão e melhoria dos serviços, bem como estabelecer objetivos, metas e investimentos necessários, à universalizar o acesso da população aos serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Para o componente resíduos sólidos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal nº 12.305/2010, estabelece como condição para acesso aos recursos da União a serem aplicados em infraestrutura relacionada à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que se firma, não somente como garantia de acesso aos recursos, mas como uma ferramenta para o ordenamento do setor. Desta forma, a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico e do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o Município de Ponta Porã representam um avanço significativo na construção de instrumentos de gestão e dá inicio à fase de ordenamento do gerenciamento desses serviços, com a participação da sociedade na esfera do controle social. Ludimar Godoy Novais Prefeito Municipal 4 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 1. O MUNICÍPIO DE PONTA PORÃ ..................................................................... 12 2. METODOLOGIA ADOTADA NA ELABORAÇÃO DOS PMSB E PMGIRS ........... 14 2.1 Princípios fundamentais norteadores do processo ............................................. 15 2.2 Planos como instrumentos de processo .............................................................. 16 2.3 Integração de políticas e programas ..................................................................... 16 2.4 Hierarquização das áreas de intervenção ............................................................. 17 3. MAPA ESTRATÉGICO DA LÓGICA DE INTERVENÇÕES ................................ 18 4. OBJETIVOS ADOTADOS ................................................................................ 20 4.1 Objetivos gerais ...................................................................................................... 20 4.2 Objetivos específicos ............................................................................................. 22 5. ABRANGÊNCIA DOS PMSB E PMGIRS .......................................................... 24 5.1 Territorial ................................................................................................................. 24 5.2 Temporal.................................................................................................................. 24 6. DIAGNÓSTICOS ............................................................................................. 25 6.1 Diagnóstico de percepção social........................................................................... 25 6.2 Diagnóstico dos serviços públicos de saneamento básico ................................ 26 7. PROSPECTIVA POPULACIONAL.................................................................... 30 8. CENÁRIOS DO SANEAMENTO BÁSICO ......................................................... 32 9. DEMANDAS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO ............ 37 9.1 Abastecimento de água potável............................................................................. 37 9.1.1 Estimativa do consumo efetivo............................................................................... 37 9.1.2 Estimativa das perdas no sistema.......................................................................... 38 9.1.3 Estimativa do volume consumido e produzido........................................................ 39 9.1.4 Estimativa das vazões demandadas ...................................................................... 41 9.1.5 Estimativa da reservação necessária..................................................................... 42 9.1.6 Estimativa da expansão da rede de distribuição .................................................... 43 9.1.7 Contingências e emergências ................................................................................ 44 9.1.8 Determinantes técnicos para o atendimento da demanda...................................... 44 9.2 Esgotamento sanitário ........................................................................................... 45 9.2.1 Cobertura do esgotamento sanitário ...................................................................... 45 5 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9.2.2 Estimativa de expansão da rede de esgoto............................................................ 46 9.2.3 Estimativa da produção e geração de esgoto......................................................... 47 9.2.4 Estimativa do volume a ser destinado ao tratamento ............................................. 48 9.2.5 Projeções das vazões média, máxima e mínima.................................................... 48 9.2.6 Contingências e emergências no sistema .............................................................. 49 9.2.7 Determinantes técnicos para o atendimento da demanda...................................... 50 9.3 Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas................................................... 50 9.3.1 Microdrenagem...................................................................................................... 51 9.3.2 Cobertura do sistema............................................................................................. 51 9.3.3 Macrodrenagem..................................................................................................... 51 9.3.4 Alternativas técnicas para gestão e prestação de serviços .................................... 52 9.4 Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos .................................................... 53 9.4.1 Estimativas da geração dos Resíduos Sólidos Domiciliares................................... 53 9.4.2 Cobertura da coleta................................................................................................ 56 9.4.3 Manejo dos Resíduos Sólidos................................................................................ 63 9.4.4 Diretrizes para os serviços de limpeza urbana ....................................................... 77 9.4.5 Disposição final de rejeitos e remediação do lixão ................................................. 77 9.4.6 Diretrizes para a logística reversa .......................................................................... 84 9.4.7 Fluxo dos resíduos sólidos..................................................................................... 86 10. ORDENAMENTO INSTITUCIONAL .................................................................. 87 10.1 Determinante jurídico-legal .................................................................................. 87 10.1.1 Planejamento ....................................................................................................... 87 10.1.2 Regulação e fiscalização...................................................................................... 88 10.1.3 Controle social ..................................................................................................... 89 10.1.4 Sustentabilidade financeira .................................................................................. 89 10.1.5 Gerenciamento dos serviços de saneamento básico ........................................... 91 10.2 Determinante organizacional ............................................................................... 93 10.2.1 Planejamento ....................................................................................................... 94 10.2.2 Regulação e fiscalização...................................................................................... 95 10.2.3 Gerenciamento dos serviços................................................................................ 95 10.3 Determinante econômico e financeiro................................................................. 97 10.3.1 Orçamento, controle de custos e investimentos ................................................... 98 10.3.2 Adequação da obtenção de receita.................................................................... 102 10.4 Determinante social ............................................................................................ 109 10.4.1 Previsões legais para instituição do controle social............................................ 109 10.4.2 Controle social no processo de elaboração dos PMSB e PMGIRS .................... 110 6 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 10.4.3 Instancias de controle social .............................................................................. 111 10.4.4 Mobilização social efetiva e continuada ............................................................. 112 10.4.5 Educação Ambiental .......................................................................................... 113 10.5 Desenvolvimento institucional........................................................................... 114 11. PROPOSTA DE INTERVENÇÕES E ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES 115 11.1 Hierarquização nas áreas de intervenção ......................................................... 115 11.2 Metas para o alcance do Cenário Desejável ..................................................... 115 12. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES ........................................................... 120 12.1 Abastecimento de Água Potável........................................................................ 122 12.2 Esgotamento Sanitário ....................................................................................... 123 12.3 Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas ............................................ 124 12.4 Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos ............................................ 126 13. SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO .......................................... 130 13.1 Parâmetros de sustentabilidade ........................................................................ 131 13.2 Sustentabilidade técnica .................................................................................... 131 13.3 Parâmetros de qualidade.................................................................................... 131 14. INDICADORES DE DESEMPENHO DO SISTEMA .......................................... 131 15. SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS ................................................. 139 16. REFERENCIAL DOS RECURSOS NECESSÁRIOS ......................................... 140 16.1 Recursos institucionais...................................................................................... 141 16.2 Recursos financeiros.......................................................................................... 141 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................ 145 ANEXOS ............................................................................................................. 147 ANEXO 1 – DECRETO DE CONSTITUIÇÃO DO COMITE GESTOR ........................ 148 ANEXO 2 – MARCO REGULATÓRIO DO SANEAMENTO BÁSICO ........................ 149 ANEXO 3 – PRINCIPAIS METAS DO PLANSAB E DO PLANARES ........................ 151 7 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Lista de Tabelas Tabela 1: Objetivos gerais dos PMSB-PP e PMGIRS-PP ............................................... 20 Tabela 2: Objetivos específicos para cada componente do saneamento básico............. 22 Tabela 3: Informações sistematizadas sobre os serviços públicos de saneamento básico ................................................................................................................................ 28 Tabela 4: População adotada para o PMSB do Município de Ponta Porã....................... 31 Tabela 5: População rural estimada e contabilizada ....................................................... 32 Tabela 6: Fatores críticos para cada componente do saneamento básico ...................... 33 Tabela 7: Características de cada aspecto abordado nos cenários. ............................... 34 Tabela 8: Previsão da redução de perdas nos cenários prospectados............................ 38 Tabela 9: Estimativas do volume consumido .................................................................. 39 Tabela 10: Coeficientes adotados para estimativa das variações ................................... 41 Tabela 11: Vazões médias nos cenários projetados (l/s) ................................................ 41 Tabela 12: Reservação estimada nos cenários prospectados ........................................ 42 Tabela 13: Estimativa da produção/geração de esgoto................................................... 47 Tabela 14: Equações utilizadas para determinação das vazões ..................................... 49 Tabela 15: Estimativa de geração de RSD no Cenário Desejável (ton.).......................... 55 Tabela 16: Composição gravimétrica dos RSD gerados – área urbana .......................... 63 Tabela 17: Projeção da parcela de RSD da área urbana a ser coletada seletivamente .. 67 Tabela 18: Formas de acondicionamento dos RSS ........................................................ 72 Tabela 19: Classificação dos RCC.................................................................................. 75 Tabela 20: Parâmetros para triagem preliminar das áreas escolhidas ............................ 78 Tabela 21: Critérios para a seleção de área.................................................................... 80 Tabela 22: Priorização dos critérios de seleção de áreas e respectivos pesos ............... 81 Tabela 23: Resíduos sujeitos a logística reversa obrigatória........................................... 84 Tabela 24: Cálculo do custo total do serviço de manejo de resíduos sólidos ................ 101 Tabela 25: Classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita...................... 105 Tabela 26: Proposta de valor de cobrança por grupo de rendimento ............................ 106 Tabela 27: Categorias dos lotes e áreas geradoras de resíduos sólidos....................... 107 Tabela 28: Índice de cálculo do peso médio de produção de resíduos por domicílio .... 108 Tabela 29: Freqüência de dias de coleta conforme regiões do Município ..................... 108 Tabela 30: Hierarquização das intervenções previstas ................................................. 115 Tabela 31: Indicadores dos serviços de saneamento básico ........................................ 134 Tabela 32: Fontes de recursos disponíveis voltadas a ações de saneamento básico ... 142 8 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Lista de Figuras Figura 1: Localização do Município de Ponta Porã ......................................................... 13 Figura 2: SWOT e a correlação das matrizes e quadrantes ............................................ 17 Figura 3: Ano de revisão dos Planos .............................................................................. 24 Figura 4: Setorização urbana para a mobilização social ................................................. 25 Figura 5: Projeção gráfica do crescimento populacional ................................................. 30 Figura 6: Saneamento básico para o Município de Ponta Porã....................................... 37 Figura 7: Progressão das perdas nos cenários prospectados......................................... 39 Figura 8: Estimativa de consumo nos cenários previstos................................................ 40 Figura 9: Capacidade de reservação atual e nos cenários prospectados........................ 43 Figura 10: Estimativas de rede no cenário desejável ...................................................... 43 Figura 11: Cobertura dos serviços públicos de esgotamento sanitário nos cenários prospectados .......................................................................................................... 45 Figura 12: Extensão de rede para universalização dos serviços nos cenários prospectados .......................................................................................................... 46 Figura 13: Volumes a serem encaminhados ao tratamento nos cenários prospectados . 48 Figura 14: Vazões máximas e mínimas nos cenários prospectados ............................... 49 Figura 15: Representação gráfica das estimativas de geração de RSD na área urbana . 56 Figura 16: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD nos cenários prospectados – área urbana.......................................................................................................... 56 Figura 17: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD nos cenários prospectados – Distrito de Cabeceira do Apa................................................................................ 57 Figura 18: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD – Distrito de Sanga Puitã ................................................................................................................................ 58 Figura 19: Projeção da cobertura do serviço de coleta no Assentamento Itamarati ........ 58 Figura 20: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD – aldeias indígenas....... 59 Figura 21: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD – demais assentamentos ................................................................................................................................ 59 Figura 22: Centros de Apoio Operacional ....................................................................... 68 Figura 23: Fluxo dos materiais em unidade de triagem e beneficiamento ....................... 70 Figura 24: Fluxo proposto para os resíduos sólidos ........................................................ 86 Figura 25: Programas previstos .................................................................................... 121 Figura 26: Sistema de Informações Gerenciais sobre Saneamento Básico .................. 140 9 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Lista de Siglas e Abreviaturas ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AGEPAN – Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente CRAS – Centro de Referência e Assistência Social ETE – Estação de Tratamento de Esgoto FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. FUNASA – Fundação Nacional de Saúde Obras e Serviços em Saneamento IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano LDNSB – Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico LEV – Locais de Entrega Voluntaria LIRA – Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes OMS – Organização Mundial da Saúde PGRSS – Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde PLANARES – Plano Nacional de Resíduos Sólidos PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico PMGIRS-PP – Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Ponta Porã PMSB-PP – Planos Municipais de Saneamento Básico de Ponta Porã PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos PPA – Plano Plurianual Municipal PPPs – Modalidades Especiais de Concessões RCC – Resíduos de Construção Cívil RSD – Resíduos Sólidos RSS – Resíduos de Serviços de Saúde RSU – Resíduos Sólidos Urbanos SANESUL – Empresa de Saneamento do Mato Grosso do Sul SIG – Sistema de Informações Gerenciais SINIR – Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos SMOU – Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SWOT – Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats, ou forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. 10 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) INTRODUÇÃO A universalização do acesso ao saneamento básico, com quantidade, qualidade e regularidade se constitui em um desafio das administrações municipais, titulares destes serviços, na formulação de políticas públicas para alcançar a melhoria das condições sanitárias e ambientais do Município e, consequentemente, da qualidade de vida da população. Os Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) e de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) do Município de Ponta Porã devem abranger todo o território, que agrega as áreas urbana e rural, onde se inclui o distrito e assentamento, bem como as áreas indígenas. O PMSB contempla os quatro componentes do saneamento básico, a saber: I. Abastecimento de Água Potável: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a adução até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; II. Esgotamento Sanitário: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados de esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o lançamento final no meio ambiente; III. Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas; IV. Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário de varrição e limpeza de logradouros e vias públicas e recuperação da área degradada, bem como os resíduos da construção civil e de saúde. Com base no artigo 19 §1º, da Política Nacional de Resíduos Sólidos o PMGIRS, que corresponde ao Produto 6, foi inserido no PMSB (Produto 5), respeitando o conteúdo mínimo previsto no mesmo artigo. § 1o O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de saneamento básico previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, respeitado o conteúdo mínimo previsto nos incisos do caput e observado o disposto no § 2o, todos deste artigo. O processo de elaboração desses Planos, teve início com a estruturação do Plano de Mobilização Social (Produto 2) que apresentou como objetivo indicar processos, estratégias e mecanismos a serem aplicados para garantia da efetiva participação e controle social ao longo da elaboração, implementação e revisão dos documentos. Foram diagnosticados, para os quatro componentes, os serviços executados no Município, considerando a atual forma de prestação dos serviços, a infraestrutura existente, a evolução populacional, assim como aspectos sócio-econômicos e ambientais 11 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) e fatores críticos, conforme apresentou o Diagnóstico e Prognóstico da Situação do Saneamento Básico (Produto 3), que incluiu, igualmente diagnóstico legal e análise da sustentabilidade econômico financeira dos serviços e a percepção social da população sobre cada um dos quatro componentes do saneamento básico. Com base no Diagnóstico foram estabelecidos cenários e estudadas as demandas, hierarquizando as áreas de intervenção diante de pontos fortes, pontos fracos, debilidades e vulnerabilidades do Município em relação aos quatro componentes do saneamento básico, apresentado no documento Cenários e Proposições (Produto 4). A partir dessa hierarquização foram instituídos os programas, projetos e ações, prevendo sua sustentabilidade ambiental, social, econômica e legal, de forma a possibilitar a universalização na prestação dos serviços de saneamento básico, no intuito de melhorar as condições de salubridade ambiental, de reduzir os riscos à saúde pública e promover o uso racional dos recursos hídricos. Com vistas ao monitoramento da eficiência, eficácia e efetividade dos programas, projetos e ações planejados para o Município, foram concebidos mecanismos e procedimentos para avaliação sistemática, incluindo os mecanismos de participação social e orientações para instituição de sistema de informações. Nesse contexto, o presente documento constitui-se nos Plano Municipal de Saneamento Básico e Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Ponta Porã, Produtos 5 e 6 respectivamente, que têm por objetivo definir os princípios norteadores do modelo de gestão a ser adotado, estabelecer diretrizes e fixar metas de cobertura e atendimento dos serviços para que seja possível alcançar a universalização dos serviços de saneamento básico. 1. O MUNICÍPIO DE PONTA PORÃ Aspectos territoriais e demográficos Ponta Porã é um dos 79 Municípios do Estado de Mato Grosso do Sul. Está localizado na Mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul e na Microrregião de Dourados. Situado a 655 metros de altitude, tem como coordenadas geográficas: Latitude 22° 32' 11''S e Longitude 55° 43' 36'' W. Dista 335km da capital do Estado Campo Grande, 121km do Município de Dourados e 1.463km de Brasília. O acesso se dá por meio das rodovias estaduais MS 164 e MS 436. No lado paraguaio o acesso ocorre por meio da Rota Nacional no 5 (Ruta Quinta) cuja denominação oficial é Ruta General Bernardino Caballero. 12 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Figura 1: Localização do Município de Ponta Porã Fonte: Sayamoto, A.Y et al. Limita-se ao norte com os Municípios de Antônio João, Bela Vista, Jardim e Guia Lopes da Laguna, ao sul, com Aral Moreira e Laguna Carapã, a leste, com Dourados e Maracajú e a oeste, com Pedro Juan Caballero, capital do departamento de Amambay, no Paraguai. Possui ainda seus limites sobrepostos aos limites estabelecidos pela Faixa de Fronteira1 interna brasileira, confrontando-se diretamente com o marco imaginário demarcador dos limites geográficos entre o Brasil e Paraguai (linha de fronteira), o que o qualifica como um Município lindeiro cujo território municipal limita-se com o país vizinho, com sede localizada no limite internacional, apresentando conurbação com o Município de Pedro Juan Caballero. Na área rural, o Município conta com a presença de seis assentamentos. São eles o assentamento Itamarati (I e II), assentamento Corona, Boa Vista, Aba da Serra (I e II), Dorcelina Forlador e a Nova Era e dois distritos Sanga Puitã e Cabeceira do Apa. Com área territorial de 5.328,50km2, é o quinto maior Município do Estado. Segundo o censo populacional realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Município conta com 77.872 habitantes e apresenta uma densidade demográfica de 14,61 habitantes por km². A maior parte da população, 62.067 habitantes (79,71%), concentra-se na área urbana e 15.805 (20,29%) encontra-se distribuída pela área rural (Figura 2). 1 o A Faixa de Fronteira interna do Brasil com os países vizinhos foi estabelecida em 1979 (Lei n 6.634/1979, regulamentada pelo Decreto n. 85.064/1980). A região da Faixa de Fronteira caracteriza-se geograficamente por ser uma faixa de 150km de largura ao longo de 15.719km da fronteira brasileira. 13 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Figura 2: Distribuição da população municipal por área Fonte: Censo IBGE, 2010. Aspectos físicos e ambientais O Município assenta-se sobre um relevo bastante suave e encontra-se inserido em duas Regiões Geomorfológicas: a dos Planaltos da Borda Ocidental da Bacia do Paraná e a Região dos Planaltos Areníticos Basálticos Interiores Os solos são o latossolo vermelho-escuro e o latossolos roxo, equivalentes ao latossolo vermelho e o nitossolo vermelho (classificação EMBRAPA). Os latossolos vermelhoescuros são solos minerais, não hidromórficos, altamente intemperizados e caracterizamse por apresentar um horizonte B latossólico A região caracteriza-se como de clima úmido, apresentando índices efetivos de umidade com valores anuais variando entre 40 a 60 %. Em conformidade com o Plano Estadual de Recursos Hídricos, o Município apresenta 79,16% de sua área territorial inserida na Unidade de Planejamento e Gerenciamento – UPG Ivinhema, UPG na qual tem instalada sua sede. Na UPG Amambai, insere-se em 4,69%, ambas localizadas na Bacia do Paraná. Na Bacia do Paraguai, o Município conta com 13,08% de sua área na UPG Miranda e 3,07% na UPG Apa. Ponta Porã é servido em sua região principalmente pelos Córregos Itá, São João e Carambola, águas de domínio do Estado. Na região de Ponta Porã destaca-se a presença de três dos oito aquíferos presentes no Estado: Bauru, Serra Geral e Guarani, sendo este ultimo a principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul e um dos maiores aquíferos no mundo. 2. METODOLOGIA ADOTADA NA ELABORAÇÃO DOS PMSB E PMGIRS A metodologia participativa estruturadora das etapas de elaboração dos Planos teve sua ênfase assentada no diálogo e na contínua ação – reflexão – ação. Assim, para a condução das reuniões, seminários e audiência pública pressupõe-se a participação de diversos setores locais – instituições, grupos, conselhos e indivíduos – utilizando técnicas e instrumentos que potencializassem a interação e a qualidade da comunicação entre 14 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) pessoas, grupos e instituições participantes na realização das ações voltadas ao alcance dos objetivos. A formalização do Comitê Gestor, por meio do Decreto nº 6.527, de 7 de abril de 2014 (Anexo 1), constitui-se em estratégia para assegurar a participação direta do Poder Público municipal e estadual, responsáveis pela disponibilização de dados e pela validação dos produtos. Cada um dos produtos elaborados que subsidiaram a elaboração dos PMSB e PMGIRS foram apresentados, discutidos e validados pelo Comitê Gestor através da realização de reuniões técnicas, oficinas e seminários. No caso dos Planos, objeto deste documento, como previsto no artigo 51 da LDNSB ambos documentos serão submetidos a consulta e audiência publica para contribuições e criticas que serão analisadas e, quando pertinentes incorporadas na versão final do PMSB e do PMGIRS. Desta forma, as bases para a implementação dos Planos estão na compreensão pela sociedade da relevância desses planos para a qualidade de vida e da necessidade de que a mesma se coloque como copartícipe de todo o processo, assegurando assim o controle e a participação social não apenas nas etapas de sua elaboração, mas sobretudo na adesão às ações e programas propostos e no monitoramento da implementação dos mesmos. 2.1 Princípios fundamentais norteadores do processo As leis federais n° 11.445/2007, Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico (LDNSB) e no 12.305/2010, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabeleceram princípios fundamentais para o Saneamento Básico que nortearam o processo de elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico e de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Ponta Porã. Princípios fundamentais Lei nº 11.445/2007, art. 2 - - - o o Lei nº 12.305/2010, art. 6 Universalização do acesso; Integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados; Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente; Disponibilidade, em todas as áreas urbanas, 15 - - Prevenção e a precaução; Poluidor-pagador e o protetor-recebedor; A visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambientais, sociais, culturais, econômicas, tecnológicas e de saúde pública; Desenvolvimento sustentável; Ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Princípios fundamentais Lei nº 11.445/2007, art. 2 - - - - - o o Lei nº 12.305/2010, art. 6 de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; Adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante; Eficiência e sustentabilidade econômica; Utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas; Transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados; Controle social; Segurança, qualidade e regularidade; Integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos; Adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água. - - - capacidade de sustentação estimada do planeta; Cooperação entre as diferentes esferas do Poder Público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; Reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; Respeito às diversidades locais e regionais; Direito da sociedade à informação e ao controle social; Razoabilidade e a proporcionalidade. 2.2 Planos como instrumentos de processo Os Planos Municipais de Saneamento Básico e de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos são instrumentos de planejamento e têm a função de nortear a gestão do saneamento básico. Enquanto instrumento de gestão constituem-se não só em um produto, mas no resultado de um processo continuado que possibilita aprender fazendo, onde algumas ações e diretrizes definidas podem ser iniciadas ainda em sua etapa de elaboração. 2.3 Integração de políticas e programas Partindo do entendimento de que os resíduos sólidos se constituem componentes do saneamento básico, e que o PMSB bem como consubstanciam-se em instrumentos fundamentais complementares de pública de saneamento básico, ambos serão elaborados de forma complementar. 16 em um dos o PMGIRS uma política articulada e PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Esta articulação visa assegurar o planejamento integrado dos 4 componentes do saneamento básico – abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos – como também das demais políticas públicas em curso no Município de Ponta Porã. 2.4 Hierarquização das áreas de intervenção Considerando os dados levantados pelo Diagnóstico dos serviços, bem como os cenários tendencial e desejável prospectado, é possível apontar que no Município de Ponta Porã os quatro componentes do saneamento básico necessitam de intervenções. Para possibilitar o traçado de uma escala hierárquica nestas áreas que induzisse à melhor escolha para as intervenções necessárias utilizou-se a ferramenta de gestão SWOT – Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats, ou forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. A análise SWOT efetuada encontra-se dividida em duas partes, ou seja, procedeu-se a análise do ambiente interno, onde foram identificados os pontos fortes e os fracos, e a análise do ambiente externo, onde encontram-se as ameaças e as oportunidades. O ambiente interno foi entendido como o conjunto de recursos físicos, humanos e financeiros, entre outros, sobre os quais é possível exercer controle, pois resultam das estratégias definidas pelos gestores. O ambiente externo foi entendido como os fatores que, de alguma forma, exercem influência sobre os componentes. Neste ambiente, mesmo que não seja possível estabelecer um controle, o mesmo deve ser monitorado continuamente, pois constitui base fundamental para o planejamento estratégico. A análise do ambiente externo foi efetuada em função dos fatores macro ambientais (questões demográficas, políticas, econômicas, tecnológicas e etc.) e micro ambientais (usuários, consumidores, prestadores de serviços, etc.) que devem ser constantemente acompanhados, antes e após o delineamento de qualquer estratégia municipal (Figura 2). Figura 2: SWOT e a correlação das matrizes e quadrantes 17 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) As matrizes e quadrantes de análise foram aplicados a cada componente do saneamento básico. 3. MAPA ESTRATÉGICO DA LÓGICA DE INTERVENÇÕES A metodologia aplicada ao processo de planejamento resultou na definição da missão e da visão institucional para os serviços públicos de saneamento básico e de programas, projetos e ações necessários para o alcance das metas estabelecidas. As políticas públicas a serem elaboradas para os quatro componentes do saneamento básico deverão, por um lado considerar missão e a visão de futuro e, por outro, o modelo de gestão proposto. Para viabilizar a implementação do modelo de gestão a lógica de intervenção foi revertida para uma lógica de planejamento estratégico da ação municipal baseada em resultados. A lógica adotada encontra-se expressa no mapa estratégico para o desenvolvimento de uma política pública voltada a universalização dos serviços de saneamento básico. MAPA ESTRATÉGICO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO 18 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Ambiente do gerenciamento (externo) Ambiente de gestão (interno) Controle social Participação social Comitê gestor – eixo técnico; Criação de câmara ou conselho técnico consultivo de saneamento básico no CMMA ou CCPP Modelo de Gestão Criação da Gerência de Saneamento Básico; Prestação dos serviços públicos de saneamento básico de forma direta, contratada ou mediante autorização Sustentabilidade econômica e financeira Desvinculação da taxa de coleta de lixo da base de calculo do IPTU Credibilidade Atributos de valor Missão: Ofertar os serviços públicos de saneamento básico com qualidade, regularidade e efetividade Visão de futuro: Ser reconhecida até 2034 pela excelência na gestão dos serviços prestados Universalização Integralidade Proteção à saúde e ao meio ambiente Disponibilidade Segurança, qualidade e regularidade Eficiência e sustentabilidade econômica Prevenção e precaução Eco eficiência Cooperação Responsabilidade compartilhada Reconhecimento dos Resíduos Sólidos como bem econômico e social Educação ambiental Acesso à informação Existência de sistema de informações sobre saneamento básico, com dados atualizados para o acesso da população Cultura organizacional Ações continuadas de sensibilização e educação ambiental Geração de capacidades Outorgas e licenciamento dos sistemas Cadastramento técnico dos serviços Controle da expansão territorial Estruturação de banco de dados com as informações dos sistemas Definição do fluxograma do sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) Infraestrutura Desenvolvimento de estudos para aferição de novos mananciais de abastecimento Estruturação de sistemas de fiscalização o e controle Sustentabilidade técnica Priorização da capacidade de infiltração da bacia Plano de Setorial de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas e Plano de Arborização urbana Alternativas para redução da fração úmida e seca e para a destinação final dos resíduos sólidos Prestação dos serviços/ usuários consumidores Ampliação da capacidade instalada da ETA Implantação de sistema de monitoramento da qualidade do corpo receptor Recuperação dos dispositivos de drenagem existentes Implementação de mecanismos para reaproveitamento, retenção e infiltração, otimizando e reduzindo a carga do sistema Recuperação da área degradada pelo lixão Destinação final adequada dos resíduos gerados 19 Redução de perdas Qualidade na prestação dos serviços Coleta seletiva Planos de gerenciamento constituídos e implantados Programa Municipal de gerenciamento de RCC Soluções para recolocação de catadores existentes na área do lixão Legislação de suporte Desenvolvimento de estudos para aferição de novos mananciais de abastecimento Controle da expansão territorial Instituição da coleta seletiva Regulação/fiscalização Erradicação de ligações clandestinas e de áreas inadequadas de disposição final Definição de modelagem da regulação dos serviços PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 4. OBJETIVOS ADOTADOS A esfera pública é permanentemente requerida pela sociedade com relação às respostas que lhes são exigidas. O cidadão-usuário demanda padrões de excelência em serviços oferecidos, cobrando presteza no atendimento aos anseios sociais e no cumprimento da missão institucional. No setor do saneamento básico, o incremento da demanda tanto qualitativa quanto quantitativa é fato inegável e, para responder adequadamente a esses desafios, direcionando-os para a efetiva melhoria dos serviços oferecidos, a legislação em vigor solicita que sejam utilizadas estratégias especificas. 4.1 Objetivos gerais Para a elaboração do planejamento estratégico do saneamento básico e, consequentemente, das ações a serem definidas no PMSB e no PMGIRS de Ponta Porã, foram adotados os objetivos gerais recomendados no Guia para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico2, assim como aqueles previstos na PNRS, conforme demonstra a Tabela 1. Tabela 1: Objetivos gerais dos PMSB-PP e PMGIRS-PP Objetivos Descrição Universalização dos serviços de saneamento básico Assegurar a universalização gradual da prestação dos serviços de saneamento básico a toda à população, incluindo a área urbana e rural do Município, assegurando a regularidade, continuidade e funcionalidade na prestação desses serviços. Promoção da Salubridade Ambiental e da Saúde Coletiva Garantir a qualidade ambiental como condição essencial para a promoção e melhoria da saúde coletiva; garantir um nível razoável de atendimento com sistemas e serviços de saneamento; promover a recuperação e o controle da qualidade ambiental, garantindo acesso pleno dos cidadãos aos serviços e sistemas de saneamento. Proteção dos Recursos Hídricos e Controle a Poluição Garantir a qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, principalmente os mananciais destinados ao consumo humano; garantir um nível razoável de atendimento com sistemas de drenagem e tratamento dos efluentes (em particular os domésticos); promover a recuperação e o controle da qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, por meio do tratamento e da redução das cargas poluentes e da poluição difusa. Proteção a Natureza Assegurar a proteção do meio ambiente, com ênfase na proteção do solo e nos meios aquáticos e ribeirinhos com maior interesse ecológico, a proteção e recuperação de habitat e condições de suporte das espécies nos meios hídricos; estabelecer condições adequadas de manejo do solo para evitar degradação; estabelecer vazões “ecológicas” e evitar a excessiva artificialização do regime hidrológico dos cursos de água. 2 Guia para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico, Ministério das Cidades, 2ª edição, Brasília, 2011. 20 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Objetivos Descrição Proteção Contra Situações Hidrológicas Extremas Promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais das secas por meio de medidas de gestão em função das disponibilidades de água, impondo restrições ao fornecimento em situação de seca e promovendo a racionalização dos consumos através de planos de contingência; promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais das enchentes por meio do ordenamento da ocupação das áreas ribeirinhas sujeitas a inundações e o estabelecimento de mapas de risco de inundação, a regularização e a conservação da rede de drenagem; a implantação de obras de controle; promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais de acidentes de poluição, via o estabelecimento de planos de emergência, visando à minimização dos seus efeitos. Valorização Social e Econômica dos Recursos Ambientais Estabelecer prioridades de uso para os recursos ambientais e definir a destinação dos diversos resíduos provenientes da atividade humana; promover a identificação dos locais com aptidão para usos específicos relacionados ao saneamento ambiental; promover a valorização econômica dos recursos ambientais, ordenando os empreendimentos no território. Ordenamento do Território Preservar as áreas de várzea; impor condicionamentos aos usos do solo por meio da definição de diretrizes de ordenamento e de ocupação; promover a reabilitação e renaturalização dos leitos de rios e canais; promover o zoneamento em termos de uso e ocupação do solo. Sustentabilidade Econômico-Financeira Promover a sustentabilidade econômica e financeira dos sistemas de saneamento e a utilização racional dos recursos hídricos, incentivar a adoção dos princípios usuário-pagador e poluidor-pagador. Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços Promover a produção e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades atuais e permitir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das necessidades das gerações futuras. Gestão integrada de resíduos sólidos Abordar os resíduos sólidos a partir de uma perspectiva integrada, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável em todas as etapas de planejamento, elaboração, implementação e monitoramento dos Planos. Articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial Estimular ações articuladas e complementares entre as diversas esferas de governo, horizontal e verticalmente, com vistas gestão compartilhada, e destas com o setor empresarial para a promoção de cooperação técnica e financeira e para a implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (CVP). Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações relacionadas a responsabilidade Definir ações voltadas para a organização e estruturação dos Catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis com vistas a promoção da integração dos mesmos aos sistemas de coleta seletiva e de logística reversa. 21 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Objetivos Descrição compartilhada pelo CVP Capacitação técnica Estimular ações de capacitação técnica continuada com vistas a qualificação dos profissionais, adaptação de procedimentos, implantação de indicadores de monitoramento para avaliar a gestão dos serviços de saneamento básico. 4.2 Objetivos específicos São considerados como objetivos específicos para o saneamento básico: Instituir a gestão pública dos serviços de saneamento básico; Fortalecer e qualificar a estrutura institucional do saneamento básico; Elaborar ferramentas de planejamento contendo informações e dados atualizados do saneamento básico com vistas a auxiliar na tomada de decisão; Assegurar a regulação e fiscalização do sistema e dos serviços de saneamento básico; Promover a interação entre a sociedade e a administração pública, com vistas a solucionar os problemas e as deficiências sociais com eficiência e eficácia; Viabilizar recursos financeiros para implementação das ações necessárias para garantia da universalização dos serviços; Atingir o equilíbrio econômico financeiro considerando as necessidades de investimento para a melhoria da qualidade dos serviços, universalização do atendimento e manutenção da equidade social no acesso ao saneamento básico, considerando a capacidade de pagamento dos usuários; Fomentar ações que contribuam com a geração de negócios, trabalho, emprego e renda associados ao setor. Para cada um dos componentes, os objetivos específicos poderão ser visualizados na Tabela 2. Tabela 2: Objetivos específicos para cada componente do saneamento básico Componente Objetivos específicos - Abastecimento de água potável - - Garantir o acesso da população à água potável com qualidade e quantidade; Levantar e atualizar dados estruturantes do sistema de abastecimento de água; Reduzir o desperdício e o consumo per capita; Reduzir as perdas físicas no abastecimento de água; Promover a sensibilização e educação ambiental para o consumo consciente e racional de água e para a preservação dos mananciais de abastecimento; Promover ações de proteção e controle do manancial hídrico; Acompanhamento e fiscalização dos serviços prestados; 22 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Componente Esgotamento sanitário Objetivos específicos - Assegurar o acesso à educação ambiental e à melhoria nos hábitos de uso de água nas áreas rurais (distritos, assentamentos e áreas indígenas). - Fomentar a universalização do sistema de esgotamento sanitário; Garantir a coleta e tratamento adequado para o esgotamento sanitário; Garantir qualidade operacional no sistema; Garantir no sistema a promoção do controle e proteção ambiental; Promover a sensibilização e educação ambiental quanto a importância do sistema de coleta e tratamento de esgoto, bem como os impactos causados por lançamentos clandestinos; Assegurar o acesso à educação ambiental e a sistemas adequados de esgotamento sanitário nos distritos, assentamentos e áreas indígenas. - Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas - - Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos - - Cadastrar, mapear e atualizar as infraestruturas e dispositivos do sistema municipal de drenagem e manejo das águas pluviais; Desenvolver instrumentos de planejamento específico para esse sistema; Proporcionar ao Município infraestruturas e dispositivos adequados para a eficácia do sistema; Assegurar o adequado funcionamento do sistema; Estabelecer mecanismos para o reaproveitamento, retenção e infiltração das águas pluviais, otimizando e reduzindo as cargas do sistema, podendo ser exigido na abertura de novos empreendimentos (loteamentos); Garantir a prevenção e o controle de enchentes, alagamentos e inundações; Identificar áreas sujeitas a inundações que causam riscos a população local, remanejando-as para locais adequados; Restringir a ocupação de áreas que apresentam riscos de inundações; Garantir a proteção e controle ambiental dos cursos d’água; Implantar projeto de sensibilização e educação ambiental. Fomentar o manejo adequado dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS); Definir estratégias para o manejo adequado dos Resíduos da Construção Civil (RCC); Dispor de veículos e equipamentos adequados para o gerenciamento dos resíduos sólidos; Fomentar a adoção de tecnologias limpas voltadas à destinação final dos resíduos sólidos; Propor a gestão associada considerando a viabilidade econômicofinanceira; Determinar o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos por parte de geradores de resíduos especiais e aqueles sujeitos a planos de gerenciamento; Disponibilizar área e infraestrutura adequada para a disposição final dos resíduos sólidos; Promover a implementação da coleta seletiva adequada à realidade municipal; Promover a implantação da logística reversa para os resíduos de obrigatoriedade legal; Fomentar a inclusão social dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis em programas de coleta seletiva e sistemas de logística reversa; Aprimorar a formação e atualização profissional para a gestão e 23 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Componente Objetivos específicos - gerenciamento dos resíduos sólidos; Propiciar a sensibilização e educação ambiental visando o alcance dos objetivos propostos; Assegurar o acesso à educação ambiental e aos serviços de manejo de resíduos sólidos nos distritos, assentamentos e áreas indígenas; Estabelecer mecanismos e procedimentos de monitoramento do desempenho dos serviços prestados. 5. ABRANGÊNCIA DOS PMSB E PMGIRS 5.1 Territorial O Plano Municipal de Saneamento Básico e o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Ponta Porã abrangem as áreas urbana e rural, onde se inclui os distritos e assentamentos implantados no Município, bem como as áreas indígenas. 5.2 Temporal O Plano Municipal de Saneamento Básico e o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Ponta Porã terão validade de 20 anos a contar do primeiro ano de sua vigência (2014) até o ano final (2034). Revisões programadas deverão ocorrer a cada 4 anos, ou seja, nos anos de 2018, 2022, 2026 e 2030. No ano de 2034 os Planos perderão sua validade e deverão ser revistos em sua integra. A Figura 3 ilustra os anos de revisão dos Planos. Figura 3: Ano de revisão dos Planos 4a revisão programada 2a revisão programada 1a revisão programada 24 3a revisão programada Final da validade PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 6. DIAGNÓSTICOS 6.1 Diagnóstico de percepção social O Diagnóstico de Percepção Social parte das diretrizes estabelecidas no Plano de Mobilização Social que visou o planejamento participativo em todas as etapas de elaboração e implementação do PMSB e do PMGIRS. O Diagnóstico de percepção social permitiu uma capilaridade na divulgação dos trabalhos, tanto nos espaços da administração publica, como junto a população em geral. Permitiu também, a construção de paralelos entre os contextos sociais e de infraestrutura dos setores mobilizados, intitulados setores de mobilização social. Foram definidos 5 setores de mobilização social na área urbana (Setores 1 a 5) e 1 setor na área rural (Setor 6), este ultimo integrando os distritos de Sanga Puitã, Cabeceira do Apa e o Assentamento Itamarati. A Figura 4 apresenta a distribuição dos 5 setores localizados na área urbana e os bairros que os integram. Figura 4: Setorização urbana para a mobilização social Em cada um destes setores foram aplicados questionários quantitativos com vistas a captar a percepção social da população quanto aos serviços ofertados. A pesquisa quantitativa foi fundamentada em estudos estatísticos adotados no Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes (LIRA) nacionalmente utilizado para controle de vetores. Ao mesmo tempo, foram desenvolvidas ações voltadas para uma pesquisa qualitativa junto a representantes das secretarias municipal de saúde, de educação, integrantes de conselhos municipais, através da Casa dos Conselhos, e beneficiários de programas sociais disponibilizados pelo CRAS. O objetivo dessa pesquisa foi o de apresentar o projeto e envolver os entrevistados convidando-os a registrarem suas impressões quanto aos serviços de saneamento 25 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) básico no Município, do ponto de vista do usuário, mas também apresentarem sugestões de melhorias para as deficiências apontadas. Nos resultados das pesquisas3, foi possível perceber que a grande maioria da população atribui à SANESUL a responsabilidade pelo serviço de abastecimento de água potável (63%). No caso do esgotamento sanitário os entrevistados não apresentam consenso quanto a atribuição da responsabilidade exclusiva da SANESUL (29%) ou da Prefeitura (23%) ou de ambos (31%). No caso da responsabilidade dos usuários, 12% dos entrevistados entenderam ser uma responsabilidade compartilhada também com os usuários o abastecimento de água potável assim como o esgotamento sanitário. A drenagem, apesar de a responsabilidade ser da Prefeitura, diferentemente dos dois componentes anteriores cuja responsabilidade é da SANESUL, os entrevistados acreditam ser uma responsabilidade compartilhada SANESUL/PMPP (44%) e parcela um pouco mais reduzida (35%) entende ser este um serviço de responsabilidade exclusiva da PMPP. Apenas 8% acreditam que os usuários também sejam corresponsáveis pela prestação/manutenção desse serviço. Para o componente limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos a maioria dos entrevistados (69%) entendeu ser um serviço de responsabilidade da PMPP. Contudo, para parcela dos entrevistados (17%) essa responsabilidade é compartilhada entre a PMPP e a SANESUL, apesar de não estar no escopo da SANESUL a prestação desse serviço. Em 14% das respostas o usuário aparece como corresponsável pelos serviços. Além da coleta de dados e construção de um quadro da percepção da população sobre os serviços prestados, a metodologia adotada teve como finalidade situar o usuário dos serviços como copartícipes do processo de elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico e de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, de modo a assegurar, no futuro, que se percebam como corresponsáveis pela manutenção dos serviços. Ademais, as informações extraídas das pesquisas qualitativa e quantitativa foram balizadores das análises e levantamentos técnicos, em especial nas especificidades identificadas por setor de mobilização social e, igualmente, consideradas nas discussões acerca de intervenções de melhoria de cada um dos quatro componentes do saneamento básico em Ponta Porã. 6.2 Diagnóstico dos serviços públicos de saneamento básico O processo de estruturação do PMSB e PMGIRS exigiu o levantamento de informações relevantes acerca do Município, incluindo dados secundários e primários, considerando os indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais, socioeconômicos e educacionais. A análise do conjunto de informações copiladas permitiu detectar as deficiências nos serviços de saneamento básico municipal. Essa construção contemplou também a percepção de técnicos locais e da sociedade. 3 O Produto 3 – Diagnóstico e Prognóstico da Situação do Saneamento Básico, apresenta na Parte IV os resultados do Diagnóstico de percepção social. 26 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tecnicamente, serviço público pode ser definido como uma atividade pública administrativa para a satisfação concreta de necessidades da população, materiais ou imateriais, executada sob regime de direito público. A Lei no 11.445/2007 considera o saneamento básico como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais que propiciam no Município o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos e a drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. No Estado do Mato Grosso do Sul, a empresa concessionária legal é a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul S.A. – SANESUL que opera atualmente os serviços de abastecimento de água potável e esgoto sanitário em 68 dos 78 Municípios do Estado e em 55 distritos, por meio de 123 sistemas implantados, dentre esses o Município de Ponta Porã. Os serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, assim como os de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, estão sob responsabilidade da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo (SMOU) sendo algumas das atividades executadas diretamente pela SMOU e outras por meio da empresa terceirizada Podium Ambiental. De acordo com o disposto na legislação estadual (Lei no 2.363/2001) e no Convenio de Cooperação no 002/2012, cabe à Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (AGEPAN) a regulação dos serviços públicos de saneamento básico, exclusivamente para o abastecimento de água potável e esgotamento sanitário. As competências de fiscalização e regulação de serviços de saneamento básico de interesse municipal que tiverem sido delegadas ao Estado serão exercidas por este e pela AGEPAN. O Município de Ponta Porã delegou ao Estado, por meio de contrato firmado com a SANESUL, as atividades de organização, planejamento, regulação e fiscalização da prestação dos serviços públicos de saneamento básico. Salientando-se que a organização e o planejamento não podem ser delegadas, devendo as mesmas serem executadas pela própria Prefeitura. As ações de fiscalização dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos estão a cargo da própria Secretaria de Obras e Urbanismo que conta com equipe de 3 fiscais para fiscalizar o usuário, bem como, o prestador. A regulação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas carece de instancia reguladora. As informações sistematizadas sobre os serviços públicos de saneamento básico executadas no Município, para os quatro componentes do Saneamento Básico encontram-se descritas na Tabela 3. 27 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 3: Informações sistematizadas sobre os serviços públicos de saneamento básico Serviços públicos de saneamento básico Abastecimento de água potável Prestador dos serviços SANESUL Sistemas implantados Sete sistemas (Sistema Creche, Coopha, Eucaliptos, Ipês, Ivone, Marambaia e Monte Alto) Outorga de uso consuntivo Não Consumo per capita 115,88 l.hab.dia População atendida 78,7% da população total e 98,7% da urbana Volume produzido 464.410,58 m .ano Recurso hídrico utilizado Manancial subterrâneo Ações para reaproveitamento de água pluvial Inexistentes Sensibilização e educação ambiental Inexistentes ou de baixa eficiência Qualidade da água Atendimento aos padrões de potabilidade estabelecidos na legislação do setor Índice de perdas 46,71% Índice micromedição 87,11% Distritos e áreas rurais Não atendidas pelo serviço público Cadastro de soluções alternativas Não existente Gestão transfronteiriça da bacia hidrográfica Não 3 Esgotamento sanitário Prestador dos serviços SANESUL Outorga de uso não consuntivo Não Produção per capita 86,91l.hab.dia População atendida 18,21% da população total Cobertura da rede existente 49,27% Eficiência no tratamento Superior a 90% Lançamentos clandestinos Existente Sensibilização e educação ambiental Inexistente ou de baixa eficiência Distritos e áreas rurais Não atendidas pelo serviço público Cadastro de soluções alternativas Não existente Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Prestador dos serviços Prefeitura Municipal – Secretaria de Obras e Urbanismo Expansão da área urbana Orientada pelo Plano Diretor Municipal Cadastro técnico Existente, mas incompleto 28 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Serviços públicos de saneamento básico Cobertura da rede Inexistente Plano diretor de drenagem Não existente Impermeabilização Sem fiscalização Qualidade das águas Sem análise Recuperação/Preservação de APP e fundos de vale Inexistente Sensibilização e educação ambiental Inexistentes Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Prestador dos serviços PODIUM AMBIENTAL e SMOU Gestão associada Não Geração per capita de RSD 0,80kg.hab.dia – área urbana 0,70kg.hab.dia – área rural População atendida 73% - área urbana 74% - Distrito de Sanga Puitã 64% do núcleo urbano do assentamento Itamarati 28% do assentamento Itamarati s/a – áreas indígenas s/a – Distrito de Cabeceira do Apa Coleta seletiva Informal Recuperação de materiais recicláveis 0,7% Cadastro grandes geradores Não Logística Reversa Pontos de coleta – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens (Campo Limpo/Inpev) e pneumáticos (ANIP). Inexistência de ações para os demais resíduos Ações para o reaproveitamento, reciclagem e compostagem Pontuais Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) implantada Não Disposição final dos resíduos sólidos Lixão Existência de catadores no local de disposição final dos resíduos sólidos Sim Estrutura de fiscalização e monitoramento Deficiente Instancia de controle social Informal Cobrança por serviços de RSD, sem vinculação com o IPTU Não Sensibilização e educação ambiental Ações pontuais 29 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 7. PROSPECTIVA POPULACIONAL O planejamento dos serviços de saneamento básico perpassa por esboçar um sistema que ofereça serviços adequados e compatíveis ao crescimento da população durante o período de vigência dos PMSB-PP e PMGIRS-PP, previsto para 20 anos. Ao logo desse período a projeção da população municipal deve ser estruturada de modo criterioso, com base no desenvolvimento demográfico aferido, a fim de que a margem de erro seja pouco significativa. Mesmo que a análise da prospectiva populacional busque resultados confiáveis é importante ressaltar que poderão ocorrer eventos inesperados que poderão modificar a trajetória prevista para o crescimento populacional do Município. Segundo levantado pelo Diagnóstico o IBGE, no ano de 2010, contabilizou a população total do Município em 77.872 habitantes, sendo 62.067 habitantes (79,71%) concentrados na área urbana e 15.805 (20,29%) na área rural. Com base nos dados censitários apresentados pelo IBGE (2010-2013), e na aplicação de métodos estatísticos para projeção populacional foi possível realizar a projeção gráfica do crescimento populacional no horizonte de vigência dos Planos (Figura 5). Figura 5: Projeção gráfica do crescimento populacional 150.000 140.000 Projeção por densidade demográfica Projeção do diagnóstico População (hab) 130.000 120.000 Projeção aritmética 110.000 Projeção geométrica 100.000 90.000 80.000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Vigência do PMSB Para o conjunto de dados apresentados foi possível observar que as populações entre os anos de 2014 a 2034 apresentam uma tendência de crescimento e a projeção efetuada pelo diagnóstico conduz a valores estimados futuros bastante elevados, que poderão vir a ser ou não verdadeiros, mas que se afastam bastante das demais projeções. A curva de melhor ajuste aos dados observados foi aquela estimada a partir da densidade demográfica. Os dados relativos a população total, urbana e rural adotados na construção dos cenários ena elaboração dos Planos encontram-se apresentados na Tabela 4. 30 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 4: População adotada para o PMSB do Município de Ponta Porã População adotada (hab.) Ano População total (hab.) População urbana (hab.) População rural (hab.) População flutuante (hab.) População urbana + flutuante (hab.) 2014 85.757 68.484 17.439 2.294 70.778 2015 87.815 70.189 17.873 2.349 72.538 2016 90.002 71.937 18.318 2.408 74.345 2017 92.243 73.728 18.774 2.468 76.196 2018 94.540 75.564 19.242 2.529 78.257 2019 96.894 77.445 19.721 2.592 79.974 2020 99.306 79.374 20.212 2.656 82.030 2021 101.779 81.350 20.715 2.723 84.073 2022 104.313 83.376 21.231 2.790 86.166 2023 106.911 85.452 21.760 2.844 88.286 2024 109.573 87.579 22.302 2.940 90.519 2025 112.301 89.760 22.857 3.004 92.764 2026 115.097 91.995 23.426 3.079 95.074 2027 117.963 94.286 24.009 3.156 97.442 2028 120.900 96.633 24.607 3.234 99.867 2029 123.911 99.040 25.220 3.315 102.355 2030 126.996 101.506 25.847 3.397 104.903 2031 130.159 104.033 26.491 3.482 107.515 2032 133.400 106.624 27.151 3.568 110.192 2033 136.721 109.279 27.827 3.657 112.936 2034 139.962 111.869 28.487 3.744 115.613 Para efeitos de planejamento é importante considerar uma margem de segurança nas estimativas populacionais para evitar precoces sobrecargas ao sistema. Caso a população estimada seja inferior ou superior à população real contabilizada naquele momento, a mesma deve ser corrigida de forma a refletir a população existente. Um recorte foi realizado sobre a estimativa da população rural uma vez que a população rural real contabilizada nos distritos, assentamentos e aldeias totalizou 19.684 habitantes, superando aquela adotada na estimativa deste PMSB/PMGIRS (17.439). Provavelmente, a diferença identificada ocorreu em função de uma defasagem no período contabilizado (2010-2013), como também em função de famílias que, embora assentadas, foram contabilizadas pelo IBGE como pertencentes a outros Municípios da região. A Tabela 5 compara a população estimada e contabilizada para a área rural. A demanda dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos estimadas no Produto 4 31 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) (Cenários e Proposições) tomou como base a população rural contabilizada, a mesma que considerada nos PMSB e PMGIRS. Tabela 5: População rural estimada e contabilizada População rural (hab.) Ano Estimada PMSB/PMGIRS Contabilizada (Diagnóstico) 2014 17.439 20.179 2015 17.873 20.682 2016 18.318 21.197 2017 18.774 21.724 2018 19.242 22.265 2019 19.721 22.820 2020 20.212 23.388 2021 20.715 23.970 2022 21.231 24.567 2023 21.760 25.179 2024 22.302 25.806 2025 22.857 26.449 2026 23.426 27.107 2027 24.009 27.782 2028 24.607 28.474 2029 25.220 29.183 2030 25.847 29.909 2031 26.491 30.654 2032 27.151 31.418 2033 27.827 32.200 2034 28.398 33.002 8. CENÁRIOS DO SANEAMENTO BÁSICO A construção de cenários objetivou transformar as incertezas do ambiente em condições racionais para a tomada de decisão, servindo como referencial para a elaboração do planejamento estratégico. O processo de construção dos cenários para o PMSB e PMGIRS do Município de Ponta Porã iniciou-se na definição das variáveis ou fatores críticos para a evolução dos serviços públicos de saneamento básico, no horizonte temporal definido de 20 anos, tomando como referencia as projeções populacionais. Nesta consideração, foram elencados os fatores críticos de cada componente, conforme demonstra a Tabela 6. 32 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 6: Fatores críticos para cada componente do saneamento básico Abastecimento de água potável Esgotamento sanitário Fatores críticos Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Consumo per capita Crescimento da população/população atendida Índices de perdas Qualidade da água Abastecimento em zonas não atendidas Sensibilização e educação ambiental Produção per capita Eficiência do tratamento População atendida Crescimento da população Corpo receptor Impermeabilização do solo Situação dos fundos de vale Sensibilização e educação ambiental Qualidade e capacidade do corpo receptor Ocupação em áreas de risco Geração per capita Crescimento da população População atendida Sensibilização e educação ambiental Abrangência da coleta seletiva Disposição final compartilhada Considerando os fatores críticos como itens ponderáveis, foi possível estabelecer dois cenários evolutivos das demandas do sistema de saneamento básico no Município de Ponta Porã. Cenário Tendencial Evolução das demandas dos serviços baseada na tendência histórica do crescimento populacional. Cenário Desejável Evolução das demandas dos serviços baseada em melhorias com vistas à universalização e otimização. A Tabela 7 apresenta as principais características de cada aspecto abordado na construção dos cenários. 33 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 7: Características de cada aspecto abordado nos cenários. Serviços públicos de saneamento básico Aspectos Cenário Tendencial Cenário Desejável Abastecimento de água potável Prestador dos serviços SANESUL SANESUL Outorga de uso consuntivo Não Sim Consumo per capita 115,88 l.hab.dia 120,00 l.hab.dia População atendida 78,7% da população total e 98,7% da urbana 100% da população total e 100% da população urbana Volume produzido 464.410,58 m .ano Manancial superficial /subterrâneo Recurso hídrico utilizado Manancial subterrâneo Consistentes e demandadas por legislação de suporte Ações para reaproveitamento de água pluvial Inexistentes Sim Sensibilização e educação ambiental Inexistentes ou de baixa eficiência Existentes e de forte impulso Qualidade da água Atendimento aos padrões de potabilidade estabelecidos na legislação do setor Índice de perdas 46,71% Atendimento aos padrões de potabilidade estabelecidos na legislação do setor e/ou superação dos padrões 30% Índice micromedição 87,11% 100% Distritos e áreas rurais Não atendidas pelo serviço público Atendidas pelo serviço público Cadastro de soluções alternativas Não existente Cadastro técnico existente Gestão transfronteiriça da bacia hidrográfica Não Sim 3 Esgotamento sanitário Aspectos Cenário Tendencial Cenário Desejável Prestador dos serviços SANESUL SANESUL Outorga de uso não consuntivo Não Sim Produção per capita 86,91l.hab.dia Compatível com água consumida (per capita) por meio da relação água/esgoto População atendida 18,21% da população total 100% da população total Cobertura da rede existente 49,27% 100% Eficiência no tratamento Superior a 90% Superior a 90% 34 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Esgotamento sanitário Aspectos Cenário Tendencial Cenário Desejável Lançamentos clandestinos Existente Inexistente Sensibilização e educação ambiental Inexistente ou de baixa eficiência Existentes e de forte impulso Distritos e áreas rurais Não atendidas pelo serviço público Atendidos pelo serviço público Cadastro de soluções alternativas Não existente Cadastro técnico existente Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Aspectos Cenário Tendencial Cenário Desejável Prestador dos serviços Prefeitura Municipal Orientada pelo Plano Diretor Municipal Prefeitura Municipal Orientada pelo Plano Diretor Municipal Cadastro técnico Existente, mas incompleto Existente e completo Cobertura da rede Inexistente 100% da malha urbana Plano diretor de drenagem Não existente Existente e em processo de implementação Impermeabilização Sem fiscalização Fiscalização ativa Qualidade das águas Sem análise Rotinas de análise implementadas Recuperação/Preservação de APP e fundos de vale Inexistente Existência de ações consistentes Sensibilização e educação ambiental Inexistentes Existentes e de forte impulso Expansão da área urbana Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Aspectos Cenário Tendencial Cenário Desejável Prestação dos serviços Terceirizado - PODIUM Ltda. e SMOU Direta ou gestão associada Gestão associada Não Sim Geração per capita de RSD – área urbana >0,80kg.hab.dia 0,80kg.hab.dia >0,70kg.hab.dia 0,70kg.hab.dia 73% 100% 74% 100% 64% do núcleo urbano e 28% do assentamento 100% Geração per capita de RSD – área rural População atendida– área urbana População atendida - Distrito de Sanga Puitã População atendida – Assentamento Itamarati 35 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Aspectos Cenário Tendencial Cenário Desejável População atendida - áreas indígenas Distrito de Cabeceira do Apa e demais assentamentos Sem atendimento Manejo alternativo /soluções alternativas coletivas Coleta seletiva Informal Implantada nas modalidades porta a porta e pontos de entrega voluntária priorizando a participação de catadores e catadoras Recuperação de materiais recicláveis 0,7% > 0,7%, em atendimento as metas nacionais Cadastro grandes geradores Não Sim Logística Reversa Pontos de coleta – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens (Campo Limpo/inpEV) e pneumáticos (ANIP). Inexistência de ações para os demais resíduos Pontos de coleta estabelecidos para os resíduos de logística reversa (art. 33, PNRS) Ações e tecnologias para o reaproveitamento, reciclagem e compostagem Pontuais Implantadas e em funcionamento Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) implantada Não Sim Disposição final de rejeitos Lixão Aterro sanitário com área do lixão reabilitada Existência de catadores no local de disposição final dos resíduos sólidos Sim Não Instancia de controle social Informal Formal Não Sim Ações pontuais Ações regulares Cobrança por serviços de RSD, sem vinculação com o IPTU Sensibilização e educação ambiental Na comparação dos cenários prospectados, o melhor cenário a ser trabalhado no Município de Ponta Porã é aquele focado na universalização do atendimento dos serviços públicos de saneamento básico, com eficiência, eficácia e economicidade, ou seja o Cenário Desejável. 36 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9. DEMANDAS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO O estudo de demandas futuras para os quatro componentes do saneamento básico considerou os cenários prospectados, bem como o horizonte temporal do PMSB e do PMGIRS (Figura 6). Figura 6: Saneamento básico para o Município de Ponta Porã 9.1 Abastecimento de água potável Para o abastecimento de água previu-se o crescimento da rede de distribuição de forma a garantir a universalização da prestação desse serviço na superação dos fatores críticos. 9.1.1 Estimativa do consumo efetivo Conforme apresentado, o consumo médio per capita encontra-se nas faixas limites consideradas tanto pela literatura de referência quanto pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No cenário desejável, estima-se que haverá a manutenção do consumo médio per capita (115,88 l.hab.dia) em função da eficiência das ações de sensibilização e educação ambiental para o consumo consciente. Entretanto, é necessário destacar que as ações de sensibilização e educação para o consumo racional da água deverão considerar que o consumo per capita encontra-se nos limites mínimos estabelecidos. Assim as ações deverão ser dirigidas para manutenção desses limites e impulsionadas e potencializadas no âmbito do consumo consciente, principalmente nos anos iniciais de vigência do PMSB. Desta forma, o consumo per capita no cenário desejável assume o estimado pelo cenário tendencial, ou seja, 115,8 l.hab.dia ou 120l.hab.dia. 37 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9.1.2 Estimativa das perdas no sistema Como o índice zero de perdas (0%) é puramente teórico uma vez que as tubulações encontram-se enterradas e sob pressão (sendo natural a ocorrência de vazamentos não visíveis) e os medidores (hidrômetros) apresentam certo grau de imprecisão, especialmente quando submetidos a vazões baixas, o Cenário Desejável procurou trabalhar com um nível de perdas aceitável, tanto sob o aspecto da preservação dos recursos como do ponto de vista econômico. Entretanto, o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) definiu metas para o índice de perdas em âmbito nacional na distribuição de água, estimado em 39% para 2010 e 31% para 2033. No cenário desejável, para atingir as metas impostas pelo PLANSAB, as perdas deverão ser reduzidas em 2,57% até 2015 e nos demais anos de validade do PMSB-PP na ordem de 0,5% a.a., conforme projeção apresentada na Tabela 8. Neste cenário as perdas do sistema alcançarão a casa dos 20% no ano de 2034 e as metas do PLANSAB por volta de 2032. Tabela 8: Previsão da redução de perdas nos cenários prospectados 2014 Cenário desejável Perdas previstas (%) 44,14 2015 41,57 2016 2017 39,00 38,50 2018 38,00 2019 37,50 2020 37,00 2021 36,50 2022 36,00 2023 35,50 2024 35,00 2025 34,50 2026 34,00 2027 33,50 2028 33,00 2029 32,50 2030 32,00 2031 31,50 2032 31,00 2033 30,00 2034 29,50 Ano 38 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Dada a magnitude representativa das perdas no sistema de abastecimento de água no Município de Ponta Porã (Figura 7), apresentada pelo indicador percentual disponibilizado, é realística a necessidade de reduzir as perdas no sistema. Figura 7: Progressão das perdas nos cenários prospectados Para alcançar o patamar de 20% de perdas no cenário desejável, deverá ser implementado pelo prestador dos serviços, um programa consistente de combate e controle de perdas. 9.1.3 Estimativa do volume consumido e produzido A estimativa do volume consumido no horizonte de vigência deste PMSB-PP foi obtida pela relação do volume per capita, população total e índice de atendimento. O SNIS-2010 indica 100% como índice de atendimento urbano. Assim, para o Cenário Desejável, adotou-se este valor, como demonstra a Tabela 9. Tabela 9: Estimativas do volume consumido Cenário Desejável População total (hab.) População urbana (hab.) Volume consumido (m ) 2013 83.747 66.820 116.455,23 2014 85.757 68.484 119.250,25 2015 87.815 70.189 122.112,03 2016 90.002 71.937 125.153,18 2017 92.243 73.728 128.269,43 2018 94.540 75.564 131.463,54 2019 96.894 77.445 134.736,92 2020 99.306 79.374 138.090,95 Ano 39 3 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Cenário Desejável População total (hab.) População urbana (hab.) Volume consumido (m ) 2021 101.779 81.350 141.529,81 2022 104.313 83.376 145.053,49 2023 106.911 85.452 148.666,16 2024 109.573 87.579 152.367,83 2025 112.301 89.760 156.161,28 2026 115.097 91.995 160.049,28 2027 117.963 94.286 164.034,63 2028 120.900 96.633 168.118,70 2029 123.911 99.040 172.305,68 2030 126.996 101.506 176.595,56 2031 130.159 104.033 180.993,90 2032 133.400 106.624 185.500,70 2033 136.721 109.279 190.118,75 2034 139.962 111.869 194.624,72 Ano 3 O volume consumido no Cenário Tendencial para período de vigência do PMSB-PP será de 194.624,72m3 ano. Figura 8: Estimativa de consumo nos cenários previstos Deve ser considerado que o sistema produtor de Ponta Porã vem sendo ampliado com a abertura de novo poço profundo, cuja previsão de sua produção é de aproximadamente 300mil litros/h de água bruta (300m3.h ou 7.200m3.dia), produção significativamente superior à demandada para o consumo da população municipal considerada. 40 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9.1.4 Estimativa das vazões demandadas O volume de água consumida apresenta variações constantes. Para o Cenário Desejável, as vazões médias foram calculadas (Tabela 10). Para estimar as variações nas vazões do sistema de abastecimento de água no horizonte temporal do PMSB-PP os coeficientes médios adotados (K1, K2, K3) estão representados na Tabela 10. Tabela 10: Coeficientes adotados para estimativa das variações Coeficiente Descrição Valor K1 Coeficiente do dia de maior consumo 1,2 K2 Coeficiente da hora de maior consumo 1,5 K3 Coeficiente da hora de menor consumo 0,5 Tabela 11: Vazões médias nos cenários projetados (l/s) Q médio K1 QDMC K2 QDHMC K3 QHMC 85.757 Consumo médio per capita 115,88 115,02 1,2 138,02 1,5 207,03 0,5 57,51 2015 87.815 115,88 117,78 1,2 141,33 1,5 212,00 0,5 58,89 2016 90.002 115,88 120,71 1,2 144,85 1,5 217,28 0,5 60,36 2017 92.243 115,88 123,72 1,2 148,46 1,5 222,69 0,5 61,86 2018 94.540 115,88 126,80 1,2 152,16 1,5 228,24 0,5 63,40 2019 96.894 115,88 129,95 1,2 155,95 1,5 233,92 0,5 64,98 2020 2021 99.306 101.779 115,88 115,88 133,19 136,51 1,2 1,2 159,83 163,81 1,5 1,5 239,74 245,71 0,5 0,5 66,59 68,25 2022 104.313 115,88 139,90 1,2 167,89 1,5 251,83 0,5 69,95 2023 106.911 115,88 143,39 1,2 172,07 1,5 258,10 0,5 71,69 2024 109.573 115,88 146,96 1,2 176,35 1,5 264,53 0,5 73,48 2025 112.301 115,88 150,62 1,2 180,74 1,5 271,11 0,5 75,31 2026 115.097 115,88 154,37 1,2 185,24 1,5 277,86 0,5 77,18 2027 117.963 115,88 158,21 1,2 189,85 1,5 284,78 0,5 79,11 2028 120.900 115,88 162,15 1,2 194,58 1,5 291,87 0,5 81,08 2029 123.911 115,88 166,19 1,2 199,43 1,5 299,14 0,5 83,09 2030 126.996 115,88 170,33 1,2 204,39 1,5 306,59 0,5 85,16 2031 2032 2033 2034 130.159 133.400 136.721 139.962 115,88 115,88 115,88 115,88 174,57 178,92 183,37 187,72 1,2 1,2 1,2 1,2 209,48 214,70 220,04 225,26 1,5 1,5 1,5 1,5 314,23 322,05 330,07 337,89 0,5 0,5 0,5 0,5 87,28 89,46 91,69 93,86 Ano População total (hab.) 2014 41 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9.1.5 Estimativa da reservação necessária O diagnóstico dos serviços apresentou que o sistema de reservação é composto por oito reservatórios, cuja capacidade média total pode ser estimada em 5.075m3. Estimou ainda o diagnóstico que atualmente apenas 56,68% da capacidade dos reservatórios é utilizada (aproximadamente 3.000m3), prevendo assim folga de recarga de aproximadamente 2.000m3. Desta forma, a estimativa de reservação para o cenário prospectado poderá ser visualizada na Tabela 12. Tabela 12: Reservação estimada nos cenários prospectados Cenário Desejável Ano VDM (l/s) VDM (m /s) 2014 11.645.856,00 11.645,86 Reservação necessária 3 (m ) 3.881,95 2015 11.924.928,00 11.924,93 3.974,98 2016 12.210.912,00 12.210,91 4.070,30 2017 12.515.040,00 12.515,04 4.171,68 2018 12.826.944,00 12.826,94 4.275,65 2019 13.146.624,00 13.146,62 4.382,21 2020 13.474.080,00 13.474,08 4.491,36 2021 13.809.312,00 13.809,31 4.603,10 2022 14.153.184,00 14.153,18 4.717,73 2023 14.505.696,00 14.505,70 4.835,23 2024 14.866.848,00 14.866,85 4.955,62 2025 15.236.640,00 15.236,64 5.078,88 2026 15.615.936,00 15.615,94 5.205,31 2027 16.004.736,00 16.004,74 5.334,91 2028 16.403.040,00 16.403,04 5.467,68 2029 16.811.712,00 16.811,71 5.603,90 2030 17.230.752,00 17.230,75 5.743,58 2031 17.659.296,00 17.659,30 5.886,43 2032 18.099.072,00 18.099,07 6.033,02 2033 18.550.080,00 18.550,08 6.183,36 2034 19.011.456,00 19.011,46 6.337,15 3 Neste sentido, a capacidade instalada de reservação, que atualmente trabalha com folga, será insuficiente, devendo-se prever investimentos para o aumento da capacidade dos reservatórios existentes no curto prazo. 42 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Figura 9: Capacidade de reservação atual e nos cenários prospectados 9.1.6 Estimativa da expansão da rede de distribuição A cobertura da rede de distribuição atinge 99,5% da população urbana e 78,7% da população total e ainda, encontra-se disponível em 128,6% da área municipal, o que significa que a rede disponível suplanta a área urbana atingindo 28,6% de áreas rurais. Para o cenário desejável, encontra-se prevista tanto a disponibilidade de rede quanto a efetivação de ligações da totalidade das economias previstas na área urbana, o que solicitará que sejam implantados aproximadamente o adicional de 212km de rede ao longo do periodo de vigéncia do PMSB-PP. Na área rural, caso os serviços não fossem executados na forma alternativa, seria necessário o adicional de 88km de rede para atendimento dessa população. A Figura 10 demonstra a expansão da rede para atendimento das áreas. Figura 10: Estimativas de rede no cenário desejável 43 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Neste cenário, será importante que a ampliação da rede de distribuição de água potável ocorra de forma conjunta à expansão da rede de esgoto, para que ambas atendam a população não servida de modo simultâneo. 9.1.7 Contingências e emergências Os eventos de contingências e emergências relacionados com o abastecimento de água podem ser agrupados em duas distintas categorias. Na primeira categoria tem-se aquelas condições que acarretam falta d’água parcial ou localizada e na segunda, condições que acarretam falta d’água generalizada. A SANESUL, que não dispõe de um Plano de Emergências e Contingências para o sistema, deverá investir em sua elaboração para que atenda o sistema de abastecimento de água no Município, com determinações adequadas para o atendimento dos reais problemas que poderão ocorrer, podendo a Prefeitura Municipal conhecer o previsto e programado, possibilitando a adequada fiscalização e rápida resposta à população na ocorrência desses eventos. 9.1.8 Determinantes técnicos para o atendimento da demanda A inexistência de outorga para o sistema de abastecimento de água não permite que sejam conhecidos os volumes outorgados e outorgáveis para o sistema o que impossibilita um maior aprofundamento analítico. Foi possível verificar que o sistema produtor de água atualmente em utilização mostra-se suficiente para atender a população com eficiência. Entretanto, ao considerar a abertura do novo poço e sua colocação em operação, o fechamento dos demais poços que atualmente abastecem a população torna-se indicado para a proteção do aquífero explorado. O controle do consumo de água deverá ser efetuado por meio do controle da vazão do sistema e na manutenção dos índices de consumo. Deverão também ser promovidos estudos para a confirmação da possibilidade de captação em mananciais superficiais como forma de acessória ao sistema implantado. Novos reservatórios, quando implantados, deverão garantir pressões entre 10 e 50mca para os setores abastecidos, bem como áreas ao redor de 0,5ha por reservatório locado. Nas áreas rurais, os distritos de Sanga Puitã e Cabeceira do Apa deverão ser contemplados pelo sistema público de abastecimento de água potável, bem como os assentamentos e áreas indígenas, que poderão receber água de qualidade por meio de soluções alternativas incorporadas ao sistema público, possibilitando, assim, a universalização dos serviços. O cadastramento de poços particulares deverá ser realizado de forma a possibilitar a fiscalização e a incorporação dos mesmos quando da existência de rede pública. 44 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9.2 Esgotamento sanitário O sistema em estudo não apresenta outorga de uso não consuntivo e os processos de licenciamento das obras inerentes ao sistema não foram localizados. Assim, as estimativas atuais e futuras do volume, vazão, carga e concentração do esgoto sanitário, durante o período de vigência do PMSB-PP, serão obtidas considerando o cenário de evolução prospectado. Para as obras de implantação ou ampliação de sistemas de esgotamento sanitário, o órgão ambiental estadual deverá ser consultado sobre a necessidade ou não de licenciamento ambiental, devendo o resultado dessa consulta ser parte constante do projeto proposto. 9.2.1 Cobertura do esgotamento sanitário A projeção do índice de cobertura do sistema de esgotamento sanitário indicou que em termos populacionais 33% da população urbana é atendida com o esgotamento sanitário. É esperado que esses serviços sejam universalizados atendendo a totalidade da população do Município de Ponta Porã, com um crescimento de 10% a.a. do índice de cobertura. Nesta relação, os serviços alcançarão sua universalização por volta do sexto ano de vigência do PMSB-PP (Figura11). Figura 11: Cobertura dos serviços públicos de esgotamento sanitário nos cenários prospectados Cumpre destacar a importância da conscientização da população na necessidade de se efetuar ligações à rede coletora disponível, conscientização esta que deverá ser impulsionada pelas ações de sensibilização e educação ambiental bem como por programas específicos e processos de fiscalização concernentes à Prefeitura Municipal. Com relação ao atendimento da população rural no cenário desejável, em função das distâncias e dificuldades de acesso, esses locais deverão contar com serviços públicos 45 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) de esgotamento sanitário por meio de sistemas alternativos para tratamento do esgoto produzido. 9.2.2 Estimativa de expansão da rede de esgoto A extensão da rede coletora existente é de 114.184,5m e apresenta densidade de 1,08 economias por ligação. Entretanto, atualmente encontra-se em construção 182.991,89m de rede, que deverá ser somada à rede existente para ampliação da cobertura do sistema, totalizando 297.176,39m. Como a nova rede em implantação ainda não encontra-se em funcionamento, para efeitos de cálculo e projeção dos cenários prospectados, a mesma será somada ao quarto ano de vigência do plano, entendendo que a ela estarão conectadas as respectivas economias na densidade usual. A partir das estimativas projetadas foi possível observar que a rede em implantação somada à existente atenderá o Município, no cenário desejável, será suficiente para atender 56% da população municipal até 2016. Assim, é possível concluir que a expansão da rede, neste momento em execução apresenta-se como medida paliativa de curto prazo, sendo insuficiente para atender o Município. Prevê-se que o acréscimo de aproximadamente 250km de rede deverá atender a 100% da população entre o oitavo e nono ano de vigência do PMSB-PP caso sejam implantados 13% do contingente necessário a.a. (Figura12). Figura 12: Extensão de rede para universalização dos serviços nos cenários prospectados Neste cenário, será importante que a expansão da rede de esgoto ocorra de forma conjunta à ampliação da rede de água potável, para que ambas atendam a população não servida modo simultâneo. 46 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9.2.3 Estimativa da produção e geração de esgoto De um modo geral estima-se que 70 a 90% da água consumida nas edificações residenciais retorna à rede coletora pública na forma de esgotos domésticos. No Brasil é usual a adoção de valores na faixa de 0,75 a 0,85, caso não haja informações claras que indiquem outro valor. Assim, é possível estimar a produção de esgotos por meio da previsão do volume consumido de água multiplicado pelo coeficiente de retorno adotado. Nessas considerações, adota-se, para as estimativas do cenário desejável, o valor do coeficiente de retorno de 0,8, que significa inferir que 80% da água consumida transforma-se em vazão de esgoto. A Tabela 13 demonstra as estimativas de produção de esgoto para os cenários apresentados. Na estimativa apresentada é possível perceber o acréscimo de 47% do esgoto produzido no cenário desejável devido à universalização do atendimento. Tabela 13: Estimativa da produção/geração de esgoto Cenário Desejável Ano Volume produzido 3 (m .ano) Volume coletado 3 (m .ano) Volume a ser tratado 3 (m .ano) 2014 2.720.396 979.771 1.011.307 2015 2.785.681 1.281.957 1.313.493 2016 2.855.057 1.513.816 1.545.352 2017 2.926.146 1.844.247 1.875.783 2018 2.999.012 2.190.196 2.221.732 2019 3.073.686 2.552.235 2.583.771 2020 3.150.200 2.930.935 2.962.471 2021 3.228.649 3.230.010 3.261.546 2022 3.309.033 3.310.428 3.341.964 2023 3.391.447 3.392.877 3.424.413 2024 3.475.891 3.477.357 3.508.893 2025 3.562.429 3.563.932 3.595.468 2026 3.651.124 3.652.664 3.684.200 2027 3.742.040 3.743.618 3.775.154 2028 3.835.208 3.836.825 3.868.361 2029 3.930.723 3.932.381 3.963.917 2030 4.028.586 4.030.285 4.061.821 2031 4.128.923 4.130.665 4.162.201 2032 4.231.735 4.233.519 4.265.055 2033 4.337.084 4.338.913 4.370.449 2034 4.439.927 4.441.768 4.473.304 47 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9.2.4 Estimativa do volume a ser destinado ao tratamento Para se determinar o volume de infiltração de água no sistema de esgotamento sanitário, adotou-se a taxa de contribuição determinada pela ABNT, por meio da NBR 9.649, a qual apresenta a faixa de 0,05 a 1,0 l/s.km (4 a 86m³/dia.km). Em função das características da região, o valor de 1,0 l/s.km ou 31.536m³/ano.km foi adotado para as estimativas do volume a ser tratado (Tabela 13). Atualmente, a capacidade de tratamento da ETE Estoril é de aproximadamente 40l/s e terá sua capacidade duplicada com a ativação da ETE São Thomaz em implantação. Com isso, é possível prever que a capacidade total de tratamento nas ETEs implantadas no Município será de 2.522.880m3 ano, capacidade esta que deverá atender o cenário tendencial até o ano de 2031. Entretanto, a capacidade instalada deverá atender o Município no cenário desejável somente até 2020, necessitando de novas provisões para o tratamento do esgoto gerado pela população até o final do período de vigência do PMSB-PP (Figura 13). Figura 13: Volumes a serem encaminhados ao tratamento nos cenários prospectados Capacidade limite da ETE 9.2.5 Projeções das vazões média, máxima e mínima. Da mesma forma que o consumo de água, a produção de esgotos apresenta importantes variações ao longo do dia (variações horárias), ao longo da semana (variações diárias) e ao longo do ano (variações sazonais). Para as estimativas dessas variações, adota-se para o PMSB-PP os coeficientes K1, K2 e K3 estabelecidos pela ABNT, NBR 9.649/86. As equações para determinação das vazões adotadas estão representadas na Tabela 14. 48 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 14: Equações utilizadas para determinação das vazões QMX - Vazão máxima Equação adotada (K1=1,2/K2=1,5) K1 x K2 x Qm QM – Vazão mínima Equação adotada (K3=0,5) K3 x Qm Desta forma, é possível perceber que no cenário desejável as vazões diárias apresentam expressiva diferença entre as vazões máximas e mínimas prospectadas, interferindo no regime de trabalho das ETEs o que possibilitará significativa economia de recursos empregados. A Figura 14 demonstra as vazões para nos cenários. Figura 14: Vazões máximas e mínimas nos cenários prospectados Os valores apresentados são valores referenciais, para possibilitar a construção do sistema, as estruturas deverão seguir os valores dimensionados em projeto executivo. 9.2.6 Contingências e emergências no sistema Os eventos de contingência e emergência para o sistema de tratamento de esgotos podem ser agrupados em quatro categorias específicas: Extravasamento das estações elevatórias; Rompimento de tubulações; Retorno de esgotos; Paralização da ETE. 49 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Como a prestadora dos serviços não dispõe de um Plano de Emergências e Contingências para o sistema, será necessário que o mesmo seja providenciado, contendo determinações adequadas para o atendimento dos reais e potenciais problemas que podem incidir no sistema de esgotamento sanitário, o que possibilitará que a Prefeitura Municipal conheça como ocorrerão os procedimentos, bem como assegure que os mesmos sejam acionados em beneficio à garantia de atendimento à população. 9.2.7 Determinantes técnicos para o atendimento da demanda A inexistência de outorga para o sistema de esgotamento sanitário não permite que valores de lançamento sejam conhecidos, o que impossibilita um maior aprofundamento analítico do sistema. Foi possível verificar que a capacidade do sistema implantado, mesmo que aumentada com a entrada em operação da ETE São Tomaz, não atenderá a demanda prevista para o horizonte temporal do PMSB-PP. O estudo de novos empreendimentos visando o tratamento do esgoto gerado no Município deverá ser efetuado. As áreas rurais, os distritos de Sanga Puitã e Cabeceira do Apa deverão ser contemplados pelo sistema público de esgotamento sanitário, bem como os assentamentos e áreas indígenas, por meio de soluções alternativas incorporadas ao sistema público, o que possibilitará que o sistema seja verdadeiramente universalizado. O cadastramento de sistemas individuais de esgotamento sanitário e identificação de ligações clandestinas deverão ser realizados, de forma a possibilitar a fiscalização e a incorporação dos mesmos quando da existência de rede pública e, ainda: Adequação da legislação municipal e das ações de fiscalização de lançamentos clandestinos e novas instalações sépticas. Informação sobre a correta implantação e manutenção de sistemas individuais compostos por fossa séptica e filtro anaeróbio, recomendados para sistemas individuais quando necessários Implantação de programa de controle sanitário envolvendo Secretarias, Vigilância Sanitária, entre outros. Priorização de áreas urbanas e rurais que apontem problemas de contaminação que venham a ser identificados e monitorados pela Vigilância Sanitária. 9.3 Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Um sistema de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas é aquele composto por estruturas e instalações de engenharia destinadas ao transporte, retenção, tratamento e disposição final das águas das pluviais e é classificado em sistemas de microdrenagem e macrodrenagem. 50 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) A microdrenagem inclui a coleta das águas superficiais ou subterrâneas através de pequenas e médias galerias. Já a macrodrenagem engloba, além da rede de microdrenagem, galerias de grande porte e os corpos receptores destas águas (rios ou canais). 9.3.1 Microdrenagem O Município conta com um cadastro técnico do sistema, porém incompleto. Por meio dele, não foi possível conhecer a metragem das galerias implantadas, nem quantificar os dispositivos existentes que atendem a área urbana do Município. 9.3.2 Cobertura do sistema O cadastro técnico existente permite inferir que o sistema implantado cobre apenas a área central e zonas periféricas do Município, porem não permite mensurar sua real abrangência e eficiência. 9.3.3 Macrodrenagem O Município de Ponta Porã é cortado por seis córregos: Peguajho, São João Mirim, PontaPorã, São Estevão, São Tomaz e Jeovai ou Geovay. Dentre os córregos localizados no perímetro urbano do Município, o córrego São Vicente é o que apresenta em sua nascente, erosão e assoreamento intensos, resultantes da retirada das matas ciliares. No médio curso, o córrego encontra-se assoreado em consequência de atividade agrícola (lavouras temporárias de soja e milho), que compactando o solo e assoreando as margens, diminuiu seu fluxo de água. O córrego Ponta Porã, com seu curso na área central do Município é um dos mais afetados pela urbanização e junto com o córrego São João Mirim é um dos principais formadores do rio São João. A união desses dois rios forma o principal rio da rede de drenagem da sub-bacia. As principais nascentes encontram-se aterradas para a construção de unidades residenciais que invadiram a zona de mata ciliar. Com os interflúvios compactados pelo asfalto, a sedimentação encontra-se comprometida, permitindo a entrada de elementos não constituintes naturais da bacia. Na região de médio curso, percebe-se o assoreamento causado pela retirada de matas ciliares. Como o maior córrego em extensão da sub-bacia, o córrego São João Mirim encontra-se junto com o córrego Ponta Porã – o principal afluente do rio São João, não apresenta remanescentes de vegetação. A descarga de resíduos residenciais é intensa. Próximo à MS-164 encontra-se localizada a principal cabeceira do córrego. 51 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9.3.4 Alternativas técnicas para gestão e prestação de serviços Com relação à drenagem urbana, duas condutas tendem a agravar ainda mais a situação. As áreas ribeirinhas aos cursos d’água têm sido ocupadas pela população com construções e aterros, reduzindo a capacidade de escoamento e a mata ciliar não tem sido conservada. A ocupação destas áreas de risco resulta em prejuízos evidentes quando o rio inunda seu leito maior. O cadastro técnico apresentado demonstra que o sistema implantado conserva a filosofia de escoar a água precipitada para jusante. Com isso aumenta-se em várias ordens de magnitude a vazão máxima, a frequência e o nível de inundação de jusante. Como alternativa técnica para possibilitar a gestão e a prestação dos serviços, o cadastramento completo da rede e dos principais elementos de drenagem deve ser desenvolvido e, a partir dele, será necessário: Priorizar a capacidade de infiltração da bacia por meio de controle de uso do solo; Identificar as ligações clandestinas de esgoto existentes nas redes de drenagem pluvial e promover sua adequação integrada com as ações ligadas ao esgotamento sanitário; Fiscalizar e controlar as ocupações em margens de cursos d’água e pontos passíveis de alagamento; Analisar criteriosamente novos projetos de microdrenagem urbana em áreas de expansão urbana, sendo avaliadas cotas de assentamento, declividade, diâmetro das galerias e dimensionamento das bocas de lobo; Novos loteamentos e novas estradas deverão ser precedidos de projetos de microdrenagem para evitar transtornos e gastos futuros; Regulamentar a captação e uso das águas pluviais em reservatórios individuais nas residências, sendo restringido o uso para fins de consumo humano; Utilizar pisos permeáveis em projetos de pavimentação e urbanísticos com o objetivo de ampliar a capacidade de infiltração do solo; Elaborar um plano de arborização urbana favorecendo a infiltração das águas pluviais no solo e provocando uma evapotranspiração mais lenta. Elaborar Plano Diretor de Drenagem Urbana ou Plano Setorial de Drenagem Urbana com o objetivo de estabelecer ações a curto, médio e longo prazos para reabilitar os sistemas de drenagem existentes no Município, ampliar a cobertura do serviço e aumentar sua eficiência, por meio da implantação de obras e ações não estruturais como medidas normativas e informativas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população. O plano deverá contemplar a caracterização do desenvolvimento local, vazões e volumes máximos para várias probabilidades de ocorrência, verificação da possibilidade de utilização de reservatório para amortecimento de cheias (critérios de dimensionamento, tamanhos, localização, condições de escoamento), medidas para melhorar a qualidade da água, regulamentações pertinentes. Todos estes itens devem ser desenvolvidos em consistência com objetivos secundários como recreação 52 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) pública, limpeza e, principalmente, proteção e recarga subterrânea. Importante ressaltar que a bacia hidrográfica deve ser o domínio físico de avaliação, visto que a água não respeita limites políticos. 9.4 Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Para a definição das demandas para os serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos parte-se da estimativa da geração dos resíduos sólidos no Cenário Desejável. 9.4.1 Estimativas da geração dos Resíduos Sólidos Domiciliares A geração de RSD depende, dentre outros fatores, do poder aquisitivo da população e do grau de consciência dos consumidores acerca dos padrões de produção e consumo de bens. A PNRS tem como um de seus objetivos a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, o que é ratificado no Planares, que tem como uma de suas diretrizes assegurar a redução de RSU, tendo como parâmetro os patamares alcançados em 2008, onde a media nacional de geração per capita de resíduos sólidos domiciliares e públicos era de 1,1kg/hab. O cenário desejável apresentou a manutenção dos patamares atuais de geração de RSD. Neste cenário aposta-se no impacto de programas de educação e sensibilização na mudança de padrões de produção e consumo. Para a estimativa de geração de RSD na área urbana foi considerada a população flutuante, que contribui para o aumento da demanda dos serviços (Figura 14). Para as estimativas de geração de RSD nos distritos, assentamentos e áreas indígenas não foi considerada a população flutuante por acreditar que parte expressiva deste contingente populacional esteja associado à atividade turística relacionada a compras, com interferência apenas na área urbana. Por outro lado, considerou-se a população rural contabilizada, conforme apresentado na Tabela 15. No caso do Distrito de Cabeceira do Apa a variação nas estimativas de geração de RSD em cada um dos cenários é de 241 toneladas, representando em torno de 17% ao longo do horizonte de vigência do PMGIRS. As estimativas de geração de RSD para o Distrito de Sanga Puitã, com incremento na geração anual de 1% no Cenário Tendencial, superam aquela do Cenário Desejável em 251 toneladas, no último ano de vigência do Plano. No caso do assentamento Itamarati para a estimativa de geração de RSD em cada um dos cenários considerou-se duas situações. Uma incluindo a população total assentada e outra apenas a população da Vila, ou Sede. Esse cuidado se deve ao fato de que as proposições a serem apresentadas para o manejo dos RSD podem variar de acordo com as duas realidades. A Vila, além de apresentar densidade demográfica mais elevada já conta com serviço de coleta de RSD duas vezes por semana, diferentemente do restante 53 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) da população distribuída em grande extensão territorial e sem atendimento. Para a estimativa de geração de RSD nos demais assentamentos e áreas indígenas considerou-se o índice atual de crescimento de geração per capita. 54 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 15: Estimativa de geração de RSD no Cenário Desejável (ton.) Geração de RSD no Cenário Desejável (ton.) Área urbana Área rural Ano Assentamento Itamarati Urbana Urbana + flutuante Distrito de Cabeceira do Apa Distrito de Sanga Puitã Total Vila Demais assentamentos Aldeias indígenas 2014 19.997 20.667 670,30 876,50 3.093,50 1.361,10 360,90 154,70 2015 20.495 21.181 686,90 898,30 3.170,50 1.395,00 369,90 158,50 2016 21.006 21.709 704,00 920,70 3.249,50 1.429,80 379,10 162,50 2017 21.529 22.249 721,60 943,60 3.330,40 1.465,40 388,50 166,50 2018 22.065 22.803 739,50 967,10 3.413,30 1.501,80 398,20 170,70 2019 22.614 23.371 758,00 991,20 3.498,30 1.539,20 408,10 174,90 2020 23.177 23.953 776,80 1.015,90 3.585,40 1.577,60 418,30 179,30 2021 23.754 24.549 796,20 1.041,20 3.674,70 1.616,90 428,70 183,70 2022 24.346 25.160 816,00 1.067,10 3.766,20 1.657,10 439,40 188,30 2023 24.952 25.782 836,30 1.093,70 3.859,90 1.698,40 450,30 193,00 2024 25.573 26.432 857,10 1.120,90 3.956,10 1.740,70 461,50 197,80 2025 26.210 27.087 878,50 1.148,80 4.054,60 1.784,00 473,00 202,70 2026 26.863 27.762 900,40 1.177,40 4.155,50 1.828,40 484,80 207,80 2027 27.532 28.453 922,80 1.206,70 4.259,00 1.874,00 496,90 212,90 2028 28.217 29.161 945,80 1.236,80 4.365,00 1.920,60 509,30 218,30 2029 28.920 29.888 969,30 1.267,60 4.473,70 1.968,40 521,90 223,70 2030 29.640 30.632 993,40 1.299,10 4.585,10 2.017,50 534,90 229,30 2031 30.378 31.394 1.018,20 1.331,50 4.699,30 2.067,70 548,30 235,00 2032 31.134 32.176 1.043,50 1.364,60 4.816,30 2.119,20 561,90 240,80 2033 31.909 32.977 1.069,50 1.398,60 4.936,20 2.171,90 575,90 246,80 2034 32.577 33.644 1.096,10 1.433,40 5.059,10 2.226,00 590,20 253,00 55 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Figura 15: Representação gráfica das estimativas de geração de RSD na área urbana 45.000 40.000 35.000 Ton 30.000 25.000 20.000 CT Pop urb 15.000 CT Pop urb +flut. 10.000 CD Pop urb. CD Pop urb +flut. 5.000 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Período de vigência do PMGIRS-PP 9.4.2 Cobertura da coleta No cenário desejável, espera-se que o serviço de coleta seja universalizado atendendo a totalidade da população urbana do Município de Ponta Porã, com um crescimento de 5% a.a. do índice de cobertura atual de 73%, a partir do segundo ano de vigência do Plano. Nesta relação, os serviços alcançarão sua universalização por volta do sétimo ano de vigência do PMGIRS-PP (Figura 16). Figura 16: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD nos cenários prospectados – área urbana 40.000 35.000 30.000 Ton 25.000 100% 20.000 Cobertura - CT 15.000 Cobertura - CD 10.000 5.000 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1516 17 1819 20 21 Período de vigência do PMGIRS-PP 56 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Com relação a área rural, em termos de demanda pelo serviço, no cenário desejável, espera-se que o serviço de coleta seja universalizado atendendo a totalidade da população. Contudo, este atendimento ocorrerá gradualmente e em acordo às especificidades locais encontradas poderá ser viabilizado por meio da adoção de técnicas distintas de manejo dos RSD, em especial no caso das aldeias indígenas e dos assentamentos, à exceção do Itamarati. No caso do Distrito de Cabeceira do Apa, estima-se um crescimento de 15% a.a. no índice de cobertura adotado no Cenário Tendencial, a partir do segundo ano de vigência do Plano. Neste caso a universalização será alcançada em torno do sétimo ano de vigência do PMGIRS.(Figura 17). Figura 17: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD nos cenários prospectados – Distrito de Cabeceira do Apa 1.200 1.000 800 Ton 100% 600 Cobertura - CT Cobertura - CD 400 200 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Periodo de vigência do PMGIRS-PP Para o Distrito de Sanga Puitã, no cenário desejável, espera-se que o serviço de coleta seja gradualmente universalizado, com um crescimento anual de 10%, a partir do segundo ano de vigência do Plano. Nesta relação, os serviços alcançarão sua universalização por volta do quarto ano de vigência do PMGIRS-PP (Figura 18). 57 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Figura 18: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD – Distrito de Sanga Puitã 1.600 1.400 1.200 1.000 Ton 100% 800 Cobertura - CD 600 Cobertura - CT 400 200 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Periodo de vigência do PMGIRS-PP Para o Assentamento Itamarati, para o cenário desejável foram feitos ensaios com os dois contingentes populacionais – Vila e População total – considerando-se um acréscimo de 10% a.a no índice de cobertura a partir do segundo ano de vigência do Plano. A opção por realizar ensaio também com o universo populacional da Vila justificase pelo fato de possibilitar no conjunto de proposições alternativas distintas para ambos casos. Figura 19: Projeção da cobertura do serviço de coleta no Assentamento Itamarati Cobertura - CT Vila Cobertura - CT Total Cobertura - CD Vila Cobertura - CD Total 6.000 5.000 4.000 Ton 100% 3.000 2.000 1.000 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Periodo de vigência do PMGIRS - PP 58 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) A população das aldeias indígenas e demais assentamentos não é atendida pelo serviço de coleta de RSD. No cenário desejável, estima-se índice de cobertura de 20% a.a, a partir do segundo ano. Neste caso a universalização seria alcançada em torno do 6o ano de vigência do PMGIRS. (Figuras 20 e 21). Figura 20: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD – aldeias indígenas 300 250 Ton 200 100% 150 100 Cobertura - CD Cobertura - CT 50 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Periodo de vigIencia do PMGIRS-PP Figura 21: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD – demais assentamentos 700 600 Ton 500 400 Cobertura- CD 100% 300 Cobertura -CT 200 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Período de vigência do PMGIRS-PP A Tabela 16 demonstra que a universalização dos serviços de coleta seria alcançada apenas no 9o ano para atender a todo o universo populacional, caso fossem adotados os índices de cobertura propostos. 59 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 16: Projeção da cobertura do serviço de coleta de RSD no Cenário Desejável (ton.) Cenário Desejável Área rural Área urbana Distrito de Cabeceira do Apa Ano Geração estimada % ton. Geração total estimada Índice cobertura Índice cobertura % ton. Distrito de Sanga Puitã Geração estimada Assentamento Itamarati % ton. Geração estimada (pop.total) Índice cobertura Índice cobertura (pop.total) % ton. Geração estimada (vila) Índice cobertura (vila) % ton. Demais assentamentos Aldeias indígenas Geração estimada ton. Geração estimada ton. 2014 20.667 73 15.087 670,30 11 73,70 876,50 74 648,60 3.093,50 28 866,20 1.361,10 64 871,10 360,90 154,70 2015 21.181 78 16.521 686,90 26 178,60 898,30 84 754,60 3.170,50 38 1204,80 1.395,00 74 1032,30 369,90 158,50 2016 21.709 83 18.018 704,00 41 288,70 920,70 94 865,40 3.249,50 48 1559,70 1.429,80 84 1201,00 379,10 162,50 2017 22.249 88 19.579 721,60 56 404,10 943,60 100 943,60 3.330,40 58 1931,60 1.465,40 94 1377,40 388,50 166,50 2018 22.803 93 21.207 739,50 71 525,10 967,10 100 967,10 3.413,30 68 2321,00 1.501,80 100 1501,80 398,20 170,70 2019 23.371 98 22.903 758,00 86 651,80 991,20 100 991,20 3.498,30 78 2728,70 1.539,20 100 1539,20 408,10 174,90 2020 23.953 100 23.953 776,80 100 776,80 1.015,90 100 1.015,90 3.585,40 88 3155,10 1.577,60 100 1577,60 418,30 179,30 2021 24.549 100 24.549 796,20 100 796,20 1.041,20 100 1.041,20 3.674,70 98 3601,20 1.616,90 100 1616,90 428,70 183,70 2022 25.160 100 25.160 816,00 100 816,00 1.067,10 100 1.067,10 3.766,20 100 3766,20 1.657,10 100 1657,10 439,40 188,30 2023 25.782 100 25.782 836,30 100 836,30 1.093,70 100 1.093,70 3.859,90 100 3859,90 1.698,40 100 1698,40 450,30 193,00 2024 26.432 100 26.432 857,10 100 857,10 1.120,90 100 1.120,90 3.956,10 100 3956,10 1.740,70 100 1740,70 461,50 197,80 2025 27.087 100 27.087 878,50 100 878,50 1.148,80 100 1.148,80 4.054,60 100 4054,60 1.784,00 100 1784,00 473,00 202,70 2026 27.762 100 27.762 900,40 100 900,40 1.177,40 100 1.177,40 4.155,50 100 4155,50 1.828,40 100 1828,40 484,80 207,80 2027 28.453 100 28.453 922,80 100 922,80 1.206,70 100 1.206,70 4.259,00 100 4259,00 1.874,00 100 1874,00 496,90 212,90 2028 29.161 100 29.161 945,80 100 945,80 1.236,80 100 1.236,80 4.365,00 100 4365,00 1.920,60 100 1920,60 509,30 218,30 2029 29.888 100 29.888 969,30 100 969,30 1.267,60 100 1.267,60 4.473,70 100 4473,70 1.968,40 100 1968,40 521,90 223,70 2030 30.632 100 30.632 993,40 100 993,40 1.299,10 100 1.299,10 4.585,10 100 4585,10 2.017,50 100 2017,50 534,90 229,30 2031 31.394 100 31.394 1.018,20 100 1018,20 1.331,50 100 1.331,50 4.699,30 100 4699,30 2.067,70 100 2067,70 548,30 235,00 2032 32.176 100 32.176 1.043,50 100 1043,50 1.364,60 100 1.364,60 4.816,30 100 4816,30 2.119,20 100 2119,20 561,90 240,80 60 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Cenário Desejável Área rural Área urbana Distrito de Cabeceira do Apa Ano Geração estimada % ton. Geração total estimada Índice cobertura Índice cobertura % ton. Distrito de Sanga Puitã Assentamento Itamarati ton. Geração estimada (pop.total) Índice cobertura (pop.total) % ton. Geração estimada (vila) Índice cobertura (vila) % ton. Geração estimada Índice cobertura % Demais assentamentos Aldeias indígenas Geração estimada ton. Geração estimada ton. 2033 32.977 100 32.977 1.069,50 100 1069,50 1.398,60 100 1.398,60 4.936,20 100 4936,20 2.171,90 100 2171,90 575,90 246,80 2034 33.644 100 33.644 1.096,10 100 1.096,10 1.433,40 100 1.433,40 5.059,10 100 5059,10 2.226,00 100 2.226,00 590,20 253,00 61 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 9.4.3 Manejo dos Resíduos Sólidos As diretrizes apresentadas para o adequado manejo dos resíduos sólidos tem como premissa inicial o atendimento ao objetivo da PNRS de priorização da não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, e da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Por outro lado, busca também atender ao objetivo de assegurar a regularidade e continuidade dos serviços prestados e a sua gradual universalização. A seguir são apresentadas diretrizes para o manejo dos resíduos sólidos domiciliares (RSD), dos resíduos da construção civil (RCC), dos serviços de saúde (RSS) assim como aqueles sujeitos a logística reversa. 9.4.3.1 Diretrizes para o manejo dos resíduos sólidos domiciliares Composição gravimétrica dos RSD gerados na área urbana A partir da estimativa de geração de RSD e dados sobre a composição media dos resíduos no país indicado no Planares, 2012, foi possível determinar a composição dos resíduos sólidos domiciliares gerados no Município de Ponta Porã (Tabela 16). Médias nacionais do conjunto de RSD gerados, segundo o Planares, 2012. 31% Matérias recicláveis secos 51,4% Matéria Orgânica 16,7% Rejeito Tabela 16: Composição gravimétrica dos RSD gerados – área urbana Cenário Desejável Ano Orgânico (51,4%) Reciclável (31,9%) Rejeito (16,7%) 2014 10.623 6.593 3.451 2015 10.887 6.757 3.537 2016 11.158 6.925 3.625 2017 11.436 7.098 3.716 2018 11.721 7.274 3.808 2019 12.013 7.455 3.903 2020 12.312 7.641 4.000 2021 12.618 7.831 4.100 2022 12.932 8.026 4.202 2023 13.252 8.225 4.306 2024 13.586 8.432 4.414 2025 13.923 8.641 4.524 2026 14.269 8.856 4.636 2027 14.625 9.077 4.752 63 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Cenário Desejável Ano Orgânico (51,4%) Reciclável (31,9%) Rejeito (16,7%) 2028 14.989 9.302 4.870 2029 15.362 9.534 4.991 2030 15.745 9.772 5.115 2031 16.137 10.015 5.243 2032 16.538 10.264 5.373 2033 16.950 10.520 5.507 2034 17.293 10.732 5.619 Segregação Um aspecto que antecede a segregação e o acondicionamento dos resíduos sólidos é a geração. É fundamental que as diversas categorias de geradores de resíduos – indivíduos, comércios, estabelecimentos de saúde, indústrias entre outros – adquiram uma consciência quanto ao consumo sustentável dos bens. Deve-se priorizar, sempre que viável, a redução da geração de resíduos e seu reaproveitamento. A partir da geração de RSD e considerando a sua composição sugere-se que o gerador realize a segregação na fonte das seguintes categorias: Fração seca , destinada a reciclagem; Fração unida, destinada a compostagem; Rejeito, destinado para aterro sanitário. Acondicionamento A forma de acondicionamento depende do tipo e do volume de resíduos, com vistas a facilitar a coleta e garantir a integridade dos trabalhadores. É importante que o saco plástico seja resistente e impermeável. A Resolução Conama n o 275 estabelece um código de cores para os diferentes tipos de resíduos a ser considerada pelos coletores e transportadores. Como sugestão a ser avaliada em função da logística e investimentos envolvidos, em especial dos próprios geradores, pode-se adotar: Fração seca – saco plástico transparente; Fração úmida – saco plástico marrom; Rejeito – saco plástico de outra cor. Alguns cuidados na etapa de acondicionamento: Evitar acidentes dos coletores; Evitar a proliferação de vetores; Minimizar o impacto visual; Facilitar a coleta. 64 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) No caso dos resíduos sólidos domiciliares sugere-se o acondicionamento em saco plástico resistente, com capacidade mínima de 15 litros e máxima de 100 litros. No caso de resíduos sólidos comerciais, com características similares aos domiciliares sugere-se que este seja acondicionado em sacos resistentes de 40 a 100 litros. Caberá a PMPP definir, por meio de normativa legal, as formas de acondicionamento para cada tipo de resíduo, assim como a definição do pequeno e do grande gerador. A fim de que o gerador seja atendido pelo serviço público de manejo de resíduos sólidos a geração diária de RSD não pode exceder 100 litros. Coleta convencional e transporte Atualmente, 73% dos resíduos gerados na área urbana, 74% dos gerados no distrito de Sanga Puitã e 64% daqueles gerados na Vila do Assentamento Itamarati são coletados por empresa contratada, Podium Serviços Ambientais, no âmbito do contrato no 013/2014 celebrado entre a PMPP e empresa. O Distrito de Cabeceira do Apa, assim como as aldeias indígenas e os demais assentamentos não são atendidos. Para o alcance gradual da universalização do serviço de coleta convencional, alguns cuidados devem ser tomados: Assegurar a regularidade na prestação do serviço, respeitando o calendário de coleta; Avaliar a freqüência, assegurando que a freqüência mínima seja aquela adotada no PLANSAB de duas vezes por semana em áreas urbanas ou rurais; Identificar alternativas para armazenamento temporário dos resíduos gerados no Distrito de Sanga Puitã e na vila do assentamento Itamarati que dispõem de freqüência de coleta mais reduzida; Acompanhar a prestação dos serviços contratados por meio da adoção de planilhas e relatórios de controle a serem apresentados pela empresa; Reavaliar os roteiros de coleta para buscar equilíbrio em termos de volume coletado, distancia percorrida, número de viagens ao local de disposição final, dentre outros parâmetros. A regularidade na prestação do serviço de coleta deve ser priorizada, evitando interrupções que podem estar relacionadas tanto ao planejamento como à infraestrutura física disponível. A existência de reserva técnica na frota, em aproximadamente 15%, é recomendável para evitar interrupções. Ao longo do processo de implementação do PMGIRS, haverá o aumento nos índices de cobertura da coleta e a redução gradual das parcelas da fração seca e úmida a serem encaminhadas para disposição final. Será, portanto, necessário redimensionar a frota para atender a demanda de coleta convencional que deverá sofrer variações ao longo da vigência do Plano. 65 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) O planejamento da coleta convencional de RSD deve ser feita em consonância com a coleta seletiva de modo a assegurar que a coleta convencional seja gradualmente direcionada exclusivamente para a coleta de rejeito, assegurando que a fração seca seja coletada seletivamente e encaminhada para reutilização e reciclagem. O transporte de resíduos deve seguir as orientações da NBR 13221 que apresenta como diretrizes gerais: Utilização de equipamento adequado e em bom estado de conservação, obedecendo às regulamentações pertinentes; Transporte de resíduos devidamente acondicionados evitando espalhamento na via publica; Transporte de resíduos não pode ser realizado em conjunto com alimentos, medicamentos ou produtos destinados ao uso e/ou consumo humano ou animal, ou com embalagens destinados a estes fins; Respeito a legislação; A descontaminação dos equipamentos de transporte deve ser realizada em local(is) e sistema(s) previamente autorizados pelo órgão de controle ambiental competente e, é de responsabilidade do gerador. 9.4.3.2 Diretrizes para a coleta seletiva Considerando o Cenário Desejável como sendo o cenário normativo, atendendo ao artigo 36 da PNRS com a instituição gradual de um programa formal de coleta seletiva inclusiva no Município de Ponta Porã. Essa iniciativa deverá incidir na quantidade de RSD recolhidos pelas vias da coleta convencional, assim como na redução do volume a ser enviado para disposição final. Neste sentido, a coleta seletiva deve ser planejada e implantada de forma articulada com a coleta convencional. Segundo metas estabelecidas no Planares para a região Centro-Oeste, em 2015 deverá ocorrer uma redução em 13% dos resíduos recicláveis secos e 15% dos resíduos úmidos a serem encaminhados para disposição final. A partir dessas metas e da composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares da área urbana foi possível projetar a quantidade de resíduos recicláveis secos e úmidos a serem coletados seletivamente na área urbana, com vistas a triagem e compostagem, demonstrado na Tabela 17. 66 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 17: Projeção da parcela de RSD da área urbana a ser coletada seletivamente Ano Redução de resíduos úmidos a serem encaminhados para disposição final (%) Quantidade a ser encaminhada para compostagem (ton.) Redução de resíduos recicláveis secos a serem encaminhados para disposição final (%) Quantidade a ser encaminhada para triagem (ton.) 2014 - - - - 2015 15 1.633 13 878 2016 18 2.008 13 900 2017 21 2.402 14 994 2018 21 2.461 14 1.018 2019 25 3.003 15 1.118 2020 28 3.447 15 1.146 2021 31 3.912 16 1.253 2022 31 4.009 17 1.364 2023 35 4.638 18 1.480 2024 38 5.163 19 1.602 2025 41 5.708 19 1.642 2026 41 5.850 20 1.771 2027 45 6.581 21 1.906 2028 48 7.195 21 1.954 2029 51 7.835 22 2.098 2030 51 8.030 22 2.150 2031 50 8.068 25 2.504 2032 50 8.269 25 2.566 2033 50 8.475 25 2.630 2034 50 8.647 25 2.683 67 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) De acordo com o Diagnóstico, a estimativa de recuperação de materiais recicláveis alcançou em 2014 aproximadamente 96 toneladas, considerando-se a media de oito toneladas mensais recuperadas pela ASCARS. Ainda segundo Diagnóstico estimou-se um Índice de Recuperação dos Materiais Recicláveis (IRMR) de 0,7%. Para atendimento ao Cenário Desejável o programa de coleta seletiva deverá se constituir em uma política pública. Essa iniciativa evitará a perpetuação de ações pontuais e isoladas, que já foram observadas no Município, e permitirá a instituição de um programa duradouro que assegure a adesão da sociedade e a inclusão efetiva de catadores e catadoras de materiais reutilizáveis e recicláveis, como preconizado na PNRS. Em uma cidade com o porte e particularidades de Ponta Porã o fundamental é identificar modelos de coleta seletiva mais adequados considerando parâmetros operacionais, sociais, ambientais e financeiros. Recomenda-se, portanto, que o programa de coleta seletiva concilie a modalidade de coleta porta a porta em dias diferentes da coleta convencional, complementada com instalação de locais de entrega voluntária. Estes locais tanto podem ser exclusivos para o recebimento da fração seca dos resíduos domiciliares, como também podem ser centros de múltiplos usos, aqui chamados de Centros de Apoio Operacional (CAP). Neste caso, trata-se de centros equipados para recebimento de materiais recicláveis, como também de outros tipos de resíduos, como volumosos e resíduos da construção civil. A Figura 22 apresenta uma proposta simplificada de Centros de Apoio Operacional. Figura 22: Centros de Apoio Operacional Fonte: Galpão proposta pelo Ministério das Cidades em sua publicação: “Elementos para a Organização da Coleta Seletiva e Projeto dos Galpões de Triagem”. Os materiais concentrados nos CAO serão classificados e receberão destinos distintos. No caso dos materiais recicláveis (fração seca) recomenda-se que sejam encaminhados para Unidade de Triagem e Beneficiamento que conte com a participação de catadores. O atual galpão, localizado na antiga estação ferroviária deve ser considerado como alternativa, desde que melhoradas as condições de trabalho no local. Após triagem e beneficiamento, os rejeitos deverão ser encaminhados para o local de disposição final. 68 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Como forma de não onerar a Prefeitura, caso a coleta seletiva seja realizada pela empresa prestadora dos serviços de coleta convencional, como previsto em contrato, uma alternativa seria o uso do mesmo equipamento e guarnição da coleta convencional, apenas alternando os dias. Neste caso a redução no grau de compactação do caminhão nos dias da coleta seletiva será essencial para assegurar a qualidade dos materiais coletados. Há previsão legal de que este serviço também seja prestado por organizações de catadores. A única organização identificada foi a ASCARS, contudo, esta é formada por funcionarias da PMPP e não por catadores de materiais recicláveis. No caso da prestadora ser uma organização de catadores, o artigo 57 da LDNSB, que altera o artigo 24 da Lei 8.666/1993, permite a contratação de organizações de catadores para a prestação de serviços, como a coleta seletiva, com dispensa de licitação. XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. Art. 57, LDNSB. A fração úmida (matéria orgânica), por sua vez, deve ser encaminhada a Unidade de Compostagem cuja área deverá ser identificada pela PMPP, respeitando os parâmetros e zoneamentos definidos no Plano Diretor Urbanístico. O adubo resultante da compostagem poderá ser usado em jardins, praças e hortas. Independente do modelo de programa de coleta seletiva a ser adotado, é importante que o mesmo considere como diretrizes: Busca de alternativas de coleta de baixo custo para assegurar abrangência e permanência do programa; Definição das estruturas de apoio e o fluxo de materiais entre eles; Seleção de estruturas, como os Centros de Apoio Operacional e a Unidade de Triagem e Beneficiamento que sejam eficientes, considerando todas as etapas de trabalho; Priorizar a participação das organizações de catadores; Desenvolver campanhas educativas e informativas com vistas a assegurar a adesão da população; Planejamento integrado de todas as etapa do programa e das formas como este se articula com os sistemas de logística reversa, assegurando eficiência no processo e baixo índice de rejeitos, assim como o compartilhamento de responsabilidades. A Figura 23 apresenta proposta para o fluxo de resíduos desde sua chegada à unidade de triagem e beneficiamento até a sua comercialização. 69 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Figura 23: Fluxo dos materiais em unidade de triagem e beneficiamento Fonte: Galpão proposta pelo Ministério das Cidades em sua publicação: “Elementos para a Organização da Coleta Seletiva e Projeto dos Galpões de Triagem”. Definição de responsabilidades pela coleta seletiva De acordo com a PNRS a coleta seletiva é responsabilidade do titular dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, por constituir-se em serviço público. Por outro lado, de acordo com a mesma Lei (12.305/2010), a coleta seletiva pode ocorrer de forma independente do sistema de logística reversa, mas também podem estar associados. No caso da logística reversa de produtos e embalagens em geral há uma relação direta com a coleta seletiva da fração seca, pois, até certa medida tratam-se dos mesmos resíduos. E, a restituição dos mesmos em ciclos produtivos serão beneficiados por programas de coleta seletiva bem estruturados. Neste caso, no âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, recomenda-se que a PMPP e o setor empresarial busquem um arranjo para o compartilhamento das responsabilidades e a efetivação dos sistemas. Estes arranjos devem considerar os diversos acordos setoriais sendo celebrados entre o Governo Federal em representantes das cadeias produtivas sujeitas e sistemas de logística reversa. 9.4.3.3 Diretrizes para o manejo dos resíduos de serviços de saúde Até meados deste ano a coleta dos resíduos de serviços de saúde (RSS) era realizada pela Prefeitura Municipal, que atendia a 56 estabelecimentos de saúde, incluindo unidades publicas e privadas, sem cobrança junto a geradores privados. Os resíduos coletados, com a geração estimada de 125 toneladas anuais, eram encaminhados para o lixão municipal. 70 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) No Cenário Desejável, seguindo iniciativas implementadas no Município, a situação deverá ser aprimorada com a contratação de empresa privada para a realização do manejo dos RSS nos estabelecimentos públicos. Esta contratação se insere no escopo do contrato no 013/2014, celebrado entre a PMPP e empresa Podium Serviços Ambientais. O manejo dos RSS deverá seguir as normativas legais da ABNT e Resoluções Conama/Anvisa, e ser norteada pelas metas definidas no Planares. O principal instrumento legal de âmbito nacional que rege esta questão é a Resolução Conama nº 358/ 2005 que dispõem sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. A referida Resolução determina que os estabelecimentos de saúde, descritos em seu artigo 1º, realizem o manejo dos RSS norteados por Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). A exigência dos Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) nas unidades hospitalares públicas e privadas deverá ser ratificada e o quantitativo inventariado por meio do PGRSS, gerados e a serem tratados, deverão estar compatíveis com os valores declarados pelas empresas prestadoras dos serviços. Apesar da importância dos PGRSS para organizar e uniformizar as diversas atividades ligadas ao gerenciamento dos RSS, e do Art. 3º da Resolução, estabelecer que cabe aos geradores deste tipo de resíduo e ao responsável legal, referidos no art. 1o, o gerenciamento dos resíduos, desde a geração até a disposição final, poucos são os estabelecimentos instalados no Município de Ponta Porã que realizam o manejo de seus resíduos norteados por PGRSS. Além da necessidade de elaboração de PGRSS, para que as diretrizes dos Planos sejam efetivamente alcançadas sugere-se, conforme já almejado pela própria Secretaria Municipal de Saúde, que os PGRSS sejam acompanhados de documentação que comprove providencias tomadas para assegurar a implementação dos Planos. Uma possibilidade é a comprovação de contratação de empresa especializada para realização do gerenciamento dos RSS. Segregação A segregação dos RSS é fundamental tanto para assegurar que uma parcela mais reduzida demande tratamento, como também para evitar a contaminação de resíduos do Grupo D, que podem receber o mesmo tratamento da fração seca dos RSD, sendo encaminhados para os Centros de Apoio Operacional. Recomenda-se que os funcionários dos estabelecimentos de saúde sejam capacitados para segregar adequadamente os resíduos e conhecer o sistema de classificação, iniciativa esta que já vem sendo realizadas pela PMPP. Da mesma forma, para evitar acidentes, além da capacitação dos funcionários é indispensável assegurar que os mesmos façam uso de equipamentos de proteção individual (EPI) no manuseio dos diversos tipos de RSS. 71 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) As categorias de RSS são definidas pela Resolução Conama 358/2005 e pela RDC 306/2004 da Anvisa. (Tabela 18) Acondicionamento Os diversos grupos de RSS demandam acondicionamentos específicos, apresentados na Tabela 18, e normatizados pela NBR 12809. Tabela 18: Formas de acondicionamento dos RSS Coleta e transporte A coleta e o transporte dos RSS dos estabelecimentos públicos, a partir de agosto de 2014 é realizada seguindo plano de coleta específico com a definição dos pontos de coleta e freqüência, que variam de uma a três vezes na semana. Considerando que a empresa contratada passou a realizar este serviço recentemente ainda não é possível avaliar se a freqüência está adequada. Recomenda-se que a PMPP acompanhe os serviços no sentido de reunir dados sobre o desempenho, volume coletado, abrangência, dentre outros. 72 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) As normas NBR 12.810 e NBR 14.652 da ABNT recomendam que a coleta da parcela infectante seja feita por veículo específico, que não possua compactação e, por medida adicional de segurança, seja hermético ou possua dispositivo de captação de líquido. Tratamento e disposição final O tratamento desses RSS, quando gerados em unidades privadas, deverá ser por elas garantido e quando gerados em unidades públicas, será fundamental que se estabeleça procedimentos para redução na fonte e segregação intra-unidade para que os volumes a serem tratados sejam os mínimos possíveis. Até recentemente parcela significativa dos resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde eram enviado ao lixão da cidade sem tratamento prévio, representando um risco sanitário e ambiental. O tratamento dos RSS se diferenciam de acordo com o grupo de resíduo em questão e o seu risco de contaminação. As normas legais e técnicas devem ser seguidas para cada categoria de RSS. Recomenda-se que a PMPP solicite junto a empresa contratada para prestar o tratamento e a disposição final destes resíduos relatórios mensais sobre a parcela coletada, o tratamento e a disposição final adotados caso a caso. É importante ressaltar que os locais de acumulação de resíduos extra unidades deverão ser objeto de fiscalização permanente uma vez que os resíduos de serviços de saúde representam riscos associados ao manuseio, à infecção hospitalar e ao meio ambiente. A incidência de acidentes com perfuro cortantes e a possível contaminação com agentes infectantes estão relacionadas com o gerenciamento inadequado desses resíduos em todas as etapas, seja intra-estabelecimento (segregação, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento), seja nas etapas posteriores (transporte, tratamento e disposição final). 9.4.3.4 Diretrizes para o manejo de resíduos da construção civil A coleta de resíduos da construção civil (RCC) é realizada pela Prefeitura apenas em casos específicos. Demandas particulares são atendidas por empresas e carroceiros. Em decorrência da ausência de cadastramento desses prestadores, bem como, de orientações sobre locais para disposição de inertes, o Município apresenta diversos pontos de disposição indevida de RCC. Essa deficiência também dificultou a estimativa de geração desse tipo de resíduo, avaliada em 9.046 toneladas por ano. O manejo dos RCC deve incorporar os resíduos volumosos que, inevitavelmente, participam do mesmo fluxo e buscar a superação da condição atual, adotando soluções de caráter preventivo e criando condições para que os agentes envolvidos possam exercer suas responsabilidades sem produzir impactos ambiental e socialmente negativos. A Resolução CONAMA nº 307 definiu diretrizes, pautadas na diversidade das características dos agentes envolvidos na geração, no manejo e destinação desses resíduos, para que os Municípios desenvolvam e implementem políticas estruturadas e dimensionadas a partir de cada realidade local. A Resolução propõe que estas diretrizes 73 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) sejam traduzidas em um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil que inclua o conjunto dos agentes e considere: Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, com as diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores e transportadores, e Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil que orientem, disciplinem e expressem o compromisso de ação correta por parte dos grandes geradores de resíduos, tanto públicos quanto privados. Tanto os Programas quanto os projetos a serem incorporados ao Plano devem seguir diretrizes básicas de: Facilitar a ação correta dos agentes, por meio de instrumentos institucionais, legais e técnicos que estejam de acordo as características de cada agente e que estimulem a destinação correta dos RCC; Disciplinar a ação dos agentes e os fluxos dos materiais, com a definição de regras que sejam claras e factíveis e com a definição de fluxos que considerem as condições sociais e econômicas dos agentes e as especificidades dos materiais; Incentivar a adoção dos novos procedimentos por meio de medidas que tornem a adesão aos procedimentos propostos benéficas do ponto de vista ambiental, social e econômico. Seguindo estas orientações apresentadas no Manual “Elementos para a Organização da Coleta Seletiva e Projeto dos Galpões de Triagem”, considerando a legislação e normas e vigor e, de acordo com os dados levantados no Diagnóstico, a seguir são apresentadas diretrizes para o aprimoramento do manejo dos RCC. Responsabilidade da Prefeitura no manejo dos RCC A responsabilidade da Prefeitura no manejo de RCC deve estar direcionada ao disciplinamento das ações relacionadas ao tipo e ao volume de resíduo gerado, resguardando diferença para pequenos e grandes volumes. Caberá, ainda, à PMPP cobrar responsabilidades dos geradores e prestadores dos serviços. Pequenos volumes – a PMPP pode tomar a si a responsabilidade pela coleta que pode ser programada ou que inclua a definição de pontos de recebimento destes resíduos, como os Centros de Apoio Operacional. Grandes volumes – caberá à PMPP o ordenamento das ações a serem realizadas por agentes envolvidos no manejo de grandes volumes, incluindo: Definição e licenciamento de áreas para o manejo dos RCC, em conformidade com as normas e legislações em vigor, considerando também o Plano Diretor Urbanístico; Cadastramento e formalização dos transportadores (carroceiros e empresas); 74 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Divulgar a exigência legal (art. 20 da PNRS, III) da elaboração de Planos de Gerenciamento por parte das empresas de construção civil. Geração e Segregação Assim como no caso dos RSD, os geradores de RCC devem ter como prioridade a não geração. Os RCC podem ser classificados em diversas categorias, como definido no artigo 3o da Resolução Conama no 307 (Tabela 19). A correta segregação dos resíduos gerados poderá impactar nos investimentos a serem realizados para o manejo dos RCC vez que as possibilidades de reutilização e reciclagem e o destino a ser conferido a cada grupo é diferenciado. Tabela 19: Classificação dos RCC Classe Descrição Classe A resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados: - de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, - de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos e argamassa e concreto; - de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto produzidas nos canteiros de obras. Classe B resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras. Classe C resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação. Classe D resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais. Acondicionamento Os RCC deverão ser acondicionados de forma a assegurar em todos os casos as possibilidade de reutilização e reciclagem. Em decorrência do elevado peso específico aparente, o entulho de obras deve ser acondicionado em contêineres metálicos estacionários. Caberá a PMPP definir a localização permitida para a disposição dos contêineres evitando que os mesmos não interfiram na passagem de pedestres e nem tampouco no transito. Transporte Para o transporte devem ser consideradas as normas técnicas vigentes. O transporte de resíduos está condicionado a licenciamento ambiental concedido pelo órgão ambiental estadual ou, caso o licenciamento desta atividade tenha sido transferida para o Município, 75 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) caberá a SICTMA o seu licenciamento. Além das normas técnicas vigentes em âmbito federal, cabe aos órgãos ambientais estaduais e municipais definir os critérios a serem atendidos pelos transportadores. Os resíduos da Classe D são normatizados pelos seguintes documentos NBR7.501/2003 - Transporte terrestre de produtos Perigosos – Terminologia NBR 7.502 - Transporte de Carga Perigosa – Classificação NBR 7.503/2003 - Ficha de emergência e envelope para o transporte terrestre de produtos perigosos Resolução Conama no 001/1986 - Dispõe sobre transporte de produtos perigosos em território nacional Alguns cuidados devem ser tomados pelos geradores na contratação de empresa para prestar os serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos RCC. Os cuidados e exigências apresentam variações de acordo com a carga a ser transportada, mas, de modo geral as transportadoras devem: Ser habilitadas de acordo com a Resolução 420 da ANTT; Assegurarem o correto acondicionamento da carga a ser transportada; Estarem licenciadas junto ao órgão ambiental estadual; Disporem de veículos adequados e em bom estado, em acordo a legislação; Dispor de plano de emergência. Destinação O destino a ser dado aos RCCs gerados deve priorizar soluções de reutilização e reciclagem ou, quando inevitável, adotar a alternativa do Aterro de Resíduos de Construção Civil indicado na Resolução 307 do CONAMA e normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Este tipo de aterro tem duas finalidades. Uma delas diz respeito a disposição definitiva e a outra a disposição temporária. No caso da disposição temporária os materiais dispostos no aterro seriam posteriormente reaproveitados e incluem resíduos de concretos, alvenarias, argamassas, asfalto de pavimentação e de solos limpos, visando ao seu aproveitamento futuro. O gerenciamento das áreas destinadas a grandes volumes de RCC, preferencialmente devem ser operadas por agentes privados, responsáveis pela geração e coleta da meio parte dos resíduos. As áreas a serem utilizadas para destinação dos RCC estão sujeitas a licenciamento ambiental a serem fiscalizadas pelos órgãos ambientais competentes. No caso de empresas responsáveis pelo tratamento e disposição final de resíduos sujeitos a planos de gerenciamento alguns cuidados a serem tomados pelos geradores quando da contratação, incluem: 76 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Assegurar que a empresa possua licença de instalação e operação; No caso de disposição final, assegurar que o aterro esteja licenciado para receber os resíduos gerados durante o processo de tratamento; Consultar o órgão ambiental quanto ao envio pela empresa contratada dos relatórios exigidos. É importante que os custos decorrentes do manejo correto dos resíduos, sejam apurados de forma eficaz e transparente e transferidos para os geradores e transportadores dos resíduos. Essa é uma condição básica de sustentabilidade para a gestão dos mesmos. 9.4.4 Diretrizes para os serviços de limpeza urbana Os serviços públicos de limpeza urbana são executados diretamente pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo. O planejamento das atividades demanda ações voltadas para o seu aperfeiçoamento. Para o acondicionamento de resíduos produzido por transeuntes, recomenda-se a instalação em vias e logradouros públicos de um número maior de recipientes para atender a demanda. Recomenda-se que, quando da seleção dos recipientes se atente para aspetos operacionais e estéticos. Os resíduos públicos originários da varrição são atualmente concentrados em pontos específicos pelo corpo de funcionários e, posteriormente coletados por caminhão basculante toco. Recomenda-se que, caso o intervalo entre o término da varrição e a passagem do caminhão coletor seja longo, esses resíduos sejam armazenados em sacos plásticos e dispostos em locais predefinidos, evitando que o material varrido seja dispersado em decorrência de ações climáticas, como vento e chuva, ou por outras razões. A qualidade deste serviço, em termos de roteiro de varrição e freqüência, também terá impactos na drenagem urbana cuja estrutura, em especial os bueiros, tem o seu desempenho prejudicado em decorrência do acúmulo de resíduos. Outra recomendação diz respeito a ampliação da cobertura dos serviços de varrição, capina e roçada, com vistas ao atendimento regular para toda a área urbana do Município. Todas estas medidas envolvem a elaboração de um plano de limpeza urbana que contemple roteiros, freqüência, dimensionamento da equipe, definição do índice de produtividade da mesma, equipamentos, dentre outros aspectos. 9.4.5 Disposição final de rejeitos e remediação do lixão Como definido na PNRS, em seu artigo 9o, “na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.” Por disposição final entende-se, segundo a 77 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) mesma lei, “a distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.” Neste sentido, à luz da PNRS, recomenda-se a desativação do lixão existente e providências para possibilitar a disposição final dos rejeitos em aterro sanitário, podendo este ser compartilhado ou não e, ainda, integrar um complexo de tratamento de resíduos sólidos binacional, com a cidade gêmea Pedro Juan Caballero. Como nos últimos 20 anos o Município encaminha os resíduos coletados para um lixão, o atendimento à PNRS, com obrigatoriedade de dar disposição final ambientalmente adequada aos rejeitos envolverá além de processos de seleção de áreas aptas ao recebimento de um aterro sanitário, também a remediação e realibilitação da área atualmente utilizada como lixão, comentado mais adiante neste item. A desativação da área ocupada pelo lixão deve adotar critérios técnicos, e não apenas realizar o encerramento da disposição de resíduos no local com fechamento da área uma vez que a geração de percolados (gases e líquidos) persistirá, enquanto houver atividade biológica no interior do maciço de resíduos, poluindo o ar, as águas e ainda causando problemas de instabilidade no terreno e degradação do solo. Seleção de área A estratégia utilizada para possibilitar a seleção de áreas para recebimento de um aterro sanitário deve observar os seguintes passos: triagem preliminar das áreas disponíveis no Município; definição da ordem de prioridade para o atendimento dos critérios determinados; análise crítica de cada uma das áreas em relação aos critérios estabelecidos e priorizados, de forma que seja selecionada a área cujas características naturais atendam a maior parte das condições impostas. Para a triagem das possiveis áreas, parâmentros devem ser criteriosamente analisados. Na análise desses parâmentos será possivel descartar aquelas áreas que, embora previamente selecionadas, receberam o maior número de situações positivas, conforme demonstra o Tabela 20. Tabela 20: Parâmetros para triagem preliminar das áreas escolhidas Atendimento Parâmetro Sim 1 Localização em solo urbano ou unidades de conservação 2 Área não atende a legislação municipal e/ou estadual de planejamento 3 Área não atende a legislação municipal e/ou estadual ambiental 4 Localização no topo ou na cota de 2/3 em relação a base do morro, monte ou montanha 78 Não PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Atendimento Parâmetro Sim 5 Localização em linha de cumeada 6 Localização em cabeceiras de drenagem 7 Localização inacessível por estradas ou sem a possibilidade de construção das mesmas 8 Local com valor histórico, cultural ou arqueológico 9 Localizaçãao superior a 60 km do centro do município 10 Classe do recurso hídrico mais próximo: Classe I 11 Localização em restingas, manguezais, dunas e chapadas/tabuleiros 12 Local com declividade superior a 30% 13 Localização a menos de 100m de rodoviais 14 Localização a menos de 500m de núcleos populacionais 15 Localização a menos de 20km de aeroportos ou 13 de aeródromos 16 Localização a menos de 200m de recursos hídricos superficiais 17 Área disponível menor ou igual a 1ha 18 Área com vegetação arbustiva em estágio avançado de regeneração 19 Habitat de espécies ameaçadas de extinção Não Poderá ocorrer que todas as áreas pré-selecionadas apresentem situações positivas. Neste caso as áreas preliminarmente escolhidas deverão ser aquelas que apresentaram o menor número dessas situações e assim a cada situação positiva, elementos de mitigação dos possíveis impactos deverão ser desencadeados com ciencia e avaliação conjunta com o órgão licenciador estadual. Essa estratégia de seleção permite a minimização das medidas corretivas necessárias para a adequação das áreas às exigências técnicas e ambientais. Nesta etapa do processo de seleção é necessário também o acesso às seguintes informações: Cálculo preliminar da área total necessária para o aterro sanitário, considerando o volume do material a ser disposto e o método de aterramento a ser adotado; Delimitação das zonas rurais, industriais e unidades de conservação no perímetro projetado para o aterro sanitário. A priorização das áreas levantadas será, posteriormente, aprimorada com a inclusão de grupos de critérios técnico e legais, econômico e financeiros, e político-sociais. A Tabela 21 apresenta a descrição de cada um dos três grupos. 79 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 21: Critérios para a seleção de área Critério Descrição Critérios técnicos e legais Uso do solo As áreas devem estar fora dos limites das áreas de preservação ambiental e em uma zona em que o uso do solo seja compatível com as atividades de um aterro sanitário. Valor histórico, cultural e arqueológico As áreas devem preservar os valores municipais. Distância de rodovias de acesso à área As áreas devem ser próximas às rodovias para facilitar o acesso e o fluxo dos caminhões e equipamentos ao local. Distância dos corpos hídricos Distância de núcleos residenciais urbanos Distância de aeroportos e aeródromos Profundidade do freático Vida útil mínima Ventos predominantes Impermeabilidade natural do solo Topografia favorável à drenagem Facilidade de acesso para veículos pesados Disponibilidade de material para cobertura As áreas não devem estar a menos de 200 metros dos corpos d’água importantes e não deve estar situada a menos de 50 metros de qualquer outro corpo d’água. As áreas não devem estar a menos de 300 metros de núcleos residenciais urbanos com mais de 200 habitantes. As áreas não devem ser próximas a aeroportos e/ou aeródromos. A distancia mínima recomendada para aterros sanitários com fundo impermeabilizado com geomembranas não poderá ser menor que 1,5 metros entre o freático e a membrana. É recomendável que as áreas permitam que o novo aterro sanitário tenha no mínimo 10 (dez) anos de vida útil. A direção dos ventos não deve propiciar o transporte de poeiras e odores aos núcleos habitacionais. Recomenda-se que o solo da área selecionada tenha uma boa impermeabilidade natural a fim de reduzir a possibilidade de contaminação do aquífero. Preferencialmente o solo da área selecionada deve ser argiloso. Declividade do local. A vala de drenagem de águas pluviais deve ser pequena a fim de evitar a entrada de uma grande quantidade de água de chuva no aterro. O acesso à área não deve ter curvas pronunciadas e deve contar com pavimentação de boa qualidade a fim de minimizar o desgaste dos veículos, bem como facilitar o seu livre acesso ainda que em períodos chuvosos. A área deve, de preferência, contar com a disponibilidade de material para a cobertura, a fim de assegurar o baixo custo de cobertura dos resíduos. Critérios econômicos e financeiros Proximidade geométrica do centro de coleta Custo de aquisição da área Custo de construção e infraestrutura Custo de manutenção do sistema de drenagem É recomendável que a distância percorrida pelos veículos coletores (ida e volta) seja a menor possível a fim de reduzir o desgaste do equipamento e o custo do transporte de resíduos. Se a área não for de propriedade municipal, a mesma deverá estar locada de preferência em área rural, de forma que o custo de aquisição seja o menor possível. É importante que a área selecionada disponha de infraestrutura completa a fim de reduzir os gastos com abastecimento de água, coleta e tratamento de efluentes, drenagem de águas pluviais, energia elétrica e comunicação. A área selecionada deve ter um declive suave a fim de evitar a erosão do solo e reduzir os gastos de limpeza e manutenção dos 80 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) componentes do sistema de drenagem. Critérios políticos e sociais Acesso à área por trajetos com baixa densidade populacional Aceitação da comunidade local O transito dos veículos constitui um transtorno para os habitantes das vias em que os veículos circulam. Desta forma, é recomendável que o acesso à área do aterro sanitário se dê por meio de locais de baixa densidade populacional. É recomendável que não tenha ocorrido problemas entre a Prefeitura e a comunidade do local selecionado, organizações não governamentais ou meios de comunicação, pois qualquer indisposição com o Poder Público poderá́ gerar reações negativas à instalação do aterro. Impacto visual em razão da alteração da paisagem local A distância do local em relação às áreas urbanas deverá garantir o menor impacto visual possível. Poluição sonora A área selecionada deverá contar com barreiras (no mínimo ecológicas) para evitar a propagação de sons em virtude da operação do aterro sanitário. É importante que a área selecionada disponha de infraestrutura em sua proximidade, a fim de reduzir os gastos com abastecimento de água, coleta e tratamento de efluentes, energia elétrica e comunicação. As áreas preliminarmente selecionadas devem ser avaliadas com base em critérios, cuja prioridade está relacionada ao grau de importância na estrutura do Município de Ponta Porã, e que representam um peso. (Tabela 22) Tabela 22: Priorização dos critérios de seleção de áreas e respectivos pesos Critérios Prioridade Peso Conformidade com a legislação ambiental 1 10 Conformidade com as condições políticas e sociais 2 6 Conformidade com as principais condições econômicas 3 4 Conformidade com as principais condições técnicas 4 3 Conformidade com as demais condições econômicas 5 2 Conformidade com as demais condições técnicas 6 1 Conformidade Total 100% Parcial 50% Não conforme 0% 81 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) No processo de seleção de área recomenda-se que seja considera a possibilidade de gestão associada, em atendimento à regionalização preceituada pelo Plano Estadual de Resíduos Sólidos. Esta alternativa de disposição final permite: Conferir maior eficiência na gestão e na prestação dos serviços com vistas a propiciar a sua sustentabilidade; Regionalizar o ganho de escalas sustentáveis permitindo redução de custos; Reduzir riscos de descontinuidade administrativa. A promoção da gestão associada, não apenas visa seguir as diretrizes estabelecidas pela LDNSB e pela PNRS, como também a adequação a eventuais arranjos que o Plano Estadual de Resíduos Sólidos, em processo de elaboração, possa vir a propor. Remediação de lixão As iniciativas necessárias para atender a legislação para viabilizar a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos devem considerar também ações para a remediação de lixões. O Município de Ponta Porã apresenta dois lixões, ambos ativos. Um deles está localizado na área urbana, no bairro São Thomas e o outro no Distrito de Cabeceira do Apa. Nos dois casos as áreas vêm sendo usadas sem infraestrutura e não contam com mecanismos de impermeabilização e captação de chorume, e de gás o que representa riscos ambientais e à saúde significativos. Neste sentido, os passivos ambientais decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos devem ser identificados para serem tomadas medidas saneadoras. Para tanto caberá ao Município o desenvolvimento de plano de reabilitação ambiental das áreas atualmente utilizadas para disposição dos resíduos sólidos que preveja, inclusive programa de monitoramento ao longo de todo o processo de reabilitação dos lixões. Importante destacar, que as medidas de engenharia e de controle ambiental devem, necessariamente, fazer parte de um documento elaborado por profissional habilitado, denominado de Plano de Reabilitação de Área Degradada por Lixão. Este plano deve contemplar, no mínimo, as seguintes informações: Caracterização e identificação do empreendimento e dos responsáveis pelo projeto; Levantamento topográfico/cadastral com indicação de cursos d’água, poços ou cisternas e edificações existentes no entorno de até 500m; Caracterização geológica/geotécnica da área; Diagnóstico ambiental simplificado, com a descrição dos aspectos físicos e socioeconômicos da área de entorno do depósito de lixo; Caracterização das águas subterrâneas em pelo menos 2 pontos, um a montante e um a jusante do depósito de lixo; 82 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Memorial descritivo das propostas para os processos de recuperação, contendo orientações para execução dos serviços de reconformação geométrica, selagem do lixão, drenagem das águas pluviais, drenagem dos gases, drenagem e tratamento dos lixiviados, cobertura vegetal e isolamento da área; Definição das alternativas de uso futuro da área; Definição de um programa de monitoramento da estabilidade do maciço; do estado de manutenção dos sistemas de drenagem (pluvial, gases e lixiviados), qualidade das águas superficiais e subterrânea, crescimento e controle da cobertura vegetal, sistemas de sinalização e isolamento da área; Custos estimados e cronograma de execução. Reabilitação da área O uso futuro da área reabilitada deve considerar que, nos locais onde os resíduos permaneçam aterrados, continuará ocorrendo processos de decomposição mesmo após o encerramento das atividades, por períodos relativamente longos, que podem ser superiores a 10 anos. Assim, após a reabilitação das área, o sistemas de drenagem superficial de águas pluviais (periférica), de tratamento dos gases, de coleta e tratamento dos lixiviados e de monitoramento da qualidade do solo e da água subterrânea devem ser mantidos por um período que será́ definido pelo órgão ambiental em função das características locais. A escolha do uso futuro da área deverá ser definida com base nos estudos realizados e na aptidão da área, levando-se em consideração a proteção à saúde humana e ao meio ambiente. O uso futuro da área deverá ser aprovado pelo órgão ambiental competente. Recomenda-se a implantação de áreas verdes, com equipamentos comunitários como praças esportivas, campos de futebol, nos casos de locais próximos a áreas urbanizadas. A implantação de parques e espaços mais abertos com área verde com trabalho paisagístico de implantação de gramados, arbustos e árvores poderá́ beneficiar a um maior número de pessoas. Em função dos possíveis problemas relacionados à baixa capacidade de suporte do terreno e à possibilidade de infiltração de gases com alto poder combustível e explosivo (metano), a implantação de edificações sobre o lixão desativado é desaconselhável, a menos que estudos geotécnicos e resultados de monitoramento de gases demonstrem que a ocupação é possível, devendo haver projetos especializados para contemplar a necessidade de segurança, estrutural e ambiental, do novo empreendimento. Porém, pode ser viável a implantação de pequenas construções como prédios administrativos e sanitários públicos, que devem ser projetados com boa ventilação, de modo a evitar o acúmulo de biogás na base ou em seu interior, e devem possuir fundações adequadas para resistir a possíveis recalques. As áreas encerradas podem também ser utilizadas para pastagens ou plantações (lenhosas, viveiros de mudas etc.), observando-se, em ambos os casos, a recomendação de que a camada utilizada para o plantio (acima da camada selante argilosa) seja 83 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) suficiente para garantir que as raízes não entrem em contato com os resíduos dispostos, sugerindo-se que as raízes cheguem, no máximo, até a camada de argila da cobertura final. Em qualquer caso, a reabilitação da área deve proporcionar uma integração à paisagem do entorno e às necessidades da comunidade local, sendo recomendável a participação de seus representantes na definição do uso futuro da área. 9.4.6 Diretrizes para a logística reversa A PNRS define a logística reversa como sendo instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Algumas cadeias foram consideradas prioritárias para implantação de sistemas de logística reversa (SLR), são: descarte de medicamentos, embalagens em geral, embalagens de óleos lubrificantes e seus resíduos, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódios e mercúrio de e luz mista e eletroeletrônicos. A modelagem da LR está sendo desenvolvido por grupos técnicos com interlocução com outros agentes e, em especial o setor empresarial. Dentre os instrumentos considerados na implementação e operacionalização da LR estão os acordos setoriais, regulamentos e termos de compromisso. Como comentado no item coleta seletiva recomenda-se que as ações voltadas para a operacionalização da LR de embalagens em geral sejam planejadas de forma articulada às ações de coleta seletiva da fração seca. Este cuidado visa assegurar complementaridade das iniciativas na restituição dos produtos e compartilhando de responsabilidades. Como pode ser observado na Figura 24, recomenda-se que os produtos e embalagens em geral sejam enviados a Centros de Apoio Operacional para triagem e beneficiamento conjunto com a fração seca dos resíduos sólidos domiciliares e públicos. A Tabela 23 apresenta o estágio atual identificado no Município de implantação de sistemas de logística reversa para cada uma das cadeias produtivas, e indica proposições. Tabela 23: Resíduos sujeitos a logística reversa obrigatória Tipo de resíduo Instrumentos em vigor Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, Iniciativas de logística reversa anteriores a PNRS, em conformidade com a Resolução CONAMA 401/2008 Manejo no Município Proposições Ponta Porã dispõe de ponto de coleta localizado no distrito de Sanga Puitã - divulgação do ponto de coleta ; - desenvolvimento de ações educativas junto a população sobre a devolução das embalagens vazias e 84 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tipo de resíduo Instrumentos em vigor Manejo no Município após o uso, constitua resíduo perigoso Pilhas e baterias Pneus Proposições sobre orientações sobre a lavagem das mesmas; - fiscalização do ponto de recebimento Iniciativas de logística reversa anteriores a PNRS, em conformidade com a Resolução CONAMA 401/2008 Sistema de logística reversa implantado anterior a PNRS em conformidade com resolução CONAMA 416/2009 - estocagem simples, a granel, para encaminhamento periódico à indústria do ramo Ponto de coleta de pneumático em Ponta Porã em articulação com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos – ANIP 12 postos de recebimento estão em processo de implantação, organizados pela empresa Ecosupply - cadastramento dos borracheiros, revendas de pneus e serviços similares pela PMPP; - divulgação do ponto de coleta; - orientação a população em geral para envio de pneumáticos inservíveis para o ponto de coleta - análise sobre a necessidade de licenciamento dos pontos de coleta - fiscalização do fluxo desde a recepção os pontos de coleta - respeitar as diretrizes do acordo setorial Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens Edital de chamamento nº 01/2011 resultou na celebração do primeiro acordo setorial em dezembro de 2012 Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista Proposta de acordo setorial em consulta publica atendendo ao Proposta de acordo setorial apresentada, atendendo ao Edital de chamamento nº 01/2012 do Ministério do Meio Ambiente - levantamento junto aos pontos de venda sobre existência de ponto de armazenamento Produtos eletroeletrônico (ee) s e seus componentes Edital de chamamento nº 01/2013, do MMA - levantamento dos pontos de recebimento disponibilizados no município Embalagens em geral Proposta de acordo setorial em consulta pública atendendo ao edital de chamamento - desenvolvimento de programa de coleta seletiva e estruturação de unidades de triagem 85 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tipo de resíduo Instrumentos em vigor Manejo no Município nº 02/2012, publicado em julho de 2012 Descarte de medicamentos Edital de chamamento nº 02/2013, publicado em outubro de 2013 e edital nº 01/2014, prorrogando o prazo para elaboração de acordo setorial. Proposições e beneficiamento em parceria com o setor empresarial Farmácias de manipulação e farmácias em rede já instituíram postos de recebimento. - desenvolver ações educativas sobre os pontos de recebimento em parceria com os estabelecimentos; - desenvolver ações de monitoramento assegurando que os medicamentos tenham o destino adequado 9.4.7 Fluxo dos resíduos sólidos A partir da análise das demandas dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos no Município de Ponta Porã e das propostas de melhorias, apresenta-se na Figura 24 a síntese do fluxo proposto neste PMGIRS para o manejo dos resíduos sólidos de modo a atender as prioridades estabelecidas no artigo 9o da PNRS. Figura 24: Fluxo proposto para os resíduos sólidos 86 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 10. ORDENAMENTO INSTITUCIONAL 10.1 Determinante jurídico-legal O ordenamento jurídico do Município de Ponta Porão para o saneamento básico está pautada na Lei Orgânica Municipal (LOMPP/2012) e em atos normativos, listados no Anexo 2, que serviram de base para a indicação do aperfeiçoamento da gestão, isto é, planejamento, regulação e fiscalização, controle social e sustentabilidade financeira, e do gerenciamento dos serviços de saneamento básico, conforme descrito nos itens que seguem. Em adição, o Município firmou convênio de cooperação com o Estado e participação das suas entidades da Administração Pública indireta, AGEPAN e SANESUL, para promover o aperfeiçoamento da gestão do saneamento básico em ambiência de cooperação federativa, restando, assim, autorizado a formalização de contrato de programa do Município com a SANESUL. 10.1.1 Planejamento Consoante visto no Diagnóstico, o inc. I, do art. 3º, da Lei Municipal nº 3.844/2012 resta gravado de inconstitucionalidade quanto à forma, enquanto a Cláusula Segunda – Do Planejamento, do Convênio de Cooperação nº 002/2012 é ilegal do ponto de vista jurídico. Isso se explica, o planejamento constitui atividade de gestão privativa do Município, e, portanto, indelegável, não sendo possível a sua transferência integral e completa para o Estado, ainda que este último, o Estado, já conte com um Plano Estadual de Saneamento Básico; o que não nos foi dado a saber. O Chefe do Executivo local, por meio de decreto municipal, poderá determinar aos órgãos e às entidades municipais que lhe são subordinados, o não cumprimento do disposto no inc. I, do art. 3º, da Lei Municipal nº 3.844/2012 dada a sua flagrante inconstitucionalidade, havendo, porém, o risco de sofrer o sancionamento jurídico por descumprir essa norma legal, se, porventura, vier a ser declarada constitucionalidade pelo Poder Judiciário, que tem a competência constitucional para decidir a respeito. A alternativa mais segura poderá ser a interposição, pelo Município, representado pelo Poder Executivo, de representação de inconstitucionalidade perante o Poder Judiciário estadual em face do inc. I, do art. 3º, da Lei Municipal nº 3.844/2012 dada a violação da CEMS/1989 (art. 17, inc. I c/c art. 123, inc. II, da CEMS/1989). Ao revés, o Município está autorizado a buscar, pela via do processo legislativo, a revogação do inc. I, do art. 3º, da Lei Municipal nº 3.844/2012. Paralelamente a isso, o Município deverá negociar junto ao Estado a supressão, por meio de termo aditivo, da Cláusula Segunda – Do Planejamento, do Convênio de Cooperação nº 002/2012. Sem embargo do exposto, é certo que o Município tem o poder-dever de elaborar e editar os PMSB-PP e PMGIRS-PP, respaldando-se no disposto na LDNSB e, ainda, na PNRS, sendo esta última endereçada para a componente de resíduos sólidos, vez que não conta com atos normativos municipais que disciplinem o planejamento em âmbito local. Dessa 87 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) forma, o Município gozará dos seguintes benefícios: (i) terá acesso aos recursos federais a serem aplicados no setor de saneamento básico, cuja liberação está condicionada a apresentação de planejamento a partir de 31 de dezembro de 2015; (ii) estará apto para promover a celebração ou, então, a revisão dos contratos de prestação de serviços voltados para o setor de saneamento básico, que serão referenciados pelos PMSB-PP e PMGIRS-PP; e, (iii) dará azo ao aperfeiçoamento da gestão e do gerenciamento do saneamento básico em curto, médio e longo prazo com a adequação aplicação dos investimentos necessários para o setor a partir do PMSB-PP e PMGIRS-PP. 10.1.2 Regulação e fiscalização O Município, com respaldo na Lei Municipal nº 3.844/2012, está autorizado a promover a delegação das atividades de regulação e de fiscalização para o Estado sobre os serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário em ambiência de gestão associada, restando designada a AGEPAN para tal finalidade. Daí porque, formalizou-se o Convênio de Cooperação nº 002/2012, cuja Cláusula Terceira – Da Regulação e Fiscalização e inc. III, da Cláusula Quarta – Das Atribuições acabam por delinear as atribuições da AGEPAN em prol da regulação e da fiscalização desses serviços em ambiente de gestão associada na esfera municipal. Acrescente-se que tudo indica que a Secretaria Municipal de Governo é a instância local que faz a articulação institucional com a AGEPAN. O mesmo não ocorre com os demais serviços de saneamento básico, quais sejam, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, vez que não foram submetidos a qualquer espécie de processo regulatório ou instância que se responsabilize pela regulação incidentes sobre esses serviços. Adite-se que os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos são fiscalizados, a princípio pela Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo. Não há, porém, informações sobre qual o órgão ou entidade administrativa municipal que realiza a fiscalização sobre os serviços de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. Tendo em vista o vazio regulatório diagnosticado, faz-se necessário que o Município designe uma entidade reguladora para os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, notadamente quando estes serviços forem objeto de delegação contratual para a iniciativa privada. Caso contrário, a inexistência de processo regulatório sobre os serviços de saneamento referidos impedirá a formalização de contrato administrativo de prestação desses serviços, sob pena de, ao ser celebrado, implicar em responsabilização dos subscritores. Para tanto, o Município poderá criar a sua própria entidade de regulação ou, até mesmo, designar, por meio de convênio de cooperação, uma entidade de regulação de outro ente político ou órgão regulatório de consórcio público com competência regulatória; o que, porém, não se aplica a AGEPAN, vez que não é dotada de competência regulatória para regular os serviços de drenagem e manejo de águas pluviais e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. 88 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 10.1.3 Controle social O Município não conta com uma instância de controle social voltada para o saneamento básico, nem sequer os órgãos de controle social de temas transversais ao saneamento básico existentes, quais sejam, Conselho da Cidade de Ponta Porã (CCPP) e Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA), são dotados de competência para realizar o controle social sobre o setor do saneamento local. Assim, faz-se necessário que o Município crie uma instância municipal própria voltada para o controle social dos serviços de saneamento básico ou, ao revés, amplie, por meio da devida via legislativa, a competência do CCPP ou do CMMA para que possam intervir no setor de saneamento básico. Até porque, a instituição de controle social no setor de saneamento constitui condição de acesso aos recursos públicos federais ou geridos ou administrados pelo Governo Federal para fins de aplicação em ações estatais no setor de saneamento básico; o que deve ser realizado até 31 de dezembro de 2015. 10.1.4 Sustentabilidade financeira 10.1.4.1 Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Conforme examinado no Diagnóstico, a sustentabilidade financeira dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos em âmbito local é composta de diferentes tipos de tributos, de preço público e, até mesmo, de fundo público municipal, que precisam de adequações para garantir, efetiva e continuamente, a sustentabilidade fiscal do sistema de resíduos sólidos, como demonstrado a seguir: Imposto sobre serviços de qualquer natureza O imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN), que tem como fato gerador, dentre outros serviços, os de varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de resíduos sólidos e rejeitos, segue disciplinado do art. 98 até 197, do Código Tributário do Município de Ponta Porã (CTMPP). Não foi possível identificar se o disciplinamento do ISSQN pelo CTMPP foi compatibilizado com as normas que lhe são próprias, e seguem previstas na Lei Complementar Federal nº 116/2003, Lei do ISSQN. Se ainda não tiver ocorrido a adequação do CTMPP, faz-se necessário realizar, pela via legislativa, a sua atualização imediata, sob pena de qualquer cobrança, que vier a ser feita desse tributo, restar gravada de ilegalidade, e, portanto, nula desde a sua origem. Taxa de serviços de coleta e remoção de lixo A taxa de serviços de coleta e remoção de lixo, que tem como fato gerador a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, quais sejam, os serviços de coleta e de remoção de resíduos sólidos, prestados ao contribuinte pela Administração Pública local, postos à sua disposição, diretamente ou através de 89 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) autorizados, de permissionários, de concessionários ou de contratados, tem sede no art. 266 até art. 270, do CTMPP. A cobrança da taxa de serviços de coleta e remoção de lixo é veiculada pela guia de cobrança das tarifas de água e esgotamento sanitário expedida pela SANESUL. Com isso, o Município pode auferir os recursos públicos decorrentes da cobrança dessa taxa por meio da arrecadação da SANESUL, que, porém, é ressarcida dos custos operacionais pela mesma. Tudo isso é regulado pelo Convênio nº 0070/2013, firmado entre o Município e a SANESUL. Adite-se que o Decreto Municipal nº 3.696/2013 trata da notificação dos contribuintes sobre o lançamento da taxa de serviços de coleta e remoção de lixo para o exercício de 2014, e prevê que este lançamento será de ofício em 12 parcelas de janeiro até dezembro de 2014, sendo a arrecadação realizada pela SANESUL; o que já acontece na forma do Convênio nº 0070/2013. O contribuinte, que se insurgir contra o lançamento, deveria impugná-lo, formalmente, até 27 de dezembro de 2013 ou, ao revés, poderá fazêlo quanto vier a receber a cobrança da taxa referida. Faz-se necessário que a modelagem da taxa de coleta e remoção de lixo, inclusa a forma de arrecadação, seja revista à luz da LDNSB e da PNRS, assim como da jurisprudência dos nossos Tribunais Superiores, sem embargo do atendimento das diretrizes definidas nos PMSB-PP e PMGIRS-PP em prol da sustentabilidade orçamentária e financeira de todo o sistema de resíduos sólidos. Preço público da prestação dos serviços extraordinários de manejo de resíduos sólidos O inc. VI, do art. 46, do CTMPP imputa ao gerador responsabilidade pelo manejo de resíduos sólidos, autorizando o Município a realizá-lo em favor desse gerador, desde que haja, além da observância das normas legais e técnicas, a devida contraprestação. Tratase, em última análise, da prestação de serviços extraordinários de resíduos sólidos, como, por exemplo, remoção de resíduos sólidos de serviços de saúde, pelo Município em favor do gerador desses resíduos mediante o atendimento das regras legais e técnicas e do pagamento da devida contraprestação, que, em razão da natureza econômica do serviço com a intervenção facultativa do Poder Público, constitui-se em preço público. Ocorre, porém, que o CTMPP nada dispõe a respeito do valor dessa contraprestação, nem sequer a sua forma de cobrança e de arrecadação. Com efeito, recomenda-se que seja promovida, pela via legislativa, a alteração do CTMPP para prever o preço público para fazer frente aos serviços de manejo de resíduos sólidos prestados pelo Município em favor dos geradores de resíduos sólidos não urbanos (leia-se, todos aqueles que não sejam domiciliares e públicos, e caracterizados como inertes), notadamente o seu valor, forma de cobrança e arrecadação. 90 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Fundo Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos O Fundo Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (FMGRS), instituído pela Lei Municipal nº 4.001/2013, tem por objetivo financiar as ações voltadas para a melhoria e a manutenção dos serviços de manejo de resíduos sólidos, independentemente da forma de prestação desses serviços. Adite-se que a Lei Municipal nº 4.001/2013 disciplina a forma de governança, a origem da fonte de recursos e, ainda, o destino da aplicação recursos do FMGRS, cujo funcionamento efetivo não nos foi dado a saber. Se o FMGRS estiver em pleno funcionamento, é recomendável que seja submetido ao controle social pela instância municipal responsável por essa atribuição, a fim de conferir maior controle sobre os recursos públicos locais revertidos para esse fundo, que, posteriormente, serão alocados nas intervenções no sistema de resíduos sólidos, dando, assim, transparência e legitimidade ao FMGRS. 10.1.4.2 Abastecimento de água potável e esgotamento sanitário Segundo exposto no Diagnóstico, as Cláusulas Décima – Do Sistema Tarifário até Décima Quarta – Do Sistema de Cobrança, do Contrato de Programa nº 002/2012, firmado entre o Município e a SANESUL, tratam do regime tarifário dos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário, inclusa a previsão de reajuste e de revisão a ser aferida e autorizada pela AGEPAN, assim como das receitas acessórias decorrentes da exploração desses serviços, todas submetidas à legislação estadual. Não obstante, é recomendável que o regime tarifário desses serviços estabelecido no Contrato de Programa nº 002/2012 seja revisto à luz da LDNSB e, certamente, da jurisprudência dos nossos Tribunais Superiores, sem embargo do atendimento das diretrizes definidas nos PMSB-PP e PMGIRS-PP em prol da sustentabilidade financeira de todo o sistema de saneamento básico. Vale o reparo, ainda, a Lei Municipal nº 3.844/2012, ao prever a cobrança das taxas de água e de esgoto com a menção que esta última, a taxa de esgoto, equivale a 50% da taxa de água, traz, de forma equivocada, a referência ao emprego de taxa para a cobrança desses serviços. Todavia, a cobrança dos serviços de saneamento básico operados por estatais do setor é feita na forma de tarifa, segundo a jurisprudência dos nossos Tribunais Superiores. Com efeito, recomenda-se que seja promovida a devida corrigenda, pela via legislativa, da Lei Municipal nº 3.844/2012. 10.1.5 Gerenciamento dos serviços de saneamento básico 10.1.5.1 Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Não foram apresentadas informações a respeito da forma de gerenciamento do serviço de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. 91 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 10.1.5.2 Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Conforme examinado no Diagnóstico, o Município formalizou o Contrato nº 013/2014, em sede dos autos do Processo Administrativo nº 20.994/2013, com vista à prestação direta pela via da terceirização do gerenciamento dos serviços de resíduos sólidos. Ocorre que, com o advento da LDNSB e seu Decreto Federal nº 7.217/2010, faz-se necessário o atendimento prévio das condicionantes de validade contratual previstas no art. 11, incs. Inc. I até IV, da LNDSB e no art. 39, ins. I até IV, do Decreto Federal nº 7.217/2010 para a celebração de contrato de prestação de serviços no setor de saneamento básico, sob pena acarretar a nulidade contratual e, mais do que isso, a responsabilização por improbidade administrativa do gestor público e do contratado subscritores, após o devido processo legal judicial. Não nos foi dado a saber se o Contrato nº 013/2014 foi precedido do atendimento das condicionantes de validade contratual estabelecidas na LDNSB e no seu Decreto Federal nº 7.217/2010. Caso essas condicionantes tenham sido atendidas, não há nenhum reparo a ser feito, exceto a necessidade de ser promovida a revisão do Contrato nº 013/2014 para atender às diretrizes dos PMSB-PP e PMGIRS-PP em prol do aperfeiçoamento do gerenciamento do setor de resíduos sólidos. Ao revés, o Contrato nº 013/2014 resta nulo de pleno direito desde a sua formalização, sendo indispensável o cumprimento das condicionantes de validade contratual previstas no art. 11, incs. Inc. I até IV, da LNDSB e no art. 39, ins. I até IV, do Decreto Federal nº 7.217/2010 antes da celebração de novo contrato administrativo, sem embargo do atendimento das diretrizes dos PMSB-PP e PMGIRS-PP para o aprimoramento do gerenciamento do setor de resíduos sólidos. Ainda em relação ao gerenciamento de resíduos sólidos no âmbito do Município, a Lei Municipal nº 3.926/2013, de autoria parlamentar, estabelece a implantação de Ecopontos em território municipal, e o seu art. 5º atribui ao Poder Executivo competência para implementar a publicidade dessas unidades operacionais, enquanto que o seu art. 7º estabelece prazo para que o Executivo a regulamente. Tendo em vista que tanto o art. 5º quanto o art. 7º, ambos da Lei Municipal nº 3.926/2013, de autoria do Legislativo, imputam obrigações ao Poder Executivo, apresentam vício quanto à forma por inobservância da competência constitucional privativa do Prefeito para gerir a máquina administrativa local (art. 61, inc. II, alínea “b” e “e” c/c art. 84, inc. II, da CRFB/1988), e, por conseguinte, por violar o princípio da separação de funções do Poder (art. 2º, da CRFB/1988), restando, assim, nulos de pleno direito desde a sua origem. Assim sendo, o Prefeito, por meio de decreto municipal, poderá determinar aos órgãos e às entidades municipais que lhe são subordinados, o não cumprimento do disposto nos arts. 5º e 7º, da Lei Municipal nº 3.926/2013 em razão da flagrante inconstitucionalidade, podendo ocorrer, porém, risco de sancionamento jurídico por descumprir essas normas legais, se, porventura, vierem a ser declaradas constitucionais pelo Poder Judiciário, que é dotado de competência constitucional para decidir a respeito. A alternativa mais segura poderá ser a interposição, pelo Município, representado pelo Poder Executivo, de representação de inconstitucionalidade perante o Poder Judiciário 92 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) estadual em face dos arts. 5º e 7º, da Lei Municipal nº 3.926/2013 dada a violação da CEMS/1989 (art. 17, inc. I c/c art. 123, inc. II, da CEMS/1989). Por outro lado, o Prefeito poderá buscar, pela via do processo legislativo, a revogação dos arts. 5º e 7º, da Lei Municipal nº 3.926/2013. 10.1.5.3 Abastecimento de água potável e esgotamento sanitário Segundo examinado no Diagnóstico, o Município editou a Lei Municipal nº 3.844/2012 que o autoriza a realizar a gestão associada com o Estado com vista ao planejamento, à regulação, à fiscalização e à prestação dos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário, consignando-se, desde logo, que a execução desses serviços será delegado, por meio de contrato de programa, para a SANESUL. Por conseguinte, o Convênio de Cooperação nº 002/2012, ao instalar a ambiência de gestão associada do planejamento, da regulação, da fiscalização e da prestação dos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário, prevê também que a execução desses serviços ficará sob a responsabilidade da SANESUL mediante a formalização de contrato de programa, sem necessidade de prévia licitação. Daí porque, o Município celebrou o Contrato de Programa nº 02/2012 com a SANESUL para promover o gerenciamento dos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário no âmbito local. Não nos foi dado a saber se o Contrato de Programa nº 002/2012 foi precedido do atendimento das condicionantes de validade contratual estabelecidas no art. 11, incs. Inc. I até IV, da LNDSB e no art. 39, ins. I até IV, do Decreto Federal nº 7.217/2010. Caso essas condicionantes tenham sido atendidas, não há nenhum reparo a ser feito, exceto a necessidade de ser promovida a revisão do Contrato de Programa nº 002/2012 para atender às diretrizes dos PMSB-PP e PMGIRS-PP em prol do aperfeiçoamento do gerenciamento dos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário. Ao revés, o Contrato de Programa nº 002/2012 resta nulo de pleno direito desde a sua formalização, sendo indispensável o cumprimento das condicionantes de validade contratual antes da celebração de novo contrato de programa, sem embargo do atendimento das diretrizes dos PMSB-PP e PMGIRS-PP para o aprimoramento do gerenciamento dos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário. 10.2 Determinante organizacional Os serviços públicos de saneamento básico, compreendidos pelos componentes abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, são considerados serviços de interesse local, cuja titularidade cabe aos municípios, que têm a prerrogativa da escolha do modelo de gestão a ser adotado. A formulação do modelo de gestão do saneamento básico, no contexto de uma política pública municipal, abrange um sistema integrado relacionado ao planejamento, à regulação e fiscalização, ao controle social e ao gerenciamento dos serviços. Portanto, a 93 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) PMPP deverá estar munida de capacidade técnica e institucional para o exercício de suas competências constitucionais. 10.2.1 Planejamento A PMPP deve instituir um setor específico, com capacidade técnica e administrativa instalada, que concentre as atividades de planejamento e monitoramento do arranjo organizacional instituído e da modelagem da prestação dos serviços públicos de saneamento básico, considerando seus quatro componentes. Considerando a abrangência do conceito de gestão integrada como o “conjunto de ações voltadas para a busca de soluções de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável”, sugere-se que a competência das atividades de planejamento, controle e monitoramento se concentre na Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Meio Ambiente, por meio da criação de uma gerencia especifica, ou seja, Gerência de Saneamento Básico cujas atribuições deverão abranger no mínimo: Elaborar, executar e controlar os programas, projetos e ações previstos no Plano Municipal de Saneamento Básico; Planejar, propor a execução e fiscalizar os serviços técnicos e administrativos necessários para o controle de problemas inerentes ao Saneamento Básico; Prestar assistência técnica no planejamento, na elaboração de projetos e na execução de obras e serviços de prevenção e controle de erosão, de drenagem e controle de cheias e de preservação, conservação e recuperação de áreas degradadas, assim como promover pesquisa buscando soluções para tais questões; Elaborar os estudos necessários à gestão dos serviços de saneamento básico no município; Promover pesquisa e capacitação de recursos humanos, em estreita colaboração com universidades e outras instituições, visando ao desenvolvimento e intercâmbio tecnológico e a busca de subsídios para a formulação e implementação de programas e atividades destinadas à identificação de metodologias, tecnologias e soluções voltadas à execução dos serviços de saneamento básico; Difundir informações sobre saneamento básico, capacitando a sociedade e mobilizando a participação pública para a gestão dos serviços, preservação e conservação da qualidade das águas; Articular-se com a União e com o estado, em especial com entidades que lhe são correlatas, visando o gerenciamento dos serviços de interesse comum; Articular-se com os órgãos e entidades da administração estadual e dos municípios, visando a integração das Políticas de Saneamento Básico aos demais sistemas e políticas regionais, locais e setoriais e a integração da gestão por meio 94 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) da gestão associada; Desempenhar as competências previstas na Lei Federal nº 11.445/2007, na condição de entidade fiscalizadora dos serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas inclusive quando da gestão associada entre o Estado e os municípios; Fiscalizar os serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas e aplicar as sanções por infrações à regras jurídicas que disciplinam a adequada prestação de serviços de saneamento básico previstas nas Leis nº 11.445/2007 e nº 12.305/2010, em seus regulamentos, nas normas técnicas e nos jurídicos deles decorrentes. Acompanhar e disciplinar, em caráter normativo e em sua esfera de competências, a implementação e a operacionalização dos instrumentos das Leis nº 11.445/2007 e nº 12.305/2010; Monitorar as ações para a regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico, integrado pelos serviços públicos de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, bem como a fiscalização e a fixação e revisão de taxas, tarifas e preços públicos. 10.2.2 Regulação e fiscalização As atividades de regulação e de fiscalização sobre os serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário foram delegadas ao Estado, sendo a AGEPAN designada para tal finalidade, por meio de convênio de cooperação. Para os demais serviços de saneamento básico, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, faz-se necessário que o Município designe uma entidade reguladora que poderá ser a AGEPAN ou outra no âmbitomunicipal que compreenda a mesma finalidade. 10.2.3 Gerenciamento dos serviços A prestação, dos serviços de saneamento básico, conforme aponta o art. 38 do Decreto nº 7.217/2010, pode se dar de forma direta, contratada ou mediante autorização a usuários organizados em cooperativas ou associações. Na forma direta, os serviços são prestados por meio de órgão da administração direta ou por autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista que integre a administração municipal, facultado a contratação de terceiros, no regime da Lei nº 8.666/1993, para determinadas atividades. Na forma contratada, os serviços podem ser prestados indiretamente, mediante concessão ou permissão, sempre precedida de licitação na modalidade concorrência 95 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) pública, no regime da Lei nº 8.987/1995, ou no âmbito de gestão associada de serviços públicos, mediante contrato de programa autorizado por contrato de consórcio público ou por convênio de cooperação entre entes federados, no regime da Lei nº 11.107/2005. Mediante autorização a usuários organizados em cooperativas ou associações, no regime previsto no art. 10, § 1º, da Lei nº 11.445/2007, os serviços poderão ser autorizados desde que se limitem a: Determinado condomínio; ou Localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por população de baixa renda, onde outras formas de prestação apresentem custos de operação e manutenção incompatíveis com a capacidade de pagamento dos usuários. Em Ponta Porã a prestação dos serviços de saneamento básico adotará a seguinte modalidade: Abastecimento de água potável e esgotamento sanitário: realizado por meio da gestão associada, com convênio de cooperação firmado com o Estado e contrato de programa firmado com a SANESUL; Limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos: prestado de forma direta ou contratada pela Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo – SMOU, e para os distritos e assentamentos, poderá ser adotada a modalidade de autorização a usuários organizados em cooperativas ou associações; Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas: prestado de forma direta ou contratada pela Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo – SMOU, porém desde que haja o Plano de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas. Entretanto, o município poderá optar pela gestão associada, por meio da constituição de consórcio público, como forma de auferir ganho de escala e diminuição dos custos na prestação dos serviços. Para essa tomada de decisão deverão ser analisadas as prerrogativas indicadas no Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Mato Grosso do Sul, em processo de elaboração. O gerenciamento dos serviços a cargo da SMOU tem suas competências atribuídas pelo Decreto no 6.316/2013 onde se destacam: Providenciar e controlar os serviços de execução de meio-fio, passeios, bueiros, guias e sarjetas; Coordenar e fiscalizar o trabalho de remoção de lixo da cidade ao destino final, de modo que não afete a saúde pública; Coordenar a conservação das praças parques e jardins; Promover o controle e conservação dos materiais e/ou ferramentas empregados nos serviços de limpeza pública; Atender as reclamações do público quanto aos serviços urbanos e os de utilidade pública concedidos ou permitidos; Promover as atividades relativas a feiras-livres, mercados e matadouros; 96 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Promover as atividades ligadas à limpeza da cidade e fixar itinerários para coleta de lixo, capinação, varredura, lavagem e irrigação de ruas, praças e logradouros públicos. 10.3 Determinante econômico e financeiro A análise efetuada demonstrou as fragilidades do Município, principalmente nos aspectos de gestão econômico-financeira, que permitam a sustentabilidade dos serviços de saneamento básico. Os fatores determinantes desta sustentabilidade estão pautados pela execução eficiente das intervenções propostas, sejam elas: o controle de custos dos serviços; priorização e controle de investimentos nos prazos estimados; decisões quanto à forma de financiamento dos investimentos necessários; remuneração adequada dos serviços que significa sobretudo a obtenção de receita direta. A receita em conjunto com outros recursos advindos de repasses legais permitirão viabilizar a implementação das ações necessárias para a garantia e universalização dos serviços. A despeito da importância de gerar recursos próprios, é importante que sejam considerados a capacidade de pagamento da população de Ponta Porã, e as oportunidades de geração de trabalho e renda advindas da estruturação de parcerias com associações e cooperativas (especialmente no sistema de manejo de resíduos sólidos). O equilíbrio financeiro determina que Custo Totais sejam cobertos pelas Receitas Totais obtidas através de arrecadação da cobrança pela prestação do serviço. Administrativamente cabe à PMPP definir seus gastos anuais em orçamento que apresente custos operacionais, custos financeiros e amortização de investimentos mantendo sempre uma relação de equilíbrio. Observe-se que esta relação de equilíbrio não é somente específica do sistema de saneamento básico e cabe a todas despesas e receitas municipais, pois as decisões do PPA, os repasses e a política de subsídios constituem-se em fluxos dinâmicos desta relação. A capacidade de investimento e endividamento do município possuem dinâmicas financeiras distintas, uma vez que a decisão de investimentos é independente da decisão de financiamento. Caso a forma de financiamento exija recursos de terceiros o município deverá procurar observar sua capacidade de endividamento que pode ser definida como: ICPE = Vi - AM Onde, ICPE = Índice de capacidade de endividamento Vi = RC –DC (RC – DC = Poupança do tesouro municipal) RC = Receita Corrente DC = Despesa Corrente AM = amortizações 97 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) O planejamento operacional do sistema depende da forma de distribuição dos recursos definida na Lei Orçamentária Anual e, por conseguinte, da sua execução financeira. O processo de consecução do equilíbrio financeiro deverá partir do planejamento operacional e de investimentos, cabendo: Adequação dos programas e metas de despesa orçamentária definidos pelo PMSB e PMGIRS à LOA: - Desdobramento dos planos operacionais em seu respectivo custeio, quando cabível; - Desdobramento dos planos de investimento em seu respectivo custeio, quando cabível; - Criação de alíneas no plano de contas municipal para orçamentação e acompanhamento dos gastos; - Desdobramento das ações que demandem recursos humanos, financeiros e materiais em orçamentos anuais; - Compatibilização dos orçamentos de custos e investimentos desdobrados com o PLOA e o PPA. Controle dos gastos relativos ao orçamento aprovado com explicitação dos mesmos dentro das demonstrações financeiras do Município. Estruturação do sistema de obtenção de receita por meio da cobrança pelos serviços prestados na forma de tributos: - Definição da base de cálculo da taxa ou tributo; - Revisão e adequação do Código Tributário Municipal; - Revisão e adequação da Lei de Uso e Ocupação do Solo; Estruturação da política de subsídios e definição de cálculo específico para tarifa social. Estruturação e negociação de reajustes tarifários visando adequação à legislação municipal e superior. Definição de estrutura efetiva de cobrança, acompanhamento da arrecadação e providências em caso de necessária recuperação de crédito. 10.3.1 Orçamento, controle de custos e investimentos 10.3.1.1 Abastecimento de água potável e esgotamento sanitário A concessionária SANESUL mantém o controle dos custos da prestação dos serviços de abastecimento de água. Para a execução dos programas de “Regulamentação e Revitalização do sistema de abastecimento de água potável” e “Otimização e controle do sistema de esgotamento sanitário” estão previstas atividades que serão potencialmente demandantes de recursos. Estas atividades exigirão o processo de orçamentação e 98 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) controle de custos e gastos. No que se refere aos investimentos, o planejamento definido no Anexo do Contrato de Programa 02/2012 deverão ser revistos e compatibilizados como o PMSB a fim de garantir a execução adequada das metas e dos serviços. A execução física e financeira do planejamento adequado deve ser acompanhada sistematicamente pela PMPP conforme determinação contratual. 10.3.1.2 Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Com relação à drenagem urbana os controles de custos e investimentos estão prejudicados pela ausência de planejamento. A instituição dos programas propostos deverá ser conjugada ao processo de organização da estrutura de funcionamento operacional do serviço e sua consequente tradução em orçamento e custeio. Os custos de drenagem e manejo de água pluviais deverão ser determinados (na base anual) por meio da soma do Custo de Manutenção do Sistema (Cman) e Investimentos no sistema (Cinvest). O Cman desconsiderá gastos realizados a título de subsídio e será calculado de acordo com os gastos do município (recursos próprios e/ou financiamentos onerosos), relativos aos seguintes itens: Operação de limpeza dos dispositivos de drenagem existentes; Operação de recuperação dos dispositivos de drenagem existentes; Operações de controle e fiscalização dos índices de impermeabilização do solo; Manutenção e atualização do cadastro de ligações clandestinas de esgotos existentes; Ações de sensibilização e educação ambiental. O Cinvest desconsiderá investimentos realizados com recursos não-onerosos obtidos junto aos governos Estadual, Federal ou organismos como, por exemplo, BID, BIRD, entre outros e deverá ser calculado considerando a utilização de recursos próprios e/ou financiamentos onerosos dos gastos relativos aos: Investimentos em mecanismos de reaproveitamento, retenção e infiltração; Investimentos de ampliação do sistema existente. 10.3.1.3 Limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos Os orçamentos, custos e investimentos nos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos devem ser calculados em função das especificidades de cada serviço. Limpeza urbana O custeio do serviço de limpeza urbana deve ser calculado de forma isolada dos serviços 99 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) de manejo de resíduos sólidos considerando todos os gastos relativos à prestação dos serviços de limpeza de logradouros e vias públicas como: varrição, capina e roçagem, poda de árvores e outros eventuais serviços pertinentes. Neste sentido, cabe à PMPP compatibilizar estes custos à LOA e ao PPA, incluindo os investimentos necessários para sua expansão e universalização. Manejo dos resíduos sólidos No caso do manejo de resíduos sólidos, o Custo Unitário da prestação do serviço é definido como o custo por unidade de peso, obtido do contrato de prestação de serviços firmado com a(s) prestadora(s), acrescido das despesas municipais de fiscalização e/ou calculado em função dos gastos operacionais e de gestão divididos pela quantidade em toneladas coletadas, tratadas e dispostas em aterro sanitário durante o período de um ano. O Custo Total deve ser calculado considerando todos os gastos relativos à prestação do serviço de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos rejeitos, incluindo-se a amortização e juros de investimentos realizados devido à estratégia de ampliação do serviço visando sua universalização e/ou visando ganho de eficiência no atendimento do usuário. Não serão considerados para fins do cálculo do custo total investimentos realizados com recursos não-oneroso obtidos do Estado, da União e de programas de desenvolvimento. Os demais financiamentos onerosos, cuja amortização significa dispêndio de recursos financeiros próprios por parte da municipalidade deverão ser incluídos. A Tabela 24 exemplifica uma alternativa de estruturação do Custo Total. 100 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 24: Cálculo do custo total do serviço de manejo de resíduos sólidos Item Descrição do item Unidade Cálculo Exemplos A População (hab.) : número B Economias: número C Geração de resíduos domésticos (kg/hab.dia) kg/hab.dia D Geração da cidade (ton/mês) ton/ano Geração Média Anual = ( A x C / 1000 ) x 360 E Investimento em Coleta Convencional (R$): R$/ano Investimento = Juros + Amortização caminhões, unidades de transbordo, caçambas etc. F Investimentos em Coleta Seletiva e Tratamento (R$): R$/ano Investimento = Juros + Amortização LEVs, PEVs, veículos coletores para catadores etc. G Investimentos em Disposição Final (R$): R$/ano Investimento = Juros + Amortização aterro sanitário H Repasse não oneroso da União ou Estado para Resíduos Sólidos (R$) R$/ano I Valor total dos investimentos (R$) : R$/ano Total de Investimentos = E + F + G + H J Valor total dos investimentos para cálculo da TMRS (R$) : R$/ano Total de Investimentos = I – H K Operação da Coleta Convencional (R$/mês): R$/ano Custo unitário x ton. coletada L Operação da Coleta Seletiva e Tratamento (R$/mês): R$/ano Custo unitário x ton. coletada e tratada M Operação da Disposição Final (R$/mês): R$/ano Custo unitário x ton. disposta N Operação de Fiscalização R$/ano O Operação de Cobrança R$/ano Custo unitário x número de cobranças + taxa adm. O Custo operacional total ( R$/mês) R$/ano Custo Operacional Total = K + L + M + N P Custo Total anual R$/ano J+O Gastos totais anuais com serviço e investimento Q Valor da taxa BASE ( R$/economia.mês) R$/economia.ano P/B Taxa BASE de cobrança da TMRS 0,8 padrão da geração urbana convênios ou contratos de repasse combustível, mão-de-obra, EPI, manutenção etc agua, luz, EPI, manutenção, combustível, mão-de-obra etc agua, luz, EPI, manutenção, combustível, mão-de-obra etc pessoal, combustível, materiais, etc. Fonte: Adaptado de Ministério das Cidades. 101 Convênio SANESUL PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 10.3.2 Adequação da obtenção de receita A adequação da obtenção de receita para a gestão dos serviços de saneamento básico em Ponta Porã visa promover a sustentabilidade econômica e financeira dos sistemas incentivando a adoção dos princípios do usuário-pagador e poluidor-pagador. Neste sentido, as opções de cobrança devem onerar usuários que ampliem sua contribuição à carga do sistema e incentivar o uso e consumo racional dos serviços de saneamento básico de forma a considerar a integração entre as dimensões de saúde, política, econômica, ambiental, cultural e social. 10.3.2.1 Abastecimento de água potável e esgotamento sanitário O atual sistema de cobrança pelo serviço de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário é definido pela AGEPAN, entretanto para qualquer revisão deve haver a participação da PMPP. Tendo em vista o contrato de programa estabelecido entre a PMPP e a prestadora SANESUL, os objetivos do PMSB e o atendimento à LNDSB, é importante que o município busque: Atualizar as informações disponíveis quanto à base de cálculo da tarifa de água e esgoto; Propor revisão no índice de reajuste de tarifa, atualmente o IPCA, para que este: - reflita ganhos de produtividade; - garanta recursos para a universalização do sistema; - incentive o usuário ao uso sustentável dos recursos hídricos; Verificar sistematicamente o cumprimento das metas físicas e financeiras que visam à (ao): - expansão e universalização do sistema; - redução de perdas no sistema de abastecimento de água potável; - controle do uso de água pelas atividades agrícola e industrial; - controle e erradicação do retorno de efluentes poluidores das atividades agrícola e industrial aos corpos hídricos; - proteção de mananciais e nascentes; - desenvolvimento de práticas efetivas de educação ambiental e controle social. 10.3.2.2 Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Diversas formas e metodologias podem indicar o cálculo da remuneração dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. É importante ressaltar que o município de Ponta Porã carece de estabelecer modelo próprio para cobrança desses serviços compatibilizando-a com o Plano Setorial de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais a ser estabelecido. 102 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Propõe-se aqui a base para definição de uma metodologia, que considere as diretrizes estabelecidas na Lei 11.445/2007. Base de cálculo proposta para a Taxa de Drenagem A taxa de prestação de serviço de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas (Taxa de Drenagem) representa a obtenção de receita pela municipalidade com vistas a manter a sustentabilidade econômico-financeira do programa “Controle do Sistema de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas”. Propõe-se que a taxa a ser instituída considere como base de cálculo4 as fórmulas: Taxa de Drenagem = p x aij x S Onde: p = custo médio do sistema por metro quadrado de área impermeável; aij = área impermeável do imóvel; S = subsídio a ser aplicado. P = Cman + Cinvest/ (Ab*Ti) Ab = Σaij + aiv Onde: Cman = custo anual de manutenção do sistema; Cinvest = custo anual dos investimentos; Ab = área total da bacia, em m²; Ti = índice de impermeabilização dos lotes; aij = área impermeável do imóvel coberto pelo sistema; aiv = parcela do solo impermeabilizada pelas vias na área urbana coberta pelo sistema. A cobrança da taxa, de forma que o proprietário de um lote com maior área impermeabilizada arque com parte maior do custeio do serviço de drenagem urbana, apoia-se na definição de que uma área impermeabilizada transfere carga seis vezes maior ao sistema (Tucci, 2002) do que uma área com boa infiltração. Isto significa uma distribuição justa dos custos. Poderão ser aplicados subsídios em áreas de baixa renda e/ou caracterizadas como prioritárias para atendimento em função de condições de saúde pública precária. 4 Medotologia de Cançado, Nascimento e Cabral (2005) apud Lengler, C. e Mendes, CAB (2013), O financiamento da manutenção e operação do sistema de drenagem urbana de águas pluviais no Brasil: taxa de drenagem, R. B. Estudos Urbanos e Regionais V.15, N.1/maio, 2013. 103 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 10.3.2.3 Limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos As atividades operacionais de manejo de resíduos sólidos, como a coleta, tratamento e disposição final são potencialmente mensuráveis e divisíveis. A divisibilidade pressupõe que seja possível atribuir uma quantidade de serviço prestado a cada usuário. Os serviços tipicamente de limpeza urbana, não são divisíveis e devem ter seus custos suportados pelo orçamento municipal, conforme determina a Constituição Federal. Isso decorre da noção de bem (serviço) público que é caracterizado como despesas indivisíveis, isto é, a prestação do serviço e seu custo não pode ser atribuída especificamente a um ou a outro cidadão. Os recursos para pagamento dos serviços de limpeza urbana devem estar claramente identificados no orçamento anual, e não deverão estar embutidos indevidamente na taxa ou tarifa de coleta, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos. Frente à possibilidade de gestão associada no âmbito regional, a sustentabilidade econômico-financeira é indispensável quando propõe uma divisão de responsabilidades e também de custos dos serviços em estruturas consorciadas. Os recursos de funcionamento e manutenção do consórcio podem vir de receitas próprias obtidas com as atividades do próprio consórcio ou podem ser oriundas das contribuições de seus integrantes. A contribuição de cada integrante deve ser consensuada entre as partes e poderá variar em função da receita pública, das características da população, do uso dos serviços e bens do consórcio ou por outro critério julgado relevante. Independentemente da forma de destinação dos recursos/repasse ao consórcio, o consumo destes recursos deve estar registrado nos sistemas de controles de custos (a exemplo do que se faria em caso de gestão individual de cada Município) com o objetivo de compor a base de cálculo para a aplicação de taxas, tarifas ou preços públicos. Metodologia de cálculo Propõe-se a criação da Taxa Municipal de Coleta, Transporte, Tratamento e Disposição final de Resíduos Sólidos (TMRS), esta taxa deverá ser aplicada aos pequenos geradores domiciliares e comerciais/serviços. A TMRS será definida considerando os seguintes parâmetros: Será cobrada dos usuários dos serviços, rateando entre estes os custos totais incorridos pelos provedores dos mesmos; Os Custos Totais conterão atividades de operação dos serviços, relacionados à coleta, transporte, tratamento e disposição final de rejeitos; Os Custos Totais conterão atividades acessórias relativas ao planejamento, regulação e fiscalização dos serviços; Deverá remunerar adequadamente o investimento realizado a título de ganho de eficiência e expansão dos serviços. O valor da TMRS deverá ser calculado tendo como parâmetros os seguintes fatores: 104 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) i. nível de renda da população atendida (R); ii. características dos imóveis urbanos e áreas que podem ser neles edificadas (C); iii. Peso ou volume médio coletado por habitante ou por domicílio (P); iv. Fator de Ajuste (A). TMRS = R x C x P x A x BASE Os fatores R, C, V e A deverão ser progressivos quanto à quantidade gerada de resíduo, à faixa da renda nominal da economia atendida, às características dos lotes e áreas geradoras. Estes fatores progressivos aplicados ao custo médio, definido como o Custo Total dividido pelo número de economias atendidas, irão determinar o valor da TMRS BASE. I. BASE A taxa BASE da TMRS será calculada através da divisão do Custo Total anual pelo número de economias atendidas pelo serviço, constituindo-se em um custo anual médio. II. Nível de renda da população atendida (R) O nível de renda da população da população de Ponta Porã foi determinado considerando os dados da Tabela 25, em adendo ao já exposto nas tabelas 23 e 24 do diagnóstico. É importante salientar que no Município, encontram-se em condição de extrema pobreza 25,6% dos habitantes, segundo dados do IBGE. Tabela 25: Classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita Classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita Absoluto Ponta Porã (% de domicílios por classe) Brasil (% de domicílios por classe) Até 1/4 de SM 3.015 13,5% 10% Mais de 1/4 a 1/2 SM 4.991 22,3% 17% Mais de 1/2 a 1 SM 6.887 30,8% 29% Mais de 1 a 2 SM 3.819 17,1% 22% Mais de 2 a 3 SM 1.254 5,6% 7% Mais de 3 a 5 SM 957 4,3% 5% Mais de 5 SM 748 3,3% 5% Sem rendimento 676 3,0% 4% Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010 SM = salário mínimo 105 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) A exemplo da tarifa social de energia elétrica, a TMRS deverá conceder descontos às famílias de baixa renda. Propõe-se que sejam beneficiárias da tarifa social da TMRS as unidades consumidoras da classe residencial, desde que sejam utilizadas por: Família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – Cadastro Único, com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo nacional; ou Quem receba o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), nos termos dos arts. 20 e 21 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993; ou famílias indígenas em situação de moradia em território demarcado e/ou em situação de domicílio permanente urbano ou rural; ou Famílias não cadastradas no Cadastro Único, com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo nacional, que solicitem sua inclusão na tarifa social e comprovem a condição. Tabela 26: Proposta de valor de cobrança por grupo de rendimento % de Economias Grupo de Rendimento Valor (em SM por economia) 17% até 1 SM base 22% acima de 1 até 2 SM base + 10% 31% acima de 2 até 5 SM base + 20% 17% acima de 5 até 10 SM base + 30% 13% acima de 10 SM base + 40% Para cada categoria de faixa de rendimento foi sugerido um valor de cobrança BASE. O valor BASE pode ser calculado dividindo o peso total gerado pelo número de unidades geradoras (economias). BASE = Peso total do volume gerado/pelo número de economias Economias = unidades geradoras Apesar da sugestão de faixas de rendimento, expostas na Tabela 25, considerando a importância do controle social, é conveniente a análise desta proposta pelos gestores municipais em conjunto com a população do município. 106 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) III – Fator Caracterização dos lotes e uso da área (C) As unidades geradoras serão tratadas aqui como economias. A tarifa irá variar em função das características ou categoria dos lotes e uso das áreas geradoras, conforme a Tabela 27. Tabela 27: Categorias dos lotes e áreas geradoras de resíduos sólidos Categorias de geradores Valor Residencial BASE Comercial/serviços BASE + 20% Industrial * Pública * Serviço de saúde * Construção civil * Demais geradores * * A prestação do serviço não é de exclusiva responsabilidade do município. Foram definidas duas categorias de lotes ou áreas edificadas: residencial e comercial/serviços. A categoria residencial é o conjunto das economias residenciais que representam domicílios familiares ou multifamiliares. As demais categorias refletem o uso do imóvel para execução de atividade econômica de acordo com a classificação da atividade privada comercial/serviços, que produzam resíduos sólidos e úmidos ou recicláveis que produzam até o máximo de 100 litros por dia. A TMRS não será aplicada às demais categorias de geradores, assim como daqueles que produzam quantidade superior aos 100 litros por dia, cuja responsabilidade pelo manejo recai sobre o gerador. IV – Peso médio coletado por economia (P) O terceiro fator a ser considerado na metodologia proposta para o cálculo da TMRS é a relação da produção de resíduos por economia. Neste trabalho estamos utilizando uma abordagem que considera o peso diário per capita estabelecido para o Município. A Tabela 28 apresenta o índice de cálculo do peso médio de produção de resíduos considerando a média de geração diária per capita de resíduos sólidos domiciliares no Município é de 0,8kg na área urbana; e de 0,7kg nos assentamentos, distritos e áreas indígenas. (SMOU, 2014) 107 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 28: Índice de cálculo do peso médio de produção de resíduos por domicílio Número de ocupantes da economia Índice Urbano (Iu) Índice Rural (Ir) 1 1 x 0,8 1 x 0,7 2 2 x 0,8 2 x 0,7 3 3 x 0,8 3 x 0,7 acima de 3 ∑ x 0,8 ∑ x 0,7 ∑ = somatório do número de ocupantes É importante salientar que o Índice Rural (assentamentos, distritos e áreas indígenas) foi definido com vistas à expansão do serviço aos cidadãos que ainda não estão cobertos pela prestação do serviço de manejo de resíduos sólidos. A partir da definição do calendário de coleta por setor (região), estabeleceu-se a frequência semanal (em número de dias) e a frequência anual, considerando ano calendário, conforme apresentadas na Tabela 29. Tabela 29: Freqüência de dias de coleta conforme regiões do Município Setor Freqüência semanal (em dias) Índice Valor do índice 07 e 08 7 F7 1 3 F3 0,43 2 F2 0,28 06 e 09 04 e 05 02 e 03 1 10 e 11 12e 13 Fn = Índice de Frequência proporcional de atendimento anual (no total de dias/365) n = número de dias de semana de prestação do serviço Logo, P = índice (Iu, Ir) x Fn V – Fator de Ajuste (A) A lei 11.445/07 prevê a possibilidade de que sejam oferecidos subsídios necessários ao atendimento de usuários e localidades de baixa renda, associando dois mecanismos: (a) tipo de beneficiário (direto e indireto); (b) origem dos recursos (orçamentários ou subsídios cruzados internos). O oferecimento de subsídios e outros ajustes serão incluídos no Fator de Ajuste (A) preservando a integridade de cálculo dos demais fatores. O Fator de Ajuste será igual a 108 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 1, sempre que não houver ajuste a ser feito, e poderá variar para atender a necessidade de modificar o resultado do cálculo. É importante salientar que o ajuste deverá ser regulamentado mesmo que tenha caráter temporário. VI – Grandes geradores, indústria, setor público, serviços de saúde, construção civil e demais categorias Propõe-se que haja preço público do serviço de coleta e disposição final de resíduos sólidos – PPRS, definido proporcionalmente à utilização do serviço para as demais categorias, considerando o custo unitário da coleta, transporte, tratamento e disposição final adequada do resíduo, multiplicado pela quantidade (peso) do resíduo gerado. PPRS = C.unit (tipo de resíduo) x Q (peso do resíduo gerado) É importante salientar que tanto os prestadores de regime público (concessionário, permissionário, terceirizado e credenciado) quanto o próprio Município podem prestar os serviços mencionados. Sendo o Município o prestador, este perceberá do ente privado o devido preço público proporcional à prestação do serviço. Considerando o princípio do poluidor-pagador, as multas aplicadas em função de descumprimento de obrigações legais no que tange ao manejo de resíduos sólidos também devem ser consideradas receitas úteis à sustentabilidade do sistema. Desta forma, a arrecadação de TMRS + PPRS + multas deverão compor a receita do FMGRS que tem por finalidade financiar as ações de melhoria e manutenção dos serviços de manejo de resíduos sólidos. 10.4 Determinante social A participação e o controle social dependem de elementos fundamentais que se apóiam mutuamente e envolvem: A formalização de espaços e mecanismos de controle social; O desenvolvimento de ações de mobilização social que visem a participação efetiva e continuada da sociedade; O desenvolvimento de um programa de educação ambiental. 10.4.1 Previsões legais para instituição do controle social O acesso á informação é um direito garantido pela Constituição de 1988. O art. 5º em seu inciso XXXIII dispõe que: “...todos têm o direito de receber dos órgãos públicos informações de interesse pessoal ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei, 109 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. cujo sigilo seja Vale destacar, também, que a LDNSB e a PNRS apresentam, em seus princípios o controle social e o acesso á informação. Determinam que este controle deve ser assegurado em todo processo de formulação, implantação e avaliação das políticas públicas relacionadas ao saneamento básico, observado o disposto nas Leis nº 10.650/2003, nº 11.445/2007 e nº 12.305/2010. No nível municipal a elaboração dos planos de saneamento básico, contou com a cooperação das associações representativas de vários segmentos da sociedade e da ampla participação da população, norteadas pelo Plano de Mobilização Social e pelo disposto no art. 23 no inciso VI do Decreto n° 7.217/2010 garantindo dessa maneira os mecanismos previstos nos art. 34 e 47 da LDNSB. A LDNSB em seu art. 34 define alguns mecanismos de controle social, entre elas estão: I - debates e audiências públicas; II - consultas públicas; III - conferências das cidades; ou IV - participação de órgãos colegiados de caráter consultivo na formulação da política de saneamento básico, bem como no seu planejamento e avaliação. Estabelece ainda, em seu art. 47, a relação de órgãos a serem envolvidos no processo de controle social, incluindo representantes: I - dos titulares dos serviços; II - de órgãos governamentais relacionados ao setor de saneamento básico; III - dos prestadores de serviços públicos de saneamento básico; IV - dos usuários de serviços de saneamento básico; V - de entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor relacionadas ao setor de saneamento básico. § 1º As funções e competências dos órgãos colegiados a que se refere o caput deste artigo poderão ser exercidas por órgãos colegiados já existentes, com as devidas adaptações das leis que os criaram. 10.4.2 Controle social no processo de elaboração dos PMSB e PMGIRS O Plano de Mobilização Social (PMS) e o Diagnóstico de Percepção Social tiveram por objetivo criar as bases para a efetiva participação e controle social da sociedade pontaporanense ao longo de todo o processo de elaboração do PMGIRS e do PMSB. Buscou também definir condições para que este controle fosse assegurado nas etapas seguintes de acompanhamento da implementação e de monitoramento dos Planos. Os vários mecanismos e estratégias de participação social propostos no PMS e implementados ao longo do processo de trabalho, como reuniões técnicas, divulgação de 110 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) encontros e avanços na mídia impressa e nas rádios locais, bem como reuniões setoriais – educação, saúde, sociedade civil, etc. – permitiram que a sociedade se apropriasse das informações e conhecimentos, possibilitando que a mesma pudesse propor, monitorar e revisar ações, programas e políticas. O Diagnóstico de Percepção Social, cuja síntese da metodologia aplicada e dos resultados alcançados é apresentada ao inicio deste documento, garantiu a participação da sociedade na construção do diagnóstico dos serviços de saneamento básico e na identificação de soluções para as deficiências encontradas. Esse cuidado buscou conferir maior legitimidade ao trabalho assegurando que o mesmo fosse desenvolvido de forma participativa. O Município apresenta um amplo conjunto de representações sociais com especificidades próprias como grupos vinculados à terra, sindicatos trabalhistas, associações de moradores, dentre outros. Atualmente existem 19 conselhos municipais, oito deles são atuantes e a Casa dos Conselhos, que congrega os vários conselhos, se constitui em um dos espaços mais representativos no momento onde são discutidas as políticas públicas. 10.4.3 Instancias de controle social Comitê Gestor – eixo técnico O Município de Ponta Porã instituiu, por meio do Decreto nº 6.527, de 07 de abril de 2014 o Comitê Gestor (CG) de caráter técnico institucional. Este Comitê é integrado por representantes das secretarias municipais diretamente vinculadas à questão do saneamento básico: Indústria, Comércio, Meio Ambiente e Turismo; Planejamento e Finanças; Obras e Urbanismo; Educação; Saúde e Assistência Social. Integram também o Comitê Gestor representantes da Casa dos Conselhos e da Sanesul, visando promover uma abordagem multidisciplinar e a articulação de programas e políticas públicas em desenvolvimento no Município. As atribuições definidas pelo CG, incluem: Exercer a competência municipal, enquanto titular dos serviços de saneamento básico, no planejamento de políticas públicas para o setor; Disponibilizar e facilitar o acesso às informações técnicas necessárias para a elaboração dos produtos; Contribuir na identificação de soluções para a melhoria dos serviços públicos de saneamento básico. Desde sua criação o Comitê Gestor contribuiu de maneira ativa no processo de elaboração do PMSB e do PMGIRS, e no apoio às ações de mobilização social. A recomendação é a de que o Comitê Gestor se mantenha ativo, como o eixo técnico do controle social, e que as ações voltadas para a implementação dos Planos sejam concentradas nesse Comitê. Isso, contribuirá para que os Programas propostos sejam assumidos pelas várias secretarias municipais representadas no CG, com ações complementares e articuladas. 111 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Câmara/Comitê técnico consultivo de saneamento básico O Município de Ponta Porã não conta com uma instância de controle social formalmente instituída para o saneamento básico. Nem tampouco os órgãos de controle social de temas transversais, quais sejam, o Conselho da Cidade de Ponta Porã (CCPP) e o Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA), são dotados de competência para intervir no setor do saneamento básico. Assim, recomenda-se que o Município amplie, por meio da devida via legislativa, a competência do CCPP ou do CMMA para que possam atuar como uma instância municipal voltada para o controle social dos serviços de saneamento básico. Deve-se considerar que a instituição de controle social no setor de saneamento constitui condição de acesso aos recursos públicos federais ou geridos ou administrados pelo Governo Federal para fins de aplicação em ações estatais no setor de saneamento básico, o que deve ser realizado até 31 de dezembro de 2015. Este Comitê Técnico Consultivo a ser criado no âmbito de um dos conselhos municipais mencionados acima teria ações complementares aquelas do Comitê Gestor e asseguraria a plena participação e controle social, conferindo ampla legitimidade ao Planos e ampliando as possibilidades de que os mesmos se tornem políticas publicas efetivas para o saneamento básico. 10.4.4 Mobilização social efetiva e continuada A mobilização social pressupõe acesso a informações de qualidade e que sejam veiculadas da forma adequada. Um dos desafios é assegurar que a comunicação atue como ferramenta de democratização da informação e que ocorra de forma integrada, tanto a comunicação institucional, aqui entendida como aquela entre os integrantes do Comitê Gestor, como a comunicação externa ou pública, voltada para a sociedade como um todo, garantindo o fluxo de comunicação. Diferentemente da comunicação interna, cujo publico é mais homogêneo (voltado para equipe institucional da PMPP), no caso da comunicação externa, recomenda-se uma diversificação das ferramentas de comunicação, assim como adequação da linguagem a cada público. Um dos principais órgãos emissores é a própria Prefeitura que deverá informar regularmente à sociedade sobre a implantação dos Planos e fomentar sua participação. Além da comunicação oficial da Prefeitura, por meio da Coordenadoria Especial de Comunicação, esse fluxo deverá ocorrer também através de outros meios de comunicação indicados pelos integrantes do Comitê Gestor e definidos no PMS, de modo a permitir uma ampla divulgação dos Planos. As rádios, amplamente ouvidas pela comunidade também deverá ser um mecanismo de comunicação em destaque por sua capilaridade, assim como, o seu baixo custo. No caso especifico deste meio de comunicação observa-se que devem ser considerados, além dos programas brasileiros, aqueles transmitidos em rádios paraguaias vez que estes também são ouvidos em Ponta Porã. 112 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) As informações a serem divulgadas devem ser fornecidas, preferencialmente, pelo Comitê Gestor como forma de assegurar coerência nos dados do Projeto. Algumas ferramentas, sobretudo, aquelas ligadas à mídia social listadas no PMS devem ser usadas com frequência de modo a assegurar regularidade na divulgação sem representar altos investimentos para a Prefeitura. As escolas da rede municipal de educação e as coordenações das unidades de saúde deverão ser considerados para veicular a informação sobre os PMSB e PMGIRS, pois chegam a grande parte do Município. Ademais, foram atuantes ao longo de todo o processo de elaboração dos Planos. Os aspectos fundamentais que o Comitê Gestor deverá ter em conta para uma boa comunicação serão: Conhecimento do contexto onde a informação será veiculada; Planejamento das ações em decorrência dos objetivos propostos, das formas mais eficientes de alcançar o público desejado e dos recursos disponíveis; Execução e mensuração dos resultados por meio da reação do público às mensagens veiculadas. Recomenda-se que os mecanismos e procedimentos adotados, com base no Plano de Mobilização Social, sejam reavaliados a cada quatro anos, coincidindo com o período proposto para revisão dos Planos. 10.4.5 Educação Ambiental O Diagnóstico evidenciou a carência de ações estruturadas no campo da educação ambiental e da comunicação. Por esta razão, o Programa de Mobilização Social e Educação Ambiental tem importância estratégica na garantia do bom funcionamento dos serviços de saneamento básico propostos nos PMGIRS e PMSB. Propõe-se, assim, o desenvolvimento de um programa cujas diretrizes devem ser definidas pelo Comitê Gestor em articulação com a Câmara Técnica a ser criada. Deve-se assegurar o envolvimento direto das Secretarias de Educação, de Saúde e da SICTMA na perspectiva de compatibilizar programas em andamento bem sucedidos com as diretrizes definidas para este programa intersetorial. A transversalidade a ser assegurada no processo de desenvolvimento do Programa assim como de sua implementação permite a elaboração de uma agenda que envolva as dimensões ambiental, econômica, social, educativa e que atenda as demandas dos quatro componentes do saneamento básico em sua plenitude. Este esforço conjunto e integrado é fundamental para a construção de ações sustentáveis. Algumas das ações propostas para este Programa incluem: Disseminação dos PMSB e PMGIRS; Divulgação de calendários de coleta de resíduos sólidos urbanos; 113 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Desenvolvimento de campanhas informativas e educativas sobre o manejo dos resíduos sólidos, o uso racional da água, dentre outros Estabelecimento de canais de comunicação com a sociedade, como “alô saneamento”; Difusão de orientações para o gerador e os prestadores de serviços de coleta de RCC, em especial os pequenos geradores e os carroceiros; Difusão de orientações para o gerador e os prestadores de serviços de coleta de RSS; Desenvolvimento de ações voltadas para os catadores, orientando sobre o papel de agente ambiental e informando sobre os modelos de coleta seletiva adotados; Realização de reuniões com segmentos sociais para discussão e avaliação dos PMSB e PMGIRS. Inserção na grade curricular dos resíduos sólidos, como tema transversal a educação ambiental; 10.5 Desenvolvimento institucional Para a gestão dos serviços públicos de saneamento básico com eficiência e eficácia são fatores condicionantes a formação de capacidades técnicas, por meio de investimentos em programas específicos de capacitação, e a instrumentalização gerencial e operativa para um adequado desempenho institucional frente às novas atividades estruturadas a partir dos PMSB e PMGIRS. Deve-se buscar, também, o fortalecimento e o desenvolvimento da capacidade gerencial, organizacional e operativa dos órgãos implicados direta ou indiretamente com o setor, com vistas à otimização dos programas e garantir maior produtividade e qualidade nos servios prestados. No que tange à capacitação técnica, propõe-se que estas sejam orientadas para três públicos diversificados: Nível técnico-gerencial: atualização dos aspectos legais inerentes ao setor do saneamento básico, sedimentar o conceito de gestão associada, desenvolver a capacidade gerencial, aprofundando os aspectos operacionais e de fiscalização; Nível operacional: oferecer subsídios operacionais para garantir melhor desempenho e maior segurança no trabalho, orientações técnicas sobre as atividades operacionais a serem executadas, uso de ferramentas adequadas para cada atividade, regras de manutenção dos equipamentos; Fiscalização: instrumentalizar os agentes de fiscalização para que incorporem à sua pratica os aspectos relacionados ao saneamento básico, que conheçam os serviços disponibilizados ao munícipe, seus direitos e deveres, e as responsabilidades dos prestadores dos serviços, que internalizem os procedimentos para o exercício da fiscalização em âmbito local. 114 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 11. PROPOSTA DE INTERVENÇÕES E ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES A análise efetuada com base no Diagnóstico demonstrou as fragilidades do Município, tanto nos aspectos de gestão como de gerenciamento, o que implica no estabelecimento de prioridades para as propostas de intervenção relativas aos quatro componentes do saneamento básico para o alcance do Cenário Desejável. 11.1 Hierarquização nas áreas de intervenção A hierarquização e priorização das intervenções representam uma das fases mais importantes do processo de elaboração e implementação de políticas públicas, que têm como principal objetivo garantir o acesso ao atendimento de serviços básicos e essenciais à população e à sustentabilidade dos mesmos. As ações concebidas requerem atendimentos imediato ou emergencial e a curto, médio e longo prazos para o horizonte de validade dos Planos (20 anos), como previsto no artigo 19 da LDNSB. Tabela 30: Hierarquização das intervenções previstas Hierarquia Horizonte temporal Imediato 2014-2016 Curto Prazo (CP) 2017 – 2021 Médio Prazo (MP) 2022 – 2028 Longo Prazo (LP) 2029 -2034 Como prioridade imediata, considera-se que as ações devem ser desenvolvidas prontamente e de forma independente das demais prioridades elencadas. Para as ações de curto prazo, o horizonte temporal proposto deverá anteceder a elaboração do Plano Plurianual Municipal – PPA, de forma que seja possível sua compatibilização. 11.2 Metas para o alcance do Cenário Desejável Com base nas ações necessárias para minimizar a atual carência da prestação dos serviços, na hierarquização estabelecida e nas metas definidas pelos Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) e Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PLANARES) (Anexo 3), foram adotadas as seguintes metas para os quatro componentes do saneamento básico. 115 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Quadro de metas do saneamento básico no Município de Ponta Porã Ações Meta Abastecimento de água potável Obtenção de outorga de uso consuntivo da água Plano de Emergências e Contingências para o sistema de abastecimento de água potável Imediato 2014-2016 Redução do atual índice de perdas em 41% Atendimento de 100% da população com o aumento da rede existente para prestação dos serviços públicos Incorporação da área rural ao sistema público de abastecimento de água potável Cadastramento de poços individuais Curto Prazo 2017-2021 Disponibilização dos dados do sistema de informações para o acesso da população Redução do atual índice de perdas em 38% Estruturação de sistemas de controle e fiscalização de atividades agrícolas e industriais no Município Controle da expansão territorial em áreas de preservação permanente Estruturação de sistemas de controle e fiscalização do uso da água (poços individuais ativos) Estruturação e implementação de programas consistentes de sensibilização e educação ambiental voltados ao consumo consciente de água Médio Prazo 2022-2027 Redução do atual índice de perdas em 33% Desenvolvimento de estudos para aferição de novos mananciais de abastecimento Ampliação da capacidade instalada da ETA Longo Prazo 2028-2034 Redução do atual índice de perdas em 30% Esgotamento sanitário Obtenção de Outorga para uso não consuntivo da água (ETE) Imediato 2014-2016 Plano de Emergências e Contingências para o sistema de esgotamento sanitário Cadastramento da utilização de fossas sépticas ou sumidouros, bem como de possíveis ligações clandestinas 116 Curto Prazo 2017-2021 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Ações Meta Erradicação e fiscalização do esgotamento sanitário em redes de drenagem de águas pluviais e lançamento direto nos corpos d’água Elaboração de estudos de alternativas para recuperação do lodo de ETE e descarte de excedentes - destinação final do lodo Monitoramento da qualidade do corpo receptor da ETE Estruturação de banco de dados com as informações do sistema Adoção de alternativas para recuperação do lodo de ETE e descarte de excedentes - destinação fina do lodo Incorporação da área rural ao sistema público de esgotamento sanitário Atendimento de 100% da população com os serviços públicos com aumento da rede existente Médio Prazo 2022-2027 Estruturação de sistemas de controle e fiscalização Implantação de sistema de monitoramento da qualidade do corpo receptor Ampliação da capacidade instalada da ETE Longo Prazo 2028-2034 Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas Cadastramento e mapeamento dos dispositivos de drenagem existentes de forma a tornar completo o cadastro técnico existente Imediato 2014-2016 Priorização da capacidade de infiltração da bacia por meio de controle de uso do solo Estabelecimento de mecanismos para reaproveitamento, retenção e infiltração, otimizando e reduzindo a carga do sistema Controle e fiscalização dos índices de impermeabilização do solo Elaboração do Plano Setorial de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Curto Prazo 2017-2021 Recuperação dos dispositivos de drenagem existentes, levantados pelo cadastro técnico do sistema Identificação e cadastramento de ligações clandestinas de esgoto existentes nas redes de drenagem pluvial com sua erradicação Fortalecimento da fiscalização na expansão da área urbana e rural Recuperação/preservação de áreas de preservação permanente Erradicação do carreamento de sólidos e contensão das erosões e assoreamento 117 Médio Prazo 2022-2027 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Ações Meta Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas Implementação de mecanismos para reaproveitamento, retenção e infiltração, otimizando e reduzindo a carga do sistema Regulamentação de captação e uso das águas pluviais em reservatórios individuais Estabelecimento de plano de arborização urbana para favorecimento da infiltração das águas pluviais no solo e evapotranspiração lenta. Ações de sensibilização e educação ambiental Limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos Atualização cadastral de agentes e estabelecimentos envolvidos com os resíduos sólidos Definição do fluxograma do sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos Desvinculação da taxa de coleta de lixo da base de calculo do IPTU Definição de modelagem da regulação dos serviços Implementação de programa de coleta seletiva inclusiva Estabelecimento de alternativas técnicas para redução da fração úmida de resíduos a ser encaminhada para disposição final Buscar medidas para a redução da fração seca dos resíduos encaminhados para disposição final em 16 a 25%, considerando a estimativa de geração estabelecida para o ano de 2014 Promover a ampliação gradual dos índices de cobertura dos serviços de coleta de RSD na área urbana Elaborar Plano de Varrição Desenvolvimento de programa municipal de gerenciamento de RCC Elaboração de Planos de Gerenciamento de RSS nas unidades públicas Fiscalização da existência de planos de gerenciamento para os geradores previstos no art. 20 da PNRS e, em caso de não existencia, promover a sansão cabível Desenvolver estudos para seleção de melhor tecnologia aplicável à destinação final dos resíduos sólidos gerados, priorizando ações compartilhadas intermunicipais Selecionar área para disposição final Desenvolver e implementar soluções para a recolocação dos catadores existentes na área do lixão 118 Imediato 2014-2016 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Ações Meta Qualificação técnica da equipe responsável pela prestação e fiscalização dos serviços com vistas ao fortalecimento institucional Aprimoramento de estrutura de fiscalização da prestação dos serviços Adoção de indicadores de desempenho da prestação dos serviços com base nos sistemas nacionais de informação, SINIR e SNIS Desenvolver estudos para implantação de centros de apoio operacional para recebimento de resíduos sólidos Prover serviços de manejo de RSD na área rural (distritos, assentamentos e áreas indígenas) Implementação das medidas para a redução da fração seca dos resíduos encaminhados para disposição final em 16%, considerando a estimativa de geração estabelecida para o ano de 2014 Curto Prazo 2017-2021 Implementação de alternativas técnicas para o tratamento da fração úmida dos resíduos Implementação da tecnologia escolhida para destinação final dos resíduos sólidos gerados Prover estruturas na área selecionada para disposição final dos rejeitos em aterro sanitário Reabilitação da área degradada pelo lixão Implementação das medidas para a redução da fração seca dos resíduos encaminhados para disposição final em 21%, considerando a estimativa de geração estabelecida para o ano de 2014 Propor medidas para a redução em 25% da fração seca dos resíduos encaminhados para disposição final, para o período de vigência do PMGIRS, considerando a estimativa de geração estabelecida para o ano de 2014 Médio Prazo 2022-2027 Mobilização social e educação ambiental Elaboração de programa de educação ambiental e sanitária intersetorial Planejamento de campanhas de educação ambiental especificas para conscientizar e sensibilizar a população sobre o programa de coleta seletiva, envolvendo, sempre que possível, os catadores nas ações educativas Fortalecimento do Comitê Gestor, como instância institucional de acompanhamento e monitoramento do PMSB e do PMGIRS do Município de Ponta Porã Imediato 2014-2016 Ampliação do escopo de atuação do Conselho Municipal de Meio Ambiente de modo a que passe a atuar como instancia de controle social para o saneamento básico Desenvolvimento do programa de educação ambiental e sanitária intersetorial 119 Curto Prazo 2017-2021 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Ações Meta Lançamento de campanhas de educação ambiental especificas para conscientizar e sensibilizar a população sobre o programa de coleta seletiva, envolvendo, sempre que possível, os catadores nas ações educativas Nas revisões dos PMSB e PMGIRS do Município de Ponta Porã, que deverão ocorrer em intervalos de quatro anos, conforme Figura 3, as metas estabelecidas também deverão ser revistas, sem prejuízo da incorporação de novas metas com vistas ao atendimento do PLANSAB e do PLANARES para a universalização dos serviços. 12. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES Com vistas ao alcance das metas indicadas torna-se necessário o desenvolvimento de Programas, Projetos e Ações, os quais deverão ser implementados em estreita harmonia entre si. Esta consonância é indispensável para que os investimentos possam refletir de maneira dinâmica nos componentes do saneamento básico, uma vez que tais intervenções devem ser inseridas em programas e projetos que contribuam, realmente, para a elaboração/adequação de políticas públicas e para a efetiva implementação do PMSB e do PMGIRS de Ponta Porã. Os programas, projetos e ações serão apresentados para cada um dos componentes do saneamento básico, apesar de que em algumas situações os programas se tornam complementares e ou interrelacionados. A Figura 25 sintetiza os programas previstos para a otimização dos serviços públicos o saneamento básico no município de Ponta Porã. 120 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Figura 25: Programas previstos PMSB - PMGIRS (PROGRAMAS / 2014-2034) 121 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 12.1 Abastecimento de Água Potável Para o alcance das metas estabelecidas é considerado programa essencial: REGULAMENTAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL Objetivo:Regulamentação e revitalização do sistema de abastecimento de água potável. Fundamentação:Com vistas à melhoria da eficácia, o sistema de abastecimento de água deve ser provido de estrutura essencial para o bom funcionamento administrativo e operacional. Para possibilitar sua regulamentação, será necessário reduzir as perdas, normatizar a capacidade de produção e reservação de água para possibilitar sua distribuição. Deverá ser previsto o abastecimento de água potável para todo o Município com vistas a atender às exigências da LDNSB cuja premissa é a universalização dos serviços, busca da equidade social, considerando sempre os riscos sanitários, epidemiológicos e ambientais na priorização dessas ações. O programa deverá ser implantado por meio de três fases: FASE I PRIORIDADE: Curto prazo META: Até 2021 Ações: Ampliação e ou ativação de rede de abastecimento para o atendimento de 100% da população com vistas à universalização dos serviços; Incorporação da área rural ao sistema público de abastecimento de água potável; Cadastramento de poços individuais; Disponibilização dos dados do sistema para o acesso da população; Redução do atual índice de perdas em 38%. FASE II PRIORIDADE: Médio prazo META: Até 2028 Ações: Estruturação de sistemas de controle e fiscalização de atividades agrícolas e industriais no Município; Controle da expansão territorial em áreas de preservação permanente; Revitalizar as APP no entorno dos cursos d’água; 122 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Estruturação de sistemas de controle e fiscalização do uso da água (poços individuais ativos); Estruturação e implementação de programas consistentes de sensibilização e educação ambiental voltados ao consumo consciente de água; Redução do atual índice de perdas em 33%; Desenvolvimento abastecimento. de estudos para aferição de novos mananciais de FASE III PRIORIDADE: Longo prazo META: Até 2034 Ações: Ampliação da capacidade instalada da ETA; Redução do atual índice de perdas (ano de 2014) em 30%. 12.2 Esgotamento Sanitário Para o alcance das metas estabelecidas, é considerado programa essencial: OTIMIZAÇÃO E CONTROLE DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Objetivo: Controlar os sistemas individuais de esgotamento sanitário. Fundamentação: O esgotamento sanitário executado por meio de soluções individuais não constituem serviço público de saneamento, no entanto, uma das diretrizes da LDNSB é garantir meios adequados para atendimento da população rural. Dessa forma, o Município deve incorporar os distritos, assentamentos e áreas indigenas ao serviço público de esgotamento sanitário e quando, por razões tecnicas não for possível, o esgotamento deve ser garantido por meio de sistemas individuais, desde que seja ofertada assistência técnica, para maior controle desses sistemas. Além disso, devem ser fiscalizados os estabelecimentos que geram efluentes não domésticos, criando diretrizes que obriguem estes a implantarem soluções eficazes de tratamento. O programa deverá ser implantado por meio de três fases: FASE I PRIORIDADE: Curto prazo META: Até 2021 123 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Ações: Cadastramento da utilização de fossas sépticas ou sumidouros, bem como de possíveis ligações clandestinas; Erradicação e fiscalização das ligações de esgotamento sanitário em redes de drenagem de águas pluviais e/ou lançamento direto nos corpos d’água; Obrigatoriedade de ligação predial na rede pública de esgoto; Elaboração de estudos de alternativas para recuperação do lodo de ETE e descarte de excedentes - destinação final do lodo; Monitoramento da qualidade do corpo receptor da ETE; Estruturação de banco de dados com as informações do sistema. FASE II PRIORIDADE: Médio prazo META: Até 2027 Ações: Adoção de alternativas para recuperação do lodo de ETE e descarte de excedentes -destinação final do lodo; Incorporação da área rural ao sistema público de esgotamento sanitário; Atendimento de 100% da população com os serviços públicos com aumento da rede existente; Estruturação de sistemas de controle e fiscalização; Implantação de sistema de monitoramento da qualidade do corpo receptor. FASE III PRIORIDADE: Longo prazo META: Até 2034 Ações: Ampliação da capacidade instalada da ETE. 12.3 Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas Para a drenagem e manejo de águas pluviais urbanas o atendimento à meta imediata referente ao cadastramento e mapeamento dos dispositivos de drenagem existentes de forma a tornar completo o cadastro técnico deverá ser realizada pela Prefeitura Municipal, no horizonte temporal estabelecido, o que propiciará que as demais metas sejam atendidas. 124 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Para o alcance das metas estabelecidas, é considerado programa essencial: CONTROLE DO SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE AGUAS PLUVIAIS URBANAS Objetivo: Controlar os sistemas de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. Fundamentação: Para possibilitar o controle dos sistemas de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas é necessário que sejam analisadas as bacias de contribuição, o estabelecimento de mecanismos para retenção e percolação das águas pluviais para que os dispositivos já construídos não recebam sobrecarga e a água retida seja utilizada para fins não potáveis. O programa deverá ser implantado por meio de duas fases: FASE I PRIORIDADE: Curto prazo META: Até 2016 Ações: Priorização da capacidade de infiltração da bacia por meio de controle de uso do solo; Estabelecimento de mecanismos para reaproveitamento, retenção e infiltração, otimizando e reduzindo a carga do sistema; Controle e fiscalização dos índices de impermeabilização do solo; Elaboração do Plano Setorial de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais; Recuperação dos dispositivos de drenagem existentes, levantados pelo cadastro técnico do sistema; Identificação e cadastramento de ligações clandestinas de esgoto existentes nas redes de drenagem pluvial com sua erradicação; Fortalecimento da fiscalização na expansão da área urbana e rural. FASE II PRIORIDADE: Médio prazo META: Até 2027 Ações: Recuperação/preservação de áreas de preservação permanente; Erradicação do carreamento de sólidos e contensão das erosões e assoreamento; Implementação de mecanismos para reaproveitamento, retenção e infiltração, otimizando e reduzindo a carga do sistema; Regulamentação de captação e uso das águas pluviais em reservatórios individuais; 125 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Estabelecimento de plano de arborização urbana para favorecimento da infiltração das águas pluviais no solo e evapotranspiração lenta; Ações de sensibilização e educação ambiental. 12.4 Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos Para o alcance das metas estabelecidas são considerados programas essenciais: PROMOÇÃO DA GESTÃO INTEGRADA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Objetivo: Fomentar a gestão integrada dos resíduos sólidos em todas as suas dimensões. Fundamentação: A PNRS tem, entre seus princípios, a abordagem dos residuos sólidos a partir de uma visão sistêmica, englobando as suas várias dimensões. Este programa visa a aprimorar a gestão dos resíduos sólidos, por meio de ações articuladas e complementares que visam o aperfeiçoamento da estrutura de fiscalização existente, da modelagem da regulação dos serviços e do planejamento e execução do gerenciamento dos serviços. Ações de capacitação voltadas para o aprimoramento técnico das equipes permitirão o fortalecimento institucional. O conjunto de deficiências identificadas tem reflexos diretos na sustentabilidade economico financeira dos serviços cuja estrutura financeira também demanda ajustes. O programa será desenvolvido em duas fases. FASE I PRIORIDADE: Imediata META: Até 2016 Ações: Definição do fluxograma do sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; Definição da modelagem da regulação dos serviços; Desvinculação da taxa de lixo da base de calculo do IPTU; Atualização cadastral de agentes e estabelecimentos envolvidos com os resíduos sólidos (agentes envolvidos no manejo de resíduos da construção civil, grandes geradores, estabelecimentos privados de serviços de saúde, dentre outros). FASE II PRIORIDADE: Curto Prazo META: Até 2021 126 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Ações: Qualificação técnica da equipe responsável pela prestação e fiscalização dos serviços com vistas ao fortalecimento institucional; Aprimoramento da estrutura de fiscalização da prestação dos serviços; Adoção de indicadores de desempenho da prestação dos serviços com base nos sistemas nacionais de informação (SNIS e SINIR). OTIMIZAÇÃO DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Objetivo: Otimizar o gerenciamento dos serviços com vistas a viabilizar sua universalização de forma sustentável. Fundamentação: Os serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos prestados no Município apresentam deficiências e carecem de aperfeiçoamento técnicooperacional. A otimização dos serviços de coleta de resíduos sólidos domiciliares de forma articulada ao desenvolvimento de programa de coleta seletiva, o ordenamento do manejo dos RCC e dos RSS, assim como a definição de diretrizes para os resíduos de logística reversa obrigatória, contribuirão para a minimização dos impactos à saúde pública e ao meio ambiente. Estas medidas, em articulação com as ações previstas no programa de promoção da gestão integrada dos resíduos sólidos serão essenciais para a sustentabilidade dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Este programa está distribuído em três fases. FASE I PRIORIDADE: Imediata META: Até 2016 Ações: Implementação de programa de coleta seletiva inclusiva; Estabelecimento de alternativas técnicas para redução da fração úmida de resíduos a ser encaminhada para disposição final; Buscar medidas para a redução da fração seca de resíduos encaminhados para disposição final em 16% a 25%, considerando a estimativa de geração de materiais estabelecida para o ano de 2014; Promover a ampliação gradual dos índices de cobertura dos serviços de coleta de RSD nas áreas urbana; Elaborar Plano de Varrição; Desenvolvimento de programa municipal de gerenciamento de RCC; Elaboração dos planos de gerenciamento de RSS nas unidades públicas; 127 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Fiscalização da existência de planos de gerenciamento para os geradores previstos no art. 20 da PNRS e, em caso de não existência, promover a sansão cabível. FASE II PRIORIDADE: Curto Prazo META: Até 2021 Ações: Desenvolver estudos para implantação de centros de apoio operacional para recebimento de resíduos sólidos (RCC, resíduos de logística reversa, resíduos volumosos, dentre outros); Prover serviços de manejo de RSD na área rural (distritos, assentamentos e áreas indígenas); Implementar medidas para a redução de 16% da fração seca de resíduos encaminhados para disposição final, considerando a estimativa de geração de materiais estabelecida para o ano de 2014. Implementação de alternativas técnicas para o tratamento da fração úmida de resíduos. FASE III PRIORIDADE: Médio Prazo META: Até 2027 Ações: Implementar medidas para a redução de 21% da fração seca de resíduos encaminhados para disposição final, considerando a estimativa de geração de materiais estabelecida para o ano de 2014; Propor medidas para a redução de 25% da fração seca de resíduos encaminhados para disposição final, considerando a estimativa de geração de materiais estabelecida para o ano de 2014 e o período de vigência do Plano. DESTINAÇÃO FINAL ADEQUADA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Objetivo: Promover a destinação final adequada dos resíduos sólidos gerados com a erradicação do lixão e recuperação da área degradada. Fundamentação: Os resíduos sólidos gerados no Município são dispostos de forma inadequada em lixões, um localizado na área urbana e outro no Distrito de Cabeceira do Apa. Além de falta de atendimento às normativas legais, esta prática resulta em impactos ambientais e sanitários expressivos.. Por outro lado, diante da inexistência de políticas 128 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) publicas para a redução da geração de resíduos e de estimulo a reutilização e reciclagem, a maioria dos resíduos gerados no Município são encaminhados para disposição final, ferindo as diretrizes da PNRS de destinação final apenas de rejeito. O Programa de Otimização do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos terá papel fundamental na viabilização desta diretriz da PNRS, em especial no que tange a coleta convencional e seletiva, na medida em que o aprimoramento destes serviços terá impacto direto no volume e no tipo de resíduo a ser encaminho para disposição final. Além da obrigatoriedade legal de encerramento dos lixões e de remediação das respectivas áreas, por meio de ações específicas e monitoramento completo da área, a PNRS fomenta a busca de soluções compartilhadas para o manejo dos resíduos sólidos, com destaque para a disposição final. FASE I PRIORIDADE: Imediata META: Até 2016 Ações: Desenvolver estudos para seleção de melhor tecnologia aplicável à destinação final dos resíduos gerados, priorizando ações compartilhadas intermunicipais; Selecionar área para disposição final; Desenvolver e implementar soluções para a recolocação dos catadores existentes na área do lixão. FASE II PRIORIDADE: Curto Prazo META: Até 2021 Ações: Implantar tecnologia escolhida para destinação final dos resíduos gerados; Prover estruturas na área selecionada para disposição final dos rejeitos em aterro sanitário; Reabilitar as áreas degradadas pelo lixão possibilitando sua utilização. MOBILIZAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Objetivo: Instrumentalizar a sociedade por meio de ações educativas, informativas e de comunicação para fomentar a participação e o controle social. Fundamentação: A Educação Ambiental, apesar de se constituir em programa especifico deve respaldar as ações previstas em cada um dos programas descritos acima.. Neste sentido, ela é transversal a todas as fases de execução do PMSB e do 129 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) PMGIR do Município de Ponta Porã. Ações educativas e informativas estimulam e contribuem para a participação consciente da sociedade conferindo maior legitimidade aos Planos e ampliando o sucesso de sua implementação, a partir da adesão da sociedade. As ações propostas neste programa tomam como instrumento referencial o Plano de Mobilização Social, assim como as diretriz definidas no Planares e na Política Nacional de Educação Ambiental. As ações propostas serão desenvolvidas em duas fases, sendo a primeira delas focada no planejamento e modelagem dos programas e campanhas e a segunda na efetiva implementação dos programas e campanhas. FASE I PRIORIDADE: Imediata META: Até 2016 Ações: Elaboração de programa de educação ambiental e sanitária intersetorial; Planejamento de campanhas de educação ambiental especificas para conscientizar e sensibilizar a população sobre o programa de coleta seletiva, envolvendo, sempre que possível, os catadores nas ações educativas; Fortalecimento do Comitê Gestor, como instância institucional de acompanhamento e monitoramento do PMSB e do PMGIRS do Município de Ponta Porã ; Ampliação do escopo de atuação do Conselho Municipal de Meio Ambiente de modo a que passe a atuar como instancia de controle social para o saneamento básico. FASE II PRIORIDADE: Curto Prazo META: Até 2021 Ações: Desenvolvimento do programa de educação ambiental e sanitária intersetorial; Lançamento de campanhas de educação ambiental especificas para conscientizar e sensibilizar a população sobre o programa de coleta seletiva, envolvendo, sempre que possível, os catadores nas ações educativas; 13. SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO A lei 11.445/2007 instituiu conceitos e princípios para o controle da prestação de serviços públicos, centrado na designação de uma entidade reguladora. Os serviços de saneamento básico deverão ser prestados com uso de técnicas da engenharia e sob a égide das normas técnicas brasileiras que definem inequivocamente os parâmetros a serem adotados. Consequentemente deverá estar sob a competência da entidade reguladora, não apenas as funções técnico-profissionais, mas aquelas que 130 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) permitirão o monitoramento e avaliação da prestação dos serviços. Entretanto, as ações programadas deverão ser monitoradas no âmbito do Sistema de Informações Gerenciais (SIG), o que pressupõe o processamento dos dados coletados, produção e analise das informações para subsidiar tomada de decisão. 13.1 Parâmetros de sustentabilidade Em conformidade com as diretrizes da Lei nº 11.445/2007, a prestação dos serviços de saneamento básico deve estar vinculada aos princípios de eficiência e sustentabilidade econômico-financeira. O pressuposto da sustentabilidade econômico-financeira da prestação dos serviços de saneamento básico estará associado à política tarifária adotada. 13.2 Sustentabilidade técnica Quanto aos aspectos técnicos, a prestação dos serviços deverá atender aos requisitos mínimos de qualidade, incluindo a regularidade, a continuidade e aqueles relativos aos produtos oferecidos, ao atendimento dos usuários e às condições operacionais e de manutenção dos sistemas. Deverá ser estabelecido um sistema de informações que contemple o controle de dados com base nos indicadores estabelecidos para os quatro eixos do saneamento básico. 13.3 Parâmetros de qualidade A melhoria do sistema de saneamento básico tem implicações diretas sobre a saúde da população, uma vez que possibilita a erradicação de doenças e provoca a diminuição dos índices de mortalidade, em especial da mortalidade infantil. Tem sido constatado que a implantação de sistemas adequados de abastecimento de água e de destino dos esgotos, a par da diminuição das doenças transmissíveis pela água, indiretamente ocorre a diminuição da incidência de uma série de outras doenças não relacionadas diretamente aos excretos ou ao abastecimento de água (Efeito Mills Reincke). Como medidas gerais de proteção para evitar doenças de veiculação hídrica, é possível destacar a proteção dos mananciais e controle da poluição das águas, sistema de distribuição bem projetado, construído, operado e mantido o controle permanente da qualidade bacteriológica e química da água na rede de distribuição, dentre outras medidas. 14. INDICADORES DE DESEMPENHO DO SISTEMA De forma a potencializar os objetivos dos Planos (PMSB e PMGIS), recomenda-se que o acompanhamento dos programas, projetos e ações planejados, utilize indicadores que permitam uma avaliação objetiva do desempenho dos serviços de saneamento básico. 131 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Para tanto, foram definidos parâmetros que serviram de base para a construção dos indicadores específicos para cada componente do saneamento básico e que melhor expressem a eficiência, eficácia e efetividade das ações planejadas. A seleção dos indicadores considerou aqueles já existentes em sistemas de informação, a exemplo do SNIS para os serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, amplamente utilizado nos diagnósticos municipais, além de outros adotados para os serviços de manejo de águas pluviais urbanas. A comparação entre os resultados dos indicadores e das metas estabelecidas fornecerá dados que possibilitarão avaliar o alcance dos objetivos e, por consequência, o desempenho do município de modo a permitir as bases para a tomada de decisão seja para correção ou ampliação das estruturas e serviços oferecidos. É importante ressaltar, que o número de indicadores precisará ser revisado continuamente com a inclusão de novos, retirada de outros ou mesmo reformulações para atender às expectativas do gerenciamento dos sistemas. Portanto trabalhos contínuos devem ser realizados para consolidar os indicadores à medida que novos dados serão gerados, seja pela utilização e análise dos próprios indicadores que darão um panorama dos problemas e características dos sistemas. A escolha dos indicadores irá se aperfeiçoar com o tempo e a experiência adquirida, a princípio, recomenda-se adotar uma quantidade limitada de indicadores, os quais poderiam ser denominados como indicadores “chaves” e ir aumentando a sua quantidade gradativamente, o que demandará mais informações, mas que trarão resultados mais abrangentes e confiáveis do desempenho institucional. Os indicadores estabelecidos para os quatro componentes do saneamento básico foram pautados naqueles utilizados pelo Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS). Os indicadores estabelecidos para a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos foram pautados naqueles utilizados pelo Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR) e encontram-se apresentados no quadro a seguir. Outros indicadores poderão ser agregados desde que demonstrados no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e encontram-se apresentados na Tabela 31. A periodicidade estimada para avaliação do desempenho dos serviços prestados deverá ser no máximo anual. Os responsáveis pelos serviços deverão elaborar relatório conclusivo com a explicitação dos valores obtidos para os indicadores e o atendimento ou não das metas estabelecidas. Neste relatório os seguintes aspectos deverão estar especificados: Planejamento adotado para o atendimento do PMSB-PP: formas de atendimento das metas e adequação dos recursos disponíveis, evolução da amostra, do conjunto de dados, do programa de coleta, das análises, das características da publicação e divulgação dos dados alcançados; 132 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Preparação para a coleta de dados: formas utilizadas para as atualizações cadastrais, cadastramento de novos usuários, correções e evoluções no programa de coleta de dados, manutenções no banco de dados, cronograma de coleta, etc; Coleta de dados: recepção dos dados, controle do andamento do cronograma estabelecido para a coleta de dados, prestação de esclarecimentos e retirada de dúvidas, controle e busca da qualidade das informações; Produção da avaliação: cálculo dos indicadores (tabelas e gráficos) para a elaboração das análises associado à produção dos textos. Metas não alcançadas deverão ser objeto de plano de ações corretivas, justificando-se os aspectos não obtidos em relação ao proposto nos setores de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. Mesmo sendo alcançados os objetivos e metas propostos, os responsáveis pelos serviços deverão encaminhar plano de ações corretivas e de redirecionamento, visando melhorar a qualidade dos serviços prestados; Uma versão preliminar da avaliação deverá ser submetida ao conselho municipal, instituído com atribuições de controle social, para conhecimento, críticas e sugestões. Processadas todas as alterações, a versão definitiva do relatório deverá ser publicada; Os relatórios anuais deverão ser aportados para o Sistema de Informações Gerenciais (SIG) que estará preparado para receber os resultados dos indicadores, bem como as análises efetuadas nos respectivos relatórios dos sistemas. 133 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Tabela 31: Indicadores dos serviços de saneamento básico Abastecimento de água potável Indicador Unidade de medida Equação Índice de hidrometração % Quantidade de ligações ativas de água, providas de hidrômetro em funcionamento regular, que contribuíram para o faturamento/quantidade de ligações ativas de água à rede pública, providas ou não de hidrômetro, que contribuíram para o faturamento. % Valor da soma dos volumes anuais de água medidos por meio de macromedidores permanentes: na(s) saída(s) da(s) ETA(s), da(s) UTS(s) e do(s) poço(s), bem como no(s) ponto(s) de entrada de água tratada importada, menos, o volume anual de água potável, previamente tratada (em ETA(s) ou por simples desinfecção), transferido para outros agentes distribuidores, sobre, o volume de água disponibilizado para distribuição. Consumo médio per capita de água l/hab. x dia Volume anual de água consumido por todos os usuários, compreendendo o volume micromedido, o volume de consumo estimado para as ligações desprovidas de hidrômetro ou com hidrômetro parado e o volume de água tratada exportado, menos, Volume anual de água potável, previamente tratada (em ETA ou por simples desinfecção), transferido para outros agentes distribuidores, sobre, valor da soma das populações urbana e rural atendidas com abastecimento de água pelo prestador de serviços. Índice de perdas na distribuição % Volume de água produzido, mais o volume de água importado (quando ocorrer), menos o volume de água consumido, sobre o volume de água produzido mais o importado. Índice bruto de perdas lineares m .diaxkm Volume de água produzido, mais o volume de água importado (quando ocorrer), menos o volume de água consumido, sobre, extensão total da rede de água. Índice de perdas por ligação l/dia/lig. Volume de água produzido, mais o volume o de água importando (quando ocorrer), menos o volume de água consumido/quantidade de ligações ativas de água providas ou não de hidrômetro. Índice de consumo de água % Volume de água consumido, sobre, volume de água produzido, mais o volume de água importado (quando ocorrer). Consumo médio de água por economia m /mês/economia Volume de água consumido, menos volume de água tratado exportado (quando ocorrer), sobre, quantidade de economias ativas de água. Índice de macromedição 3 3 134 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Esgotamento Sanitário Indicador Unidade De Medida Equação Índice de coleta de esgoto % Volume de esgoto coletado, sobre (volume de água consumido, menos volume de água tratado exportado) Índice de tratamento de esgoto % Volume de esgoto tratado, sobre volume de esgoto coletado Índice de atendimento urbano de esgoto referido aos municípios atendidos com água l/hab. x dia População urbana atendida com esgotamento sanitário, sobre população urbana dos municípios em que o prestador de serviços atua com serviços de abastecimento de água (inclui população servida + não servida), pois é possível possuir o serviço, mas não estar sendo atendido. Índice de esgoto tratado referido à água consumida % Volume de esgoto tratado/ volume de água consumido m .diaxkm População total atendida com esgotamento sanitário/ população total dos municípios em que o prestador de serviços atua com serviços de abastecimento de água (inclui população servida + não servida). Índice de atendimento total de esgoto referido aos municípios atendidos com água 3 Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas Indicador Unidade De Medida Equação Índice de atendimento urbano de águas pluviais % População atendida declarada com a coleta de esgoto/população total do município operado com sistema de coleta de esgoto Percepção do usuário sobre os serviços de drenagem n. de ocorrências no ano Número de reclamações/período de tempo analisado Nível de áreas verdes urbanas m /hab. Áreas verdes/população urbana Proporção de área impermeabilizada % Área impermeabilizada/ área total Cobertura do sistema de drenagem superficial % Área ou extensão beneficiada/área total do município 2 135 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas Cobertura do sistema de drenagem subterrânea % Área ou extensão beneficiada/área total do município Investimento per capita no manejo de águas pluviais R$/hab./ano Valor investido em drenagem/população total Manutenção da macro e microdrenagem % Km de canais ou galerias com manutenção/km de canais ou galerias existentes Incidência de alagamentos eventos/ano Frequência de ocorrências/período de tempo Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Indicador Unidade De Medida Equação Receita arrecadada per capita com taxas ou outras formas de cobrança pela prestação de serviços de manejo de RSU R$/hab./ano Valor arrecadado com serviços de manejo de RSU/pop. Urbana Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em relação à população total (urbana + rural) do município % População atendida (declarada)/população total do município Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em relação à população urbana % População atendida declarada /população urbana Taxa de terceirização do serviço de coleta de RDO+RPU em relação à quantidade coletada % Quantidade coletada por(emp. Contratação coop./assoc. catadores outro executor)/ quantidade total coletada Produtividade média dos empregados na coleta (coletores + motoristas) na coleta (RDO + RPU) em relação à massa coletada Kg/empregado/dia Quantidade total coletada/ quantidade total de (coletores+motoristas) Quantidade de dias úteis por ano (313 dias) Taxa de empregados (coletores + empregados/ 1.000 Quantidade total coletores+motoristas/população urbana 136 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos motoristas) na coleta (RDO + RPU) em relação à população urbana habitantes Massa coletada (RDO + RPU) per capita em relação à população urbana: Kg/habitante/ dia Quantidade total coletada/população urbana Massa (RDO) coletada per capita em relação à população atendida com serviço de coleta Kg/habitante/ dia Quantidade total coletada/população urbana Custo unitário médio do serviço de coleta (RDO + RPU) R$ / tonelada Despesa total da prefeitura com serviço de coleta/quantidade coletada por (prefeitura emp. contrat. coop./assoc. catadores) Incidência do custo do serviço de coleta (RDO + RPU) no custo total do manejo de RSU % Despesa total da prefeitura com serviço de coleta/ despesa total da prefeitura com manejo de RSU Incidência de (coletores + motoristas) na quantidade total de empregados no manejo de RSU: % Quantidade total de (coletores motoristas) /quantidade total empregados no manejo de RSU Resíduos da construção civil – RCC Taxa de resíduos sólidos da construção civil coletada pela Prefeitura em relação à quantidade total coletada de RDO + RPU % Quant. total de res. sólidos da construção civil coletados pela Prefeitura/quantidade total coletada de RDO+RPU Taxa da quantidade total coletada de resíduos públicos (RPU) em relação à quantidade total coletada de resíduos sólidos domésticos (RDO) % Quant. total coletada de resíduos sólidos públicos/ quant. total coletada de resíduos sólidos domésticos Massa de resíduos domiciliares e públicos (RDO+RPU) coletada per capita em relação à população total (urbana e rural) atendida (declarada) pelo serviço de coleta Kg / habitante / dia Quantidade total de (RDO RPU) coletada /população total atendida declarada 137 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Massa de RCD per capita em relação à população urbana Quantidade RCD recolhida por todos os agentes x 1000/pop. Urbana Coleta seletiva Taxa de recuperação de materiais recicláveis (exceto matéria orgânica e rejeitos) em relação à quantidade total (RDO + RPU) coletada % Quant. total de materiais recuperados (exceto mat. orgânica e rejeitos)/ quantidade total coletada Massa recuperada per capita de materiais recicláveis (exceto matéria orgânica e rejeitos) em relação à população urbana % Quant. total de materiais recicláveis recuperados (exceto mat. orgânica e rejeitos) /população urbana Taxa de material recolhido pela coleta seletiva (exceto mat. orgânica) em relação à quantidade total coletada de resíduos sólidos domésticos % Quantidade total de material recolhida pela coleta seletiva (exceto mat. orgânica)/quantidade total coletada de resíduos sólidos domésticos (RDO) Taxa de material recolhido pela coleta seletiva (exceto mat. orgânica) em relação à quantidade total coletada de resíduos sólidos domésticos % Quant. total de material recolhido pela coleta sel. (exceto mat. org.) /quant. total coletada de resíduos sólidos domésticos (RDO) Resíduos de serviços de saúde – RSS Massa de RSS coletada per capita em relação à população urbana Kg/1.000 habitantes/dia Quantidade total coletada de RSS/pop urbana Taxa de RSS coletada em relação à quantidade total coletada % Quantidade total coletada de RSS/quantidade total coletada 138 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 15. SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS O Sistema de Informações Gerenciais sobre Saneamento Básico (SIG) do município concentra-se em um banco de dados que conterá todas as informações sobre os quatro componentes do saneamento básico, a fim de que possa ser periodicamente alimentado com informações geradas ao longo do desenvolvimento dos PMSB e PMGIRS. Deverá estar compatibilizado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINIS) e Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR). O SIG será alimentado com os dados advindos do conjunto de indicadores no âmbito da prestação dos serviços, e fornecerá importantes insumos para análise sobre os serviços prestados, podendo ser usados como referência para comparação e como guia para mensuração e avaliação dos níveis de eficiência e eficácia do desempenho dos agentes prestadores. Os dados de alimentação representam a situação de cada um dos serviços ofertados (abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos), bem como a reflexão das condições do saneamento básico no município. A estruturação, alimentação e atualização do SIG consiste na execução de atividades, agrupadas nas seguintes fases: a) Preparação e agrupamento de dados Nesta fase deverão ser realizadas tarefas de preparação do sistema, que se consubstanciam em seu planejamento racional com o agrupamento dos dados, organização de espaços, lógicos e físicos, formas de acesso, etc. Com base nos dados apresentados pelo Diagnóstico (Produto 3), campos de dados deverão ser planejados para o funcionamento do sistema. Será importante que sejam preparados campos para possibilitar a representação gráfica dos dados. b) Verificação da consistência dos dados Com os campos abertos e os meta dados definidos, deverão ser calculados indicadores, os quais são comparados com valores usualmente encontrados nas atividades e serviços do saneamento básico (originalmente aqueles trabalhados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico – SNIS), melhorando a percepção de inconsistências que muitas vezes não são visíveis ao se avaliar cada dado per si. Com a relação de ausências de respostas e inconsistências detectadas passa-se a buscar, em intensa interação com o pessoal dos órgãos participantes, a solução para os problemas, a aquisição dos dados e a correção de outros, conhecendo causas, particularidades e justificativas. Diante dos dados base conhecidos e indicadores calculados deverá ser preparada a versão preliminar do sistema, que será aberto a análise crítica da instituição. c) Produção e publicação Na devolução da versão preliminar, as correções necessárias deverão ser efetuadas 139 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) passando-se à produção das tabelas finais e dos textos que deverão ser publicados. O SIG deverá ser inacessível para alterações e estas deverão ocorrer na periodicidade de 6 meses, ou seja, duas vezes ao ano. O conjunto de dados final contemplará as informações primárias e os indicadores calculados para os quatro componentes do saneamento básico. Os textos necessários à compreensão (apresentação, funcionamento e entendimento dos indicadores) poderão formar dois grupos: o de material complementar (descrição metodológica, relação dos indicadores e suas respectivas expressões de cálculo, objetivando-se dar um panorama da situação do saneamento básico no município) e o analítico que deverá demonstrar as análises do conjunto de dados disponibilizados. Ao termino dos trabalhos os dados e materiais sobre as condições dos serviços públicos de saneamento básico no município deverão ser disponibilizados na página da internet da prefeitura para possibilitar o acesso da população. Figura 26: Sistema de Informações Gerenciais sobre Saneamento Básico 16. REFERENCIAL DOS RECURSOS NECESSÁRIOS Os recursos necessários para desenvolver os programas apresentam-se não somente na condição de recursos financeiros, mas também na aplicação de recursos institucionais que darão suporte à correta implementação dos projetos bem como às novas demandas que poderão ser estabelecidas durante sua execução. 140 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) 16.1 Recursos institucionais As informações e as ações atualmente executadas no Município relacionadas ao saneamento básico deverão estar concentradas na Gerência de Saneamento Básico, ligada ao executivo municipal, facilitando o controle e a integração de agentes, bem como a articulação das ações com vistas a otimizar os recursos para atingir os objetivos propostos nos PMSB e PMGIRS. Assim, será importante que essa Gerência: Promova a integração intersetorial do poder público municipal no que tange as informações operacionais e financeiras relacionadas ao saneamento básico; Promova a integração interinstitucional das diversas entidades municipais e regionais que possuem alguma interface com o saneamento básico, visando melhorar as ações de coleta de dados, informação, capacitação, educação ambiental, fiscalização e intervenções estruturais. Auxilie na gestão dos recursos e na elaboração de projetos de captação de recursos financeiros para promover a universalização dos serviços no município. 16.2 Recursos financeiros Atualmente existem diversas ações institucionais em escala nacional no sentido de estimular melhorias no saneamento básico, com diversas formas de financiamento de acordo com o Ministério das Cidades (2006). Dentre elas se destacam as seguintes: Cobrança direta dos usuários – taxa ou tarifa, é uma modalidade fundamental para o financiamento dos serviços públicos. Uma política de cobrança bem formulada pode financiar os serviços e gerar investimentos diretamente ou mediante empréstimos, podendo ainda prever a constituição de fundo próprio de investimentos; Subvenções públicas – orçamentos gerais, era a forma predominante de financiamento dos investimentos e de custeio parcial dos serviços de saneamento (água e esgoto), e predomina até hoje no caso dos serviços de resíduos sólidos e de águas pluviais; Subsídios tarifários – se aplicam quando os serviços são prestados em abrangência regional como Companhias Estaduais de Saneamento e Consórcios públicos de municípios; Inversões diretas de capitais públicos e/ou privados (empresas estatais públicas ou mistas) – é uma alternativa adotada pelos estados que ainda utilizam eficientemente esta forma para financiar os investimentos de suas Companhias. Na maioria dos casos, no entanto, o uso desta alternativa pelos estados tem se mostrado ineficaz ou realizado de forma ineficiente; Empréstimos – capitais de terceiros (Fundos e Bancos) foram retomados fortemente desde 2006, contando desde então com recursos do FAT (BNDES) que passa a financiar também concessionárias privadas; Concessões e PPPs (modalidades especiais de concessões) – foram reguladas 141 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) recentemente e ainda é pouco utilizada como forma de financiamento dos serviços, principalmente pelos estados. A Tabela 32 apresenta algumas das fontes de recursos para financiamento de projetos disponíveis por instituições governamentais. Tabela 32: Fontes de recursos disponíveis voltadas a ações de saneamento básico Instituição Nossa Caixa Nosso Banco Programa Beneficiário Origem dos recursos Plano Comunitário de Melhoramentos Prefeituras municipais Reservas da instituição Itens financiáveis: Obras de construção de rede de captação de e distribuição água potável, hidrômetros, obras de escoamento de águas pluviais, rede de coleta e destino de esgoto Programa de Residuos Sólidos Urbanos Caixa Econômica Federal Caixa Econômica Federal Municípios com mais de 250.000 habitantes ou integrantes de região metropolitana e de RIDE Orçamento Geral da União Itens financiáveis: a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos urbanos; a ampliação da cobertura e o aumento da eficiência e da eficácia dos serviços de limpeza pública, de coleta, de tratamento e de disposição final; a inserção social de catadores por meio da eliminação dos lixões e do trabalho infantil no lixo. Saneamento Ambiental Abastecimento de água Municípios com população urbana entre 15.000 e 50.000 habitantes; Municípios com déficit de cobertura por serviços de abastecimento de água superior à média nacional Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República – SEDU/PR Itens financiáveis: ações em obras, inclusive pré-investimento (estudos de concepção de projetos, projetos básicos e executivos, EIA/RIMA e de educação sanitária), Desenvolvimento Institucional e Educação Sanitária e Ambiental, Caixa Econômica Federal Saneamento Ambiental Esgotamento Sanitário Municípios com população urbana entre 15.000 e 50.000 habitantes; Municípios com déficit de cobertura por serviços de abastecimento de água superior à média nacional Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República – SEDU/PR Itens financiáveis: ações em obras, inclusive pré-investimento (estudos de concepção de projetos, projetos básicos e executivos, EIA/RIMA e de educação sanitária), Desenvolvimento Institucional e Educação Sanitária e Ambiental, Caixa Econômica Federal Programa Drenagem Urbana Sustentável 142 Prefeituras municipais Orçamento Geral da União - OGU PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Instituição Programa Beneficiário Origem dos recursos Itens financiáveis: promover, em articulação com as políticas de desenvolvimento urbano, de uso e ocupação do solo e de gestão das respectivas bacias hidrográficas, a gestão sustentável da drenagem urbana com ações estruturais e não estruturais dirigidas à recuperação de áreas úmidas, à prevenção, ao controle e à minimização dos impactos provocados por enchentes urbanas e ribeirinhas. MPOG – SEDU PRÓ-SANEAMENTO Ações de saneamento para melhoria das condições de saúde e da qualidade de vida da população, aumento da eficiência dos agentes de serviço, drenagem urbana, para famílias com renda média mensal de até 12 salários mínimos Prefeituras, Governos Estaduais e do Distrito Federal, Concessionárias Estaduais e Municipais de Saneamento e Órgãos Autônomos Municipais FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço Itens financiáveis: Destina-se ao aumento da cobertura e/ou tratamento e destinação final adequados dos efluentes, através da implantação, ampliação, otimização e/ou reabilitação de Sistemas existentes e expansão de redes e/ou ligações prediais. MPOG – SEDU PROSANEAR Ações integradas de saneamento aglomerados urbanos ocupados por população de baixa renda (até 3 salários mínimos) com precariedade e/ou inexistência de condições sanitárias e ambientais Prefeituras Municipais, Governos Estaduais e do Distrito Federal, Concessionárias Estaduais e Municipais de Saneamento e Órgãos Autônomos Municipais Financiamento parcial com contrapartida e retorno do empréstimo / FGTS Itens financiáveis: Obras integradas de saneamento: abastecimento de água, esgoto sanitário, microdrenagem/instalações hidráulico sanitárias e contenção de encostas com ações de participação comunitária (mobilização, educação sanitária). MPOG – SEDU PASS - Programa de Ação Social em Saneamento Projetos integrados de saneamento nos bolsões de pobreza. Programa em cidades turísticas Prefeituras Municipais, Governos estaduais e Distrito Federal Não oneroso com contrapartida / Orçamento Geral da União Itens financiáveis: Contempla ações de abastecimento em água, esgotamento sanitário, disposição final de resíduos sólidos. Instalações hidráulico sanitárias intra domiciliares. MPOG – SEDU PROGEST - Programa de Apoio à Gestão do Sistema de Coleta e Disposição Final de Resíduos Sólidos 143 Prefeituras Municipais, Governos Estaduais e Distrito Federal Não oneroso/Orçamento Geral da União PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Instituição Programa Beneficiário Origem dos recursos Itens financiáveis: Encontros técnicos, publicações, estudos, sistemas piloto em gestão e redução de resíduos sólidos; análise econômica de tecnologias e sua aplicabilidade. MMA – SRHAU MMA – Fundo Nacional de Meio Ambiente Funasa Apoio a Gestão Ambiental Urbana/Gestão de Resíduos Sólidos Prefeituras Municipais, Governos Estaduais e Distrito Federal Não oneroso/Orçamento Geral da União Itens financiáveis: Encontros técnicos, publicações, estudos, sistemas piloto em gestão e redução de resíduos sólidos; análise econômica de tecnologias e sua aplicabilidade. Apoio a Gestão Ambiental Urbana/Gestão de Resíduos Sólidos Prefeituras Municipais, Governos Estaduais e Distrito Federal Não oneroso/Orçamento Geral da União Itens financiáveis: Infraestrutura: Encontros técnicos, publicações, estudos, sistemas piloto em gestão e redução de resíduos sólidos; análise econômica de tecnologias e sua aplicabilidade. FUNASA - Fundação Nacional de Saúde Obras e Serviços em Saneamento Prefeituras Municipais e Serviços Municipais de Limpeza Pública Fundo perdido / Ministério da Saúde Itens financiáveis: Sistemas de resíduos sólidos, serviços de drenagem para o controle de malária, melhorias sanitárias domiciliares, sistemas de abastecimento de água, sistemas de esgotamento sanitário, estudos e pesquisa. MPOG - SEDU PRO-INFRA Programa de Investimentos Públicos em Poluição Ambiental e Redução de Risco e de Insalubridade em Áreas Habitadas por População de Baixa Renda Áreas urbanas localizadas em todo o território nacional Orçamento Geral da União (OGU) Emendas Parlamentares, Contrapartidas dos Estados, Municípios e Distrito Federal Itens financiáveis: Melhorias na infra- estrutura urbana em áreas degradas, insalubres ou em situação de risco. 144 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AGEPAN. Informativo 2012, 2012. 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Contrato de Programa nº 002/2012, celebrado entre a SANESUL e o Município de Ponta Porã para operar os serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário. Autoriza a instalação da gestão associada entre o Município e o Estado para o planejamento, a regulação, a fiscalização e a prestação dos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário em âmbito local. Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 3958/2013 Conselho Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 3926/2013 Sistema de Ecopontos Lei Municipal nº 4.001/2013 Dispõe sobre o regime municipal de concessão dos serviços de coleta, tratamento e destinação final ambientalmente adequada. Convênio MERCOSUL nº 06/2010 Convênio de Cooperação nº 002/2012 Contrato de Programa nº 002/2012 Lei Municipal nº 3844/2012 Decreto Municipal nº 6396/2013 Decreto Municipal nº 6.382/2013 Descrição Notifica do lançamento de ofício da taxa de serviço de coleta e remoção de lixo, relativo ao exercício de 2014, e dispõe sobre descontos, forma e prazos de pagamentos. Sistema Municipal de Licenciamento Ambiental Decreto Municipal nº 6316/2013 Aprova o Regimento Interno da Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo Decreto Municipal nº 6318/2013 Aprova o Regimento Interno da Secretaria Municipal de Governo Lei Complementar Municipal nº 93/2013 Convênio nº 070/2013 Contrato nº 013/2014 – Concorrência nº 002/2013/Processo nº 20.994/2013 Trata da Organização Administrativa da Prefeitura Municipal Convênio nº 070/2013, celebrado entre a SANESUL e o Município de Ponta Porã, que disciplina a arrecadação da taxa de manejo de resíduos sólidos por intermédio das contas dos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário Contrato nº 013/2014, celebrado entre o Município de Ponta Porã e a empresa Podium Serviços Ambientais Ltda., com vista à prestação dos serviços de operação e implantação de um conjunto de serviços relativos ao saneamento público ambiental 149 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Marco Regulatório Estadual Atos normativos& Instrumentos jurídicos Constituição do Estado do Mato Grosso do Sul de 1989 Lei Complementar Estadual nº 57/1991 o Lei Estadual n 1339/1992 Decreto Estadual nº 6.689/1992 Lei Complementar Estadual nº 77/1994 Lei Estadual nº 1810/1997 Lei Estadual nº 2.080/2000 Lei Estadual nº 2.257/2001 Lei Estadual nº 2.256/2001 Lei Estadual nº 2.363/2001 Lei Estadual nº 2.263/2001 Lei Estadual nº 2.406/2002 Lei Estadual nº 2.581/2002 Decreto Estadual nº 13.459/2012 Lei Estadual nº 2.766/2003 Decreto Estadual nº 12.366/2007 Decreto Estadual nº 12.530/2008 Descrição Constituição do Estado do Mato Grosso do Sul de 1989 Legislação que cria/institui o ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação). Trata da renovação e rescisão dos convênios a serem firmados com os Municípios para fins de prestação dos serviços de água/esgotos Regulamento dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário prestados pela SANESUL Legislação que cria/institui o ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) verde/ecológico Código Tributário Estadual Disciplina o gerenciamento de resíduos sólidos no Estado do Mato Grosso do Sul Trata do licenciamento ambiental estadual Cria o Conselho Estadual de Controle Ambiental Lei que cria/institui a AGEPAN(Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos do Mato Grosso do Sul) Trata da gestão dos serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e resíduos sólidos (planejamento, regulação, fiscalização e controle), e que cria do conselho estadual de saneamento Política Estadual de Recursos Hídricos Legislação que autoriza a SANESUL (Empresa de Saneamento do Mato Grosso do Sul S. A.) a realizar a prestação de serviços de saneamento básico Regulamento da AGEPAN Disciplina o regime jurídico de delegação contratual dos serviços públicos do Mato Grosso do Sul Cria o Conselho Estadual de Recursos Hídricos Legislação que dispõe sobre a gestão (regulação, fiscalização e prestação) dos serviços de saneamento básico em âmbito estadual. 150 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Anexo 3 – Principais Metas do Plansab e do Planares Horizonte temporal 2013 a 2033 Metas Plansab e Planares Abastecimento de água potável Universalizar o abastecimento nos domicílios urbanos Reduzir para 31% o índice de perdas de água Cobrar tarifa em 100 % dos serviços Esgotamento sanitário 90 % dos domicílios urbanos com sistema de coleta e tratamento adequado Cobrar tarifa em 85 % dos serviços Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Reduzir para 11 % o número de Municípios com inundações recorrentes nas áreas urbanas Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Universalizar a coleta direta nos domicílios urbanos Erradicar os lixões em todos os Municípios brasileiros Disposição final ambientalmente adequada para RSS -100% a partir de 2023 Inserção de informações sobre quantidade média mensal de RSS gerada por grupo de RSS (massa ou volume) e quantidade de RSS tratada no Cadastro Técnico Federal (CTF). Eliminação de 100% de áreas de disposição irregular de RCC Implantação de PEVs, Áreas de Triagem e Transbordo em 100% dos Municípios para RCC Elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção, pelos grandes geradores, e implantação de sistema declaratório dos geradores, transportadores e áreas de destinação Coleta seletiva implementada nos pontos de entrada de resíduos e aplicação do sistema de logística reversa, conforme legislação vigente em portos, aeroportos e fronteiras Inclusão e fortalecimento de organizações de catadores Áreas de lixões reabilitadas (%) 2015 2019 2023 2027 2031 Brasil 8 20 45 65 90 Centro-Oeste 8 20 45 65 90 Municípios com cobrança por serviços de RSU, sem vinculação com IPTU (%) 2015 2019 2023 151 2027 2031 PMSB & PMGIRS de Ponta Porã (versão preliminar para consulta pública) Centro-Oeste 30 40 48 62 70 Redução do percentual resíduo secos dispostos em aterros* (%) 2015 2019 2023 2027 2031 Brasil 22 28 34 40 45 Centro-Oeste 13 15 18 21 25 Redução dos resíduos recicláveis úmidos dispostos em aterros (%) 2015 2019 2023 2027 2031 Brasil 19 28 38 46 53 Centro-Oeste 15 25 35 45 50 152