Avaliação da Excreção Urinária de Aldosterona e
Função Renal em Recém Nascidos de Extremo Baixo
Peso em Tratamento Agudo com Furosemida.
S. Costa , F. Gallini, M.P. De Carolis, C. Latella, L. Maggio, C. Zecca, C. Romagnoli
Division of Neonatology, Department of Pediatrics, University Hospital ‘Agostino Gemelli’,
Catholic University Sacred Heart, and b Division of Neonatology, ‘Cristo Re’ General
Hospital, Rome , Italy
Neonatology 2009;96:171–174
Jaison Argenta
Milena Danilow
Vinicius Cunha
Coordenação: Paulo R. Margotto
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 19/4/2009
Ddos Jaison, Milena e Vinícius; Dr. Paulo R. Margotto
INTRODUÇÃO
• O aumento da atividade do Sistema Renina
Angiotensina Aldosterona (SRAA) tem sido
descrito no período neonatal.
• Apesar desta sua alta atividade, demonstrouse que o SRAA em neonatos saudáveis
responde à terapia aguda com furosemida,
entretanto não há dados relativos à
capacidade de resposta em recém-nascido
(RN) de extremo baixo peso.
OBJETIVO
• Determinar a excreção urinária de aldosterona
(UAE) e a função renal em RN de extremo
baixo peso em resposta ao uso de furosemida
no período neonatal, administrada com o
propósito de reduzir a incidência de displasia
broncopulmonar (DBP).
MATERIAIS E MÉTODOS
• Estudo prospectivo observacional, no período de
março de 2005 a outubro de 2007.
• Foram obtidos o consentimento dos pais e a
aprovação do Comitê de Ética do Departamento
de Pediatria.
• Critérios de inclusão: RN ≤ 1000g e com alto risco
para DBP de acordo com o sistema de pontuação
do serviço.
• Critérios de exclusão: malformações congênitas,
síndromes cromossômicas, APGAR<6 em 5’,
insuficiência renal aguda, insuficiência cardíaca,
hipotensão e uso de indometacina ou
ibuprofeno.
MATERIAIS E MÉTODOS
• Um estudo anterior indicou que 90% dos RN com
pontuação positiva, no score, aos 10 dias de vida
desenvolveu DBP após o 28º dia de vida. Isso
levou a iniciar furosemida para prevenir a DBP.
• Urina de 24h foi coletada no 13º dia de vida; no
dia seguinte foi administrado 2 mg/Kg de
Furosemida IV e, em seguida, uma segunda
coleta de urina de 24h foi feita.
• Foram mensurados aldosterona, Na, K, Cl e
creatinina urinários e Na, K, Cl, e creatinina
plasmáticos.
MATERIAIS E MÉTODOS
• Todos os bebês receberam nutrição parenteral
total e nutrição enteral mínima de acordo com a
política nutricional da unidade.
• Drogas que interferem na função renal foram
registradas e foram consideradas no cálculo do
consumo diário os eletrólitos fornecidos pelas
drogas administradas.
• As variavéis contínuas foram avaliadas pelo teste
T-student.
• A análise estatística foi realizada utilizando Graph
Pad Prism 4 para Windows.
• p< 0,05
RESULTADOS
• Trinta e cinco bebês foram considerados
elegíveis para o estudo, porém 15 foram
excluídos.
• Vejam as características dos pacientes na
Tabela 1 (próximo eslide)
• Quando o estudo começou, os bebês tinham
por volta de 2 semanas de vida e 15 deles
ainda necessitavam de suporte ventilatório.
• Dezessete crianças foram diagnosticadas
como tendo DBP com 28 dias de vida.
RESULTADOS
• A Tabela 2 mostra as alterações do peso, do
volume urinário, da UAE, concentração
plasmática de eletrólitos, excreção de
eletrólitos, clearence de creatinina após a
administração de furosemida.
RESULTADOS
• Os fluídos e eletrólitos administrados antes e
depois da furosemida estão relatados na
tabela 3.
DISCUSSÃO
• Avaliaram-se UAE, clearance de creatinina e
excreção de Na, K e Cl antes e depois da
administração intravenosa de 2 mg/Kg
furosemida em dose única . Essa dose é
superior à comumente utilizada em muitos
centros (1 mg/Kg), mas está dentro da faixa
habitual.
• Os resultados demonstraram um aumento
significativo na excreção urinária de
aldosterona após a administração de
furosemida.
DISCUSSÃO
• A responsividade do SRAA à furosemida já foi
demonstrada em animais e em RN a termo
saudáveis.
• O estudo de Sulyok et al demonstrou
semelhante resposta do SRAA para
furosemida IM em 19 neonatos a termo que
apresentavam edema moderado.
DISCUSSÃO
• Neste estudo, o aumento dos UAE após
furosemida foi maior do que o relatado por
Sulyok et al. (200 vs 163%). Esta diferença
pode ser devido a vários fatores:
1) alta dose utilizada no presente estudo (2
vs1 mg/kg);
2) diferente via de administração (IV vs
IM);
3) RN de extremo baixo peso vs lactentes a
termo.
DISCUSSÃO
• A influência da prematuridade sobre a produção
e excreção de aldosterona é controversa, uma vez
que alguns pesquisadores relataram que a
produção de aldosterona aumenta com IG.
• Quinze bebês estavam em ventilação assistida (5
crianças sob ventilação mecânica intermitente e
10 sob CPAP). Não foi demonstrada qualquer
diferença na UAE após furosemida entre os RN
sob ventilação assistida e em respiração
espontânea.
DISCUSSÃO
• Neste estudo, a administração de furosemida
resultou em um aumento significativo da diurese e
na excreção urinária de Na, Cl e K.
• Estes achados são consistentes com outros
estudos desenvolvidos em prematuros ou em RN
de muito baixo peso.
DISCUSSÃO
• A furosemida inibe a reabsorção ativa de Cl na
porção ascendente fina da alça de Henle,
resultando na redução da reabsorção passiva
de Na e em aumento da diurese.
• A adaptação fisiológica à perda de Na e água
secundária a inibição da reabsorção de Cl
explica o aumento da UAE após administração
de furosemida.
DISCUSSÃO
• A furosemida também aumenta a excreção de
água livre ao inibir a atividade da anidrase
carbônica no túbulo proximal e ao atenuar o
efeito da vasopressina.
• Como consequência, há aumento da entrega
de sódio e água aos túbulos distais, o que
estimula o SRAA.
CONCLUSÃO
• Pode-se concluir que RN de extremo baixo
peso respondem a administração de
furosemida com aumento do volume urinário,
dos eletrólitos urinários e da UAE.
• Administração de diuréticos por períodos
longos em pré-termos com displasia
broncopulmonar poderia aumentar
progressivamente seus níveis de aldosterona,
resultando em retenção de Na e água, que
poderia se beneficiar de terapia diurética antialdosterona.
DISCUSSÃO
• Um estudo longitudinal poderia ser útil em RN
com risco de displasia broncopulmonar a fim
de avaliar as mudanças na produção de
aldosterona e no equilíbrio hidroeletrolítico
em resposta a terapia crônica com diurético.
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Furosemida e lesão renal aguda em
recém-nascidos
Autor(es): N E Moghal, M Shenoy.
Apresentação: Fabiana de Sousa Borges,
Gabriela F. Lins de Albuquerque, Marcelo
R. Alves, Paulo R. Margotto
:: Injúria renal aguda
Autor(es): Paulo R. Margotto. Márcia Pimentel
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Ddos Jaison, Milena e Vinícius; Dr. Paulo R. Margotto
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