Anais do III Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão Tubarão, de 28 a 31 de março de 2011 PIBID – MATEMÁTICA DA UNISUL: O DESAFIO DA IMPLANTAÇÃO E OS PRIMEIROS RESULTADOS Adriana Mendonça Destro1 Dalmo Gomes de Carvalho2 RESUMO: Este artigo tem como proposta apresentar a experiência do desafio da implantação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) desenvolvido pelos alunos futuros professores de Matemática da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL de Tubarão/SC, professores supervisores das unidades escolares atendidas, coordenação de área e institucional do programa, no segundo semestre de 2010. A metodologia utilizada para obtenção dos resultados conseguidos em seis meses de efetiva atuação dos bolsistas nas escolas foi feita através da comunicação em forma de pôster em dois eventos realizados pelo Curso de Matemática: um chamado I Workshop do PIBID – Matemática da UNISUL e o outro no XII Seminário de Educação Matemática, promovido pelo Curso de Matemática da UNISUL, que aconteceu em Tubarão/SC. Além dos resultados colhidos nestes dois eventos, foi objeto de estudo o evento promovido institucionalmente chamado Iniciação à Docência: Socialização dos Projetos Integrados do PIBID em que alunos bolsistas e supervisores de escolas apresentaram o relato de experiência por escola e fizeram exposição em painel e pôster como também, utilizamos os relatos escritos apresentados pelos bolsistas e supervisores, que são entregues bimestralmente. Passado o desafio da implantação que mostrou-se bastante aflitivo por tratar-se de um programa inédito na região, os primeiros resultados apontam que o mesmo é muito relevante tanto para escola e alunos atendidos, quanto para os futuros professores para construção de sua identidade profissional. O programa se mostra um aliado ao processo de formação desses futuros professores para educação básica. PALAVRAS-CHAVE: PIBID - Matemática. Formação de professor. Futuros professores. 1. Introdução O trabalho apresenta a experiência do desafio da implantação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) desenvolvido pelos alunos futuros professores de Matemática da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL de Tubarão/SC, professores supervisores das unidades escolares atendidas, coordenação de área e institucional do programa. As orientações emitidas pelo Ministério da Educação, nos últimos anos para os cursos de formação de professores têm-se percebido o estímulo no que diz respeito à relação entre a instituição formadora e a escola de educação básica, possibilitando que a escola seja um campo de formação, pois até então tinha sido apenas como um campo de aplicação em relação à formação de professores. Com o objetivo de melhorar a educação no Brasil, muitos programas estão sendo viabilizados não só para atender as escolas em si, mas também a formação de seus professores nos cursos de Licenciaturas oferecidos no País. Desta maneira, políticas do governo têm atuado não somente na formação inicial, mas também na formação continuada dos professores que já atuam na rede pública. 1 Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC. Docente da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. [email protected] 2 Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC. Docente da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. [email protected] 2 Segundo Nunes e Trigo, A cooperação entre instituições educacionais tem sido uma estratégia utilizada com o objetivo de trocar experiências, construir conhecimento, estimular a pesquisa e a interação entre alunos, professores e as referidas instituições. Nesta relação de forças e fraquezas, ganha, sob o olhar da ação educativa, o crescimento pessoal e profissional que resultam da construção de um projeto que tem como foco principal a melhoria do processo educacional. (NUNES e TRIGO, 2010. p. 2) Assim, com a finalidade de valorizar o magistério e apoiar estudantes de Licenciatura plena das instituições formadoras de professores o PIDID tem-se mostrado uma excelente estratégia de apoio na qualificação da formação desses futuros professores e de formação continuada para os que se encontram em atuação nas escolas de educação básica, além de proporcionar aos acadêmicos e futuros professores experiências em práticas docentes com caráter inovador e de elevar a qualidade de ensino de escolas da rede pública. Para Silva e Khidir, um dos objetivos do PIBID é a elevação da qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores nos cursos de licenciatura das instituições de educação superior. Assim como a inserção dos licenciados no cotidiano de escolas da rede pública de educação, o que promove a integração entre educação superior e educação básica. (SILVA e KHIDIR, 2010. p. 3) O programa PIBID – Matemática é parte integrante do Projeto Institucional da UNISUL, portanto é um dos quatro subprojetos (Biologia, Letras, Matemática e Pedagogia). Sendo assim, os cursos de Licenciatura da UNISUL assumem, neste contexto, o desafio de contribuir para a qualidade da educação no país como um todo, mudando os índices que ainda o colocam num patamar de países menos avançados economicamente. Partindo deste desafio, os Cursos de Licenciatura da UNISUL assumem compromisso com a educação da região onde está inserida e, consequentemente, do próprio País, promovendo discussões e implementando projetos integrados, como é caso desse, e outros envolvendo estagiários, com ações interdisciplinares, nas escolas da rede pública. Salienta-se a integração entre os subprojetos apresentados no que se refere a sua forma de ação nas instituições de atuação. Com este propósito espera-se que as atividades desenvolvidas pelos bolsistas aconteçam de forma integrada via ações propostas nos subprojetos. Assim, sendo a Matemática uma ferramenta valiosa para vida em sociedade do aluno, as atividades desenvolvidas vão estar ancoradas no contexto social. Este trabalho tem como objetivo principal mostrar o desafio da implantação do conjunto de propostas desse ousado programa de intervenção nas escolares de educação básica, bem como de apresentar os primeiros resultados obtidos no primeiro semestre de implantação. O Projeto PIBID Institucional da UNISUL conta com o envolvimento de um coordenador institucional, cinco coordenadores de área, vinte professores supervisores e cem alunos futuros professores, em atuação diretamente em seis municípios da região sul de Santa Catarina: Araranguá: uma escola; Braço do Norte: uma escola, Jaguaruna: uma escola; Imbituba: uma escola; Palhoça: três escolas; Tubarão: cinco escolas. Especificamente, o Subprojeto PIBID – Matemática conta com um coordenador de área, oito professores supervisores, em quatro municípios: Braço do Norte: uma escola, com três alunos bolsistas; Jaguaruna: uma escola, com dois alunos bolsistas; Imbituba: uma escola, com dois alunos bolsistas; Tubarão: cinco escolas, com treze alunos bolsistas. 3 A metodologia utilizada para obtenção dos resultados conseguidos em seis meses de efetiva atuação dos bolsistas nas escolas foi feita através da comunicação em forma de pôster em dois eventos realizados pelo Curso de Matemática: um chamado I Workshop do PIBID – Matemática da UNISUL, que contou com a parceria de uma das escolas no que tange a organização, ambiente físico e logística para o evento e o outro foi no XII Seminário de Educação Matemática, promovido pelo Curso de Matemática da UNISUL, que aconteceu em Tubarão/SC. Além dos resultados colhidos nestes dois eventos foi objeto de estudo o evento promovido institucionalmente chamado Iniciação à Docência: Socialização dos Projetos Integrados do PIBID em que alunos bolsistas e supervisores de escolas apresentaram o relato de experiência por escola e fizeram exposição em painel e pôster como também, os relatos escritos apresentados pelos bolsistas e supervisores, que são entregues bimestralmente. 2 As propostas do projeto O subprojeto PIBID – Matemática da UNISUL foi organizado em dois eixos integradores, que sob a orientação dos coordenadores de área e dos professores supervisores da escola, os grupos de alunos futuros professores serão responsáveis por preparar e desenvolver as atividades interdisciplinares. O Eixo 1: Gestão da Prática Pedagógica é composto por um conjunto de quatro propostas de intervenção, articuladas com as demais propostas dos subprojetos (Letras, Biologia e Pedagogia), pois partimos do pressuposto que o alcance de uma ação é fruto do envolvimento de um grupo de bolsistas e que o conteúdo trabalhado em cada ação não se encontra sem contexto para o aluno. Na sequência apresentamos as propostas que compõem o subprojeto PIBID – Matemática: a) Proposta de ensino-aprendizagem: As atividades a serem realizadas serão planejadas, num primeiro momento, no início de cada semestre, discutindo-se com a escola os temas a serem trabalhados, por todos os professores, por meio de projetos interdisciplinares. Participam deste processo, os coordenadores de área, os professores supervisores das escolas e os alunos bolsistas. Num segundo momento, cada professor faz o seu planejamento, envolvendo os alunos de iniciação a docência, com destaque para seleção de conteúdos/estratégias que irão trabalhar nas diversas atividades. Este processo se repetirá na elaboração de cada um dos projetos a serem desenvolvidos. Ao participarem destes momentos de planejamento, os alunos, futuros professores, estão formando conceitos e habilidades sobre o ato de planejar e sobre a organização da prática docente. b) Monitoria compartilhada ou contra turno: Os futuros professores, bolsistas do projeto, organizam com os professores supervisores atividades de monitoria compartilhada e contra turno, nas diversas áreas do conhecimento, a partir do diagnóstico feito na aplicação dos projetos de ensino e aprendizagem, que possibilitam ao aluno atendido uma vida estudantil com maior aproveitamento do ensino e da capacidade de aprendizagem; uma melhor qualidade de relacionamento com colegas e professores, diminuindo os conflitos presentes. c) Oficinas Pedagógicas: são atividades pedagógicas diversificadas desenvolvidas pelos bolsistas com o objetivo trabalhar temáticas referentes ao processo de ensino e aprendizagem dos conceitos das diferentes áreas de conhecimento da Matemática, nos mais variados contextos, pois entendemos que estamos trabalhando em projeto de cunho integrador. Fazem parte dessas oficinas: 4 • • Oficinas Pedagógicas: serão organizadas, envolvendo os professores da escola, conforme diagnóstico das necessidades, sobre temáticas referentes ao ensino e a aprendizagem dos conceitos das diferentes áreas de conhecimento que compõem o currículo escolar do ensino fundamental e médio, tais como, estratégias didáticopedagógicas e recursos que atendam às diversidades da sala de aula. Oficinas de Multimídia: Os futuros professores, bolsistas do projeto, organizam atividades orientadoras de ensino que possibilitem o uso de diferentes mídias na abordagem dos conceitos identificados pelos grupos de trabalho interdisciplinar (GTI) na aplicação das propostas de Aprendizagem, como aqueles que estão dificultando o ensino de alguns conceitos em diversas áreas do conhecimento, principalmente, no trato de conceitos que envolvem o uso de software para a solução de situações-problema, como por exemplo, de educação estatística, educação financeira, comunicação e expressão, saúde, meio ambiente, dentre outros. d) Gestão Escolar: Os bolsistas do projeto criam grupo de estudo e discussões sobre o Projeto Pedagógico da Escola. Para tanto participam das reuniões de planejamento, conselho de escola, conselho de classe e reuniões de pais e pedagógicas da unidade escolar. O Eixo 2: Pesquisa-ação é constituído por duas propostas de intervenção didáticopedagógicas para possibilitaram o envolvimento dos bolsistas em atividades do contexto escolar e da formação continuada dos professores envolvidos no projeto. a) Grupos de Estudo Interdisciplinares- GTIs: O sucesso do projeto precisa ser acompanhado de forma continuada por todos os envolvidos, por isso a ideia de encontros periódicos com os GTIs, e ou com os professores envolvidos nas escolas para estudar temas relevantes para a formação do professor. Para isso, faz necessário: • Planejamento: nesta etapa, planejam-se duas ações, uma relacionada ao intenso diagnóstico que será realizado nas escolas, continuamente, procurando identificar necessidade de intervenção, e outra por meio de atividades pedagógicas: leituras e debates constantes entre os envolvidos no projeto. • Preparação das estratégias: a partir do plano de aula que os GTIs construírem, os bolsistas produzem materiais e atividades pedagógicas que potencializem o desenvolvimento dos conceitos pedagógicos abordados. • Diário de bordo: os futuros professores realizam registros sobre as práticas desenvolvidas nas escolas e as narrativas dos docentes, o que auxilia a produção de relatórios, bem como análise e discussão das práticas pedagógicas. b) Estratégias didático-pedagógicas: Esta ação possibilitou a construção de metodologias diversificadas na construção de materiais instrucionais didáticos. Com a produção de materiais didáticos, os futuros professores, bolsistas do projeto, os professores da escola, conforme diagnósticos das necessidades pedagógicas referentes ao ensino e à aprendizagem de Matemática organizam atividades com jogos didáticos no contexto da Educação Matemática. Justifica-se tal procedimento, porque a utilização de materiais concretos facilita a organização metodológica do ensino e a criação de situações didáticas que propiciem a formação de conceitos em diversas áreas do conhecimento. Esta atividade, na unidade escolar, possibilita ao professor da escola e ao futuro professor, bolsista do projeto: 5 • • analisar e discutir o uso de Jogos matemáticos e atividades recreativas no contexto da Educação Matemática; analisar, discutir e propor sequências didáticas, a partir de materiais instrucionais disponíveis no mercado. 3. O desafio da implantação e os primeiros resultados A implantação de um projeto dessa magnitude sempre causa certo frenesi e expectativa nos envolvidos, mas a dedicação e comprometimento da equipe foram fundamentais para este início. Após o processo de seleção dos bolsistas, realizamos uma reunião envolvendo todos os bolsistas selecionados para organização dos grupos de trabalho interdisciplinar (GTI) por escola com o objetivo de discutir algumas questões teórico-práticas do fazer pedagógico, organização de um diagnóstico das reais necessidades das escolas, em função das propostas estabelecidas nos subprojetos e, consequentemente, planejamento das ações para atuação nas mesmas. Nesta primeira reunião os bolsistas selecionados se mostravam apreensivos em melhor conhecer o projeto e envolver-se diretamente no mesmo. Fato bastante normal neste primeiro momento, pois trata-se de algo inédito para as escolas da região e para os futuros professores, não diferente para os professores formadores. Aos pouco as propostas estabelecidas nos subprojetos do programa foram sendo apresentadas e discutidas e sugestões foram sendo dadas pelos envolvidos, criando um ambiente bastante agradável e repleto de ideias. Neste momento já se dava início, especificamente, a gestão do Eixo Gestão da Prática Pedagógica, pois os futuros professores já estão construindo conceitos e habilidades sobre o ato de planejar e sobre a organização da prática docente. Dado início as atividades nas escolas, dois meses depois, especificamente os bolsistas de Matemática participaram do I Workshop do PIBID de Matemática, realizado pela área de Matemática. Este evento foi muito proveitoso, pois houve muitas trocas de experiências e ideias entre os bolsistas, possibilitando um momento de grande aprendizagem. Sendo uma atividade na linha de Oficina Pedagógica, tendo como objetivo a socialização dos trabalhos realizados nas diversas escolas contempladas pelo programa. Além da socialização houve a construção de jogos didáticos, discussão da importância da utilização das tecnologias como jogos eletrônicos educativos, softwares matemáticos e, também, calculadoras. Durante o workshop cada escola fez sua apresentação de forma oral e em seguida todos se encaminharam para as salas de aula disponibilizadas para cada escola, onde estavam expostos os materiais produzidos pelos bolsistas nas suas escolas de origem. Um ponto forte, neste evento foi a integração do grupo de supervisores e alunos bolsistas da área de Matemática, além de possibilitar a divulgação e socialização dos recursos didáticos construídos e das metodologias de ensino utilizadas para o desenvolvimento das atividades nas suas unidades escolares. Esta ação possibilitou que os bolsistas apresentassem suas ações e apreciassem as atividades desenvolvidas pelos demais colegas do programa. Criar a cultura do reunir-se em grupo para planejar e traçar ações é uma das finalidades do projeto, pois estamos desenvolvendo um projeto que prima pela integração das ações, fato que pode ser observado no depoimento dado num relato apresentado por uma das escolas atendidas “É importante ressaltar que um dos aprendizados que obtivemos, foi que sozinhos nada podemos fazer, mas é por meio do trabalho em equipe que podemos promover grandes eventos como esta oficina”, quando se refere a uma atividade multidiciplinar realizada na escola. Com este depoimento estamos colhendo resultados da ação Proposta de Ensino-aprendizagem. 6 Depoimento de outra escola também mostra esta integração ao referir-se a uma oficina, chamada Oficina de Jogos: “Matemática divertida”, desenvolvida em uma das escolas, em que foram atendidas crianças do pré-escolar ao 4º ano, contando com a presença de 167 alunos, que participaram de diversos jogos didáticos de matemática, atividade que compunha um evento multidisciplinar realizado na escola. A Monitoria compartilhada ou contra turno, mostrou-se a atividade que apresentou maiores ações desenvolvidas pelos futuros professores de Matemática. Fato que justifica-se devido as necessidades apresentadas nos levantamentos feito pelos bolsistas nas escolas atendidas pelo programa sobre o desempenho dos alunos na aprendizagem dos conceitos matemáticos. As monitorias compartilhadas foram realizadas para que colaborassem com o professor em sala de aula. Como a grande maioria dos alunos não faz atividades escolares em casa, então o objetivo principal dessa atividade é incentivá-los a fazerem em sala de aula com o auxílio desses futuros professores. Esta experiência em sala de aula possibilitou ao bolsista uma maior experiência em perceber de perto as dificuldades dos alunos e ao mesmo tempo experimentar o trabalho docente com um grande grupo de alunos com níveis de aprendizagem diferentes. Já a monitoria contra turno foi realizada com grupos de alunos menores, uma vez que esta proposta é mais no sentido de sanar as dúvidas e oportunizar uma participação mais descontraída do aluno, principalmente nos momentos das atividades lúdicas. Em muitos casos a monitoria inicia-se com a recapitulação dos conteúdos básicos, por exemplo, através dos jogos para depois retomar o que foi apresentado na sala pelo professor titular da disciplina. Procurou-se desenvolver as monitorias com atividades didáticas diferenciadas, principalmente utilizando o contexto do cotidiano dos alunos, além da aplicação de curiosidades e desafios. Com esta forma de desenvolvimento das monitorias os alunos apresentaram maior interesse para aprendizagem dos conceitos matemáticos, pois estão aprendendo de forma dinâmica e prazerosa. Nas monitorias contra turno desenvolvidas de forma diferenciada os alunos se dedicaram mais e construíram novos conhecimentos com mais prazer, consequentemente trazendo grandes experiências aos bolsistas na construção da sua prática docente. As diversas atividades desenvolvidas pelos bolsistas tiveram como suporte didático os recursos tecnológicos da informática. Diversas monitorias foram realizadas no laboratório de informática das escolas, o que viabilizou tanto a inserção do aluno em ambientes informatizados, como do aluno futuro professor em desenvolver atividades diferenciadas com softwares matemáticos ou mesmo aplicativos de jogos didáticos, planilhas de Excel, dentre outros. O Eixo Pesquisa-ação está contemplado em todas as atividades citadas como resultados obtidos com o programa, pois ao aplicar qualquer das atividades faz-se necessário o ato de diagnosticar para identificar as necessidades de intervenção, do planejar, do preparar as estratégias de ação e da obtenção dos resultados que foram expressos em relatos realizados bimestralmente, a partir dos seus registros diários, na linha da proposta de construção de Grupos de Estudo Interdisciplinares- GTIs. Quanto a proposta Estratégias didático-pedagógica, referente ao eixo citado, vários resultados foram obtidos a partir da aplicação de jogos e recreações, pois esta é uma metodologia de ensino que propicia a criatividade, motivação, trabalho em equipe e a comunicação, além do aprender brincando. Também permite ao professor criar situações de ensino que incitem no aluno a busca pelo conhecimento. A construção e utilização dos jogos educativos na prática pedagógica apresentaram-se como uma metodologia diferente desenvolvida por meio de atividades divertidas e da intervenção rica e experiente do professor 7 titular. Essa colocação chama a atenção, pois mostra o envolvimento do professor titular nas atividades desenvolvidas. Oficinas de jogos didáticos foram desenvolvidas como mostra o relato de uma das escolas ao relatar: “promovemos a oficina denominada “Oficina do Aprendiz – Da diversão ao conhecimento”. Nesta, cada turma da escola passou uma aula no acervo para estudar brincando. Os relatos mostram que as confecções de jogos foram com o objetivo de diversificar as atividades didáticas em sala de aula, como também auxiliar no trabalho didático do professor titular. 4. Considerações finais Passado o desafio da implantação os primeiros resultados começaram a ser colhidos. Ao ver as colocações de bolsistas futuros professores, professores supervisores, gestão da escola e alunos atendidos pelo programa satisfeitos com as diversas atividades desenvolvidas é muito gratificante e prazeroso. Neste início de aplicação das propostas o que nos deixou muito satisfeito foi ter conseguido em que diversas atividades fossem desenvolvidas contanto com a integração dos demais bolsistas do programa institucional, pois este é um dos grandes desafios propostos, que é trabalhar de forma integrada: bolsista das diferentes áreas integrados X corpo funcional da escola. Ao ver alunos bolsistas na escola para atuar como professor tomando conhecimento das diferentes atividades desenvolvidas pela escola mostra o quanto são importantes programas dessa magnitude para integrar os futuros professores ao cotidiano da escola. Ao participarem do processo da gestão escolar com certeza será um diferencial para este profissional ao atuar efetivamente como professor, após a sua formação inicial. Quando lemos o relato de bolsistas e supervisores relatando que “a colaboração dos bolsistas contribuiu intensamente para que o desenvolvimento dos conteúdos acontecesse de forma mais eficiente”. Relatos também do tipo: “No final do ano pudemos constatar que muitos alunos que apresentavam dificuldades em matemática conseguiram sanar suas dúvidas e assim terem um rendimento positivo, sendo aprovados no final do processo”, revelam o quanto importante foi para escola o desenvolvimento de atividades relacionadas a serviços de monitorias ou “reforço” escolar. Este programa além de ser de grande importância para a escola e seus alunos, oportunizou para os bolsistas um passo a mais na sua formação, aliando teoria e prática, obtendo a experiência necessária para sua formação profissional. Deve-se também deixar registrado o grande auxílio que o programa tem oportunizado aos bolsistas em relação ao processo de relacionamento e convivência com os demais funcionários da escola unidade escolar. Mesmo que se queira a universidade não consegue trabalhar atitudes dessa natureza em seu ambiente escolar, pois trabalham com dados geralmente hipotéticos. Os bolsistas ao desenvolverem atividades diversificadas de ensino têm garantido um diferencial para o programa nas escolas ao promoverem atividades com jogos didáticos, oficinas pedagógicas e informatizadas, atividades orientadas na biblioteca, dentre tantas outras. O PIBID tem contribuído para incentivar as escolas públicas de Educação Básica a tornar-se protagonistas nos processos formativos dos estudantes das licenciaturas, mobilizando seus professores como co-formadores dos futuros professores. Também tem proporcionado aos futuros professores participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar para que esses 8 profissionais busquem a superação de problemas identificados no processo de ensinoaprendizagem, além de mostrar para os futuros professores que as diversificações nos métodos de se trabalhar são fundamentais para a aprendizagem do aluno. Referências Bibliográficas TRIGO, C. E. C.; NUNES, W. V. Educação Matemática e Extensão: Uma experiência do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, na Baixada Fluminense. In: Anais (CD-ROM) do V Congresso Internacional de Ensino da Matemática. Canoas-RS Brasil, 20 a 23 de Outubro de 2010. KHIDIR, K. S.; SILVA, R. A. As Contribuições do PIBID no Processo de Formação de Professores de Matemática. In: Anais (CD-ROM) do V Congresso Internacional de Ensino da Matemática. Canoas-RS - Brasil, 20 a 23 de Outubro de 2010.