A EDUCAÇÃO, IMPRENSA E INTELECTUAIS: UM ESTUDO DOS PERIÓDICOS GAZETA DO POVO E DIÁRIO DA TARDE (1910-1930) GELBCKE, Vanessa Raianna1 – UFPR [email protected] Eixo Temático: História da Educação Agência Financiadora: CNPq Resumo Nessa pesquisa temos enfocado o jornal como fonte e como objeto de pesquisa, à medida que exploramos suas potencialidades como documento, como suporte de sentidos, bem como seu protagonismo como agente social. Esse protagonismo foi, particularmente, encarnado pelos proprietários, editores e articulistas dos jornais em tela nesse estudo. Dessa forma, para além do interesse pelo registro jornalístico, pelas notas e matérias veiculadas pelos periódicos, também nos preocupamos com as trajetórias e as ideias daqueles que produziram a dinâmica da imprensa paranaense. Estes personagens do discurso jornalístico são qualificados nessa pesquisa como intelectuais que, nesse período, assumiram uma identidade definida como grupo social — não apenas pelas trajetórias de formação e/ou de produção literárias, científicas ou poéticas — mas, sobretudo, pelo engajamento nas questões públicas. Os intelectuais envolveram-se com as paixões da cidade e, assim, defenderam a centralidade da questão educativa no projeto da modernidade brasileira. Neste cenário o jornalismo tornou-se meio de intervenção pública importante. O jornal Diário da Tarde, fundado por Estácio Correa, foi um dos periódicos de mais prolongada circulação no Paraná. No que se refere à Gazeta do Povo, fundada por Benjamim Lins, identificamos que o propósito declarado do jornal era, de um lado, vigiar o poder político e proteger os cidadãos dos eventuais abusos dos governantes e, de outro, fornecer informações necessárias ao desempenho das responsabilidades cívicas da cidadania. A relação entre estes jornais se mostrou conflituosa, revelando a concorrência e, sobretudo, as diferentes motivações políticas que animavam os periódicos e os seus dirigentes. Seguindo essa linha de argumentação que confere ao jornal as condições de meio de expressão de opinião e, portanto, de posicionamento político, trabalharemos com três personagens desse contexto: Gastão Faria e Raul Gomes, associados ao Diário da Tarde e Alceu Chichorro, vinculado à Gazeta do Povo. Palavras-chave: Imprensa. Educação. Intelectuais. 1 Vanessa Raianna Gelbcke é bolsista Iniciação Cientifica do CNPQ sob orientação do Prof. Dr. Carlos Eduardo Vieira, graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná e integrante do Grupo de Pesquisa História Intelectual e Educação (GPHIE) 12084 Introdução Este trabalho tem como objetivo analisar as propriedades e potencialidades dos impressos diários como fontes para a pesquisa em História da Educação. Nesse sentido, analisamos dois jornais paranaenses em circulação nas décadas de 1910 a 1930, a Gazeta do Povo e o Diário da Tarde e através das reflexões acerca dos registros jornalísticos com os quais nos deparamos nesses dois periódicos, fizemos uma análise acerca da relação entre jornais, intelectuais e modernidade. Assim, identificamos a presença do debate educacional na imprensa paranaense entre os anos de 1910 e 1930, ponderando a freqüência, o espaço ocupado, os sentidos veiculados pela notícia, além da natureza política e ideológica dos jornais e de seus redatores A imprensa como fonte de pesquisa vem sendo cada vez mais utilizada pelos historiadores, porque ela registra, comenta e participa da história. Assim propomos uma análise das características e potencialidades dos jornais diários, entendidos como fonte e como tema de pesquisa para a História da Educação. Através da imprensa temos acesso às idéias e às trajetórias dos intelectuais, à política, à economia, à cultura e à educação, nela encontramos projetos políticos, conflitos e experiências sociais, possibilitando o reconhecimento e a análise do passado por meio das páginas dos jornais. É de extrema relevância salientar que os jornais impressos se apresentavam como representantes da opinião pública, tendo como propósito expressar os interesses públicos, mantendo uma postura de isenção e neutralidade. Nesta direção, o Diário da Tarde em 1910, expressa o que entende por neutralidade. Entendemos que o jornal para ser neutro não precisa abdicar de seu direito da crítica e de análise. Precisa, sim, exercer esse direito criteriosamente, sem segundas intenções, sem primazias nem rancores, tendo por único ponto de mira o interesse público, que a tudo se superpõe [...] A censura aos atos errados dos governos não implica quebra de imparcialidade. O material estudado nos revelou que os periódicos não eram apenas um meio de representar ou significar a opinião pública, pois perante o conjunto de elementos que nos deparamos na pesquisa verificamos e reconhecemos que esse meio de comunicação orienta e, muitas vezes, manipula a opinião pública. 12085 A Imprensa nos anos de 1910 a 1930 O jornal Diário da Tarde teve seu primeiro número publicado em 18 de março de 1899 por Estácio Correia, que primeiramente atraiu a atenção pública com notícias de aparições assustadoras, mais tarde, em vez de fantasmas, o compromisso com a realidade. Apresentava-se como um jornal de oposição, mantendo sua autonomia e publicando artigos sobre o mau uso da “coisa pública”. Não foram poucos os ensejos em que o jornal manifestava hostilidade ao governo estadual, chegando a contar com uma coluna, intitulada Reclamações do Povo, na qual publicou diversas denúncias manifestas pela população acerca das condições da cidade A Gazeta do Povo foi fundada no dia 20 de janeiro de 1919 pelo advogado Benjamim Lins. Percebe-se no manifesto de fundação, entre outras coisas, que a linha do jornal seria de independência e imparcialidade, mas, apesar do que dizia o manifesto de lançamento, a edição incluiu um texto de primeira página que defendia enfaticamente a candidatura de Ruy Barbosa à Presidência da República. A Gazeta tinha maior independência dos laços políticos, à medida em que vendia um novo produto: a notícia como informação, visando obter lucro. O conceito central era o jornalismo como serviço público com fidelidade aos fatos. Ao longo das décadas seguintes, a Gazeta consolidou sua participação no mercado editorial de Curitiba, desenvolvendo um jornalismo com características notadamente locais e de prestação de serviços. É válido salientar que os artigos, em sua maioria, tanto da Gazeta , quanto do Diário não eram assinados. O que pressupõem, por um lado, a estratégia de fazer do texto jornalístico algo que transcende à opinião particular, inscrevendo-se no relato imparcial dos fatos, e, por outro, mostra que as matérias expressavam a linha editorial do jornal e, por conseqüência, a visão dos seus proprietários. A escolha desses periódicos não foi aleatória, pois estes jornais, desvinculados de partidos políticos, se constituíram nos mais importantes veículos da imprensa ao longo da Primeira República e ambos dedicaram um espaço significativo, em suas paginas, para a questão educacional. O convívio entre esses dois periódicos era de pouca, ou quase nenhuma, condescendência, pois a rivalidade era exposta nas páginas de ambos, desde que a Gazeta começou a circular em 1919. Os periódicos circulavam em um período pleno de mudanças sociais bastante significativas. A partir dos anos 20 a imprensa brasileira pôs-se adiante de uma nova fase, passava de artesanal à imprensa com foros de indústria e principia um processo de 12086 profissionalização. Isso se deve a comunicação via telégrafo com outros países, a utilização de imagens, que foi possível graças às inovações técnicas, a publicidade, entre outros fatores que anunciam a dinamicidade do mundo moderno2. Irrompem, nesse contexto, novos gêneros jornalísticos, tais como reportagens e fotorreportagem. Cabe destacar que o papel do jornal se altera em razão das relações entre imprensa e sociedade. Podemos dizer que no horizonte do consumidor ela representa, por exelência, um meio de acesso à informação. Para a instância jurídica do Estado, de acordo com parte significativa das constituições modernas, trata-se de um serviço privado com responsabilidades públicas, enquanto, para as forças políticas constitui-se em um protagonista importante, capaz de alterar ou manter as relações de poder. Por outro lado, para seus proprietários, segundo uma retórica regularmente exercitada nos editoriais que definem a posição dos jornais, ele dá voz a opinião pública. Para a intelectualidade a imprensa, em geral, e o jornal, em particular, representaram um ofício, um meio de expressão e uma forma de promoção social. Ele permitiu ao intelectual, em diferentes contextos, marcar presença na cena pública para além dos espaços restritos dos círculos de letrados. (VIEIRA, 2007, p. 15) Assim, essa imprensa em vias de modernização estava consciente da necessidade de um compromisso social para se conservar atuante na esfera política e é, portanto, nesse contexto que verificamos a adesão da imprensa à causa educacional. Em 1920, Cordeiro expõe em um de seus artigos, publicado no Diário, o compromisso assumido pela imprensa em favor da educação. Não posso deixar de exaltar à imprensa pelos serviços prestados em prol da educação, entendendo que, essa em seus artigos faz brotar nos projetos dos governantes o interesse pela educação pública. A imprensa chama a atenção do problema do analfabetismo, e convida cada pessoa, órgão a tomar para si a responsabilidade de eliminar o analfabetismo pública. Essa imprensa do século XX, que deixa transparecer os conflitos em que a sociedade estava inserida, era explicitamente instituidora de opinião, apesar de se dizer neutra. Portanto, será na imprensa periódica que buscaremos as significações dos discursos e da prática dos intelectuais no que se refere à educação paranaense. Para a imprensa, tanto quanto para os intelectuais, a educação era um instrumento fundamental para o progresso da nação. 2 Sobre a evolução da imprensa, ver Uma história social da mídia: de Gutenberg à internet, de Peter Burke e Asa Briggs. 12087 Os Intelectuais Paranaenses É necessário explicitar o que julgamos por intelectual. Vários foram os historiadores, filósofos e sociólogos que debateram esse conceito, tirando dele as mais variadas conclusões. Assim julgamos como intelectuais aqueles personagens que se engajaram nas questões sociais e políticas, personagens que assumiram a missão de porta-vozes da população e que se doaram as causas que defendiam. Para facilitar a compreensão das ações desses intelectuais, precisamos identificá-los, assim, traçamos uma prosopografia, com o intuito de identificar as influências, a situação social, familiar, entre outros aspectos que, de certa forma, interferem em seus posicionamentos. No Paraná, os principais articulistas dos diários examinados pertenciam a famílias tradicionais, possuíam diplomas e exerciam cargos e posições nos campos político e intelectual. A partir disso, aprofundamos os estudos em três intelectuais: Gastão Faria3 que exprimiu o seu descontentamento em relação às condições de ensino vigentes, evidenciado através de sua coluna intitulada “Do meu canto”, no jornal Diário da Tarde. Faria questionava o abandono, por parte do governo, do professorado federal que sofria atrasos de salários e convivia com péssimas condições de trabalho. Em outras palavras, Faria abordou, principalmente, a causa docente, denunciando a desestima pelo professorado paranaense. Em um de seus artigos jornalísticos de 1920 Faria expõe: No que se referente às medidas políticas que vigoram no estado, medidas paliativas que desvalorizam o professor, como o atraso e má remuneração salarial e a contratação de professores vindos de outros estados para remodelação do ensino, desencadeiam a migração de professores paranaenses para o estado de Santa Catarina. Raul Gomes4, também vinculado ao Diário, enfatizou a eficácia dos métodos de ensino implantados em Santa Catarina e em outros estados e países para o melhoramento da 3 Dr. Gastão Faria era filho de José Maximiano de Faria e de Dona Maria da Glória Guimarães da Costa Faria. Nasceu em Rio Negro, Paraná, em 1891. Alfabetizou-se em Rio Negro e depois veio para a Capital, onde se diplomou Bacharel em Direito, pela Universidade do Paraná. Foi advogado militante, jornalista, curador de Menores, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Paraná. Afeiçoado à Literatura, pertenceu à lista dos fundadores do Centro de Letras do Paraná. Faleceu em 16 de junho de 1963 em Curitiba. 4 Raul Gomes nasceu em 1889 em Piraquara, região metropolitana de Curitiba, começou seus estudos com a mãe em casa e se tornou Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Trabalhou como professor no ensino primário, secundário e superior. Exerceu a profissão de jornalista, escrevendo milhares de artigos para 12088 educação. E, como Faria, Gomes, também discutia nas páginas dos jornais a questão da depreciação da carreira do professor. Em um dos seus artigos, intitulado “Ganho dos professores”, publicado em 1923, Gomes afirmou que: Em seis palavras estratifica-se um axioma: A boa escola é o professor. [...] A esse postulado, porém adiciono outro, também irrefragável: sem pagar bem nenhum governo obterá bons professores, portanto boas escolas. Alceu Chichorro5 foi redator da Gazeta do Povo, escrevia crônicas humorísticas. Chichorro criticava a elite curitibana do começo do século XX através de seus personagens Minervinho, Tancredo, Chico Fumaça e sua parceira Marcolina. Esses personagens encantavam o público e se tornaram muito populares. Sua imagem se torna interessante, pois, além de chargista, cartunista e escritor era um jornalista que buscava conscientizar o publico leitor sobre as diferenças sociais. Isso incomodava o Estado e, prova disto, foi o fim do personagem Minervinho, literalmente enterrado por Chichorro numa tira histórica após sofrer um processo por criticar a criação inconstitucional de postos de alta hierarquia em cargos públicos. Chichorro, apesar não de não ser um normalista ou especialista em ensino, problematizou a educação e a sua distribuição desigual na sociedade através das suas charges. Estas, através da imagem, da linguagem simples e do uso do humor cativavam o público leitor, particularmente aqueles de origem mais simples6. Esses intelectuais acreditavam que o maior acesso a educação geraria uma sociedade racional, moderna e mais justa, julgavam também que o problema político era um problema educacional evidenciando a necessidade de educar a população para que essa tivesse a capacidade de eleger seus representantes e dirigentes. Logo, esses intelectuais aderiram à causa educacional e encontraram na imprensa, um veículo de propagação de idéias. jornais e revistas. Gomes recusou convites para exercer as funções de Secretário de Educação do Estado do Paraná e de Deputado. Publicou diversas obras e foi agraciado com a Medalha da Secretaria da Educação e Cultura do Paraná: “Medalha de Oficial da Ordem do Pinheiro”. Raul Gomes falece em 1975. 5 Alceu Chichorro nasceu em 1896 em Curitiba. Começou sua escolarização aos cinco anos e passou por diversas escolas da capital. Em outubro de 1913 ingressou no jornalismo, como redator de “A Tribuna”. O último periódico em que atuou, até se aposentar, foi a “Gazeta do Povo”. Pertenceu ao Centro de Letras do Paraná, a Academia Paranaense de Letras, a Academia José de Alencar, a Associação dos Servidores públicos do Paraná e ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná. Publicou as obras: “O tanque de Jerusalém”; “Quando Caem as Trevas”; “Um mundo Triste”; “Mulheres e mais mulheres”; e “O Bode de Araão”. Chichorro falece em 1977 6 ALCEU CHICHORRO, arquivos encontrados no setor da Divisão Paranaense da Biblioteca Publica do Paraná. 12089 Considerações Finais A partir da leitura dos artigos jornalísticos, identificamos que os intelectuais paranaenses estiveram envolvidos nos debates sobre os rumos da educação da população nas páginas da imprensa periódica. Sob diferentes olhares, esses sujeitos concentraram suas atenções, principalmente, sobre a educação popular, educação esta que tinha como objetivo manter a integridade, os regimes de trabalho, além de uma forma de controle preventivo daqueles que ameaçassem as formas de civilização almejadas. O presente trabalho mostrou que nos ultimos anos a imprensa passou a ser uma fonte de pesquisa de grande valor para a história da educação, nela podemos encontrar diversas informações que apresentam os debates que marcaram a educação no período em discussão, na qual estão presentes inúmeros atores sociais, que se engajaram na educação e se tornaram figuras importantes para a Historia da Educação. Também revelou uma vasta e complexa vinculação entre a imprensa e a educação, logo a hipótese da imprensa ter se constituído, nesse período, em um ator importante do debate educacional mostra-se capaz de gerar desdobramentos significativos para a produção do conhecimento histórico. A educação era vista na perspectiva dos intelectuais como uma promoção de saber concentrada mais no plano moral, econômico e comportamental, ou seja, viam a educação como a formadora do trabalhador laborioso; o cidadão que respeita as leis e as autoridades, o cidadão asseado e patriota, acreditavam que para se construir uma boa educação era necessário que se valorizasse os profissionais que se dedicavam a educação, e encontravam na imprensa um veiculo para propagar suas idéias. REFERÊNCIAS Periodicos do Jornal Diário da Tarde dos anos 1910 á 1930 disponíveis em microfilme, no setor da Divisão Paranaense na Biblioteca Pública do Paraná Periodicos do Jornal Gazeta do Povo dos anos 1910 á 1930 disponíveis em microfilme, no setor da Divisão Paranaense na Biblioteca Pública do Paraná MOREL, M. BARROS, M. M. Palavra, imagem e poder: sugimento da imprensa no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro: DP&A, 2003 LUTOSA, I. O Nascimento da Imprensa Brasileira. 2.ed. Rio de Janeiro. 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