POLÍTICAS CULTURAIS POR TIÃO SOARES
FUNDAÇÃO TIDE SETUBAL
Aula – Escola de Governo
Políticas Culturais por Tião Soares
SOCIEDADE
Finalidades Sociais
Valores e Princípios
Declarações Supraestatais
Constituição - Estatutos
Valores Dominantes
Estados de Opinião
Realidade Territorial
Agentes Sociais
Realidade Socioeconômica
Opções:
Formação
Sociedade
Necessidades
Escuta - Construção
Sistema Político
Demanda
Codificação - Legitimação
Administração
Planificação
Tratamentos Administrativos
Necessidades
Interesses
Problemáticas
Demandas
Sistema Político
(Decide a relação)
Serviço Público
Mercado
Mistos
Outros Agentes
Administração
Contexto Próximo / Global
Dinâmica Territorial
Fundamentos
Finalidades
Sociais
Demanda
Problemática
Necessidade
Políticas
Projeto
Dinâmica Territorial
Finalidade Social
Política
Demanda
Problemática
Necessidade
Projeto
Finalidade
Contexto
Política
Demanda
Necessidade
Dinâmica
Ascendente
Dinâmica
Descendente
Projeto
POLÍTICA PÚBLICA

Conjunto de ações dirigidas por atores ou agentes internos ou
externos das instituições públicas. (Bassand)

Resultado da atividade de uma autoridade investida de poder público
e de legitimidade governamental. (Meny;Thoenig)

Conjunto de práticas e de normas que emanam de um ou vários
atores públicos. (Meny;Thoenig)
Conjunto estruturado de intervenções, relacionadas com ócio,
prazer, criatividade,etc, conscientes de um ou vários organismos
públicos na vida cultural, entendida como os aspectos sociais
compartilhados, de um território. (Fernández Prado)

POLÍTICAS CULTURAIS

Conjunto de intervenções realizadas pelo Estado, ás instituições
civis e aos grupos comunitários organizados a fim de orientar o
desenvolvimento simbólico, satisfazer necessidades culturais da
população e obter consenso para um tipo de ordem ou de
transformação social. (García Canclini)

Conjunto de práticas sociais, conscientes e deliberadas, de
intervenções ou ausências de intervenções que tem como objeto
satisfazer certas necessidades culturais mediante ao ótimo emprego
de todos os recursos materiais e humanos de que dispõe uma
sociedade neste momento. (Unesco)
O PODER DA CULTURA
Conferência Intergovernamental sobre Políticas ao serviço do
Desenvolvimento - Estocolmo abril 98


Plano de ação sobre políticas culturais ao serviço do
desenvolvimento.
As políticas culturais devem buscar de forma particular a maneira de
fomentar e fortalecer os métodos e modos de oferecer maior acesso
de todas as camadas da população a cultura, de lutar contra a
exclusão, a marginalização e da mesma maneira de elaborar todos
os processos que favoreçam a democratização da sociedade.
O PODER DA CULTURA
Conferência Intergovernamental sobre Políticas ao serviço do
Desenvolvimento - Estocolmo abril 98

As políticas culturais devem ter em conta o conjunto de elementos
que determinam a vida cultural: a criação, a conservação e a difusão
do patrimônio cultural. Deve-se achar um equilíbrio entre estes
fatores a fim de poder implementar uma política cultural eficaz.

A política cultural, sendo um dos componentes de uma política de
desenvolvimento endógena e duradoura, deve ser implementada
em coordenação com outras áreas da sociedade num enfoque
integrado. Toda política para o desenvolvimento deve ser
profundamente sensível a sua própria cultura.
Informe da Comissão Mundial sobre a Cultura e
Desenvolvimento presidida por Javier Pérez
de Cuellar:
Os governos não podem determinar a cultura de um povo: em
efeito, em parte vem determinado por ela.
Podem, isso sim, influir de maneira positiva ou negativa, portanto,
incidir no curso do desenvolvimento da cultura.
INFORME DA COMISSÃO MUNDIAL SOBRE CULTURA E
DESENVOLVIMENTO PRESIDIDA POR JAVIER PÉREZ DE CUELLAR

A liberdade cultural, diferentemente da individual, é coletiva.

A liberdade cultural garante a liberdade a nivel global. Além de
proteger o grupo, defende os direitos de cada uma das pessoas que
o compõe.

A liberdade cultural nos permite satisfazer uma das necessidades
mais básicas: a de definir nossas próprias necessidades básicas.
Seleção
Necessidades Públicas
Crescentes
Redução
Atividade Pública
Diversificação
Desenvolvimento
Atividade Pública
Extinção
Crises
Necessidades Públicas
Reduzindo-se
Hierarquia
Política
Administrações
Públicas
Agentes
Intermediários
População
A necessidade
Condicionada a oferta
Representação
Consenso
Expressão
Tempo
Hierarquia
Política
Administrações
Pública
Agentes
Intermediários
A oferta
População
Condicionada a necessidade
Tempo
Hierarquia
Política
Administrações
Públicas
Agentes
Intermediários
Política Pública A
Política Pública B
Política Pública C
População
Tempo
Processo de desenvolvimento de uma política pública
Identificação de
um problema
Apreciação dos
Acontecimentos
Formulação
de uma solução
ou de uma ação
Tomada de
Decisão
Aplicação da
Decisão
Avaliação dos
Resultados
Execução
Definição de um
problema
Aglomerado de
interesses
Organização das
demandas
Representação e
Acesso diante das
Autoridades
Públicas
Elaboração de
Respostas
Criação de
Consenso
Estudo de
Soluções
Legitimação
da política
Elegida
Gestão e
Administração
Produção de
Efeitos
Adequação de
Critérios
Proposta de
uma resposta
Reações a
Ação
Juízo sobre
os efeitos
Expressão
Política
Efetiva de Ação
Impacto
sobre o
território
Ação Política
ou reajuste
Demanda da
Ação Pública
Resolução de um problema
ou final de um política
(Adaptado de Jones,1970)
CONFIGURAÇÃO POLÍTICA CULTURAL



Estudo do grau de possibilidade
Estudo do grau de disponibilidade
Estudo do nível de conhecimento
GRAU DE POSSIBILIDADE - 1
De gestão



Das instituições, associações e entidades
Da problemática, necessidade ou conteúdo
Das relações entre diferentes agentes
De estruturação de uma administração



A nível público
A nível territorial
A nível dos outros agentes
GRAU DE POSSIBILIDADE - 2



De dinamização dos recursos comunitários e a participação
social
Da implantação em um contexto determinado
De incorporar o conteúdo da política na agenda de
prioridades
GRAU DE POSSIBILIDADE - 3





De competência técnica, científica
De mão de obra especializada
De recursos humanos capacitados e profissionalizados
De recursos materiais e infra - estruturais
De recursos econômicos
NÍVEL DE CONHECIMENTO



Nível de investigação do campo a intervir para aportar um
mínimo de base conceitual
Nível de informação e documentação disponível a nível
interno e externo
Estruturação de uns conhecimentos capazes de constituir
conteúdos para umas formações específicas
POLÍTICAS CULTURAIS

Relação com outras políticas públicas ou privadas
OUTRAS POLÍTICAS
INFLUENTES
OUTRAS POLÍTICAS
AFINS
POLÍTICAS
CULTURAIS
POLÍTICAS CULTURAIS
OUTRAS POLÍTICAS
AFINS
OUTRAS POLÍTICAS
INFLUENTES
POLÍTICAS
CULTURAIS
 ECONÔMICAS
 TERRITORIAIS
 OCUPAÇÃO
 URBANISMO
EDUCAÇÃO
TURISMO
ASSIST. SOCIAL
ZONAS DE COOPERAÇÃO
RELAÇÃO DE POLÍTICAS EM PROJETOS COMUNS





Priorização - Hierarquização
Relação Conceitual
Existência de agentes
Capacidade de gestão - execução
Capacidade de consenso
ESTUDO DE PROJETOS COMUNS





Áreas de interesses comuns
Áreas não desenvolvidas
Novas áreas de colaborações com terceiros
Prospectiva
Novas idéias sobre campos de relação
BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS CULTURAIS NO
BRASIL E A RUPTURA DO MODELO DE REGULAÇÃO
BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL E A RUPTURA DO
MODELO DE REGULAÇÃO

A primeira ruptura com a política cultural dos governos militares
(1964 – 1990)

Fernando Collor (1990-1992) Inícia no país a implantação de um Programa de
reforma de corte Neoliberal e o neodesenvolvimento do antecessor, José Sarney.

Nas Políticas Culturais Sarney introduziu Sistema de Incentivos Fiscais – Lei
Sarney (Lei n7505,1986)

Fernando Collor um marco também para a política cultural no Brasil “não pelo
que criou, mas pelo que destruiu”.
Nesse curto período de 2 anos, foram extintos o MinC, criando em 1985; a
Fundação do Cinema Brasileiro, de 1985, responsável pela organização de
festivais, prêmios, realização de pesquisas, formação profissional na área,
conservação de películas; o Conselho Nacional de Cinema (Concine), criado
em 1976 para regular e fiscalizar as atividades cinematográficas e videográficas; e
principalmente, a Embrafilme, que, desde 1969, cumpri a função primordial de
financiamento da produção, distribuição e exibição do filme nacional. Até mesmo a
Lei Sarney foi extinta.
BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL E A RUPTURA DO
MODELO DE REGULAÇÃO

Nesse período, a concorrência internacional no setor foi,
evidentemente, fortemente desfavorável, sendo a produção
hollywoodiana hegemônica em nosso mercado interno.

Ao lado disso, a televisão constitui, ao longo da segunda metade
do século XX, uma indústria nacional (altamente concentrada,
organizada sob a forma de oligopólios privados com fortes níveis de
concentração ou de monopólios públicos, como no caso europeu,
evoluindo logo para uma forma de sistema misto), com um grande
capital hegemônico seguido de uma série de empresas tradicionais e
pouco competitivas. Assim, a Rede Globo de Televisão se torna o
maior produtor audiovisual nacional
BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL E A RUPTURA DO
MODELO DE REGULAÇÃO

Os investimentos estatais retornaram quando, em 1992, foi sancionada a Lei
do Audiovisual, que criou mecanismos de fomento à atividade por meio de
incentivos fiscais – na sequência da chamada Lei Rouanet, de 1991 -,
ampliada posteriormente, com a Lei n°9.323, 5 de dezembro de 1996, que
aumentou o limite do investimento para 5%. Trata-se de um novo modelo de
intervenção estatal, na linha da extinta Lei Sarney, em que as empresas
nacionais produtoras e distribuidoras de filmes brasileiros passam a se manter
quase que exclusivamente com os recursos repassados pelo governo por meio
da arrecadação com as leis de incentivos fiscais.

É nesse cenário, de incentivos fiscais e de retomada das produções
cinematográficas brasileiras, que, em 1998, foi criada, pelas Organizações
Globo, a Globo Filmes, empresa que atua por meio de parcerias de produção
com produtores independentes e distribuidores nacionais e internacionais.
Essa é a tendência principal da mudança que vem se processando no mercado
convergente do audiovisual no Brasil.
BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL E A RUPTURA DO
MODELO DE REGULAÇÃO

A Globo Filmes alterou consideravelmente não só a forma de se fazer
cinema, como também a estrutura da indústria cinematográfica brasileira
promovendo a concentração da produção nas mãos de grandes
produtoras que atuam em diferentes parcerias com a empresa. Como no
passado, no mercado de TV de massa, essa concentração de produção
nacional não entra em contradição com a manutenção da hegemonia do
cinema norte-americano no país em detrimento da produção nacional. Ao
contrário, a tendência de inserção na Hollywood global, ainda pouco
desenvolvida no país, comparado com o que ocorre em outros mais
profundamente integrados, avança. A penetração da produção
cinematográfica norte-americana, ademais, cresce, beneficiada pelo
desenvolvimento da TV paga, em que a Globo desempenha também papel
hegemônico.
POLÍTICAS CULTURAIS NO GOVERNO LULA
POLÍTICAS

CULTURAIS NO GOVERNO
LULA
Uma medida importante tomada pelo MinC logo de início foi a
realização de uma parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia
(IBGE) para a sistematização das informações relacionadas ao setor
cultural. O resultado foi a publicação, em 2006, do relatório Sistema
de Informações e Indicadores Culturais 2003, baseado nos dados
de 2003, com base nos quais, no final de 2004, o IBGE, elaborador
das estatísticas oficiais e coordenador do Sistema Estatístico
Nacional, desenvolveu uma base de informações relacionadas ao
setor cultural, de modo a fomentar estudos, pesquisas e
publicações, visando municiar órgãos do governo e privados com
subsídios e estudos setoriais, com vistas a caracterizar os principais
aspectos de oferta e da demanda de bens e serviços culturais, os
gastos das famílias e os gastos públicos com a cultura, bem como o
perfil socioeconômico da mão de obra ocupada em atividades
culturais.
Distribuição da despesa de consumo monetária e não-monetária
média mensal familiar, sem a inclusão da telefonia no grupo cultura,
por classes de rendimento monetário e não-monetário mensal familiar,
segundo os grupos de despesa - Brasil - período 2002-2003
Distribuição da despesa de consumo monetária e não-monetária
média mensal familiar, sem a inclusão da telefonia no grupo cultura (%)
Classes de rendimento monetário e
não-monetário mensal familiar (R$)
Grupos de despesa
Total
Despesa de consumo (total)
Até 400
(1)
Mais de
400 a 600
Mais de
600 a
1 000
Mais de
1 000 a
2 000
Mais de
2 000 a
3 000
Mais de
3 000
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
Habitação
33,95
37,83
37,98
37,50
35,63
33,23
31,10
Alimentação
20,75
34,53
31,87
27,47
23,56
19,35
14,46
Transporte
18,43
8,62
9,20
11,79
15,47
20,37
23,76
4,40
2,59
2,86
3,01
3,90
4,57
5,45
Assistência à saúde
6,49
4,31
4,99
6,40
5,98
6,44
7,57
Vestuário
5,68
5,59
6,11
6,27
6,40
5,92
4,96
Educação
3,49
0,54
0,77
1,07
1,99
3,55
5,71
Despesas diversas
2,94
1,57
1,87
2,10
2,66
2,76
3,69
Higiene e cuidados pessoais
2,17
2,54
2,53
2,53
2,59
2,12
1,75
Serviços pessoais
1,01
0,68
0,72
0,84
0,94
1,05
1,15
Fumo
0,70
1,21
1,11
1,03
0,88
0,63
0,40
Cultura
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos
Famiiares 2002-2003.
POLÍTICAS

CULTURAIS NO GOVERNO
LULA
Criação de Câmaras Setoriais do setor cultural
Conferências regionais, seminários e a implantação do
Sistema Nacional de Cultura vêm reunindo agentes públicos,
privados e a sociedade civil, desde 2003, para construir as
diretrizes e as bases do Plano Nacional de Cultura (PNC).
POLÍTICAS

CULTURAIS NO GOVERNO
LULA
Em 2005 o governo Lula reestruturou, com base no decreto n°5520,
de 2005, o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), órgão
integrante da estrutura básica do MinC. O CNPC é composto de 46
representantes dos poderes públicos federal, estadual e municipal, da
sociedade civil, de setores empresariais, culturais, de fundações e
institutos. Tem por finalidade de formular políticas públicas que
articulem o debate entre os diferentes níveis de governo e a
sociedade civil, para assim fomentar as atividades culturais em nível
nacional, constituindo um espaço institucionalizado que rompe com a
política centralista até então empreendida pelos antigos governos,
possibilitando maior participação da sociedade civil no campo da
cultura. É função do CNPC a deliberação de reuniões, e nesse
sentido as Câmaras Setoriais representam uma eficaz ferramenta
para articular as ações do CNPC.
POLÍTICAS

CULTURAIS NO GOVERNO
LULA
Ainda em 2005, ocorreu a 1°Conferência Nacional de Cultura, com
base na qual se propôs a Emenda Constitucional n°48, prevendo a
criação do PNC. Em 2006, ela tramitou na Comissão de Educação e
Cultura da Câmara dos Deputados para detalhamento de suas
diretrizes, sob a forma do Projeto de Lei n°6835. Em 2007, o MinC e a
Câmara estabeleceram um quadro de audiências públicas para
discutir o PNC, com as quais esperava-se agendar, seminários
regionais e listas de discussão pela internet, visando aprimorar o
plano e dar-lhe legitimidade.
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