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POSTURAS DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA QUE CONTRIBUEM PARA
O DESENVOLVIMENTO DO AMBIENTE COOPERATIVO EM SUAS AULAS.
*Camila Borges
**Paulo Roberto Stefani Violato
Resumo
Este trabalho tem por objetivo analisar posturas de professores de Educação Física, e
como estas podem influenciar no desenvolvimento do ambiente escolar, e
principalmente dentro do ambiente proposto e analisado no trabalho o ambiente
cooperativo. É importante analisar a importância do papel do professor dentro do
processo ensino aprendizagem, esse papel vai além do professor ensinar somente o
conteúdo necessário, se faz importante que ele prepare esse aluno para a vida em
sociedade, papel que deixou de ser exclusivamente da família, o professor também
deve saber analisar quais suas metodologias aplicadas, discutir como deve ser o
relacionamento professor e aluno, o que é de suma importância. Dentro do ambiente
cooperativo, verificar seus benefícios, principalmente em relação ao desenvolvimento
da autonomia, pois um individuo autônomo tem capacidade de tomar suas próprias
decisões, expor suas idéias com maior facilidade, sem medo de errar, também pode
desenvolver dentro deste ambiente várias noções de valores morais, de respeito mútuo,
saber como viver em sociedade, e acima de tudo mostrar que neste ambiente tanto o
professor quanto o aluno são de suma importância, ambos devem andar juntos, em
sistema de parceria, mas sempre um respeitando o espaço do outro, veremos que isso
não é impossível basta querer tentar novas propostas. Quando o professor se fecha em
uma postura autoritária ele dificulta o desenvolvimento desse processo, desta forma ele
gera medo e não o respeito por parte de seus alunos, o que não passa ser interessante.
Percebeu-se com esta pesquisa que os professores sabem da importância do seu
papel dentro da escola, mas não o exploram de forma mais ampla, e que alguns ainda
possuem pouco conhecimento sobre a área em que atuam, não em relação aos
conteúdos, mas no que diz respeito às tendências pedagógicas da Educação Física, e
que a grande maioria acreditam que o melhor relacionamento é aquele baseado no
diálogo, mas no final quase sempre é à vontade ou a opinião do professor que
prevalece, desta forma o aluno passa a participar de forma passiva dentro desse
processo educacional. O professor da atualidade precisa andar juntamente com o
mundo em que vive, as necessidades atuais dos educandos são bem mais amplas que
antigamente, por isso ele tem que estar preparado para dar o suporte necessário aos
seus alunos. É necessário sair do modelo tradicional de ensino e ir a busca de novas
propostas sempre acreditando no poder de mudança do ser humano.
Palavras-chaves: Professores, Educação Física e Cooperativo.
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*- UNISEP – [email protected]
** UNISEP- [email protected]
POSTURAS DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA QUE CONTRIBUEM PARA
O DESENVOLVIMENTO DO AMBIENTE COOPERATIVO EM SUAS AULAS.
*Camila Borges
**Paulo Roberto Stefani Violato
Introdução:- Esta pesquisa tem como objetivo analisar posturas de professores de
Educação Física, e como estas pode influenciar no desenvolvimento de ambientes
cooperativos, e também o que este pode trazer de benefícios para os indivíduos
envolvidos, aluno e professor. O professor tem um papel fundamental dentro do
processo educacional, mas muitas vezes ele nem percebe sua verdadeira importância,
e acaba mostrando uma postura que não é das mais indicadas para ser utilizada dentro
do ambiente escolar, podemos citar entre estas, posturas autoritárias, punitivas,
criticas,entre outras.
É muito importante, o professor ter uma metodologia e um dialogo “aberto”
com seus alunos, pois sabemos que cada aluno é diferente um do outro
(multicurricularidade), e que cada um desta forma necessita que o professor entenda o
seu jeito e maneira de serem, principalmente aqueles tímidos, o que não é difícil de
encontrar, um professor que não propicie uma postura mais “aberta” estará muitas
vezes dificultando ainda mais a este aluno perder essa timidez e se relacionar com mais
facilidade.
Estaremos analizando também, qual o papel do professor e como ele pode
trabalhar tornando suas aulas mais agradáveis aos seus alunos, ou seja, qual
metodologia pedagógica ele pode estar utilizando para melhorar o andamento de suas
aulas e principalmente do aprendizado de seus alunos.
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Todo esse processo de ensino aprendizagem estará contribuindo para que
desenvolvamos um ambiente onde o direito e o dever de todos devem ser respeitados,
no qual cada um seja professor ou aluno, percebam como seu papel e sua participação
é importante para o grupo em que se encontram, e entre outras coisas, estarão sendo
analisadas dentro do ambiente cooperativo, procurando mostrar como pode trazer
inúmeros benefícios aos que participam deste ambiente, entre eles podemos citar o
desenvolvimento da autonomia dos alunos.
Alunos autônomos tendem, a saber, o que querem e também são capazes
de tomar suas decisões, buscando acertar em suas escolhas claro que esse ambiente
não é nenhum milagre, aqui todos são passíveis de erro como qualquer outro, más se
sentem bem mais preparados quando estes vierem a ocorrer, também aproveitaremos
a oportunidade para discutirmos alguns valores que esse ambiente proporciona
principalmente valores morais, os quais são referendados e analisados todos os dias
em nossa sociedade.
Muitos professores possuem uma postura e uma metodologia pedagógica
tradicional e que não se torna interessante estar sendo utilizada na realidade escolar
atualmente. Ensinar na maneira tradicional, pode gerar alunos inseguros e com medo
de se expressar, demonstrando falta de atitude, ou seja, falta de autonomia. Quem dita
o comportamento do aluno é muitas das vezes o ambiente em que ele se encontra.
Desta forma pode-se definir um problema: - Que posturas educacionais podem
favorecer o desenvolvimento da autonomia, e como o ambiente de forma cooperativa
pode contribuir para esse desenvolvimento?
Para este problema temos como objetivo principal em: a) - analisar a
importância do ambiente cooperativo para desenvolver a autonomia dos alunos. b) demonstrar como postura do professor é importante no processo de ensinoaprendizagem. c) - investigar como o Educador compreende seu papel no
desenvolvimento moral e cognitivo de seus alunos. d) - Verificar se a sua metodologia
de ensino e procedimentos didáticos/pedagógicos é contextualizada conforme estes
objetivos.
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É possível que nos perguntemos será que o professor sabe realmente qual é
seu papel como educador, a resposta muitas vezes é clara, o professor anda
“perdido”(grifo do autor) são tantas as necessidades dos alunos que às vezes misturamse os papeis. O professor tem em suas mãos o papel de educador, preparando seus
alunos para a vida. Muitas vezes é necessário que o professor faça uma critica a si
mesmo, que ele perceba se realmente está acompanhando o desenvolvimento e as
necessidades de seus alunos, Becker (2000) mostrou o quanto a critica está ausente e
o quando utilizar metodologias primitivas conserva o professor como prisioneiro de seus
princípios, tornando-o incapaz de perceber quais as amarras que o aprisionam no seu
fazer e pensar.
O professor autoritário muitas vezes acha que está é a melhor forma de
manter a ordem da turma, nesse ambiente o professor manda e os alunos obedecem,
ou seja, os alunos passam a participar passivamente e não ativamente do processo
educacional. Muitas vezes o professor esquece que é neles que os alunos se
espelham, por isso deve-se cuidar e estar atento, porque podemos ser copiados em
nosso comportamento.
Ser professor não é somente ensinar, é ir além, “O professor além de
ensinar, precisa aprender o que seu aluno já construiu até o momento – condição
prévia das aprendizagens futuras. O aluno precisa aprender o que o professor tem a
ensinar” Becker (2001,p.27). O professor deve considerar o conhecimento já adquirido
de seus alunos independente da forma que este ocorreu, desta forma passa a ocorrer
uma troca de informações onde um aprende com o outro e vice- versa.
O professor como a escola, devem ter uma preocupação em educar para os
valores, sendo estes fatores a contribuir na construção do caráter e conseqüentemente
na personalidade moral do sujeito. São tantas as injustiças, violências, roubos e
assassinatos, entre outros, vistos na televisão que muitas vezes não se sabe mais o que
é certo ou errado, principalmente para alunos que ainda estão construindo uma
concepção de sua moral como seres humanos, e é neste momento que o professor deve
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orientar, apesar de muitos acreditarem que essa responsabilidade é única e
exclusivamente da família.
É muito importante trabalhar com o tema da moral e da ética na escola,
educando, desta forma para a liberdade, para o desenvolvimento da autonomia e da
tolerância. La Taille, apud, Vinha & Assis (2007,p.161) afirma “[...] pelo que aprendemos
após décadas de pesquisa sobre desenvolvimento moral, sabemos que é sobre a
qualidade das interações sociais que devemos dirigir nossos olhares, e que estas
interações evidentemente não ocorrem apenas no seio familiar”.
Sabemos que ao longo da vida que definimos nossa formação moral, más
quanto mais cedo isso estiver estabelecido melhor. Isso tudo vai depender dos
conteúdos morais contidos no decorrer de seu cotidiano e da qualidade de suas relações
interpessoais estabelecidas. Para Vinha & Assis (2007,p.161).
A moralidade é um fenômeno transversal, pois valores e normas são
transmitidos nos diversos momentos da vida escolar, como por exemplo,
pelo trabalho com a aquisição dos conhecimentos, pela forma como os
educadores lidam com os conflitos, pela maneira como disciplinam, pelo
comportamento que é exigido dos alunos, pelas relações interpessoais,
pelos mecanismos de avaliação.
Todo o processo educacional vai estar voltado muitas vezes para a formação
moral dos alunos, basta o professor saber intervir no momento certo, sabendo
aproveitar as próprias situações do cotidiano, avaliando se está agindo corretamente ou
não.
Tudo que falamos até agora, está diretamente relacionado com o ambiente
em que estes indivíduos (professor e aluno) se encontram. Um dos ambientes que mais
favorecem a essa formação moral é o ambiente cooperativo, este é democrático e
isento do uso de recompensas e punições, neste o aluno poderá participar ativamente
de todo o processo juntamente com o professor, formando uma atuação de ambos que
é fundamental para o desenvolvimento deste aluno.
E é dentro desse processo que temos que citar sobre a moral heterônoma e
da moral autônoma, e podemos explicar rapidamente do que se tratam cada uma. Na
moral heterônoma, há uma grande relação de submissão e ao poder, o correto é
obedecer às ordens da pessoa que detém a autoridade. Há aceitação de regras que
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são exteriores ao sujeito. Os valores não se conservam, sendo regulados pela pressão
imposta pelo meio, ou seja, o sujeito modifica seu comportamento moral em diferentes
contextos. Na autonomia moral o sentimento de aceitação ou de obrigação para com as
normas é interno (auto- regulação), sendo fundamental nas relações de trocas mútuas
e de reciprocidade. A pessoa autônoma conserva os seus valores, ou seja, apesar das
mudanças do meio em que se encontra ou das pressões impostas, ela permanece firme
em seus valores. Muitas pesquisas na área já foram feitas e comprovaram que
educadores “fechados”, autoritários, centralizados e donos da verdade, não auxiliam na
construção do senso de responsabilidade de seus alunos. Já aqueles mais “abertos”,
contribuem mais efetivamente para que esse desenvolvimento ocorra. Para Bagat
(1986) modelos educativos podem acelerar, diminuir e criar caminhos na passagem da
heteronomia para a autonomia moral. Quando falamos em ambientes cooperativos
falamos em implementação de regras por consentimento mútuo, e em relação a esta se
deve ter respeito, más esta pode ser modificado quando o consenso for de todos.
Piaget (1994) diz que a moral heterônoma é baseada na obediência
enquanto a moral autônoma é baseada na igualdade. Para muitos a primeira é muito
mais fácil de ser trabalhada, pois não requer tanto envolvimento, e de que também
favorece a formação moral dos indivíduos. Menin (1996, p.61), afirma que “[...] quer
queiram ou não, todas as escolas atuam na formação moral de seus alunos; no
entanto, nem todas o fazem na direção da autonomia”, pois sabem que esta necessita
ser trabalhada e desenvolvida todos os dias e aos poucos, pois nada ocorre de uma
hora para a outra tudo requer um processo, sabe-se que a mudança da heteronomia
para a autonomia não é um processo fácil, como também não é impossível, requer
dedicação e boa vontade para mudar um ambiente que há anos já prevalecia. Mas
educar é dedicação é amor, amor pelo que se faz, pela escola, amor pelos alunos e
pela profissão.
Metodologia:-Foi realizada uma pesquisa qualitativa e é caracterizada pelos seus
atributos e relaciona aspectos que não são somente mensuráveis, más também que
podem ser definidos descritivamente. A variável qualitativa se divide em conjunto de
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valores que é chamada de sistema de valores, tais sistemas não podem ser alterados
para cada variável. As variáveis qualitativas são definidas por meio de uma descrição
analítica, e não medidas ou contadas, e durante a sua descrição não utilizam números.
(FACHIN, 2006).
A pesquisa foi realizada com um grupo de doze professores de educação
física, sendo eles de ambos os sexos, a grande maioria com mais de seis anos de
formação, sendo atuante, alguns na educação infantil, ensino fundamental e outros no
ensino médio.
Para coletar os dados necessários à pesquisa, foi elaborada uma entrevista
à um pequeno grupo de professores, com nove perguntas fechadas aos entrevistados.
O período da coleta dos dados compreendeu-se entre 15 a 19 de setembro e
finalizando-a foram agrupados os dados obtidos e posteriormente analisados.
Quanto ao quesito tempo de formação do entrevistado foi constatado uma
média em torno de 10 anos de formação profissional, tempo relativamente grande e
com muita experiência para uma carreira, no qual podemos considerar bom, porque
demonstra que o professor já deve ter um grau maior na sua formação e conhecimento.
Em relação à segunda pergunta que trata sobre qual a especialização do
entrevistado pode-se observar que a maior parte das especializações apresentadas foi
de Treinamento Esportivo com total de 32% dos entrevistados e Educação Especial
com 20% dos entrevistados e ainda apresentaram uma variação muito grande de tipos
de especializações.
Quando perguntado, qual a tendência pedagógica ou abordagem pedagógica
que o professor utilizava, observou-se certo grau de dificuldade em relação às
respostas, mas foram dadas várias respostas e ficou prevalecendo três, que seriam:
25% utilizam uma tendência recreacionista, 23% utilizam a construtivista e 18% estão
com a esportivista, entre esses valores alguns entrevistados apresentaram a utilização
de mais de uma tendência, sendo que as mesmas algumas vezes não estavam
condizente uma com a outra, ou seja uma possui um ponto de vista totalmente diferente
da outra.
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Os professores quando perguntados sobre de que forma eles desenvolvem a
autonomia de seus alunos, muitos tiveram dificuldades em responder, pois
desconheciam qual o significado da palavra ‘autonomia’(grifo nosso), queria dizer
neste caso especifico da escola. Portanto, a maioria após pensar um pouco conseguiu
colocar suas opiniões, na qual a grande maioria parte das respostas foi baseada em
cima do diálogo, ou seja, o professor daria espaço para os alunos exporem suas idéias
e suas opiniões, deixando que os alunos tomem algumas decisões durante a aula, isso
em relação às atividades, trabalhos, etc.
Na pergunta de número cinco como deveria ser o relacionamento entre
professor e aluno, as respostas foram quase que unânimes, a grande maioria
respondeu, que deve ser um relacionamento com muito respeito, com diálogo, e
amigável, em fim, um relacionamento sociável e com educação, cortesia e com uma
boa vivência cotidiana de respeito mútuo.
Quando os entrevistados foram perguntados sobre sua satisfação em
relação à profissão todos responderam que estão satisfeitos com o seu trabalho e na
opinião dos professores deveriam ser trabalhados de forma geral dentro da Educação
Física, entre os mesmos os que mais se sobressaíram foram à ginástica com 32%, o
atletismo com 23% e a dança com 17% da preferência dos entrevistados, no restante
também apareceram boas opiniões, entretanto com resultados menos expressivos.
Pode-se observar que as três últimas perguntas possuem uma relação entre
si, iniciando com a pergunta número 8 que pedia se o entrevistado tinha conhecimento
dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), todos responderam que sim, mas na
pergunta número 9 quando perguntados sobre qual parte dos PCNs achava mais
importante, boa parte dos entrevistados não souberam responder, e os que
responderam foram com certa dificuldade, algumas das poucas respostas que
apareceram foram à interdisciplinaridade, inclusão, organização dos conteúdos, a
interação aluno e professor.
Agora, conforme a análise da última questão, no qual que pedia um ponto
positivo e outro negativo da pedagogia adotada pelos PCNs, Constatou-se que 37%
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dos professores souberam apontar pontos positivos, 33% opinaram sobre pontos
negativos, no entanto 17% não souberam dizer nenhum ponto negativo e 13% não
disseram nenhum ponto positivo sobre a pedagogia dos PCNs. Entre as respostas
apontadas para os pontos positivos dos PCNs podemos resumir as que mais foram
apontadas, que são: a maior interação entre professor e aluno, que ele aprofunda os
debates educacionais e que são amplos nos assuntos abordados, também foi citada à
importância da interdisciplinaridade. Em relação aos pontos negativos que mais
apareceram, na opinião da maioria dos que responderam, foi à dificuldade de adequar a
teoria dos PCNs com a prática escolar, ou seja, os PCNs apontam vários conteúdos
que podem ser trabalhados, mas as grandes maiorias das escolas não possuem
estrutura tanto física quanto de material para que eles possam colocar esses conteúdos
em prática.
Desta forma em relação a esse ponto de vista abordado pelos professores,
eles se mostram um pouco equivocados, pois os PCNs apontam em seus objetivos um
ponto importante que vem contradizer a opinião dos professores. Um de seus objetivos
nos diz: “Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como
reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer [...]”. Desta
forma pode-se perguntar se realmente os professores conhecem os PCNs e seus
objetivos propostos.
Analisando o quadro geral das entrevistas, pode-se dizer que a grande
maioria dos professores se mostraram bem dispostos a responder as perguntas, foram
educados e atenciosos, mesmo quando não sabiam alguma resposta, e muitos que não
souberam algumas das perguntas relacionadas com os PCNs, disseram que tinham
pouco conhecimento ou até mesmo não sabiam isto porque atualmente as escolas
estão utilizando mais as Diretrizes Curriculares Estadual de Educação Física para a
Educação Básica (DCEs) do que os PCNs.
Atualmente os PCNs são considerados uma forma pedagógica da Educação
Física, já as DCEs são as diretrizes curriculares da Educação Física estadual, sendo
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que é em cima delas que os professores trabalham atualmente. Apesar de que as
diretrizes estaduais tem como base os PCNs.
Conclusão: - Vimos nesta pesquisa que as posturas educacionais, inseridas no
desenvolvimento do ambiente cooperativo nas aulas de Educação Física, teve um
enfoque de como o papel do professor é de fundamental importância dentro do
processo de ensino aprendizagem.
O professor sabe de sua importância, e entende que a melhor postura que
pode ser adotada por ele, é uma postura de professor aberto ao diálogo, que favoreça o
respeito mútuo do grupo, que aceite sugestões. Percebe-se que eles entendem muito
bem isso, mas não colocam em prática ou quando colocam é sempre voltada para o
seu beneficio, ou seja, eles não acreditam nos ideais propostos pelo ambiente
cooperativo, desta forma deixam de acreditar em seus alunos, continuando a
preservação do ambiente coercitivo, onde quem sempre manda é o professor.
Desta forma, apesar dos professores não acreditarem na implantação do
ambiente cooperativo, sabe-se que ele pode ser agregado no ambiente escolar, e
principalmente nas aulas de Educação Física, basta um pouco de vontade, dedicação e
paciência, pois nada ocorre de uma hora para a outra, é necessário um processo de
implantação e rompimentos de paradigmas. De qualquer forma é necessário acreditar
em nossos alunos, e dar espaço para que eles manifestem suas opiniões, pois desta
maneira atingiremos nosso objetivo de desenvolver a autonomia dos alunos, tendo
alunos que saibam tomar suas próprias decisões, mais criativos, interessados em
aprender e a participar da aula cada vez mais, tudo isso não vai ser importante só para
sua vida escolar, irá também refletir posteriormente em sua vida profissional, familiar,
etc.
Entretanto, para que todo esse processo de desenvolvimento do ambiente
cooperativo e do desenvolvimento da autonomia possa ser possível, é necessário que o
professor siga uma metodologia e procedimentos didático-pedagógicos que favoreçam
também esse desenvolvimento. O professor e seus métodos devem seguir o mesmo
caminho, a mesma fundamentação, para que se possam atingir seus objetivos. O que
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se percebeu através desta pesquisa realizada, que muitos professores desconhecem a
base de sua profissão, ou seja, não sabem quais as tendências pedagógicas da
Educação Física, outros ainda até conhecem, mas não sabem identificar qual delas ele
se utiliza na sua prática pedagógica.
Assim, podemos perceber claramente que para ser um bom professor,
primeiramente é preciso ter muito amor e dedicação pelo que faz, é preciso enxergar
seus alunos todos da mesma forma, sem fazer distinções entre os mesmos, mas
devemos saber respeitar suas individualidades, e o respeito é à base de qualquer
relação. O professor deve sempre buscar coisas novas para tornar sua aula mais
interessante e desta forma cativar mais os alunos, sempre abrindo espaço para que
eles possam expor suas idéias e seus sentimentos.
O professor deve ver seu papel como um amigo de seus alunos, alguém que
inspire confiança e segurança quando alguém precisar, pois é este professor que vai ter
como responsabilidade ajudar no desenvolvimento motor, físico, cognitivo, moral e
social de seus alunos. Fácil é contentar alguns alunos com um simples “jogo de bola”,
difícil é fazer com que o conhecimento adequado chegue a todos da melhor forma
possível, e é desta forma que devemos pensar, agir e desenvolver nossas aulas.
Portanto devemos sempre acreditar no potencial de nossos alunos, não apenas aceitar
ou dizer que são alunos “impossíveis” e que não tem jeito. Na vida como na educação
nunca encontraremos nada pronto, será sempre de nossa responsabilidade fazer
mudanças e criar novos caminhos.
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coletivo na escola os componentes afetivos.São Paulo:Ibrasa,1994.
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2) postura de professores de educação física que contribuem