ECONOMIA CORREIO DO POVO DOMINGO, 9 de janeiro de 2005 — 11 Negociação é a saída para renovar o aluguel Imobiliárias apontam menor burocracia nos contratos e mostram animação com a velocidade maior na locação dos imóveis dos aluguéis, a velocidade com que os imóveis e que depois se estabelecerão na cidade. Tamestão sendo alugados deixa o setor animado. bém neste período as famílias aproveitam as Em 2003, um imóvel levava, em média, 8,3 férias escolares para mudar de endereço. É meses para ser locado; no ano passado, a de- preciso ficar atento aos detalhes dos contratos mora média atingia 7,32 meses. A expectativa para evitar problemas futuros. ção. Por isso, parte dos inquilinos, na renovaRICARDO GIUSTI para este início de ano é de queda As imobiliárias garantem que a locação fição dos contratos, tem buscado a neainda maior. Se repetir os meses cou menos burocratizada. Isso não significa gociação. Para os que forem alugar um de janeiro, fevereiro e março do menos segurança, afirma Schukster, mas imóvel, a alternativa é pesquisar e ano passado, o tempo houve o surgimento de facilidades comparar preços. Os valores variam de Em 12 meses: % médio de espera devepara os locatários, entre elas o seacordo com o tipo do imóvel e, em al1,44 Aluguel residencial rá cair para 4,67 meguro-fiança, a caução hipotecária e guns casos, os reajustes podem chegar 9,90 CUB/ RS ses. Atualmente, o es- IGP-M a até 12%. Como nesta época do ano 12,41 a possibilidade de utilização dos títoque de imóveis no IPC/ Iepe aumenta a procura, os consumidores 6,91 tulos de capitalização. Todas as almercado é de 6.631, Fonte: Secovi/ RS, Iepe, FGV e Sindus- ternativas servem de garantia para devem ficar atentos às ofertas. sendo 3.603 residen- con/RS firmar os contratos. “Estamos O presidente do Sindicato das Imociais, 2.648 comerciais e 380 de acompanhando o mercado, nosso negócio é fabiliárias e Condomínios do Rio Grande outros tipos. A média dos últimos cilitar a vida do inquilino”, ressalta ele. O diredo Sul (Secovi), Moacyr Schukster, 12 meses foi de 7.013 unidades tor de uma imobiliária da cidade, Dorocy João afirma que os valores médios dos aludisponíveis no mercado. Pereira, defende o uso do bom senso para guéis aumentaram 1,44% em 2004 soO perfil dos que procuram mo- manter o bom inquilino, mesmo que isso sigbre o ano anterior. Neste ano, o reajusradia nesta época não mudou nifique um reajuste menor do que consta no te deverá ser superior, conforme o imómuito. A maioria é de estudantes contrato de aluguel. “Nós temos de estar senvel. Apartamentos de um, dois e três dormitórios deverão ficar entre 3% e Pesquisa de preços é indicada para quem procura apartamento na Capital que prestam vestibular na Capital síveis ao mercado”, argumentou. Mônica Bidese que reajusta a maioria dos O indexador aluguéis encerrou o ano passado acima de alguns índices usados para medir a infla- 10% mais caros para o consumidor. Quem for renovar os contratos terá pela frente o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, indexador usado pelo setor, e que encerrou 2004 em 12,4%. Apesar dos aumentos registrados no valor RICARDO GIUSTI Usina Monte Claro traz economia de energia O governador Germano Rigotto comemora a redução na dinamização da economia dos municípios circunvizide 65 megawatts (MW) nas importações de energia elé- nhos. Os restaurantes estão fornecendo 2 mil refeições trica, o que corresponde à economia de R$ 25,5 milhões diárias. O comércio e os proprietários de imóveis tampor ano, com a inauguração, na próxima terça-feira, da bém registram bons negócios. operação comercial da primeira turbina da Usina HidreConstituída em janeiro de 2001 como Sociedade de létrica Monte Claro, pela Companhia Energética do Rio Propósito Específico, a Ceran é resultado de um consórdas Antas (Ceran), na localidade de Nossa Senhora da cio formado, além da CEEE, pela CPFL Geração de Glória, em Veranópolis. Em fevereiro, quando será inau- Energia e pela Desenvix. Quando as três usinas estiveDIVULGAÇÃO / CP MEMÓRIA rem operando, serão progurada a segunda máquina, também de 65 MW duzidos 360 MW, equiva(consumo de uma cidade lente ao consumo de Bencom 180 mil habitantes), to Gonçalves, Veranópolis, estará sendo concluindo Cotiporã, Nova Roma do um investimento de R$ Sul, Nova Pádua, Flores 249 milhões, para gerada Cunha e Antônio Prado ção de 130 MW pela Monjuntos. O Estado cortará te Claro e de uma economais R$ 150 milhões/ano mia total de R$ 51 micom a compra de energia. lhões pelo Estado com imO surgimento dessas portação de energia. usinas, somado a outros A usina faz parte de projetos do setor em andaum complexo que vai inmento, é visto por Rigotto cluir outras duas hidrelécomo um avanço decisivo tricas no Rio das Antas – a Construção da usina gerou milhares de empregos temporários na sua determinação de Castro Alves e a 14 de Jutornar o Estado não apelho – e no qual a CEEE tem 30% de participação. “Um nas auto-suficiente, mas também um exportador de empreendimento como este, além de proporcionar em- energia. Atualmente, o Rio Grande do Sul importa 34% pregos, significa retorno em royalties e aumento de arre- da energia elétrica consumida. A demanda média do Escadação municipal e estadual”, afirma o governador. A tado, em 2004, foi de 2,764 mil MW, dos quais foi imporUsina Monte Claro criou 2 mil empregos temporários na tada uma média de 928 MW. O RS comprou, do sistema região de Veranópolis, com impacto altamente positivo interligado nacional, aproximadamente R$ 900 milhões. Flavio Sabbadini assume Sebrae-RS O novo presidente do Conselho Deliberativo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no RS (Sebrae-RS), Flavio Roberto Sabbadini, inicia a gestão 2005/2006 na segunda-feira, durante reunião-almoço no Clube Leopoldina Juvenil. Sabbadini, eleito por unanimidade pelos integrantes do Conselho Deliberativo do Sebrae gaúcho, vai substituir o empresário e secretário de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte. Na eleição de 14 dezembro, a Diretoria Executiva do Sebrae-RS nos últimos dois anos se manteve no cargo. Sabbadini, 56 anos, é advogado e empresário, além de vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e presidente dos Conselhos Regionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-RS) e do Serviço Social do Comércio (Sesc-RS). Ponte deixa a entidade com uma gestão pontuada pela descentralização das ações do Sebrae-RS. No biênio 2003-2004, Ponte inaugurou oito unidades regionais no Estado. Elevação do IR ameaça serviços São Paulo — O diretor-superintendente do Sebrae/SP, José Luiz Ricca, avalia que o aumento da base de cálculo do Imposto de Renda para prestadoras de serviços ameaça a continuidade da recuperação das micro e pequenas empresas. “A medida é muito negativa, pois quebra uma estabilidade que vinha se desenhando nos últimos meses. A preo- Setor de consórcios eleva venda de cotas São Paulo — O setor de consórcios apresentou um desempenho expressivo em 2004. Apenas em novembro foram comercializadas 161 mil novas cotas - número recorde desde que foi iniciada a medição, em maio de 1999. No acúmulo do ano, as vendas somam 1,56 milhão de cotas, uma alta de 4,7% sobre o ano anterior, quando o volume atingiu 1,49 milhão. Para o presidente da Associação dos Administradores de Consórcios (Abac), Consuelo Amorim, “as fortes vendas do setor devem continuar em 2005, atingindo crescimento entre 8% e 10%”. cupação, agora, é a da ruptura no ritmo de recuperação”, avalia. De acordo com ele, a expectativa dos empresários é de que o governo recue da MP 232 diante das repercussões negativas, ou que o Congresso Nacional não aprove a medida. “Esperamos que as repercussões levem a um entendimento adequado a todos os lados”, finalizou. Inquilinos têm acesso a banco de dados com informações sobre o mercado Cooperação une Procon e Secovi De cada dez contratos de aluguel fechados numa imobiliária, pelo menos nove são indexados pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), medido pela Fundação Getúlio Vargas. Para muitos, ele só vale no papel, para outros é cumprido na íntegra. Alguns casos vão parar no Programa de Defesa do Consumidor (Procon/RS), que prega o bom senso das partes na negociação. Para evitar esse tipo de situação, há dois anos o Procon/RS e o Sindicato das Imobiliárias e Condomínios do Rio Grande do Sul (Secovi/RS) mantêm um termo de cooperação técnica que possibilita ao inquilino acesso gratuito a um banco de dados com informações sobre as imobiliárias que atuam no mercado. A parceria é para dar transparência e mostrar a idoneidade das empresas, explica o coordenador regional do Procon/RS, Alexandre Appel. As informações podem ser obtidas por meio de e-mail ([email protected]). As dúvidas são respondidas em 24h pela assessoria do órgão. “A preocupação do Procon é atender o consumidor. Temos alertado sobre os contratos de aluguel. Tanto no Litoral como na cidade, é preciso ter muita atenção e cuidado na hora de locar um imóvel”, alertou o coordenador do órgão. Appel afirma que são raras as reclamações envolvendo o setor. Segundo ele, os contratos imobiliários não têm freqüentado o ranking de reclamações do Procon, mas o coordenador garante que o órgão está atento aos eventuais exageros praticados pelo setor, principalmente nesta época de mercado aquecido. Os gerentes de locação de duas imobiliárias de Porto Alegre dizem que é preciso ter bom senso na hora de negociar a renovação do contrato de aluguel para evitar o enfrentamento. César Garcia Gimenez e Dorocy João Pereira afirmam que o setor está sensível ao momento do mercado e aberto para conversações, desde que haja aceitação por parte dos proprietários dos imóveis. “Agindo assim, entendo que ganhamos todos: inquilino, proprietário e imobiliária”, destacou Pereira.