entrevista
A gestão positiva
da Mind Source
Surgiu em 2007 e tem vindo a crescer, contra a
tendência negativa do mercado. A Mind Source, que
se especializou em consultoria e outsourcing de
projectos tecnológicos, tem no capital humano uma
das suas maiores apostas.
por Filipa Moreno
Jornalista
E
sta «estratégia de gestão do
Talento» (sendo cada colaborador um Talento) é um
dos segredos para o sucesso
da empresa, segundo o CEO,
Francisco Lopes da Fonseca,
um jovem empreendedor com
ambições de internacionalização. Foi também
uma das mais-valias reconhecidas pelo Great
Place to Work Institute e pela revista Exame,
que consideraram a Mind Source a 6ª e a 15ª
melhor empresa para trabalhar em Portugal, em
2012, respectivamente. Com perspectivas de
crescimento, dentro e fora do País, a empresa
pretende manter a estreita ligação ao talento
jovem e aumentar a equipa.
A Mind Source tem vindo a crescer, apesar do
clima recessivo da economia nacional. Qual é a
fórmula para este sucesso?
Acredito que existem fatores intrínsecos à Mind Source
que nos permitiram conquistar os resultados de hoje,
particularmente a confiança que o mercado deposita
em nós, o crescimento do número de consultores que
trabalha todos os dias connosco, oferecendo o melhor
de si, e presença cada vez mais marcante nos players
do mercado nacional. Conquistas que só se tornam
possíveis através de uma motivação e esforço extra por
parte de cada uma das nossas Pessoas.
Não há uma fórmula de sucesso mas sim vários
elementos do nosso ADN organizacional, que contri-
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buem para um crescimento sustentado do negócio e da
equipa. Acredito que o maior impulsionador do nosso
crescimento ao longo dos últimos cinco anos está na
estratégia de gestão do Talento, nesse ADN organizacional partilhado pelas nossas Pessoas, na capacidade
de promover um ambiente de trabalho onde é fomentado o desafio, a capacidade de inovação e o espírito
crítico, no investimento em formação em «hard skills»
e «soft skills», a partilha do know-how transversal às
equipas, entre as quais existe um verdadeiro sentido de
entreajuda e de dedicação. Outro fator chave é o facto
da Mind Source ter nascido num contexto económico
de crise, pelo que desde logo tivemos de sobreviver
sem gorduras, aprender a «fintar» as dificuldades e
a valorizar mais a experiência da equipa. Também é
notório o nosso conhecimento do negócio dos nossos
clientes nos setores onde estamos presentes, a forma
como trabalhamos em equipa e como encaramos cada
novo desafio como uma parceria «win-win» com cada
cliente. Sem dúvida que estes são os fatores mais relevantes e nos quais estamos comprometidos a investir
todos os dias.
Como vai concretizar-se a internacionalização?
Desde o dia zero da Mind Source definimos que o ano
de 2013 seria o timing certo para iniciarmos o nosso
investimento fora de portas. Apesar de termos já no
nosso portfólio vários projetos desenvolvidos noutras
capitais europeias, o mês de janeiro marcou definitivamente a nossa história com a abertura da Mind Source
Konsultanci z Polski, em Varsóvia. Ao longo deste ano, e
O nosso maior desafio
está no desenvolvimento de serviços
associados dentro do
ambiente de clientes
com os quais já trabalhamos, e que queremos trabalhar ainda
mais de perto para
podermos continuar
a merecer a sua confiança e a responder
aos seus desafios que
já conhecemos pela
proximidade existente
alguns pontos em comum com a nossa cultura o que
nos permitirá replicar o modelo de People’s Company
que temos atualmente em Portugal.
Quais são as perspetivas de crescimento interno
e externo em 2013?
a par do investimento na Polónia, estaremos também a
estudar a internacionalização para outros destinos onde
podemos possibilitar aos nossos consultores, atuais e
futuros, o mesmo nível de desafio em projetos, a mesma
qualidade de trabalho e a coexistência de ambientes
para crescer em novas áreas de negócio.
Que razões levaram à escolha da Polónia para
primeiro mercado externo a ter a presença da
Mind Source?
Varsóvia foi o destino número um que identificámos
na internacionalização da nossa marca para o mercado
externo devido ao continuado e potencial crescimento
do país, portfólio de clientes já presentes no mercado
com os quais ambicionamos trabalhar e à própria cultura
do país que, embora com várias particularidades, possui
Sabemos que o ano de 2013 representa um grande desafio,
mas estamos motivados para manter o ritmo de crescimento positivo e sustentado que temos tido ao longo dos
últimos cinco anos. Sabemos que não vai ser uma tarefa
fácil, mas encaramos os desafios mais exigentes como
uma prova às nossas competências e à nossa capacidade
de inovação numa forma de olhar a Consultoria numa
perspetiva «out of the box». Sou apologista de que são as
maiores dificuldades que mais nos permitem crescer.
Para 2013, perspetivamos um crescimento interno
semelhante ao de 2012, mantendo a média de crescimento
da equipa na casa dos 40%. A nossa maior aposta em
2013 junto do mercado foca-se essencialmente numa
estratégia de «cross-selling» e «cross-fertilization».
Hoje, o nosso maior desafio está no desenvolvimento
de serviços associados dentro do ambiente de clientes
com os quais já trabalhamos, e que queremos trabalhar
ainda mais de perto para podermos continuar a merecer
a sua confiança e a responder aos seus desafios que
já conhecemos pela proximidade existente. Não nos
esquecemos quem temos na nossa base de clientes
quem nos permitiu ganhar as primeiras referências,
quem acreditou que cumpriríamos com o esperado e
quem todos os dias nos dá inputs para melhorarmos
como empresa e como pessoas.
A nossa aposta no mercado externo está fortemente
orientada para a conquista de novos clientes, fomentando
em primeiro lugar a confiança na qualidade dos nossos
serviços. Estamos a trabalhar para que o fecho do ano
de 2013 tenha um contributo internacional de 15% para
o nosso negócio. A par disso, estamos já a trabalhar na
captação e de retenção de talento no mercado polaco
para que, até ao final deste ano, consigamos criar já um
núcleo que corresponda ao crescimento em cerca de
15% da nossa equipa, que no total deverá a ascender a
perto de 150 consultores.
A nossa aposta no mercado externo está
fortemente orientada para a conquista de novos clientes,
fomentando em primeiro lugar a confiança na qualidade
dos nossos serviços. Estamos a trabalhar para que o
fecho do ano de 2013 tenha um contributo internacional
de 15% para o nosso negócio.
Executive Digest.pt
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entrevista
Portugal pode ser visto no exterior como um país
de qualidade na área da tecnologia?
Tenho a certeza que sim. Como também acredito, pelo
feedback do próprio mercado nacional, que este valoriza
bastante a qualidade da consultoria que é praticada por
cá, sendo essa avaliação transversal também aos clientes
de mercados externos. Esta visão é corresponsabilidade
de entidades como a AICEP, que têm feito um trabalho
muitíssimo positivo na promoção do talento nacional
em novos mercados.
Em Portugal, temos talentos que desenvolvem conceitos altamente inovadores equiparáveis, por exemplo,
à qualidade dos produtos/serviços que são feitos em
Silicon Valley. Contudo, acredito que ainda há muito
trabalho pela frente. Podemos valorizar mais as nossas
capacidades se investirmos, de forma mais assertiva, na
formação das equipas e se as empresas tiverem um papel
vital na motivação e abertura para o empreendedorismo
dos seus profissionais, desde o 1º ciclo do ensino. Na
minha opinião este deverá ser um compromisso levado
muito a sério pelos CEO’s que estão à frente das empresas,
e que contribuirá certamente para alavancar a imagem
das marcas nacionais no mercado externo. Acredito
mesmo que a aposta no talento nacional poderá ser
o ‘pontapé de saída’ certo para sairmos da conjuntura
macro económica em que vivemos.
Em 2011, recrutaram 39 novos colaboradores.
Seguiram este valor em 2012? Quais são as expectativas para este ano?
Em 2012, apostámos bastante no recrutamento e
captação de novos Talentos, pelo que mantivemos
praticamente o número de consultores recrutados em
2011 (40 novos colaboradores). A par do investimento
no recrutamento, mantemos o nosso compromisso de
sustentabilidade e de desenvolvimento de uma estratégia de Endomarketing que promova a satisfação das
nossas pessoas, para que cada colaborador se sinta
tão satisfeito quanto cada cliente. É com base neste
compromisso que estamos empenhados em manter o
ritmo de crescimento com que fechámos 2012, pelo que
até ao final deste ano a nossa perspetiva é de aumentar
a nossa equipa em cerca de 40%.
A Mind Source procura uma «gestão positiva das
pessoas». Como se concretiza esta gestão?
A gestão positiva das pessoas é, claramente, a nossa
orientação organizacional e um compromisso para o qual
trabalhamos todos os dias, pois acreditamos que este é
um fator diferenciador no mercado e porque queremos
que cada colaborador sinta realmente que é a peça fundamental neste projeto. Esta gestão concretiza-se nas
boas práticas que implementamos, na nossa estratégia
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de Endomarketing que envolve não só o colaborador
mas que é extensível ao seu círculo familiar, na nossa
responsabilidade em facultar os meios certos para fazer
com que as pessoas se sintam mais motivadas, satisfeitas
e que tenham espaço para desenvolver o seu talento e
gerar novos conceitos que podem ser aplicados organizacionalmente, na nossa corresponsabilidade social e de
sustentabilidade ecológica que permitem que as pessoas
sintam que fazem a diferença na nossa sociedade, num
acompanhamento de perto das expetativas e do ritmo
de crescimento de cada colaborador através do Processo
de Mentoring, nas premiações e desafios que lançamos
internamente ao longo do ano, na capacidade de ‘ouvir’
as opiniões da Equipa e de partilhar os sucessos que são
de todos, assim como os resultados, através da partilha
de capital com os nossos consultores criada em 2012
com a iniciativa Mind Source Associates.
São as pessoas que
fazem as organizações e esta é uma
premissa que desenvolvemos ao longo da
nossa história, sendo
que continuará a ser
uma verdade para os
próximos anos
O nosso esforço contínuo está na promoção
de um ambiente de trabalho altamente positivo. Está
comprovado em vários estudos que os colaboradores
são mais produtivos quando sentem que fazem parte de
um ambiente onde se respira felicidade organizacional
O que faz da Mind Source uma das melhores empresas para trabalhar, como tem sido reconhecida
por diversas entidades?
Em poucas palavras, as distinções são geradas pela
preocupação genuína que temos para com as nossas
pessoas. Um compromisso que exige muita dedicação
da nossa parte. O nosso esforço contínuo está na promoção de um ambiente de trabalho altamente positivo
que transpareça partilha, entreajuda e até uma vertente
mais «fun» da vida. Está comprovado em vários estudos
que os colaboradores são mais produtivos quando sentem que fazem parte de um ambiente onde se respira
felicidade organizacional. Criar um ambiente com
estes elementos só é possível se fizermos, desde logo,
a escolha de candidatos que tenham o mesmo ADN
e que partilhem dos mesmos valores da organização.
Estes estudos externos são para nós uma ferramenta
única, pois permitem analisar e compreender onde
devemos focar o nosso investimento.
Que fatores são mais valorizados pelos colaboradores?
Pelo feedback da equipa e pela análise feita a partir
dos inquéritos realizados por entidades externas que
avaliam a nossa qualidade de ambiente de trabalho, as
pessoas valorizam mais os fatores que são responsáveis
por um ambiente de trabalho positivo, o espírito de
camaradagem vivido na empresa, as premiações extraordinárias que valorizam a dedicação individual e,
também, as atividades «fun life» ou de responsabilidade
social que lançamos ao longo do ano.
Definiram o objetivo de ter colaboradores tão satisfeitos quanto os clientes, uma meta para 2012.
Foi alcançada?
São as pessoas que fazem as organizações e esta é uma
premissa que desenvolvemos ao longo da nossa história, sendo que continuará a ser uma verdade para os
próximos anos. A satisfação interna é um compromisso
que sentimos ser a peça fundamental para o sucesso
do Projeto Mind Source. O orgulho que cada colaborador sente em fazer parte desta equipa reflete-se de
forma transparente no seu desempenho quotidiano em
ambiente de projeto e na qualidade que cada cliente
avalia na Mind Source.
Quais são os próximos passos?
Como próximos passos, já iniciados este ano, estão as
iniciativas que lançamos regularmente que pretendem
melhorar a qualidade de vida de cada talento. Além
disso, iremos lançar um survey interno, pelo segundo
ano consecutivo, que permite que as nossas pessoas
manifestem o que consideram ser as melhores práticas
a implementar na empresa e se candidatem a participar
em grupos de trabalho com a missão de se envolverem
mais no desenvolvimento de cada iniciativa.
As mais-valias
da ligação com
instituições de
ensino superior
Uma das nossas
prioridades é a
manutenção e
otimização da
relação de proximidade que temos
com as entidades
de ensino superior
mais conceituadas,
desde universidades
a politécnicos.
Para nós, a evolução
das parcerias com
as entidades do
ensino superior são
um fator relevante
no recrutamento com
sucesso de talento
e na cooperação
ativa nas várias iniciativas promovidas
pela Mind Source
direcionadas para
estudantes, como o
caso do ‘Concurso
IT Acessível’ e do
programa IT Dev
Training Talents. A
ligação entre a empresa e as entidades
é fomentada por
diferentes iniciativas, desde o road
show que realizamos
anualmente junto dos
estudantes, na participação ativa em
eventos universitários e na seleção de
perfis de candidatos
específicos que pretendemos recrutar.
Na aposta constante
que fazemos em
inovação temos
também grupos de
trabalho em conjunto
com Universidades de topo que
estão a desenvolver
projetos pilotos em
novas tecnologias,
ergonomia e design
thinking garantindo
que os projetos de
sucesso do futuro
já começaram.
Captar talento jovem é um valor importante para
a consultora?
Para nós é fundamental trazer novos talentos para a
equipa, com novas ideias e com garra para agarrar a sua
oportunidade de carreira no mundo da Consultoria.
Em 2012, recrutámos alguns talentos jovens, sendo
que cinco deles encontraram na Mind Source o seu
primeiro desafio profissional.
Em que consistem as iniciativas «Concurso IT Acessível Mind Source» e «IT Dev Training Talents»?
Ambas as iniciativas foram pensadas com a finalidade de potenciar a proximidade entre a empresa e o
meio universitário, através do lançamento de desafios
inovadores que coloquem à prova a criatividade dos
estudantes. Na Mind Source temos em aberto oportunidades para jovens talentos que se destaquem pela
capacidade de compreensão das realidades de negócio
em que atuamos, pelo gosto pelo desafio e pelo espírito
empreendedor.
O nosso desafio está em encontrar jovens talentos
que estejam motivados a desenvolver novos conceitos
a aplicar às realidades de negócio em que atuamos.
Para responder a este desafio, lançámos, em 2011,
a iniciativa IT Dev Training Talents, um programa
de estágios na área de IT Development em que
colocamos à prova o talento de cada participante
colocando-os num ambiente real de projeto. Este
tem sido um desafio com um saldo bastante positivo
ao longo das suas duas edições e tem-nos permitido
encontrar novos talentos que atualmente fazem parte
da equipa Mind Source.
O Concurso IT Acessível foi lançado mais recentemente, em outubro de 2012, e visa encontrar Talentos
que queiram responder a um desafio real na área de
acessibilidade em Tecnologias de Informação (TI’s).
A acessibilidade é uma área de negócio em que existe
um conhecimento bastante escasso e, acredito, ser um
potencial de negócio em vários setores de mercado. O
objetivo deste concurso é desafiar os alunos finalistas
de mestrado/ recém-licenciados a desenvolver um
conceito inovador e exequível que promova a acessibilidade no âmbito das TI’s. É um concurso aberto
a finalistas de mestrado ou a recém-licenciados que
procuram destacar-se numa nova área, desafiando-os
a desenvolver um projeto que possa ser implementado
na realidade e premiando-os com uma certificação
internacional nesta área, para além da contratação
para a equipa de talentos Mind Source.
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