EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA: A REALIDADE DO SETOR PÚBLICO E
PRIVADO – ESTUDO DE CASO
Paulo Afonso Arrais de Morais Moreira 1
Leandro Morais e Silva 2
Marta Pereira da Luz 3
Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental
Av. Universitária, nº 1440 – Setor Universitário – Fone: (62) 3946-1351
CEP: 74.605-010 – Goiânia – GO.
RESUMO
A presente pesquisa foi desenvolvida em duas escolas de ensino fundamental, com alunos
entre 3 e 14 anos de idade, sendo uma pública, na qual denominamos de Escola A, e outra
privada denominada Escola B, localizadas na Região Metropolitana de Goiânia. O objetivo da
pesquisa foi diagnosticar a visão dos professores, assim como suas características básicas de
formação e perfil social e as correlacionar com os fatores que interferem no processo de
Educação Ambiental (EA) vigente na instituição de ensino público e privado para comparar o
ambiente escolar desses dois casos avaliados. Para realização da pesquisa, foi aplicado um
questionário com doze questões abordando a prática da EA, Desenvolvimento Sustentável
(DS), problemas ambientais e as leis que reforçam a introdução da EA na estrutura curricular,
para uma amostra de onze professores da Escola A e dez professores da Escola B. Conforme
os resultados obtidos, a EA já faz parte da estrutura curricular das duas instituições. O perfil e
qualificação dos professores das duas escolas trazem semelhança. A diferença entre as duas
escolas está relacionada ao espaço físico e condições financeiras. A Escola B possui recursos
financeiros suficientes, é uma instituição melhor estruturada com mais facilidades para
desenvolver projetos. A escola A não possui recursos financeiros e as condições físicas do
estabelecimento encontram-se prejudicadas. No entanto, percebeu-se que os professores da
Escola A, com todas as dificuldades enfrentadas e os recursos escassos, parecem mais
preparados e com maior disposição para desenvolverem os conteúdos e as atividades
propostas sobre EA.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Escola, Estrutura Curricular, Desenvolvimento
Sustentável
1
Acadêmico do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Goiás. ([email protected])
Orientador, Prof. MSc. Leandro Morais e Silva, Departamento de Engenharia da Universidade Católica de
Goiás – UCG e Silva. ([email protected]).
3
Co-orientadora, Prof. Dra. Marta Pereira da Luz, Departamento de Engenharia da Universidade Católica de
Goiás – UCG, - ([email protected])
2
ABSTRACT
This search was developed in two elementary schools with students between 3 and 14 years
old. The School A is public and the School B is private, both of them located in the
metropolitan region of Goiânia. It’s a descriptive search that aims to diagnose the teachers’
point of view, their social profile characteristics and correlate with the factors that interfere in
the environmental education (EE) process to compare the both schools environments. A
questionnaire with twelve open and closed questions was used to get information about the
environmental education practice, sustainable development (SD), environmental problems
and laws which reinforce the introduction of EE in the curricular structure. Eleven teachers
answered the questionnaire in the School A. In the School B, ten teachers answered it. The
results showed that the curricular structure of both schools has the EE included on it and the
teachers profiles and qualification are similar. The most difference between them is related to
the physical and financial conditions. The School B has enough financial resources and has
better conditions to develop nice EE projects. Unlikely, the School A doesn’t have enough
financial resources and its physical conditions are damaged. However, with all these negative
points, the teachers from School A seem more prepared and available to develop contents and
activities related to the EE.
Key-words: Environmental education, school, curricular structure, sustainable development.
3
1 INTRODUÇÃO
O relacionamento da humanidade com a natureza, que teve início com um mínimo
de interferência nos ecossistemas, tem hoje culminado numa forte pressão exercida sobre os
recursos naturais. São comuns, atualmente, a contaminação dos cursos de água, a poluição
atmosférica, a devastação das florestas, a caça indiscriminada e a redução ou mesmo
destruição dos habitats faunísticos, além de muitas outras formas de agressão ao meio
ambiente.
Dentro deste contexto, é clara a necessidade de se mudar o comportamento do
homem em relação à natureza, no sentido de promover sob um modelo de desenvolvimento
sustentável, processo que assegura uma gestão responsável dos recursos do planeta de forma
a preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo tempo, atender as necessidades das
gerações atuais (ANDRADE, 2001), a compatibilização de práticas econômicas e
conservacionistas, com reflexos positivos junto à qualidade de vida de todos.
O papel da Educação Ambiental (EA) para a sustentabilidade deve ser alimentada
com todas as formas de pensamento, em busca de um bem comum. Preparar o indivíduo para
que ele perceba que as relações sociais e econômicas, socialmente construídas pela
humanidade, devem ser justas e considerar a Terra a partir da finitude dos seus recursos
naturais existentes. Nesse sentido, a escola é um agente social na promoção de novos valores
éticos, de transformação de utopias em ações alternativas concretas e viáveis.
A Educação Ambiental deve ser tratada como uma componente essencial no
processo de formação e de educação permanente da sociedade, possuindo uma abordagem
direcionada para a resolução de problemas e contribuindo para o envolvimento ativo do
público. Desta maneira, deve ser considerada como o sistema educativo mais relevante e
mais realista para se estabelecer uma maior interdependência entre estes sistemas, o
ambiente natural e o social, tendo como objetivo o desenvolvimento de um crescente bem
estar das comunidades humanas (ROSA, 2001).
As finalidades desta educação para a humanidade foram determinadas pela
UNESCO após a Conferência de Belgrado realizada em 1975:
{...} Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e
com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento,
competências, estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe
permitam trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas
atuais, e para impedir que eles se repitam (UNESCO, 1999).
4
Vigotski1 apud Bock (2002) relatam que as mudanças ocorridas em cada um de
nós têm sua raiz na sociedade e na cultura, sendo a escola o espaço social e o local onde o
aluno dará seqüência ao seu processo de aprendizagem e de socialização. O que nela se faz
representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos
ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática durante o cotidiano da vida
escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.
Considerando a importância da temática ambiental para desenvolvimento do
senso crítico e da construção de um saber ambiental, a escola deverá oferecer meios efetivos
para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e as suas
conseqüências para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e para o
meio ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote
posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de
uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.
Para tanto, o objetivo deste trabalho é diagnosticar a visão dos professores, assim
como suas características básicas de formação e perfil social, e as correlacionar com os
fatores que interferem no processo de Educação Ambiental vigente nas instituições de
ensino pública e privada avaliadas, sendo estas localizadas na Região Metropolitana de
Goiânia (RMG). A partir dos resultados obtidos, será possível comparar o ambiente escolar
desses dois casos avaliados.
No que tange o processo de Educação Ambiental, vale lembrar que este trabalho,
como estudo de caso, limita-se à ótica das duas instituições de ensino avaliadas e não poderá
ser um modelo de funcionamento considerado generalizado do sistema.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 O Homem e o Meio Ambiente
Durante toda a trajetória da humanidade, a ocupação e o uso espacial da terra
aconteceu com a utilização dos recursos naturais e destes depende a sua sobrevivência. No
entanto, os problemas ambientais só começaram a ser identificados como sendo impactantes
____________________
1
REFERÊNCIA VIGOTSKI
5
a partir de dois fatores básicos: a revolução industrial, ocorrida a partir da metade do século
XVIII, por volta do ano de 1750, produzida pela passagem do artesanato e da manufatura à
fábrica, pela criação das máquinas de fiar (tear mecânico), o que ocasionou uma grande
mudança no processo de produção.
O outro fator que causou grande impacto ao meio-ambiente foi a organização
urbana, representada pelas construções das grandes cidades, sem nenhum planejamento,
originadas com a revolução industrial.
Neste contexto, Geddes2 apud Dias (2002), considerado o “pai” da educação
ambiental, já expressava a sua preocupação com os efeitos da Revolução Industrial iniciada
em 1779 na Inglaterra e pelo seu desencadeamento no processo de urbanização com
conseqüências para o ambiente natural.
Atualmente, a maior parte da população humana vive em ecossistemas urbanos,
influenciando toda a biosfera. As cidades atraem cada vez mais pessoas, sendo que a
população urbana mundial aumenta cerca de 70 milhões todos os anos. Os seres humanos
constituem uma espécie majoritariamente urbana, sendo que mais de 70% das populações
dos Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental e Japão são urbanas, cerca de 74% na
América Latina e 81% no Brasil (DIAS, 2002).
Percebe-se que a humanidade não tem o devido cuidado com o planeta, nem com
os seres que nele vivem. A ocupação desordenada do solo e a pressão exercida sobre os
recursos naturais têm provocado grandes impactos na natureza, a partir da retirada da
cobertura vegetal, contaminação dos cursos de água, a poluição atmosférica, a devastação das
florestas, a caça indiscriminada, aterramento de margens de rios, riachos, assoreamentos dos
mananciais, queimadas e outros.
Ao contrário de outros seres vivos, que possuem seu crescimento controlado pela
simbiose das cadeias alimentares, a espécie humana tem dificuldade em estabelecer o seu
limite de crescimento, assim como para relacionar-se com outras espécies e com o planeta.
Essa é a fronteira entre o conhecimento e a ignorância humana sobre o Planeta Terra
(PÁDUA & TABANEZ, 1997).
Considerando essa dificuldade do homem conviver de forma equilibrada com o
meio ambiente, em 1972 um estudo do Clube de Roma entidade formada por intelectuais e
____________________
2
REFERÊNCIA GEDDES
6
empresários que não eram militantes ecologistas, incentivou o surgimento das discussões a
respeito da preservação dos recursos naturais do planeta Terra, apontando pela primeira vez
“Os Limites do Crescimento”, que relacionavam quatro grandes questões que deveriam ser
solucionadas para que se alcançasse a sustentabilidade: controle do crescimento populacional,
controle do crescimento industrial, insuficiência da produção de alimentos e o esgotamento
dos recursos naturais (CAMARGO, 2002).
Após a publicação da obra “Os Limites do Crescimento” pelo Clube de Roma em
1972, este conceito toma um grande impulso no debate mundial, atingindo o ponto culminante
na Conferência das Nações Unidas de Estocolmo, naquele mesmo ano.
A idéia de um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI,
compatibilizando as dimensões econômicas, sociais e ambientais, surgiu para resolver, como
ponto de partida no plano conceitual, o velho dilema entre crescimento econômico e redução
da miséria, de um lado, e preservação ambiental de outro. O conflito vinha, de fato,
arrastando-se por mais de vinte anos em hostilidade contra o movimento ambientalista,
enquanto este, por sua vez, encarava o desenvolvimento econômico como naturalmente lesivo
aos empresários, como aos seus agentes mais representativos (CAMARGO et. al, 2004).
Em 1987, a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento da
Organização das Nações Unidas, na Noruega, elaborou um documento denominado “Nosso
Futuro Comum” também conhecido como Relatório Brundtland, onde os governos signatários
se comprometiam a promover o desenvolvimento econômico e social em conformidade com a
preservação ambiental. (CAMARGO, 2002). Nesse relatório foi elaborada uma das definições
mais difundidas do conceito: “o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as
necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras
atenderem suas próprias necessidades”.
Quatro décadas depois, a destruição das florestas, a degradação ambiental e a
poluição aumentaram de forma vertiginosa, gerando o aquecimento do planeta pelas emissões
de gases causadores do efeito estufa. O desenvolvimento sustentável se mostra pouco
duradouro, porque não é considerado ecologicamente sustentável.
Tanto o Relatório Brundtland quanto os demais documentos sobre o
Desenvolvimento Sustentável produzidos pelo Clube de Roma, foram fortemente criticados
porque creditaram a situação de insustentabilidade do planeta, principalmente, à condição de
descontrole da população e à miséria dos países do Terceiro Mundo, efetuando uma crítica
muito branda à poluição ocasionada durante os últimos séculos pelos países do Primeiro
Mundo (GONÇALVES, 2005).
7
Em 1997, na cidade japonesa de Kioto, foi assinado um acordo por 189 nações,
chamado Protocolo de Kioto, que se comprometeram em reduzir a emissão de gases
causadores do efeito estufa em 5%, na comparação com os níveis de 1990. O principal alvo é
o dióxido de carbono (CO2). Especialistas acreditam que a emissão desenfreada desse e de
outros gases esteja ligada ao aquecimento global, fenômeno este que pode ter efeitos
catastróficos para a humanidade durante as próximas décadas. O Protocolo entrou em vigor
em fevereiro de 2005 e prevê que suas metas sejam atingidas entre 2008 e 2012. A principal
crítica ao Protocolo de Kioto é que as metas instituídas representam pouco na luta contra o
aquecimento global, causando um impacto pequeno na mudança do panorama atual.
Hoje, diante do fracasso dos esforços para deter o aquecimento global, surge
novamente a consciência dos limites do crescimento e a chamada ao decrescimento.
Neste sentido têm-se observado ao longo das décadas comportamentos específicos
por parte da sociedade e respostas político-econômicas variadas, conforme Figura 1.
Muitos acidentes
causando poluição
Chaminés
fumacentas símbolos de
Rápido crescimento
industrial
Atuação de grupos
ambientalistas
esperança contra
o desemprego e a
miséria
Poucas leis
ambientais
Pouca ação das
autoridades
Aumento do
interesse por
aspectos qualitativos
da vida, como a
pureza da água e do
ar
Nova legislação
Consciência
pública limitada
anos 50
Aumento da
consciência pública
anos 60 - 70
Incidentes com poluição
do solo e disposição de
resíduos
Criação de selos verdes
e surgimento da idéia de
“ciclo de vida” dos
produtos
Intensificação na
criação de selos verdes
em vários países
Conceito de
desempenho ambiental
dos produtos
Regulamentos para
rótulos ecológicos,
Aumento crescente da
legislação ambiental
existente
Aumento da consciência
ambiental
eco-auditorias
Meio ambiente versus
desenvolvimento
sustentável
Aumento da
consciência ambiental
anos 80
anos 90 .....
Figura 1: Quadro evolutivo das questões ambientais
Fonte: Bertolino, 2007. www.universidadeabertasantosdumont.com.br, acesso em 03 set 2008
Desta maneira, mundialmente, observa-se que nos anos 50, a prioridade era em
combater o desemprego e a miséria. Não havia preocupação, nem da população e nem das
autoridades, com as questões ambientais.
Houve um rápido crescimento industrial, nos anos 60 e 70, surgindo a atuação de
grupos ambientalistas que demonstraram interesse pela qualidade de vida e os cuidados com
a água e o ar. Foi criada uma nova legislação objetivando o aumento da consciência pública,
em relação aos problemas ambientais.
8
Já nos anos 80, ocorreram muitos acidentes causando poluição do solo e
disposição de resíduos. Com isto, surge a idéia de criação de selos verdes a fim de incentivar
os produtores a respeitar o meio ambiente e aumentar a consciência ambiental.
Nos anos 90, percebe-se um aumento da consciência ambiental e discussões em
todo o mundo sobre desenvolvimento sustentável. Há intensificação da valorização de
produtos ecologicamente corretos e com isto o aumento da criação de selos verdes.
Neste contexto, faz-se necessária a constante busca para se atingir um novo estilo
de vida, uma necessidade de mudança do comportamento humano em relação à natureza, no
sentido de promover um modelo de desenvolvimento sustentável, baseado numa ética global,
regida por valores humanitários harmonizadores. O papel da educação atual, se não for o de
resgatar o ser humano, será nenhum, especialmente o da chamada Educação Ambiental, pois
esta só foi criada pelo reconhecimento da ineficácia da educação. Não se consegue ver
relevância em qualquer atividade de Educação Ambiental que não foi conduzida às pessoas
para essa reflexão (DIAS, 2002).
2.1 Educação Ambiental
2.2.1 Conceito
O Conceito de EA vem se aprimorando ao longo do tempo, assim como outros
conceitos que tratam da relação do homem com o meio ambiente, tal como o
desenvolvimento sustentável, e se adaptando à realidade social que o homem se encontra.
Desta forma, diversos autores conceituam a EA a partir da função que se atribuem à esta
nomenclatura, destacando-se alguns destes autores.
Para Antunes (2004), a EA baseia-se em uma prática de educação para a
sustentabilidade, sendo a tradução das relações humanas com o ambiente. É também um
processo contínuo de ajuda ao ser humano na identificação dos sintomas e das causas reais
dos problemas ambientais. Procura ainda desenvolver conhecimentos, aptidões, atitudes,
motivações e a disposição necessária para o trabalho individual e coletivo na busca de
soluções.
Já para Morales (2004), a EA é a condição básica para alterar um quadro crítico,
perturbador e desordenado recheado de crescente degradação sócio-ambiental, mas que só
ela não é suficiente para tanto. Portanto, não deve ser vista como o único caminho a ser
trilhado, porém ela interrompe como mais um importante caminho, de mediação entre a
9
relação sociedade x natureza, buscando construir uma sociedade sustentável que privilegie a
racionalidade e o saber sócio-ambiental.
Na concepção de Medina (1999), a Educação Ambiental visa a construção de
relações sociais, econômicas e culturais capazes de respeitar e incorporar as diferenças,
como por exemplo, minorias étnicas, populações tradicionais, assim como a perspectiva da
mulher e a liberdade para decidir entre os caminhos alternativos de desenvolvimento
sustentável, sempre respeitando os limites dos ecossistemas, que são substrato de nossa
própria possibilidade de sobrevivência como espécie.
Para Sauvé (2002), a Educação Ambiental visa a induzir dinâmicas sociais, de
início na comunidade local e, posteriormente, em redes mais amplas de solidariedade,
promovendo a abordagem colaborativa e crítica das realidades socioambientais e uma
compreensão autônoma e criativa dos problemas que se apresentam e das soluções possíveis
para eles.
De acordo com a Lei nº 9795/99 que dispõe sobre a Política Nacional de Educação
Ambiental (ANDRADE, 2001) no seu artigo 1º, entende-se por educação ambiental o
processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade.
Portanto, a Educação Ambiental pode ser entendida como um processo
participativo, no qual o educando assume o papel de elemento central do processo de
ensino/aprendizagem pretendido, participando ativamente do diagnóstico de problemas
ambientais buscando as suas soluções, sendo preparado como agente transformador das atuais
condutas populares, através do desenvolvimento de habilidades e da formação de atitudes, ou
através de uma conduta ética condizente ao exercício da cidadania. Nesta temática, a EA
constituiu-se em uma forma abrangente de educação, cuja proposta visa atingir todos os
cidadãos, com um processo pedagógico e participativo permanente, procurando incutir no
educando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como
crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução de problemas ambientais (SOUSA,
2007).
Segundo Philippi (2001), a Educação Ambiental deve buscar valores que
conduzam a uma convivência harmoniosa das espécies que habitam o planeta com o meio
ambiente. É preciso considerar que a natureza não é fonte inesgotável de recursos e suas
reservas são finitas, devendo ser utilizadas de maneira racional, evitando-se o desperdício e
10
considerando-se a reciclagem como processo vital. As demais gerações merecem nosso
respeito, sendo a manutenção da biodiversidade fundamental para a nossa sobrevivência.
2.2.2
Eventos Históricos de Educação Ambiental
As reflexões emergentes sobre o desenvolvimento econômico, associadas a uma
grande intervenção no meio ambiente, transformaram os anos 60 num período pródigo de
reflexões e eventos relacionados com a questão ambiental. A partir do livro de Rachel
Carson, “Primavera Silenciosa”, referindo-se ao som do silêncio causado pela ausência de
insetos e de pássaros na primavera, promoveu-se uma discussão na comunidade
internacional relacionando-se a diminuição da qualidade de vida, com o uso exacerbado de
produtos de síntese química na produção agrícola, contaminando os alimentos e deixando
resíduos no meio ambiente (ROSA, 2001). Os problemas ambientais já mostravam a
irracionalidade do modelo econômico vigente, mas ainda não se falava em Educação
Ambiental. Em março de 1965, na Conferência de Educação da Universidade de Keele Inglaterra, colocou-se pela primeira vez a expressão “Educação Ambiental”, com a
recomendação de que esta deveria se tornar parte essencial da educação de todos os cidadãos
(LEONARDI, 2002).
Em 1968, foi criado o Clube de Roma e publicado o livro de Ehrlich, ”Population
Bomb”, que, segundo Cohen e Leff apud Andrade (2001) expunham de forma contundente a
interferência da explosão demográfica sobre o meio ambiente. Ainda nesse ano, foi instituído
na Grã-Bretanha o Conselho para Educação Ambiental dos Países Nórdicos e França, cujas
políticas educacionais introduziram esta temática nos currículos das suas escolas. Ao final do
ano, a UNESCO havia relacionado 79 países que já incluíam a EA nos seus currículos
escolares (LEONARDI, 2002).
Em 1972, acontece na Suécia a Conferência de Estocolmo na qual a Educação
Ambiental passou a ser considerada como campo de ação pedagógica, adquirindo relevância e
vigência internacionais. Os representantes de 113 países participantes da Conferência
declaravam a necessidade de estabelecer uma visão global e princípios comuns para a
preservação e melhoria do ambiente humano. Como orientação aos governos, estabeleceu-se
________________________
3
REFERÊNCIA COHEN e LEFF
11
o Plano de Ação Mundial que recomendou um Programa Internacional de Educação
Ambiental.
Já em 1974, aconteceu em Haia-Holanda o I Congresso Internacional de Ecologia
cuja principal discussão girou em torno da redução da camada de ozônio.
Nesta atmosfera, as discussões em relação à natureza da Educação Ambiental
passaram a ser desencadeadas e os acordos foram posteriormente reunidos nos Princípios de
Educação Ambiental, sendo estabelecidos no Seminário de Educação Ambiental realizado em
1974, em Jammi- Finlândia. Esse seminário considerou que a Educação Ambiental não se
trata de um ramo da ciência ou uma matéria de estudos separada, mas permitia alcançar os
objetivos de proteção ambiental através de um plano de ações integrais e permanentes.
Em 1975, no Congresso de Belgrado foram estabelecidas as metas e os princípios
da Educação Ambiental, presentes na chamada Carta de Belgrado, um documento histórico na
evolução do ambiente. Também foi proposto, neste mesmo instante, que a Educação
Ambiental deveria ser contínua, multidisciplinar, integrada às diferenças e voltadas para os
interesses nacionais, cujos princípios orientaram o Programa Internacional de Educação
Ambiental (PIEA).
Porém, se existe uma referência para aplicação da Educação Ambiental, esta se
encontra nos documentos finais da Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental
de Tbilisi, realizada em 1977 na Geórgia, ex-União Soviética. Foi deste encontro que saíram
as definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a Educação Ambiental adotadas
mundialmente até os dias atuais.
Passados dez anos da Conferência de Tbilisi, realizou-se o Congresso
Internacional sobre a Educação e Formação Relativas ao Meio Ambiente (1987), em Moscou
- Rússia, promovido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e cultura).
No texto final deste Congresso, "Estratégia Internacional de ação em matéria de
educação e formação ambiental para o decênio de 90", ressalta-se a necessidade de fortalecer
as orientações de Tbilisi. A ênfase é colocada na necessidade de atender prioritariamente à
formação de recursos humanos nas áreas formais e não-formais da Educação Ambiental e na
inclusão da dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis de ensino.
Vinte anos após a Conferência de Estocolmo, quinze depois de Tbilisi e cinco
depois de Moscou, realizou-se a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (RIO-92), que se transformou num momento especial para a evolução da
Educação Ambiental. Além dos debates oficiais, foram marcantes dois entre os incontáveis
12
eventos paralelos: a "1ª Jornada Internacional de Educação Ambiental", um dos encontros do
Fórum Global que atraiu cerca de 600 educadores do mundo todo, entre 179 países que
firmaram um acordo conhecido como Agenda 21 (ECO-92), sendo um plano estratégico de
ação para a promoção de um novo padrão mundial de desenvolvimento, conciliando métodos
de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica; o "Workshop sobre Educação
Ambiental" organizado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) destacou, dentre outros
pontos, que deve haver um compromisso real do poder público federal, estadual e municipal
para se cumprir a legislação brasileira visando à introdução da Educação Ambiental em todos
os níveis de ensino e também propôs o estímulo a participação das comunidades direta ou
indiretamente envolvidas e das instituições de ensino superior.
Em 1997, cinco anos depois da Conferência Rio-92, realizou-se uma primeira
reunião internacional (não- oficial) no Rio de Janeiro, Rio +5, com a finalidade de verificar os
avanços realizados a partir da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Portanto, existe a necessidade de incrementar os meios de informações e o acesso
a estes meios, bem como o papel do poder público nos conteúdos educacionais como forma
de alterar a degradação socioambiental e promover o crescimento da consciência ambiental.
2.3 A Inclusão Curricular da Educação Ambiental
A nova Lei 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (PHILIPPI,
2001) vêm conferir uma nova identidade ao Ensino Médio, determinando que este seja
considerado como Educação Básica.
A reforma curricular do Ensino Médio estabelece uma divisão do conhecimento
escolar em áreas, pois entende que os conhecimentos estão cada vez mais imbricados aos
conhecedores, seja no campo técnico-científico, seja no âmbito do cotidiano da vida social.
Esta organização em áreas tem como base a reunião daqueles conhecimentos que
compartilham objetos de estudo, portanto, se comunicam mais facilmente, criando
condições
para
que
a
prática
escolar
se
desenvolva
numa
perspectiva
de
interdisciplinaridade. As áreas do conhecimento são: Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e
suas Tecnologias (OLIVA & MUHRINGER, 2001).
Neste sentido, foram criados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s),
como referência nacional na área de Educação, tratando-se pela primeira vez oficialmente no
13
Brasil a Educação Ambiental como um tema transversal, dando indicações de como
incorporar a dimensão ambiental nos currículos do ensino fundamental. Os temas
transversais permeiam toda a prática educativa que abarca relações entre os alunos, entre
professores e alunos e entre diferentes membros da comunidade escolar (ROSA, 2001). Seus
objetivos visam propiciar aos sistemas de ensino, particularmente aos professores, subsídios
à elaboração e/ou reelaboração do currículo na construção do projeto pedagógico. Pois um
trabalho com essa perspectiva aponta uma transformação na prática pedagógica, mudando a
atuação dos professores às atividades pedagogicamente formalizadas e amplia a
responsabilidade com a formação e cidadania dos alunos.
Enquanto a interdisciplinaridade busca integrar as diferentes disciplinas através da
abordagem de temas comuns em todas elas, os temas transversais permeiam todas as áreas
para ajudar a escola a cumprir seu papel maior de educar os alunos para a cidadania. Isto
quer dizer que a adoção dos temas transversais pode influir em todos os momentos
escolares, desde a definição de objetivos e conteúdos até nas orientações didáticas. Com
eles, pretende-se que os alunos cheguem a correlacionar diferentes situações da vida real e a
adotar a posturas mais críticas (LEONARDI, 1999). .
Nesse momento, a Educação Ambiental está vendo reforçada sua importância no
ensino formal por dois caminhos: a reorientação curricular produzida pelo Ministério da
Educação e Cultura-MEC, que por meio dos PCN’s, introduziu o tema Meio Ambiente como
um dos temas transversais; a introdução da Política Nacional de Educação Ambiental –
PNEA, oficializada por meio da Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999, que entre outras coisas,
legisla sobre a introdução da Educação Ambiental no ensino formal (OLIVA &
MUHRINGER, 2001).
A introdução da questão ambiental nos currículos, intitulados como PCN-Meio
Ambiente, desencadeará diversos processos de sensibilização em relação à questão
ambiental, por meio de atividades planejadas que permitam a inserção progressiva das
crianças no meio local, regional, nacional e internacional, de forma progressiva. Deve
responder aos interesses e motivações dos alunos, propiciando-lhes aquisição de
conhecimentos científicos e técnicos e atitudes éticas, para que possam participar de modo
eficaz na gestão dos processos de desenvolvimento de sua comunidade (OLIVA &
MUHRINGER, 2001).
Sendo assim, por ser um processo duradouro, a Educação Ambiental pode ajudar
a tornar mais relevante a educação geral, a começar pelo ensino fundamental. Esta pode ser
14
considerada como uma base na qual se desenvolvam novas maneiras de viver sem destruir o
meio ambiente, ou seja, um novo estilo de vida.
É possível disseminar entre crianças e os jovens uma nova consciência e atitudes
com relação ao cuidado com o Planeta que habitamos, começando pela nossa casa, escola,
bairro e cidade, pois a Educação Ambiental caracteriza-se por incorporar as dimensões éticas,
sócio-econômicas, políticas, culturais e históricas no processo de Ensino e de Aprendizagem.
Para Vigotski apud Bock (2002), a aprendizagem sempre inclui relações entre as
pessoas. A criança humaniza-se através do contato com a cultura, que é mediado pelo “outro”
(outra pessoa, o ambiente escolar, etc.). O professor e os colegas formam um conjunto de
mediadores da cultura que possibilita um grande avanço no desenvolvimento e no processo
de aprendizagem da criança.
Portanto a Educação Ambiental, no universo escolar formal, deve envolver uma
perspectiva holística, enfocando a relação entre o humano, a natureza e o universo de forma
interdisciplinar
2.4 Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
A Educação Ambiental é uma ferramenta de aprendizagem para o
desenvolvimento sustentável, apesar de ser polêmico essa dicotomia entre “desenvolvimento
e sustentabilidade”, tendo em vista ser o próprio desenvolvimento o causador de tantos
danos sócio-ambientais (ANTUNES, 2004).
Para Dias (2002), o Desenvolvimento Sustentável consiste no uso racional dos
recursos naturais, para produzir e desenvolver a sociedade, sem comprometer o capital
ecológico do planeta. O desenvolvimento econômico e o bem-estar do homem dependem
dos recursos naturais e o desenvolvimento sustentável é impossível de ser alcançado se for
permitido que a degradação ambiental continue. Para o balanceamento desta equação faz-se
necessário o correto manejo dos recursos naturais de forma eficiente e sustentada, sendo
suficientes para atender as necessidades dos atuais seres vivos e preservando uma quantia
necessária para as futuras gerações.
A sustentabilidade no tempo das civilizações humanas, segundo Sachs (2004), vai
depender da sua capacidade de se submeter aos preceitos de prudência ecológica e de fazer
_____________________
4
REFERÊNCIA VIGOTSKI
15
um bom uso da natureza. É por isso que falamos em desenvolvimento sustentável. A rigor, a
adjetivação deveria ser desdobrada em socialmente includente, ambientalmente sustentável e
economicamente sustentado.
Ainda sobre a questão do desenvolvimento sustentável, Oliva e Muhringer
(2001) ressaltam que não se pode haver desenvolvimento e crescimento econômico de modo
a gerar na natureza sobrecargas insustentáveis para a vida em geral e para o próprio processo
econômico que se alimenta de recursos naturais.
Desta maneira, o mundo toma consciência de que as maiores ameaças à
sobrevivência da espécie humana são as mudanças climáticas em curso e os padrões
insustentáveis de produção e consumo, que já superam a capacidade de reposição do nosso
planeta. O problema é como disseminar essa informação para a população, de modo que se
cobre dos governantes a elaboração de políticas e programas que enfrentem essas grandes
questões.
Estas mudanças climáticas estão trazendo secas mais intensas, inundações,
furacões, dificuldades no abastecimento de água e outras alterações ambientais. É o
momento de repensar o consumo de combustíveis fósseis como o petróleo, carvão e gás,
para a diminuição da emissão de gases poluentes e não favorecer as mudanças climáticas.
Temos de poupar as matérias primas não renováveis e reciclá-las para não sobrecarregarmos
o planeta, assim como é preciso informar e educar as pessoas. A educação ambiental é
decisiva, pois mostra que há outros modos de viver, preservando a biodiversidade, a água, os
recursos naturais e os seres vivos.
Se a Educação Ambiental avançar como é preciso, a sociedade aprenderá a
discutir esses temas com a devida apreciação dos políticos e dos governantes, transformando
em questões prioritárias (NOVAES, 2006).
Portanto, a noção de sustentabilidade implica em uma inter-relação necessária de
justiça social, qualidade de vida, equilíbrio ambiental e a ruptura com o atual padrão de
desenvolvimento (ANTUNES, 2004).
Nesse contexto, segundo Leonardi (1999), a educação ambiental aponta para
propostas pedagógicas centradas na conscientização, na mudança de comportamento, no
desenvolvimento de competências, na capacidade de avaliação e na participação dos
educandos. Para Pádua e Tabanez (1998), a educação ambiental propicia o aumento de
conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento de habilidades, condições básicas para
estimular maior integração e harmonia dos indivíduos com o meio ambiente.
16
O desafio é o de formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora, em
dois níveis: formal- aquela que está diretamente ligada à Educação Ambiental tal como ela se
apresenta nos PCNs de meio ambiente: relação ser humano-natureza; sociedade e cultura;
concepção da educação e do conhecimento e não formal- a educação que se destina à
comunidade como um todo, atividades educacionais que estão voltadas mais para tecnologias,
como por exemplo: digitação eletrônica, pintura, aula de violão, horta e outras . Assim, a
educação ambiental deve buscar uma visão holística de ação, relacionando o homem, a
natureza e o universo em uma perspectiva na qual os recursos naturais são finitos e que o
principal responsável pela sua degradação é o próprio ser humano.
3 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva que atende aos pré-requisitos de um estudo de
caso. A pesquisa descritiva permite uma análise do problema da pesquisa em relação aos
aspectos sociais, econômicos, políticos, percepção de diferentes grupos, comunidades, entre
outros aspectos. E o estudo de caso se preocupa em estudar um determinado indivíduo,
família ou grupo para investigar aspectos variados ou um evento específico da amostra.
Inicialmente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre o tema Educação
Ambiental para fundamentar os objetivos pretendidos neste artigo. Dentro do tema
pesquisado, foram aprofundados diversos assuntos como Desenvolvimento Sustentável,
modelo econômico, problemas ambientais e as leis que reforçam a introdução da EA na grade
curricular, pelo Ministério de Educação e Cultura, por meio dos Parâmetros Curriculares
Nacionais-PCN’s e da Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA.
Para coleta de dados foi realizada uma pesquisa com professores de duas escolas
de ensino fundamental, sendo uma escola pública e uma privada, localizadas na Região
Metropolitana de Goiânia (RMG), conforme apresenta a Figura 2. Para preservar a identidade
das Escolas, as identificamos como Escola A (pública), Escola B (privada).
Após a definição das escolas a serem pesquisadas, elaborou-se um questionário,
em anexo, com 12 questões fechadas e abertas sobre projeto de Educação Ambiental na
estrutura curricular das duas escolas e as atividades desenvolvidas pelos professores,
abordando a consciência ambiental e o desenvolvimento sustentável.
17
Figura 2- Mapa da Região Metropolitana de Goiânia
O primeiro passo foi visitar as escolas, conversar com as coordenadoras, explicar
o objetivo do trabalho, solicitar a autorização para realização da pesquisa e agendar a segunda
visita.
O passo seguinte foi a aplicação dos questionários e observação in loco da prática
de Educação Ambiental, bem como a análise de livros didáticos e algumas buscas na internet.
Participaram da pesquisa 11 professores da escola Pública (A) representando uma
amostra de 37% do total de profissionais daquela instituição de ensino e 10 professores da
escola particular (B) representando uma amostra de 28%.
Após a coleta e seleção dos dados, estes foram tratados e analisados
quantitativamente e qualitativamente para verificar a diferença entre as duas escolas, na sua
forma de trabalhar a Educação Ambiental na estrutura curricular.
18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A apresentação e discussão dos resultados seguirão a linha dos recursos
disponíveis após análise dos questionários respondidos pelos professores, das entrevistas com
as coordenadoras e das observações in loco. O modelo do questionário utilizado encontra-se
no anexo A.
A Escola pública denominada, nesta pesquisa, por Escola A, é uma escola
municipal, possui 370 alunos com idade entre 5 e 14 anos e 29 professores dos quais 11
responderam o questionário, representando uma amostra de 37%.
A Escola particular denominada nesta pesquisa, por Escola B, possui 1690 alunos
com idade entre 3 e 14 anos, 35 professores dos quais 10 responderam o questionário,
representando uma amostra de 28%.
Traçou-se um perfil dos professores, que participaram da pesquisa, com relação a
sexo, idade, escolaridade e tempo de atuação na área, como se pode verificar nas tabelas e
gráficos de 01 a 04.
Gráficos 1 e 2: Sexo dos professores que participaram da pesquisa.
Escola B
Escola A
0%
0%
Feminino
Feminino
Masculino
Masculino
100%
100%
Gráfico 1
Gráfico 2
Conforme gráficos 1 e 2, tanto na Escola A quanto na escola B 100% dos
professores que participaram da pesquisa são do sexo feminino, demonstrando assim a
predominância desse sexo nos professores de Ensino fundamental.
19
Gráficos 3 e 4: Faixa etária dos professores
Escola B
Escola A
Até 20 anos
20%
27%
21 a 30 anos
37%
21 a 30 anos
40%
31 a 40 anos
31 a 40 anos
36%
Acima de 40
anos
Gráfico 3
Até 20 anos
40%
Acima de 40
anos
Gráfico 4
Com relação a faixa etária dos professores, percebe-se que um percentual
considerável de 37% da escola A e 40% da escola B possuem mais de 40 anos de idade, o que
pode indicar um nível de maturidade maior.
Gráficos 5 e 6 : Escolaridade dos professores
Escola B
Escola A
9%
37%
2°grau
completo
2° grau
completo
3º grau
incompleto
3º grau
incompleto
30%
3º grau
completo
Especialização
54%
Mestrado
Especialização
70%
Mestrado
Doutorado
Gráfico 5
3º grau
completo
Doutorado
Gráfico 6
Pode-se observar nos gráficos 5 e 6 que mais de 50% dos professores das escolas
A e B possuem cursos de especialização e que 91% dos professores da escola A possuem o 3º
grau completo e na escola B esse percentual é de 100%. Os professores das duas escolas têm
boa formação escolar. Percebe-se ainda que na Escola A os professores continuam buscando
aperfeiçoamento, como por exemplo o curso de mestrado, demonstrando maior qualificação.
20
Gráficos 7 e 8 : Tempo de atuação na área
Escola A
18%
9%
64%
9%
Escola B
Menos de 1 ano
10%
Menos de 1
ano
1 a 5 anos
1 a 5 anos
6 a 10 anos
30%
60%
Acima de 10
anos
Acima de 10
anos
Gráfico 7
6 a 10 anos
Gráfico 8
Os gráficos 7 e 8 demonstram o tempo de atuação na área. Tanto na Escola A
quanto na Escola B mais de 60% dos professores atuam há mais de 10 anos. Esse dado é
relevante considerando os graus de conhecimentos, habilidades e atitudes dos professores,
adquiridos nesse período.
Outros aspectos levantados na pesquisa mostram que a Escola A possui na sua
grade curricular a Educação Ambiental, apesar de não ter recursos financeiros e nem
patrocinadores para execução de projetos. De acordo com a coordenadora, a escola não tem
área arborizada e nem coleta seletiva de lixo, apesar de ter espaço físico suficiente para
viabilizar uma horta e área arborizada, conforme mostra as Figuras 3 e 4. A escola possui um
convênio com a Associação de Combate ao Câncer em Goiás e com uma Indústria de
refrigerantes que recolhe as garrafas PET, utilizadas pelos alunos, professores e funcionários.
Figura 3: Coleta de lixo sem separação de papéis, plásticos e orgânicos da Escola A
21
Figura 4: Espaço físico da escola A
Na escola A, 73% dos professores afirmaram que são incentivados e motivados
para desenvolverem projetos de EA, 91% consideram importante a implantação da EA na
grade curricular, 100% dos professores afirmam que sabem o que é EA, 91% afirmam que
sabem o conceito de Desenvolvimento Sustentável (DS), 100% confirmam que existem
conteúdos relacionados à EA nos livros didáticos de ciências, português, biologia, geografia,
história e inglês, porém alguns professores consideram os conteúdos superficiais e procuram
inovar as propostas.
Com relação ao desenvolvimento de projetos, 91% dos professores da Escola A,
consideram que a escola desenvolve projetos de EA, como por exemplo o projeto “Proteger
para Desfrutar” que trabalha a preservação, a redução de consumo e reciclagem. Os alunos
fazem algumas visitas, esporádicas (devido a falta de recursos financeiros), em locais fora da
escola como: Parque Areião, Parque Vaca Brava, Parque Mutirama, Jardim Zoológico,
SANEAGO, Casa da Cultura Digital e Memorial do Cerrado. A escola utiliza outros meios
para desenvolver com os alunos atividades sobre EA: teatro, desenhos, cartilhas, painéis
educativos, vídeos, palestras, brincadeiras, músicas e debates. Como grande parte dos alunos
moram próximo ao Rio Meia Ponte, a escola utiliza a realidade deles para exemplificar a
degradação ao meio ambiente .
A Escola B, também possui a EA na sua grade curricular de forma bem
estruturada, possui recursos financeiros e patrocinadores para execução dos projetos. Tem
área arborizada, coleta seletiva de lixo, horta e um espaço físico bem adequado, conforme
demonstrados nas figuras 5, 6, 7 e 8.
22
Figura 5: Coleta seletiva de lixo da escola B
Figura 6: Horta da escola B
Figura 7: Área arborizada da escola B
Figura 8: Área arborizada da Escola B
Na escola B, 100% dos professores afirmaram que são incentivados e motivados
para desenvolverem projetos de EA, 100% consideram importante a implantação da EA na
grade curricular, 100% dos professores afirmam que sabem o que é EA, 100% afirmam que
sabem o conceito de DS, 100% confirmam que existem conteúdos relacionados à EA nos
livros didáticos de ciências, português, biologia, geografia, história e outros. Além dos livros
didáticos, os professores trabalham com cartilhas, livros e textos específicos sobre EA.
Quanto ao desenvolvimento de projetos, 100% dos professores da Escola B,
consideram que a escola desenvolve projetos de EA, como: “Pesque uma idéia”, que está
relacionado a coleta seletiva de lixo e o projeto “ Cerrado: preservação e conscientização”. Os
alunos fazem viagens de estudo, excursões e passeios como: trilhas em chácaras, Parque
Areião, Bio Parque Jaó, Bosque dos Buritis, Rios e Córregos, Jardim Zoológico, Fazenda
Vagalume, Fazenda Santa Branca, Memorial do Cerrado e outros. A escola também utiliza
outros meios para desenvolver com os alunos atividades sobre EA: teatro, desenhos, cartilhas,
painéis educativos, vídeos, palestras, brincadeiras, músicas, coleta e separação de lixo.
23
Pode-se observar que o perfil e qualificação dos professores das escolas A e B traz
semelhança com relação aos aspectos pesquisados: sexo, faixa etária, escolaridade e tempo de
atuação na área. Tanto os profissionais da Escola A quanto da Escola B, possuem
conhecimento sobre Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, de acordo com
suas respostas. Sendo que na Escola A, os professores conceituaram EA e DS de uma forma
mais adequada como por exemplo: “ Educação Ambiental é a mudança de hábitos e atitudes
com o objetivo de preservar o meio ambiente”; “ EA é a educação voltada para o estudo dos
biomas”; “EA visa conscientizar o homem a preservar o ambiente de forma sustentável,
mudando de atitudes”; “ Desenvolvimento Sustentável é usufruir dos recursos naturais com
responsabilidade de forma a manter o equilíbrio da natureza e preservar a vida”; “ DS consiste
na busca do homem em atender suas necessidades presentes sem comprometer o meio
ambiente, visando o crescimento econômico e social sem prejudicar a qualidade de vida do
planeta”.
Na Escola B, 50% dos professores conceituaram Educação Ambiental de forma
menos elaborada: “EA é a conscientização e preservação do meio ambiente”; “EA é preparar
os alunos para lidar e ter consciência de como cuidar do meio ambiente”. Já o conceito de
Desenvolvimento Sustentável foi descrito de forma mais elaborada: “DS é tornar o planeta
viável diante da quantidade de produtos (poluidores) que podem tornar o planeta
insustentável”; “DS é aquele que possibilita o cumprimento dos objetivos do crescimento
econômico e ao mesmo tempo garante a proteção do meio ambiente”.
Apesar da maior parte dos professores conseguirem conceituar tanto EA quanto
DS, percebeu-se que alguns deles, nas duas escolas, que afirmaram saber o significado, não
souberam definir DS ou o fizeram de forma inadequada, demonstrando assim, que nem todos
os professores têm conhecimento necessário para
trabalhar a EA com seus alunos,
necessitando de mais preparo por meio de cursos e treinamentos.
Os professores das duas escolas consideram importante a inclusão da Educação
Ambiental na grade curricular, encontram-se motivados para executarem os projetos, mesmo
os profissionais da Escola A, que não tem recursos financeiros e nenhum tipo de patrocínio
para o desenvolvimento desses projetos, mas apresentam vontade de fazer, procuram executar
atividades diferentes com os alunos, reforçar o conteúdo dos livros didáticos, inovar propostas
de acordo com suas possibilidades, como por exemplo: dar aula sobre a preservação do
cerrado, apresentando diversas frutas típicas; passear nas ruas próximas a escola, para mostrar
os riscos que os lixos espalhados trazem para a saúde das pessoas, pela falta de
conscientização e educação.
24
Analisando a Escola B, percebe-se que é uma instituição bem estruturada, com
mais de 1600 alunos de classe média e alta, com recursos financeiros e com patrocínio para
desenvolvimento de projetos mais robustos sobre Educação Ambiental. Além dos recursos
financeiros, a escola tem espaço físico e uma área verde bem adequada. Os alunos e a Escola
têm condições financeiras para fazer viagens, excurções e passeios em lugares onde os
recursos naturais são preservados. Assim, os professores têm mais recursos didáticos para
trabalhar a EA. Além disso, a escola recebe diversas cartilhas e livros sobre EA, dos
patrocinadores, o que pode aumentar a motivação tanto para quem ensina, quanto para quem
aprende.
Vale ressaltar que tanto na Escola A quanto na Escola B, a Educação Ambiental
está inserida na estrutura curricular e que os conteúdos dos livros didáticos estão
contextualizados com os temas transversais. A diferença está na forma como esses conteúdos
estão sendo repassados aos alunos devido aos recursos necessários para o desenvolvimento
dos projetos.
Portanto, diante de tais informações pode-se reconhecer que as duas Escolas estão
no caminho certo, buscando conscientizar os alunos a repensarem suas atitudes, mudando os
hábitos para preservação do meio ambiente, por meio da EA. Mas vale ressaltar, que não
basta incluir a EA na estrutura curricular, é necessário também propiciar aos professores,
conhecimento necessário dos conteúdos a serem ministrados por meio de cursos e
treinamentos, bem como fornecer recursos financeiros suficientes para o desenvolvimento de
projetos, envolvimento dos alunos, professores, funcionários, pais, comunidade e governo,
para que haja motivação, vontade e reconhecimento da importância da EA para a formação de
cidadãos conscientes sobre o cuidado com o meio ambiente e com a sobrevivência do planeta.
5 CONCLUSÕES
Considerando a temática abordada e análise do contexto das escolas pesquisadas,
podemos concluir que Educação Ambiental faz parte da estrutura curricular dessas duas
instituições. No entanto, existe uma diferença com relação aos recursos financeiros
disponíveis, entre a escola pública e a escola privada, para viabilizar os projetos necessários
no processo de aprendizagem dos alunos.
25
No entanto, percebeu-se que os professores da Escola A, como foi denominada a
escola pública, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas e os recursos escassos, parecem
mais preparados e com maior disposição para desenvolverem os conteúdos e as atividades
propostas sobre Educação Ambiental, criando projetos de acordo com suas possibilidades,
inovando conteúdos para complementarem os livros didáticos, demonstrando motivação,
interesse e vontade em fazer acontecer.
A escola B, como foi denominada a escola privada, apesar de todas as condições
favoráveis, demonstrou menos envolvimento dos professores nesse processo de interação
ensino-aprendizagem, com os alunos. Mesmo considerando que 100% dos participantes dessa
pesquisa, afirmarem estar motivados, não foi percebido essa disposição com tanta intensidade.
Diante da realidade das duas escolas pesquisadas é fundamental a sensibilização de
todos os participantes envolvidos, professores e alunos para se obter melhores resultados. Não
basta a inclusão da Educação Ambiental na estrutura curricular para se obter mudança de
atitude. É necessário o comprometimento, vontade, conscientização da importância de se
adotar posturas pessoais e comportamentos sociais e ambientalmente corretos que contribuam
para a formação de cidadãos responsáveis (LEONARDI, 1997).
Assim, é importante que a escola perceba que a Educação Ambiental assume, cada
vez mais, uma função transformadora e o educador tem a função de mediador na construção
de referenciais ambientais, mas é necessário saber usar como instrumento de desenvolvimento
social, abordando os temas de forma sistemática e transversal em todos os níveis de ensino
(ROSA, 2001).
Portanto, é necessário incrementar os meios de informação e o acesso a eles, bem
como envolver o poder público nos conteúdos educacionais, como meio de mudança do
quadro atual de degradação do meio ambiente. Não basta somente criar leis que
regulamentem a Educação Ambiental nas escolas, é necessário criar condições para que a EA
seja um processo contínuo e participativo, onde o aluno possa assumir o papel de elemento
central do processo de ensino/aprendizagem, perceber a realidade e ter uma visão integral do
mundo em que vive para cuidar melhor dele (SOUSA, 2007).
São consideradas algumas limitações nesta pesquisa, como a dificuldade de acesso
às escolas privadas e a disponibilidade dos professores para responderem os questionários.
Sugere-se outras pesquisas com um número maior de escolas, tanto públicas quanto privadas,
em diferentes setores do município e que sejam incluídos os alunos para que se possa
aumentar o universo da pesquisa e contribuir com os questionamentos diversos.
26
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ambientais, conceitos, história, problemas e alternativas. Brasília: Ministério do Meio
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concepções, entraves e implicações à sociedade humana. 2002. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) – UFSC, Florianópolis-SC.
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LEONARDI, M.L.A., A educação ambiental como um dos instrumentos de superação da
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Verde Cotidiano: o meio ambiente em discussão. Rio de Janeiro, DP&A Editora, 1999.
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Disponível em www.amigosdanatureza.org.br > , acesso em: 09 set 2008.
27
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UNESCO. Educação para um futuro sustentável: uma visão transdisciplinar para uma
ação compartilhada. Brasília: IBAMA, 1999.
28
7 ANEXOS
Anexo A – Questionário utilizado na coleta de dados junto aos professores das duas escolas
pesquisadas.
QUESTIONÁRIO
Prezado professor,
O presente questionário tem por objetivo pesquisar sobre a Educação Ambiental na Escola,
para desenvolvimento de trabalho científico de conclusão do curso de Engenharia Ambiental,
da Universidade Católica de Goiás – UCG 2008/2. Sua colaboração é muito importante para o
resultado desse trabalho. Desde já, agradecemos sua participação.
Identificação do professor:
•
Sexo: (
•
Idade: ( ) Até 20 anos
( ) De 21 a 30 anos
( ) De 31 a 40 anos
( ) Acima de 40 anos
•
Escolaridade
( ) 2º grau completo
( ) 3º grau incompleto
( ) 3º grau completo
( ) Outros: ____________________
•
Quanto tempo você atua nessa área ?
( ) Menos de 1 ano
( ) De 1 a 5 anos
( ) De 6 a 10 anos
( ) Mais de 10 anos
) Feminino
(
) Masculino
( ) Especialização
( ) Mestrado
( ) Doutorado
QUESTÕES:
1) Você sabe qual é o conceito de Educação Ambiental?
( ) Sim
( ) Não
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2) Você sabe o conceito de Desenvolvimento Sustentável?
( ) Sim
( ) Não
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
29
____________________________________________________________________
3) A escola desenvolve projetos na área ambiental? Quais?
( ) Sim
( ) Não
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Você considera importante a implantação da temática ambiental na grade curricular?
Porque?
( ) Sim
( ) Não
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Nos livros didáticos existem conteúdos relacionados à Educação Ambiental? De que
forma?
( ) Sim
( ) Não
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
6) Em quais disciplinas, os livros didáticos trazem conteúdos relacionados à Educação
Ambiental?
( ) Ciências
( ) Geografia
( ) Português
( ) História
( ) Biologia
( ) Outros
7) Os professores são incentivados e motivados para estarem desenvolvendo pequenos
projetos ou atividades ambientais com seus alunos? De que forma?
( ) Sim
( ) Não
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
8) A escola possui área arborizada, horta ou outros espaços que podem ser utilizados para
trabalhar a Educação Ambiental?
( ) Sim
( ) Não
9) Na escola existe o processo de separação de lixo produzido pela comunidade escolar?
( ) Sim
( ) Não
10) Os professores realizam atividades com os alunos fora da escola para trabalhar a
realidade local sobre as questões ambientais? De que forma?
( ) Sim
( ) Não
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
30
11) Dos locais abaixo relacionados, assinale quais já foram visitados pelos alunos sob
orientação dos professores.
( ) Trilhas em chácaras;
( ) Parque Areião;
( ) Parque Vaca Brava ;
( ) Bosque dos Buritis;
( ) Parque Mutirama;
( ) Nascentes de rios e córregos;
( ) Jardim Zoológico;
( ) Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – SANEAGO;
( ) Estação de Tratamento de Esgoto – ETE;
( ) Aterro Sanitário;
( ) Outros locais não citados ______________________________
12) Quais os meios utilizados pela escola, para desenvolver atividades com os alunos sobre
Educação Ambiental?
( ) Teatro
( ) Desenhos
( ) Cartilhas
( ) Passeios
( ) Painéis Educativos
( ) Vídeos
( ) Palestras
( ) Brincadeiras
( ) Músicas
( ) Debates
( ) Coleta e separação do lixo
( ) Outros ________________________________________
Obrigado!
Você pode utilizar este espaço em branco para acrescentar alguma informação que achar
necessário.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
31
Download

educação ambiental na escola: a realidade do setor público