O RITO DA PRIMAVERA VISÕES DA NATUREZA NA ARTE MODERNISTA BELL 1. 2. Qualquer teoria estética exige sensibilidade artística (emoção estética) e "pensamento claro" (clear thinking). Deve-se distinguir a “obra de arte” de um artefacto (a primeira, ao contrário da segunda, suscita emoção estética). BELL 3. O que é a emoção estética? Emoção “peculiar” provocada pela obra de arte (cada obra produz uma emoção diferente, mas semelhante no tipo [kind]). 4. A qualidade comum a todos os objectos que provocam emoção estética é a “forma significante”. BELL 5. Na forma significante [visual], linhas e cores combinadas entre si suscitam a nossa emoção estética. 6. A experiência estética é subjectiva; qualquer sistema de estética que pretendesse basearse numa verdade objectiva seria ridículo; por ex., a crítica de arte pode ajudar-me, mas não me pode substituir na experiência estética. BELL 7. O facto dos sistemas de estética serem subjectivos, não implica que percam “validade”. Se, por exemplo, “A, B, C, D” são obras que suscitam em mim emoção estética, enquanto “A, D, E, F” são obras que suscitam em si essa emoção, pode ser que haja uma qualidade “x” comum (podemos “concordar sobre estética”, mas discordar na identificação das obras de arte). Essa qualidade comum é a “forma significante” da obra. BELL 8. Por que razão não se chama à forma significante “beleza”? Existem objectos belos que não são obras de arte (seres naturais – o que não impede que alguns consigam “ver na natureza o que nós vemos na arte”). BELL 9. O Belo é geralmente sinónimo de desejável (não é uma reacção estética). Mas, a palavra em si (por ex., “ritmo” em vez de “forma significante”) não é importante, mas, sim, a ideia. 10. Quando uma obra “sugere emoções” ou nos dá “informações”, perde, a capacidade de suscitar emoções estéticas, deixando de ser uma obra de arte. BELL 11. Com a fotografia, as obras informativas tornaram-se inúteis. A representação de um objecto é indiferente, “irrelevante” para uma obra de arte. 12. Qual a natureza moral da obra de arte? A arte está “acima da moral”; melhor, “toda a arte é moral”. BELL 13. A obra de arte permite transcender os interesses e as preocupações da vida humana (similitude com a matemática). 14. A “forma significante” liberta a nossa apreciação de uma obra dos contextos culturais em que foi produzida.