INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS AVALIAÇÃO DE TAXA DE SUCESSO DE MINIIMPLANTES EM ORTODONTIA WERNER FINCATTO COSWIG PORTO ALEGRE- 2009 WERNER FINCATTO COSWIG AVALIAÇÃO DE TAXA DE SUCESSO DE MINIIMPLANTES EM ORTODONTIA Monografia apresentada ao Instituto de Ciências da Saúde Funorte/Soebras como requisito para a obtenção do título de Especialista em Ortodontia. Orientador: Prof. Álvaro Furtado PORTO ALEGRE- 2009 AGRADECIMENTOS Durante os 36 meses de curso, muitas pessoas foram importantes para que esse momento se concretizasse. Expresso meus agradecimentos a todos. Primeiramente a Deus que sempre me acompanhou em todos os momentos dessa jornada; minha família que sempre me apoiou e me deu muita força para alcançar meus objetivos. Agradeço também aos meus mestres, professores Luiz Fernando Alonso, Ronaldo Ruela e Ossam El Haje. Sou muito grato ao meu orientador Álvaro Furtado, pelo qual tenho profunda admiração. A sua contribuição foi de grande importância para a concretização desse trabalho, não medindo esforços para me auxiliar nessa caminhada, meu muito obrigado. Meus agradecimentos aos funcionários do INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS, o trabalho de vocês é de muito valor e respeito. Aos colegas e novas amizades durante o curso, um grande abraço! Coswig, W.F. AVALIAÇÃO DE TAXA DE SUCESSO DE MINIIMPLANTES EM ORTODONTIA. 35f. Monografia (Especialização em Ortodontia). INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS, NÚCLEO DE PORTO ALEGRE, PORTO ALEGRE, 2009. RESUMO Ancoragem durante o tratamento ortodôntico na mandíbula e/ou na maxila necessita tanto de tempo, como de esforço e cooperação do paciente. Miniimplantes ou mini-parafusos têm sido utilizados nos últimos anos para ancoragem no tratamento ortodôntico. O modo de fixação proporcionada por esses sistemas de implante tem uma característica única devido à sua utilização temporária que resulta em uma transitória, embora absoluta ancoragem. As propriedades apresentadas, juntamente com a simplicidade de instalação, têm aumentado a sua popularidade e a sua utilização, sendo uma opção em casos complexos onde o tratamento seria difícil. No entanto, há poucos estudos em humanos relatando as taxas de sucesso do uso dos mini-implantes. O objetivo dessa revisão foi avaliar a taxa de sucesso dos mini-implantes utilizados para ancoragem ortodôntica. Vinte e sete artigos (3355 miniimplantes) foram selecionados e analisados nesse estudo. A taxa de sucesso média foi de 88%. Mini-implantes podem ser utilizados como dispositivos de ancoragem temporária, mas as pesquisas nesse campo ainda são iniciais. A interpretação dos resultados foi condicionada pela falta de clareza e de metodologias pobres na maioria dos estudos. Questões referentes à aceitabilidade do paciente, a taxa e gravidade dos efeitos adversos dos miniimplantes, e as variáveis que influenciaram o sucesso ainda precisam ser melhor analisadas. No entanto, o presente estudo confirma a eficácia desses dispositivos utilizados como elementos de ancoragem. Palavras-chave: miniimplantes; mini-parafusos; taxa de sucesso. Coswig, W.F. AVALIAÇÃO DE TAXA DE SUCESSO DE MINIIMPLANTES EM ORTODONTIA. 35f. Monografia (Especialização em Ortodontia). INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS, NÚCLEO DE PORTO ALEGRE, PORTO ALEGRE, 2009. ABSTRACT Anchorage during orthodontic treatment in the mandible and/or maxilla needs both time and effort and patient compliance. Mini-implants or miniscrews have been used in recent years for anchorage in orthodontic treatment. The mode of anchorage facilitated by these implants systems has a unique characteristic owing to their temporary use, which results in a transient, albeit absolute anchorage. The foregoing properties together with the recently achieved simple application of these screws have increased their popularity, establishing them as necessary treatment option in complex cases that would have otherwise been impossible to treat. However, there have been few human studies reporting the success rates of miniimplants. The aim of this review was to evaluate the success rate of mini-implants used for orthodontic anchorage. Twenty seven articles (3355 devices) were selected and analyzed in this study. The overall success rate was 88%. Mini-implants can be used as temporary anchorage devices, but research in this field is still in its infancy. Interpretation of findings was conditioned by lack of clarity and poor methodology of most studies. Questions concerning patient acceptability, rate and severity of adverse effects of miniscrews, and variables that influenced success remain unanswered. However, the present results confirm the effectiveness of these devices used as anchorage elements. Keywords: mini-implants; miniscrews; success rate. LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Apresentação dos artigos selecionados com seus respectivos números de implante, percentual de sucesso, número de falhas e tempo de controle. ................................................16 SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................1 2 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................................13 3 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................6 4 DISCUSSÃO ........................................................................................................................18 5 CONCLUSÃO......................................................................................................................31 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................32 1 1 INTRODUÇÃO Em Ortodontia, a ancoragem pode ser definida como a resistência ao movimento dentário indesejado e é uma das principais preocupações do ortodontista durante o planejamento e execução do tratamento ortodôntico (PARK et al., 2001). Historicamente, o uso de implantes para ancoragem iniciou antes de 1945 com estudos em cães realizados por Gainforth e Higley, e em humanos com Creekmore e Eklund em 1983. De acordo com Bezerra et al. (2004), dentre as várias formas de se obter a ancoragem absoluta indicadas na literatura, a que tem demonstrado maior aplicabilidade clínica é a técnica utilizando os miniparafusos ortodônticos, comparados com os outros sistemas de ancoragem absoluta, como os implantes osseointegráveis ou as miniplacas. Dispositivos de ancoragem podem ser classificados em dois tipos, baseados em sua origem (MELSEN, 2005). A primeira categoria tem sua origem em implantes dentários osseointegrados e incluem os miniimplantes ortodônticos, os implantes retromolares e os implantes palatais. A segunda categoria tem sua origem em miniimplantes cirúrgicos, como os utilizados por Creekmore e Eklund (1983) e posteriormente descritos por Kanomi (1997) e Costa et al. (1998). A principal diferença entre as duas categorias está no fato de que os dispositivos da segunda categoria apresentam menor diâmetro, superfície lisa e podem receber carga imediatamente após sua inserção (PAPADOPOULOS e TARAWNEH, 2007). O uso desses dispositivos como ponto de 2 ancoragem pode ser direto (com forças clínicas aplicadas aos dispositivos) ou indireto (com forças aplicadas às unidades dentárias que estão estabilizadas pelos miniimplantes). O uso dos miniimplantes (ou miniparafusos ou micro-parafusos ou pinos de ancoragem) tem-se tornado cada dia mais popular como ancoragem ortodôntica (BAE et al., 2002; CARANO et al., 2004). Os miniimplantes apresentam inúmeras vantagens em relação aos outros dispositivos citados devido ao seu tamanho reduzido, baixo custo e facilidade de instalação e remoção (DEGUCHI et al., 2003; YAO et al., 2004; POGGIO et al., 2006). Além disso, o procedimento cirúrgico para sua colocação é simples e o processo de reparação tecidual é rápido (KANOMI, 1997). Em estudo realizado por Park et al. (2001), as vantagens com o uso desse dispositivo foram a redução do tempo de tratamento com a retração de seis dentes anteriores simultaneamente e, além de não depender da cooperação do paciente, alcançar uma melhora no perfil mais rapidamente, dando ao paciente mais incentivo e motivação. Entre as vantagens ainda podem-se citar: facilidade de inserção, remoção, manutenção da higiene oral e redução drástica do tempo de cadeira (PAIK et al., 2002); capacidade de fornecer ótimas forças de tração, aplicabilidade em qualquer estágio de desenvolvimento, incluindo terapia interceptativa, redução no tempo de tratamento, eliminando a necessidade de preparar a ancoragem dentária, necessidade de mínima cooperação do paciente, proporciona conforto ao paciente e é de baixo custo (CARRARO et al., 2005). Estruturalmente, os miniimplantes são parafusos de titânio (grau IV ou V, para minimizar a osseointegração, indesejável no uso de miniimplantes), com medidas que podem variar de 4 a 12 mm de comprimento por 1,2 a 2 mm de diâmetro (POGGIO et al., 2006). A escolha do diâmetro e do comprimento do miniimplante depende de fatores como: altura óssea, espessura da cortical, estruturas anatômicas na região e os objetivos mecânicos (PARK et al., 2005; YAO et al., 2005; POGGIO et al., 2006). O dispositivo apresenta uma extremidade em forma de botão para apoio dos módulos elásticos e fios de amarril ou uma extremidade em forma de braquete com 3 uma caneleta para inserção de arcos retangulares (MARASSI et al., 2005). Os mini-implantes podem ser inseridos na região sagital mediana ou paramediana do palato duro da maxila, na cortical ou osso alveolar da área molar mandibular, bicorticalmente na área molar e pré-molar, e no osso zigomático para correções ortodônticas e ortopédicas (THIRUVENKATACHARI et al., 2006). De acordo com Kyung et al. (2003), o sucesso do uso de miniimplantes está relacionado com as habilidades do cirurgião, higiene bucal, condições do paciente, seleção do local adequado e estabilidade inicial. Os miniimplantes podem ser utilizados em várias aplicações clínicas, como por exemplo: (1) retração de dentes anteriores superiores e inferiores (LEE et al., 2001; BAE et al., 2002; PARK et al., 2005, THIRUVENKATACHARI et al., 2006). (2) mesialização de dentes posteriores. (3) intrusão de incisivos (CREEKMORE e EKLIND, 1983; PARK et al., 2003a; PARK et al., 2004b; YAO et al., 2004, OHNISHI et al., 2005). (4) distalização de molares superiores (CHUNG et al., 2005). (5) verticalização de molares. Além dessas aplicações, os miniimplantes ainda podem ser utilizados para extrusão de caninos (PARK et al., 2004a), extrusão de molares (PARK et al., 2002; GIACONTTI et al., 2004), fechamento de espaços (PARK et al., 2001, 2005; YUN et al., 2005), alinhamento de linha média (CARANO et al., 2005), correção da mordida cruzada posterior (OHNISHI et al., 2005), entre outras aplicações (ARAÚJO et al., 2006). Apesar da ampla utilização desses dispositivos de ancoragem, existem poucos estudos a respeito do índice de sucesso do uso de miniimplantes em ortodontia. A revisão da literatura foi realizada através de pesquisas nas bases de dados Pubmed, Periódicos Capes, Medline, Science Direct e Scielo em busca de publicações (1998 a 2009) que relatavam sucesso dos miniimplantes, independentemente do tipo, tamanho, diâmetro, marca comercial e aplicação clínica. Desses artigos apenas os miniimplantes que permitiam individualizar o 4 índice de sucesso foram selecionados. As causas de insucesso, quando possível, também foram relatadas. 5 2 PROPOSIÇÃO Devido à grande divulgação e utilização de sistemas de ancoragem e tendo em vista as dúvidas relacionadas à eficiência dos miniimplantes na correção ortodôntica, a proposta desse trabalho foi avaliar, através de revisão da literatura científica específica, a taxa de sucesso e insucesso do uso de miniimplantes em procedimentos odontológicos diversos como: intrusão, extrusão, tracionamento de canino, verticalização e distalização de molares. 6 3 REVISÃO DA LITERATURA Em estudo clinico prospectivo realizado por Costa et al. (1998) foram utilizados 16 miniimplantes (Cizeta®) em 14 pacientes. Os dispositivos utilizados eram de 9 mm de comprimento e 2 mm de diâmetro. A taxa de sucesso nesse estudo foi de 87,5%. Freudenthaler et al. (2001) utilizaram 12 miniimplantes (Leibinger®) em 8 pacientes (4 homens e 4 mulheres), com idade média de 22,1 anos (mínimo 13 e máximo 46 anos). A finalidade dos dispositivos nesse caso foi para protração de molar. A carga foi aplicada imediatamente após a inserção do miniimplante e, de acordo com os autores, isso reduziu o tempo de tratamento. Os miniimplantes eram de 13 mm de comprimento e 2 mm de diâmetro. A taxa de sucesso foi de 75% com um tempo de controle de 11 meses. Miyawaki et al. (2003) realizaram estudo para avaliar a taxa de sucesso de miniimplantes colocados na região posterior da boca. Foram inseridos 134 dispositivos em 51 pacientes, sendo que a taxa de sucesso dos miniimplantes de 1 mm de diâmetro foi significativamente menor do que os de 1,5 ou 2,3 mm. Os autores concluíram que os miniimplantes de 1 mm ou menos de diâmetro, a presença de inflamação no local de inserção e um grande ângulo de plano mandibular estão associados com o fracasso dos dispositivos 7 colocados na região posterior. A taxa de sucesso para os miniimplantes de 1,5 e 2,3 mm foi de 84 e 85% , respectivamente. O tempo de controle foi de 12 meses. Em estudo prospectivo realizado por Park et al. (2003), 180 miniimplantes (Osteomed®, Leibinger®, Avana®) foram inseridos em uma amostra de 73 pacientes (47 e 26 pacientes femininos e masculinos, respectivamente). A taxa de sucesso foi de 93%. Não foi possível identificar o tempo de acompanhamento do tratamento. Cheng et al. (2004) realizaram um estudo clinico prospectivo avaliando os fatores de risco associados com o insucesso do uso de miniimplantes para ancoragem ortodôntica. Foram inseridos 92 dispositivos (Leibinger®) em 44 pacientes (38 homens e 6 mulheres). A maior parte dos miniimplantes foi inserida na maxila. A taxa de sucesso foi de 89%. O resultado confirma a efetividade dos miniimplantes como unidades de ancoragem; entretanto, os autores concluem que em certas situações o ajuste ao plano de tratamento e modificações na técnica de colocação do dispositivo pode melhorar essa taxa de sucesso. Em estudo realizado por Fritz et al. (2004), foram inseridos 36 miniimplantes (Jeil Medical Corp®) com o objetivo de avaliar se esses dispositivos são adequados para a ancoragem ortodôntica. Foram utilizados miniimplantes com 1,4, 1,6 e 2 mm de diâmetro e 6, 8 e 10 mm de comprimento, os quais foram inseridos em 17 pacientes (idade média de 29 ± 14 anos). As indicações foram as mais diversas como, por exemplo, distalização, intrusão e mesilização de molar. A taxa de sucesso foi de 70%. Os autores concluem que o diâmetro pode estar relacionado com a taxa de sucesso do uso de miniimplantes. Gelgör et al. (2004) realizaram um estudo clínico prospectivo com o objetivo de avaliar a efetividade do uso de 44 miniimplantes (ISA®) para distalização de molar. Vinte e cinco pacientes (18 e 7 homens e mulheres, respectivamente; com idades médias de 11,3 e 16,5 anos, respectivamente) com classe I e II participaram do estudo. O tempo médio de tratamento foi de 4,6 meses. Em estudo de cefalometria, a distalização média foi de 3,9 mm. 8 Não houve alteração do ângulo do plano mandibular, nem overjet ou mordida cruzada. A taxa de sucesso nesse estudo foi de 100%. Os autores concluem que os miniimplantes são dispositivos adequados para ancoragem na distalização de molares. Liou et al. (2004) avaliaram a taxa de sucesso de 32 miniimplantes (Leibinger®, 2 mm de diâmetro e 17 mm de comprimento) inseridos em 16 pacientes (idade entre 22 e 29 anos) para ancoragem maxilar. Foram realizados estudos cefalométricos antes e após o tratamento. A taxa de sucesso foi de 100%. Os autores concluem que miniimplantes podem perder a estabilidade após a aplicação de carga. É recomendado, portanto, que não sejam inseridos em área do forame, grandes nervos e vasos e que se deixe um espaço de 2 mm de segurança entre o miniimplante e a raiz dental. Em trabalho apresentado na Sessão Anual da Associação Americana de Ortodontia, Marassi et al. (2005) obtiveram um índice de sucesso de 91% com o uso de 190 miniimplantes. Os autores consideraram que houve sucesso quando o dispositivo permaneceu estável durante o tempo de tratamento em que ele foi necessário. O estudo foi realizado na clínica de Especialização em Ortodontia da Unigranrio, onde os miniimplantes foram instalados sem retalho e com aplicação de força imediata ou no máximo em trinta dias. Motoyoshi et al. (2006) determinaram em seu estudo o torque adequado para obter os maiores índices de sucesso com os miniimplantes que foram inseridos na região posterior para ancoragem. Foram utilizados 124 dispositivos em 41 pacientes com uma média de idade de 24,9 anos. Utilizando o torque adequado (7,2-13,5 N/cm), a taxa de sucesso foi de 86%, com um tempo de controle de 6 meses. De acordo com os autores, para aumentar a taxa de sucesso de miniimplantes com 1,6 mm de diâmetro é recomendado usar um torque máximo de 5 a 10 N/cm. Thiruvenkatachari et al. (2006) realizaram um estudo prospectivo comparando e medindo a perda de ancoragem com e sem o uso de miniimplantes durante a retração de 9 caninos. Foram utilizados 18 miniimplantes (1,3 mm de diâmetro e 9 mm de comprimento) em 10 pacientes (7 mulheres e 3 homens, idade média de 19,6 anos), inseridos entre a raiz do segundo pré-molar e do primeiro molar. Cefalometria lateral foi feita antes e após a retração, e as imagens foram sobrepostas para avaliar a perda de ancoragem se presente. A média da perda de ancoragem foi de 1,6 mm na maxila e 1,7 mm na mandíbula no lado com a ancoragem molar. Não ocorreu perda de ancoragem no lado do miniimplante. A taxa de sucesso foi de 100% com o uso dos dispositivos, com acompanhamento de 5,5 meses. Os autores concluíram que os miniimplantes podem ser utilizados com sucesso na ancoragem inclusive para o tratamento de retração de molar. Park et al. (2006) estudaram os fatores associados ao sucesso de miniimplantes usados como ancoragem ortodôntica. Foram avaliados 87 pacientes (35 homens e 52 mulheres com idade média de 15,5 anos). Um total de 227 miniimplantes de 4 diferentes tipos (Leibinger®, Osteomed® e Absoanchor® de 1,2 mm; KLS-Martin®, 2 mm de diâmetro) foram implantados e avaliados durante 15 meses. A taxa de sucesso global do estudo foi de 92% aproximadamente. De acordo com os autores, os fatores relacionados aos miniimplantes, tais como tipo, diâmetro e tamanho, não apresentaram diferença significativa na taxa de sucesso. Além disso, nem os fatores relacionados ao paciente nem os diferentes protocolos cirúrgicos diferiram entre si. Os principais fatores de risco levantados foram inflamação e mobilidade. Portanto, para maximizar o sucesso do uso de miniimplantes sugere-se controlar a inflamação ao redor do implante principalmente se colocado no lado direito da boca. Em estudo retrospectivo Tseng et al. (2006) avaliaram a taxa de sucesso do uso de miniimplantes (Stryker–Leibinger®) como unidades de ancoragem e as possíveis causas que levaram ao insucesso. Foram utilizados 45 miniimplantes com 2 mm de diâmetro e 4 diferentes tamanhos: 8, 10, 12 e 14 mm. A carga foi aplicada apenas duas semanas da colocação do dispositivo. A taxa de sucesso foi de 80% (15 miniimplantes), 90% (10 10 miniimplantes), 100% (12 miniimplantes) e 100% (8 miniimplantes) para os miniimplantes de 8, 10, 12 e 14 mm, respectivamente. O tempo de acompanhamento foi de 16 meses. A localização do miniimplante foi um fator significante para o insucesso, sendo desaconselhada a inserção no ramo bilateral anterior. Além disso, a higiene ao redor do miniimplante também é um ponto importante e pode influenciar a taxa de sucesso. O objetivo de estudo realizado por Chen et al. (2006) foi determinar a taxa de sucesso de miniimplantes (Absoanchor®) com diferentes tamanhos e mesmo diâmetro. Um total de 29 pacientes participou do estudo (9 homens e 20 mulheres com idade média de 29,8 anos). 59 miniimplantes (18 de 6 mm e 41 de 8 mm, 1,2 mm de diâmetro) foram utilizados. As localizações foram diversas, como região posterior e anterior, tanto na maxila como na mandíbula. A taxa de sucesso foi de 72% e 90% para miniimplantes de 6 e 8 mm, respectivamente. Os resultados sugerem que os miniimplantes são uma excelente alternativa ortodôntica para ancoragem. Os autores recomendam preferencialmente o uso de dispositivos de 8 mm ao invés de 6 mm já que houve diferença significativa no índice de sucesso. Berens et al. (2006) realizaram um estudo com o objetivo de identificar os critérios que influenciam o sucesso clínico de miniimplantes. Foram inseridos 239 miniimplantes de 1,3 a 2,0 mm de diâmetro (Dual Top®, Absoanchor®) para ancoragem esquelética em 85 pacientes (72% mulheres, 28% homens), com idade entre 13 e 51 anos (média de 28 anos). O tempo máximo de tratamento foi de 733 dias, sendo a média de 235 dias. Nos 133 primeiros implantes a taxa de sobrevivência foi analisada e os resultados então aplicados para tratar os pacientes subseqüentes. A taxa de sucesso da primeira parte do estudo foi de 77%, e dos outros 106 miniimplantes de 95%. Os autores concluem que os miniimplantes são uma opção confiável para suporte ortodôntico. Em estudo piloto de Herman et al. (2006) avaliou-se a estabilidade, o conforto e a aceitação do paciente em casos de miniimplantes utilizados como ancoragem para retração de 11 caninos maxilares permanentes. Participaram 16 pacientes (10 mulheres, 6 homens; idade média de 14 anos) que tiveram seus primeiros pré-molares extraídos. Foram utilizados Ortho Implants® (IMTEC) de 1,8 mm de diâmetro. Duas técnicas de posicionamento foram utilizadas; no protocolo original a taxa de sucesso foi de 49% (19 de 39), e no protocolo modificado 100% (10 de 10) dos miniimplantes permaneceram estáveis. Com o estudo os autores concluem que os implantes utilizados podem servir como ancoragem para retração de caninos maxilares desde que posicionados adequadamente. Kuroda et al. (2007a) avaliaram em estudo retrospectivo a taxa de sucesso dos miniimplantes utilizados como ancoragem ortodôntica. Foram utilizados 116 miniimplantes (37 Keisei® e 79 Absoanchor®), com diferentes diâmetros e tamanhos (Keisei®: 2,0/2,3 mn de diâmetro, 7/11 mm de comprimento; Absoanchor®: 1,3 mm de diâmetro, 6/7/8/10/12 mm de comprimento). A cada paciente foi dado um questionário onde foi analisado o desconforto após a implantação. A taxa de sucesso foi de 81% e 89% para os miniimplantes Keisei® e Absoanchor®, respectivamente. Não houve correlação entre o diâmetro e a taxa de sucesso no estudo. Em relação aos dados obtidos sobre o desconforto, pacientes que receberam os miniimplantes reportaram mínimo desconforto, dificuldade de falar e deglutir. Os miniimplantes apresentam uma taxa de sucesso de aproximadamente 90%, similar taxa obtida com mini-placas e parafusos de titânio. Além disso, como esses dispositivos são inseridos sem incisão da mucosa, há significativa redução da dor e desconforto conforme relatado pelos pacientes estudados. Luzi et al. (2007) realizaram estudo prospectivo para avaliar a taxa de insucesso em miniimplantes utilizados para ancoragem ortodôntica com carga imediata. 140 miniimplantes (Aarhus Mini-implants®, Medicon) de 1,5 ou 2,0 mm foram utilizados em 98 pacientes (60 mulheres, 38 homens; idade média de 34 anos). A taxa de sucesso observada foi de 91%, similar a outros estudos em que um período de cicatrização foi cumprido, sugerindo 12 que a carga imediata com forças leves não deve ser considerada um fator de risco. Os autores concluem que outros fatores como inflamação do tecido circundante, características ósseas, espessura da mucosa e procedimentos cirúrgicos incorretos devem ser considerados determinantes para as falhas clínicas. Wiechmann et al. (2007) realizaram estudo prospectivo com o objetivo de avaliar a taxa de sucesso de miniimplantes utilizados para ancoragem ortodôntica, considerando a falta de evidências sobre a sua eficácia clínica. Foi utilizado um total de 133 implantes (79 Absoanchor®, 1,1 mm de diâmtro; 54 Dual Top®, 1,6 mm de diâmetro) em 49 pacientes (39 mulheres, 13 homens; idade média de 13 anos), durante 180 dias. No caso dos miniimplantes Absoanchor®, a taxa de sucesso foi de 70%, enquanto que para o tipo Dual Top® a taxa de sucesso foi de 87%. Com esses resultados os autores confirmam a eficácia de miniimplantes ortodônticos utilizados como elementos de ancoragem. Em estudo retrospectivo realizado por Motoyoshi et al. (2007), a taxa de sucesso com o uso de miniimplantes (Biodent®, 1,6 mm de diâmetro e 8 mm de comprimento) foi de 87%, com um tempo de acompanhamento de 6 meses. Foi considerado sucesso quando o dispositivo se manteve estável por pelo menos 6 meses e sem relato de dor pelo paciente. O estudo foi constituído de 4 homens e 28 mulheres (idades entre 14,6 e 42,8 anos) que receberam 11 e 76 miniimplantes, respectivamente. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito entre a espessura do osso no local de inserção e o torque a ser aplicado sobre a estabilidade dos miniimplantes. Os resultados obtidos mostraram que os indivíduos com maior espessura apresentaram as maiores taxas de sucesso (1.42 ± 0.59 mm vs 0.97 ± 0.31 mm, P = 0,01). Além disso, o torque ideal ficou entre 8 e 10 Ncm, com resultados significativamente maiores do que quando utilizados torques fora dessa faixa. Os autores concluem que o sítio de inserção do miniimplante deve ter pelo menos 1,0 mm de espessura e o torque deve ser controlado até no máximo 10 Ncm. 13 Hedayati et al. (2007) avaliaram em estudo prospectivo a taxa de sucesso dos miniimplantes para retração de caninos. Os 27 miniimplantes utilizados (O&M Medical®) eram de 2 mm de diâmetro e 9 e 11 mm de comprimento para a mandíbula e maxila, respectivamente. Nove pacientes com média de idade de 17,4 anos participaram do estudo. Um grupo de 10 pacientes recebeu o tratamento convencional e foram utilizados como controles. Ao final do primeiro estágio do tratamento ortodôntico, os pré-molares foram extraídos e após 1 semana uma força de retração de 180 g foi aplicada no canino. Análises cefalométricas foram obtidas durante o tratamento e revelaram a completa retração dos caninos (com média de duração de 23,2 semanas). O primeiro movimento dos molares foi significativamente diferente entre o grupo que recebeu o miniimplante e o grupo controle apenas no plano anteroposterior, tanto na mandíbula como na maxila. Os autores concluem que os miniimplantes são excelentes unidades para ancoragem em diferentes movimentos. Kuroda et al. (2007b) realizaram estudo retrospectivo com o propósito de avaliar a proximidade da raiz dentária como um fator de risco para a falha de miniimplantes utilizados como ancoragem ortodôntica. Foram estudados 216 miniimplantes (Absoanchor®, 1,3 mm de diâmetro; Martin®, 1,5 mm de diâmetro) em 110 pacientes (92 mulheres, 18 homens; idade média de 22 anos). A taxa de sucesso observada foi de 90% para os 156 implantes maxilares e 68% para os 60 miniimplantes posicionados na mandíbula. Houve correlação significativa entre a taxa de sucesso e a distância até a raiz. Assim, os autores concluem que a proximidade entre o miniimplante e a raiz é um fator de risco para a falha na ancoragem, sendo essa tendência mais óbvia na mandíbula. Chaddad et al. (2008), em estudo prospectivo, avaliaram a influência da característica da superfície dos miniimplantes na taxa de sucesso desses dispositivos. Para isso foram utilizados 32 miniimplantes (17 Dual Top® com superfície convencional; 15 CImplant® com superfície tratada com ácido) com diferentes diâmetros e tamanhos: Dual 14 Top® (1,4/1,6/2,0 mm de diâmetro e 6/8/10 mm de comprimento) e C-Implant® (1,8 mm de diâmetro e 8,5 mm de comprimento). A carga foi aplicada imediatamente e os pacientes acompanhados 7, 14, 30, 60 e 150 dias após a cirurgia. A taxa de sucesso foi de 83% e 94% para os miniimplantes Dual Top® e C-Implant®, respectivamente. A característica da superfície dos miniimplantes não influenciou estatisticamente a taxa de sucesso. Garfinkle et al. (2008) avaliaram a taxa de sucesso dos miniimplantes como unidade de ancoragem na extração de pré-molares em adolescentes. O estudo foi constituído de 30 pacientes (8 femininos e 5 masculinos com idade média de 14 anos e 10 meses). Os pacientes receberam 82 miniimplantes (Osteomed®) com 1,6 mm de diâmetro e 6 mm de comprimento. A carga de 250 g foi aplicada imediatamente após inserção do dispositivo. O lado contralateral recebeu carga de 3 a 5 semanas após. A média de movimentação foi de 0,75 a 1,0 mm/mês. A taxa de sucesso global desse estudo foi de 71%. Entretanto, a taxa de sucesso de miniimplantes que receberam carga imediata foi de 80,5% e foi significativamente maior do que a taxa de sucesso dos miniimplantes que receberam carga posterior, que foi de 61%. Os miniimplantes são bem tolerados e adequados como unidade de ancoragem em adolescentes. Além disso, a carga pode ser aplicada imediatamente após a inserção. Em estudo retrospectivo realizado por Moon et al. (2008), 480 miniimplantes (Dual Top®) foram utilizados e inseridos na região posterior da boca. O objetivo do estudo foi determinar a taxa de sucesso e os fatores relacionados a essa taxa em miniimplantes colocados na região posterior. Foram utilizados 209 pacientes divididos em grupos conforme a idade: jovens (10-18 anos, n=108) e adultos (19-64 anos, n=109). Os sítios para inserção dos dispositivos foram: entre o primeiro pré-molar e o segundo pré-molar (P1), entre o segundo pré-molar e o primeiro molar (P2) e entre o segundo molar e o primeiro molar (P3). A taxa de sucesso desse estudo foi de 84%. O sexo do paciente, idade, posição do miniimplante e tipo de tecido não influenciaram na taxa de sucesso obtida nesse estudo. Entretanto, o sítio de 15 colocação dos dispositivos apresentou diferença significativa quando aplicados na mandíbula em pacientes adultos. Não houve diferença significativa na taxa de sucesso na maxila. A taxa de sucesso foi significativamente menor quando os miniimplantes foram colocados entre o segundo pré-molar e o primeiro molar (P2). Portanto, o sítio de colocação é um fator importante na taxa de sucesso dos miniimplantes. Em estudo recente realizado por Wu et al. (2009), foram avaliados os fatores associados com a estabilidade de miniimplantes para ancoragem ortodôntica em 414 dispositivos em uma população de Taiwan. A amostra foi constituída de 166 pacientes (35 homens e 131 mulheres). Foram utilizados os seguintes miniimplantes: MIA®, n= 339, (diâmetros de 1,1, 1,2, 1,3, 1,4, 1,5, ou 1,7 mm; tamanho de 7, 8, ou 10 mm), Lomas®, n=36 (diâmetros de 1,5 ou 2,0 mm; comprimento de tamanho de 11 ou 13 mm) e A1®, n= 20 (diâmetros de 1,5 ou 2,0 mm e tamanho de 10 ou 12 mm). O estudo foi acompanhado por 6 meses. A taxa de sucesso foi de 89,9%. Não houve diferença estatística entre os miniimplantes colocados na maxila ou mandíbula. Abaixo estão apresentados os resultados em uma tabela para ilustrar os estudos aqui descritos. 16 Tabela 1 - Apresentação dos artigos selecionados com seus respectivos números de implantes, percentual de sucesso, número de falhas e tempo de controle. Nº de miniimplantes % de sucesso Falhas Tempo de controle (meses) Costa et al., 1998. 16 88% 12% --- Freudenthaler et al., 2001 12 75% 25% 11 Miyawaki et al., 2003. 134 84-85% 16% 12 Park et al., 2003b. 180 93% 7% --- Cheng et al., 2004. 92 91% 9% --- Fritz et al., 2004. 36 70% 30% --- Gelgör et al., 2004. 44 100% 0% --- Liou et al., 2004. 32 100% 0% 9 Marassi et al., 2005. 190 91% 9% Motoyoshi et al., 2006. 124 86% 14% 6 Thiruvenkatachari et al., 2006. 18 100% 0% 5,5 Park et al., 2006. 19 84% 16% 15 Park et al., 2006. 157 94% 6% 15 Park et al., 2006. 46 89% 11% 15 Tseng et al., 2006. 15 80% 20% 16 Tseng et al., 2006. 10 90% 10% 16 Tseng et al., 2006. 12 100% 0% 16 Tseng et al., 2006. 8 100% 0% 16 Chen et al., 2006. 18 72% 28% 19,5 Chen et al., 2006. 41 90% 10% 19,5 Berens et al., 2006 133 77% 23% 8 Berens et al., 2006 106 95% 5% 8 Estudo 17 Park et al., 2006. 227 92% 8% 15 Herman et al., 2006. 10 100% 0% --- Kuroda et al., 2007a. 37 81% 19% 12 Kuroda et al., 2007a. 79 89% 11% 12 Luzi et al., 2007. 140 91% 9% 4-37 Wiechmann et al., 2007. 79 70% 30% 6 Wiechmann et al., 2007. 54 87% 13% 6 Motoyoshi et al., 2007 87 87% 13% 6 Hedayati et al., 2007. 27 82% 18% 5,4 Kuroda et al., 2007b. 195 96% 4% 12 Kuroda et al., 2007b. 21 100% 0% 12 Chaddad et al., 2008. 17 83% 17% 5 Chaddad et al., 2008 15 94% 6% 5 Garfinkle et al., 2008. 30 71% 29% --- Moon et al., 2008. 480 84% 16% 8 Wu et al., 2009. 414 89,9% 10,1% 6 Total miniimplantes: 3355 Média aritmética % sucesso 88% Média ponderada % sucesso 88,4% 18 4 DISCUSSÃO Apesar do número considerável de artigos científicos sobre o assunto, a literatura apresenta estudos limitados sobre a taxa de sucesso do uso desse tipo de dispositivo. A revisão mostra o resultado obtido da análise de 27 artigos que continham informações sobre miniimplantes, número de implantes (3355 miniimplantes), porcentagem de sucesso e tempo de controle. A média aritmética e ponderada da porcentagem de sucesso foi 88% e 88,4%, respectivamente. Os piores resultados com miniimplantes foram obtidos por Fritz et al. (2004) e Wiechmann et al. (2007) com uma porcentagem de sucesso de 70%. Esse alto índice de insucesso (30%), quando comparado com os demais estudos, pode estar relacionado com a não osseointegração que ocorre com os miniimplantes (FRITZ et al., 2004). Estudos com um número pequeno de miniimplantes (entre 12 e 21) têm demonstrado uma taxa de insucesso de até 25% (COSTA et al., 1998; BERNHART et al., 2001; FREUDENTHALER et al., 2001). Apesar das causas ainda não estarem claras e bem determinadas, essa baixa taxa de sucesso pode estar relacionada ao estresse, pacientes fumantes e periodontite. Além disso, tais autores sugerem que o aumento da taxa de sucesso pode estar relacionado com a experiência e habilidade do profissional e a técnica de inserção do miniimplante (COSTA et al., 1998; BERNHART et al., 2001). Em outro estudo realizado por Herman et al. (2006), a taxa de 19 sucesso em determinado protocolo utilizado pelo autor foi inferior a 50%. Nesse estudo, o autor justifica a baixa taxa de sucesso por problemas de instabilidade na técnica de instalação do miniimplante. A maioria dos estudos encontrados mostra altos índices de sucesso com o uso de miniimplantes que variam de 80 a 100%. Essa variação pode estar associada com o tipo de miniimplante (material e superfície), tamanho, diâmetro, técnica cirúrgica e tempo de avaliação pós-cirúrgico. Nesses estudos, os miniimplantes foram inseridos em várias regiões tanto da mandíbula como da maxila. Além disso, os miniimplantes foram utilizados para uma série de finalidades clínicas, entre elas: movimentação de dentes na mandíbula e maxila (MIYAWAKI et al., 2003; PARK et al., 2003a,b; KURODA et al., 2007a,b; LUZI et al., 2007), retração de dentes anteriores tanto maxilares quanto mandibulares (MOTOYOSHI et al., 2006), retração de caninos (Thiruvenkatachari et al., 2006) e distalização de molares (KINZINGER et al., 2008). A taxa de sucesso foi de 100% em estudos realizados por Gelgör et al. (2004), Liou et al. (2004), Thiruvenkatachari et al. (2006), Tseng et al. (2006), Herman et al. (2006), Kuroda et al. (2007b) e Kinzinger et al. (2008) para as seguintes aplicações clínicas, respectivamente: distalização de molares, retração de maxilar anterior, retração de caninos tanto na maxila como na mandíbula, movimentos de maxila e mandíbula, retração maxilar de caninos e distalização de molares. Alguns autores associam o diâmetro e o tamanho do miniimplante com a taxa de sucesso e/ou insucesso. Assim, quanto menor o diâmetro do dispositivo, menor a taxa de sucesso (MIYAWAKI et al., 2003). De acordo com Fritz et al. (2004), miniimplantes de 1,6 e 2 mm de diâmetro proporcionam a ancoragem adequada enquanto que diâmetros de 1,4 mm apresentam altos índices de falha. Já o tamanho do miniimplante não tem relação com a taxa de sucesso, desde que seja pelo menos de 6 mm. Entretanto, nos estudos mais recentes, miniimplantes menores (6-10 mm) têm apresentado altas taxas de sucesso quando 20 comparados aos miniimplantes mais longos (> 10 mm) (KURODA et al., 2007a; WIECHMANN et al., 2007). Além da alta taxa de sucesso dos miniimplantes, esses dispositivos apresentam uma série de vantagens em relação aos demais mecanismos para ancoragem. De acordo com Paik et al. (2002), os miniimplantes estão substituindo os implantes convencionais e as miniplacas nas aplicações ortodônticas. Dentre as vantagens oferecidas na fixação intermaxilar em pacientes cirúrgicos destacam-se: facilidade de inserção e remoção, manutenção da higiene oral e redução do tempo de cadeira, menor tempo para inserção de cada parafuso e não há necessidade do ortodontista confeccionar os arcos cirúrgicos com ganchos soldados. Park et al. (2003) ressaltam que os miniimplantes são capazes de resolver vários problemas associados à intrusão dentária além de ter outras vantagens. O design simples torna-os mais confortáveis para os pacientes; os efeitos colaterais, como a extrusão de dentes adjacentes é minimizada, proporcionando resultados mais confiáveis. Além disso, a técnica de implantação é relativamente simples, tal como o controle na direção e quantidade de força. Para Carvalho et al. (2004) as principais vantagens desses dispositivos em relação aos demais são: diversos sítios de colocação, fácil instalação e remoção, baixo custo, facilidade no direcionamento das forças em relação ao centro de resistência, diâmetro reduzido do implante, pronto para carga imediata, fácil instalação e remoção, baixo custo, facilidade no direcionamento das forças em relação ao centro de resistência, diâmetro reduzido do implante, pronto para carga imediata, fácil higienização, dispensa a colaboração do paciente e reduz o tempo de tratamento simplificando a mecânica ortodôntica. Além de simplificar a mecânica ortodôntica, os miniimplantes podem evitar inclusive certos efeitos colaterais encontrados na mecânica convencional como a perda de ancoragem, reduzem a necessidade de cooperação do paciente e eliminam o uso do aparelho 21 extrabucal, sendo que forças podem ser aplicadas imediatamente após sua instalação (YAO et al., 2004). Carano et al. (2005) destacam como vantagens dos miniimplantes em relação a outras formas de ancoragem a capacidade de fornecer ótimas forças de tração, aplicabilidade em qualquer estágio de desenvolvimento, incluindo terapia interceptativa, redução no tempo de tratamento, eliminando a necessidade de preparar a ancoragem dentária, necessidade de mínima cooperação do paciente, proporciona conforto ao paciente e é de baixo custo. Já as vantagens dos mini-implantes quando comparados aos sistemas de implantes osseointegrados convencionais são: maior número de sítios de implantação, fácil inserção e remoção, capacidade de receber cargas imediatas, aplicabilidade em pacientes em crescimento e custo bem menor. Entretanto, os mesmos autores destacam também as desvantagens dos miniimplantes, como a possibilidade de dano às estruturas anatômicas como nervos, vasos e raízes, perda do mini-implante durante a inserção e recebimento de cargas, quebra dentro do osso durante a inserção ou remoção e inflamação ao redor dos sítios de implantação. Em estudo realizado por Wu et al. (2009) foi encontrada uma relação entre o diâmetro dos miniimplantes e a taxa de sucesso. Nesse estudo, dispositivos com diâmetro igual ou menor do que 1,4 mm aplicados na maxila apresentaram significativamente mais falha do que os de diâmetro maior. Entretanto, o tamanho, a idade e o sexo do paciente não apresentaram relação com a taxa de sucesso. Além disso, os autores destacam a necessidade de manter uma higiene adequada ao redor da unidade de ancoragem para que se obtenham índices de sucesso similares. Portanto, as altas taxas de sucesso apresentados nesse trabalho dão subsídios para afirmar que os miniimplantes podem ser utilizados com segurança e eficácia clínica como unidades de ancoragem em ortodontia. Para que tais índices sejam alcançados há a necessidade de se seguir determinados protocolos, tanto pré como pós-cirúrgicos como: 22 planejar cuidadosamente o local de inserção dos dispositivos e a força a ser aplicada; evitar cirurgia traumática, utilizando contra-ângulo de redução e irrigação adequada para evitar aquecimento durante a perfuração; utilizar miniimplantes de maior diâmetro (não menores do que 1,3 mm) ou dois miniimplantes conjugados nos casos de pacientes dolicofaciais ou pacientes com corticais delgadas; evitar inserção de miniimplantes em mucosa alveolar e aplicação de força excessiva sobre o miniimplante durante o tratamento; orientar o paciente em relação à higiene oral ao redor do miniimplante e também para que evite a pressão com a língua ou o dedo sobre o dispositivo; evitar inflamação no perímetro do miniimplante (MIYAWAKI et al., 2003; FRITZ et al., 2004; PARK et al., 2006; LUZI et al., 2007, PAPADOPOULOS et al., 2007; CHEN et al., 2009). 23 5 CONCLUSÃO Através dessa análise de literatura sobre o sucesso no uso dos miniimplantes constatou-se um índice de sucesso entre 70 e 100%, com uma média de 88%, índice que possibilitou verificar a eficiência desses dispositivos quando bem indicados. O sucesso no uso de miniimplantes parece estar associado com um correto diagnóstico, adequado planejamento na escolha dos dispositivos e escolha sobre a técnica operatória, além do conhecimento sobre a mecânica da movimentação dentária. Com o uso de miniimplantes pode-se ampliar as possibilidades de tratamento e auxiliar o profissional nos casos antes considerados complexos e de difícil execução, principalmente quando necessário a cooperação do paciente. Os resultados aqui apresentados geram a necessidade de realizar estudos longitudinais prospectivos e controlados para consolidar a confiabilidade desses recursos de ancoragem inovadores. 24 REFERÊNCIAS ARAÚJO, T. M.; NASCIMENTO, M. H.; BEZERRA, F.; SOBRAL, M. C. Ancoragem esquelética em Ortodontia com miniimplantes. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 11, n. 4, p. 126-156, 2006. BAE, S. M.; PARK, H. S.; KYUNG, H. M.; KWON, O. W.; SUNG, J. H. Clinical application of micro-implant anchorage. 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