0 DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA DIAGNÓSTICO E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS CONSULTORES: Gutemberg Hespanha Brasil Aurélia H. Castiglione EQUIPE DE APOIO: Carlos Umberto Felipe CARIACICA 2012 1 Lista de siglas e abreviaturas ABEP – Associação Brasileira de Estudos Populacionais CEDEPLAR – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e Caribe COHAB - Companhia de Habitação CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce Denatran – Departamento Nacional de Trânsito Detran – Departamento Estadual de Trânsito Datasus – Departamento de Informática do SUS (Sistema Único de Saúde) ENCE – Escola Nacional de Ciências Estatísticas - Rio de Janeiro FEE – Fundação de Economia e Estatística – Rio Grande do Sul GWh - Gigawatt-hora IBGE – Instituto Brasileiro de geografia e Estatística IE – Índice de Envelhecimento INOCOOP-ES - Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais MWh - Megawatt-hora IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Distrito Federal e Rio de Janeiro NEPO – Núcleo de Estudos de População – Campinas – SP NIS - Número de Identificação Social PDMP - Plano Diretor Municipal Participativo PMC – Prefeitura Municipal de Cariacica PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2 PSF - Programa de Saúde da Família RD – Razão de Dependência RMGV - Região Metropolitana da Grande Vitória RS – Razão de Sexo SEADE – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – São Paulo SIM – Sistema de Informações Sobre Mortalidade SM - Saldo Migratório TBM - Taxa Bruta de Mortalidade TBN - Taxa Bruta de natalidade TMI - Taxa de Mortalidade Infantil UFES - Universidade Federal do Espírito Santo UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais UFPE – Universidade Federal de Pernambuco UNFPA/Brasil – Fundo de População das Nações Unidas 3 Lista de Tabelas Tabela 2.1 - Evolução da população de Cariacica, GV, RMGV, ES e Brasil................................. Tabela 2.2 - Evolução da participação da população de Cariacica (no ES, BR e RMGV-GV) e taxa de crescimento geométrico de 1940 a 2010............................................................................. 16 19 Tabela 2.3 – Crescimento geométrico médio anual 1991–2000 e 2000-2010 (%).......................... 20 Tabela 2.4 - População residente por situação de domicílio............................................................ 22 2 Tabela 2.5 - Densidade populacional de Cariacica (hab/km )......................................................... 24 Tabela 2.6 – Regiões administrativas de Cariacica (dados do censo 2000).................................... 26 Tabela 2.7 - Distribuição dos principais grupos etários (%) - Cariacica - 1960-2010..................... 34 Tabela 2.8A - Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 65+)........ 36 Tabela 2.8B - Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 60+)......... 36 Tabela 2.9A - Razão de Sexo total e por grupos etários – Cariacica - 1960-2010 – Idosos 65+.... 39 Tabela 2.9B - Razão de Sexo total e por grupos etários – Cariacica - 1960-2010 – Idosos 60+..... 39 Tabela 2.10 - Índice de idosos – Cariacica - 1960-2010 – idosos 65+ e idosos 60+....................... 41 Tabela 2.11 - Índice de idosos (%) – Vitória, Serra e Cariacica - 1960-2010 – idosos 65+............ Tabela 3.1 – Nascimentos por ocorrência e residência da mãe segundo o ano do nascimento - 43 Cariacica – 1994-2007..................................................................................................................... 51 Tabela 3.2 – Nascimentos por residência da mãe segundo o sexo Cariacica – 1994 a 2007.......... 54 Tabela 3.3 – Indicadores de fecundidade implícitos nas projeções populacionais – Espírito Santo – 1991/2030........................................................................................................................... 56 Tabela 3.4 - Indicadores de fecundidade – Cariacica – 1996 e 2000.............................................. 60 Tabela 3.5 - Nascimentos por residência da mãe por Ano do nascimento segundo a Idade da mãe – Cariacica – 1994-2007.......................................................................................................... 62 Tabela 3.6 - Nascimentos por residência da mãe por Ano do nascimento segundo a Idade da mãe (%) – Cariacica – 1994-2007................................................................................................... 63 Tabela 3.7 – Indicadores de mortalidade implícitos nas projeções populacionais – Espírito Santo – 1991/2030........................................................................................................................... 72 Tabela 3.8 – Indicadores de mortalidade infantil – Cariacica......................................................... 80 Tabela 3.9 - Óbitos de menores de 1 ano por residência da mãe segundo a faixa etária e sexo – Cariacica – 2007.............................................................................................................................. 81 Tabela 4.1 – Pessoas não naturais do Espírito Santo segundo o Estado de nascimento - 1970 a 99 4 2000.................................................................................................................................................. Tabela 4.2 – População nascida no Espírito Santo segundo o Estado de residência e população residente no Espírito Santo segundo o Estado de nascimento – 2000............................................. 101 Tabela 4.3 – Trocas migratórias de pessoas de 5 anos ou mais de idade entre o Espírito Santo e os outros Estados da Federação em 2000, considerando a residência em 31.07.1995.................... Tabela 4.4 – Indicadores demográficos implícitos na projeção da população 1991-2030.............. 102 107 Tabela 4.5 – Proporção de pessoas não naturais do Espírito Santo na população residente no Estado e em Cariacica - 1970 a 2000.............................................................................................. 107 Tabela 4.6 – Pessoas residentes em Cariacica, não naturais do Espírito Santo segundo o lugar de Nascimento – 1970 a 2000 (% da população de Vitória)........................................................... 108 Tabela 4.7 – Indicadores de migração - RMGV – 2000.................................................................. 114 Tabela 4.8 – Migrantes segundo o local da residência em julho de 1995....................................... 115 Tabela 4.9 – Migração entre os municípios da RMGV – Período 1995-2000................................ 118 Tabela 5.1: Frota total de veículos, participação (%) da frota de Cariacica no ES e crescimento anual................................................................................................................................................. 120 Tabela 5.2: Frota de automóveis, participação (%) da frota de Cariacica no ES e crescimento anual................................................................................................................................................. 120 Tabela 5.3: Consumo de Energia Elétrica no Município de Cariacica (GWh) – (2000-2009)....... 124 Tabela 5.4: Taxas de crescimento anual – Consumo de Energia Elétrica em Cariacica (%).......... 127 Tabela 5.5: Número de unidades consumidoras de energia elétrica – Cariacica............................ 128 Tabela 5.6: Taxa de crescimento anual (%) – Número de unidades consumidoras de EECariacica......................................................................................................................................... 129 Tabela 6.1 - População de 0 a 4 anos de idade e de 60 anos ou mais (Cariacica).......................... 132 Tabela 6.2A - Esperança de vida por sexo...................................................................................... 134 Tabela 6.2B – Taxa de Fecundidade Total..................................................................................... 134 Tabela 6.3: Projeções da população de Cariacica (2010-2030) – Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6........... 136 Tabela 6.4: Taxa média geométrica de crescimento (2010-2030) – Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6....... 136 Tabelas do Anexo Tabela A6.1 – Cenário 1 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 – 2030.... 152 Tabela A6.2 – Cenário 2 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 – 2030.... 153 5 Tabela A6.3 – Cenário 4 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 – 2030.... 154 Tabela A6.4 – Cenário 1 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 20102030....................................................................................................................................... 156 Tabela A6.5 – Cenário 2 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 20102030....................................................................................................................................... 156 Tabela A6.6 – Cenário 4 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 20102030....................................................................................................................................... 156 Tabela A6.7 - Razão de dependência (65+) – Cariacica – 2010-2030 (%).................................... Tabela A6.8 - Razão de sexo – Cariacica – 2010-2030 (%).......................................................... Tabela A6.9- Índice de envelhecimento (65+) – Cariacica – 2010-2030 (%)................................ Tabela A6.10 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica –2005-2030 cenário 1.......................................................................................................................................... Tabela A6.11 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica –2005-2030 cenário 2.......................................................................................................................................... Tabela A6.12 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica –2005-2030 cenário 4.......................................................................................................................................... Lista de Figuras Figura 2.1 – Evolução da população de Cariacica: 1920 – 2010.................................................... 157 157 157 Figura 2.2 – Evolução da população da RMGV: 1940 – 2010....................................................... 18 157 158 158 17 Figura 2.3 – Evolução da taxa média geométrica de crescimento anual: Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010..................................................................................................................................... 20 Figura 2.4 – Evolução da taxa média geométrica de crescimento anual: Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010..................................................................................................................................... 21 Figura 2.5 – População residente por situação de domicílio: ES – 1960-2010.............................. 23 Figura 2.6 – População residente por situação de domicílio: Cariacica– 1960-2010..................... 23 Figura 2.7 – População urbana - ES e Cariacica (%) – 1960-2010................................................ 24 Figura 2.8 – Regionalização do município de Cariacica (%) – 2006............................................. 27 Figura 2.9 - Pirâmide etária para Cariacica no ano censitário de 1920.......................................... 28 Figura 2.10A - Pirâmides etárias para Cariacica nos anos censitários: 1960 a 2010...................... 29 Figura 2.10B - Pirâmides etárias para Cariacica nos anos censitários (%): 1960 a 2010............... 30 Figura 2.11 - Participação homens/mulheres na população total, por faixa etária – Cariacica – 2010................................................................................................................................................ Figura 2.12A – Distribuição dos grupos etários (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 65+........ 31 33 6 Figura 2.12B - Distribuição dos grupos etários (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 60+......... 33 Figura 2.13 - Proporção de pessoas idosas em Cariacica (1960-2010) – duas classificações........ 34 Figura 2.14A – Razão de dependência (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 65+....................... 37 Figura 2.14B – Razão de dependência (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 60+....................... 37 Figura 2.15A - Razão de sexo (%): total da pop. e grupos etários – Cariacica – idosos 65+......... 38 Figura 2.15B - Razão de sexo (%): total da pop. e grupos etários – Cariacica – idosos 60+........ 39 Figura 2.16 – Razão de sexo total Cariacica e ES – 1960 – 2010................................................. 40 Figura 2.17A – Índice de idosos (%): Cariacica – idosos 65+....................................................... 41 Figura 2.17B – Índice de idosos (%): Cariacica – idosos 60+........................................................ 42 Figura 2.18 – Evolução da população por "cor ou raça" Cariacica - (1950-2010)......................... 45 Figura 2.19 – Evolução da população por "cor ou raça" ES - (1950-2010)................................... 46 Figura 3.1 - Brasil - Taxas de natalidade e de mortalidade (por 1000).......................................... 49 Figura 3.2 – Nascidos vivos por residência da mãe e por ocorrência segundo o ano do nascimento – Cariacica – 1994-2007.............................................................................................. 50 Figura 3.3 - Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe – RMGV, Maiores centros urbanos e Demais Municípios – 2007............................................................................................. 52 Figura 3.4 – Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe - RMGV – 2007..................... 53 Figura 3.5 - Taxas específicas de fecundidade por idade Espírito Santo – 1991, 2010 e 2030...... 58 Figura 3.6 – Nascimentos por residência da mãe segundo a idade da mãe - Cariacica – 2007...... 64 Figura 3.7 - Nascimentos por residência da mãe por ano de nascimento e Estado Civil da mãe – Cariacica – 1999 a 2007.................................................................................................................. 65 Figura 3.8 - Nascimentos por residência da mãe e Estado Civil da mãe – RMGV –2007............. 66 Figura 3.9 – Nascimentos por residência de mães solteiras segundo a idade da mãe (%) Cariacica – 2007............................................................................................................................. 68 Figura 3.10 - Nascimentos por residência da mãe por ano de nascimento e consultas pré-natal – Cariacica – 2007............................................................................................................................. 69 Figura 3.11 – Óbitos por residência e ocorrência – Cariacica – 1979 a 2007................................ 73 Figura 3.12 – Óbitos por ocorrência e residência segundo o ano do óbito RMGV – 1979-2007... 74 Figura 3. 13 – Óbitos por ocorrência e por residência – RMGV – 2007........................................ 75 Figura 3.14– Óbitos de residentes segundo o sexo – Cariacica – 1979 a 2007.............................. 76 7 Figura 3.15 – Óbitos de residentes por idade e sexo – Cariacica – 2007....................................... 77 Figura 3.16 – Sobremortalidade masculina na população residente – Cariacica – 2007................ 77 Figura 3.17- Taxas de mortalidade por idade e sexo – Cariacica – 2000....................................... 79 Figura 3.18 - Taxa de Mortalidade Infantil – Cariacica e Espírito Santo – 1989 a 1998............... 81 Figura 3.19 – Proporção de óbitos de residentes segundo os 4 grupos de causas mais importantes – Cariacica – 1979 a 2007........................................................................................... 83 Figura 3.20 – Proporção de óbitos de residentes segundo o grupo de causas: doenças infecciosas ou parasitárias – Cariacica – 1979 a 2007.................................................................... 84 Figura 3.21 – Proporção de óbitos infantis de residentes segundo alguns grupos de causas – Cariacica – 1996 a 2007.................................................................................................................. 85 Figura 3.22 – Número de óbitos de residentes por sexo segundo os grupos de causas mais importantes (CID -10) – Cariacica – 2007...................................................................................... 86 Figura 3.23 – Grupos de causas de mortalidade segundo a incidência proporcional por idades – Cariacica – óbitos por residência – 2007........................................................................................ 87 Figura 3.24 – Proporção de óbitos de residentes por causas externas de morbidade e mortalidade no total de óbitos do grupo etário segundo o sexo e os grupos etários – Cariacica – 88 2003 a 2007..................................................................................................................................... Figura 3. 25 – Evolução do número de óbitos de residentes por causas externas de mortalidade – RMGV e demais municípios do Espírito Santo 1979 a 2007...................................................... 89 Figura 3.26 – Evolução do número de óbitos por ocorrência segundo causas externas de mortalidade - Cariacica e demais municípios da RMGV – 1979 a 2007........................................ 89 Figura 3.27 – Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas RMGV – 2007........... 91 Figura 3.28 – Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Cariacica – 2007............................................................................................................................. 91 Figura 3.29 - Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município da Serra – 2007................................................................................................................................................. 92 Figura 3.30- Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Vila Velha – 2007................................................................................................................................... 92 Figura 3.31- Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Vitória – 2007................................................................................................................................................. 93 8 Figura 3.32 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – RMGV 2007................................................................................................................................... 94 Figura 3.33- Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – Cariacica 2007................................................................................................................................ 94 Figura 3.34- Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – Serra 2007....................................................................................................................................... 95 Figura 3.35 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência –Vila Velha 2007...................................................................................................................................... 95 Figura 3.36 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – Vitória – 2007................................................................................................................................. 96 Figura 4.1 – Proporção de residentes segundo o Estado de nascimento no total de pessoas nãonaturais do Espírito Santo - 1970-2000.......................................................................................... 100 Figura 4.2 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em 31.07.1995, por sexo, segundo os grupos de idade Espírito Santo – 2000..................................... 104 Figura 4.3 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em 31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%) – 2000................................................................... 105 Figura 4.4 – População residente, por deslocamento para trabalho ou estudo, segundo os grupos de idade - Espírito Santo – 2000......................................................................................... 106 Figura 4.5 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, por lugar de residência em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros 109 municípios do Espírito Santo.......................................................................................................... Figura 4.6 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, residentes em Minas Gerais em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e 110 outros municípios do Espírito Santo............................................................................................... Figura 4.7 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, residentes na Bahia em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros 111 municípios do Espírito Santo.......................................................................................................... Figura 4.8 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, residentes no Rio de Janeiro em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e 112 outros municípios do Espírito Santo............................................................................................... 9 Figura 4.9 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, residentes em São Paulo em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e 113 outros municípios do Espírito Santo............................................................................................... Figura 4.10 – Saldos migratórios dos municípios que apresentam os maiores valores positivos e negativos – Espírito Santo – Período 1995 a 2000......................................................................... 114 Figura 4.11 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro Município do Espírito Santo em 31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%) - Espírito Santo – 2000......................... 116 Figura 4.12 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro município do Espírito Santo em 31.07.1995, por idade - Espírito Santo – 2000............................................................... 117 Figura 4.13 – Proporção das pessoas residentes que trabalhavam ou estudavam em outro município do Espírito Santo, segundo os municípios de residência e os grupos etários RMGV – 118 2000................................................................................................................................................. Figura 5.1A – Evolução da Frota total de veículos – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009.......... Figura 5.1B – Taxa de crescimento anual da Frota total de veículos (%) – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009........................................................................................................................................................ Figura 5.2A – Evolução da frota de automóveis – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009.............. 121 122 122 Figura 5.2B – Taxa de crescimento anual da frota de automóveis (%) – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009.................................................................................................................................... 123 Figura 6.1 – Projeções dos cenários 1, 2, e 4 (2010 – 2030)......................................................... 137 Figura 6.2 – Taxa média geométrica de crescimento - projeções dos cenários 1, 2, e 4................ 137 Figura 6.3 – Projeções dos cenários 2 e 6 (2010 – 2030).............................................................. 138 Figura 6.4 – Taxa média geométrica de crescimento - projeções dos cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6..... 138 Figura 6.5 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030 (cenário 1). 139 Figura 6.6 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030 (cenário 2). 140 Figura 6.7 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030 (cenário 4). 141 Figura 6.8A – Evolução dos grupos etários - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4)............................................................................................................................................. Figura 6.8B – Evolução dos grupos etários - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4)............................................................................................................................................. 144 145 Figura 6.9 – Razão de dependência - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4) 147 Figura 6.10 – Razão de Sexo - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4).......... 148 10 Figura 6.11 – Índice de envelhecimento - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4)................................................................................................................................................. 150 Lista de Gráficos Gráfico 5.3 – Consumo de Energia Elétrica no município de Cariacica (GWh) – (2000-2009).... 125 Gráfico 5.4 – Consumo de Energia Elétrica no município de Cariacica (MWh) – (2000-2009)... 126 Gráfico 5.5 – Taxas de Crescimento Anual: Consumo de Energia Elétrica em Cariacica (%)...... 128 Gráfico 5.6 – Unidades consumidoras de energia elétrica – Cariacica – (2000-2009).................. 129 Gráfico 5.7 – Taxa de crescimento anual (%) – Número de unidades Consumidoras de EECariacica......................................................................................................................................... 130 11 SUMÁRIO RESUMO......................................................................................................................................... 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 2. A EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DE CARIACICA..................................................... 2.1 A população total.................................................................................................................. 2.2 Estrutura da população de Cariacica por idade e sexo ......................................................... 3. DINÂMICA DEMOGRÁFICA: COMPONENTE NATURAL..................................... 3.1 Fecundidade.......................................................................................................................... 3.1.1 Indicadores da fecundidade................................................................................................... 3.1.2 Evolução e características..................................................................................................... 3.1.3 Medidas e características da natalidade do município de Cariacica..................................... 3.2 Mortalidade........................................................................................................................... 3.2.1 Indicadores da mortalidade................................................................................................... 3.2.2 Evolução e características..................................................................................................... 3.2.3 Características e medidas da mortalidade do município de Cariacica.................................. 4. DINÂMICA DEMOGRÁFICA: COMPONENTE MIGRATÓRIO............................. 4.1 Considerações gerais............................................................................................................. 4.2 Análise das características da migração no Espírito Santo................................................... 4.3 Análise das características da migração em Cariacica.......................................................... 5. INDICADORES INDIRETOS DE CRESCIMENTO..................................................... 5.1 Frota de veículos automotivos.............................................................................................. 5.2 Consumo de energia elétrica................................................................................................. PROJEÇÕES DA POPULAÇÃO PARA O MUNICÍPIO DE CARIACICA: 20106. 2030....................................................................................................................................... 6.1 Uma discussão qualitativa..................................................................................................... 6.2 Projeções e premissas........................................................................................................... 6.3 Anexo – Projeções dos cenários 1, 2 e 4 por sexo e faixa etária: 2010-2030....................... 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 8. ANEXO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES........................................................................ 9. REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 13 14 15 15 27 46 48 48 49 54 69 69 73 75 96 96 98 107 119 119 123 130 130 131 152 158 161 171 12 Dinâmica Populacional de Cariacica Resumo O estudo da dinâmica populacional do município de Cariacica para o período que vai de 2010 a 2030, constitui um dos eixos temáticos que estruturam a Agenda Cariacica. A partir da análise dos dados demográficos disponíveis (desde o censo demográfico de 1920) procurou-se mapear aspectos importantes para o tema, tendo como base uma conceituação dos modelos demográficos e uma “revisão da literatura” dos diversos modelos para projeções populacionais, e os resultados sobre “Indicadores Sociodemográficos para o Brasil”. Isso resultou em: (i) em uma análise dos dados existentes dos censos e outros, para descrever a “dinâmica demográfica de Cariacica” sobre diversos aspectos; (ii) nas projeções demográficas para o município de Cariacica até 2030, através de duas metodologias distintas produzindo seis cenários, sendo três deles descritos como cenários possíveis; (iii) no estudo de variáveis que possam indiretamente indicar ou não o “crescimento” populacional do município; e, finalmente, (v) em alguns comentários indicando possíveis “cenários e tendências” para os próximos anos. Quais as questões fundamentais que a demografia nos traz para pensar no futuro de Cariacica? São várias tendências demográficas simultâneas que estão ocorrendo, desde a queda da fecundidade à queda da migração e ao aumento da esperança de vida. Esses e outros fatores indicam que a população deve começar a diminuir daqui a 30 anos e acelerar seu processo de envelhecimento. Os últimos dados censitários têm indicado uma tendência geral de redução nas taxas anuais de crescimento populacional. A taxa de fecundidade total de Cariacica apresenta tendência decrescente nos dados reais disponíveis. Também fica evidenciado o envelhecimento da população. Os dados dos últimos censos (1991, 2000, e 2010 - apenas dados divulgados até 29/04/2011) demonstram uma tendência de queda no saldo migratório positivo do município. Os dados indicam crescimento populacional com desaceleração, provocando alterações na pirâmide populacional. Palavras Chave: Fecundidade; mortalidade; projeções populacionais; metodologia; Dinâmica populacional: município da Cariacica/ES. 13 1. Introdução O estudo da dinâmica populacional do município de Cariacica para o período que vai de 2010 a 2030, constitui um dos eixos temáticos que estruturam a Agenda Cariacica. Diversas questões pertinentes ao tema foram propostas pela equipe coordenadora da Agenda. A indisponibilidade de alguns dados, ou mesmo a sua inexistência, dificultaram o uso prospectivo, como por exemplo, dados atualizados sobre migração. Procurou-se resolver as questões propostas da maneira mais satisfatória possível. Quais as questões fundamentais que a demografia nos traz para pensar no futuro de Cariacica? São várias tendências demográficas simultâneas que estão ocorrendo, desde a queda da fecundidade à queda da migração e ao aumento da esperança de vida. Esses e outros fatores indicam que a população vai começar a diminuir daqui a 30 anos e acelerar seu processo de envelhecimento. O crescimento da população em idade ativa irá gerar demandas no sistema escolar além da ocupação do tempo. Com o envelhecimento esperam-se alterações no perfil epidemiológico, que já são manifestas. Além disso, não se pode esquecer que Cariacica é parte de uma grande Região Metropolitana e seu fluxo conjunto deve ser considerado. O conteúdo do estudo é como se segue. No capítulo 2 descreve-se a evolução da população de Cariacica por idade e sexo, com alguns de seus indicadores implícitos associados. No capítulo 3 os componentes do crescimento natural: fecundidade e mortalidade são apresentados em detalhe, para o Brasil, Espírito Santo e Cariacica. No capítulo 4, o processo migratório no ES e, em especial, na RMGV e Cariacica, é analisado para os últimos censos demográficos. O capítulo 5 procura verificar alguns indicadores de crescimento (populacional) indireto, quais sejam a frota de veículos e o consumo de energia elétrica. As projeções populacionais para o período 2010- 2030, com alguns indicadores implícitos, encontram-se no capítulo 6. No capítulo 7 é realizada uma síntese com algumas considerações finais. Nos capítulos 8 e 9 estão, respectivamente, alguns conceitos e definições úteis para o entendimento do texto e as referências bibliográficas. Comentário importante: A primeira versão deste relatório foi concluída em maio/2010. Esta é uma versão atualizada do relatório. Em 29/04/2011 foi divulgada a sinopse do censo 2010 realizado pelo IBGE. Assim, procurou-se atualizar as tabelas e gráficos com pertinência desses dados. Vale destacar que a 14 projeção do IBGE para o município de Cariacica no ano 2009 foi de 365.859 habitantes. A contagem do censo 2010 para o município foi 348.738 habitantes. A projeção foi superestimada. Optou-se por deixar os cenários propostos neste estudo, como na versão inicial, visto que não se dispõe ainda dos dados definitivos do censo 2010. Comenta-se no capítulo 6, sobre o cenário que mais se ajustou à luz dos resultados até agora divulgados. 2. A Evolução demográfica de Cariacica 2.1. A população total Primeiramente veio o desenvolvimento através de uma vida econômica regular, com uma população fixada na região. Em dezembro de 1837 foram estabelecidas três freguesias subordinadas ao município de Vitória: Vitória, Carapina e São João Batista de Cariacica. Foi a criação do primeiro distrito municipal. Em 1880, assinala Bezerra (2009, página 56), o distrito “já se apresentava com capacidade econômica para ter vida autônoma”. Em novembro de 1890 foi elevado à categoria de Vila com a denominação de Cariacica e sede na Vila de São João Batista de Cariacica. “O dia 30-121890 constitui a data do desmembrado do município de Cariacica do município de Vitória”; (ibid., página 59). Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído por 2 distritos: Cariacica e Itanguá. Em 1914 a sede do distrito de Itanguá passa para a povoação de Itaquari e o distrito de Itanguá passa a denominar-se Itaquari. A divisão territorial nesses dois distritos, Cariacica e Itaquari, permenece em divisão territorial datada de 2005; Bezerra (2009), IBGE (2010a, b). Cariacica permaneceu como vila durante quase cinquenta anos, sendo elevada à categoria de cidade em novembro de 1938 (Bezerra, 2009, página 61). Do ponto de vista territorial, os limites do município de Cariacica foram fixados por lei de novembro de 1937, regulando as fronteiras com os municípios vizinhos: Santa Leopoldina, Serra, Vitória, Vila Velha (denominado inicialmente Espírito Santo), Viana (denominado inicialmente Jabaeté), e, Domingos Martins. Bezerra (2009) sugere que a circunscrição inicial, em 1864, era de cerca de 400 km2. Contudo, a área territorial oficial do município de Cariacica, é de 279,975 km2, conforme o IBGE; IBGE (2010b). Assim, no período de tempo aqui estudado essa é a área do município de Cariacica. O crescimento da população de Cariacica, do Estado, da Região Metropolitana da Grande Vitória e do Brasil, de 1920 a 2010 (censo 2010, IBGE) pode ser vislumbrado na tabela 2.1 e na figura 2.1. 15 Durante três décadas, de 1950 a 1980, a população do município de Cariacica teve um intenso crescimento, certamente decorrente das migrações no sentido das áreas rurais para metropolitana, ocasionadas pelas região transformações econômicas no Estado do Espírito Santo, especialmente de 1960 para 1970 por causa da crise na cafeicultura (“a quebra da economia rural”). De 1950 para 1960, a população passou de 21.741 para 39.608, um crescimento de 82,2%. De 1960 para 1970 a população aumentou em 156,1%, um excepcional crescimento geométrico anual de 9,86%; e, de 1970 para 1980, o crescimento foi 86,5%. Em 1980 a população era de 189.099 habitantes. No censo de 1991, Cariacica era o município mais populoso da Grande Vitória (274.532 habitantes). A partir daí observou-se uma desaceleração do crescimentro e, atualmente, uma estabilização: de 1991 para 2000 houve um acréscimo populacional de apenas 18,1%. O censo do IBGE para o ano 2010 mostra que o crescimento relativamente ao ano 2000 foi de apenas 7,54%, o que dá um crescimento geométrico anual médio de 0,73%, ficando abaixo de todas as expectativas; ver também a tabela 2.2. Tabela 2.1: Evolução da população de Cariacica, GV, RMGV, ES e Brasil Ano Cariacica(1) GV(2) RMGV(2) ES(1) Brasil(1) 1920 12.036 ----- ------ 457.328 30.635.605 1940 15.228 91.570 111.456 750.107 41.165.289 1950 21.741 110.931 131.337 861.562 51.944.397 1960 39.608 194.311 221.104 1.170.858 70.070.457 1970 101.422 385.998 418.273 1.599.333 93.139.037 1980 189.099 706.244 753.959 2.023.340 119.002.706 1991 274.532 1.064.919 1.136.842 2.600.618 146.825.475 1996 301.183 1.182.354 1.267.423 2.802.707 157.070.163 2000 324.285 1.337.187 1.438.596 3.097.232 169.799.170 2010(3) 348.738 1.565.393 1.687.704 3.514.952 190.755.799 (1) Fonte IBGE - vários censos demográficos. População residente: censos de 1940, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000, 2010 e contagem 1996 e 2007. População presente: censos de 1920, 1950. (2) Fonte Ipea. (3) Censo IBGE divulgado em 29/04/2011 (www.ibge.gov.br). GV - Grande Vitória: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana. 16 RMGV – Região Metropolitana da GV: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Guarapari, Fundão. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. Cabe ressaltar que, na construção das tabelas com a população de Cariacica, ES e Brasil, utilizaramse os dados definitivos dos censos de 1920, 1940, 1950, 1960, 1970 e 1980 disponíveis na biblioteca digital do IBGE (www.ibge.gov.br) e diretamente no site para os censos de 1991, 2000 e 2010; (IBGE, 1920, 1940, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000, 2011, 2011a). Para a composição da população da GV e da RMGV, utilizaram-se os dados disponíveis no site do Ipea (www.ipeadata.gov.br). Existem pequenas divergências nas várias bases de dados, para alguns anos, devido às revisões realizadas e à não atualizações dos sites na internet. De outro lado, a população utilizada nos cálculos demográficos é a "população residente" (anos de 1940, 1960, 1970, 1980, 1991, 1996, 2000 e 2010). Em alguns casos, devido à inexistência desse dado utiliza-se a "população presente" (anos de 1920 e 1950). Figura 2.1 – Evolução da população de Cariacica: 1920 - 2010 Evolução da população de Cariacica - 1920-2010 400000 348.738 350000 324285 301183 População 300000 274532 250000 200000 189099 150000 101422 100000 39608 50000 21741 15228 12036 2010 2000 1990 1980 1970 1960 1950 1940 1930 1920 0 É importante visualizar na figura 2.1 a evolução da população de Cariacica nos últimos noventa anos. A curva populacional esboçada ao longo do período que vai de 1920 a 2010, representa uma curva típica do crescimento populacional: a curva logística. Aparentemente, se não houver grandes 17 fluxos migratórios, a curva apresenta crescimento, porém, a taxas decrescentes rumo a um limite de saturação (veja-se também a figura 2.3). A figura 2.2 mostra a evolução da população dos municípios da RMGV de 1940 a 2010, sendo os dados de 2010 o resultado do censo divulgado em 29/04/2011 pelo IBGE. A tabela 2.2 mostra a evolução da participação da população de Cariacica e a taxa de crescimento geométrico no período. A primeira parte da tabela explicita a participação da população de Cariacica no total da população em vários níveis. Em 1960 a população de Cariacica correspondia a 20% da RMGV, passou para 26,8% em 1980, ficou em 24,3% no ano 2000, e passou para 22,3% em 2010. A figura 2.2 mostra que esse decrescimento foi acompanhado do crescimento relativo dos outros municípios da Região Metropolitana, especialmente Vila Velha e Serra. Figura 2.2 – Evolução da população da RMGV: 1940 - 2010 Evolução da população da RMGV - 1940-2010 450.000 400.000 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 Cariacica Vila Velha Serra Vitória Viana Guarapari 2010 2000 1990 1980 1970 1960 1950 1940 0 Fundão A tabela 2.2 e a figura 2.3 mostram o comportamento da taxa média geométrica de crescimento anual: de 1950 a 1980 a população de Cariacica cresceu a altas taxas e acima da média estadual e da RMGV. A partir daí observou-se uma desaceleração do crescimento, ficando o mesmo abaixo da 18 média da RMGV a partir dos anos 1980 e abaixo da média estadual a partir de 1996. O que aconteceu de 1996 a 2000? Uma conjectura seria uma aceleração nas atividades de setor de petróleo e gás no ES de modo geral; contudo o padrão de decrescimento se mantém (figura 2.4). Tabela 2.2 - Evolução da participação da população de Cariacica (no ES, BR e RMGV-GV) e taxa de crescimento geométrico de 1940 a 2010 1940 1950 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010(1) Participação da população de Cariacica no total da população (%) GV 16,63 19,60 20,38 26,28 26,78 25,78 25,47 24,25 22,28 RMGV 13,66 16,55 17,91 24,25 25,08 24,15 23,76 22,54 20,66 ES 2,03 2,52 3,38 6,34 9,35 10,56 10,75 10,47 9,92 Brasil 0,04 0,04 0,06 0,11 0,16 0,19 0,19 0,19 0,18 Taxa média geométrica de crescimento anual (%) Cariacica 1,18 3,69 6,08 9,86 6,43 3,45 1,90 1,86 0,73 GV ------ 1,97 5,67 6,98 6,23 3,80 2,15 3,12 1,59 RMGV ------ 1,68 5,26 6,58 6,07 3,80 2,24 3,22 1,61 ES 2,50 1,42 3,06 3,17 2,38 2,31 1,53 2,53 1,27 Brasil 1,49 2,39 2,99 2,89 2,48 1,93 1,38 1,97 1,17 Fonte: Censo 2010 do IBGE divulgado em 29/04/2011. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. 19 Figura 2.3 – Evolução da taxa média geométrica de crescimento anual: Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010 Evolução da Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual: Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010 12,00 10,00 9,86 8,00 6,58 6,43 6,08 5,26 6,00 6,07 3,80 4,00 2,00 3,22 3,69 2,50 1,18 0,00 1940/1920 3,45 3,06 1,68 2,24 3,17 2,53 2,38 1,90 2,31 1,42 1950/1940 1,53 1960/1950 1970/1960 1980/1970 Cariacica RMGV 1991/1980 1996/1991 1,86 2000/1996 1,61 1,27 0,73 2010/2000 ES A figura 2.4 é uma reedição da figura 2.3, apenas excluindo-se o ano de 1996. Nesse caso pode-se visualizar o crescimento de 1991 para 2000 (tabela 2.3). Nota-se que houve um decréscimo na taxa tanto para Cariacica, quanto para a RMGV, quanto todo o Estado. Contudo a velocidade do decaimento foi maior para Cariacica. O alto crescimento populacional de 1950 até meados dos anos 1980 pode ser resultado do movimento migratório “provocado pela desestruturação do modelo primário exportador” e pela implantação dos grandes projetos no Estado. E o grande destino do processo migratório no Estado, até 1980 com grande intensidade e até 2000 com menor intensidade, foi direcionado para os municípios da Grande Vitória, especialmente Cariacica (ver capítulo 4). Observa-se que, desde 1980, a população de Cariacica cresce menos que a da RMGV. Tabela 2.3 – Crescimento geométrico médio anual 1991–2000 e 2000-2010 (%) Região 2000/1991 2010/2000 Espírito Santo 1,98 1,27 RMGV 2,68 1,61 20 Cariacica 1,89 0,73 Fonte: Dados dos censos IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. Figura 2.4 – Evolução da taxa média geométrica de crescimento anual: Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010 Evolução da Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual: Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010 12,00 9,86 10,00 8,00 6,58 6,08 6,00 6,43 6,07 5,26 4,00 2,00 3,80 3,69 2,50 1,18 0,00 1940/1920 3,06 1,68 3,45 2,38 1,42 1950/1940 1960/1950 2,68 1,98 3,17 1970/1960 Cariacica 1980/1970 ES 2,31 1991/1980 1,89 2000/1991 1,61 1,27 0,73 2010/2000 RMGV População urbano-rural e densidade populacional A tabela 2.4 apresenta a população do Estado e do município de Cariacica por situação de domicílio. A população rural do município de Cariacica era, em 1970, de 32.222 pessoas, perfazendo 31,8% da população total. No entanto, de 1970 para 1980, praticamente houve em êxodo rural, visto que a população rural do município recuou para 2,0%. O censo de 1991 registrou um patamar, em números absolutos, idêntico ao de 1960, mas que, percentualmente representava apenas 4,9% da população (a população rural representava 34,8% em 1960). A figura 2.6 mostra claramente esse movimento na população rural do município. Com relação ao Estado, a população urbana que era de 31,4% em 1960, passou para 79,5% da população total em 2000 e para 83,4% em 2010; tabela 2.4 e figura 2.7. A figura 2.5 é elucidativa ao mostrar claramente que foi no início da década de 1970, que se deu a 21 reversão entre a população urbana e rural no Estado. Desde então o crescimento da população urbana é evidente; figura 2.7. Tabela 2.4 - População residente por situação de domicílio ES Cariacica 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010 Urbana 367.568 721.916 1.293.378 1.924.588 2.176.006 2.463.049 2.928.993 Rural 803.290 877.417 729.962 676.030 626.701 634.183 583.679 Total 1.170.858 1.599.333 2.023.340 2.600.618 2.802.707 3.097.232 3.512.672 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010 Urbana 25.816 69.200 185.298 261.084 290.291 312.980 337.822 Rural 13.792 32.222 3.801 13.448 10.892 11.305 11.111 Total 39.608 101.422 189.099 274.532 301.183 324.285 348.933 Fonte: Dados dos censos IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. 22 Figura 2.5 – População residente por situação de domicílio: ES – 1960-2010 Evolução da população residente por situação de domicílio - ES - 1960-2010 4.000.000 3.514.952 3.500.000 3.097.232 2.802.707 3.000.000 2931472 2.600.618 2.500.000 2.463.049 2.023.340 2.000.000 1.599.333 2.176.006 1.924.588 1.500.000 803.290 500.000 1.293.378 877.417 1.170.858 1.000.000 634.183 729.962 721.916 676.030 626.701 583.480 367.568 0 1960 1970 1980 1990 Urbana Rural 2000 2010 Total Figura 2.6 – População residente por situação de domicílio: Cariacica– 1960-2010 Evolução da população residente por situação de domicílio - Cariacica - 1960-2010 400.000 350.000 312.980 337.643 300.000 290.291 250.000 261.084 200.000 185.298 150.000 100.000 50.000 25.816 0 1960 13.792 69.200 3.801 13.448 10.892 11.305 11.095 32.222 1970 1980 1990 Urbana 2000 2010 Rural 23 Figura 2.7 – População urbana - ES e Cariacica (%) – 1960-2010 Evolução da proporção de pessoas residentes em área urbana com relação ao total da população -ES e Cariacica -1960-2010 100,0 96,4 98,0 96,5 90,0 83,4 80,0 70,0 96,8 95,1 79,5 65,2 68,2 74,0 77,6 63,9 60,0 50,0 45,1 40,0 30,0 31,4 20,0 10,0 0,0 1960 1970 1980 ES Urbana 1990 2000 2010 Cariacica Urbana Na tabela 2.5 encontra-se a densidade populacional do município no período de 1920 a 2010, com relação à superfície territorial oficial do município; IBGE (2010a). A região rural representa, aproximadamente, a metade da extensão territorial do município. Por isso a grande concentração populacional na região considerada urbana. Outras informações estão na tabela: população urbana (%) e o índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM). Tabela 2.5 - Densidade populacional de Cariacica (hab/km2) Ano Área (km2) População de Cariacica (hab) Densidade populacional 2 População (hab/km ) urbana (%) IDHM 1920 12.036 43,0 ---- ---- 1940 15.228 54,4 ---- ---- 1950 21.741 77,7 ---- ---- 1960 39.608 141,5 65,2 ---- 101.422 362,3 68,2 ---- 1970 279,975 24 1980 189.099 675,4 98,0 ---- 1991 274.532 980,6 95,1 0,672 1996 301.183 1.075,7 96,4 ---- 2000 324.285 1.158,3 96,5 0,750 2010 348.738 1.245,6 96,8 ---- Fonte da área territorial oficial do município de Cariacica: IBGE (2010a). População (IBGE, vários censos Distribuição espacial (censo 2000) – regiões Em 1916, o Código de Posturas do município de Cariacica registrava cinco regiões administrativas, que haviam sido estabelecidas por lei municipal em 1914, são: (1) a Vila de Cariacica; (2) a povoação de Duas Bocas; (3) a povoação de São Paulo; (4) a povoação de Itapoca; e, (5) a povoação de Itaquari. Observe-se que, e isso é importante, os distritos administrativos tinham os mesmos limites dos distritos judiciários e também dos distritos policiais. Utilizando os dados censitários do ano 2000, encontra-se em PMC (2005) uma distribuição espacial da população do município em 13 regiões, representadas na tabela 2.6 e na figura 2.8. Conforme descrito em PDM (2006), essa regionalização foi criada pelo município com o objetivo de melhor definir e priorizar as ações do Orçamento Participativo (OP). A região 13, tipicamente rural corresponde à metade da área do município. Observe-se que a classificação regional da tabela 2.6 PMC (2005) – não contempla toda a população rural do município, segundo o IBGE (2000); ver a tabela 2.4. Tabela 2.6 – Regiões administrativas de Cariacica (dados do censo 2000) 25 Regiões Homens Mulheres Total Hab/dom 2000 (%) 1- Porto Santana 21.323 21.571 42.894 3,86 13,2 2 - Santana 11.114 11.496 22.610 3,63 7,0 3 - Itacibá 15.488 16.360 31.848 3,60 9,8 4 - Campo Grande 23.998 25.778 49.776 3,40 15,3 5 - Itaquari 8.281 9.117 17.398 3,53 5,4 6 - Jardim América 15.999 17.049 33.048 3,53 10,2 7 - Caçaroca 13.541 13.781 27.322 3,76 8,4 8 - Nova Rosa da Penha 9.394 9.444 18.838 3,91 5,8 9 - Cariacica Sede 11.034 10.981 22.015 3,63 6,8 10 - Operário 11.546 11.589 23.135 3,72 7,1 11 - Padre Gabriel 9.907 10.092 19.999 3,74 6,2 12 - Santa Bárbara 6.154 6.183 12.337 3,68 3,8 13 - Rural 1.652 1.409 3.061 3,77 0,9 Total 159.431 164.850 324.281 3,64 100,0 Nota: Os nomes das regiões não são oficiais, são denominações da equipe Agenda Cariacica: Dinâmica populacional. Fontes: PDM (2006); IBGE (2000). Figura 2.8 – Regionalização do município de Cariacica (%) – 2006 26 2.2. Estrutura da população de Cariacica por idade e sexo Pirâmides etárias De acordo com o recenseamento de 1920 a população de Cariacica era de 12.036 habitantes, sendo 50,6% do sexo feminino. As pirâmides etárias da figura 2.9, mostram a população por faixa etária e sexo, em valores absolutos e em percentagem. É uma pirâmide típica da primeira metade do século XX: o grupo etário de 0 a 9 anos representava 28,9% da população, enquanto a população com mais de 60 anos apenas 4,5%. 27 Figura 2.9 - Pirâmide etária para Cariacica no ano censitário de 1920 Pirâmide etária - Cariacica - 1920 27 80 + 70 a 79 anos 32 53 79 Homens Mulheres 60 a 69 anos 152 203 50 a 59 anos 297 317 40 a 49 anos 553 542 30 a 39 anos 729 699 21 a 29 anos 853 10 a 20 anos 0 a 9 anos 20000 1037 1498 1471 1777 15000 10000 5000 1703 0 População 5000 10000 15000 20000 Pirâmide etária - Cariacica (%) - 1920 80 + 0,2 70 a 79 anos 0,3 0,4 0,7 Homens Mulheres 60 a 69 anos 1,3 50 a 59 anos 1,7 2,5 40 a 49 anos 2,6 4,6 30 a 39 anos 4,5 6,1 21 a 29 anos 5,8 7,1 10 a 20 anos 8,6 12,5 0 a 9 anos 12,2 14,8 20,0 15,0 14,2 10,0 5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 As pirâmides etárias nos anos de censo de 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010, mostram as mudanças ocorridas na estrutura etária da população por sexo. As Figuras 2.10A e 2.10B mostram essas “pirâmides”; a primeira com o dado populacional (habitantes), e a segunda em termos percentuais, para ambos os sexos e faixas etárias. Não é demais acentuar que a pirâmide populacional é uma representação gráfica da composição etária e por sexo de uma população. Por meio de valores absolutos ou proporções de homens e mulheres em cada grupo etário, a pirâmide oferece um quadro visual das características da população. O somatório de todos os grupos de idade e sexo na pirâmide é igual ao total da população ou 100% da mesma. 28 O que se observa, além do evidente crescimento populacional, é uma redução da base da pirâmide (0 a 4 anos): na tabela 2.10B pode-se ver uma redução de 17,5% em 1960 para 9,7% em 2000, e, 7,5% em 2010, ocasionado por uma queda na taxa de fecundidade. Uma das consequências da queda da fecundidade são taxas de crescimento diferenciadas entre as várias faixas etárias, pois, havendo menos filhos, tem-se menos crianças. Isso resulta na diminuição do peso da população jovem do município e no aumento da proporção de idosos, ou seja, o envelhecimento populacional, que será detalhado mais à frente. Figura 2.10A - Pirâmides etárias para Cariacica nos anos censitários: 1960 a 2010 Pirâmide etária - Cariacica - 1960 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 20000 57 105 156 295 Homens 403 531 646 738 882 1020 1309 1517 1625 1772 2292 2948 3547 15000 10000 5000 80 121 154 252 341 472 592 698 853 1012 1285 1646 1821 1955 2264 2845 3371 0 Pirâmide etária - Cariacica - 1970 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos Mulheres 5000 10000 15000 139 147 415 684 Homens 920 1125 1294 1629 2484 2872 3145 3339 4109 5604 7013 7687 7822 20000 20000 15000 10000 5000 Pirâmide etária - Cariacica - 1980 20000 299 464 735 Homens 1289 1523 1857 2825 3415 4202 4797 6277 8703 10592 11158 11248 11300 10000 5000 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 10473 11411 10942 11101 13445 0 5000 10000 15000 Homens 6970 15000 10000 5000 15000 10000 5000 0 5000 10000 15000 20000 Pirâmide etária - Cariacica - 2010 8697 10975 12769 13452 14253 16490 17316 16591 15055 15526 M 0 20000 População 1525 1411 2381 3102 3992 4790 6527 População 15000 11526 13021 13467 13899 16111 16265 15642 16682 16942 16217 Pirâmide etária - Cariacica - 2000 20000 10000 955 992 Mulheres 1375 2041 2969 3554 4391 5298 7219 9563 9470 11206 12443 13528 13691 20000 20000 582 737 1138 1756 2625 3169 4022 5066 População 80 + 960 75 a 79 anos 1011 70 a 74 anos 1785 65 a 69 anos 2509 Homens 60 a 64 anos 3248 55 a 59 anos 4182 50 a 54 anos 5806 45 a 49 anos 8284 40 a 44 anos 10408 35 a 39 anos 11790 30 a 34 anos 12999 25 a 29 anos 13832 20 a 24 anos 16428 15 a 19 anos 17646 10 a 14 anos 16558 5 a 9 anos 15907 0 a 4 anos 16080 5000 Pirâmide etária - Cariacica - 1991 412 651 866 Mulheres 1386 1624 2085 2685 3472 4178 4923 6349 8379 13895 15000 0 População População 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 231 197 344 625 Mulheres 796 1086 1403 1498 2141 2896 3045 3624 4813 5919 7017 7503 7518 5000 10000 15000 20000 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 1481 1538 2353 3329 Homens 4717 6869 8960 10314 11744 12618 14916 16284 16112 15450 15571 14359 13343 20000 15000 10000 5000 2 594 2 256 3 204 4 222 5 785 M 0 Mulheres 7 944 9 981 11 558 12 359 13 307 15 570 16 673 16 643 15 020 15 372 13 409 12 883 5000 10000 15000 20000 População 29 Nos anos censitários/contagem de 1991 a 2010, e nas faixas etárias consideradas, existe completa predominância feminina, exceto nas faixas de 0 a 4 anos, 5 a 9 anos e 10 a 14 anos. A figura 2.11 ilustra esse fato demográfico: no censo 2010, à medida que a idade aumenta, o número de mulheres cresce em relação ao número de homens (na faixa de 80 ou mais anos, 63,7% são mulheres. Era 61,4% em 2000). Mesmo com o crescente saldo migratório observado no município de Cariacica até 1980, observa-se que a faixa mais nova da população (de 0 a 4 anos), tem tido sua participação relativa na população total diminuída censo a censo (15,2% em 1970, 14,5% em 1980, 11,6% em 1991, 10,0% em 1996, 9,7% em 2000 e, 7,5% em 2010); ver também a seção 4.3. Figura 2.10B - Pirâmides etárias para Cariacica nos anos censitários (%): 1960 a 2010 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 1970 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 1960 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos Homens 0,1 0,3 0,4 0,7 1,0 1,3 1,6 1,9 2,2 2,6 0,2 0,3 0,4 Mulheres 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,2 2,6 3,2 4,2 4,6 4,9 3,3 3,8 4,1 4,5 5,8 5,7 7,4 7,2 9,0 10 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 8,5 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 Homens 0,2 0,2 0,4 0,7 0,8 1,0 1,5 1,8 2,2 2,5 4,6 5,5 6,0 5,8 5,9 7,4 10 8 7,1 6 4 2 0 2 4 2,1 2,9 3,0 3,6 4,1 4,8 5,5 5,9 6,9 7,4 7,4 7,6 7,7 10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 1991 4,4 5,6 5,9 6,0 6,0 Mulheres 6,9 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,2 0,3 0,5 Mulheres 0,7 0,9 1,1 1,4 1,8 2,2 2,6 3,4 3,3 0,2 0,2 0,3 0,6 0,8 1,1 1,4 1,5 2,5 2,8 3,1 3,3 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 1980 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,1 0,1 0,4 0,7 0,9 1,1 1,3 1,6 Homens 6 8 10 0,2 0,3 0,4 0,6 1,0 1,2 1,5 1,8 Homens 0,3 0,4 0,5 0,7 1,1 1,3 1,6 1,9 2,5 Mulheres 2,6 3,4 3,5 4,1 4,5 4,9 5,0 4,2 4,7 4,9 5,1 6,1 6,2 5,9 10 8 5,9 5,9 5,7 6 4 2 0 2 4 6 8 10 30 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2010 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2000 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,3 0,3 0,6 0,8 1,0 1,3 1,8 Homens 2,6 3,2 3,6 4,0 4,3 5,1 5,4 5,1 4,9 5,0 10 8 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,5 0,4 0,7 Mulheres 1,0 1,2 1,5 2,0 2,7 3,4 3,9 4,1 4,4 5,1 5,3 5,1 4,6 4,8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 0,4 0,4 0,7 1,0 1,4 2,0 2,6 3,0 3,4 3,6 0,7 0,6 0,9 1,2 1,7 Homens Mulheres 2,3 2,9 3,3 3,5 3,8 4,3 4,7 4,6 4,4 4,5 4,1 3,8 10 8 6 4,5 4,8 4,8 4,3 4,4 3,8 3,7 4 2 0 2 4 6 8 10 Figura 2.11 - Participação homens/mulheres na população total, por faixa etária – Cariacica - 2010 Participação de homens e mulheres na população total, por faixa etária - Cariacica - 2010 70,0 57,7 59,5 63,7 50,6 51,3 52,7 53,6 55,9 51,3 52,8 55,1 51,1 49,4 48,9 48,7 48,7 47,2 47,3 46,4 44,9 44,1 42,3 40,5 60,0 49,1 48,3 49,7 49,3 50,8 50,9 51,7 50,3 50,7 49,2 50,0 40,0 30,0 36,3 20,0 10,0 Homens 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,0 Mulheres Distribuição dos principais grupos etários A figura 2.12A e a tabela 2.7, expressam um aumento consistente, desde 1960 até 2010, na chamada população em idade ativa, (PIA), ou em idade produtiva, que representava 53,3% da população em 1960 e passou para 69,6% no ano 2010. Essa é a definição de alguns países desenvolvidos (as pessoas idosas são aquelas com 65 ou mais anos). No entanto, pode-se adotar o corte etário da população idosa em 60 anos, de acordo com Rede Interagencial de Informações para a Saúde - Ripsa 31 e 25ª Conferência Sanitária Pan-Americana da Organização Pan-Americana da Saúde - Opas. Com essa última definição a PIA passou 51,4% da população em 1960 e passou para 66,6% no ano 2010. Apresentam-se os resultados para dois grupos de idosos, “65 ou + anos” (figura 2.12A), e “60 ou + anos” (figura 2.12B), visto que se pode adotar o corte etário da população idosa nessas duas idades. O que se observa é um aumento lento, mas persistente, na participação dos idosos na população (3,1% em 1960 para 6,0% em 2010) e um decréscimo um pouco mais acentuado na população jovem (43,6% em 1960 para 24,4% em 2010); figura 2.12A, tabela 2.5, considerando-se o grupo de idosos com 65 ou + anos. A figura 2.13 ilustra a participação das pessoas idosas na população de Cariacica (1960-2010) nas duas classificações. O que se nota nos censos de 1991 e 2010 é que a proporção de pessoas com 60 ou mais anos e menos de 65, foi de 2,0% e, 3,0%, respectivamente (em 1980 essa diferença foi de 1,7%). Dizendo de outro modo, em 2010, 3,0% dos idosos moradores de Cariacica tinham idade entre 60 (inclusive) e 65 anos. Figura 2.12A – Distribuição dos grupos etários (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 65+ 32 Evolução dos indicadores de idade por grupo etário (%) Cariacica - 1960-2010 2,8 3,1 3,2 4,0 3,5 4,5 6,0 100% 90% 80% 53,2 53,3 70% 58,7 60,9 64,1 66,0 32,0 29,5 69,6 60% 50% 40% 30% 44,1 43,6 38,1 20% 35,6 24,4 10% 0% 1960 1970 1980 Jovens (0-14) 1991 1996 Idade produtiva (15-64) 2000 2010 Idosos (65+) Figura 2.12B - Distribuição dos grupos etários (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 60+ Evolução dos indicadores de idade por grupo etário (%) Cariacica - 1960-2010 5,0 4,9 4,4 5,5 6,8 6,1 9,0 100% 90% 80% 70% 51,4 51,5 57,0 58,8 61,9 63,7 32,0 29,5 60% 66,6 50% 40% 30% 43,6 44,1 38,1 20% 35,6 24,4 10% 0% 1960 1970 1980 Jovens (0-14) 1991 1996 Idade produtiva (15-59) 2000 2010 Idosos (60+) Cabe ressaltar que a PIA é a população em idade potencialmente ativa (por exemplo, na classificação de 15 a 64 anos), sendo um conceito estritamente demográfico. Um conceito correlato é o de população economicamente ativa (PEA), que se refere à população “ocupada/empregada, não 33 ocupada/desempregada”, sendo um conceito econômico, e usualmente contabilizada para a população de dez anos ou mais. Ver por exemplo, IBGE (2002). Tabela 2.7 - Distribuição dos principais grupos etários (%) - Cariacica - 1960-2010 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010 Jovens (0-14) 43,6 44,1 38,1 35,6 32,0 29,5 24,4 Idade produtiva (15-59) 51,4 51,5 57,0 58,8 61,9 63,7 66,6 Idade produtiva (15-64) 53,3 53,2 58,7 60,9 64,1 66,0 69,6 Idosos (60+) 5,0 4,4 4,9 5,5 6,1 6,8 9,0 Idosos (65+) 3,1 2,8 3,2 3,5 4,0 4,5 6,0 Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica : Dinâmica Populacional. Figura 2.13 - Proporção de pessoas idosas em Cariacica (1960-2010) – duas classificações Proporção de pessoas de 60+ e 65+ – Cariacica – 1960-2010 10,0 9,0 9,0 8,0 6,8 (%) de idosos 7,0 6,1 6,0 5,5 6,0 5,0 5,0 4,9 4,4 4,5 4,0 4,0 3,1 3,0 3,5 3,2 2,8 2,0 1,0 0,0 1960 1970 1980 1991 Idosos (60+) 1996 2000 2010 Idosos (65+) Razão de dependência (RD) ou taxa de dependência demográfica (TDD) Apresentam-se os resultados para dois grupos de idosos, 60 ou mais anos e 65 ou + anos, visto que se pode adotar o corte etário da população idosa nessas duas idades. Em qualquer caso a razão de 34 dependência total reflete a população “dependente” na população em idade ativa, que pode ser de 15 a 59 anos ou 15 a 64 anos, dependendo do corte adotado. A razão de dependência dos jovens reflete a população jovem (0-14) na população ativa (15-64). A razão de dependência dos idosos reflete a população idosa na população ativa (15-64). A figura 2.14A e a tabela 2.68A, mostram que a razão de dependência total (RD) vem se reduzindo desde a década de 1970 até 2010 [RD = [((P0-14 + P65 +)/P15-64)*100]. Uma das consequências da transição demográfica é a alteração da estrutura etária da população reduzindo o peso relativo das crianças e aumentando, em primeiro lugar, o peso dos adultos e, em um período posterior, o peso dos idosos. Nota-se que entre 1960 e 1970 as taxas de dependência estavam em 87,5 pessoas “dependentes” para cada 100 pessoas em idade produtiva. No censo 2000, a razão de dependência estava em 51,6%; isso significa que existem, aproximadamente, dois indivíduos em idade ativa para cada dependente". O censo 2010 revelou uma razão de dependência de 43,6%, indicando que existem, aproximadamente, 2,3 indivíduos em idade ativa para cada "dependente" (0-14 anos e 65 anos ou+). Com a queda da fecundidade a taxa de dependência foi se reduzindo. Observa-se que a taxa de dependência de jovens (0-14 anos) continua caindo persistentemente, compensando a elevação da dependência dos idosos (65 +). Note que pode-se utilizar a Razão de Dependência (RD), como uma aproximação ao grau de dependência econômica da população. Logo, menores RD denotariam uma situação demográfica confortável para as demandas socioeconômicas da população. Pelo menos em princípio. A população em idade produtiva (de 15 a 64 anos) em 1970 representava 53,2% do total, e a população de dependentes jovens representava 44,1%, mostrando se tratar de uma população com predominância jovem (tabela 2.7). Em 2010, a população em idade produtiva passou a representar 69,6% da população, enquanto e população de dependentes jovens representava 24,4%. O que se nota é que o componente responsável pela diminuição na RD, até 2010, é o segmento jovem. A RDJ [RDJ = [((P0-14)/P15-64)*100] num período de 50 anos passa de 81,8% para 35,0% (tabela 2.8A). Em contraste, a dependência causada pelos idosos, embora com valores pequenos vem aumentando. Esses fatos indicam que deveremos observar razões de dependência total (RD’s) menores (ou até mínimas) nos próximos quinze anos, uma vez que a dependência de idosos (RDI) 35 permanece aumentando lentamente. “Trata-se de uma conjuntura favorável para o planejamento futuro das demandas sociais e econômicas, pois haveria, proporcionalmente a épocas anteriores, um menor volume de crianças e uma proporção de idosos, ainda, estável, embora tendendo no muito curto prazo, a rápidos aumentos”; Wong (2004). Como reflexo da queda da fecundidade a proporção de jovens (0-14 anos) vem decaindo enquanto a proporção de pessoas ativas, (15-64 anos), está aumentando significativamente (ver figura 2.12A e 2.14A). Contudo, a população de idosos (65 ou + anos) vem aumentando, mas em uma velocidade menor. O processo de envelhecimento é mais intenso na dinâmica populacional de Vitória, como descrito em Castiglioni, Brasil, Rocha e Felipe (2008). Nota: Nas figuras 2.14A a 2.17B o eixo temporal (1960 a 2010) não está em escala, sendo apenas ilustrativo. Tabela 2.8A - Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 65+) Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 65+) 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010 Total - (RD) 87,5 88,1 70,3 64,3 56,1 51,6 43,6 Jovens (0 – 14) – (RDJ) 81,8 82,9 64,8 58,6 49,9 44,8 35,0 Idosos (65+) – (RDI) 5,8 5,2 5,5 5,7 6,2 6,9 8,6 Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. Tabela 2.8B - Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 60+) Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 60+) 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010 Total - (RD) 94,4 94,3 75,3 70,0 61,4 56,9 50,1 Jovens (0 – 14) – (RDJ) 84,8 85,6 66,7 60,6 51,6 46,3 36,6 Idosos (65+) – (RDI) 9,6 8,6 8,6 9,4 9,8 10,6 13,5 Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional . 36 Figura 2.14A – Razão de dependência (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 65+ Razão de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 100,0 90,0 80,0 87,5 88,1 82,9 81,8 70,3 70,0 64,3 60,0 56,1 64,8 51,6 58,6 50,0 43,6 49,9 44,8 40,0 30,0 35,0 20,0 10,0 5,8 5,2 0,0 1960 1970 6,2 5,7 5,5 1980 1991 Total 1996 Jovens 8,6 6,9 2000 2010 Idosos (65+) Figura 2.14B – Razão de dependência (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 60+ Razão de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 100,0 94,4 90,0 84,8 94,3 85,6 80,0 75,3 70,0 66,7 70,0 61,4 60,6 60,0 56,9 51,6 50,0 50,1 46,3 40,0 30,0 20,0 36,6 9,6 8,6 8,6 9,4 9,8 10,6 13,5 10,0 0,0 1960 1970 1980 1991 Total Jovens 1996 2000 2010 Idosos (60+) Razão de sexo (RS) A razão de sexo representa o número de homens para cada 100 mulheres na população. O padrão usual é observar-se um excesso de homens no nascimento e este reduzir-se gradativamente. Índices menores que 100 denotam predominância do sexo feminino. 37 A figura 2.15A e a tabela 2.9A colocam em evidência a predominância feminina nos grupos etários e o aumento acentuado na feminização no grupo de idosos (65+): 101,0% em 1960 e 70,9% em 2010. Em 1960 a razão de sexo total era de 100,4% permanecendo em 95,1% em 2010. Já para o grupo de jovens, em todos os censos de 1960 a 2010, o número de homens foi sempre maior que o de mulheres (cerca de 103 homens para cada 97 mulheres). O grupo na idade produtiva (15-64 anos) apresenta comportamento oposto: sendo a maioria do sexo feminino (a razão de sexos foi de 94,5 no censo 2010). As mesmas observações podem ser feitas adotando-se o outro corte para idosos, ilustrado na figura 2.15B e na tabela 2.9B. A figura 2.16 apresenta a razão de sexo total para Cariacica e ES de 1960 a 2010. Observa-se que até o censo de 1980 a população do estado era majoritariamente masculina. Desde então passou a ter uma leve predominância feminina. O indicador sempre ficou abaixo daquele do ES em todo o período, mas com o mesmo comportamento. Figura 2.15A - Razão de sexo (%): total da pop. e grupos etários – Cariacica – idosos 65+ Razão de Sexo: total da população e por grupos etários - Cariacica 1960-2010 120,0 103,6 102,2 103,8 102,7 103,1 102,9 103,9 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 1960 1970 1980 Total da população 1991 Produtivos (15-64) 1996 Jovens (0-14) 2000 2010 Idosos (65+) Tabela 2.9A - Razão de Sexo total e por grupos etários – Cariacica - 1960-2010 – Idosos 65+ Total da população 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010 100,4 99,5 100,2 98,5 97,6 96,7 95,1 38 Idade Produtiva (15-64) 97,8 97,4 99,6 96,8 96,4 95,8 94,5 Jovens (0-14) 103,6 102,2 102,7 103,8 103,1 102,9 103,9 Idosos (65+) 101,0 99,1 84,1 78,6 77,7 74,4 70,9 Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. Figura 2.15B - Razão de sexo (%): total da pop. e grupos etários – Cariacica – idosos 60+ Razão de Sexo: total da população e por grupos etários - Cariacica 1960-2010 120,0 103,6 102,2 103,8 102,7 102,9 103,1 103,9 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 1960 1970 1980 Total da população 1991 Produtivos (15-59) 1996 Jovens (0-14) 2000 2010 Idosos (60+) Tabela 2.9B - Razão de Sexo total e por grupos etários – Cariacica - 1960-2010 – Idosos 60+ 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010 Total da população 100,4 99,5 100,2 98,5 97,6 96,7 95,1 Idade Produtiva (15-64) 97,2 96,9 99,8 97,1 96,8 96,3 95,1 Jovens (0-14) 103,6 102,2 102,7 103,8 103,1 102,9 103,9 Idosos (60+) 107,2 105,1 87,3 82,1 80,4 76,6 74,3 Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. Figura 2.16 – Razão de sexo total Cariacica e ES – 1960 - 2010 39 Razão de sexo total Cariacica e ES - 1960-2010 106,0 104,0 103,6 101,5 102,0 100,0 101,5 99,6 100,4 98,0 99,5 98,9 100,2 98,2 97,1 98,5 97,6 96,0 96,7 95,1 94,0 92,0 90,0 1960 1970 1980 1991 Cariacica 1996 2000 2010 ES Índice de idosos (ID) ou índice de envelhecimento (IE) Esse índice demográfico é uma medida do envelhecimento populacional e representa a população de idosos (65+) relativamente à população jovem (0-14). Espera-se que este índice, com maior ou menor velocidade, aumente no mundo todo. Esse padrão já vem sendo observado no Brasil. Adotando-se o corte etário da população idosa em 60 anos, nesse caso, o IE é a proporção de pessoas de 60 anos e mais, por 100 indivíduos de 0 a 14 anos. A figura 2.17A e a tabela 2.10 mostram que a proporção de idosos total relativamente aos jovens vem se ampliando em todo o período analisado: passou de 7,1% em 1960 para 24,7% no ano 2010. A população que em 1970 tinha aproximadamente 7 idosos para cada 100 jovens, índice de envelhecimento de 7,1%, passou a ter aproximadamente 25 idosos para cada 100 jovens em 2010, índice de envelhecimento de 24,7%. Contudo, o processo de envelhecimento populacional apresentase seletivo com relação ao sexo, isto é, existe uma feminização do envelhecimento populacional, visto que a curva relativa ao índice para as mulheres é superior em todos os censos. A figura 2.17B ilustra os mesmos resultados para os idosos definidos com “60 ou + anos”. Tabela 2.10 - Índice de idosos – Cariacica - 1960-2010 – idosos 65+ e idosos 60+ 40 Índice de idosos (65+) – (%) Índice de idosos (60+) – (%) Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 1960 7,0 7,2 7,1 11,6 11,2 11,4 1970 6,1 6,3 6,2 10,2 10,0 10,1 1980 7,6 9,3 8,5 11,8 13,9 12,9 1991 8,5 11,2 9,8 13,7 17,4 15,5 1996 10,7 14,2 12,4 16,7 21,4 19,0 2000 12,9 17,8 15,3 19,6 26,3 22,9 2010 20,1 29,5 24,7 31,0 43,3 37,1 Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. Figura 2.17A – Índice de idosos (%): Cariacica – idosos 65+ Evolução do índice de idosos (65+) - Cariacica - 1960-2010 35,0 29,5 30,0 24,7 25,0 17,8 20,0 14,2 15,0 10,0 5,0 15,3 11,2 12,4 9,3 7,2 7,1 7,0 6,3 9,8 8,5 6,2 20,1 12,9 10,7 8,5 7,6 6,1 0,0 1960 1970 1980 1991 Homens Mulheres 1996 2000 2010 Total Figura 2.17B – Índice de idosos (%): Cariacica – idosos 60+ 41 Evolução do índice de idosos (60+) - Cariacica - 1960-2010 50,0 45,0 43,3 40,0 37,1 35,0 30,0 26,3 25,0 22,9 19,0 16,7 19,6 17,4 20,0 13,9 15,0 21,4 11,6 10,2 11,4 10,1 11,2 0,0 1960 10,0 10,0 5,0 1970 12,9 11,8 1980 15,5 13,7 1991 Homens Mulheres 1996 2000 31,0 2010 Total Os reflexos de uma população progressivamente envelhecida já podem ser observados e a expectativa é que tendam a ampliar-se rapidamente nos próximos 20 anos. Em cidades de países desenvolvidos, que já atingiram a fase de equilíbrio do final do processo da transição, a proporção de idosos, de 65 anos ou mais, já está próxima dos 20%. Por exemplo, como mostram Carvalho & Garcia (2003), no recenseamento do ano 2000 na Inglaterra, o grupo etário de “60 e + anos” já representava 20,4% da população. Ver também Wong & Carvalho (2005), Moreira (2001) e Wong (2004). Desse modo, o que se constata de toda análise deste capítulo é que existe um baixo crescimento populacional, justaposto ao envelhecimento gradativo da população. Isso pode alterar uma possível atenção aos problemas da cidade. De um lado existe uma demanda crescente por mais infraestrutura e serviços, de outro, um crescente contingente de pessoas em idade ativa demandando por melhor qualidade de vida. Além disso, apenas com os resultados do censo que será realizado em 2010, teremos uma fotografia razoavelmente precisa do crescimento populacional das regiões de Cariacica. Observe-se na tabela 2.11 que o índice de envelhecimento da população de Vitória é mais acentuado que o da população de Cariacica que, por sua vez, é maior que o da Serra todos apresentando a mesma tendência. Tabela 2.11 - Índice de idosos (%) – Vitória, Serra e Cariacica - 1960-2010 – idosos 65+ Vitória Cariacica Serra 42 Ano Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 1960 7,2 8,7 7,9 7,0 7,2 7,1 11,0 10,5 10,8 1970 7,8 8,6 8,2 6,1 6,3 6,2 9,1 6,9 8,0 1980 9,8 13,7 11,7 7,6 9,3 8,5 7,0 6,9 6,9 1991 11,8 18,2 15,0 8,5 11,2 9,8 6,0 7,1 6,5 1996 15,7 24,8 20,2 10,7 14,2 12,4 7,7 9,7 8,7 2000 19,3 32,1 25,5 12,9 17,8 15,3 9,9 11,7 10,8 2010 32,8 52,9 42,7 20,1 29,5 24,7 15,2 20,8 18,0 Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional . Evolução da população por "cor ou raça" Cariacica e ES - 1950-2010 Já foi acentuada a influência do negro nas bases da colonização do município de Cariacica. Bezerra (2009), citando o Dicionário Histórico, Geográfico e Estatístico publicado em 1878, menciona que, dos 5.318 habitantes da província (Cariacica), 1.174 eram escravos de cor negra, o que representa 22,02% da população total. Na primeira edição do livro Cariacica – Resumo Histórico em 1951, Bezerra (2009, página 45) assinala que: “não se nota predominância de estrangeiros na sua população [de Cariacica], a não ser nas colônias alemãs, e mesmo nestas o que hoje existe é a tradição. Os hábitos e costumes, com as influências portuguesas e africanas, amoldaram-se às circunstâncias ambientes, deixando em seu lugar o realismo envolvente da própria terra”. As figuras 2.18 e 2.19 mostram, respectivamente, a evolução da população total por “cor ou raça”, para o município de Cariacica e todo o Estado no período que vai de 1950 a 2010. Nota-se que para todo o ES, a população é predominantemente “branca”, mas, desde o censo de 1991 o grupo de cor “parda” vem se igualando ao de cor “branca”, superando-o em 2010. Quanto ao município de Cariacica, de 1960 a 1980, devido, possivelmente, à grande migração de origem italiana do interior do Estado para o município de Cariacica, houve predominância de “brancos”. De 1980 a 2010 a predominância é da cor “parda”. As descrições seguintes sobre o quesito “cor ou raça” nos censos foram extraídas do item “Conceituação das Características”, divulgado nos anos dos censos; (www.ibge.gov.br). No Censo de 1950, a distribuição da população, segundo a “cor ou raça”, foi dividida em quatro grupos – brancos, pretos, amarelos e pardos –, incluindo-se neste último os índios e os que se declararam mulatos, caboclos, cafusos, etc. Segundo o IBGE, a experiência censitária brasileira, 43 demonstrava as dificuldades que se opõem à coleta de dados relativos à “cor ou raça”. Embora reconhecendo tal circunstância, o IBGE avaliou como oportuno proceder a pesquisa, uma vez que tais dados, no Brasil, tenham sido o meio empregado para obter elementos mais amplos sobre o assunto. Vale notar que a declaração de “cor ou raça” no Censo de 1950 foi deixada à discrição do recenseado, para dar maior precisão aos resultados. Há ainda os que preferiram ou “não quiseram/souberam” declarar a “cor ou raça”, ficando no grupo “sem declaração”. Observe-se que no levantamento anterior, o Censo de 1940, as respostas quanto à “cor ou raça” limitaram-se às qualificações “preta”, “branca”, “amarela” e a designação “parda” ficou para os que registraram outra declaração (índio, caboclo, mulato, moreno, etc.). A atribuição ficou por conta do recenseador. Para o Censo de 1960 foi semelhante a classificação adotada no Censo de 1950, para a apresentação dos dados relativos a “cor ou raça”. O quesito “cor ou raça” no censo de 1970 não foi avaliado. No Censo de 1980, a questão da “cor ou raça” voltou a ser investigada e foram discriminadas as seguintes respostas: branca, preta, amarela e parda (mulato, mestiço, índio, caboclo, cafuzo, mameluco, etc.). As pessoas que não apresentaram respostas à indagação foram alocadas no grupo “sem declaração”. Na conceituação das características divulgadas não foi especificado se as respostas ficaram a critério do recenseado ou do recenseador. No Censo de 1991, na questão da “cor ou raça” foi incluída a população “indígena” que vivia em postos da Funai, em missões religiosas ou em outras áreas, porém os aborígines que viviam em tribos arredias ao contato, conservando seus atos primitivos de existência, não foram incluídos no Censo. Na conceituação das características divulgadas nada mais se comentou sobre o quesito “cor ou raça”, o que equivale dizer que todas as outras características dos Censos anteriores foram mantidas. No censo de 2000, a investigação da “cor ou raça” ocorreu de acordo com a autoclassificação da pessoa em uma das seguintes opções: (i) branca - para a pessoa que se enquadrou como branca; (ii) preta - para a pessoa que se enquadrou como preta; (iii) amarela - para a pessoa que se enquadrou como de raça amarela de origem japonesa, chinesa, coreana, etc.; (iv) parda - para a pessoa que se enquadrou como parda ou se declarou mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça; ou (v) indígena - para a pessoa que se declarou como indígena ou índia. No censo de 2010, A investigação da cor ou raça foi feita de acordo com a autoclassificação da pessoa em uma das seguintes opções: (i) Branca - para a pessoa que se declarou branca; (ii) Preta 44 para a pessoa que se declarou preta; (iii) Amarela - para a pessoa que se declarou de cor amarela (de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana, etc.); (iv) Parda - para a pessoa que se declarou parda; e (v) -Indígena - para a pessoa que se declarou indígena ou índia. Esta classificação se aplica tanto aos indígenas que vivem em terras indígenas como aos que vivem fora delas. (IBGE, 2011a). Figura 2.18 – Evolução da população por "cor ou raça" Cariacica - (1950-2010) Evolução da população por "cor ou raça" Cariacica - 1950-2010 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 1950 Branca 1960 Preta 1970 Amarela 1980 Parda 1990 Indígena 2000 2010 S/ declaração Figura 2.19 – Evolução da população por "cor ou raça" ES - (1950-2010) 45 Evolução da população por "cor ou raça" ES - 1950-2010 1.800.000 1.600.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0 1960 Branca 1970 Preta 1980 Amarela 1990 Parda 2000 Indígena 2010 S/ declaração 3. Dinâmica demográfica: O crescimento natural As populações humanas estão em evolução contínua. A dinâmica da população no tempo, isto é, seu crescimento ou seu decréscimo, assim como o ritmo de sua evolução são resultantes da interação de quatro fatores que representam as entradas de pessoas: natalidade (N) e imigração (I), e as saídas de pessoas: mortalidade (M); e emigração (E). O crescimento demográfico (C) no curso de um determinado período de tempo é composto pela componente natural e pela componente migratória, assim expresso: C = (N - M) + (I – E). A importância da contribuição das componentes do processo de crescimento varia segundo os limites territoriais considerados. Em um território mais amplo, como no caso de um país, um estado, é o processo de renovação endógena que domina a dinâmica das populações (Caselli, Vallin, e Wunsch, 2001). O peso das componentes varia também durante as etapas do processo de desenvolvimento da sociedade. Em sociedades com modelos de fecundidade elevados, o crescimento natural é o principal fator do crescimento demográfico, já nas regiões que se urbanizam rapidamente, a ação das migrações torna-se preponderante. 46 No que diz respeito à evolução do crescimento natural, a transição demográfica é uma teoria que se propõe a explicar as modificações que ocorreram na dinâmica demográfica ao longo dos dois últimos séculos, assim sintetizada: nas sociedades tradicionais, com baixos níveis de desenvolvimento as taxas de fecundidade e de mortalidade são elevadas, nas sociedades de desenvolvimento mais avançado essas taxas são baixas. Entre as duas situações ocorre a transição demográfica (Tabutin, sd. Castiglioni, 2006). Antes do processo da transição, tanto as taxas de natalidade como as de mortalidade são muito elevadas, do que resulta um baixo crescimento. Tanto a natalidade como a mortalidade são elevadas, equilibrando o crescimento dessas populações que evoluem lentamente. No decorrer do processo transicional, as duas componentes do crescimento declinam de modo diferenciado. Inicialmente, as taxas de mortalidade apresentam queda acentuada enquanto que as taxas de natalidade continuam elevadas. Deste comportamento diferencial das componentes resulta um crescimento acelerado, que foi qualificado como “explosão demográfica”. A seguir, a mortalidade continua em queda e a natalidade começa, por sua vez, a declinar, do que resulta a continuação do crescimento demográfico, porém em níveis decrescentes. No período após a transição as duas componentes atingem níveis baixos e as taxas de crescimento são nulas ou quase nulas. A teoria da transição demográfica é, grosso modo, universal, mas as peculiaridades dos processos de desenvolvimento dos diversos contextos podem introduzir alterações na tendência clássica. O modelo da transição demográfica, suas causas e consequências constituem o quadro teórico de referência para o estudo e compreensão das modificações que ocorrem na dinâmica populacional. O estudo das componentes do movimento natural, natalidade e mortalidade, é feito neste trabalho a partir dos dados produzidos por duas fontes: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, cuja base de dados é construída com as informações coletadas nos Cartórios de Registro Civil dos Municípios, e o Ministério da Saúde, com base de dados construída com as Declarações de Óbitos (DO) e Declarações de Nascidos Vivos (DN). O Ministério da Saúde implantou o sistema de coleta em todas as Secretarias Municipais de Saúde do país. Os dados produzidos pelo Ministério da Saúde formam o Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). 47 Cada uma destas fontes apresenta problemas específicos relacionados à cobertura e à exatidão do conteúdo dos registros, entretanto observa-se uma melhoria gradativa na qualidade das informações ao longo do tempo. Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Espírito Santo ficou acima da média da região e do país no decorrer da última década: 94% em 1993 e 2003. Já a cobertura do Sistema de informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) do estado ficou abaixo da média da região, entre 1996 a 2003: 95% em 1996 e 85% em 2003 (Ministério da Saúde, 2005). O estudo dos nascimentos e dos óbitos é feito para todo o período disponível nos bancos de dados utilizados. No estudo da evolução das tendências das componentes foram utilizados, para os nascimentos, os dados do SINASC que cobrem o período de 1994 a 2007; e para a mortalidade, os dados do SIM, disponíveis a partir de 1979. As análises mais detalhadas se referem ao ano de 2007, uma vez que os dados de 2008 são considerados ainda preliminares. Os dados relativos à estrutura da população por sexo e idade são os dados censitários fornecidos pelo IBGE. 3.1. Fecundidade Os modelos de fecundidade são condicionados pela interação de determinantes demográficos, biológicos, socioculturais e econômicos. (Tapinos, 1985). No estudo desta componente deve-se fazer a distinção entre conceitos. A natalidade diz respeito aos nascimentos e seus indicadores relacionam esses eventos à população média. A fecundidade traduz o comportamento reprodutivo das mulheres em idade de procriação, o intervalo de 15 a 50 anos. Já a fertilidade é a capacidade fisiológica de conceber uma criança. 3.1.1. Evolução e características A transição demográfica do Brasil teve início na primeira metade do século XX quando a mortalidade começou a declinar. Nos meados do século, como ocorre no modelo clássico, a fecundidade mantinha-se elevada e as taxas de incremento demográfico atingiam valores de 3% ao ano. Durante a segunda metade do século XX iniciou-se a queda da fecundidade e a redução continuada das taxas de crescimento natural que declinaram de 2,99% no período de 1950 a 1960 para 1,64 entre 1991 e 2000 (Figura 3.1) 48 Figura 3.1 - Brasil - Taxas de natalidade e de mortalidade (por 1000) Fonte: Elaborado a partir dos dados publicados pelo IBGE, Censos demográficos e dados da Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 1980-2050 – Revisão 2004, in Castiglioni, A. H. Revista Fluminense de Geografia n. 4, 2006. O processo de transição ainda não se completou: a mortalidade prosseguirá em queda, uma vez que os níveis de mortalidade infantil não atingiram ainda níveis satisfatórios, e que a esperança de vida se alonga. Todos os estados do país registraram estas transformações em seus padrões demográficos, com níveis diferenciados devido às disparidades socioeconômicas que estão na base do processo (Castiglioni, 2006). As tendências gerais do país são observadas no Espírito Santo, mas o processo neste estado ocorreu com atraso devido a fatores históricos e estruturais. Atualmente o processo ocorre a um ritmo mais acelerado no Estado com relação à situação do país. Este estudo mostra, para cada componente, a situação do Espírito Santo e, para alguns aspectos, a da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), contextos mais amplos nos quais se insere Cariacica. Estas referências são importantes para a compreensão das características do município de Cariacica e possibilitam análises comparativas. 3.1.2. Evolução e classificação dos nascimentos O número anual de nascidos vivos é um indicador geral da natalidade. Faz-se necessário, primeiramente, apresentar os conceitos utilizados no levantamento dos nascimentos: 49 “nascido vivo É a expulsão ou a extração completa de um produto da concepção do corpo materno, independentemente da duração da gestação, o qual, depois da separação do corpo materno, respire ou dê qualquer outro sinal de vida, tais como: batimento do coração, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos da contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta” (PRINCÍPIOS..., 1974 apud IBGE, 2008). O Ministério da Saúde publica anualmente os eventos segundo o Município de residência da mãe e o local de ocorrência do nascimento. A figura 3.2 e a tabela 3.1 apresentam a evolução do número de nascimentos relativos à Cariacica segundo esta dupla classificação entre 1994 e 2007, período para o qual as informações são disponíveis. As duas séries apresentam tendências crescentes até 1999 e decrescentes após esta data. Figura 3.2 – Nascidos vivos por residência da mãe e por ocorrência segundo o ano do nascimento – Cariacica – 1994-2007 N°. de nascimentos Nascidos vivos por residência da mãe e por ocorrência - Cariacica-1994-2007 9.000 7.500 6.000 4.500 3.000 1.500 Residência Ocorrência 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 0 Ano Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. 50 Tabela 3.1 – Nascimentos por ocorrência e residência da mãe segundo o ano do nascimento Cariacica – 1994-2007 Nascimentos por Ano do nascimento ocorrência (A) Nascimentos por residência da mãe (B) (A)-(B) % de (A) com relação a (B) 1994 301 5.540 -5.239 5,43 1995 315 6.927 -6.612 4,55 1996 299 7.021 -6.722 4,26 1997 1.318 7.139 -5.821 18,46 1998 2.844 6.915 -4.071 41,13 1999 4.102 7.338 -3.236 55,90 2000 3.448 6.737 -3.289 51,18 2001 3.254 6.600 -3.346 49,30 2002 3.399 6.140 -2.741 55,36 2003 2.944 5.846 -2.902 50,36 2004 3.371 6.017 -2.646 56,02 2005 2.951 5.692 -2.741 51,84 2006 3.003 5.657 -2.654 53,08 2007 2.571 5.723 -3.152 44,92 Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. Os dados apresentados mostram que grande parte das gestantes de Cariacica deu à luz em outros municípios, indicando que a infraestrutura local não comporta a demanda de cuidados de saúde materno-infantis. No início do período considerado, entre 1994 e 1996, os nascimentos ocorridos no município representavam de 4,3 a 5,4% dos nascimentos de residentes. As diferenças entre as duas séries diminuem a partir de 1999 (1999 a 2006), mas os eventos ocorridos no município correspondem, grosso modo, à metade dos nascimentos registrados por residência da mãe. Esta situação é reproduzida, em escala maior pelo conjunto de municípios que formam o Estado. A infraestrutura e os serviços de saúde do Espírito Santo estão concentrados nos maiores centros urbanos, o que atrai a população do interior do município e também das unidades próximas. A figura 3.3 traduz esta situação: a RMGV e os maiores aglomerados situados fora desta região (Cachoeiro de 51 Itapemirim, Colatina, Linhares e São Mateus) apresentam maior número de nascimentos por ocorrência do que de residentes, e, o conjunto dos demais municípios apresenta tendência contrária1. Figura 3.3 - Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe – RMGV, Maiores centros urbanos e Demais Municípios – 2007 Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe - 2007 25.130 25.758 17.819 14.636 N°. de nascimentos 30.000 10.476 25.000 8.071 20.000 15.000 10.000 5.000 0 RMGV Maiores centros urbanos (*) Nascimentos por residência da mãe Demais municípios Nascimentos por ocorrência Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. (*) Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus Ao focalizar as unidades que formam a RMGV, observa-se que, com relação a este tema, as unidades apresentam realidades muito heterogêneas. Com efeito, a infraestrutura e os serviços de saúde materno-infantis estão concentrados em Vitória e em Vila Velha, o que atrai principalmente a população dos municípios mais próximos que compõem a região. A figura 3.4, com dados de 2007, mostra que os nascimentos que ocorrem na capital correspondem ao triplo do número de nascimentos de seus residentes. Nos municípios de Cariacica, Serra, Viana e Fundão um número significativo de gestantes busca atendimento fora de suas localidades. Na Serra e 1 Alguns municípios deste grupo não se enquadram neste modelo. 52 em Cariacica, os nascimentos de mães residentes são o dobro dos nascimentos ocorridos nos próprios municípios; em Viana e Fundão praticamente a totalidade dos eventos ocorre fora do município de residência. Figura 3.4 – Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe RMGV – 2007 Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe RMGV – 2007 13.301 14.000 N°. de nascimentos 12.000 10.000 6.644 8.000 5.723 5.597 5.242 4.433 6.000 3.281 2.571 1.561 4.000 243 2.000 1.361 929 2 0 0 Cariacica Fundão Guarapari Serra Nascimentos por residência da mãe Viana Vila Velha Vitória Nascimentos por ocorrência Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. Em todo o mundo nascem mais homens do que mulheres. A razão de sexo ou Índice de masculinidade ao nascimento é um parâmetro que os demógrafos sempre consideraram como intangível (Caselli, Vallin e Wunsch, 2001). Nos tempos atuais o valor do indicador é de, aproximadamente, 105 nascimentos masculinos por 100 femininos. No decorrer da vida a mortalidade diferencial por sexo vai, nas idades adultas, equilibrar a razão e, nas idades mais avançadas, inverter os valores em favor das mulheres. Os valores da relação apresentam-se mais baixos ao nascimento em países com níveis de mortalidade elevada, podem apresentar-se acima do 53 nível esperado, em decorrência de políticas ou de razões culturais, como ocorre em regiões da China e da Índia. A tabela 3.2 contém a distribuição dos nascimentos em alguns anos mais recentes segundo o sexo para alguns anos. Os valores da razão de sexo corroboram as tendências universais, mas são superiores aos valores esperados, em 2006 e inferiores, em 2007, sugerindo incompletude ou falhas na cobertura dos eventos. Tabela 3.2 – Nascimentos por residência da mãe segundo o sexo Cariacica – 1994 a 2007 Anos de referência Indicadores 1994 2000 2005 2006 2007 5.540 6.737 5.692 5.657 5.723 2.817 3.472 2.926 2.960 2.854 2.688 3.262 2.763 2.697 2.869 35 3 3 104,80 106,44 105,90 109,75 99,48 Nascimento por residência da mãe Ambos os sexos Homens Mulheres Ignorada Razão de sexo ao nascimento (por 100) Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. 3.1.3. Medidas2 e características da natalidade do Município de Cariacica A Taxa Bruta de Natalidade (TBN), a medida mais geral da mortalidade, é a relação entre o número de nascidos vivos em um ano e a população média desse ano, expressa por mil. TBN N t,t 1 [(Pt Pt 1 ) / 2 * 1000 Onde: t, t+1 = são os instantes inicial e final do ano. Em geral, nas sociedades menos desenvolvidas, as taxas de natalidade atingem ou ultrapassam os valores de 40 nascimentos por mil habitantes. Nos países de desenvolvimento mais avançado, que já completaram a transição demográfica, as taxas giram em torno de 9 a 14 por mil. A TBN não é um indicador refinado dos níveis de fecundidade das populações, por várias razões: (i) seu valor é afetado pela repartição por idade e sexo da população; (ii) o indicador relaciona os 2 Sobre a construção de indicadores de fecundidade consultar Wunsch e Termote, 1978. 54 eventos “Nascimentos” à população média total que não é a população na qual os eventos poderiam ocorrer, uma vez que na composição deste denominador entram os próprios nascidos vivos, homens, mulheres em idades não reprodutivas. No entanto deve-se reconhecer a importância desta medida: além da facilidade para sua obtenção, mesmo para as regiões carentes de informações, este indicador fornece informações sobre os níveis de natalidade e compõe, com a Taxa Bruta de Mortalidade, o cálculo do crescimento demográfico. A Tabela 3.3 apresenta estimativas que fornecem uma visão geral da tendência de indicadores demográficos do Espírito Santo, no período de 1991 a 2030. Foram elaboradas pelo IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais para subsidiar os trabalhos de projeções populacionais. O valor da TBN do Espírito Santo, de 24,21 nascimentos vivos por mil habitantes em 1991, declina e atinge o valor de 16,16 em 2010 e em 2030, segundo as estimativas, o valor atingirá 11,86. 55 Tabela 3.3 – Indicadores de fecundidade implícitos nas projeções populacionais – Espírito Santo – 1991/2030 Anos de referência Indicadores demográficos 1991 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 Nascimentos 63.420 61.480 60308 59.680 57.579 55.147 53.063 51.666 50.314 Taxa bruta de natalidade 24,21 21,60 19,46 17,88 16,16 14,64 13,45 12,58 11,86 15 a 19 0,0870 0,0837 0,0808 0,0812 0,0814 0,0815 0,0816 0,0816 0,0817 20 a 24 0,1685 0,1497 0,1333 0,1306 0,1290 0,1281 0,1275 0,1272 0,1271 25 a 29 0,1431 0,1243 0,1079 0,0978 0,0916 0,0882 0,0859 0,0848 0,0842 30 a 34 0,0840 0,0733 0,0640 0,0519 0,0445 0,0404 0,0377 0,0364 0,0357 35 a 39 0,0460 0,0386 0,0322 0,0238 0,0186 0,0158 0,0139 0,0130 0,0125 40 a 44 0,0195 0,0135 0,0083 0,0059 0,0044 0,0036 0,0031 0,0028 0,0027 45 a 49 0,0049 0,0029 0,0011 0,0007 0,0005 0,0004 0,0003 0,0002 0,0002 Taxa de fecundidade total 2,77 2,43 2,14 1,96 1,85 1,79 1,75 1,73 1,72 Taxa bruta de reprodução 1,35 1,19 1,04 0,96 0,90 0,87 0,85 0,84 0,84 Taxas específicas de fecundidade por grupos de idades das mulheres Fonte: IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) – População e Desenvolvimento – Sistematização das medidas e indicadores sociodemográficos oriundos da Projeção (preliminar) da população por sexo e idade, por método demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o período 1991/2030.Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional 56 A fecundidade expressa o desempenho reprodutivo efetivo de uma mulher ou de um grupo de mulheres que já completaram o período reprodutivo, que se estende de 15 a 50 anos. A fecundidade apresenta uma grande variabilidade no decorrer do período fecundo, definido como o intervalo de 15 a 49 anos para as mulheres. Devido a esta variabilidade é necessário construir um indicador que considere a repartição dos nascimentos segundo a idade da mãe. A Taxa Específica de Fecundidade por Idade (TEF), que permite controlar o efeito da estrutura por idade, é calculada relacionando os nascimentos vivos tidos por mulheres de determinada idade ou grupo de idades (nNx) ao efetivo de mulheres da mesma idade ( n Pxf ): TEF n Nx f n Px Onde: n, x e p = são respectivamente, o intervalo de tempo, a idade e a população feminina. As curvas de fecundidade por idade do Espírito Santo, apresentadas na figura 3.5 mostram que o declínio da fecundidade ocorreu em todas as idades entre 1991, 2010 e 2030, com exceção do grupo mais jovem que apresentou tendência contrária, fenômeno denominado de “gravidez na adolescência”. A fecundidade atinge seus níveis mais elevados entre as idades de 20 e 30 anos, quando a fertilidade é mais elevada. Neste intervalo ocorrem quase 60% do total de nascimentos. 57 Figura 3.5 - Taxas específicas de fecundidade por idade Espírito Santo – 1991, 2010 e 2030 0,18 TEF 0,15 0,12 0,09 0,06 0,03 0,00 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 Faixa etária 1991 2010 2030 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados publicados pelo IBGE. UNFPA/Brasil - IBGE (2006) As taxas de fecundidade calculadas para as idades ou grupos de idades fecundas são sintetizadas pela Taxa de Fecundidade Total, o indicador conjuntural da fecundidade. A Taxa de Fecundidade Total expressa o número médio de filhos nascidos vivos tidos por mulher. É construída pela soma das taxas específicas de fecundidade: TFT TEF x Para grupos quinquenais, a TFT é expressa por: TFT nTEFx Onde: n, x = são respectivamente, o intervalo de tempo e a idade. α e β representam a idade inicial e final do período fecundo. 58 O Espírito Santo apresentava até meados do século XX, uma sociedade com sólida base rural e padrões de fecundidade similares aos das regiões menos desenvolvidas do país: o número médio de filhos por mulher, o indicador que sintetiza a fecundidade, era superior a sete. A partir da década de sessenta a introdução e a difusão de métodos contraceptivos associadas a um intenso processo de redistribuição da população da região rural para a urbana e às mudanças na estrutura produtiva do Estado provocam a redução do modelo familiar amplo adotado na economia agrária. O indicador de fecundidade cai para 6,4 em 1970. Para referência comparativa, o número médio de filhos por mulher é superior a 6 filhos nas sociedades de forte fecundidade. O descenso se acentua nas duas décadas seguintes e prossegue com um ritmo mais lento na década de 90. No final do século XX a fecundidade converge para os mesmos níveis da região Sudeste, de 2,1 filhos por mulher. Em 2010 o número de filhos declina para 1,85 e, em 2030 deverá declinar ainda para 1,72, segundo as estimativas do IBGEDPE – Projeto UNFPA/Brasil (Tabela 3.3). A evolução apresentada por países que se encontram na fase pós-transição, com famílias muito reduzidas fornece indicativos para os níveis de convergência deste indicador: em muitos destes países as mulheres têm em média 1,2 filhos, valor este muito abaixo da taxa de reposição da população, o que tem incentivado a prática de políticas pró-natalistas. A Taxa Bruta de Reprodução indica o número médio de filhas tidas nascidas vivas pelas mulheres, sem considerar o efeito da mortalidade das novas gerações 3. O cálculo é o mesmo da TFT, levando em conta somente as filhas. TBR TEF f Grupos quinquênais: TBR n nTEFxf A TBR informa sobre a substituição de uma população. O valor do indicador igual a 1 significa que, em média cada mulher seria substituída por uma filha, na próxima geração de mães. Em 1991, o valor do indicador, estimado pelo IBGE para o Espírito Santo é igual a 1,35 indicando que o grupo de filhas formará um grupo de mães maior que o considerado na época. Em 2000 já se observa uma 3 A Taxa Líquida de Reprodução leva em consideração a mortalidade, mas o seu cálculo não será abordado neste trabalho. 59 igualdade entre os dois grupos, de mães e de filhas e, a partir daí os valores são inferiores à unidade indicando que o contingente de futuras mães se reduzirá. O valor projetado para 2030 é de 0,84 (Tabela 3.3). A Taxa de reposição indica o nível que a taxa de fecundidade total deve atingir para que a população permaneça constante, que é de 2,1 filhos por mulher. Nas projeções do IBGE para o Estado, o número de filhos por mulher é mais elevado que a taxa de reposição até 2000, a seguir a fecundidade fica cada vez mais abaixo do nível de reposição das gerações. Os indicadores de fecundidade Cariacica, em 2000, apresentados na tabela 3.4 foram calculados a partir das informações do censo relativas ao número total de mulheres de 10 anos ou mais de idade, e do número de mulheres que tiveram filhos nascidos vivos no período de referência de 12 meses anteriores ao Censo. Pode-se notar que o Município de Cariacica apresenta para vários indicadores demográficos valores que correspondem à situação média do Estado: A Taxa Bruta de Natalidade estimada a partir dos registros do SINASC e da população fornecida pelo IBGE caiu de 23,02 por mil habitantes em 1996 à 21 em 2000. A Taxa de Fecundidade Total obtida a partir dos dados do censo é de 2,08 filhos por mulher e a Taxa bruta de Reprodução é de 1,01 filhas por mulher. Os indicadores calculados com os dados dos nascidos vivos fornecidos pelo SINASC em 2000 apresentam em geral valores mais elevados. Tabela 3.4 - Indicadores de fecundidade – Cariacica – 1996 e 2000 Taxas Específicas de Fecundidade 1996 2000 Grupos de idade das mulheres/Indicadores Fonte NV: SINASC Fonte NV: SINASC Fonte NV: IBGE 10 a 14 0,00313 0,00265 0,00717 15 a 19 0,09434 0,08587 0,06791 20 a 24 0,15692 0,13263 0,12480 25 a 29 0,12543 0,11212 0,09872 30 a 34 0,06921 0,06720 0,06943 35 a 39 0,03236 0,03187 0,04268 40 a 44 0,00884 0,00851 0,00348 45 a 49 0,00173 0,00046 0,00161 Taxa Bruta de Natalidade (por mil) 23,02 21,0 19,4 Taxa de Fecundidade Total 2,46 2,21 2,08 60 Taxa Bruta de Reprodução 1,20 1,08 1,01 Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC Dados da população: IBGE, Censos 1996 e 2000. As tabelas 3.5 e 3.6 apresentam a série de nascimentos de residentes de Cariacica distribuídos pela idade da mãe, no período de 1994 a 2007. Em todo o período o número de nascimentos é mais elevado no intervalo de 15 a 29 anos e depois declina gradativamente à medida que a idade cresce. A maior incidência de nascimentos ocorre, em todos os anos, no grupo de mães de 20 a 24 anos, e a idade média das mães, de mais ou menos 25 anos, traduz esta distribuição. 61 Tabela 3.5 - Nascimentos por residência da mãe por Ano do nascimento segundo a Idade da mãe – Cariacica – 1994-2007 Idade da mãe 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 10 a 14 anos 23 54 53 50 52 54 44 63 57 43 51 34 32 40 15 a 19 anos 1.086 1.458 1.573 1.685 1.606 1.703 1.487 1.516 1.272 1.208 1.247 1.187 1.165 1.168 20 a 24 anos 1.849 2.245 2.264 2.308 2.212 2.367 2.187 2.107 2.014 1.847 1.969 1.773 1.672 1.696 25 a 29 anos 1.352 1.614 1.665 1.664 1.581 1.683 1.598 1.496 1.426 1.441 1.458 1.385 1.451 1.507 30 a 34 anos 721 950 917 914 940 1.008 904 920 873 798 804 847 833 833 35 a 39 anos 326 379 371 364 364 394 407 395 400 419 394 387 394 384 40 a 44 anos 69 116 84 105 99 81 93 90 87 78 93 75 99 88 45 a 49 anos 11 7 12 8 9 7 4 4 5 3 - 4 10 7 50 a 54 anos - - - - - - - - - - - - 1 - Idade ignor. 103 104 82 41 52 41 13 9 6 9 1 0 0 0 TOTAL 5.540 6.927 7.021 7.139 6.915 7.338 6.737 6.600 6.140 5.846 6.017 5.692 5.657 5.723 Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. 62 Tabela 3.6 - Nascimentos por residência da mãe por Ano do nascimento segundo a Idade da mãe (%) – Cariacica – 1994-2007 Idade da mãe 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 10 a 14 anos 0,42 0,79 0,76 0,70 0,76 0,74 0,65 0,96 0,93 0,74 0,85 0,60 0,57 0,70 15 a 19 anos 19,97 21,37 22,67 23,74 23,40 23,34 22,11 23,00 20,74 20,70 20,73 20,85 20,59 20,41 10 a 19 anos 20,40 22,16 23,43 24,44 24,16 24,08 22,77 23,96 21,67 21,43 21,58 21,45 21,16 21,11 20 a 24 anos 34,01 32,90 32,63 32,52 32,23 32,44 32,53 31,97 32,83 31,64 32,73 31,15 29,56 29,63 25 a 29 anos 24,87 23,66 23,99 23,44 23,04 23,06 23,77 22,70 23,25 24,69 24,24 24,33 25,65 26,33 30 a 34 anos 13,26 13,92 13,22 12,88 13,70 13,81 13,44 13,96 14,23 13,67 13,36 14,88 14,73 14,56 35 a 39 anos 6,00 5,55 5,35 5,13 5,30 5,40 6,05 5,99 6,52 7,18 6,55 6,80 6,96 6,71 40 a 44 anos 1,27 1,70 1,21 1,48 1,44 1,11 1,38 1,37 1,42 1,34 1,55 1,32 1,75 1,54 45 a 49 anos 0,20 0,10 0,17 0,11 0,13 0,10 0,06 0,06 0,08 0,05 0,00 0,07 0,18 0,12 50 a 54 anos - - - - - - - - - - - - 0,02 - TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Idade média 25,23 25,13 24,90 24,80 24,89 24,85 25,06 24,97 25,24 25,35 25,22 25,40 25,61 25,53 Fonte: Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC 63 A curva que representa a distribuição dos nascimentos segundo os grupos de idade das mães residentes em Cariacica, relativa ao ano de 2007 (figura 3.6) apresenta, de modo geral, as tendências clássicas e é representativa da fecundidade do período considerado. Figura 3.6 – Nascimentos por residência da mãe segundo a idade da mãe Cariacica - 2007 Nascimento por residência da mãe segundo Idade da mãe Cariacica - 2007 1800 1.696 N° de nascimentos 1500 1200 1.507 1.168 900 833 600 384 300 88 40 7 0 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 Grupos de idades Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. Os registros do MS/SINASC fornecem também informações sobre características pessoais das mães, dentre as quais o estado civil. A figura 3.7 revela tendências importantes. Não obstante o curto período considerado é patente o aumento do número de mães solteiras, que a partir de 2005 passa a ser superior ao das casadas. Deve-se ressaltar que há um número elevado de pessoas que não informaram seu estado civil (21,2% em 2005 e 14,5% em 2007), o que prejudica a análise da distribuição e, ainda, uma queda acentuada de pessoas que se declararam em união consensual, que apresenta valores mínimos a partir de 2005. É provável que uma parte importante das não respostas se enquadre em união consensual, cuja curva apresenta uma brusca mudança no decorrer do período considerado, no qual esta categoria continua a ter uma importante representação na população em geral. Pode ser também que, mulheres vivendo em união consensual, tenham se declarado “solteiras”. 64 Figura 3.7 - Nascimentos por residência da mãe por ano de nascimento e Estado Civil da mãe – Cariacica – 1999 a 2007 Nascimentos por residência e estado civil da mãe Cariacica - 1999-2007 % 60 50 40 30 20 10 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 So lteira Casada Viúva o u separada judicialmente União co nsensual 2005 2006 2007 Ano de nascim ento Igno rado Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. A Figura 3.8 mostra que esta situação não é particularidade de Cariacica. Em 2007, em todos os municípios da RMGV, assim com no Estado como um todo, o estado civil predominante é o das solteiras. Esta tendência é confirmada pelos dados de 2005, à exceção de Viana, que apresentou nesta data uma pequena predominância das casadas. A representação das solteiras tem seus maiores valores em Guarapari (62,7%), Fundão (62,6%), e na Serra (61,2%). Com quase metade das mães que tiveram filhos em 2007 pertencentes à categoria “solteira” (49,1%), Cariacica apresenta níveis similares ao comportamento médio das unidades do Estado, de 48,8%. Deve-se ressaltar que os valores elevados da categoria “Ignorado” só são encontrados em Cariacica e Viana, justamente os dois municípios que apresentam também as menores proporções de mães “solteiras” 65 Figura 3.8 - Nascimentos por residência da mãe e Estado Civil da mãe – RMGV –2007 Nascimentos por residência e estado civil da mãe RMGV - 1999-2007 70 60 50 40 % 30 20 10 0 Cariacica Fundão Solteira Guarapari Casada Serra Outros Viana Vila Velha Ignorado Vitória Espírito Santo Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SVS/DASIS As séries apresentadas nas tabelas 3.5 e 3.6 mostram uma tendência que traz preocupações para toda a sociedade: a elevada incidência da fecundidade precoce, a chamada gravidez na adolescência, período compreendido entre 10 e 19 anos, caracterizado por importantes mudanças físicas e psicológicas. A gravidez na adolescência acarreta sérias consequências para os adolescentes envolvidos, que, em geral, não têm maturidade emocional nem condições financeiras para assumir a criação e educação dos filhos, para os filhos que nascem, para suas famílias e para a sociedade. A gravidez na adolescência ocorre em todos os níveis sociais, mas a incidência tende a ser maior nas populações de baixa renda. No artigo “Gravidez na Adolescência” Maria Silvia de Souza Vitalle e Olga Maria Silvério Amancio da UNIFESP/EPM comentam sobre as consequências desta ocorrência: A gravidez na adolescência tem sérias implicações biológicas, familiares, emocionais e econômicas, além das jurídico-sociais, que atingem o indivíduo 66 isoladamente e a sociedade como um todo, limitando ou mesmo adiando as possibilidades de desenvolvimento e engajamento dessas jovens na sociedade. Devido às repercussões sobre a mãe e sobre o concepto é considerada gestação de alto risco pela Organização Mundial da Saúde (OMS 1977, 1978), porém, atualmente postula-se que o risco seja mais social do que biológico. (Vitalle e Amancio, 2001). Em Cariacica, a porcentagem dos nascimentos do grupo de 10 a 19 anos é significativa, contribuindo por mais de 20% da fecundidade em todo o período considerado na análise, atingindo 23,4% em 1996, 24,4% em 1997, 24,2% em 1998, 24.1% em 1999 e 24% em 2001. A partir de 2002 observa-se um pequeno declínio, mas a participação deste grupo em 2007 é ainda de 21,1%. O problema social deste grupo pode ser apreendido na análise do perfil dessas mães adolescentes com relação ao estado civil (figura 3.9). Dentre as mais jovens, de 10 a 14 anos, 87% se declararam solteiras. O percentual desta categoria também é elevado para o grupo de adolescentes de 15 a 19 anos: 71,5%. Estes índices são bem mais elevados que a média de mães solteiras do Município, que é de 48,8%. 67 Figura 3.9 – Nascimentos por residência de mães solteiras segundo a idade da mãe (%) Cariacica - 2007 Nascimentos por residência de mães solteiras (%) - Cariacica-2007 100,0 90,0 86,9 80,0 71,4 70,0 60,0 54,9 (%) 50,0 40,1 40,0 48,8 33,0 30,6 30,0 42,1 32,6 20,0 10,0 0,0 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 Total Grupos de idades Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. A quase totalidade dos nascimentos, cujas mães residiam em Cariacica ocorreu em hospitais: 5.711 dentre os 5.723 nascimentos, o que representa 99,8% do total de eventos ocorridos em 2007. As informações mostram que a grande maioria procura os serviços médicos durante a gestação (figura 3.10). Com relação ao número de consultas, em 2007 63,6% das mães tiveram 7 ou mais consultas. Considerando-se 4 ou mais consultas, o percentual das mulheres atendidas sobe à 93% dentre as que tiveram filhos em 2007. A representação das gestantes que não buscam assistência pré-natal declinou no curto período considerado, em 2007 elas representavam apenas 2,3% do total. 68 Figura 3.10 - Nascimentos por residência da mãe por ano de nascimento e consultas pré-natal – Cariacica – 2007 Nascimentos por residência da mãe e consultas pré-natal Cariacica - 2007 70 60 50 40 % 30 20 10 0 2000 Nenhuma 2001 2002 De 1 a 3 consultas 2003 2004 De 4 a 6 consultas 2005 7 ou mais consultas 2006 2007 Ignorado Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC. 3.2. Mortalidade A duração da vida humana é determinada por uma diversidade de causas que decorrem de fatores que atuam em vários níveis. A nível individual atuam fatores biológicos e genéticos e os comportamentais, no entanto, os principais determinantes dos níveis da mortalidade situam-se no nível coletivo: são as características do contexto socioeconômico, sanitário e cultural que explicam as diferenças da mortalidade entre países, regiões de um mesmo país, classes sociais, níveis culturais, categorias profissionais, entre outras. Vários fatores contribuíram para aumentar substancialmente a duração da vida humana ao longo dos dois últimos séculos: a melhoria da quantidade e qualidade dos alimentos e sua diversificação, a melhoria da higiene pública e individual, a elevação dos níveis educacionais, os avanços médicos e científicos, principalmente. 3.2.1. O declínio da mortalidade Um dos princípios da teoria clássica da transição demográfica é o da anterioridade da queda da mortalidade sobre a da fecundidade. Este postulado se verificou no Brasil, onde a transição 69 demográfica começou na primeira metade do século XX quando a mortalidade começou a declinar, bem antes que a fecundidade. A esperança de vida ao nascimento é o indicador que resume a duração de vida de uma população e exprime o número médio de anos vividos por uma geração de nascidos vivos. É considerado como um dos melhores indicadores do nível de desenvolvimento de uma região. A esperança de vida ao nascimento do país era de 42,74 anos na década de 1940 (IBGE, 1988) e subiu para 45,90 anos em 1950, atingindo o patamar de 68,55 anos em 2000. Os ganhos de duração de vida foram significativos, sobretudo nas últimas décadas do século, devido, sobretudo às melhorias ocorridas na área de saúde, em particular na área materno-infantil, que provocou a queda da mortalidade infantil. Na segunda metade do século XX os ganhos de duração de vida foram significativos: a vida dos brasileiros foi alongada, em média, em 22,65 anos. Em 2010 os níveis do indicador são estimados em 73,40 anos para ambos os sexos, 69,68 para os homens e 77,26 para as mulheres (IBGE, Revisão 2008). Neste século, a duração da vida tende a prosseguir sua tendência crescente, pois as conquistas médicas e sociais propiciarão uma vida mais longa à população assim como a continuidade de redução da mortalidade infantil, cujos níveis estão ainda acima dos desejados. Os níveis de mortalidade geral e, de modo especial os de mortalidade infantil, refletem as modificações sociais, econômicas e sanitárias de uma sociedade. (Tabutin in Gerard). O indicador de mortalidade infantil é um indicador muito sensível às condições de vida da sociedade, assim trata-se de um indicador muito relevante para a avaliação do nível de vida de uma população, pois reflete o processo de desenvolvimento de uma região, suas melhorias como também suas vicissitudes. As taxas de mortalidade infantil do Brasil apresentaram queda acentuada no decorrer do século XX: os valores das taxas atingiam 158,27 mortes de menores de 1 ano por mil nascidos vivos na década de 1930, baixam progressivamente, caindo, em 2005 para 25,8 por mil (IBGE, Revisão 2004). Segundo o PRB, Population Reference Bureau, a TMI do Brasil em 2009 é de 24 mortes de menores de 1 ano por mil nascidos vivos (PRB, 2009).4. Este valor é ainda elevado quando comparado aos valores apresentados pelos países de desenvolvimento mais avançado, onde o índice atinge valores 4 A TMI estimada pelo IBGE para o país em 2010 é de 21,6 mortes por mil nascidos vivos. (IBGE, Revisão 2008). 70 mínimos, entre 2,8 e 3 por mil. É igualmente elevado quando comparado aos países da América do Sul: Colômbia (19), Venezuela (16,5), Argentina (12,9), Uruguai (10,5), Chile (7,6) As tendências de declínio da mortalidade geral e infantil são também apresentadas pelo Espírito Santo. Os níveis dos indicadores sempre foram menores no Estado que os níveis médios apresentados para o país. Concorreram para esta situação a extensão do território que não apresenta extremos de heterogeneidade como acontece em outros estados, e a formação de sua população, composta majoritariamente por imigrantes europeus, cujos hábitos e costumes influenciaram positivamente os modos de vida da população. A esperança de vida já mais elevada que a do conjunto do país em 1940, quando era de 47,19 anos, evolui sempre com valores superiores à média do país. No ano de 2010 a esperança de vida ao nascimento, segundo estimativas do IBGE/DPE é de 74,53 anos para ambos os sexos, 70,99 para os homens e 78,24 para as mulheres (tabela 3.7). Segundo as projeções do IBGE/DPE, em 2030 os níveis passarão a 78,95 para ambos os sexos; 75,65 para os homens e 82,41 para as mulheres. A evolução do indicador de mortalidade infantil mostra também uma situação melhor para o Espírito Santo, com relação à média do país. Na década de 1930, a TMI do Brasil era de 158,27 mortes de crianças de menos de 1 ano por 1000 nascidas vivas bem superior à do Espírito Santo, que era de 139,30. Na década de 1970, o nível havia declinado para 60,73 no Estado, contra 87,88 do Brasil (IBGE, 1988). Seguindo a tendência apresentada pelo país, houve também uma redução importante dos níveis do indicador nas últimas décadas: em 2005, a TMI do Espírito Santo era de 20,2 contra 25,80 do Brasil (IBGE, Revisão 2004). 71 Tabela 3.7 – Indicadores de mortalidade implícitos nas projeções populacionais – Espírito Santo – 1991/2030 Anos de referência Indicadores demográficos 1991 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 Óbitos totais 15.470 16.670 18.262 19.708 21.327 23.072 25.139 27.714 30.994 Taxa bruta de mortalidade 5,90 5,86 5,89 5,90 5,99 6,13 6,37 6,75 7,31 Óbitos de menores de 1 Ano 1.898 1.711 1.417 1.202 994 812 671 560 473 Ambos os sexos 31,70 27,80 23,50 20,10 17,20 14,70 12,60 10,80 9,40 Homens 34,60 30,30 25,70 22,20 19,20 16,50 14,30 12,40 10,70 Mulheres 28,70 25,10 21,10 17,90 15,00 12,70 10,80 9,20 8,00 Ambos os sexos 69,39 70,40 71,65 73,14 74,53 75,80 76,96 78,01 78,95 Homens 65,60 66,69 68,02 69,56 70,99 72,32 73,54 74,65 75,65 Mulheres 73,36 74,30 75,47 76,90 78,24 79,46 80,56 81,54 82,41 Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos): Esperança de vida ao nascer Fonte: IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) – População e Desenvolvimento – Sistematização das medidas e indicadores sociodemográficos oriundos da Projeção (preliminar) da população por sexo e idade, por método demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o período 1991/2030. Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. 72 3.2.2. Evolução e classificação dos óbitos A cobertura dos registros de óbitos é melhor que a dos nascimentos, devido à exigência do atestado de óbito para realização do enterro. A cobertura, porém não é completa, pois há situações em que o registro não é efetuado, como, por exemplo, em casos de mortes violentas com ocultação do corpo, desaparecimento, sepultamento em cemitérios clandestinos, entre outras. Nos registros de óbitos, assim como nos de nascimentos, os eventos são classificados segundo o local de residência do falecido e o local de ocorrência do evento. Neste estudo da mortalidade foram utilizados os dados disponibilizados pelo SIM para os óbitos e os dados censitários para a população. A figura 3.11 apresenta a evolução do número de óbitos ocorridos em Cariacica segundo dupla classificação entre 1979 e 2007, período para o qual as informações do SIM são disponíveis. A situação descrita para os nascimentos se repete: os óbitos de residentes de Cariacica são mais numerosos do que os eventos que ocorreram no Município, em todo o período considerado. Até 2002 o número de óbitos de residentes era bem mais que o dobro dos eventos ocorridos no Município. Nos últimos anos registra-se uma pequena diminuição desta relação, mas os óbitos de residentes são ainda 1,7 vezes maior que os classificados por ocorrência no Município. Figura 3.11 – Óbitos por residência e ocorrência – Cariacica – 1979 a 2007 73 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SVS/DASIS A situação descrita decorre das inter-relações estreitas existentes entre as unidades que compõem a RMGV assim como da posição privilegiada que a capital ocupa quanto à infraestrutura e à oferta de serviços de saúde. Os hospitais, serviços especializados e equipamentos concentrados em Vitória atraem a população das outras unidades do Estado, em especial dos Municípios que compõem a RMGV. A Figura 3.12 apresenta a evolução do número de óbitos por residência e por ocorrência considerando-se o conjunto da RMGV. As duas séries apresentam tendências crescentes, tendência esta também apresentada pela população da região ao longo do período considerado. Os óbitos por ocorrência são mais numerosos e a diferença entre as duas séries corresponde à população de outros municípios e também de estados vizinhos que vem buscar os serviços de saúde da região da capital. Vale ressaltar que a diferença entre as duas séries não apresentou um aumento expressivo entre 1979 e 2007. A diferença entre óbitos de residentes e por ocorrência era de 768 óbitos em 1979, passando a 1017 em 2007. Figura 3.12 – Óbitos por ocorrência e residência segundo o ano do óbito RMGV – 1979-2007 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 74 A figura 3.13 indica que as maiores inter-relações ocorrem entre as unidades que compõem a RMGV. Os dados são indicativos das relações que se processam no interior da região quanto à utilização da infraestutura médico hospitalar. Vitória apresenta-se como uma unidade diferenciada das demais com relação à concentração de óbitos por ocorrência, que são mais do que o dobro dos óbitos de residentes. Modelo oposto é o apresentado por Cariacica, que apresenta as maiores diferenças entre as duas séries: os óbitos de grande parte dos habitantes ocorrem fora do município de residência, certamente em Vitória. No ano de 2007, a diferença entre os registros de óbitos por ocorrência e por residência foi de 836 óbitos. Figura 3. 13 – Óbitos por ocorrência e por residência – RMGV – 2007 Óbitos por ocorrência e por residência - RMGV - 2007 4073 4500 1888 2094 N°. de óbitos 2343 2243 2137 1964 3000 1258 573 1500 81 380 371 184 66 0 Cariacica Fundão Guarapari Serra Óbitos por residência Viana Vila Velha Vitória Óbitos por ocorrência Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 3.2.3. Características e medidas5 da mortalidade do Município de Cariacica A mortalidade é diferencial com relação à característica “sexo”. A figura 3.14 apresenta a evolução do número de óbitos de residentes de Cariacica segundo o sexo no período de 1970 a 2007. Os níveis das curvas traduzem a predominância de óbitos do sexo masculino em todo o período. A sobremortalidade masculina é expressa pela Razão de Sexo que apresenta valores crescentes: em 1979 ocorreram 141,2 óbitos masculinos por 100 femininos, em 2007 a relação sobe para 166, 1. 5 Sobre indicadores de mortalidade consultar Wunsch e Termote, 1978. 75 Figura 3.14– Óbitos de residentes segundo o sexo – Cariacica – 1979 a 2007 Óbitos de residentes segundo o sexo – Cariacica - 1979-2007 N°. de óbitos 1500 1000 500 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 0 Ano Homens Mulheres Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. A mortalidade é também diferencial com relação à idade. A curva que traduz a incidência da mortalidade segundo as idades apresenta tendências universais: níveis mais elevados no primeiro ano de vida, a seguir decréscimo rápido a níveis que se mantêm baixos até o início da vida adulta e, a seguir, aumento progressivo dos riscos de morte à medida que a idade avança. Os riscos de morte são superiores para o sexo masculino em todas as idades, mesmo quando se considera a mortalidade intrauterina. A explicação da sobremortalidade masculina é devida à ação de vários fatores. Os fatores biológicos aparecem como determinantes importantes da mortalidade diferencial por sexo e a eles se somam os fatores comportamentais que levam o homem a uma maior exposição ao risco (Castiglioni, 1994). A figura 3.15 apresenta o número de óbitos de residentes de Cariacica em 2007. As curvas de mortalidade por idade segundo o sexo traduzem os comportamentos diferentes dos dois sexos face aos riscos de morte. Pode-se observar neste gráfico o aumento da incidência de óbitos masculinos nas idades jovens-adultas. As medidas da sobremortalidade masculina segundo a idade, representadas na figura 3.16 atingem níveis máximos nas idades jovens, entre 15 e 30 anos, quando os fatores comportamentais passam a ser os determinantes principais da mortalidade masculina. 76 Figura 3.15 – Óbitos de residentes por idade e sexo – Cariacica – 2007 Óbitos de residentes por idade e sexo - Cariacica - 2007 200 Nº de óbitos 160 120 80 40 80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 1-4 < 1 ano 0 Grupo etário Masculino Feminino Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. Figura 3.16 – Sobremortalidade masculina na população residente – Cariacica – 2007 Sobremortalidade masculina - Cariacica - 2007 Mortes masc / Mortes fem 1200 900 600 300 80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 1-4 < 1 ano 0 Grupo etário Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 77 A Taxa bruta de mortalidade, a medida mais global da mortalidade, expressa o número médio anual de óbitos por mil pessoas. É obtida pela relação entre o número de mortes ocorridas durante o ano considerado (M) e a população média desse ano (P), assim expressa: Mt,t 1 TBM [(Pt Pt 1 ) / 2 * 1000 Onde: t, t+1 = são os instantes inicial e final do ano. A TBM é uma medida fácil de ser obtida, fornece informações sobre os níveis gerais da mortalidade e possibilita, com a taxa bruta de natalidade, o cálculo do crescimento natural. Entretanto, não é uma medida refinada da mortalidade e deve ser padronizada para se prestar a análises comparativas. Isto porque os níveis de mortalidade são determinados pelo comportamento de duas componentes: a intensidade dos riscos de morte segundo as idades, e a estrutura etária da população. As taxas brutas de mortalidade de Cariacica, estimadas a partir dos dados do MS/Sim para os óbitos e do IBGE para a população apresentam valores baixos, em torno de 6 por mil, uma vez que no atual estágio da transição caracterizada por declínio de mortalidade e estrutura etária jovem, grande parte da população é submetida a baixas probabilidades de morte. Na medida em que a população envelhece, ocorrerá uma elevação da taxa de mortalidade, pois, uma parcela cada vez mais representativa será submetida a riscos mais elevados. Devido ao caráter diferencial de incidência da mortalidade ao longo da vida, esta componente é mais bem representada quando se considera a ocorrência de óbitos segundo a idade. As taxas específicas de mortalidade por idade correspondem ao quociente entre as mortes ocorridas em uma determinada idade ou grupo de idades (nMx) e a população média da idade (Px) ou do grupo de idades (nPx) considerado: TEMx nTEMx Mx Px n Mx n Px Onde: x = idade 78 n = intervalo do grupo de idades. As taxas específicas de mortalidade representam a ocorrência média de eventos na população de uma determinada idade ou grupo de idades. As taxas de mortalidade por idade e sexo de Cariacica apresentam a tendência clássica: as taxas são elevadas no início da vida, declinam a seguir e chegam a níveis mínimos nos grupos jovens e, a partir das idades adultas, aumentam progressivamente à medida que a idade aumenta. As curvas traduzem também a mortalidade diferencial por sexo, com níveis sempre mais elevados para os homens (Figura 3.17). Figura 3.17- Taxas de mortalidade por idade e sexo – Cariacica – 2000 Taxas de m ortalidade por idade e sexo Cariacica - 2000 1,000 0,100 TEM 0,010 0,001 Hom ens Mulheres 80 + 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 0,000 Grupo etário Fontes: Elaboração da Equipe Agenda Vitória: Dinâmica Populacional, com dados publicados pelo IBGE e do MS/SIM. Dentre as taxas por idade, a taxa do primeiro ano de vida tem uma importância particular (Tapinos, 1985). A taxa de mortalidade infantil constitui um bom indicador dos níveis de vida de uma sociedade e está estreitamente correlacionada ao nível de desenvolvimento de uma região. A taxa de mortalidade infantil é o número anual de mortes de crianças de menos de um ano por mil nascimentos vivos ocorridos no determinado ano. TMI Mortesde crianças de menos de 1 ano de idade x1000 Nascidos vivos 79 Como ocorre no Estado, em Cariacica os óbitos de menores de 1 ano apresentam valores decrescentes (tabela 3.8). Verifica-se também, na mortalidade infantil, a diferença entre óbitos por residência e por ocorrência já evidenciada na mortalidade geral. A ação diferencial da mortalidade por sexo explica a sobremortalidade masculina infantil em todos os anos considerados, com exceção de 2005, devido possivelmente à incompletude dos registros nesse ano. Tabela 3.8 – Indicadores de mortalidade infantil – Cariacica Anos de referência Indicadores 1991 1996 Óbitos de menores de 1 ano por local de residência 2000 2005 2006 2007 87 82 74 41 44 41 46 38 33 89,13 115,79 124,24 33 26 19 124 144 Ambos os sexos 153 Homens 95 Mulheres 58 71 78 53 66 Índice de masculinidade (por 100) 133,96 118,18 (1) 163,79 Óbitos de menores de 1 ano por local de ocorrência 29 25 30 Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SIM É fato comprovado que as mortes infantis ocorrem mais frequentemente nos primeiros dias e semanas após o nascimento, decrescendo a seguir. Uma classificação geral distingue dois grupos de causas: endógenas, de origem biológica são decorrentes de características do indivíduo (malformações congênitas, debilidade) de problemas relacionados ao parto ou de características da mãe, como a idade à fecundidade. As causas exógenas são condicionadas pelo meio sócioeconômico cultural em que se insere o recém nascido (Castiglioni, 1994). As mortes por causas endógenas ocorrem majoritariamente no primeiro mês de vida, a partir daí predominam as causas exógenas (J. Bourgeois-Pichat, apud Wunsch e Termote, 1978). Os óbitos de 2007 confirmam esta tendência, que é observada em todo o intervalo para o qual os dados são disponíveis: os óbitos se concentram na 80 primeira semana, quando ocorrem 35,1% do total de óbitos infantis. Mais da metade dos óbitos infantis, 56,8%, ocorrem no primeiro mês de vida (tabela 3.9). Tabela 3.9 - Óbitos de menores de 1 ano por residência da mãe segundo a faixa etária e sexo – Cariacica – 2007 Faixa Etária Masculino Feminino Total % 0 a 6 dias 13 13 26 35,14 7 a 27 dias 12 4 16 21,62 28 a 364 dias 16 15 31 41,89 Menor 1 ano (ign) 0 1 1 1,35 Total 41 33 74 100,00 Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SIM No que se refere à medida dos níveis da mortalidade infantil, os cálculos feitos diretamente a partir dos registros de nascimentos e de óbitos em geral subestimam o indicador devido aos problemas de cobertura dos sistemas. As taxas de mortalidade infantil de Cariacica apresentadas na figura 3.18, foram estimadas pelo DATASUS e mostram que Cariacica apresenta taxas inferiores às do Estado em todo o período representado. Ambas as séries, do Espírito Santo e de Cariacica, apresentam tendência de diminuição progressiva, no entanto o declínio ocorrido em Cariacica entre 1989 e 1998, de 28,75% foi maior que o verificado no Estado, de 22,33%. Figura 3.18 - Taxa de Mortalidade Infantil – Cariacica e Espírito Santo – 1989 a 1998 Taxa de Mortalidade Infantil - Cariacica e Espírito Santo - 1989-1998 40,0 36,0 34,6 32,8 30,4 30,0 28,0 30,0 24,6 TMI 23,3 20,0 10,0 0,0 1989 1990 1994 1998 Ano Cariacica Espírito Santo Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do DATASUS Estimativas da Mortalidade Infantil por Microrregiões e Municípios 81 Como já citado, a esperança de vida ao nascimento do Estado, é em 2010 de 74,53 anos para ambos os sexos, 70,99 para os homens e 78,24 para as mulheres, segundo as e estimativas do IBGE/DPE. Este valor é tomado como referência para Cariacica, uma vez que são poucas as estimativas do indicador para os municípios. Podem ser citados os valores publicados no Atlas de Desenvolvimento Humano, disponíveis para 1991 e 2000. Segundo esta fonte, a esperança de vida de Cariacica, menor que a média estadual, passou de 62 anos em 1991 para 67,2 anos em 2000. De acordo com esta fonte, para fim comparativo, a esperança de vida ao nascimento do Espírito Santo evolui de 64,2 para 68,2 anos no mesmo período. Outro eixo relevante no estudo da mortalidade é relativo às modificações ocorridas em seus padrões. O perfil epidemiológico de uma população apresenta modificações que ocorrem paralelamente à queda dos níveis de mortalidade e às mudanças da estrutura etária que acompanham o processo da transição demográfica. As transformações dos padrões de mortalidade caracterizam o processo denominado transição epidemiológica, que é a mudança de um perfil caracterizado por alta mortalidade causada por doenças infecciosas e parasitárias para um perfil de baixa mortalidade com predominância das doenças crônico-degenerativas e causas externas. Caracterizam também o processo a mudança da incidência da mortalidade dos grupos mais jovens aos mais idosos e o aumento da morbidade (Schramm et al, 2004). A mudança progressiva do ranking das causas de mortalidade é correlacionada ao processo de desenvolvimento da sociedade e às mudanças que ocorrem na estrutura etária da população devido ao alongamento da duração da vida e o conseqüente envelhecimento da população. A mudança na composição da mortalidade fornece também indicadores das condições de vida de uma população. A mortalidade em todo o país passa pelas mudanças significativas que caracterizam o processo da transição epidemiológica: não só os níveis da mortalidade geral baixaram como ocorreram modificações significativas em sua composição segundo as causas de morte e segundo o perfil etário dos óbitos. (Secretaria de Vigilância em Saúde/MS). As mudanças dos padrões de mortalidade podem ser analisadas a partir da distribuição percentual de óbitos provocados por determinada causa ou grupo de causa no total de óbitos da população, na região e ano considerados. No município de Cariacica, a mortalidade proporcional segundo as causas de morte observadas em um curto período mostra que a evolução da representação das causas apresenta as tendências que caracterizam o processo de transição epidemiológica: as doenças 82 infecciosas e parasitárias foram reduzidas, ao passo que as mortes ligadas ao processo de envelhecimento do organismo apresentam uma representação significativa no total de óbitos (figura 3.19). Figura 3.19 – Proporção de óbitos de residentes segundo os 4 grupos de causas mais importantes – Cariacica – 1979 a 2007 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. O quadro das principais causas de mortalidade de Cariacica apresenta em destaque as doenças decorrentes do processo degenerativo do organismo, devido ao perfil etário da população formado por um número cada vez maior de idosos. O principal grupo de causas no período compreende as doenças do aparelho circulatório: em 1979 este grupo foi responsável por 26,9% dos óbitos que ocorreram em Cariacica, a seguir a curva apresenta oscilações e chega ao nível de 30,9% em 2007. Outra mudança relevante neste quadro é o crescimento progressivo das neoplasias (9,8% em 1979 a 14,6% em 2007). As doenças do aparelho respiratório completam o grupo composto por doenças crônico-degenerativas. A participação destas três causas no total de óbitos subiu de 48,8% em 1979 a 52,9% em 2007. Esta representação tende a aumentar, pois o processo de envelhecimento, apenas iniciado, deverá prosseguir em seu curso crescente nas próximas décadas. 83 Dentre as causas principais aparece em posição importante e representação crescente o grupo de causas externas, formado pelas chamadas “mortes violentas”: mortes provocadas por acidentes diversos, homicídios, suicídios, entre outros, que são responsáveis pelo aumento da mortalidade de jovens. A evolução da representação deste grupo é preocupante e traz sérias implicações para a sociedade e para as políticas públicas: o grupo aparece como o segundo na composição das causas e é o que apresenta o maior crescimento: a proporção desta categoria, igual a 12,2% dos óbitos em 1979 é, em 2007, responsável por 25% dos óbitos de residentes. As doenças infecciosas ou parasitárias, principal grupo de causas de óbitos no passado, figuram atualmente como o sétimo grupo de causas em importância na mortalidade de Cariacica. A redução mais importante destas doenças ocorreu antes do período considerado nesta análise, no entanto podese ainda verificar a continuação da tendência declinante da representação deste grupo, que caiu de 8,75 % em 1979 a 2,82% do total de óbitos em 2007 (Figura 3.20). Figura 3.20 – Proporção de óbitos de residentes segundo o grupo de causas: doenças infecciosas ou parasitárias – Cariacica – 1979 a 2007 Proporção de óbitos segundo o grupo de causas: doenças infecciosas ou parasitárias - Cariacica - 1979-2007 12 8 % 4 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 0 Ano Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. A redução de mortes por Doenças Infecciosas e Parasitárias ao longo da segunda metade do século XX ocorreu principalmente no 1º ano de vida, para o qual a mortalidade por estas doenças é mais 84 elevada. Em 1979 os três principais grupos de causas eram de acordo com a classificação do Capítulo CID-9, o Grupo XV - Algumas afecções originárias no período perinatal (23,15%), o Grupo III – Doenças das glândulas endócrinas, da nutrição e do metabolismo e transtornos imunitários (21,76%) e o Grupo I - Doenças Infecciosas e Parasitárias (20,83% dos óbitos infantis). Estas medidas devem ser analisadas com prudência uma vez que a proporção de Sintomas, sinais e afecções mal definidas apresenta percentuais elevados para o período considerado, que chegam ao valor de 23% em 1989, o que prejudica e mascara a análise da distribuição da incidência das causas de mortalidade. A figura 3.21 apresenta a evolução da representação das causas de mortalidade infantil, em Cariacica, para o período de 1996 a 2007, quando entra em vigor a classificação do Capítulo CID-10. A causa - Algumas afecções originárias no período perinatal - continua predominante representando em geral mais da metade dos óbitos (63,41% em 2006; 48,65% em 2007). Em ordem de representação, vem a seguir, o grupo “Malformações congênitas deformações e anomalias cromossômicas” (21,62% em 2007). As Doenças Infecciosas e Parasitárias contavam em média por 4,60% dos óbitos que ocorreram no último triênio considerado. Figura 3.21 – Proporção de óbitos infantis de residentes segundo alguns grupos de causas – Cariacica – 1996 a 2007 Proporção de óbitos infantis segundo alguns grupos de causas Cariacica - 1996-2007 70 60 50 40 % 30 20 10 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 0 Ano A lgumas do enças infeccio sas e parasitárias A lgumas afec o riginadas no perío do perinatal M alf co ng defo rmid e ano malias cro mo ssô micas Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 85 Para o estudo da mortalidade, seus níveis, causas e tendências é preciso distinguir sua incidência segundo os dois sexos, como já enfatizado. As diferenças de duração de vida para homens e mulheres resultam da forma diferencial de atuação dos riscos de morte segundo o sexo. A figura 3.22 apresenta a mortalidade por sexo segundo os principais grupos de causas de mortalidade para Cariacica em 2007. A sobremortalidade masculina ocorre na maioria dos grupos de causas representadas. No conjunto considerado, as mulheres apresentam maior risco que os homens para o grupo de doenças endócrinas nutricionais e metabólicas, tendência esta verificada em outros contextos, que confirmam a maior fragilidade feminina com relação a estas doenças. Figura 3.22 – Número de óbitos de residentes por sexo segundo os grupos de causas mais importantes (CID -10) – Cariacica – 2007 Número de óbitos de residentes segundo os grupos de causas mais importantes (CID-10) - Cariacica - 2007 17 19 A lgumas afec o riginadas no perío do perinatal 17 20 Do enças do sistema nervo so 10 Transto rno s mentais e co mpo rtamentais 34 22 A lgumas do enças infeccio sas e parasitárias 37 27 Do enças do aparelho digestivo Do enças endó crinas nutricio nais e metabó licas 66 44 62 74 80 Do enças do aparelho respirató rio 136 Neo plasias (tumo res) 170 76 Causas externas de mo rbidade e mo rtalidade 447 297 Do enças do aparelho circulató rio 0 Masculino 80 160 Feminino 240 320 351 400 480 N° de óbitos Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. O estudo e a compreensão dos níveis, tendências e causas da mortalidade devem considerar não somente a incidência diferencial das mortes segundo as idades, como também a composição da mortalidade nos diversos grupos etários. A figura 3.23 relativa a 2007 mostra como os óbitos relativos aos mais importantes grupos de causas de mortalidade em Cariacica incidem no total de eventos que ocorrem em cada um dos grupos de idades considerados. Um traço marcante da 86 mortalidade, observado em todo o país, emerge também nesta distribuição de causas por idade: a elevadíssima incidência das mortes chamadas “violentas” nos grupos de idades jovens-adultas. Já foi visto que as mortes por Causas Externas constituem a segunda causa de mortalidade em Cariacica. A composição da mortalidade segundo a idade mostra que nos grupos de 15 a 19 e de 20 a 24 anos, as Causas Externas correspondem a, respectivamente, 88,1% e 89,4% dos óbitos que ocorrem nestes grupos. À medida que a idade avança, o grupo de doenças decorrentes do processo degenerativo do organismo cresce em importância na composição da mortalidade, principalmente as doenças do aparelho circulatório. Figura 3.23 – Grupos de causas de mortalidade segundo a incidência proporcional por idades – Cariacica – óbitos por residência – 2007 Grupos de causas de mortalidade segundo a incidência proporcional por idades - óbitos por residência - Cariacica - 2007 100 80 60 (%) 40 20 D. Ap. Circulatório Causas Externas Neoplasias D. Ap. Respiratório 80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 1-4 <1 0 Grupo etário Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. A diferença de incidência das mortes violentas segundo o sexo é um outro traço marcante da mortalidade em idades jovens. Nos dados de Cariacica, considerados em um período quinquenal para evitar variações aleatórias, As curvas da figura 3.24 apresentam níveis mais baixos para as crianças, elevam-se nas idades jovens apresentando um “pico” entre 15 e 30 anos e depois decrescem à 87 medida que a idade aumenta. As Causas Externas são responsáveis por 94,2% das mortes masculinas do grupo de 15 a 19 anos, 89,8% das que ocorrem entre 20 a 24 anos e 86,4% para o grupo de 25 a 29 anos. A curva do sexo feminino apresenta a mesma tendência, porém com valores bem menores de, respectivamente: 50,9%, 43,5% e 45,2%. Os fatores causais à base do forte grau de diferenciação por sexo desta causa são os fatores comportamentais, que levam o homem a envolver-se, mais que as mulheres em situações perigosas e violentas e a exceder-se na velocidade no trânsito e no uso de bebidas alcoólicas, de drogas, de fumo. A razão de sexo do total de óbitos ocorridos em Cariacica, no período de 2003 a 2007, é de 164,1 mortes masculinas por 100 femininas, porém nas idades jovens, esta relação eleva-se a 592,7 para o grupo de 15 a 19 anos; 726,1 para o grupo de 20 a 24 anos; 604,8 para o de 25 a 29 e 363,2 para o grupo de 30 a 34 anos. Figura 3.24 – Proporção de óbitos de residentes por causas externas de morbidade e mortalidade no total de óbitos do grupo etário segundo o sexo e os grupos etários – Cariacica – 2003 a 2007 Proporção de óbitos de residentes por causas externas de morbidade e mortalidade - Cariacica - 2003-2007 100 80 60 % 40 20 80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 1-4 <1 0 Grupo etário Masculino Feminino Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. A evolução crescente do número de óbitos por causas externas é verificada tanto para os residentes da RMGV como para os demais municípios do Espírito Santo (figura 3.25). Nos últimos anos, o aumento da incidência de óbitos por causas externas foi menor para os residentes de Cariacica que 88 para os residentes do conjunto formado pelos demais municípios da RMGV, mas as diferenças se acentuam quando se considera os óbitos por ocorrência (Figura 3.26). Figura 3. 25 – Evolução do número de óbitos de residentes por causas externas de mortalidade – RMGV e demais municípios do Espírito Santo 1979 a 2007 Evolução do número de óbitos de residentes por causas externas de mortalidade – RMGV e demais municípios do Espírito Santo - 1979-2007 2500 Nº. de óbitos 2000 1500 1000 500 RMGV 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 0 Anos Demais Municípios do Espírito Santo Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. Capítulo CID-9: XVII.Causas externas (1979 a 1995) Capítulo CID-10: XX. Causas externas de morbidade e mortalidade (1996 a 2007) Figura 3.26 – Evolução do número de óbitos por ocorrência segundo causas externas de mortalidade - Cariacica e demais municípios da RMGV – 1979 a 2007 Evolução do número de óbitos por ocorrência segundo causas externas de mortalidade - Cariacica e RMGV - 1979-2007 2000 Nº. de óbitos 1500 1000 500 Demais Municípios da RMGV Cariacica 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 0 Anos Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 89 Os gráficos e dados apresentados corroboram as tendências apresentadas em todo o país: a evolução crescente dos níveis e da distribuição por sexo e idade da mortalidade por causas externas constituem uma problemática da maior gravidade que exige da sociedade em geral e do governo medidas e programas para evitar a perda precoce de tantas vidas. A sobremortalidade jovem masculina é tão elevada que interfere no nível da esperança de vida masculina, aumentando as diferenças entre os valores deste indicador segundo o sexo. As figuras a seguir apresentam as categorias que formam o grupo de Causas Externas, por ocorrência do óbito em 2007, na RMGV e alguns dos seus municípios. Verifica-se que na RMGV têm preponderância os óbitos classificados na categoria “agressões”, na qual se incluem os homicídios, que provocaram 59% das causas externas em 2007, e pelos “acidentes de transporte” com representação de 20% do total de óbitos do grupo. A terceira causa em importância, “outras causas externas de lesões acidentais”, mortes provocadas por quedas, contam por 16% dos óbitos (figura 3.27). A análise mais específica das unidades mais populosas da RMGV coloca em evidência diferenças espaciais na representação das categorias do grupo de Causas Externas (Figuras 3.28 a 3.31). Nos quatro municípios representados, a principal causa de óbitos por ocorrência é a categoria “agressões”, porém com níveis diferenciados: Cariacica apresenta o nível mais elevado: 75% e Vitória o menor, de 42%. Os “acidentes de transporte” apresentam como a segunda causa em importância em Vitória, Serra, e Cariacica, mas os níveis são bem mais elevados em Vitória (27%) e na Serra (19%). As “outras causas externas de lesões acidentais”, mortes provocadas por quedas, são mais freqüentes em Vitória, onde sua representação (26%) quase se iguala à dos acidentes de trânsito. Em Vila Velha, esta categoria é a segunda em importância embora seu percentual (13%) seja menor que os apresentados por Vitória e Serra. 90 Figura 3.27 – Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas RMGV – 2007 Outras causas externas de lesões acident 16% RMGV-2007 Lesões autoprovocadas voluntariamente 3% Outras causas 2% Acidentes de transporte 20% Agressões 59% Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. Figura 3.28 – Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Cariacica – 2007 Cariacica-2007 Outras causas externas de lesões acident 9% Lesões autoprovocadas voluntariamente 3% Outras causas 3% Acidentes de transporte 10% Agressões 75% Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 91 Figura 3.29 - Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município da Serra – 2007 Outras causas externas de lesões acident 15% Lesões autoprovocadas voluntariamente 2% Serra-2007 Outras causas 1% Acidentes de transporte 19% Agressões 63% Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. Figura 3.30- Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Vila Velha – 2007 Outras causas externas de lesões acident 13% Lesões autoprovocadas voluntariamente 4% Vila Velha-2007 Outras causas 2% Acidentes de transporte 11% Agressões 70% Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 92 Figura 3.31- Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Vitória – 2007 Outras causas externas de lesões acident 26% Lesões autoprovocadas voluntariamente 3% Outras causas 2% Vitória-2007 Agressões 42% Acidentes de transporte 27% Fonte: Elaborado com dados do MS/SVS/DASIS - Sistema de informações sobre mortalidade – SIM. Enfim, as figuras 3.32 a 3.36 possibilitam a comparação entre a incidência de óbitos de categorias do grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência na RMGV e os municípios considerados na análise anterior, para o ano de 2007. Os gráficos se enquadram em três modelos de comportamento: 1- Os óbitos registrados por local de ocorrência são mais elevados que os registrados por residência. Enquadram-se neste modelo a RMGV e os Municípios de Vitória e Serra. 2- Os óbitos registrados por local de residência são mais elevados que os registrados por ocorrência. É o caso de Cariacica. 3- Os óbitos registrados por local de ocorrência são mais elevados que os registrados por residência para a categoria “Agressões”. Para as demais categorias, os óbitos registrados por local de residência são mais elevados que os registrados por ocorrência. É o caso de Vila Velha. 493 Figura 3.32 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – RMGV 2007 RMGV-2007 1.500 1.329 1.284 Nº de óbitos 1.200 900 600 437 410 352 309 300 62 59 46 44 0 Agressões Acidentes de transporte Outras causas externas de lesões acidentais Ocorrência Lesões autoprovocadas voluntariamente Outras causas Residência Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. Figura 3.33- Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – Cariacica 2007 Cariacica-2007 400 338 Nº de óbitos 300 286 200 84 100 40 76 36 10 15 11 10 0 Agressões Acidentes de transporte Outras causas externas de lesões acidentais Ocorrência Lesões autoprovocadas voluntariamente Outras causas Residência Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 94 Figura 3.34- Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – Serra 2007 Serra-2007 400 387 366 Nº de óbitos 300 200 122 95 94 100 69 14 9 9 6 0 Agressões Acidentes de transporte Outras causas externas de lesões acidentais Ocorrência Lesões autoprovocadas voluntariamente Outras causas Residência Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. Figura 3.35 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – Vila Velha 2007 Vila Velha-2007 400 292 Nº de óbitos 300 275 200 108 100 46 52 67 15 16 8 15 0 Agressões Acidentes de transporte Outras causas externas de lesões acidentais Ocorrência Lesões autoprovocadas voluntariamente Outras causas Residência Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 95 Figura 3.36 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – Vitória - 2007 Vitória-2007 400 300 Nº de óbitos 242 200 186 161 100 152 66 56 17 13 14 8 0 Agressões Acidentes de transporte Outras causas externas de lesões acidentais Ocorrência Lesões autoprovocadas voluntariamente Outras causas Residência Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM. 4. Dinâmica demográfica: a componente migratória 4.1. Considerações gerais A migração esteve sempre presente na história das populações. A troca da comunidade de origem por outro local tem como motivação principal a aspiração por um melhor nível de vida. A insatisfação do indivíduo com suas condições de vida e com a falta de perspectivas para o futuro leva o indivíduo a deixar seu ambiente familiar e comunitário para buscar as mudanças que almeja em um local mais propício à realização de seus projetos. O estudo da migração enfrenta muitas dificuldades devido à complexidade desta componente do crescimento. Em primeiro lugar, trata-se de um fenômeno de difícil apreensão, devido à inexistência de dados adequados. Os registros de nascimentos e óbitos são obrigatórios, mas a migração é realizada sem qualquer tipo de declaração. No que diz respeito à composição dos fluxos, a migração é caracterizada pela seletividade: as pessoas que migram tendem a apresentar determinadas características como a idade, a instrução, a especialização. Trata-se também de um processo complexo em seus determinantes pessoais, políticos, sociais e econômicos. Não menos importantes são suas consequências que ocorrem em vários níveis: a migração produz efeitos que afetam os indivíduos, 96 suas redes familiares e comunitárias, e, em um nível mais amplo, provoca modificações nas regiões de origem e de destino dos fluxos, de ordem demográfica, que afetam o montante, a distribuição espacial, a composição e a dinâmica das populações, e de ordem econômica, política e social, pois interferem nas características das sociedades relacionadas ao movimento. A migração ocorre durante o processo de modernização da sociedade, atuando como o motor da urbanização. Mais da metade da população do planeta já mora em regiões urbanas, e a tendência é o aumento progressivo desta concentração. (Veron, 1991). O conhecimento da migração: suas características, suas causas, e consequências, é de grande relevância para o planejamento de políticas públicas e sociais. Devido à inexistência de um sistema de registros, como foi ressaltado, o conhecimento sobre a migração e sobre os migrantes fica restrito às informações coletadas por ocasião dos censos demográficos, que são realizados a cada dez anos. A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) fornece anualmente informação sobre os fluxos migratórios, porém somente a nível estadual. A distribuição espacial da população do Espírito Santo passou por importantes transformações no decorrer da segunda metade do século XX, devido à ação de vários fatores econômicos, demográficos, sociais e políticos. O intenso êxodo rural decorrente destas mudanças teve como conseqüência a transferência da população das zonas rurais para as urbanas. Em 1950 as atividades agrícolas dominavam a economia do Estado e cerca de 80% da população viviam na zona rural, trabalhando em pequenas ou médias propriedades, principalmente da cultura do café. Nas décadas seguintes, a redistribuição da população para as áreas urbanas, foi gradativamente invertendo esta situação: a população urbana atingiu o nível de cerca de 80% em 2000. Uma característica importante desta mudança foi a aglomeração da população na Capital e nos municípios adjacentes, devido à concentração dos investimentos econômicos e sociais na Grande Vitória e proximidades. A população residente na região da capital que representava 18,5% do total do Estado em 1960 aumentou progressivamente para 46,5% da população do estado em 2000. Nas décadas de sessenta e setenta a população oriunda do interior do Espírito Santo dirigiu-se não somente para a região da capital do Estado como também para as cidades de outros Estados e também para regiões rurais, como o fluxo de agricultores que emigraram para Rondônia. O Espírito Santo, até 97 1980, perdeu população para estados mais atrativos, caracterizando-se como um Estado expulsor de população. Nas últimas décadas do século XX, as oportunidades de emprego induzidas pela expansão urbanoindustrial do Estado provocam uma inversão nas tendências migratórias. O Espírito Santo passa a apresentar um saldo migratório positivo que aumenta na medida em que novos arranjos produtivos se concretizam. A Região Metropolitana da Grande Vitória concentra a maioria dessas novas oportunidades e apresenta-se como a região mais dinâmica e mais atrativa. Na última década, novas tendências de distribuição da população se anunciam no processo de crescimento do Estado. A RMGV continua sendo a que apresenta maior crescimento demográfico, porém observa-se uma redução do ritmo. Concomitantemente surgem outras áreas dinâmicas fora do eixo da Região metropolitana da Grande Vitória. 4.2. Análise das características da migração Neste trabalho são utilizados os dados dos recenseamentos fornecidos pelo IBGE. As informações sobre a migração coletadas no censo referem-se apenas à última mudança de residência efetuada entre municípios e não fornecem elementos para maior apreensão da dinâmica do processo migratório. Uma restrição importante a ser ressaltada é que os dados disponíveis no momento atual referem-se à migração informada no censo de 2000, relativa à última mudança de residência entre municípios ocorrida no quinquênio anterior à data em que o censo foi realizado. São apresentadas, a seguir algumas análises sobre a migração no Espírito Santo e no Município de Cariacica fornecidas pelos dados censitários. A questão do censo, relativa às pessoas não naturais do município em que residem, informa sobre o estoque de imigrantes. O número de residentes no Espírito Santo, nascidos em outros Estados vem crescendo progressivamente: as pessoas não-nativas representavam 14,14% da população, em 1970 e passaram a 19,10% em 2000. (tabela 4.1). Nos trabalhos precursores que tentavam explicar a migração, a distância já aparecia em destaque, já se afirmava que a maioria dos migrantes se desloca à curta distância. Este princípio é confirmado pela migração no Espírito Santo: as pessoas não-naturais do Espírito Santo são originárias, majoritariamente, dos estados vizinhos: Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. Os mineiros, que 98 formam o grupo mais numeroso, representavam em 2000, 9,26% da população do Espírito Santo, os baianos representam 3,96% e os fluminenses, 2,98%. Tabela 4.1 – Pessoas não naturais do Espírito Santo segundo o Estado de nascimento - 1970 a 2000 Ano Pessoas não naturais do ES Pessoas não naturais do ES (%) Minas Gerais (%) Bahia (%) Rio de Janeiro (%) 1970 225.699 14,14 9,46 2,21 1,41 1980 333.238 16,50 10,16 2,26 2,33 1991 465.772 17,91 9,79 2,86 2,76 2000 591.754 19,10 9,26 3,96 2,98 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censos Demográficos. Adaptado de Castiglioni et al (2008). O número de mineiros na população capixaba continua crescente, porém proporcionalmente, sua representação diminui (figura 4.1). Enquanto os naturais de Minas Gerais apresentaram um aumento de 20,17% entre 1991 e 2000, os baianos cresceram 75,91% e os fluminenses, 37,17%. A atratividade do Espírito Santo sobre os demais estados, agrupados, na categoria “outros”, cresceu neste período considerado, quando este grupo teve um aumento de 38,16% em sua representação. A categoria engloba São Paulo, seguido pelos Estados do Ceará, Pernambuco, Paraná, Pará e Alagoas. No que diz respeito à imigração internacional, observa-se um incremento nos últimos tempos, embora ainda tímido: vivem no Espírito Santo, segundo os dados do censo de 2000, 3.752 estrangeiros. 99 Figura 4.1 – Proporção de residentes segundo o Estado de nascimento no total de pessoas nãonaturais do Espírito Santo - 1970-2000 Proporção de residentes segundo o Estado de nascimento no total de pessoas não-naturais do Espírito Santo 70 66 61 55 60 48 50 40 (%) 30 21 15 20 14 16 12 14 15 16 11 14 15 7 10 0 Minas Gerais Bahia 1970 Rio de Janeiro 1980 1991 Outros 2000 Fonte: Elaboração equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censos Demográficos. Adaptado de Castiglioni et al (2008). O número acumulado de saídas e entradas do Espírito Santo com relação aos estados e os saldos entre esses estoques são mostrados na tabela 4.2. Os Estados que têm maior contingente de capixabas em suas populações são: Rio de Janeiro, onde moravam 229.355 pessoas naturais do Espírito santo, Minas Gerais, com 91.921 e Rondônia, com 83.480 capixabas residentes. Quanto aos migrantes residentes no Espírito Santo, predominam os mineiros: 286.978 seguidos de baianos: 122.978 e fluminenses: 92.320. Os saldos dos estoques de migrantes são altamente favoráveis ao Espírito Santo nas trocas com Minas Gerais e Bahia. O maior saldo positivo, de 195.057, é relativo às trocas efetuadas com Minas Gerais. Quanto às trocas com a Bahia, o saldo é de 91.973, um número que apresenta tendência a aumentar nos próximos anos. Os saldos negativos mais importantes são referem-se às trocas relativas aos seguintes Estados Rio de Janeiro (-37.035), Rondônia (- 80.535), São Paulo (-32.085), Pará (-15.576) e Mato Grosso (-12.686). 100 Tabela 4.2 – População nascida no Espírito Santo segundo o Estado de residência e população residente no Espírito Santo segundo o Estado de nascimento - 2000 Unidade da Federação Naturais do Espírito Santo segundo o Estado de residência (A) Residentes no Espírito Santo segundo o Estado de Nascimento (B) (A) – (B) Rondônia 83.480 2.945 -80.535 Acre 1.425 488 -937 Amazonas 1.608 874 -734 Roraima 556 130 -426 Pará 19.734 4.158 -15.576 Amapá 161 293 132 Tocantins 1.231 99 -1.132 Maranhão 2.273 2.646 373 Piauí 268 1.864 1.596 Ceará 954 8.893 7.939 Rio Grande do Norte 617 2.197 1.580 Paraíba 485 3.701 3.216 Pernambuco 1.171 7.523 6.352 Alagoas 320 4.017 3.697 Sergipe 452 2.447 1.995 Bahia 30.677 122.650 91.973 Minas Gerais 91.921 286.978 195.057 Espírito Santo 2.505.744 2.505.744 - Rio de Janeiro 229.355 92.320 -137.035 São Paulo 56.489 24.404 -32.085 Paraná 17.661 7.384 -10.277 Santa Catarina 1.625 1.251 -374 Rio Grande do Sul 1.402 3.438 2.036 Mato Grosso do Sul 1.921 869 -1.052 Mato Grosso 13.886 1.200 -12.686 Goiás 4.193 1.792 -2.401 Distrito Federal 6.675 3.290 -3.385 Brasil sem especificação - 150 150 Brasil 3.076.285 3.093.745 17.461 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). 101 O censo 2000 informa, para as pessoas de 5 anos ou mais de idade, o local de residência destas pessoas em 31.07.1995, possibilitando uma mensuração da migração do quinquênio do final do século. A tabela 4.3 mostra os fluxos ocorridos entre o Espírito Santo e os demais Estados a partir da questão que investiga o lugar de residência cinco anos antes do censo de 2000. O Espírito Santo apresenta nesse quinquênio um saldo positivo, de 36.442 pessoas. Os maiores volumes de trocas ocorrem com os Estados mais próximos: as entradas são provenientes, em ordem de importância, de Minas Gerais, da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. As saídas do Espírito Santo têm como destino os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. O balanço entre ganhos e perdas populacionais é favorável ao Espírito Santo: o maior saldo decorre das trocas com a Bahia, seguida pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais e, em menor escala, São Paulo. Fora desta área é significativo o saldo negativo das trocas efetuadas com Rondônia; dando continuidade aos fluxos que se originaram na zona rural do Espírito Santo logo após a crise agrícola. No período de 1995 a 2000, 2.116 pessoas provenientes de Rondônia migraram para o Espírito Santo, enquanto que 7.754 fizeram o percurso inverso, o que resulta, para o Espírito Santo, na perda de -5.638. Tabela 4.3 – Trocas migratórias de pessoas de 5 anos ou mais de idade entre o Espírito Santo e os outros Estados da Federação em 2000, considerando a residência em 31.07.1995 Brasil e Unidade da Federação Destino: Espírito Santo Origem: Espírito Santo Saldo Brasil 2.813.125 2.776.683 36.442 Rondônia 2.116 7.754 -5.638 Acre 220 117 103 Amazonas 350 265 85 Roraima 184 99 85 Pará 2.411 1.855 556 Amapá 65 84 -19 Tocantins 117 316 -199 Maranhão 912 605 307 Piauí 257 320 -63 Ceará 958 988 -30 Rio G. do N. 469 360 109 102 Paraíba 539 407 132 Pernambuco 1.321 1.196 125 Alagoas 926 410 516 Sergipe 853 154 699 Bahia 31.743 14.447 17.296 Minas Gerais 38.516 29.529 8.987 Espírito Santo 2.681.517 2.681.517 0 Rio de Janeiro 28.927 18.250 10.677 São Paulo 11.850 10.826 1.024 Paraná 1.404 1.468 -64 Santa Catarina 583 727 -144 Rio Grande do Sul 812 831 -19 Mato Grosso do Sul 410 173 237 Mato Grosso 638 981 -343 Goiás 680 1.226 -546 Distrito Federal 1.908 1778 130 Brasil sem especificação 925 - 925 País estrangeiro 1.514 - 1.514 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). As informações disponibilizadas pelo censo 2000 possibilitam a análise de algumas características do fluxo de migrantes que se fixaram no Espírito Santo no período de 1995 a 2000. É fato amplamente observado que a idade é uma das poucas características que apresenta tendência observada universalmente. A tendência a migrar é maior para os jovens, que estão procurando emprego ou uma ocupação mais rentável. Os jovens são em geral mais livres de responsabilidades, menos presos à “raízes” e podem mais facilmente expor-se aos riscos e dificuldades decorrentes da migração. Segundo o princípio de “racionalidade econômica” à base da tomada de decisão a migrar, os jovens enfrentam melhor os “custos” associados à mudança, pois têm pela frente muitos anos de vida para maximizar os benefícios que a migração pode propiciar. Por isso, a propensão a migrar diminui à medida que a idade aumenta, pois os custos da migração tornam-se cada vez maiores que as compensações. As curvas apresentadas na figura 4.2 confirmam esses princípios teóricos: a migração 103 apresenta um pico entre 15 e 30 anos para ambos os sexos, e diminui gradativamente à medida que a idade aumenta. Segundo os princípios teóricos, as mulheres predominam na migração rural-urbana, e os homens na direção rural. As curvas da figura 4.2 mostram que as mulheres migram mais e precocemente com relação aos homens. A predominância feminina é traduzida pelo valor da razão de Sexo: são 98 homens por 100 mulheres. Figura 4.2 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em 31.07.1995, por sexo, segundo os grupos de idade Espírito Santo - 2000 Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em 31.07.1995-2000 10 000 8 000 N° de pessoas 6 000 4 000 2 000 Faixa etária Homens 80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 - Mulheres Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). A instrução é também uma característica que pode ser seletiva no processo migratório. Diz-se que a seleção é “positiva” quando a migração atrai as pessoas mais instruídas que podem obter informações sobre melhores possibilidades de trabalho e postular a tais postos, e que são atraídas por trabalhos que exigem qualificação e que propiciam melhores salários. No entanto, esta característica não segue um modelo universal como a idade. O nível de instrução depende dos fatores que estimulam a migração. Se o determinante é positivo, como, a oferta de empregos especializados, que oferecem salários elevados, o fluxo migratório é composto por pessoas especializadas com melhor nível de instrução. 104 Numa situação de miséria, como o êxodo rural que ocorreu a partir dos meados do século XX, as pessoas são “expulsas” de suas regiões de origem pela falta de condições de sobrevivência, e a instrução perde seu caráter seletivo. Na migração mais recente, continuam a predominar pessoas com pouca instrução: os migrantes que têm de 4 a 7 anos de instrução representam 31,8% do total, quando se considera as pessoas com menos do que o primeiro grau ou sem instrução, estas compõem 63,7% do total. Pode-se observar que os dois tipos de “seleção” atuam na migração: o grupo que atende a estímulos positivos, com nível de instrução equivalente ao ensino Médio e Superior representa 21,3% do total (figura 4.3). Figura 4.3 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em 31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%) - 2000 Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em 31.07.1995-2000 5,5 Grupos de anos de estudos 15 anos ou mais 15,8 11 a 14 anos 14,9 8 a 10 anos 31,8 4 a 7 anos 17,8 1 a 3 anos Sem instrução e menos de 1 ano 14,1 0 5 10 15 20 25 30 35 (%) Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). O êxodo rural teve sua intensidade máxima nas décadas de 1960 e 1970. O ritmo da migração ruralurbana diminuiu nas últimas décadas ao passo que novas formas de mobilidade se intensificaram, propiciadas pela modernização dos meios de transporte e comunicação. Crescem em importância os movimentos que ocorrem no interior das grandes aglomerações urbanas e entre municípios próximos, os chamados movimentos pendulares e a circulação. Sabe-se que, no decorrer do processo 105 de modernização da sociedade as fontes do êxodo rural se esgotam, ao passo que se intensificam outros modelos de mobilidade para trabalho, estudo, compras e lazer. No Espírito Santo, essas formas de mobilidade crescem em importância, em particular, na RMGV e suas proximidades. Torna-se cada vez mais freqüente, também em municípios do interior, a mobilidade para o trabalho e para o estudo. Estes tipos de mobilidade se intensificam não somente entre unidades administrativas do próprio Estado, mas também entre unidades situadas em estados vizinhos. A figura 4.4 apresenta os deslocamentos da população residente no Espírito Santo em 2000. Pode-se observar que, com relação à idade, as pessoas que trabalham ou estudam em um município diferente do da residência, concentram-se nas idades de 30 a 60 anos. A mobilidade para trabalho ou estudo em outro Estado da Federação é praticada com maior freqüência pelas pessoas do grupo de 30 a 40 anos. Figura 4.4 – População residente, por deslocamento para trabalho ou estudo, segundo os grupos de idade - Espírito Santo - 2000 População residente, por deslocamento para trabalho ou estudo - Espírito Santo - 2000 12 9 (%) 6 3 80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 0 Faixa etária Trabalhavam o u estudavam em o utro M unicípio do Estado Trabalhavam o u estudavam em o utro Estado da Federação Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). A tabela 4.4 contém os indicadores estimados pelo IBGE, projeto UNFA/Brasil, para períodos quinquênais, de 1991 até 2030 para subsidiar as projeções de população. Nestas estimativas feitas 106 com base em tendências das décadas anteriores, o saldo migratório e a taxa líquida de migração apresentam saldos positivos e tendência decrescente. A migração, no entanto, é um fenômeno complexo, decorrente das interações de múltiplos fatores, e, portanto de difícil previsão. Tabela 4.4 – Indicadores demográficos implícitos na projeção da população 1991-2030 Anos de Referência Indicadores Demográficos 1991 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 Saldo migratório anual 11.063 6.979 6.979 6.749 6.518 6.288 6.058 5.826 5.596 Taxa líquida de migração (por mil habitantes) 4,22 2,45 2,25 2,02 1,83 1,67 1,54 1,42 1,32 Fonte: IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) – População e Desenvolvimento – Sistematização das medidas e indicadores sociodemográficos oriundos da Projeção (preliminar) da população por sexo e idade, por método demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o período 1991/2030. 4.3. Análise das características da migração em Cariacica A evolução do “estoque” de imigrantes nascidos em outros estados que residem em Cariacica, apresenta uma tendência de crescimento, similar à descrita para o contexto mais amplo, representado pelo total do Espírito Santo. A representação das pessoas não-naturais do Espírito Santo que residem em Cariacica é maior que a apresentada pelo Estado, em 2000 20,06% da população residente em Cariacica eram compostos por pessoas nascidas em outros estados (tabela 4.9). Tabela 4.5 – Proporção de pessoas não naturais do Espírito Santo na população residente no Estado e em Cariacica - 1970 a 2000 Pessoas não Naturais do ES (%) Ano Residentes no Espírito Santo Residentes em Cariacica 1991 17,91 19,96 2000 19,10 20,06 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censos Demográficos. Cariacica recebe migrantes originários principalmente dos estados vizinhos. Os mineiros predominam: em 2000, contavam por 56,98% do segmento dos não naturais do Espírito Santo (tabela 4.6). As pessoas naturais da Bahia compõem o segundo segmento em importância (17,03%), seguidos por naturais do Rio de Janeiro e do Ceará. A informação de cerca de uma década mostra 107 uma tendência de diminuição da representação dos mineiros e aumento significativo da proporção de baianos. Tabela 4.6 – Pessoas residentes em Cariacica, não naturais do Espírito Santo segundo o lugar de Nascimento – 1970 a 2000 (% da população de Vitória) Estado de nascimento Ano Pessoas não naturais do ES Pessoas não Naturais do ES (%) Minas Gerais Bahia (%) (%) Rio de Janeiro (%) Ceará (%) Outros (%) 1991 54.797 19,96 65,54 11,58 10,09 2,34 10,45 2000 65.038 20,06 56,98 17,03 10,36 3,45 12,18 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censos Demográficos. A compreensão da dinâmica migratória de Cariacica requer que se considere a RMGV na qual este município se insere e interage estreitamente. A posição de Vitória sempre foi a de capital e principal centro administrativo, político, econômico e cultural do estado. A atração deste pequeno município sobre a população do interior e sobre as regiões próximas, situadas em estados vizinhos, intensificouse nas décadas da segunda metade do século XX. A pressão populacional sobre a capital, provocou a incorporação progressiva dos municípios adjacentes em sua área de atratividade. Primeiramente, a população, em especial os imigrantes, se dirigia para Vila Velha e Cariacica, centros mais tradicionais, que apresentavam maior disponibilidade de espaço e moradia a menor custo. Estes dois municípios já apresentavam, entre 1940 e 1950, taxas de crescimento superiores à da capital. A seguir, a continuidade do êxodo rural durante a década de sessenta induz a expansão do crescimento nos territórios da Serra e de Viana. Estas modificações prosseguem na década seguinte, quando as taxas dos três principais centros se enfraquecem em favor da Serra, que com a industrialização, apresenta o maior crescimento. O ritmo de crescimento da RMGV diminui a seguir, mas a região continua crescendo. As entradas de pessoas vindas de municípios de outros estados na década final do século XX estão representadas na figura 4.5. Trata-se da migração quinquênal mensurada a partir da questão do censo de 2000 sobre o local de residência em 31/07/1995. 108 Figura 4.5 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, por lugar de residência em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros municípios do Espírito Santo Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na UF em 31.07.1995, por lugar de residência em 31.07.1995, segundo a RMGV e outros municípios do ES Cariacica 8% Fundão 0% Guarapari 7% Outros 38% Serra 17% Viana 1% Vitória 11% Vila Velha 18% Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). Para os municípios que compõem a RMGV dirigiram-se 62% das pessoas que moravam em outros estados em julho de 1995. Cariacica recebeu 8% dos imigrantes interestaduais. Vila Velha (18%) e Serra (17%) foram os municípios que mais receberam migrantes, seguidos por Vitória (11%). Os municípios do Estado situados fora desta região e agrupados na categoria “Outros” receberam juntos 38% dos imigrantes. Nas figuras 4.6 a 4.9 estão apresentados os fluxos considerados nesta análise segundo os quatro estados de maior contribuição com relação à variável focalizada. Os migrantes dos referidos estados dirigiram-se, preferencialmente, para a RMGV, em especial os que procedem da Bahia (69,6%) e de São Paulo (64%). Em Cariacica, as migrações mais numerosas envolveram mineiros e baianos. 109 Figura 4.6 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, residentes em Minas Gerais em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros municípios do Espírito Santo Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). 110 Figura 4.7 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, residentes na Bahia em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros municípios do Espírito Santo Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). 111 Figura 4.8 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, residentes no Rio de Janeiro em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros municípios do Espírito Santo Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). 112 Figura 4.9 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em 31.07.1995, residentes em São Paulo em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros municípios do Espírito Santo Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). O quadro geral do movimento migratório dos municípios da RMGV ocorrida no período de 1995 a 2000 é apresentado na tabela 4.7. Na análise da tabela podem ser destacados os seguintes pontos: (i) no que diz respeito à migração interna, isto é, entre os municípios do Espírito Santo, os municípios que compõem a RMGV são os mais atrativos. Cariacica é o terceiro em número absoluto de entradas (19.230), situando-se depois de Serra, o mais atrativo, e de Vila Velha; quanto às saídas para outros municípios do Estado, Cariacica apresenta o segundo maior valor (18.132), superada apenas por Vitória, a unidade que mais perde população; o saldo migratório, a diferença entre entradas e saídas, é positivo para Cariacica (1.098), Serra e Vila Velha são os municípios que mais ganham nas trocas e Vitória o que mais perde população. (ii) Neutralizando o efeito da população, o saldo migratório ponderado, isto é, a taxa líquida de migração é positiva para Cariacica, mas o valor é baixo, para Vitória a taxa apresenta valor negativo. (iii) Quanto à migração oriunda dos outros estados, Cariacica coloca-se no 4º posto, com 10.050 entradas. (iiii) para a imigração internacional estão apresentadas somente as entradas, que são pouco significativas em Cariacica. 113 Tabela 4.7 – Indicadores de migração - RMGV - 2000 Migração Interna entre municípios do Espírito Santo Residência em 2000 Migração Saldo migratório oriunda de ponderado Atração Repulsão Saldos outros ( por mil) Migração oriunda de outro país estados migratórios (A) (R) Cariacica 19230 18132 1098 3,4 10050 52 Fundão 1634 920 715 55,0 498 0 Guarapari 5612 3668 1945 22,0 9179 84 Serra 26062 13315 12748 39,7 22527 75 Viana 6433 3491 2942 55,0 1453 23 Vila Velha 25590 15249 10341 29,9 23277 394 Vitória 13865 29664 -15798 -54,0 13823 554 A-R Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). A figura 4.10 mostra a situação de Cariacica no conjunto dos municípios que apresentam saldo migratório interno positivo. Como já enfatizado, as trocas migratórias são desfavoráveis para Vitória, que ocupa o último lugar no ranking do Estado. Figura 4.10 – Saldos migratórios dos municípios que apresentam os maiores valores positivos e negativos – Espírito Santo – Período 1995 a 2000 Saldos migratórios dos municípios que apresentam os maiores valores positivos e negativos – ES Vitória Linhares -15798 -2726 Colatina Pedro Canário Afonso Cláudio Nova Venécia -2308 -1903 -1704 -1606 Barra de São Francisco Pancas São Gabriel da Palha Montanha -1392 -1338 -1030 -986 Sooretama Cariacica Marataizes Venda Nova do Imigrante 1059 1098 1149 1194 São Mateus Guarapari Santa Maria de Jetibá Viana 1550 1945 2025 2942 Vila Velha Serra -20000 10341 12748 -15000 -10000 -5000 0 5000 10000 15000 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). 114 Nas décadas marcadas pela redistribuição de população entre áreas rurais e urbanas, a migração era na sua maior parte proveniente do interior do Estado. Atualmente a maior parte da migração da RMGV ocorre entre os municípios que formam o conjunto (tabela 4.8). A migração intra regional corresponde a 63% do total. Os residentes dos municípios que compõem a RMGV tendem a mudarse para Vila Velha, Serra e Cariacica. Dentre os migrantes de outros municípios que se destinaram à RMGV, a maioria é proveniente de municípios do norte do estado: Colatina, São Mateus, Cachoeiro de Itapemirim, Barra de São Francisco, Nova Venécia, Aracruz, Pedro Canário, Conceição da Barra, Baixo Guandu e Afonso Cláudio. Estes migrantes mostram preferência por Serra, Vila Velha e Cariacica. Tabela 4.8 – Migrantes segundo o local da residência em julho de 1995 Número de migrantes Muni cípio Total de migrantes internos Cariac ica Número de migrantes Oriundos dos municípios da RMGV Oriundos dos outros municípios Oriundos dos municípios da RMGV Oriundos dos outros municípios 18587 11114 7473 60 40 Fundã o 1554 691 863 44 56 Guara pari 5406 3144 2262 58 42 Serra 25345 16016 9329 63 37 Viana 6283 4952 1331 79 21 Vila Velha 24762 17151 7611 69 31 Vitóri a 13404 6994 6410 52 48 Total 95341 60062 35279 63 37 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). * Foram excluídas nesta tabela as pessoas provenientes do Estado que não especificaram o município de origem. As informações sobre os migrantes possibilitam a análise da seletividade dos fluxos provenientes do interior do estado com relação a algumas características: sexo, instrução e idade. Sabe-se que a população feminina predomina nos fluxos direcionados para as regiões urbanas, devido às oportunidades de emprego que a urbanização oferece às mulheres com pouca instrução e especialização. A migração estudada corrobora esta tendência: o fluxo interno que se dirige para os municípios da RMGV apresenta predominância feminina, com 54,7% de mulheres. 115 A instrução aparece como um determinante importante da migração: os estudantes compõem 39,7% do total dos migrantes (figura 4.11). Quanto à seletividade, observa-se que os migrantes internos têm baixo nível de instrução: 40,2% têm ensino fundamental ou menos. Os migrantes com nível instrucional mais elevado (médio, superior e pós-graduação) são 20,1%. Quanto à idade, a distribuição dos migrantes confirma também as tendências clássicas: a propensão a migrar é mais elevada entre 15 a 19 anos, e os níveis diminuem com o aumento da idade. No grupo de jovens adultos, de 15 a 40 anos, concentram-se 60% dos migrantes (figura 4.12). Figura 4.11 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro Município do Espírito Santo em 31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%) Espírito Santo - 2000 Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro Município do ES em 31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%) Espírito Santo-2000 Estudante 220 Nenhum 13994 28 Mestrado ou doutorado 1694 Ensino superior 5171 Ensino médio 10350 Ensino fundamental 187 Antigo científico 556 Antigo ginásio 3048 Antigo primário 31 Alfabetização de adultos 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). 116 Figura 4.12 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro município do Espírito Santo em 31.07.1995, por idade - Espírito Santo - 2000 Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro município do Espírito Santo em 31.07.1995, por idade - ES 7000 6000 5000 4000 3000 Número 2000 1000 80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 0 Faixa etária Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). A tabela 4.9 corresponde à matriz de migração interna da RMGV: os números que compõem uma coluna representam as saídas de pessoas do município indicado no cabeçalho e os números que formam a linha, as entradas no município indicado na linha correspondente. A soma dos números de uma determinada coluna representa as saídas de população do município indicado e a soma dos números de uma determinada linha, as entradas do município. A matriz mostra que Cariacica tem participação significativa na dinâmica inter-regional. Os fluxos inter regionais mais importantes são: (i) os que têm origem em Vitória com destino a Serra (41,9% do total oriundo de Vitória) e Vila Velha (32,8%); (ii) os fluxos de Cariacica para Vila Velha (42,6% do total originário desta unidade) e (iii) os fluxos de Vila Velha para Cariacica (36,1% do total originado em Vila Velha). 117 Tabela 4.9 – Migração entre os municípios da RMGV – Período 1995-2000 Residência em julho de 1995 total Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória RMGV Cariacica - 48 333 1.882 1.684 4.146 3.020 11.114 Fundão 71 - 0 349 0 59 212 691 Guarapari 513 0 - 415 109 912 1.196 3.144 Serra 3.341 240 243 - 513 3.217 8.463 16.016 Viana 2.876 0 125 422 - 842 686 4.952 Vila Velha 6.210 90 752 3.004 456 - 6.639 17.151 Vitória 1.556 51 349 2.561 182 2.295 - 6.994 Total 14.567 430 1.802 8.633 2.943 11.471 20.215 60.062 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). A mobilidade para fins de trabalho e estudo da população dos municípios da RMGV é apresentada na figura 4.13 A intensidade dos movimentos pendulares é maior para os habitantes de Viana e Cariacica e menor para Vitória e Guarapari. Quanto à idade, predomina neste tipo de movimento a população em idade ativa, de 25 a 64 anos. Cerca de 25% dos moradores de Cariacica , na faixa de 25 a 64 anos, e 22% dos jovens de 15 a 24 anos, trabalham ou estudam em outro município. Figura 4.13 – Proporção das pessoas residentes que trabalhavam ou estudavam em outro município do Espírito Santo, segundo os municípios de residência e os grupos etários RMGV – 2000 Proporção das pessoas residentes que trabalhavam ou estudavam em outro município do ES - RMGV - 2000 32 24 16 ( %) 8 0 Cariacica Fundão 0-14 ano s Guarapari 15-24 ano s Serra 25-64 ano s Viana Vila Velha Vitória 65 o u mais 118 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008). 5. ALGUNS INDICADORES INDIRETOS DE CRESCIMENTO Os movimentos de algumas variáveis são importantes indicadores, antecedentes ou coincidentes, da velocidade do crescimento populacional. Duas dessas variáveis são o crescimento da frota automotiva, particularmente automóveis, e o consumo de energia elétrica, em suas diversas modalidades (residencial, comercial, industrial, outros). 5.1. Frota de veículos automotivos As séries de dados da frota de veículos foram obtidas através do encadeamento de duas fontes: Denatran e Detran (ver observações na tabela 5.1). A frota automotiva total inclui: automóvel; bonde; caminhão; caminhão trator; caminhonete; camioneta; chassi plataforma; ciclomotor; microônibus; motocicleta; motoneta; ônibus; quadriciclo; reboque; semireboque; side-car; outros; trator esteira; trator rodas; triciclo; utilitário. Fica evidente que a “frota total de veículos” inclui apenas os itens existentes em cada município. Isso indica que o principal componente da frota total para o município de Cariacica são os automóveis. Na verdade, para Cariacica, no período de dados detalhados disponíveis, automóveis e motocicletas perfizeram de 72,9% em 2001 a 75,0%% da frota total em 2009. Outros 10% da frota são caminhões e caminhonetes. No período de 1999 a 2009 o município de Cariacica teve um aumento na frota de veículos automotivos de 41.571 para 93.358, um crescimento de 124,6% em 10 anos. Nesse período a frota de veículos de Cariacica manteve uma taxa anual média de crescimento de 8,5% enquanto que a do Espírito Santo apresentou crescimento anual médio de 10,3%. A frota de veículos de Cariacica que em 1999 representava 9,5% da frota total de veículos do Espírito Santo passou a representar 8,0% em 2009. Ver tabela 5.1 e figuras 5.1A e 5.1B. Os dados de crescimento da frota total não indicam uma grande desaceleração nos últimos anos, período de 2007 a 2009, no ES, na RMGV e tampouco em Cariacica. O que vem ocorrendo na frota do município é um pequeno crescimento no número de automóveis e motos, em detrimento das outras categorias. Com relação à frota de automóveis, esta cresceu 88,5% de 2001 a 2009, passando de 27.417 para 51.682 veículos; tabelas 5.2. A taxa de crescimento anual média da frota de automóveis do município 119 de Cariacica foi de 8,3%, e segue um padrão similar ao da frota total. Ver tabela 5.2 e figuras 5.2A e 5.2B. Ponderando-se o que foi descrito sobre esse indicador de crescimento, os dados não nos permitem inferir inequivocamente sobre a existência de uma forte aceleração do crescimento populacional. Tabela 5.1: Frota total de veículos, participação (%) da frota de Cariacica no ES e crescimento anual Crescimento anual (%) – frota total Ano ES RMGV Cariacica Cariacica/ES (%) ES RMGV Cariacica 1999 439.336 255.550 41.571 9,5 --- --- ---- 2000 505.704 267.197 43.240 8,6 15,11 4,56 4,01 2001 548.985 276.667 44.909 8,2 8,56 3,54 3,86 2002 594.042 299.872 48.353 8,1 8,21 8,39 7,67 2003 639.288 320.624 51.718 8,1 7,62 6,92 6,96 2004 692.588 345.285 55.783 8,1 8,34 7,69 7,86 2005 753.475 374.153 60.801 8,1 8,79 8,36 9,00 2006 829.534 409.919 66.823 8,1 10,09 9,56 9,90 2007 933.849 459.274 75.069 8,0 12,58 12,04 12,34 2008 1.052.155 513.881 84.685 8,0 12,67 11,89 12,81 2009 1.163.331 565.863 93.358 8,0 10,57 10,12 10,24 8,2 10,25 8,31 8,47 Média Fontes:1 - Em 1986, a frota passou a ser processada pela PRODEST. 2 - No Período de 1997 / 1998, foi efetuada a depuração no cadastro da frota de veículos registrados. 3 - Fontes: Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Sistema Nacional de 2001 a 2009 Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Total ES de 1999 a 2000 Departamentos Estaduais de Trânsito – DETRAN, de 1999 a 2000 (estimativas). 4 - Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional Tabela 5.2: Frota de automóveis, participação (%) da frota de Cariacica no ES e crescimento anual Crescimento anual (%) – automóveis Ano ES RMGV Cariacica Cariacica/ES (%) ES RMGV Cariacica 1999 270.916 --- --- 8,5 --- --- --- 2000 300.192 --- --- 8,5 10,81 --- --- 120 2001 322.093 191.966 27.417 8,5 7,30 --- --- 2002 344.399 205.709 29.367 8,5 6,93 7,16 7,11 2003 365.594 217.312 31.231 8,6 6,15 5,64 6,35 2004 392.081 232.170 33.439 8,6 7,24 6,84 7,07 2005 422.207 249.146 36.109 8,5 7,68 7,31 7,98 2006 458.609 269.743 39.301 8,4 8,62 8,27 8,84 2007 505.635 296.181 43.054 8,4 10,25 9,80 9,55 2008 554.701 322.436 46.801 8,5 9,70 8,86 8,70 2009 612.038 353.276 51.682 8,5 10,34 9,56 10,43 8,5 8,37 7,93 8,25 Média Fontes: 1 - Em 1986, a frota passou a ser processada pela PRODEST. 2 - No Período de 1997 / 1998, foi efetuada a depuração no cadastro da frota de veículos registrados. 3 - Fontes: Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Sistema Nacional de 2001 a 2009 Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Total ES de 1999 a 2000 Departamentos Estaduais de Trânsito – DETRAN, de 1999 a 2000 (estimativas). 4 - Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional Figura 5.1A – Evolução da Frota total de veículos – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009 121 Figura 5.1B – Taxa de crescimento anual da Frota total de veículos (%) – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009 Taxa de crescimento anual - Frota total de veículos (%) Cariacica, RMGV, ES 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Cariacica 2006 Total ES 2007 2008 2009 2010 RMGV Figura 5.2A – Evolução da frota de automóveis – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009 Frota automóveis: Cariacica, RMGV, ES - 1999-2009 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 Cariacica Total ES 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 0 RMGV 122 Figura 5.2B – Taxa de crescimento anual da frota de automóveis (%) – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009 Taxa de crescimento anual - Frota de automóveis (%) Cariacica, RMGV, ES 12,0 11,0 10,0 9,0 8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 2000 2001 2002 2003 2004 Cariacica 2005 2006 Total ES 2007 2008 2009 2010 RMGV 5.2. Consumo de Energia Elétrica O consumo de energia elétrica nos diversos setores da economia também se constitui em um indicador do crescimento, econômico e populacional, de uma localidade. A Tabela 5.3 apresenta os dados disponibilizados pela empresa distribuidora de energia elétrica (Escelsa) para o município de Cariacica. Com esta pequena quantidade de dados (dez anos), consegue-se visualizar muito pouco, além da impossibilidade de usar modelos estatísticos com dados anuais; ver também os gráficos 5.3 (dados em GWh) e 5.4 (dados em MWh). Os modelos gerados com dados mensais não são apropriados para previsões de médio e longo prazo, digamos com horizontes de previsão maior que dois anos. Ressalte-se que, a utilização desses dados de consumo associado ao número de unidades consumidoras, proporcionou uma checagem para as projeções populacionais realizadas para o município da Serra/ES, conforme descrito em Brasil e Rocha (2007). Por outro lado, pode-se realizar uma análise exploratória. No período considerado, de 2000 a 2009, o maior crescimento do consumo foi para a categoria “comercial”, 72,6%, e em seguida o consumo “residencial”, 29,8%. O consumo “industrial” mostra uma queda abrupta de consumo de 2003 para 2004. A trajetória do consumo residencial de energia elétrica reduz-se nos anos 2001 e 2002 por causa do racionamento de energia ocorrido em 2001, com visível impacto no aprendizado da 123 população no sentido de maior racionalização do consumo nas residências. A tabela 5.4 e o gráfico 5.5 mostram as taxas de crescimento anual, onde se visualiza o mesmo comportamento, notando-se um pico na velocidade do crescimento de 2004 para 2005, e de 2006 para 2007, estabilizando-se em 2009. Note-se que, somente em 2005 atingiu-se o consumo residencial total do ano 2000, cerca de 125 GWh, a despeito do crescimento populacional e da inclusão de novos clientes ainda não atendidos. Tabela 5.3: Consumo de Energia Elétrica no Município de Cariacica (GWh) – (2000-2009) Setor / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Residencial 125,57 108,33 104,53 116,14 110,31 125,09 127,32 141,36 150,30 162,93 Industrial 306,49 268,50 278,30 293,52 39,98 40,21 42,30 42,35 41,59 38,90 Comercial 51,20 49,72 54,90 60,72 61,88 68,00 74,61 80,27 84,92 88,34 Rural 2,85 2,52 2,67 2,68 2,71 3,07 3,36 3,52 3,30 3,39 Outros 29,63 24,98 27,82 28,36 29,50 29,97 31,62 32,94 36,67 36,82 Total Cariacica 515,73 454,04 468,23 501,41 244,37 266,34 279,21 300,44 316,78 330,39 Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público. Ainda com relação ao consumo residencial de energia elétrica, é instrutivo analisar-se o número de unidades consumidoras, tabela 5.5. e gráfico 5.6, e também as taxas de crescimento anual do número de unidades, tabela 5.6. e gráfico 5.7. Observa-se que, exceto pelo leve decaimento nos anos 2003, 2004 e 2006, houve uma inclusão crescente de novas unidades consumidoras, mas uma aparente estabilização em 2009. Relativamente a 2000, houve um acréscimo de 26,4% no número de unidades residenciais consumidoras de energia elétrica. Esse crescimento foi de 27,3% no número de unidades comerciais. Além disso, ao confrontar-se a quantidade de domicílios do censo 2000 do IBGE, 88.092, com a quantidade de unidades consumidoras relativamente ao mesmo ano, dos dados da Escelsa, vê-se que muitas unidades domiciliares não estavam atendidas pela rede elétrica no ano 2000. Isso significa que em 2000, aproximadamente 86,5% dos domicílios estavam conectados à rede elétrica. Adotando-se o número médio de pessoas por domicílio detectado no último censo, e considerando-se o número de 96.566 unidades domiciliares de 2009, fornecido pela Escelsa, projeta-se uma 124 população de cerca de 367.000 habitantes para 2009. Esse número está bastante próximo da projeção do IBGE para 2009, 365.879 habitantes, apresentado na tabela 2.1. Devem ser feitas algumas ressalvas. O crescimento da quantidade de domicílios, pode ter sido suficiente para atender as unidades até então não atendidas, mas podem ainda existir unidades domiciliares não conectadas à rede elétrica. Por isso, a projeção populacional para 2009, deve estar entre 355.480 e 408.812, sendo uma boa estimativa o valor mencionado de 367.533 habitantes. Gráfico 5.3 – Consumo de Energia Elétrica no município de Cariacica (GWh) – (20002009) Consumo de energia elétrica no município de Cariacica (GWh) (2000-2009) 180,00 160,00 140,00 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 2000 2001 2002 2003 2004 Residencial 2005 2006 2007 Comercial 2008 2009 2010 Outros Nota: “Outros” inclui: rural, consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público. Apenas com os resultados do censo a ser realizado em 2010 verificar-se-á se os domicílios estão completamente atendidos pela rede elétrica o que confirmaria claramente uma desaceleração no crescimento do número de unidades consumidoras de energia elétrica, juntamente com uma redução na velocidade de crescimento do consumo. Os dados apresentados indicam que existe ainda uma pequena parcela de domicílios não atendidos, fato considerado no cálculo da estimativa populacional apresentada para o ano 2009. 125 Gráfico 5.4 – Consumo de Energia Elétrica no município de Cariacica (MWh) – (2000-2009) INDUSTRIAL OUTROS 350000 38000 300000 36000 250000 34000 200000 32000 150000 30000 100000 28000 50000 26000 0 24000 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 00 01 02 03 RESIDENCIAL 04 05 06 07 08 09 10 07 08 09 10 RURAL 170000 3600 160000 3400 150000 3200 140000 3000 130000 2800 120000 2600 110000 100000 2400 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 07 08 09 10 00 01 02 03 04 05 06 COMERCIAL 90000 80000 70000 60000 50000 40000 00 01 02 03 04 05 06 Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público. 126 Embora não diretamente associados ao crescimento populacional da Serra, é importante também verificar-se o desempenho dos outros consumos de energia elétrica no município. O consumo comercial de energia elétrica bem como o respectivo número de unidades consumidoras, apresentou um crescimento aproximadamente linear crescente de 2001 a 2009. Na verdade, de 2002 a 2009 o crescimento do consumo foi de 60,9%, demonstrando o vigor do comércio no município. No ano de 2009 o consumo de energia elétrica do setor comercial foi 127% maior do que o do setor industrial. Já o consumo industrial, vem apresentando um comportamento constante desde 2004, na média de 41 GWh. Note-se a ocorrência de um valor abrupto no ano de 2004. Segundo a EDP-Escelsa, “a razão da queda de consumo do industrial de Cariacica em 2004 se deve a migração do maior cliente deste segmento (Arcelor Mittal - Belgo) para o mercado livre”. Sobre a redução de clientes industriais, de acordo com a EDP-Escelsa, “a Escelsa como um todo apresentou esta redução. Grande parte está ligada ao saneamento do cadastro, o que pode resultar na reclassificação destes clientes para as classes que realmente pertencem”. Tabela 5.4: Taxas de crescimento anual – Consumo de Energia Elétrica em Cariacica (%) Setor / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Residencial -13,7 -3,5 11,1 -5,0 13,4 1,8 11,0 6,3 8,4 Industrial -12,4 3,7 5,5 -86,4 0,6 5,2 0,1 -1,8 -6,5 Comercial -2,9 10,4 10,6 1,9 9,9 9,7 7,6 5,8 4,0 Rural -11,6 5,9 0,3 1,2 13,1 9,5 4,9 -6,4 2,9 Outros -12,6 10,9 8,2 3,1 2,8 14,9 14,4 20,1 10,0 Total Cariacica -20,9 14,3 -2,0 0,2 0,4 0,8 0,8 7,2 2,7 Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público. 127 Gráfico 5.5 – Taxas de Crescimento Anual: Consumo de Energia Elétrica em Cariacica (%) Taxas de crescimento anual: consumo de energia elétrica (%) Cariacica - 2001-2009 20 15 10 5 0 -5 -10 -15 -20 -25 -30 2000 2001 2002 2003 2004 Residencial 2005 2006 2007 Comercial 2008 2009 2010 Outros Nota: “Outros” inclui: rural, consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público. Tabela 5.5: Número de unidades consumidoras de energia elétrica – Cariacica Setor / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Residencial 76232 80229 84053 83923 81400 85435 85337 88909 91810 96566 Industrial 906 928 910 861 832 824 806 807 802 786 Comercial 5455 6075 6015 6074 6116 6300 6257 6470 6739 6944 Rural 504 576 603 624 653 691 708 719 742 734 Outros 330 330 338 349 350 370 389 392 423 437 Total Cariacica 83427 88138 91919 91831 89351 93620 93497 97297 100516 105467 Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público. 128 Gráfico 5.6 – Unidades consumidoras de energia elétrica – Cariacica – (2000-2009) Unidades consumidoras de energia elétrica Cariacica - 2000-2009 120000 100000 80000 60000 40000 20000 0 2000 2001 2002 2003 2004 Residencial 2005 2006 2007 Comercial 2008 2009 2010 Industrial Tabela 5.6: Taxa de crescimento anual (%) – Número de unidades consumidoras de EECariacica Setor / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Residencial 5,2 4,8 -0,2 -3,0 5,0 -0,1 4,2 3,3 5,2 Industrial 2,4 -1,9 -5,4 -3,4 -1,0 -2,2 0,1 -0,6 -2,0 Comercial 11,4 -1,0 1,0 0,7 3,0 -0,7 3,4 4,2 3,0 Rural 14,3 4,7 3,5 4,6 5,8 2,5 1,6 3,2 -1,1 Outros 0,0 2,4 3,3 0,3 5,7 5,1 0,8 7,9 3,3 Total Cariacica 5,6 4,3 -0,1 -2,7 4,8 -0,1 4,1 3,3 4,9 Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público. 129 Gráfico 5.7 – Taxa de crescimento anual (%) – Número de unidades Consumidoras de EECariacica Taxa de crescimento anual (%) – número de unidades Consumidoras de energia elétrica - Cariacica -2001-2009 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 -2,0 -4,0 -6,0 -8,0 2000 2001 2002 2003 Residencial 2004 2005 2006 Comercial 2007 2008 2009 2010 Industrial 6. PROJEÇÕES DA POPULAÇÃO PARA O MUNICÍPIO DE CARIACICA: 2010-2030 6.1. Uma discussão qualitativa Nesta seção apresenta-se uma síntese, representando uma discussão qualitativa sobre o crescimento populacional de Cariacica, baseada nos seminários programados pela coordenação da Agenda Cariacica, e em entrevistas realizadas por nossa equipe com alguns atores atentos ao que está ocorrendo no município de Cariacica. O que aconteceu na dinâmica populacional de Cariacica 1980 a 2000? No final da década de 1960 vários loteamentos foram aprovados em torno das BR’s 262 e 101. Com a inauguração do Porto de Tubarão (1967), Cariacica começa a perder sua dinâmica de polo industrial, sendo atraídos grandes investimentos a serem implantados em Vitória e Serra. A partir dessa época, acelera-se em Cariacica um crescimento desordenado no setor urbano, com inúmeros 130 loteamentos clandestinos e invasões, o que facilitou grande oferta de imóveis destinados à população de baixa renda, surgindo assim sérios problemas sociais e ambientais para o município. Ocorreram “ocupações clandestinas”, “loteamentos sem infraestrutura”, e “invasões”. Esses loteamentos foram em grande parte induzidos por políticos em troca de benefícios eleitorais. Nos anos 80 se deu o grande crescimento populacional decorrente da expansão da CST (construção de fornos) e da construção da terceira ponte. Na década de 1990, Cariacica tinha a maior população da Grande Vitória, O que se espera do crescimento populacional de Cariacica nos próximos 10 anos? Nos últimos dez anos não houve muita migração externa por causa da própria estrutura espacial do município (configuração geográfica) e da topografia e também dos recentes desenvolvimentos (regulamentações, etc). Quanto às migrações externas esperadas, estas se direcionarão em grande medida para outros municípios da Grande Vitória (especialmente Serra e Vila Velha). O que se espera é a manutenção da tendência de declínio do crescimento populacional. Com relação à movimentação interna, existe uma razoável estabilidade nos movimentos internos; ou seja, as pessoas se mudam pouco devido a uma similaridade dos bairros e a infraestrutura muito parecida existente nas regiões. A violência em Cariacica está centrada em 2 ou 3 bairros. Não se espera que a violência afete o crescimento ou o decrescimento populacional nos próximos anos. Espera-se um crescimento de menos de 2% nos próximos cinco anos e também nos próximos 10 anos. O crescimento populacional de Cariacica já atingiu o seu auge? O crescimento populacional de Cariacica já atingiu o seu auge, e o crescimento populacional é conseqüência do que já existe. O que se observará ao longo dos anos são as pessoas melhorando a qualidade de vida: as habitações já vêm melhorando nos últimos anos (alvenaria, etc). 6.2. Cenários: premissas e projeções 131 O grande crescimento populacional do município da Cariacica ocorreu entre 1950 e 1970; em seguida observou-se uma ligeira queda neste crescimento, provocando alterações na pirâmide populacional. A partir de 1980 até 2000 o crescimento foi a taxas aceleradamente decrescentes. Acreditamos que a partir de 2000, caso sejam mantidas as mesmas condições observadas nos últimos anos, o crescimento deverá ficar abaixo das taxas estaduais de maneira que ocorrerá uma estabilidade na estrutura da pirâmide populacional do município, no sentido de manter suas tendências já esboçadas. A tabela 6.1 mostra, de acordo com dados do IBGE para os censos de 1980 a 2000, que houve um aumento de 137% na população de idosos, considerando a faixa etária de 60 anos ou mais de idade e de 240,3% de 1980 a 2010. Na faixa etária de 0 a 4 anos de idade, considerando o mesmo 19802000, o crescimento foi apenas de 15,6%, mas o censo 2010 evela decréscimo populacional na faixa de 0 a 4 anos. Isso evidencia o envelhecimento da população do município de Cariacica, na ausência de significativos fluxos migratórios externos. Tabela 6.1 - População de 0 a 4 anos de idade e de 60 anos ou mais (Cariacica) Ano 0 a 4 anos Crescimento sobre 1980 60+ anos Crescimento sobre 1980 1980 27.340 ------ 9.249 ------ 1991 31.859 ------ 15.170 ------ 1996 30.232 ------ 18.306 ------ 2000 31.606 15,6% 21.924 137,0% 2010 26.226 -4,07 31.479 240,3% Fonte: IBGE- Vários censos; Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional As análises estabelecidas nos capítulos anteriores e as percepções qualitativas resumidas na seção 6.1, onde os entrevistados prevêem um “crescimento natural”, constituem a base para o estabelecimento das hipóteses na construção dos cenários. Cabe observar que uma taxa de crescimento vegetativo (natural) é obtida pela diferença entre as taxas brutas de natalidade e mortalidade e expressa o crescimento da população devido a esses fatos vitais. Assim, as hipóteses razoáveis para construir os cenários alternativos devem considerar um “crescimento a taxas decrescentes”. Foram elaborados seis cenários, sendo os cenários 1, 2 e 4 considerados os mais realistas. O cenário 1 representa uma variante de crescimento alto, o cenário 2 uma variante de crescimento médio e os cenários 3 e 4, duas variantes de crescimento baixo. Os cenários 5 e 6 também são de 132 crescimento a taxas decrescentes: o cenário 5 é apenas ilustrativo de um crescimento constante e o cenário 6 representa o crescimento via curva matemática (logística). Para os seis cenários resumidos a seguir, apresentam-se as projeções populacionais e também as taxas médias geométricas de crescimento até o ano 2030; e, para os cenários 1, 2 e 4 também as estatísticas implícitas. As tabelas 6.4 e 6.5 mostram as projeções e as respectivas taxas de crescimento geométrico para os seis cenários. Observe-se que cinco dos seis cenários consideram a hipótese de crescimento, mas a taxas decrescentes; ver as figuras 6.1 e 6.2. A construção dos seis cenários: cenários 1, 2, 3 e 4 As projeções fornecem a evolução futura da população: o montante total e o padrão demográfico por sexo e idade. Para a elaboração das projeções considera-se a evolução passada e as tendências esperadas para o futuro. A evolução passada, descrita e analisada nos capítulos precedentes, forneceu a base para a escolha de hipóteses que traduzem comportamentos prováveis dos componentes do crescimento demográfico. As projeções foram calculadas pelo método dos componentes, que se baseia nas tendências da mortalidade, fecundidade e migrações. Os resultados do censo demográfico 2000 constituíram a base para a construção das perspectivas. Neste trabalho as hipóteses adotadas para a mortalidade e para a fecundidade foram as de continuação do declínio. Para a mortalidade foram utilizadas as tábuas de mortalidade elaboradas pelo CEPAL/CELADE (2004) para o Brasil. Os valores das funções de mortalidade do período 2020-2025 do cenário 3 e dos períodos 2015-2020 e 2020-2025 do cenário 4 foram obtidos por extrapolação linear dos valores dos períodos anteriores (tabela 6.2A). Os indicadores dos níveis IBGE/DPE/Coordenação de de fecundidade População e foram obtidos Indicadores nas Sociais. séries Projeto publicadas pelo UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02); (tabela 6.2B). Um dos maiores problemas que se coloca para a elaboração de projeções é o da escolha de hipóteses sobre a evolução e a composição dos fluxos migratórios. A natalidade e a mortalidade são condicionadas por fatores biológicos e socioeconômicos de tendência mais previsível e seu registro é obrigatório. O comportamento migratório é condicionado por fatores muito complexos que se interrelacionam: pessoais, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, que atuam a nível individual e coletivo. A dificuldade de escolha de uma tendência provável é acentuada pela falta de dados sobre 133 este componente: a mobilidade interna não é registrada como no caso dos nascimentos e dos óbitos e as informações disponíveis são coletadas por ocasião dos censos. Outra lacuna diz respeito aos fluxos migratórios internacionais que se intensificaram nas últimas décadas: pouco se sabe sobre sua intensidade e composição por sexo e idade. Os dados atualmente existentes por município são relativos à migração do período 1995 a 2000 que certamente não retratam a situação atual, que será conhecida em pouco tempo, por ocasião da divulgação dos resultados do recenseamento de 2010. Por estes motivos para a migração foi considerado que as entradas e as saídas se equivalem. A figura 6.1 mostra as projeções dos cenários 1, 2, e 4 para os anos 2010 – 2030; a figura 6.2 mostra a taxa média geométrica de crescimento anual. O cenário 3 foi suprimido das figuras pois os resultados são similares aos do cenário 4. Tabela 6.2A - Esperança de vida por sexo Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Período Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres 2000-2005 65,69 73,33 67,31 74,90 68,85 76,10 69,98 77,23 2005-2010 67,31 74,90 68,85 76,10 69,98 77,23 71,28 78,28 2010-2015 68,85 76,10 69,98 77,23 71,28 78,28 72,25 79,25 2015-2020 69,98 77,23 71,28 78,28 72,25 79,25 73,22 80,22 2020-2025 71,28 78,28 72,25 79,25 73,22 80,22 74,19 81,19 2025-2030 72,25 79,25 73,22 80,22 74,19 81,19 75,16 82,16 Fonte: CEPAL/CELADE (2004) Tabela 6.2B – Taxa de Fecundidade Total Período Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 2000-2005 2,43 2,14 1,96 1,85 2005-2010 2,14 1,96 1,85 1,79 2010-2015 1,96 1,85 1,79 1,75 2015-2020 1,85 1,79 1,75 1,73 2020-2025 1,79 1,75 1,73 1,72 2025-2030 1,75 1,73 1,72 1,71 Fonte: IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) – População e Desenvolvimento – Sistematização das medidas e indicadores sociodemográficos oriundos da Projeção (preliminar) da população por sexo e idade, por método demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o período 1991/2030. 134 A construção dos seis cenários: cenários 5 e 6 A metodologia utilizada para a obtenção dos cenários 1, 2, 3 e 4 adota o método das componentes demográficas, que se baseia nas tendências da mortalidade, fecundidade e migrações. É diferente daquela utilizada para os cenários 5 e 6. O cenário 5 é apenas ilustrativo, mas considera uma trajetória que merece ser verificada. Vejam-se a tabela 2.2 e a figura 2.3, que mostra o crescimento geométrico anual no período 2000-2009, utilizando-se a estimativa populacional do IBGE para 2009. Este cenário 5 considera simplesmente um crescimento médio geométrico anual constante, e igual a 1,36%, de 2010 a 2030. Neste cenário a população alcança em 2030 um valor 50% maior do que no censo 2000; tabela 6.3. Cenário 6. O método utilizado para a elaboração das projeções considera que a população seguirá o modelo matemático de uma curva logística; ver Siegel and Swanson (2008). Neste cenário procurase ajustar uma curva logística (via regressão) aos dados populacionais do município de 1920 a 2000. A curva melhor ajustada foi obtida através de critérios estatísticos, considerando-se uma boa estimativa do dado do censo 2000, e que a população tende assintoticamente a um valor de saturação de 600.000 (valor determinado empiricamente). Neste cenário a população alcança em 2030 um valor 61% maior do que no censo 2000. Também, a população, no ritmo de crescimento do cenário, atingiria 580.000 habitantes em 2055; tabela 6.3. Ver o capítulo 8 (Anexos), para uma conceituação da curva logística. A figura 6.4 exibe a taxa média geométrica de crescimento para o período 20102030 de todos os seis cenários. Se admitirmos que o processo migratório está estabilizado (além de não ocorrerem eventos de grande fluxo migratório no futuro) e que o aumento nas taxas de fecundidade está de acordo com as variações regionais decrescentes, é bastante razoável pensarmos na população de Cariacica não evoluindo de acordo com os cenários 5 e 6. Comentários sobre as projeções e taxas: tabelas 6.3 e 6.4 Observe-se que no cenário 4, variante de crescimento baixo, a taxa de decrescimento é maior: 1,14% ao ano em 2010, decaindo até 0,44% ao ano no quinquênio 2025-2030; no cenário 1 (variante de crescimento alto), o decaimento é mais lento, projetando uma população de 371.882 habitantes para o ano 2010 e atingindo 400.000 habitantes apenas em 2018. O cenário 5 projeta uma população para 2010 próxima àquela do cenário 1, no entanto deve superestimar as projeções até 2030. As projeções 135 do cenário 6, apesar de ajustarem um curva com dados desde 1920, aponta uma taxa de crescimento em 2010 com um valor elevado, que não considera plenamente o decaimento que vem sendo observado (contagem de 2007). Dessa forma, os cenários 5 e 6 são de pequena probabilidade. A figura 6.3 esboça as projeções do cenário 2 (variante de crescimento médio) e do cenário 6 (extrapolação da curva logística). As projeções completas e as estatísticas implícitas para os cenário 1, 2 e 4 encontram-se nas tabelas A6.1, A6.2 e A6.3 no anexo a este capítulo. Nas tabelas A6.4 a A6.13 encontram-se as estatísticas implícitas obtidas desses cenários. Tabela 6.3: Projeções da população de Cariacica (2010-2030) – Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Ano Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6 2010 371.882 366.636 363.899 362.681 370.842 405.540 2015 390.426 384.068 381.000 379.621 396.794 441.927 2020 405.906 398.861 395.396 394.051 424.561 473.627 2025 419.661 411.257 407.244 405.830 454.272 500.402 2030 431.100 421.112 416.410 414.765 486.063 522.434 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados dos Censos do IBGE. Tabela 6.4: Taxa média geométrica de crescimento (2010-2030) – Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Ano Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6 2010 1,40 1,25 1,18 1,14 1,36 2,32 2015 0,98 0,93 0,92 0,92 1,36 1,73 2020 0,78 0,76 0,74 0,75 1,36 1,40 2025 0,67 0,61 0,59 0,59 1,36 1,11 2030 0,54 0,47 0,45 0,44 1,36 0,87 Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados dos censos do IBGE. 136 Figura 6.1 – Projeções dos cenários 1, 2, e 4 (2010 – 2030) População estimada - Cariacica - 2010-2030 - Cenários 1, 2, e 4 440.000 420.000 400.000 380.000 360.000 340.000 320.000 2010 2015 2020 Cenário 1 Cenário 2 2025 2030 Cenário 4 Figura 6.2 – Taxa média geométrica de crescimento - projeções dos cenários 1, 2, e 4 Taxa média geométrica de crescimento anual Cariacica - 2010-2030 - Cenários 1, 2, e 4 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 2010 2015 2020 Cenário 1 Cenário2 2025 2030 Cenário 4 O valor da taxa média geométrica de crescimento anual de 2010 é relativa a 2000 137 Figura 6.3 – Projeções dos cenários 2 e 6 (2010 – 2030) População estimada - Cariacica - 2010-2030 - Cenários 2 e 6 (Até o ano 2000 a população é a dos censos - IBGE) 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 Cenário 6 2030 2025 2020 2015 2010 2005 2000 1995 1990 1985 1980 1975 1970 1965 1960 1955 1950 1945 1940 1935 1930 1925 1920 0 Cenário 2 Figura 6.4 – Taxa média geométrica de crescimento - projeções dos cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Taxa média geométrica de crescimento anual Cariacica - 2010-2030 - Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 2010 2015 Cenário 1 Cenário 2 2020 Cenário 3 Cenário 4 2025 Cenário 5 2030 Cenário 6 O valor da taxa média geométrica de crescimento anual de 2010 é relativa a 2000 138 Comentários sobre as projeções dos cenários escolhidos: cenários 1, 2 e 4 Crescimento Populacional. No censo do ano 2000 a população recenseada foi de 324.285 habitantes. O cenário 1 projeta 371.882 habitantes para 2010, um crescimento de 14,7% no período; já o cenário 4 prevê 362.681 habitantes, apenas 11,8% superior à população do ano 2000. Para 2030, a projeção do cenário 1 é de 431.100 habitantes, um crescimento de 32,9% relativamente a 2000 (último dado real disponível). Pirâmides Etárias / Distribuição por faixa etária e sexo. Nas figuras 6.5, 6.6 e 6.7 encontram-se, respectivamente, as pirâmides etárias projetadas para os cenários 1, 2 e 4, bem como as distribuições por faixa etária e sexo. No cenário 4 a redução das faixas etárias jovens (até 14 anos) é mais acentuada. Nos cenários 1 e 2 as reduções são ligeiramente mais lentas. Nos três cenários constatamse as tendências já observadas: (i) aumento da participação da população nas faixas acima de 45 anos na medida da passagem do tempo; ou seja, para 2030 em todos os três cenários a participação dessa faixa é maior que em 2010 e 2020; (ii) uma redução da participação das faixas mais jovens de 0-4 anos, 5-9 anos e 10-14 anos na população total, com decaimento mais rápido no cenário 1; (iii) um envelhecimento gradual da população em todos os três cenários. Figura 6.5 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030 (cenário 1) Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2020 -Cenário 1 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2010 - Cenário 1 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,2 0,4 0,6 0,9 1,3 Homens 0,3 0,6 0,9 1,1 1,6 2,0 Mulheres 2,2 2,6 3,0 3,3 3,6 2,8 3,3 3,5 3,8 4,2 4,6 4,4 4,2 4,3 5,0 4,6 10 8 6 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 4,4 4,7 4,4 4,1 4,1 4,8 4,4 4 2 0 2 4 6 8 10 Homens 0,3 0,5 0,9 1,5 2,0 2,5 2,8 3,1 0,4 0,8 1,2 Mulheres 1,8 2,4 2,9 3,1 3,4 3,9 4,2 4,0 3,7 3,7 4,4 4,0 3,7 3,5 3,7 4,1 3,9 3,8 3,9 4,5 4,2 3,8 3,6 10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 139 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2030 - Cenário 1 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,4 1,0 1,5 1,9 2,4 2,7 Homens 0,6 1,3 1,9 Mulheres 2,4 2,7 3,0 3,6 3,9 3,7 3,5 3,5 4,1 3,8 3,4 3,2 3,2 3,2 3,3 3,7 3,5 3,5 3,5 4,2 3,9 3,6 3,4 3,3 3,3 10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 Figura 6.6 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030 (cenário 2) Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2020 - Cenário 2 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2010 - Cenário 2 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,2 0,4 0,7 0,9 1,4 Homens 0,3 0,6 0,9 1,1 1,6 2,0 Mulheres 2,2 2,6 3,0 3,4 3,6 2,9 3,4 3,6 3,8 4,3 4,7 4,4 4,3 4,3 4,5 4,3 10 8 6 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 4,4 4,7 4,4 4,1 4,2 4,3 4,1 4 2 0 2 4 6 8 0,5 0,8 Mulheres 1,3 1,8 2,4 2,9 3,2 3,4 4,0 4,3 4,1 3,8 3,8 4,0 3,8 3,5 3,4 1,5 2,1 2,5 2,9 3,2 3,8 4,2 4,0 3,9 3,9 4,1 3,9 3,7 3,5 10 10 0,3 0,6 1,0 Homens 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2030 - Cenário 2 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,4 Homens 0,7 1,0 1,6 2,0 2,5 2,8 1,4 2,0 Mulheres 2,5 2,8 3,1 3,7 4,0 3,8 3,6 3,6 3,7 3,6 3,3 3,2 3,1 3,0 3,4 3,8 3,6 3,6 3,7 3,8 3,7 3,5 3,3 3,2 3,1 10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 140 Figura 6.7 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030 (cenário 4) Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2020 - Cenário 4 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2010 - Cenário 4 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,2 0,5 0,7 1,0 1,4 Homens 0,4 0,7 0,9 1,2 1,7 2,1 2,3 2,7 3,1 3,4 3,7 2,9 3,4 3,6 3,9 4,4 4,8 4,5 4,4 4,4 4,0 4,0 10 8 6 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos Mulheres 4,5 4,8 4,5 4,2 4,2 3,9 3,9 4 2 0 2 4 6 8 0,5 0,9 Mulheres 1,3 1,9 2,5 3,0 3,3 3,5 4,1 4,4 4,1 3,8 3,9 3,5 3,5 3,4 3,3 1,6 2,2 2,6 3,0 3,3 3,9 4,3 4,1 3,9 4,0 3,7 3,7 3,5 3,4 10 10 0,3 0,6 1,0 Homens 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2030 - Cenário 4 80 + 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 0,5 0,7 1,1 1,7 2,1 2,6 2,9 1,5 2,1 Mulheres 2,6 2,9 3,2 3,8 4,1 3,9 3,6 3,7 3,4 3,3 3,2 3,1 3,0 2,8 Homens 3,5 3,9 3,8 3,7 3,7 3,5 3,5 3,4 3,2 3,1 3,0 10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 Estatísticas implícitas nas projeções: cenários 1, 2, e 4 As figuras 6.8 a 6.11 mostram as principais estatísticas implícitas extraídas das projeções dos cenários. Apresentam-se apenas as análises considerando o grupo idoso composto por pessoas com 65 ou mais anos. Estatísticas implícitas: principais grupos etários. A figura 6.8A resume a evolução da distribuição etária na classificação dos três grandes grupos etários: 0-14 anos (jovens); 15-64 anos (grupo em idade produtiva); e 65+ anos (idosos), para os cenários 1, 2, e 4. Em todos os três cenários é visível o aumento percentual do grupo de idosos e o decréscimo do grupo de jovens. No cenário 4 essas tendências são mais acentuadas. No cenário 4, em 2030, a participação dos idosos na população é: 13,7% a 17,5%. No cenário médio, cenário 2, essa participação é de 12,9 e 18,2%, respectivamente para idosos e jovens. A figura 6.8B resume os resultados quando se considera como idosos o grupo e 60+ anos o que acentua ainda mais o envelhecimento; por exemplo, no cenário 4, em 2030, a participação dos idosos na população ultrapassa a de jovens: 19,4% a 17,5%. 141 Estatísticas implícitas: razão de dependência. A razão de dependência total para Cariacica que era de 51,6% em 2000 foi projetada para 44,8% em 2010, no cenário 2 (idosos com 65+), mas fica no patamar 44,1% em 2030. Esse fato pode ser explicado pelo aumento da população em idade produtiva que em 2000 (15-64 anos) representava 66,3% da população, e, projeta-se que esse percentual fique em 63,4% em 2030; ao mesmo tempo a população de dependentes jovens (0-14 anos) que era de 28,6% em 2000, decresce para 25,7% em 2010 e cai para 18,2% em 2030. Quanto à razão de dependência total, as projeções dos três cenários não são destoantes. Estatísticas implícitas: razão de sexo. A razão de sexo total indica predominância feminina em todos os cenários. Os cenários, 1, 2 e 4 projetam para 2030, aproximadamente 96 homens para cada 100 mulheres. No grupo etário de (0-14 anos) a predominância ainda será masculina de acordo com os três cenários. Mas essa relação se inverte nos dois outros grupos etários Estatísticas implícitas: índice de envelhecimento. No censo do ano 2000, Cariacica apresentava uma população de 14.684 idosos (65 anos e mais), equivalente a 6,87% da população; para 2030, a população projetada no cenário 1 é de 47.873 pessoas, ou 16,0% da população. No cenário 2 essa população de idosos foi projetada em 49.091 habitantes, ou 16,8% da população. O índice de envelhecimento foi de 15,3% no ano 2000 (pessoas de “65 ou mais anos” com relação aos jovens de “0-14 anos”). O cenário 1 projeta 18,7% para 2010 enquanto os cenários 2 e 4 projetam 20,3% e 22,4%, respectivamente. Para 2030 a projeção fica em 56,6% para o cenário 1, 61,6% para o cenário 2 e 68,1% para o cenário 4. Isso indica a predominância cada vez maior dos idosos relativamente aos jovens. Finalizando. É fato reconhecido que qualquer projeção de população por sexo e grupos de idade, realizada por métodos demográficos, deve ser revista na medida em que surjam novas informações. Essas informações confiáveis quase sempre são provenientes de: (i) censos demográficos; (ii) pesquisas domiciliares por amostragem (PNAD’s); ou (iii) estatísticas vitais. Assim, apenas com a disponibilidade desses dados, podem-se obter projeções revisadas com confiabilidade. Portanto, o censo demográfico deste ano de 2010 é que vai cristalizar a realidade demográfica da década de 2000 a 2009. Consoante à regra universal de que todos os procedimentos utilizados para se obter projeções populacionais estão baseados nas tendências observadas nos dados passados, e em algumas 142 suposições sobre a trajetória futura de alguns parâmetros importantes, dependentes dos modelos utilizados, esse estudo não foge à regra. Não se observando as premissas adotadas nos cenários as projeções não se confirmarão. Por outro lado, os últimos dados censitários no Brasil têm indicado uma tendência geral de redução nas taxas anuais de crescimento populacional (com exceções localizadas). A taxa de fecundidade total de Cariacica também apresenta tendência decrescente, nos dados reais disponíveis. Também fica evidenciado o envelhecimento da população. Os dados dos dois últimos censos demonstram uma tendência de queda no saldo migratório positivo do município. Isso significa dizer que os pressupostos subjacentes às projeções dos cenários 1, 2 e 4 parecem realistas, mas conduzem a estatísticas implícitas bem diferentes em uns poucos casos. O cenário 1, denominado “variante de crescimento alto” projeta uma população de 371.882 habitantes para o ano 2010 (aproximadamente 15% maior com relação à população de 324.285 do censo 2000) e 431.100 habitantes para o ano 2030 (apenas 32,9% superior, relativamente a 2000). Considerando-se as estimativas populacionais determinadas a partir dos dados de consumo de energia elétrica (seção 6.2), que projeta uma população de 367.533 habitantes para 2009, é possível que este cenário prevaleça. Comentário pós-divulgação do censo 2010 em 29/04/2011 Com os dados divulgados até o momento e atualizados no capítulo 2, evidencia-se que o cenário 4, variante de crescimento baixo, foi o de melhor ajuste, apresentando 3,9% de erro absoluto percentual médio. (Sigla em inglês: MAPE - Mean absolute precentual error). O Erro absoluto percentual médio do cenário 1 foi de 6,6%. As projeções dos cenários superestimaram os resultados. A taxa de crescimento geométrico prevista no cenário 4, foi de 1,14% ao ano em 2010. Na verdade a taxa calculada com os dados do censo foi de 0,73% (figura 2.3). Considerando-se uma cobertura completa do censo 2010 no município, além de uma acentuada diminuição na taxa de fecundidade, deve ter ocorrido uma razoável redução do número médio de pessoas por domicílio, que era de 3,64 em 2000 (tabela 2.6), passando para 3,1 a 3,3 habitantes por domicílio em 2010. Somente com os dados completos do censo, que devem ser divulgados em ainda 2011, poder-se-á refazer alguns cálculos e cenários desenvolvidos neste estudo. 143 Figura 6.8A – Evolução dos grupos etários - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4) 144 Figura 6.8B – Evolução dos grupos etários - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4) 145 146 Figura 6.9 – Razão de dependência - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4) Razão de dependência demográfica (%) Cariacica - 2005-2030 - Cenário 1 60,0 48,9 50,0 45,9 47,3 40,0 42,1 43,0 39,9 42,8 37,3 30,0 32,4 29,6 20,0 6,8 10,0 44,4 10,6 8,7 7,5 13,1 28,3 16,0 0,0 2005 2010 2015 2020 Total Jovens 2025 2030 Idosos (65+) Razão de dependência demográfica (%) Cariacica - 2005-2030 - Cenário 2 50,0 47,2 45,0 43,0 44,8 41,8 42,3 44,1 40,0 40,4 35,0 37,3 34,2 30,0 30,9 25,0 28,6 20,0 16,8 13,7 15,0 10,0 27,3 10,9 6,9 8,8 7,6 5,0 0,0 2005 2010 2015 Total 2020 Jovens 2025 2030 Idosos (65+) 147 Razão de dependência demográfica (%) Cariacica - 2005-2030 - Cenário 4 50,0 45,7 45,0 42,5 42,1 40,8 40,3 44,1 40,0 35,0 38,7 34,7 30,0 31,2 29,3 25,0 27,6 26,2 17,9 20,0 14,5 15,0 10,0 11,4 9,1 7,8 7,0 5,0 0,0 2005 2010 2015 Total 2020 Jovens 2025 2030 Idosos (65+) Figura 6.10 – Razão de Sexo - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4) Razão de Sexo (Índice de Masculinidade): total da população e por grupos etários - Cariacica 2005-2030 - Cenário 1 120,0 104,1 104,0 103,9 104,0 104,1 104,2 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 2005 2010 Total da população 2015 Produtivos (15-64) 2020 Jovens (0-14) 2025 2030 Idosos (65+) 148 Razão de Sexo (Índice de Masculinidade): total da população e por grupos etários - Cariacica 2005-2030 - Cenário 2 120,0 104,2 104,1 104,0 104,1 104,2 104,2 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 2005 2010 Total da população 2015 Produtivos (15-64) 2020 Jovens (0-14) 2025 2030 Idosos (65+) Razão de Sexo (Índice de Masculinidade): total da população e por grupos etários - Cariacica 2005-2030 - Cenário 4 120,0 104,3 104,3 104,2 104,2 104,3 104,4 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 2005 2010 Total da população 2015 Produtivos (15-64) 2020 Jovens (0-14) 2025 2030 Idosos (65+) 149 Figura 6.11 – Índice de envelhecimento - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4) Evolução do índice de idosos (65+) Cariacica - 2005-2030 - Cenário 1 70,0 65,4 60,0 56,6 50,9 50,0 48,2 44,4 40,0 30,0 20,0 27,1 23,3 19,6 21,9 18,7 15,7 18,9 16,2 13,5 38,1 37,5 32,6 27,8 10,0 0,0 2005 2010 2015 Homens 2020 Mulheres 2025 2030 Total Evolução do índice de idosos (65+) Cariacica - 2005-2030 - Cenário 2 80,0 71,0 70,0 54,9 60,0 50,0 47,9 40,6 40,0 35,4 30,1 30,0 19,9 23,7 17,0 10,0 14,2 20,3 52,6 41,3 30,3 25,8 20,0 61,6 21,8 17,1 0,0 2005 2010 2015 Homens 2020 Mulheres 2025 2030 Total 150 Evolução do índice de idosos (65+) Cariacica - 2005-2030 - Cenário 4 90,0 78,3 80,0 70,0 60,0 68,1 60,0 40,0 30,0 33,9 21,0 20,0 10,0 52,5 44,7 50,0 26,1 38,9 22,4 15,1 18,8 45,4 33,4 29,1 18,0 58,4 24,6 0,0 2005 2010 2015 Homens 2020 Mulheres 2025 2030 Total 151 6.3. Anexo – Projeções dos cenários 1, 2 e 4 por sexo e faixa etária: 2010-2030 Tabela A6.1 – Cenário 1 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030 2010 2015 2020 Faixa etária Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 00-04 16992 16327 33320 15519 14901 30420 14604 14015 28619 05-09 18410 17748 36159 16907 16264 33171 15448 14849 30297 10-14 15911 15258 31170 18370 17721 36091 16873 16241 33114 15-19 15773 15204 30977 15827 15226 31052 18281 17687 35968 20-24 16260 16290 32550 15601 15157 30758 15670 15182 30852 25-29 17112 17307 34419 16027 16222 32249 15397 15100 30497 30-34 15801 16262 32063 16833 17210 34043 15788 16140 31927 35-39 13257 14019 27275 15498 16137 31635 16536 17090 33626 40-44 12347 13163 25510 12938 13862 26801 15154 15972 31126 45-49 11032 12347 23379 11955 12947 24901 12557 13653 26210 50-54 9524 10453 19977 10564 12053 22617 11481 12663 24144 55-59 7333 8099 15432 8970 10092 19061 9986 11670 21656 60-64 4914 5892 10806 6740 7689 14428 8285 9620 17905 65-69 3329 4136 7464 4364 5456 9820 6024 7162 13185 70-74 2356 3212 5567 2804 3683 6487 3707 4901 8608 75-79 1581 2232 3813 1836 2689 4526 2210 3124 5334 80+ 797 1205 2002 948 1419 2367 1108 1729 2837 Total 182729 189153 371882 191699 198727 390426 199108 206798 405906 Tabela A6.1 – Cenário 1 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030 2025 2030 Faixa etária Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 00-04 14457 13866 28323 14230,81 13641,69 27872,5 05-09 14545 13971 28516 14404,05 13826,68 28230,73 10-14 15420 14830 30250 14520,76 13954,98 28475,75 15-19 16800 16213 33013 15359,35 14806,51 30165,87 20-24 18121 17641 35762 16666,86 16174,48 32841,34 25-29 15489 15130 30619 17930,3 17585,54 35515,84 30-34 15192 15030 30222 15299,99 15065,76 30365,75 35-39 15538 16036 31573 14970,61 14940,56 29911,17 152 40-44 16204 16929 33133 15248,29 15896,99 31145,28 45-49 14746 15750 30497 15797,45 16711,7 32509,14 50-54 12100 13377 25477 14243,04 15455,78 29698,81 55-59 10900 12290 23191 11522,19 13012,52 24534,72 60-64 9276 11164 20439 10164,21 11795,88 21960,09 65-69 7458 9007 16465 8391,873 10500,88 18892,75 70-74 5166 6483 11649 6438,356 8209,046 14647,4 75-79 2959 4204 7163 4158,8 5617,446 9776,246 80+ 1341 2028 3370 1804,196 2752,607 4556,802 Total 205713 213948 419661 211151,1 219949,1 431100,2 Tabela A6.2 – Cenário 2 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030 2010 Faixa 2015 2020 etária Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 00-04 15726 15100 30827 14714 14121 28836 13996 13424 27420 05-09 16451 15825 32276 15654 15048 30702 14655 14077 28732 10-14 15940 15279 31219 16418 15803 32221 15626 15028 30655 15-19 15789 15211 30999 15863 15250 31113 16347 15775 32123 20-24 16291 16298 32589 15632 15167 30800 15724 15210 30934 25-29 17157 17320 34477 16078 16237 32315 15452 15115 30567 30-34 15851 16278 32129 16901 17232 34133 15864 16162 32026 35-39 13307 14037 27343 15572 16164 31735 16634 17121 33755 40-44 12404 13186 25590 13012 13893 26905 15259 16012 31271 45-49 11094 12378 23471 12038 12987 25025 12662 13700 26362 50-54 9590 10490 20079 10654 12107 22761 11600 12725 24325 55-59 7400 8141 15541 9065 10156 19221 10115 11751 21866 60-64 4974 5935 10909 6835 7760 14595 8420 9716 18136 65-69 3380 4178 7557 4445 5528 9973 6153 7265 13419 153 70-74 2402 3260 5662 2871 3753 6624 3812 5004 8817 75-79 1624 2285 3909 1893 2765 4659 2291 3220 5511 80+ 816 1241 2057 979 1469 2449 1149 1795 2944 Total 180194 186442 366636 188626 195442 384068 195761 203100 398861 Tabela A6.2 – Cenário 2 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030 2025 2030 Faixa etária Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 00-04 13575 13013 26588 13222 12668 25890 05-09 13945 13386 27331 13531 12981 26511 10-14 14631 14061 28691 13923 13372 27295 15-19 15565 15005 30569 14579 14040 28619 20-24 16217 15738 31956 15454 14973 30426 25-29 15559 15162 30721 16063 15694 31757 30-34 15263 15051 30314 15386 15104 30490 35-39 15633 16066 31699 15059 14970 30029 40-44 16324 16973 33297 15365 15939 31304 45-49 14876 15807 30683 15944 16773 32717 50-54 12230 13444 25674 14401 15535 29937 55-59 11046 12378 23424 11680 13107 24787 60-64 9432 11278 20710 10340 11918 22258 65-69 7618 9139 16757 8576 10658 19233 70-74 5312 6622 11934 6620 8386 15006 75-79 3069 4336 7405 4313 5796 10109 80+ 1397 2108 3505 1880 2863 4743 Total 201692 209565 411257 206335 214777 421112 Tabela A6.3 – Cenário 4 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030 2010 2015 2020 Faixa etária Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 00-04 14566 13970 28536 14030 13449 27479 13435 12872 26308 154 05-09 14596 14020 28616 14513 13931 28443 13984 13415 27399 10-14 15965 15296 31261 14572 14004 28576 14490 13916 28406 15-19 15812 15221 31033 15902 15271 31174 14520 13984 28504 20-24 16346 16314 32661 15686 15185 30871 15789 15239 31028 25-29 17250 17343 34592 16174 16263 32437 15537 15142 30679 30-34 15952 16306 32258 17039 17269 34308 15995 16200 32195 35-39 13400 14068 27468 15719 16209 31929 16812 17176 33988 40-44 12503 13228 25731 13151 13947 27097 15450 16081 31531 45-49 11201 12435 23636 12189 13058 25248 12844 13783 26627 50-54 9707 10559 20265 10819 12202 23021 11800 12834 24635 55-59 7515 8217 15733 9243 10271 19514 10333 11896 22229 60-64 5074 6016 11090 7008 7887 14894 8652 9890 18542 65-69 3468 4261 7729 4591 5659 10249 6371 7453 13824 70-74 2484 3355 5839 2994 3883 6877 3989 5193 9182 75-79 1698 2384 4082 2000 2907 4907 2431 3399 5830 80+ 849 1302 2151 1035 1561 2596 1225 1919 3144 Total 178386 184295 362681 186665 192957 379621 193657 200393 394051 Tabela A6.3 – Cenário 4 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030 2025 2030 Faixa etária Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 00-04 12859 12314 25173 12335 11806 24140 05-09 13396 12844 26240 12827 12291 25118 10-14 13964 13403 27367 13379 12833 26213 15-19 14444 13898 28343 13925 13388 27313 20-24 14428 13958 28385 14364 13875 28240 25-29 15655 15200 30855 14321 13926 28247 30-34 15383 15089 30472 15517 15153 30670 35-39 15801 16121 31923 15215 15024 30239 40-44 16548 17053 33601 15576 16018 31595 45-49 15118 15910 31027 16222 16889 33112 50-54 12463 13568 26031 14703 15686 30389 55-59 11303 12540 23844 11974 13286 25260 60-64 9709 11492 21201 10662 12153 22815 155 65-69 7905 9389 17295 8915 10961 19876 70-74 5573 6886 12458 6959 8733 15692 75-79 3266 4590 7857 4601 6147 10748 80+ 1496 2263 3759 2019 3082 5101 Total 199312 206519 405830 203513 211252 414765 Tabela A6.4 – Cenário 1 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 20102030 Ano RS RD 65+ RD 60+ II 65+ II 60+ 2010 96,6 47,3 53,9 18,7 29,5 2015 96,5 45,9 54,2 23,3 37,7 2020 96,3 43,0 52,6 32,6 52,0 2025 96,2 42,8 53,4 44,4 67,8 2030 96,0 44,4 55,8 56,6 82,6 RS – Razão de sexo. RD – Razão de dependência. II – Índice de idosos. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. Tabela A6.5 – Cenário 2 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 20102030 Ano RS RD 65+ RD 60+ II 65+ II 60+ 2010 96,6 44,8 51,4 20,3 31,9 2015 96,5 43,0 51,2 25,8 41,7 2020 96,4 41,8 51,5 35,4 56,2 2025 96,2 42,3 53,3 47,9 73,0 2030 96,1 44,1 55,9 61,6 89,5 RS – Razão de sexo. RD – Razão de dependência. II – Índice de idosos. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. Tabela A6.6 – Cenário 4 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 20102030 Ano RS RD 65+ RD 60+ II 65+ II 60+ 2010 96,8 42,5 49,0 22,4 34,9 2015 96,7 40,3 48,5 29,1 46,8 2020 96,6 40,8 50,7 38,9 61,5 156 2025 96,5 42,1 53,4 52,5 79,4 2030 96,3 44,1 56,5 68,1 98,4 RS – Razão de sexo. RD – Razão de dependência. II – Índice de idosos. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional. Tabela A6.7 - Razão de dependência (65+) – Cariacica – 2010-2030 (%) 2010 2015 2020 2025 2030 Cenário 1 47,3 45,9 43,0 42,8 44,4 Cenário 5 44,8 43,0 41,8 42,3 44,1 Cenário 6 42,5 40,3 40,8 42,1 44,1 Tabela A6.8 - Razão de sexo – Cariacica – 2010-2030 (%) 2010 2015 2020 2025 2030 Cenário 1 96,6 96,5 96,3 96,2 96,0 Cenário 5 96,6 96,5 96,4 96,2 96,1 Cenário 6 96,8 96,7 96,6 96,5 96,3 Tabela A6.9- Índice de envelhecimento (65+) – Cariacica – 2010-2030 (%) 2010 2015 2020 2025 2030 Cenário 1 18,7 23,3 32,6 44,4 56,6 Cenário 5 20,3 25,8 35,4 47,9 61,6 Cenário 6 22,4 29,1 38,9 52,5 68,1 Tabela A6.10 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica – 2005-2030 - cenário 1 Grupos etários 2010 2015 2020 2025 2030 Jovens (0-14) 27,1 25,5 22,7 20,8 18,8 Idade produtiva (15-64) 67,9 68,5 69,9 70,0 68,9 Idosos (65+) 5,1 5,9 7,4 9,2 12,3 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 157 Tabela A6.11 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica – 2005-2030 - cenário 2 Grupos etários 2010 2015 2020 2025 2030 Jovens (0-14) 25,7 23,9 21,8 20,1 18,2 Idade produtiva (15-64) 69,0 69,9 70,5 70,3 68,9 Idosos (65+) 5,2 6,2 7,7 9,6 12,9 Total 100 100 100 100 100 Tabela A6.12 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica – 2005-2030 - cenário 3 Grupos etários 2010 2015 2020 2025 2030 Jovens (0-14) 24,4 22,3 20,8 19,4 17,5 Idade produtiva (15-64) 70,2 71,3 71,0 70,4 68,8 Idosos (65+) 5,5 6,5 8,1 10,2 13,7 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS As perspectivas de população constituem um importante instrumento para subsidiar o planejamento de programas e projetos. Os fenômenos demográficos são dotados de certa inércia ao longo do tempo e sua evolução se processa gradativamente (Bacci, 1986). As tendências são, portanto, previsíveis no curto e médio prazo, desde que se disponha de uma boa base de dados e que haja uma escolha de parâmetros demográficos que expressem as tendências mais prováveis. Os perfis populacionais traçados pelas projeções não são jamais definitivos e devem ser revistos sempre que novas informações mostrarem o curso real das transformações demográficas. Esta é sempre uma boa prática de cautela quando se trabalha com previsões demográficas Nas últimas três décadas, tem-se observado um rápido declínio dos níveis de fecundidade. Essa é uma das mudanças demográficas mais importantes. Seus efeitos mais significativos são: a redução da taxa de crescimento demográfico, e a redistribuição etária no decorrer do tempo. O avanço da transição demográfica é acompanhado pela redução da proporção de crianças, e pelo aumento da população ativa e idosa. As alterações nos pesos dos grupos etários têm implicações e desafios que 158 induzem mudanças nas demandas sociais e econômicas, em especial na educação, na oferta de mãode-obra, na saúde e na previdência social que devem se ajustar a uma nova realidade. A sociedade em geral não está preparada para este processo praticamente irreversível. Um processo de envelhecimento populacional está em curso e deverá se acelerar nas próximas décadas, visto que o segmento idoso é atualmente o que apresenta maior crescimento. Esse fato também está ocorrendo no município de Cariacica. Esse processo demanda investimentos crescentes para prevenção e tratamento das doenças crônico-degenerativas, construção de asilos, serviços médicos e sociais especializados, produção de artigos de consumo e diversão/entretenimento/turismo, etc. Aumentam as preocupações relativas às mudanças que ocorrem nos modelos familiares, face à redução da família e suas implicações para o idoso, ou ainda ao alongamento da vida humana “com qualidade” para assegurar assistência especializada ao segmento da “quarta idade”, constituído por pessoas dependentes. Essas observações também foram constatadas em outros municípios da RMGV (Serra e Vitória); Castiglioni et al (2008) e Brasil & Rocha (2007). Um aspecto significativo do envelhecimento populacional é a feminização da população idosa, decorrente da maior longevidade das mulheres, que tem consequências demográficas e socioeconômicas, dentre as quais, o aumento da demanda de cuidados de saúde mais especializados e o aumento dos gastos com aposentadorias e pensões, uma vez que as mulheres utilizam o sistema previdenciário por maior tempo que o homem (Castiglioni, 2006). Associada à transição demográfica, a transição epidemiológica apresenta, em sua evolução um aumento das doenças crônico-degenerativas e causas externas e a diminuição das doenças infectocontagiosas. É necessário considerar que o alongamento da duração da vida está relacionado à evolução de diferentes patologias que afetam as pessoas de idades muito elevadas, e implicam na assistência a uma grande parte do segmento da “quarta idade” que apresenta, em geral, incapacidade física ou mental (Caselli, Vallin e Wunsch, 2001). Um aspecto significativo, no quadro da mortalidade é a incidência crescente das mortes violentas, agrupadas como causas externas, responsáveis pela interrupção precoce da vida de muitos jovens. A importância da seletividade da mortalidade neste grupo, que atinge preponderantemente jovens do sexo masculino, se reflete nos diferenciais da esperança de vida por sexo, ampliados pela eliminação 159 seletiva de homens. A implementação de medidas que atuem eficazmente sobre os determinantes desse grupo de mortes é um grande desafio para a sociedade em suas várias dimensões. Na medida em que os meios de transporte e de comunicações se modernizam e que os processos transicionais avançam, a migração cresce em importância. A migração foi e continua sendo a principal responsável pela urbanização acelerada do estado, em especial da RMGV. Este componente produz efeitos imediatos e diretos sobre a população, seu tamanho, composição dos grupos etários e da mão-de-obra, assim como efeitos que se fazem sentir a médio e a longo prazo sobre a vida social, econômica e cultural da sociedade. Os saldos migratórios fornecem uma medida parcial do componente. Há que considerar os efeitos indiretos produzidos pela migração: os jovens que migram encontram-se nos períodos mais produtivos e fecundos de sua vida e a transferência deste segmento produz efeitos quantitativos e qualitativos sobre as regiões de origem e de destino. A falta de registros e dados adequados representa uma grande lacuna para o conhecimento da migração. Em países de desenvolvimento mais avançado existem organismos que se ocupam dos registros das mudanças residenciais. A criação de órgãos destinados ao conhecimento e à medida da migração apresenta-se como uma medida de grande relevância para subsidiar programas que atuem sobre os determinantes que provocam a atração e a expulsão de migrantes e das consequências positivas e negativas que a mudança produz para os migrantes e para as regiões de origem e de destino. A concentração acentuada da população na RMGV atinge níveis muito elevados, a região reúne quase a metade da população do Estado, fato que deve ser confirmado pelo censo deste ano de 2010. Na medida em que as fontes do êxodo rural se esgotam, o ritmo do crescimento arrefece e as trocas passam a ocorrer com mais freqüência no interior da aglomeração urbana, como já ocorre no Estado. A melhoria da infraestrutura urbana e a modernização dos meios de transporte e comunicação possibilitam o surgimento de formas de mobilidade, freqüentes e repetitivas, entre municípios próximos como os movimentos pendulares e a circulação para estudo e trabalho. Estes tipos de mobilidade, que tendem a intensificar-se nas próximas décadas, não podem ser negligenciados na elaboração de projetos de infraestrutura urbana. Com relação às projeções para o período 2010-2030, foram desenvolvidos seis cenários. Dos três cenários mais realistas elaborados, cenários 1, 2 e 4, constatam-se as tendências já observadas: (i) 160 aumento da participação da população nas faixas acima de 45 anos na medida da passagem do tempo; ou seja, para 2030, em todos os três cenários, a participação dessa faixa é maior que em 2010 e 2020; (ii) maioria da população feminina nas faixas acima de 50 anos, em todos os cenários; (iii) uma redução da participação das faixas mais jovens de 0-4 anos, 5-9 anos e 10-14 anos na população total; (iv) um envelhecimento gradual da população em todos os três cenários; no cenário 2 esse fato ocorre mais lentamente. Por exemplo, o cenário 4 projeta 19,4% da população com idade acima de 60 anos para 2030 enquanto que esse percentual é de 18,2% e 18,8% para os cenários 2 e 1, respectivamente. Se considerarmos como idosos a população com idade acima de 65 anos esse percentual fica em 13,7%, 12,9%, e 12,3%, respectivamente para os cenário 4, 2, e 1. Em termos de projeção, se a escolha for o cenário 2 (variante de crescimento médio) a projeção para 2010 será de 367.000 habitantes, mas o cenário 1 (variante de crescimento alto) projeta 372.000 habitantes. Para 2030, considerando-se esses dos cenários, a população ficará entre 421.000 e 431.000 habitantes. Finalmente, é importante ressaltar que as grandes tendências demográficas do município de Cariacica não são diferentes daquelas que estão ocorrendo nos outros municípios da RMGV; essas tendências são: (i) fecundidade declinante; (ii) envelhecimento populacional; (iii) mortalidade ainda em declínio (os níveis da mortalidade infantil devem ainda diminuir enquanto que a duração da vida aumentará); (iv) maioria da população feminina em especial com idade acima de 50 anos; (vi) maior número de pessoas potencialmente ativas (em idade produtiva); e, (vii) processo migratório em declínio. 8. ANEXO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES A demografia trata dos aspectos estáticos de uma população num determinado momento, tamanho e composição, assim como também da sua evolução no tempo e da interrelação dinâmica entre as variáveis demográficas. Alguns conceitos são úteis no entendimento dos textos demográficos para o usuário não especialista. O glossário aqui apresentado consolida informações de UNFPA/Brasil IBGE (2006) e Carvalho et al (1998), entre outros. (A) Indicadores de população População fechada - população de uma determinada área geográfica, num determinado momento sem movimentos migratórios onde a população atual é totalmente explicada pela população inicial, 161 mortes e nascimentos ocorridos no período. O tamanho da população em qualquer momento desse período pode ser reproduzido por: Pn P0 Nt Ot Onde: Pn =População no instante n; P0 População inicial, no instante 0; Nt = Nascimentos no período t (t = n - 0); O t = Óbitos no período t (t = n - 0). População presente - É constituída pelas pessoas presentes, moradoras no domicílio na data do censo, ou que não tinham residência fixa no domicílio, mas ali haviam passado a noite da data de referência do censo (exemplo: no censo 2000, o dia 1º de agosto). População residente - É formada pelas pessoas moradoras no domicílio, presentes na data do censo ou ausentes por período não superior a 12 meses. Inclui também membros de representação diplomática ou militar que se encontravam em missão em país estrangeiro e suas famílias. Assim, os dados de População Residentes por sexo e situação de domicílio referenciam os moradores habituais em cada residência. A quantificação se baseia nas pessoas presentes ou ausentes na data de referência. Projeção de população - Entende-se por projeção de população ao conjunto de resultados provenientes de cálculos relativos à evolução futura de uma população, partindo-se, usualmente, de certos supostos com respeito ao curso que seguirá a fecundidade, a mortalidade e as migrações. Geralmente são cálculos formais que mostram os efeitos dos supostos adotados. Previsão demográfica ou projeção preditiva - É uma projeção de população baseada em hipóteses muito prováveis sobre o comportamento futuro dos fenômenos demográficos. O período coberto pela projeção ou pela previsão chama-se prazo ou alcance cronológico (ou horizonte da projeção) e, mesmo sendo variável, na maioria das vezes trabalha-se com projeção (previsão) de curto prazo, porque o risco de erro cresce consideravelmente na medida em que o prazo aumenta. 162 Método das componentes - a partir de uma distribuição por sexo e idade de uma população inicial, ou população base (ou população de partida), calcula-se a população futura de cada geração, ou grupo de gerações, aplicando-se separadamente os supostos sobre a fecundidade, a mortalidade e as migrações. Projeção retrospectiva ou retroprojeção - Quando se pode calcular a população para o passado. Neste caso, somente a mortalidade é aplicada sobre a população base e, dependendo das necessidades específicas, a migração também entra no cálculo. Estimativas de população – as estimativas de população segundo o tamanho e composição para diversas datas do passado, presente ou futuro podem ser obtidas mediante vários procedimentos, inclusive alguns dos que se usam para as projeções de população. Estimativas demográficas - são as estimativas de população e de algumas de suas características, tais como a fecundidade, a mortalidade, a migração, etc. Estimativa intercensitária - estimativa correspondente a uma data compreendida entre dois censos. Estimativa póscensitária - leva em conta os resultados de um censo recente. Crescimento absoluto da população - É a diferença entre a população em um instante t qualquer e a população inicial: Pt - P0. Crescimento relativo - É o quociente entre a diferença da população no instante t e a população inicial, dividido pela população inicial: (Pt - P0) / P0 . Taxa média anual de crescimento geométrico (r) - É a raiz t do quociente entre a população no instante t (Pt) e a população inicial (P0) menos 1. P rt t t 1 P0 ou P log( t ) P0 rt antilog 1 t ou 1 Popt t ( t 1) 1 * 100 . rt Popt 1 Onde: t = período, em unidades de tempo, decorridos entre 0 e t; r = Taxa de crescimento por unidade de tempo 163 Taxa intrínseca de crescimento populacional - É a taxa de crescimento que se observa nas populações quando as taxas de fecundidade e de mortalidade permanecem constantes por um período prolongado de tempo (normalmente não inferior ao tempo de substituição de uma geração). Taxa de crescimento vegetativo ou incremento natural – é a diferença entre o número de nascimentos e o número de óbitos ocorridos na população no período t: N t Ot . Composição ou estrutura por sexo e idade da população - É como o volume populacional de uma determinada região em um determinado instante se distribui segundo o sexo e a idade das pessoas. Pirâmide etária - Uma pirâmide populacional representa graficamente a composição etária e por sexo de uma população, através de um histograma duplo. Por meio de valores absolutos ou proporções de homens e mulheres em cada grupo etário, a pirâmide oferece um quadro vívido das características de uma população. O somatório de todos os grupos de idade e sexo na pirâmide é igual ao total da população ou 100% da mesma. Função do erro censitário - É o resultado da diferença (absoluta e percentual) entre o volume populacional por sexo e idade proveniente do levantamento censitário e o proveniente de uma projeção por método demográfico. Razão de sexo (RS) - expressa o número de pessoas do sexo masculino para cada grupo de 100 pessoas do sexo feminino. É obtida através do quociente entre as populações masculina e feminina por grupos de idade. RS Popmasculina * 100% . Popfe minina Razão de dependência (RD) ou Taxa de dependência demográfica (TDD) - É uma medida que expressa o peso da população em idade potencialmente inativa sobre a população em idade potencialmente ativa. No caso da razão de dependência total, é o resultado do quociente entre as populações de 0 a 14 anos, mais a de 65 anos ou mais, e o segmento populacional com idades entre 15 e 64 anos. O resultado é expresso em percentual. RD [Pop(0 14) Pop(65ou)] * 100% . Pop(15 64) 164 Atenção: é também usual definir-se a RD entre pessoas nas idades demograficamente “dependentes” (convencionalmente, definidas com as idades abaixo de 15 e acima de 60 anos) e aquelas em idades “economicamente produtivas” (15-60 anos) em uma população. A taxa de dependência dos jovens (TDJ) - RD(0 14) Pop(0 14) * 100% Pop(15 64) É a relação entre as pessoas menores de 15 anos e as de 15 a 64 anos. A taxa de dependência dos idosos (TDI) - RD65 Pop(65ou) * 100% Pop(15 64) É a relação entre as pessoas de 65 anos e mais e as de 15 a 64 anos. Índice de envelhecimento (IE) - É o resultado da razão entre a população de 65 anos ou mais e a população de 0 a 14 anos de idade (com menos de 15 anos). Mede o número de pessoas idosas em uma população, para cada grupo de 100 pessoas jovens. IE Pop(65ou ) * 100% . Pop(0 14) Essa é a definição de alguns países desenvolvidos. No entanto, pode-se adotar o corte etário da população idosa em 60 anos, de acordo com Rede Interagencial de Informações para a Saúde - Ripsa e 25ª Conferência Sanitária Pan-Americana da Organização Pan-Americana da Saúde - Opas. Nesse caso, o IE é a proporção de pessoas de 60 anos e mais por 100 indivíduos de 0 a 14 anos. Curva logística de crescimento – é uma curva de crescimento populacional; segue uma relação matemática, que estabelece uma curva em forma de S. A população tende assintoticamente a um valor de saturação. Os parâmetros podem ser também estimados por regressão não linear. Uma das formas de representar a logística, adequada para uma estimação de mínimos quadrados ordinários (regressão linear), é a seguinte: Yt 1 1 01t u 1 1 Ln Ln(0 ) t.Ln(1 ) Yt u Lim Yt u Se 0 ≤ 1 ≤1 t Onde: 0 = termo constante; i = coeficiente da regressão (i = 1, 2, ... n ); 165 t = variável independente (tempo); Ln = Logaritmo na base natural (neperiana) u = Limite superior (saturação) Uma outra forma de escrever a logística é: Yt 1 a1 [a b. exp( c.t )] [1 b1. exp( ct )] a1 1 b b1 a a Onde: a1 é nível de saturação; b1 é ponto inicial do processo; e, c é a velocidade de crescimento do processo. Também, Lim Yt a1 . t (B) Indicadores de fecundidade Taxas específicas de fecundidade (TEF) - Taxas de Fecundidade podem ser também obtidas para grupos de idade específicos para fins de comparação ao longo do tempo ou para medir diferenças no comportamento da fecundidade nas diferentes idades. No trabalho também foram calculadas as Taxas Específicas de Fecundidade Marital (TEFM), que compara mulheres unidas com as não unidas. Por exemplo para calcular a TEF das mulheres de 20 a 24 anos temos: TEF NVU12M20 24 , Mulheres20 24 Onde NVU12M2024 são os filhos nascidos vivos nos últimos 12 meses das mulheres de 20 a 24 anos. Taxa bruta de natalidade (TBN) – A natalidade é medida através da TBN, que é definida como a relação entre o número de crianças nascidas vivas durante um ano e a população total. Usualmente esta relação é expressa por mil habitantes. Representa a freqüência com que ocorrem os nascimentos em uma determinada população. É o quociente entre os nascidos vivos ocorridos em um determinado ano e a população ao meio do ano, vezes 1000. Nj TBNj * 1000 . Pj Onde Nj é o número de nascidos vivos durante o ano j. Pj P0 (1 r )t onde t é contado exatamente da data do censo anterior até 1º de julho do ano j. 166 Coorte - Conjunto de indivíduos que estão experimentando um acontecimento similar no transcurso de um mesmo período de tempo. Coorte hipotética de mulheres - Num censo demográfico, a classificação das mulheres por grupos quinquênais de idade, dentro do período fértil, está associada a uma análise de período. Uma análise de coorte considera, por exemplo, um grupo de mulheres que ingressa no período fértil e, ao longo do tempo, observa-se o comportamento do mesmo frente aos riscos de procriação. Entretanto, em um único censo demográfico, mesclam-se distintas gerações de mulheres e, de acordo com o conceito da taxa de fecundidade total, supõe-se o acompanhamento de como essas mulheres vão tendo seus filhos ao longo do tempo. Por esse motivo, na definição conceitual da taxa de fecundidade total é necessário enfatizar que o grupo de mulheres em questão trata-se de uma coorte hipotética. Taxa de fecundidade total – É o número médio de crianças que teriam nascido vivas de uma mulher ao longo do seu período reprodutivo se ela experimentar um mesmo conjunto de Taxas Específicas de Fecundidade de um dado ano. É uma medida sintética, pois nenhuma mulher passará três décadas sob o mesmo regime de fecundidade. A taxa de fecundidade total expressa o número de filhos que, em média, teria uma mulher pertencente a uma coorte hipotética de mulheres, que durante sua vida fértil tiveram seus filhos de acordo com as taxas de fecundidade por idade do período em estudo. Taxa de fecundidade por idade – A taxa de fecundidade por idade é geralmente calculada por grupo quinquênal de idade, desde os 15 até os 49 anos. A taxa resulta da divisão do número de filhos nascidos vivos de mulheres do grupo de idade, em um período de tempo próximo à data do censo demográfico, usualmente os últimos 12 meses, pelo total de mulheres do mesmo grupo etário. Nível de reposição da fecundidade – é o nível de fecundidade no qual uma coorte de mulheres tem o número de filhos suficientes para “repor” a si mesmas na população. Uma vez alcançado o Nível de Reposição, os nascimentos gradualmente atingem o equilíbrio com as mortes e na ausência de imigração e emigração, uma população finalmente parará de crescer e se tornará estacionária. Atualmente, a maioria dos países desenvolvidos apresenta fecundidade no nível de reposição ou abaixo dele, mas as suas populações continuam a crescer. Taxa bruta de reprodução – A taxa bruta de reprodução expressa o número de filhas que, em média, teria uma mulher, pertencente a uma coorte hipotética de mulheres, que durante sua vida fértil 167 tiveram suas filhas de acordo com as taxas de fecundidade por idade do período em estudo e não estiveram expostas a riscos de mortalidade desde o nascimento até o término do período fértil. Taxa líquida de reprodução – A taxa líquida de reprodução expressa o número de filhas que, em média, teria uma mulher, pertencente a uma coorte hipotética de mulheres, que durante sua vida fértil tiveram suas filhas de acordo com as taxas de fecundidade por idade do período em estudo e estiveram expostas a riscos de mortalidade desde o nascimento até o término do período fértil. (C) Indicadores de mortalidade Taxa bruta de mortalidade (TBM) - Representa a freqüência com que ocorrem os óbitos em uma determinada população. É o quociente entre os óbitos ocorridos em um determinado ano e a população ao meio do ano, vezes 1000. Como uma aproximação para o total de pessoas-ano, adotase a estimativa da população total no meio do ano (Julho), na suposição de que os nascimentos e óbitos na população ocorram uniformemente no decorrer do ano. Como se trata de um período curto (12 meses), tal suposição não introduz, de maneira geral, distorções significativas. Representa o risco que tem uma pessoa dessa população de morrer no decorrer desse ano. TBM Oj Pj , j refere-se ao ano calendário. O j = Óbitos no ano j. P j P0 (1 r )t . Diferentemente da TBM, a TBN não é medida de risco, pois nem todas as pessoas incluídas no denominador estão sujeitas a se tornarem pais ou mães no ano em questão. Neste campo, a medida de risco é dada pelas taxas de fecundidade. Taxa de mortalidade infantil (TMI) - A taxa de mortalidade infantil é definida como o número de óbitos de menores de um ano de idade (por mil nascidos vivos), em determinada área geográfica e período; interpreta-se como a estimativa do risco de um nascido vivo morrer durante o seu primeiro ano de vida. Altas taxas de mortalidade infantil refletem, de maneira geral, baixos níveis de saúde, de condições de vida e de desenvolvimento sócio-econômico. As taxas de mortalidade infantil são geralmente classificadas em altas (50% ou mais), médias (20% - 49%) e baixas (menos de 20%), em função da proximidade ou distância dos valores já alcançados pelas sociedades mais desenvolvidas 168 ao longo do tempo. No entanto, mesmo quando as taxas de mortalidade infantil são baixas no conjunto, podem ser verificadas pronunciadas variações entre distintos segmentos da população. A Taxa de Mortalidade Infantil corresponde ao risco que um nascido vivo tem de vir a falecer antes de completar um ano de idade. Como seria necessário esperar dois anos para se poder calcular a TMI dos nascidos vivos em um determinado ano e dada a dificuldade prática de se separar, em cada anocalendário, do total de óbitos infantis aqueles referentes a crianças nascidas no próprio ano e a crianças nascidas no ano anterior usualmente toma-se como numerador da TMI os óbitos abaixo de um ano ocorridos durante o ano calendário e como denominador o número de nascimentos do mesmo ano. TMIJ 1O0, j NJ Óbitos_ entre _ 0 _ e _ 1 _ ano * 1.000 ou TMI Total_ de _ nascidos _ vivos Onde 1O0, j são todos os óbitos ocorridos abaixo de 1 ano ocorridos no ano j independente do ano de nascimento Taxa específica de mortalidade - Se refere ao risco de morte em cada idade ou em cada grupo etário. Corresponde ao quociente entre o total de óbitos, num determinado ano, em cada idade ou grupo etário e a população correspondente no meio do ano. Representamos por: nTEM x, j nO x , j n Px, j Onde x é a idade limite inferior do grupo etário e j o ano em questão. Taxas de Mortalidade podem ser obtidas por grupos específicos de idade a fim de comparar a mortalidade nas diferentes idades ou identificar suas mudanças no tempo num mesmo grupo etário. Através delas pode-se também realizar comparações temporais entre áreas e entre regiões. Geralmente, trabalha-se com grupos quinquênais de idade sendo o primeiro grupo (0 a 4 anos) desagregado em: 0 a menos de 1 ano e 1 a 4 anos, dado o peso da mortalidade infantil. Óbitos_ entre _ 65 69 _ anos * 1.000 TEM65 69 População_ entre _ 65 69 _ anos 169 Proporção de óbitos por causa específica (POCE) – Expressa os óbitos por causas específicas em relação ao total de óbitos. Por exemplo, para calcular a proporção de óbitos por causas externas temos: Óbitos_ causas _ externas * 100 POCEexternas Total_ de _ óbitos Probabilidade de morte entre duas idades exatas x e x + n - sendo n a amplitude do intervalo é o quociente entre os óbitos ocorridos entre as idades exatas x e x+n e os sobreviventes na idade exata x. Fornece a probabilidade de um indivíduo que atingiu a idade x não atingir a idade x+n. Esperança de vida, expectativa de vida ou vida média em uma idade x qualquer – É o número médio de anos que um indivíduo de idade x esperaria viver a partir desta idade. Particularmente, se x = 0, tem-se a expectativa de vida ao nascimento. (D) Migração Saldo migratório (SM) - O saldo migratório de um país, ou qualquer subdivisão geográfica do mesmo, para um determinado período de tempo é obtido pela diferença entre o volume de entradas e saídas no mesmo período. SM =(Imigrante – Emigrante) Taxa líquida de migração - A taxa líquida de migração é obtida pela diferença entre a taxa de emigração e de imigração ou o quociente entre o saldo migratório em um determinado período e a população ao meio do período vezes mil. 170 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alves, José Eustáquio Diniz (2004), O bônus demográfico e o crescimento econômico no Brasil, publicado em www.ie.ufrj.br/aparte, 2004. Alves, J. E. D. (2000), Mitos e realidade da dinâmica populacional, In: Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 24p, 2000, Caxambu. Belo Horizonte: CEDEPLAR, 1 CD-ROM. Bacci (1986), Berquó, Elza e Cavenaghi, Suzana. (2004). Mapeamento sócioeconômico e demográfico dos regimes de fecundidade no Brasil e sua variação entre 1991 e 2000. XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu-MG, 2004. Berquó, Elza e Cavenaghi, Suzana (2005), Increasing Adolescent and Youth Fertility in Brazil: a new trens or a one-time event?, (paper apresentado no Encontro Anual da Population Association of America), Filadélfia, março-abril, 2005. Bezerra, Omyr Leal (2009), Cariacica – Resumo Histórico, 2ª Edição, IPEDOC, 2009. Borges, Andréa da Silva, Marques, C. S., Brito, L. P. G. Silva, V. R. L. e Jannuzzi, Paulo de Martino (2006), Projeções populacionais no Brasil: Subsídios para seu aprimoramento, ABEP. Brass, William et al. (1968), The Demography of Tropical Africa, Princeton University Press, 1968. Brasil, Gutemberg H. e Rocha, Enivaldo Carvalho da (2008), Dinâmica Populacional da Serra/ES, In Agenda Serra 21: plano estratégico 2007-2027, PMS, 2008, pp 30-40. Trabalho completo em CD, Estudo Temático: Dinâmica Populacional. Elaboração em abril-dezembro/2007. (disponível em www.serra.es.gov.br). Carvalho, José Alberto Magno de, Sawyer, Diana Oya e Rodrigues, Roberto do Nascimento (1998), Introdução a alguns conceitos básicos e medidas em demografia, 2a edição, Associação brasileira de estudos populacionais (ABEP), 1994, reimpr. 1998. Carvalho, J.A.M. e Garcia, R.A. (2003), O envelhecimento da população brasileira: um enfoque demográfico. Cadernos de Sáude Pública, Rio de Janeiro, 19(3): 725-733, mai-jun, 2003. 171 Carvalho, J.A.M. (2004). Crescimento populacional e estrutura demográfica no Brasil. Texto para discussão Nº 227. 18p. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 2004. Caselli,G., Vallin, J. e Wunsch, G. (2001) Démographie: analyse et synthèse - I La Dynamique des populations. Paris : INED, 2001. Castiglioni, Aurélia H., Brasil, Gutemberg Hespanha, Rocha, Enivaldo Carvalho e Felipe, Carlos Umberto (2008), Dinâmica Populacional de Vitória/ES, In Agenda Vitória 21: plano estratégico 2008-2028, PMV, 2008, 146 páginas. Trabalho completo em CD, Estudo Temático: Dinâmica Populacional. Elaboração em março-julho/2008. Castiglioni, Aurélia H. (2006). Envelhecimento da população: conhecer para atuar. Relatório de pesquisa. Vitória: CMCT, Prefeitura Municipal de Vitória, 2006. Castiglioni, Aurélia H. (1994). Mortalidade diferencial no Espírito Santo, UFES, 1994. Castiglioni, Aurélia H. (1989). Migration, urbanisation et développement: le cas de l’Espírito Santo, Bruxelles: CIACO, 1989. CEPAL/CELADE. (2004). Boletín Demográfico. América Latina: Tablas de Mortalidad 19502025, Santiago, 2004. DATASUS. Estimativas da Mortalidade Infantil por Microrregiões e Municípios. http:/tabnet.datasus.gov.br/cgi/mortinf/munices.htm. IBGE (1920). Recenseamento Geral do Brazil, Volume IV, pt 1, Rio de Janeiro: IBGE, 1920. IBGE (1940). Censo Demográfico – parte XIV Espírito Santo. Rio de Janeiro: IBGE, 1940. IBGE (1950). Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 1950. IBGE (1960). Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 1960. IBGE (1970). Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 1970. IBGE (1980). Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 1980. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário Estatístico do Brasil, RJ, 1988. IBGE (1991). Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. IBGE (1996). Contagem Populacional. Rio de Janeiro: IBGE, 1996. 172 IBGE (2000). Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. IBGE (2010). Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 2010, divulgado em 29/11/2010. (www.ibge.gov.br). IBGE (2002). Notas Metodológicas: Pesquisa mensal de emprego metropolitano, disponível em www.ibge.gov.br. IBGE (2004). Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 1980-2050 - Revisão 2004, metodologia e resultados, estimativas anuais e mensais da população do Brasil e das unidades da federação: 1980-2020, metodologia, estimativas das populações municipais, metodologia. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. IBGE (2004). Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Revisão 2004. IBGE (2006). Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores sociodemográficos prospectivos para o Brasil, 1991-2030, 2006. IBGE (2009). Estatísticas do Registro Civil 2008, vol. 35, RJ:IBGE, 2009. IBGE (2010a), Cartografia. (www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia). IBGE (2010b), Dados Cariacica, (www.ibge.gov.br/cidadesat). IBGE (2011). Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 2010, divulgado até março de 2012. (www.ibge.gov.br). IBGE (2011a), Censo Demográfico 2010, Conceitos e Definições, 2011. IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) MS/SVS/DASIS – Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, 2006. Jannuzzi, Paulo Martino (2005). As novas e velhas demandas por informação estatística. São Paulo: São Paulo em perspectiva, 2005. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Relatório de Situação – Espírito Santo. Brasília, 2005. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde/MS. Evolução da mortalidade no Brasil 2004. Uma análise da situação de saúde. 173 Moraes, Paulo Stuck (1994), Evolução demográfica do Espírito Santo, Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, RIHGES n.44, p.55-64, 1994. Moreira, Morvan de Mello (2001). Structural Changes in the Brazilian Age Distribuition: 19502050. Apresentado no XXIV General Population Conference International Union for the Scientific Study of Population. Salvador. Agosto, 2001. PDM (2006), Plano Diretor Municipal de Cariacica, PMC, maio de 2006. PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em: http://www.pnud.org.br/atlas. PMC (2005), Dados do IBGE – Censo 2000 - Município de Cariacica. Rios-Neto, Eduardo L.G. (2005), Questões emergentes na demografia brasileira / Eduardo L.G. Rios-Neto. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 51p. (Texto para discussão 276), 2005. Santos, Jair L.F; Levy, Maria Stella Ferreira (1980), Dinâmica da população: teoria, métodos e técnicas de análise, Ed. TA Queiroz LTDA, 4ª edição, 1980, São Paulo,SP. Schramm, Joyce Mendes de Andrade, Oliveira, Andreia Ferreira de, Leite, Iúri da Costa et al. Transição epidemiológica e o estudo de carga de doença no Brasil. Ciênc. saúde coletiva, out./dez. 2004, vol.9, no.4, p.897-908. Siegel, Jacob S. and Swanson, David A. (2008), The Methods and Materials of Demography, Edited by J, S. Siegel and D. A. Swanson, Emerald Group Publishing, Second edition, UK, 2008. Tabutin, Dominique. Problèmes de Transition Démographique, Tome 1: Schémas classiques, problèmes d’analyse, interactions mouvements-structures, Louvain-La-Neuve:UCL. Tapinos, George. Eléments de Démographie. Paris:Armand Colin, 1985. UNFPA/Brasil - IBGE (2006), Indicadores Sociodemográficos Prospectivos para o Brasil 19912030, disponível em www.unfpa.org.br ou www.ibge.gov.br. Veron, Jacques (1991). Démographie, Paris:Armand Colin, 1991. Wong, Laura Rodríguez (2004), Composição da população segundo distribuição espacial, sexo e idade, Belo Horizonte: Cedeplar/UFMG, 2002. 44p. 174 Wong, Laura Rodríguez e Carvalho, José Alberto M. (2005), Demographic bonuses and challenges of the Age structural transition in Brazil. Apresentado no XXV IUSSP International Population Conference. França. Julho, 2005. Wunsch, Guillaume e Termote, Marc G. (1978). Introduction to Demographic Analysis, Principles. 175