Jogo Retângulo Mágico: um emaranhamento entre Matemática e Língua materna. Resumo O presente trabalho mostra como o jogo retângulo mágico pode ajudar no ensinoaprendizagem, ser uma possibilidade de se ensinar Matemática, desde as séries iniciais, a partir de uma mediação intrínseca da Língua Materna. Dessa forma, são apresentadas exemplos de atividades que podem ser usadas na prática pedagógica de qualquer sala de aula. A oficina será dividida em três partes: primeira, uma breve abordagem teórica, onde se realizou uma pesquisa bibliográfica. Segunda, a construção do jogo Retângulo Mágico por cada participante. E em terceiro, a manipulação do jogo construído através das atividades relacionadas e de outras possibilidades que os participantes terão oportunidade de apresentar. Palavras - chave: jogos, retângulo mágico, atividades, Matemática e Língua Materna. Introdução Embora, atualmente, já exista uma vasta bibliografia a respeito da importância do uso de jogo para aprendizagem e o desenvolvimento do aprendente no Ensino Infantil e Fundamental, mas quando se trata do Ensino Médio esse tema é praticamente esquecido, mais ainda quando se trata de jogos que permitem um emaranhamento entre a Matemática e a Língua Materna. Dessa forma, alguns professores assumem que não usam jogos em sala de aula por não conhecerem nenhum jogo específico para trabalhar os conteúdos que integram o currículo da disciplina ensinada. Assim, para iniciar a oficina sobre os jogos, procurou-se de imediato, expor as teorias que tratam sobre a importância dos jogos, como esses podem auxiliar no desenvolvimento da aprendizagem e por último será abordado o jogo Retângulo Mágico e suas aplicabilidades no processo de aprendizagem. A importância do uso dos jogos 2 É por meio do mundo mágico do jogo que o homem consegue tudo que deseja. Nesse mundo torna-se possível todas as conexões e interações para realizar seus sonhos, com o intuito de atingir prazer e satisfação. Para Celso Antunes, o jogo é o mais eficiente meio para estimular as inteligências, pois este permite que a criança, e até mesmo adulto, realize tudo que deseja. Quando entretido em um jogo, o indivíduo é quem quer ser, ordena o que quer ordenar, decide sem restrições. Graças a ele, pode obter a satisfação simbólica do desejo de ser grande, do anseio de ser livre. Socialmente, o jogo impõe controle dos impulsos, a aceitação das regras, mas sem que se aliene a elas, posto que são as mesmas estabelecidas pelos que jogam e não imposta por qualquer estrutura alienante. (ANTUNES, 1998, p.17). Pode-se dizer que o brincar é o contexto mais estimulante e natural para desenvolver todas as potencialidades da criança. A ação de jogar contextualiza a criança no tempo e no espaço e situa-a na vida para exploração de sua pessoa e de seu ambiente. Segundo Moreno, o desenvolvimento intelectual, afetivo e social depende dos jogos. Para ratificar sua fala, esse autor cita: González, Alvarez e De Pablo (1993): (...) a brincadeira é fundamental no desenvolvimento e no crescimento do indivíduo e sua falta repercutirá de forma negativa em sua adaptação e socialização a vida real. É por meio de diferentes brincadeiras que a aprendizagem se constitui. Assim, o jogo converte-se em uma prova de personalidade, contribui para a conquista progressiva de sua inteligência e tenta converter a criança em um ser criativo dotado de autonomia, imaginação e fantasia, o que lhe ajudará a obter maior equilíbrio emocional. (MORENO, 2005, p.90). Sobre a importância dos jogos e dos brinquedos, Vigotski afirma que: o comportamento da criança enquanto brinca é oposto ao seu comportamento nas situações do dia-a-dia, pois no brinquedo, a ação está subordinada ao significado, e na vida real a ação domina o significado. É como se ela fosse maior do que na realidade, o foco de uma lente de aumento. O autor acrescenta ainda que o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança, por conter “todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo, ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento”. (VIGOTSKI, 2007, pp. 121-122). Por ser o brincar quase indispensável na vida de um ser, este por sua vez se desenvolve a medida que o ser humano também se desenvolve, conforme VIGOTSKI, “É notável que a criança comece com uma situação imaginária que, inicialmente, é tão próxima da situação real”. (idem. p. 123). É possível citar, por exemplo, uma criança que brinca de boneca e repete quase todas as ações que sua mãe faz consigo. Para o autor, “na situação original, as regras operam sob uma forma condensada e comprimida. (...) O brinquedo é mais a memória em ação do que uma situação imaginária nova”. (idem. p. 123). Atentemos ao autor ao concluir o que foi explicitado acima: 3 Sob o ponto de vista do desenvolvimento, a criação de uma situação imaginária pode ser considerada como um meio para desenvolver o pensamento abstrato. O desenvolvimento correspondente de regras conduz a ações, com base nas quais se torna possível a divisão entre trabalho e brinquedo, divisão esta encontrada na idade escolar como um fator fundamental. (VIGOTSKI, 2007, p. 122). Wallon, também tratou desse assunto em seu livro A Evolução Psicológica da Criança. Segundo ele, quanto mais a criança se adapte a brincadeira, menos ela ignora seu caráter de ficção, ou seja, ela amplia sua margem de criatividade. Os brinquedos que mais agradam não são aqueles que mais parecem com o real, mas com os quais sua fantasia, sua vontade de invenção e de criação fica proporcionalmente limitada. São os brinquedos cuja significação depende em maior medida de sua própria atividade. (wallon, 2007, P 151). É válido ressaltar que o autor de A Formação Social da Mente diz ser “incorreto conceber o brinquedo como uma atividade sem propósito”, pois é este que justifica a atividade e determina a atitude da criança enquanto brinca. Por exemplo, em uma corrida, pode-se chegar em primeiro, segundo ou último lugar, ou ainda, nos jogos atléticos ganhar ou perder. Afinal, os esportes não teriam sentido sem o propósito. “Seria como examinar um doce, colocá-lo na boca, mastiga-lo e então cuspi-lo”. Considerando que todo jogo supõe uma vontade de ganhar, envolve um “saber perder”, uma crença em que melhor oportunidade aparecerá nas novas jogadas e uma necessidade de conhecer as limitações. Nesse contexto, o jogador é estimulado, muitas vezes consciente de sua fragilidade diante do adversário, a querer a jogar, arriscando-se. Para confirmar, Caillois afirma que: Aceitar a derrota como simples contratempo, a vitória sem embriaguez nem vaidade, essa distancia, essa derradeira construção no que respeita à própria ação é a lei do jogo. Considerar a realidade como um jogo, ganhar mais terreno a certos costumes sociais que fazem recuar a mesquinhez, a cobiça e o ódio, é praticar um ato de cidadania. (CAILLOIS,1990: 17). Portanto, é na ação do jogo que o sujeito, mesmo com a derrota, é capaz de conhecer-se, estabelecer o limite de sua competência enquanto jogador e planejar o que precisa para ser trabalhado, desenvolver suas potencialidades, a fim de evitar uma próxima derrota. Um outro ponto que merece ser ressaltado enquanto se joga é a socialização, através dele a criança se integra, assimila seus códigos e se instaura uma comunicação com seus pares, tanto no plano verbal, quanto no plano não-verbal. Sobre esse aspecto Brougère afirma que a brincadeira ajuda a criança a se apropriar dos códigos culturais e isso auxilia na socialização. (p. 61). E ainda fundamenta que a brincadeira pressupõe um contexto social e cultural. 4 Não existe na criança uma brincadeira natural. A brincadeira é um processo de relações interindividuais, portanto de cultura. (...) pressupõe uma aprendizagem social. Aprende-se a brincar. (BROUGÈRE, 2008, p. 98). É por meio do adulto que a criança aprende a brincar, esta entra progressivamente na brincadeira do adulto, de quem ela é de inicio o brinquedo, o espectador ativo e em seguida o parceiro. Ainda com relação ao valor do jogo e da brincadeira podem-se utilizar as palavras de Moreno Murcia, autor do livro Aprendizagem através do jogo, para o qual o jogo é um instrumento que impulsiona a aprendizagem, por que ajuda a criança a consolidar habilidades e destrezas. Dessa forma, é necessário que as crianças dediquem maior tempo possível para essa atividade abandonando a idéia de que brincar é incompatível com a aprendizagem. Outra idéia é que o jogo está presente não só na infância, mas este é uma atividade que se prolonga ao longo de nossas vidas, já que para praticar algumas atividades, por exemplo, xadrez ou futebol, é necessário um grau mais elevado de maturidade. (MORENO, 2005, p. 44). Para concluir Huizinga adverte: “(...) nesse momento, que a civilização se tornou mais séria, devido ao fato de atribuir ao jogo apenas um lugar secundário”. (HUIZINGA, 2008, p. 85). Assim sendo, as considerações tratadas nesse trabalho levam à conclusão que é preciso a sociedade, a escola e os/as professores/ras quebrarem alguns paradigmas e utilizarem jogos pedagógicos para que a aprendizagem aconteça de forma prazerosa e significativa. O jogo, a impregnação Matemática e a Língua Materna Quando tratamos da impregnação existente entre Língua materna e Matemática, deve-se ressaltar que a Língua materna designa a primeira língua aprendida, nesse trabalho coincide com a Língua Portuguesa, mas nossas discussões poderão ser aplicadas a qualquer língua. Outro ponto que merece ser ressaltado é o empenho de Nilson José Machado, que sobre o assunto ele escreveu um livro. Onde ele diz: Para caracterizar a impregnação entre a Matemática e a Língua Materna, referimo-nos inicialmente a um paralelismo nas funções que desempenham, enquanto sistemas de representação da realidade, a uma complementaridade nas metas que perseguem, o que faz com que a tarefa de cada uma das componentes seja irredutível à da outra, e a uma imbricação nas questões básicas relativas ao ensino de ambas, o que impede ou dificulta ações pedagógicas consistentes, quando se leva em consideração apenas uma das duas disciplinas. (MACHADO, 1993, p.91) Com o intuito de caracterizar essa impregnação, citamos os Parâmetros curriculares Nacionais de Matemática e de Língua Portuguesa, (1997), respectivamente, que afirmam: “A Matemática, surgida na Antiguidade por necessidades da vida cotidiana, (...) reflete as leis sociais e serve de poderoso instrumento para o conhecimento do mundo e domínio da natureza”. (p. 26). E “(...) a língua é um sistema de signos histórico e social que possibilita 5 ao homem significar o mundo e a realidade”. (p. 24). Nessa perspectiva, Chaves (2003) salienta, A Língua Materna desempenha um papel preponderantemente no domínio das demais disciplinas, e em especial, da Matemática, que embora possua uma linguagem própria, não consegue se desvencilhar da Língua Materna. É notório, portanto, que a linguagem é um mecanismo de propulsão do raciocínio. Grande parte das dificuldades na resolução de situações-problemas decorre do desconhecimento de vocabulário ou da falta de leitura, o que torna a compreensão da expressão ou proposição, mensagem não decifrada. (CHAVES, p. 15) Nesse sentido, as tentativas mais singelas de iniciação a Matemática esbarram em um requisito de conhecimento da Língua Materna, pois para que haja o entendimento do significado dos objetos envolvidos ou das instruções que possibilitem a compreensão da proposição, é necessário o domínio da língua. Tal necessidade, não fica restrita só a Matemática, uma vez que se aplica a qualquer outro ramo de estudo. Também é possível perceber, que em qualquer lugar do planeta existe uma associação intrínseca entre a Matemática e a Língua Materna, pois os códigos alfabéticos e numéricos são aprendidos e utilizados conjuntamente, mesmo antes de as pessoas ingressarem na escola, sendo desfeitas as divergências entre as disciplinas e os aspectos qualitativos e quantitativos, havendo uma união de pólos distintos para funcionar a comunicação entre as pessoas. Nesse sentido, Carvalho cita que: Se por um lado, os números nascem associados à classificação e contagens, por outro, a noção de ordem fundamental para a construção da idéia de números surge tanto na organização do alfabeto quanto nas seriações numéricas. (1993, p. 97). Assim, a escola quando opta por fazer esta separação, pode estar trabalhando errado, pois o cotidiano do aluno/a é heterogêneo. Para evitar essa divisão, a escola pode optar pelo trabalho com jogo, pois no mundo mágico do jogo não existe fronteira, não existe divisão, há uma interação constante entre os aprendente e o meio. Retângulo mágico e o emaranhamento entre Matemática e Língua Portuguesa O Retângulo Mágico é um exemplo de jogo pedagógico, faz parte do livro Jogos e Teoremas de Matemática dos autores Sampaio e Chaves (2003: 36) e foi apresentado no IX ENEM (Encontro Nacional de Educação Matemática) em Belo Horizonte, Minas Gerais (2007) é possível utilizá-lo para o ensino de vários assuntos, conforme as atividades abaixo. Primeira atividade Ocorre com a construção do jogo pelo aluno, onde será explorada a interpretação textual através da leitura das regras, ao mesmo tempo em que ajuda a familiarização do/a aluno/a com uma linguagem matemática, pois nessa atividade cada aluno irá construir seu jogo. Ele só poderá construir se conseguir entender a regra, embora o desenho ajude muito. 6 Vale ressaltar que o desenvolvimento de conceitos matemáticos, precisa fortalecer a relação entre língua materna e linguagem matemática. Segundo Machado (1993), (...) a superação das dificuldades com o ensino passa pelo reconhecimento da essencialidade da impregnação mútua entre a Língua Materna e Matemática e, em conseqüência da absoluta necessidade da utilização inicial de noções intuitivas, aproximadas, imprecisas, mas fecundas e significativas, descortinadas através do recurso à Língua. (MACHADO, 1993, p. 157) Essa atividade tem como objetivo: reconhecer as figuras geométricas e desenvolver o raciocínio lógico e a percepção visual. Vale lembrar que o objetivo para qualquer jogo, cabe ao professor determinar, pois um mesmo jogo pode ser utilizado em vários contextos. Material Cartolina régua e pincel Como construir Fazer um retângulo de 35 x 17,5 cm; Dividi-lo ao meio; Traçar nos quadrados duas diagonais em cada; Ligar o baricentro das diagonais, formando assim quatro triângulos. Segunda atividade Nessa atividade, acontece um dos principais objetivos desse jogo pedagógico, que é o de desenvolver o raciocínio lógico e a percepção visual. A atividade consiste em, após a construção do retângulo mágico, os alunos contarem quantos triângulos existem na figura. Terceira atividade Após encontrar todos os triângulos, propostos na atividade anterior, os alunos devem colorir a figura e recorta-la, do mesmo modo que ela foi desenhada. Formando dez triângulos, conforme mostra a figura. 7 Foto 1 Foto: Sandra Chaves Agora que a figura foi cortada, o exercício consiste em explorar o imaginário do/a aluno/a, deixando-o à vontade com as figuras, ou seja, pedir que eles criem, com todas as peças, o que eles imaginarem e em seguida criar uma narração, se o conteúdo que o professor pretende explorar for esse assunto. Se for dissertação, por exemplo, a partir da figura criada o aluno deve elaborar um comercial para vendê-la, se estiver no ensino médio. Também na faculdade esse jogo pode ser utilizado. Na área de administração, economia ou contábeis, além do comercial que o aluno já criou na atividade anterior, ele pode demonstrar através de cálculos os custos para construção ou manutenção da figura criada. Para essa atividade o professor, se preferir, também pode trabalhar em equipe, para facilitar suas intervenções. Quarta atividade Segundo os autores: O Retângulo Mágico é um instrumento fundamental para a introdução dos conteúdos de Geometria plana, como material-didático-pedagógico para trabalhar com as figuras planas, pois este desenvolve a criatividade, o interesse e serve como motivação para os alunos por se tratar de um material concreto, onde todos têm oportunidade de ver, sentir e observar a construção das figuras planas, criando seus conceitos críticos, lógicos e etnomatemáticos, fazendo uma relação entre figura plana e seu nome. O professor pode trabalhar com equipes ou individual e solicitar que os alunos construam figuras planas como: retângulo, quadrado, triângulo, trapézio, losango, hexágono e paralelogramo caso as respostas dos mesmos demorem surgir aleatoriamente, fica a critério do professor, ajudar ou não a metodologia a ser seguida. (Anais do 9º ENEM – MG, 2007) 8 Para fazer essa atividade os autores Sampaio e Chaves sugerem a regra: (...) primeiro formar um losango com os triângulos menores, em cada um dos lados do losango colocar um dos triângulos maiores e os outros dois triângulos maiores serão colocados nos vértices do losango para completar o Retângulo Mágico. Desejando construir outras figuras, basta trocar a posição de dois triângulos maiores de um dos vértices do retângulo e os mesmo vão ficar em um dos lados do retângulo assim construindo qualquer polígono: quadrilátero ou triângulo. (Idem). Quinta atividade Objetivo: Identificar as variedades de duas grandezas diretamente e inversamente proporcionais, expressando a relação existente entre as frações. Adição, subtração, multiplicação e divisão. 1/8 1/16 Utilizamos o Retângulo Mágico como jogo pedagógico no estudo das frações, onde cada triângulo, em relação ao todo, representa um número fracionário, por exemplo, 1/16 (um dezesseis avos), que representa o triângulo menor. O Retângulo Mágico fica assim estruturado quatro triângulos retângulos que equivalem a 1/16 do todo e seis triângulos isósceles, que representam quatorze triângulos retângulos, podendo ser explorado a soma das frações, por exemplo: dois triângulos são iguais a um triângulo isósceles que representa 1/8 da fração, assim, podemos trabalhar adição, subtração, multiplicação e divisão de frações de forma concreta e prazerosa. (idem). Sexta atividade Objetivo: Construção e identificação de procedimentos para o cálculo das áreas e perímetros de superfícies planas por meio de decomposição das figuras. 9 Já na introdução da morfologia geométrica, com a construção das figuras planas pode-se introduzir a medida de comprimento através dos lados dessas figuras, com o material concreto, despertando o aluno para que ele elabore seus próprios conceitos de figuras planas bidimensionais. O professor deve pedir que os alunos formem equipes para construírem as figuras e daí reforçar que cada triângulo menor ou maior é uma unidade de medida unitária, a partir desta exposição deve o professor trabalhar inicialmente o comprimento, ou seja, perímetro (2p) com o princípio da contagem desses triângulos. Na seqüência, o professor deve criar uma tarefa inicial onde cada equipe construa um quadrilátero, igual a atividade quatro, escreva seu nome e o desenhe. Como os educandos já fizeram o perímetro e semiperímetro, a próxima tarefa é encontrar a área da superfície plana, usando todas as peças como medida de unidade, de todos os quadriláteros para depois o professor registrar e fazer juntos com os mesmos a leitura, a definição das figuras e suas fórmulas, respectivamente, desta forma construir os conceitos realizando de forma Etnomatemática a ação, a compreensão, a simbolização e a automação. (Idem) Sétima atividade Também sugerida pelos autores para explorar a probabilidade, “é o método para 6, 4 trabalhar aleatoriamente é P 10 que é igual a 210 maneiras deferentes para montar Retângulo Mágico (P 6 = 6 triângulos maiores, P 4 = 4 triângulos menores e P 10 = total de vezes dos dois triângulos)”. (Idem) Oitava atividade Para o trabalho com crianças pequenas ou crianças com necessidades especiais pode-se utilizar esse jogo pedagógico, com a finalidade de trabalhar concretamente as unidades e a noção de maior e menor, já que o jogo é composto de 10 peças, sendo 6 triângulos maiores e 4 triângulos menores. Nona atividade Essa nona atividade tanto pode usada na educação infantil, quanto na Psicopedagogia, é uma atividade para a exploração das cores e pode ser feita de duas maneiras: Primeiro modo, o/a professor/a poderá colorir dois triângulos pequenos de verde e um triângulo grande também de verde, dois triângulos pequenos de vermelho e um triangulo grande também de vermelho, dois grande de azul e os outros dois grandes de amarelo. Pedir que os alunos agrupem os triângulos de cores iguais ou por cores diferentes, de modo que as cores não se repitam naquele grupo. Vale lembrar que as cores citadas acima são apenas sugestões, fica a critério do/a professor/a determinar as cores. 10 Segunda maneira para trabalhar as cores é colorir cada um dos dez triângulos de cor diferente, dividir a sala em equipe, entregar a cada equipe um jogo, pedir que quando o/a professor/a chamar o nome da cor um aluno da equipe levantar e mostrar a cor citada pelo/a professor/a. Décima atividade Como já citado anteriormente, é o professor quem determina o objetivo que deseja para o jogo, dessa forma cabe a ele também definir o conteúdo para qual aplicará o retângulo mágico. Essa atividade pode ser trabalhada em equipe ou individual, a sugestão aqui apresentada será em equipe. Se o professor deseja através do retângulo mágico explorar uma atividade com lista de nomes dos alunos da sala, ou a primeira letra do nome dos alunos da sala, depende do nível em que a criança se encontra. A brincadeira é parecida com o bingo, a diferença é que a tradicional cautela do bingo é substituída pelo retângulo mágico. Conforme a figura: Foto 2 Marcos Simone Neto Márcia Jonas Denis Ana Débora Célio Mariana Foto Sandra Chaves Em cada triângulo escreve-se o nome de um aluno da classe, ou a primeira letra, entrega um jogo para cada equipe e dentro de uma caixinha deverá ficar o nome dos alunos. Conforme o/a professor/a vai sorteando o nome, a equipe vai procurando se este está escrito em uma das dez peças que a equipe recebeu. Ganha o jogo quem conseguir montar primeiro o retângulo mágico de acordo com os nomes chamados pelo/a professor/a. O conteúdo e a disciplina para fazer a décima atividade ficam a critério do/a professor/a, ou seja, se ele/a quiser contemplar: a Geografia pode usar, por exemplo, os estados e capitais do Brasil, Língua Portuguesa, pode utilizar verbos. Essa atividade depende exclusivamente do professor. Conclusão 11 Após o término dessa oficina desejamos que os cursistas percebam as inúmeras possibilidades de trabalhar com jogos em especial com o Retângulo Mágico que é o tema desse trabalho. Informação geral Título da oficina: Jogo Retângulo Mágico: um emaranhamento entre Matemática e Língua materna. País ou países dos autores: Brasil Número de horas: 2 horas Nível de escolarização para o Qual será dirigido o Painel: qualquer nível Número máximo de pessoas: 20 Equipamentos audiovisuais e materiais utilizados na oficina serão de responsabilidade dos autores. Referências Bibliográficas Antunes, C. (1998). Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências (10ª. ed.). Rio de Janeiro: Vozes. __________ (2002). Novas Maneiras de Ensinar, Novas Maneiras de Aprender. Porto Alegre: Artmed. Ausubel, D. P.; Novak, J. D & Hanesian, H. (1980). Psicologia Educacional. (Eva nick trad.) Rio de Janeiro: Editora Interamericana Ltda. Borin, J. (2004). 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