RUPTURA DA PAREDE
LIVRE DO VENTRÍCULO
ESQUERDO PÓS-INFARTO
AGUDO DO MIOCÁRDIO
Marcos Gradim Tiveron – Incor-HCFMUSP- 2008
RUPTURA DA PAREDE LIVRE DO
VE PÓS-INFARTO
 Definição
É um defeito da parede livre ventricular que
resulta em ruptura decorrente de um IAM.
É a complicação mais grave do IAM
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VE PÓS-INFARTO
 Histórico
- 1647: William Harvey → 1ª descrição da
ruptura
- 1870: Joseph Hodgron → relação entre
ruptura ventricular e coronariopatia
obstrutiva
- 1970: Hatcher → 1ºsucesso cirúrgico/VD
- 1971: FitzGibbon 1ºsucesso cirúrgico/VE
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 Incidência:
- cerca de 1-4% dos IAM
- > mulheres idosas, 1º infarto, HAS, e com início dos
sintomas no 5º dia do infarto
- paredes lateral e posterior: mais comuns
- parede anterior > dos infartos (destaque
para ruptura anterior)
- *InCor (1983-1999): 12.405 IAM
- 127 (1.02%): rotura livre VE
*Abreu CAC, Dallan LAO et al Rev Bras Cir Cardiovasc 2002 17(1):6-12
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 Patofisiologia e patogênese:
- ocorre apenas nos infartos transmurais
- 3 categorias patológicas → aguda
subaguda
crônica
 Aguda: dor torácica súbita, dissociação
eletromecânica, choque profundo e morte em
poucos minutos por hemorragia maciça na
cavidade pericárdica.
98% de mortalidade
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 Subaguda (30%): dor pleurítica, angina,
síncope, hipotensão, arritmia,náusea,
confusão, tamponamento cardíaco, morte
- ao exame físico: distensão jugular (29%)
pulso paradoxal (47%), choque
- evolução: 1-7 dias s/ terapia reperfusão
2-7 dias com trombólise
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 Crônica: formação de pseudoaneurisma
- apresentação clínica mais freq: ICC
- 10% assintomáticos
- outros sintomas: angina, síncope, arritmias,
complicações tromboembólicas(13%)
 Ruptura ventricular dupla: termo aplicado quando
há ruptura de 2 das seguintes estruturas: septo
ventricular, parede livre do ventrículo, musc.
papilar.
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Pseudoaneurisma x Aneurisma Verdadeiro
- a parede do pseudoaneurisma não tem
cels. Miocárdicas
- pseudoaneurismas são mais comuns na
região posterior
- pseudoaneurismas usualmente tem colo
estreito
- pseudoaneurismas tem grande
probabilidade de ruptura
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- 55% dos pseudoaneurismas são por infarto
(33% pós cirúrgico; 7% trauma; 5% infecção)
- Pseudoaneurisma pós-infarto: > inferior,
posterior e lateral
- ECO: acurácia de 97%
- RM: relação entre trombos, colo e mm
papilares
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- pseudoaneurismas largos (> 3cm diâmetro)
se relacionam com fenômenos
tromboembólicos.
- pseudoaneurismas pequenos (< 3cm diâm.)
curso mais estável para tratam.
conservador→ controle com ECO e RM
se ↑ tamanho = cirurgia
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 lesões associadas: CIV, ruptura/disfunção de
papilar, ruptura de VD
 Infarto
↑ cavidade ventricular
↑ tensão parede
ruptura ventricular
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 Terapia trombolítica x Ruptura
aumento de ruptura com trombolíticos se feito tardiamente:
- < 7hs: reduz risco de ruptura
- > 17hs: eleva rsico de ruptura e outras complicaçoes
# a trombólise precoce ↓ o risco de ruptura, pois limita a
extensão da necrose
Honan MB et al. J Am Coll Cardiol 1990; 16:359
Becker RC et al. J Am Coll Cardiol 1995; 25:1063
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Abreu CAC, Dallan LAO et al Rev Bras Cir Cardiovasc 2002 17(1):6-12
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 Diagnóstico
- Rupturas subagudas: clinica de
tamponamento cardíaco
- O sinal clínico mais fidedigno de ruptura da
parede ventricular é a dissociação
eletromecânica →
Figueras J et al. Am J Cardiol 1995;76: 543-7
97,6% acurácia
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 Pericardiocentese: aspiração de material
incoagulável → ruptura subaguda
 ECO: sinais de risco de ruptura
- espessamento pericárdico > 10mm
- sinais de tamponamento (colapso diastólico
precoce do AD e VD, ↑ da variação resp. da
velocidade do fluxo sanguíneo transvalvular)
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 Marcadores para risco de ruptura:
- Infarto lateral (principalmente associado
com infarto inferior e posterior)
- 2 ou mais sintomas:
pericardite
variações do segm. ST, onda T, segm. ST-T
náusea repetitivas
insônia/agitação
Oliva PB et al. J Am Coll Cardiol 1993; 22:720
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
-
História natural
2ª causa mais comum de morte pós-IAM
16-21% dos óbitos nas UCOs
Ruptura aguda: > fatal
Pollack et al. (1993): 24 casos
morte entre 45min
e 6,5 semanas (média: 8 hs)
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- Ruptura crônica tem história natural pouco
conhecida por ser incomum.
prognóstico ruim → alto risco de ruptura.
- pseudoaneurisma em tto conservador: mort.
50% em 2 anos
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
-
Conduta pré-operatória
Cirurgia imediata após o diagnóstico
BIA
Pericardiocentese: benefício temporário
CATE: casos crônicos e estáveis
hemodinamicamente
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 Técnica Cirúrgica
1. Ruptura Subaguda
- canulação periférica antes da indução
anestésica pelo risco de hipotensão grave
- CEC: ruptura posterior, IMi importante, CIV
ou revascularização miocárdica
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2. Pseudoaneurismas
- Tratamento cirúrgico pelo risco de ruptura
(30-45%) e morte
- Corrigidos com patch endocárdico como nas
técnicas dos aneurismas verdadeiros
- Se colo fibrótico → fechamento primário
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VE PÓS-INFARTO
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 Resultados
- 76% sobrevida hospitalar e 48,5% sobrevida em
30 meses (ruptura subaguda).
- tratamento isolado pseudoaneurisma: baixa
mortalidade
- mort. pós-operatória do pseudoaneurisma:13-29%
López-Sendon J et al J Am Coll Cardiol 1992; 19: 1145-53
David TE et al. Austin, TX, RG, Landes, 1993; p142
Moreno R et al. Heart 2003;89:1144-46
RUPTURA DA PAREDE LIVRE DO
VE PÓS-INFARTO
-Sakaguchi G. et al.: 32 casos de ruptura subaguda
mortalidade hospitalar: 15,5%
sobrevida em 5 anos: 74%
Sakaguchi G. Ann Thorac Surg 2008:85:1344-7
OBRIGADO
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Ruptura de Parede Livre de VE Pós-IAM