Dica Clínica
O uso de miniimplantes como
ancoragem ortodôntica – planejamento
ortodôntico/cirúrgico
Ana Cláudia Moreira Melo*, Lucila Largura Zimmermann**,
Paulo César Raveli Chiavini***, Eleise Sosnoski Belaver****,
Huberto Araldi Leal*****, Geninho Thomé******
Resumo
A ancoragem pode ser definida em Ortodontia como a resistência ao movimento
dentário indesejado e é uma das maiores
preocupações do ortodontista durante o
planejamento e execução do tratamento
ortodôntico. A ancoragem poder ser obtida tanto por mecanismos intrabucais
(Barra palatina, Botão de Nance, etc),
como por meio de aparelhos extrabucais,
o que torna a colaboração do paciente imprescindível para o sucesso do tratamento. Com o objetivo de buscar métodos de
ancoragem intrabucal independentes da
colaboração do paciente, alguns autores
sugeriram a utilização de implantes dentários osseointegrados para utilização em
Ortodontia e, recentemente, foram desenvolvidos implantes específicos, entre
eles os miniimplantes. Estes apresentam
tamanho reduzido, o que possibilita sua
instalação inclusive entre raízes dentárias, viabilizando seu uso em inúmeras
situações clínicas. Baseado nos benefícios
que a utilização dos miniimplantes trazem à prática ortodôntica, o objetivo deste artigo é a descrição do planejamento
ortodôntico/cirúrgico e da mecanoterapia
ortodôntica, com exemplos clínicos.
Palavras-chave: Ancoragem ortodôntica. Implantes dentários. Miniimplantes.
*Mestre e Doutora em Ortodontia pela UNESP/Araraquara. Professora dos Cursos de Especialização do ILAPEO/Curitiba, FURB/Blumenau, ABO/Maceió.
**Mestranda em Ortodontia pela São Leopoldo Mandic.
***Mestre e Doutor em Ortodontia pela UNESP/Araraquara. Professor da Pós-graduação em Odontologia – Ortodontia da UNIARARAS. Professor dos Cursos de Especialização da FURB/Blumenau, UNISA/São Paulo e CESTEP/Araguaina.
****Aluna do Curso de Especialização em Ortodontia da FURB/Blumenau.
*****Aluno do Curso de Especialização em Ortodontia da FURB/Blumenau.
******Doutorando em Implantodontia pela São Leopoldo Mandic. Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia da Universidade Tuiuti do Paraná/ILAPEO.
Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 5, n. 6 - dez. 2006/jan. 2007
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O uso de miniimplantes como ancoragem ortodôntica – planejamento ortodôntico/cirúrgico
Introdução
Após o advento da osseointegração, proposto por Branemark
et al.2, a possibilidade de atingir ancoragem absoluta tem revolucionado a Ortodontia5.
Implantes osseointegrados, instalados para substituir dentes
perdidos, começaram a ser utilizados como mecanismo de ancoragem no tratamento ortodôntico na década de 807,8,15,18,19,20,23.
Contudo, esses implantes apresentam uso limitado, já que só podem ser instalados em áreas edêntulas ou na região retromolar9.
Para alguns autores, aspecto desfavorável é a necessidade do
período de espera para cicatrização óssea antes da aplicação da
força, além do desconforto do pacientes durante o procedimento cirúrgico1,10. Entretanto, está experimentalmente comprovado que não há diferença se a força for aplicada imediatamente1
ou após algum tempo de espera16, já que a retenção mecânica
(estabilidade primária) é suficiente para suportar as forças ortodônticas5,12.
Dessa forma, alguns estudos foram iniciados com o objetivo
de criar dispositivos que pudessem ser utilizados especificamente
como ancoragem ortodôntica. Placas de fixação usadas em cirurgia ortognática, ligaduras zigomáticas14 e até mesmo parafusos
utilizados para enxerto6 foram propostos para servirem como
ancoragem esquelética durante o tratamento ortodôntico. Também, os recentemente denominados Dispositivos de Ancoragem
Temporária5, implantes específicos para uso ortodôntico, foram
propostos, como os implantes palatinos3,11,24, miniplacas21 e os
miniimplantes1,9,10,11,17.
De modo geral, os sistemas de miniimplantes comercialmente disponíveis têm como característica principal a ação de fixação
auto-travante no momento da instalação. Os miniimplantes22 utilizados neste trabalho (Neodent®, Curitiba, Brasil) são confeccionados em titânio com superfície lisa, rosca dupla para facilitar a
inserção no leito ósseo, roscas piramidais auto-travantes, com perfil levemente cônico para compactação lateral e maior facilidade
durante a remoção, e são apresentados na forma auto-perfurante
ou não. Podem ser de diferentes alturas de transmucoso, variando
entre 0mm (cinta baixa), 1mm (cinta média) e 2mm (cinta alta)
e possuem conexão hexagonal, para maior praticidade durante a
instalação e remoção (Fig. 1). Normalmente os miniimplantes são
comercializados juntamente com kits de instalação que permitem
a inserção segura do mesmo (Fig. 2).
Os miniimplantes apresentam diversas indicações clínicas, entre elas: retração do segmento anterior, evitando o uso de aparelho
extrabucal como reforço de ancoragem, verticalização de molares,
intrusão de dentes anteriores e até mesmo intrusão de molares. Apesar do pequeno diâmetro (variações de 1 a 2mm), os miniimplantes
são capazes de suportar forças de até 450g, enquanto a maioria das
forças utilizadas em Ortodontia é inferior a 250g11.
C
D
A
Figura 1 - Miniimplantes com diferentes alturas de transmucoso, cinta baixa
(0mm), cinta média (1mm) e cinta alta (2mm).
22
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B
Figura 2 - Kit de instalação do miniimplante. A) Chave tufo para instalação
manual. B) Torquímetro. C) Adaptadores para contra-ângulo, peça reta e catraca. D) Brocas para contra-ângulo e peça reta.
Ana Cláudia Moreira Melo, Lucila Largura Zimmermann, Paulo César Raveli Chiavini, Eleise Sosnoski Belaver, Huberto Araldi Leal, Geninho Thomé
Baseado nos benefícios do uso de dispositivos de ancoragem
temporária na mecanoterapia ortodôntica e frente às dúvidas que
ainda norteiam este tema, será realizada uma descrição do planejamento ortodôntico/cirúrgico e da mecanoterapia ortodôntica, ilustrada com esquemas e exemplos clínicos.
Planejamento Ortodôntico/Cirúrgico
Após a confirmação da indicação do uso dos miniimplantes,
cabe ao ortodontista realizar uma cuidadosa avaliação da área
ideal para instalação dos mesmos, baseado no sistema de forças a
ser utilizado. Considerações sobre o ponto de aplicação da força,
o centro de resistência dos dentes e grupos de dentes envolvidos
na movimentação, assim como os possíveis momentos de força gerados com a movimentação, devem ser realizadas. Deve ser
salientado que é essencial evitar a incorporação de momentos
gerados ao redor do longo eixo (efeito de giro) do miniimplante,
o que poderia levar à perda do mesmo.
O planejamento inicial do ortodontista visa identificar a área
ideal para o posicionamento dos miniimplantes, do ponto de
vista de como a movimentação será realizada. Deve também ser
considerado o modo de aplicação da força, direto ou indireto.
Molas pré-fabricadas de níquel-titânio ou elásticos em cadeia,
se estendendo do parafuso até a unidade ativa, geram sistemas
de ancoragem direta (Fig. 3). Por outro lado, os miniimplantes
também podem ser usados como ancoragem indireta, ou seja, o
miniimplante é unido ao dente que servirá de unidade de ancoragem para aplicação da força (Fig. 4)3.
Contudo, a avaliação definitiva da região exata de instalação
deverá ser complementada por meio de radiografias periapicais e
em conjunto com o cirurgião. Devido ao tamanho reduzido dos
miniimplantes, não existem restrições em termos de localização
dos mesmos, porém deve-se avaliar a localização das raízes dos
dentes próximos ao local de inserção e estruturas anatômicas,
como canal mandibular e seio maxilar, a fim de evitar danos aos
tecidos vizinhos.
A definição do comprimento e diâmetro do miniimplante cabe
ao profissional que irá realizar a instalação. A densidade do osso
cortical é um fator essencial para a retenção do miniimplante,
e varia de acordo com os pacientes e também com o local onde
será aplicado. Quanto mais denso o osso, maior probabilidade de
estabilidade do mesmo17. Por exemplo, na cortical fina da região
posterior da maxila indica-se o uso de miniimplantes mais longos
e com maior diâmetro, para aumentar a estabilidade dos mesmos11,22.
A técnica de instalação dos miniimplantes é, geralmente, um
procedimento simples, realizado sob anestesia local, por meio de
infiltração de pouco menos que 1/4 do tubete anestésico, próximo à área definida como ideal para a instalação dos implantes
(Fig. 5A). É realizada perfuração direta do local da inserção com
broca adaptada em micromotor específico para implantes (Fig.
5B). O diâmetro da broca utilizada para a perfuração deve ser
menor do que o diâmetro escolhido para o miniimplante, para
que seja obtida estabilidade primária do mesmo (resistência mecânica). Segue-se, então, a inserção do miniimplante, que poderá
ser realizada manualmente ou por meio do contra-ângulo (Fig.
5C, D), devendo ser observado o controle do torque de instalação, conforme determinado pelo fabricante, para que não haja
risco de fratura devido ao diâmetro reduzido (Fig. 5E, F). No caso
da utilização de implantes auto-perfurantes não há perfuração
com a broca.
Assim como na Ortodontia tradicional, deve sempre ser utilizada força leve, variando de acordo com o tipo de movimento indicado e quantidade de dentes envolvidos. Dessa forma há
controle do risco de reabsorção radicular. Mais uma vez deve ser
ressaltada a importância da avaliação do sistema de forças a ser
utilizado, para que o movimento seja realizado da forma mais
controlada possível, evitando efeitos colaterais.
Grande parte dos relatos de instabilidade e necessidade de
remoção dos miniimplantes, normalmente, está associada à inflamação dos tecidos moles ao redor dos parafusos17. Cheng et
al.4, ao avaliarem os possíveis fatores associados à estabilidade
dos miniimplantes, observaram que o comprimento dos parafusos não apresentou relação direta com a permanência ou não
dos miniimplantes. Segundo os autores, a quantidade de força também não mostrou relação estatisticamente significante,
contudo eles salientaram que as forças utilizadas foram bem
controladas e leves. Por outro lado a localização anatômica e as
características do tecido mole foram significantemente associadas à infecção peri-implantar e, conseqüentemente, à falha
na mecanoterapia, sendo maior o risco de fracasso quando instalado em mucosa. Alguns autores11,17 argumentam que o ideal
é o posicionamento em gengiva inserida, devendo ser evitada
área de mucosa, que é mais propensa a problemas de estabilidade dos miniimplantes, devido ao maior risco de inflamação
peri-implantar. Quando a instalação é feita em área de mucosa,
alguns sistemas de implante propõem que o mesmo seja mantido recoberto pelo tecido mole, deixando-se apenas um fio de
amarrilho exposto à cavidade bucal1, enquanto outros propõem
diferentes alturas de transmucoso da extremidade ativa, o que
diminui o risco de perda (Fig. 1).
Como cuidado pós-operatório, os pacientes deverão ser instruídos a manterem excelente higiene do local, já que um dos
fatores relacionados à perda de estabilidade dos miniimplantes é
a presença de inflamação local10. Por outro lado, o desconforto é
mínimo, devido às pequenas dimensões do miniimplante e pela
técnica não ser muito invasiva1,10.
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O uso de miniimplantes como ancoragem ortodôntica – planejamento ortodôntico/cirúrgico
Figura 3 - Exemplo de ancoragem direta utilizada para retração em massa.
Figura 4 - Exemplo de ancoragem indireta utilizada para verticalização
de molar.
a
b
c
d
e
f
Figura 5 - Procedimento cirúrgico. A) Anestesia. B) Perfuração direta. C) Instalação do miniimplante com micromotor. D) Instalação do miniimplante com chave
tufo. E) Aplicação do torque de 10N. F) Miniimplantes instalados.
Indicações
Intrusão de molar
Para intrusão de molares, sugerimos a instalação de dois
miniimplantes, um na mesial e outro na distal do dente a ser
intruído, sendo um na vestibular e outro na superfície lingual
(Fig. 6). A decisão sobre qual será o vestibular e o lingual cabe
ao cirurgião e vai depender da disponibilidade óssea, espaço
para instalação e acessibilidade. Este planejamento com dois
implantes tem como objetivo evitar movimento de inclinação
do dentes durante a intrusão, mantendo um sistema de forças
controlado.
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Após a instalação dos implantes, é adaptada a banda com
tubos vestibular e lingual. Dois pequenos ganchos são confeccionados, sendo um de fio de aço inoxidável 0,021” x 0,025”, que
será posicionado no slot do tubo vestibular, e outro com fio de
aço 0,9mm, inserido no tubo lingual, simulando a aleta de uma
barra palatina (Fig. 7A, B, C). O objetivo de usar os tubos para
ativação do elástico é que a força de intrusão seja vertical e bem
controlada, evitando inclinações inadequadas.
Quanto à força, têm sido usados 50g para intrusão de cada
molar e o tempo médio de intrusão é de 3 meses, para que seja
possível a reabilitação protética do arco antagonista (Fig. 7D, E).
Ana Cláudia Moreira Melo, Lucila Largura Zimmermann, Paulo César Raveli Chiavini, Eleise Sosnoski Belaver, Huberto Araldi Leal, Geninho Thomé
Figura 6 - Desenho ilustrando a utilização de miniimplantes para
intrusão do molar.
a
b
d
c
e
Figura 7 - Exemplo clínico de miniimplantes usados para intrusão de molar superior. A) Situação clínica inicial segundo modelo de estudo. B) Miniimplante
instalado na superfície palatina, mesialmente ao molar. C) Miniimplante instalado na superfície vestibular, em posição distal ao molar. D, E) Molar intruído, 3
meses após início da aplicação da força.
Verticalização de molares
Para verticalização de molares (Fig. 8A) tem sido realizada a
instalação de dois miniimplantes verticalmente ao osso alveolar,
mesiais ao molar a ser verticalizado (Fig. 8B). Os dois implantes são
colocados próximos entre si e deverão ser unidos por meio de resina fotopolimerizável, simulando uma coroa provisória, na qual será
colado um braquete. É indispensável a utilização de dois miniimplantes unidos para evitar que o momento de força, gerado como
reação da força aplicada, resulte no afrouxamento do parafuso.
A mola de verticalização é confeccionada com fio de aço 0,017” x
0,025” (Fig. 8C). Pode ser observada verticalização com abertura de
espaço de forma bem rápida e segura (Fig. 8D, E).
Intrusão de dentes anteriores
Para a intrusão de dentes anteriores sugerimos a instalação
dos miniimplantes entre o incisivo lateral e o canino, de cada lado
(Fig. 9). Um segmento de fio retangular de aço é, então, adaptado de canino a canino, tendo ganchos posicionados na mesma
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O uso de miniimplantes como ancoragem ortodôntica – planejamento ortodôntico/cirúrgico
direção dos miniimplantes (Fig. 10A). O posicionamento dos miniimplantes entre incisivo lateral e canino deve-se à posição do
centro de resistência do grupo de dentes anteriores. Dessa forma,
a força gerada produzirá movimento de intrusão real, evitando
qualquer possibilidade de vestibularização indesejada dos dentes
(Fig. 10B).
Remoção dos Miniimplantes
Os miniimplantes são removidos com facilidade aplicando-se
um contra-torque à conexão de hexágono (Fig. 11A, B). Normalmente não é necessária anestesia, já que o pequeno desconforto
que o paciente pode sentir durante a remoção é menor que o devido à anestesia, e não é necessário qualquer tipo de sutura9,13,14.
b
a
d
c
e
Figura 8 - A) Periapical inicial mostrando inclinação do molar inferior. B) Periapical mostrando os dois miniimplantes instalados no espaço edêntulo. C) Mola de
aço inoxidável 0,017” x 0,025”adaptada ao braquete colado na resina que une os dois miniimplantes. D) Radiografia periapical 1 mês após a aplicação da força.
E) Situação clínica 2 meses após a aplicação da força.
Figura 9 - Desenho esquemático mostrando mecânica para intrusão de dentes anteriores.
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Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 5, n. 6 - dez. 2006/jan. 2007
Ana Cláudia Moreira Melo, Lucila Largura Zimmermann, Paulo César Raveli Chiavini, Eleise Sosnoski Belaver, Huberto Araldi Leal, Geninho Thomé
a
b
Figura 10 - A) Aplicação de força para intrusão do segmento anterior. É colocado um fio retangular de aço inoxidável, seccionado na distal dos caninos, com
ganchos posicionados na direção dos miniimplantes e aplicada a força por meio de elásticos em cadeia. B) Situação clínica no momento da remoção dos miniimplantes, 3 meses após o início da aplicação da força.
a
b
Figura 11 - Remoção do miniimplante com chave tufo.
Quando for observada resistência ao afrouxamento do parafuso, a
catraca pode ser utilizada, porém sua remoção não deve ser forçada. Esse problema normalmente se resolve em alguns dias após a
tentativa de remoção, quando o parafuso afrouxa por si só14.
Conclusão
Pode ser concluído que os miniimplantes são um excelente
método de ancoragem ortodôntica e proporcionam resultados
excelentes, desde que seja realizado um cuidadoso planejamento
ortodôntico/cirúrgico.
Agradecimentos
Agradecemos ao Dr. José Renato de Souza e Dr. Edivaldo Romano Coro pela instalação dos miniimplantes.
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O uso de miniimplantes como ancoragem ortodôntica – planejamento ortodôntico/cirúrgico
The use of micro screws as orthodontic
anchorage – orthodontic/surgical planning
Abstract
Orthodontic anchorage can be defined as the resistance
to unwanted tooth movement and is one of the major
concerns during orthodontic planning and treatment. It can
be obtained even with intraoral dispositives (Transpalatal
bar, Nance´s button etc) as with the aid of extraoral devices,
in which patient compliance is essencial for the success of
the treatment. Non-compliance anchorage methods have
always been searched in orthodontics and some authors
have proposed the use of osseointegrated dental implants
to be used in Orthodontics and, recently, specific implants
for Orthodontics were developed, as for example the micro
screws. Considering the reduced size of the micro screws
they can be used even between teeth roots. Based on
the benefits that micro screws have in inumerous clinical
situations, the aim of this article is the description of
orthodontic and surgical planning and detailed explanation
of orthodontic mechanics with the use of micro screws
presenting clinical examples.
key words: Orthodontic anchorage. Dental implants. Micro screws.
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Endereço para correspondência
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