Efeito do Tratamento com Metilfenidato sobre a
Ritmicidade Circadiana em Modelo Animal do
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade
Laura Simões da Costa Pinto
PIBIC/CNPq
Orientador: Fernando M. Louzada
Colaboradores: Bruno J. Martynhak, Roberto Andreatini
INTRODUÇÃO
RESULTADOS
O
transtorno
de
déficit
de
atenção/hiperatividade (TDAH) é o transtorno
psiquiátrico mais comum na infância e
adolescência e a droga mais utilizada no
tratamento é o metilfenidato.
Ratos da linhagem SHR são espontaneamente
hipertensos
e
apresentam
hiperatividade
locomotora, impulsividade e atenção reduzida¹,
têm sido propostos como um bom modelo animal
para o subtipo combinado de TDAH².
Até o momento, o efeito crônico do
metilfenidato sobre a ritmicidade circadiana não foi
avaliado neste modelo animal, sendo o objetivo
deste estudo avaliar o efeito do tratamento crônico
sobre a ritmicidade circadiana em ratos SHR.
As atividades nas fases clara e escura não
foram diferentes entre as linhagens, e ambas
mostraram-se sincronizadas ao ciclo claro/escuro,
com ritmo circadiano de atividade/repouso com
período de 24h. Em escuro constante, ratos Wistar
expressaram um período em livre curso maior
{24,73(0,29)h} quando comparados aos ratos SHR
{24,06(0,07)h}.
MATERIAL e MÉTODOS
Para
avaliar
parâmetros
do
ciclo
atividade/repouso, ratos Wistar (WIS) e SHR foram
mantidos isolados em gaiolas individuais a partir do
dia pós-natal 28 em ciclo claro/escuro 12:12 (5
animais por grupo) ou em escuro constante
(4WIS/5SHR), com a atividade locomotora
registrada durante 40 dias. Os dados de atividade
foram agrupados em blocos de 5 minutos e
plotados em actogramas. Foi realizada análise
espectral para ambas as condições e comparação
de atividade na fase clara e escura entres os
animais mantidos em ciclo normal para comparar
as diferentes linhagens. Diferenças no ciclo
atividade/repouso foram avaliadas através do teste
U de Mann-Whitney.
Para a escolha da dose de metilfenidato a ser
utilizada durante o tratamento crônico foram
realizados testes com administração aguda de
metilfenidato [3mg/kg (n=11); 5mg/kg (n=11); 7
mg/kg (n=11); 10mg/kg (n=5)] ou solução salina
(n=11) em ratos Wistar, com avaliação do efeito do
tratamento na locomoção no aparato de Campo
Aberto. Estas variáveis foram analisadas por
ANOVA de uma via, seguidas de teste post-hoc de
Fisher.
Valores de p<0,05 foram considerados
significativos.
REFERÊNCIAS
¹FOX AT et al. Impulsive choice in a rodent model of attentiondeficit/hyperactivity disorder. Behav Brain Res. 2008 Feb
11;187(1):146-52.
²SAGVOLDEN T et al. The spontaneously hypertensive rat
model of ADHD--the importance of selecting the appropriate
reference strain. Neuropharmacology. 2009;57(7-8):619-26.
Figura 1. Actogramas gerados a partir do registro de
atividade. O gráfico está duplicado na horizontal para
facilitar a visualização dos dados. Cada linha representa
um dia, e as barras verticais pretas indicam atividade do
animal. A - rato Wistar mantido em ciclo claro/escuro
12:12. B - rato SHR mantido em ciclo claro/escuro 12:12.
C - rato Wistar mantido em escuro constante. D - rato
SHR mantido em escuro constante.
Entre as doses de metilfenidato testadas no
Campo Aberto, a equivalente a 5mg/kg foi a
maior dose que não interferiu nos parâmetros
de locomoção, sendo então a dose escolhida
para o tratamento crônico.
CONCLUSÃO
Nossos resultados apontam para não existência
de diferenças na atividade locomotora nas fases
clara e escura quando as linhagens são
comparadas. Devido às divergências entre os
estudos, são necessários outros experimentos
para caracterizar melhor os ritmos circadianos da
linhagem de ratos SHR.
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