Departamento de Matemática e Ciências Experimentais
Física e Química A – 10.º Ano
Atividade Prático-Laboratorial – APL 1.3 (3ª parte)
Assunto: Identificação de uma substância e avaliação da sua pureza
Introdução
O ponto de fusão (p.f.)
O ponto de fusão, temperatura à qual se dá a passagem do estado sólido ao estado líquido, é outra
constante característica das substâncias sólidas puras. O seu valor depende pouco da pressão, desde que
a pressão não se afaste muito da pressão atmosférica.
Quando um composto é puro, o seu ponto de fusão é geralmente bem definido, dando-se a fusão numa
zona bastante estreita (da ordem de décimos de grau); se os compostos se encontram contaminados, o
ponto de fusão é inferior e a fusão dá-se num intervalo de temperaturas maior. Por exemplo, um composto
que, quando puro, funda a 121,1 - 121,4 °C, se tiver 5% de impurezas poderá fundir a 108 - 113 °C.
Muitos compostos sofrem decomposição antes de fundirem, podendo a decomposição ocorrer também
numa zona estreita de temperatura, podendo esta temperatura de decomposição ser utilizada também na
caracterização do composto.
Como é de esperar, há muitos compostos que apresentam o mesmo ponto de fusão; por esta razão,
não é possível, somente a partir do valor do ponto de fusão, dizer de que substância se trata. Suponhamos
que um composto X tem p.f. = 121 °C. Procurando numa tabela de pontos de fusão, veríamos, por
exemplo, que a substância podia ser ácido benzóico, cujo ponto de fusão é 121,7 °C.
Como resolver o problema?
Poderíamos realizar testes característicos do ácido benzóico e verificar se eram positivos ou negativos,
mas o mais simples e direto era fazer a determinação de um ponto de fusão misto, que consiste em
misturar um pouco do composto X com um pouco ácido benzóico (cerca de 1:1) e determinar o ponto de
fusão da mistura. Se os compostos misturados forem os mesmos, o ponto de fusão mantém-se; se forem
diferentes, há uma diminuição apreciável (da ordem de 20 °C) do ponto de fusão da mistura.
1
Material e reagentes:

Gobelé de 250 mL ou tubo de Thiele

Tubos capilares

Termómetro

Água (líquido de aquecimento)

Placa de aquecimento com agitador

Almofariz de porcelana
magnético e suporte com uma garra

Pipeta de Pasteur
Naftaleno

Pequenos elásticos

Enchimento do tubo capilar e pormenor do esquema de montagem:
Fig. 2 Esquema da montagem para a determinação do ponto de fusão (A – Colocação da amostra no
tubo capilar; B – Pormenor da fixação do capilar ao termómetro; C – Montagem completa).
2
Procedimento experimental:
1. Introduza o pó do naftaleno fornecido, num tubo capilar fechado numa das extremidades, até cerca de
1 cm de altura.
2. Com um elástico, prenda o tubo capilar a um termómetro, com o sólido a ficar junto ao reservatório de
mercúrio.
3. Efetue a montagem laboratorial esquematizada na figura 2.
4. Introduza o tubo capilar/termómetro dentro do banho de aquecimento, faça-o de modo a que a parte
inferior do tubo capilar e do termómetro não toquem no magnete quando este estiver em rotação.
5. Faça uma primeira determinação do ponto de fusão, que serve de orientação, aquecendo rapidamente
o banho (água). Obtém-se, assim, um valor aproximado do ponto de fusão, que designaremos por
p.f.orientação.
6. Repita o ensaio com uma nova porção de sólido e um novo capilar, mantendo o aquecimento rápido
até ser atingida uma temperatura 20 °C abaixo do p.f.orientação altura a partir da qual o aquecimento
passa a ser mais lento (da ordem de 2 °C por minuto). Durante todo o processo, os valores de
temperatura devem ser lidos em intervalos de tempo regulares (de 1 em 1 minuto).
7. Observe o sólido no tubo capilar e registe a temperatura ou o intervalo de temperatura a que funde.
Precauções:

Não toque em objetos quentes.

O elástico deve ficar fora do líquido de aquecimento.
Registo/Análise de dados:
Temperatura / ºC
Tempo / min
Temperatura / ºC
7
p.f.orientação
8
p.f.
9
Tempo / min
Temperatura / ºC
10
0
11
1
12
2
13
3
14
4
15
5
16
6
17
Questão pós-laboratorial:
Construa um gráfico da temperatura em função do tempo e tire conclusões quanto à pureza do
naftaleno fornecido.
Prof. Luís Perna
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