PLANO DE ACÇÃO para um TURISMO EUROPEU MAIS SUSTENTÁVEL Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo (Agradecemos ao Governo de Portugal por ter providenciado a tradução em língua portuguesa deste Relatório) Fevereiro 2007 ÍNDICE 1 2 3 4 5 6 Objectivo deste relatório ................................................................................1 Turismo Europeu e Desenvolvimento Sustentável......................................2 Turismo – uma relação especial com o desenvolvimento sustentável .............2 Metas para a sustentabilidade do turismo europeu ..........................................3 A aplicação dos princípios de sustentabilidade.................................................3 Receptividade às iniciativas de sustentabilidade do turismo até ao presente ..5 Renovar o impulso para um turismo europeu mais sustentável .......................5 Desafios chave para a sustentabilidade do turismo europeu ....................7 Desafio 1: Reduzir a sazonalidade da procura .................................................8 Desafio 2: Abordar o impacto do transporte turístico ........................................9 Desafio 3: Melhorar a qualidade do emprego no sector do turismo................11 Desafio 4: Manter e melhorar a prosperidade e qualidade de vida da comunidade, em função da mudança...........................................12 Desafio 5: Minimizar o impacto da utilização de recursos e da produção de resíduos ........................................................................................14 Desafio 6: Conservar e acrescentar valor ao património natural e cultural.....15 Desafio 7: Possibilitar o gozo de férias a todos ..............................................16 Desafio 8: Utilizar o turismo como ferramenta no desenvolvimento sustentável global ............................................................................................17 Mecanismos de implementação ..................................................................19 Destinos sustentáveis .....................................................................................19 Empresas sustentáveis ...................................................................................24 Turistas responsáveis .....................................................................................27 Entidades responsáveis ...............................................................................30 Comissão Europeia .........................................................................................30 Governos dos estados membros ....................................................................31 Autoridades Locais/Organizações de Gestão de Destinos Turísticos ............31 Empresas turísticas.........................................................................................32 Outros organismos ..........................................................................................32 Turistas 33 Iniciativas recomendadas a nível europeu .................................................39 ANEXO 1 Membros do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo que contribuíram para a conclusão do presente relatório ...................46 ANEXO 2 12 Metas para o turismo sustentável (OMT/PNUMA) ..................49 ANEXO 3 Indicadores de sustentabilidade de turismo dos destinos ............50 1 Objectivo deste relatório O objectivo deste relatório é promover acções de forma a tornar o turismo europeu mais sustentável, procurando ser um processo contínuo. Destina-se a organismos públicos, empresas privadas e outras organizações a nível europeu, nacional, regional e local. Uma grande parte deste relatório procura fomentar planos de acção conjunta entre o sector público e privado. Trata-se do relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo (GST), que foi constituído pela Comissão Europeia em 2004. O Grupo1 é constituído por indivíduos de organismos internacionais, de governos dos estados-membros, de autoridades regionais e locais, da indústria turística, de organismos profissionais, de organizações ambientalistas, de sindicatos e de instituições de ensino e investigação, com experiência em sustentabilidade do turismo. Os membros participaram na sua própria qualidade como especialistas, e não na qualidade de representantes das organizações mencionadas. Em 2003 a Comissão Europeia emitiu um relatório sobre orientações básicas tendo em vista a sustentabilidade do turismo europeu2, anunciando a constituição do GST e incumbindo-o de criar um quadro de acção com a participação de diferentes actores chave, emitir orientações para a gestão de destinos turísticos locais e a utilização de indicadores e acompanhar sistemas. Em resultado disso, nasceu o presente relatório do GST. O relatório será usado pela Comissão Europeia como base para anunciar uma Agenda para a Sustentabilidade do Turismo Europeu3, após um período de consulta. O relatório conclui sobre as deliberações do GST, incluindo as de uma série de grupos de trabalho. Determina: • Por que razão o turismo é tão importante na procura do desenvolvimento sustentável e quais devem ser as metas para tornar o turismo europeu mais sustentável. • Os desafios chave que o turismo europeu enfrenta para atingir estas metas. • Processos de colaboração recomendados com o objectivo de enfrentar os desafios. • Um quadro de acção a diferentes níveis, e por vários grupos de interessados. • Um conjunto de iniciativas específicas a tomar a nível europeu. 1 Os membros do GST estão listados no Anexo 1 COM(2003) 716 3 Anteriormente referido como Agenda 21 para o Turismo Europeu, embora este novo título sirva para reflectir uma abordagem mais actual abrangendo a sustentabilidade económica, social e ambiental. 2 Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 1 2 Turismo Europeu e Desenvolvimento Sustentável O conceito de desenvolvimento sustentável tem sido geralmente aceite como a base para o planeamento e gestão da nossa vida presente e futura. Em1992, a Declaração do Rio de Janeiro sobre Ambiente e Desenvolvimento traçou os princípios da Agenda 21, um plano de acção detalhado, adoptado por 178 governos. Esta foi aprofundada e alargada na Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável em Joanesburgo em 2002, a qual resultou num plano de implementação com ênfase nas parcerias público-privado. O desenvolvimento sustentável requer que se salvaguarde a capacidade da terra de manter a vida em toda a sua diversidade. Encara as preocupações da protecção do ambiente, da equidade social e da qualidade de vida, de diversidade cultural e de uma economia dinâmica e viável, com capacidade de gerar emprego e prosperidade para todos. A União Europeia elege o desenvolvimento sustentável como um objectivo geral. A Estratégia de Desenvolvimento Sustentável da UE, renovada em 2006, define as prioridades e acções para concretizar esse objectivo, sendo considerada complementar à Estratégia de Lisboa da UE para o crescimento e o emprego. As duas estratégias reconhecem que os objectivos económicos, sociais e ambientais se podem complementar devendo, por isso, avançar em conjunto. Turismo – uma relação especial com o desenvolvimento sustentável O turismo é uma actividade que pode verdadeiramente ter um grande impacto no desenvolvimento sustentável. Em parte, deve-se à sua dimensão total. Os estados europeus registaram mais de 440 milhões de entradas de turistas em 2005. Uma percentagem ainda maior de actividade turística ocorre na forma de turismo doméstico e de viagens diárias. O turismo é, directa e indirectamente, responsável por cerca de 10% do PIB europeu e por 20 milhões de postos de trabalho. Os europeus são responsáveis por mais de metade de todas as viagens internacionais, e as visitas por parte dos europeus fornecem uma fonte importante de receita para muitos países em vias de desenvolvimento. De igual importância para o desenvolvimento sustentável é, no entanto, a relação especial que o turismo, relativamente a outras actividades económicas, tem com o ambiente e a sociedade, devido à sua especial dependência de ambientes de qualidade, do traço distintivo cultural e da interacção social, da segurança e do bemestar. Por um lado, se for deficientemente planeado ou desenvolvido em excesso, o turismo pode ser um agente de destruição destas qualidades especiais que são tão importantes para o desenvolvimento sustentável. Por outro lado, pode ser o principal agente para a sua conservação e promoção – directamente através da sensibilização e do aumento de receitas para as apoiar e, de forma indirecta, dar uma justificação económica para proporcionar esse apoio por outros. O turismo pode constituir uma ferramenta, não só para auxiliar ou forçar a regeneração e o desenvolvimento económico, como também para aumentar a qualidade de vida dos visitantes e das comunidades que os acolhem. Ao tornar o turismo mais sustentável, contribui-se de forma significativa para a sustentabilidade da sociedade europeia. Criar o equilíbrio certo entre o bem-estar dos turistas, das Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 2 comunidades hospedeiras e o ambiente, reduzir os conflitos e reconhecer a dependência mútua, requer uma abordagem especial da gestão dos destinos turísticos. Metas para a sustentabilidade do turismo europeu Em 2005 a Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas (OMT) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) identificou uma Agenda com 12 metas para o turismo sustentável4. O Anexo 2 reproduz essas metas. As três metas chave da Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) europeia são: prosperidade económica; equidade e coesão social e protecção ambiental. Para além da reflexão sobre as 12 metas acima referidas, considera-se, nos parágrafos seguintes, cada um dos objectivos propostos pela EDS para a sustentabilidade do turismo europeu: 1 Prosperidade económica a. Assegurar, a longo prazo, a competitividade, a viabilidade e a prosperidade das empresas do sector turístico e dos destinos turísticos. b. Proporcionar oportunidades de emprego de qualidade, oferecendo um pacote de remunerações e condições justas e evitar todas as formas de discriminação. 2 Equidade e coesão social a. Melhorar a qualidade de vida das comunidades locais através do turismo, e envolvê-las no seu planeamento e gestão b. Proporcionar uma experiência de segurança, satisfação e realização aos visitantes, à disposição de todos sem discriminação de sexo, raça, religião, deficiência ou de qualquer outra forma. 3 Protecção cultural e ambiental a. Minimizar a poluição e a degradação do ambiente a nível global e local e a utilização dos escassos recursos usados pelas actividades turísticas. b. Manter e reforçar a riqueza cultural e a biodiversidade e contribuir para a sua valorização e conservação. A EDS tem ainda um quarto objectivo chave: o cumprimento das responsabilidades internacionais, o que requer a promoção activa do desenvolvimento sustentável a nível mundial. Os objectivos acima descritos devem também aplicar-se às políticas e acções com influência no impacto do turismo originário da Europa e no apoio à indústria como uma ferramenta de desenvolvimento internacional. A aplicação dos princípios de sustentabilidade Existe uma série de princípios por trás do conceito de desenvolvimento sustentável que têm uma particular incidência no turismo e na abordagem que devemos ter na Europa. 4 Em: Making Tourism More Sustainable (Tornar o Turismo Mais Sustentável), OMT e PNUMA (2005). Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 3 • Ter uma abordagem holística e integrada Todos os vários impactos do turismo devem ser tidos em conta no seu planeamento e desenvolvimento. Além disso, o turismo deve ser correctamente equilibrado e integrado através de uma gama completa de actividades com influência sobre a sociedade e o ambiente. • Planear a longo prazo Desenvolvimento sustentável significa pensar nas necessidades das gerações futuras assim como nas nossas próprias necessidades. Planear a longo prazo requer a capacidade de prolongar as acções ao longo do tempo. • Atingir uma velocidade e um ritmo adequado de desenvolvimento O nível, a velocidades e a forma de desenvolvimento deve reflectir e respeitar o carácter, os recursos e as necessidades das comunidades hospedeiras e dos destinos. • Envolver todos os actores chave Uma abordagem sustentada requer uma participação ampla e empenhada na tomada de decisões e na implementação prática por todos os envolvidos nos resultados. • Fazer uso dos melhores conhecimentos actualmente em vigor As políticas e as acções devem ser conduzidas e complementadas pelos melhores e mais avançados conhecimentos actualmente em vigor. As informações sobre as tendências e os impactos na área do turismo, e as capacidades e experiência, devem ser partilhadas em toda a Europa. • Minimizar e gerir riscos – o princípio da prevenção Em situações de incerteza sobre os resultados, deve fazer-se uma avaliação completa e tomar-se medidas preventivas de forma a evitar danos para o ambiente ou para a sociedade. • Reflectir impactos nos custos – princípio utilizador – poluidor – pagador Os preços devem reflectir os custos reais do consumo e das actividades produtivas para a sociedade, tendo, não só, implicações na poluição como também na cobrança pela utilização de estruturas com custos de gestão significativos a elas associados. • Estabelecer e respeitar limites, sempre que apropriado A capacidade de carga de locais específicos e de áreas mais vastas deve ser reconhecida, com prontidão e capacidade de limitar, sempre que apropriado, o volume de desenvolvimento turístico e dos fluxos turísticos. • Levar a cabo acções de acompanhamento contínuo A sustentabilidade refere-se a tudo que implique compreender os impactos e estar alerta para eles em qualquer altura, para que se operem as mudanças e melhoramentos necessários. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 4 Receptividade às iniciativas de sustentabilidade do turismo até ao presente A preocupação pela sustentabilidade do turismo já está enraizada na Europa. É um assunto que tem merecido uma atenção considerável por parte da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu5, e do Comité Económico e Social. Muitos governos nacionais e autoridades locais em toda a Europa têm dedicado atenção às questões de sustentabilidade, no desenvolvimento das suas estratégias e acções relacionadas com o turismo. Este processo é susceptível de ser reforçado pelo requisito de que as estratégias governamentais sejam sujeitas a Avaliação Ambiental Estratégica. Existe, no entanto, um sentimento que essa consciencialização não está necessariamente traduzida em acções práticas e concretas e que alguns dos desafios e oportunidades chave apresentados pelo desenvolvimento sustentável não estão a ser cumpridos. A receptividade da actividade turística à sustentabilidade tem sido algo variável. Algumas das empresas mais importantes do sector buscam a sustentabilidade introduzindo estratégias de responsabilidade social corporativa. Apenas uma pequena percentagem de pequenas empresas turísticas têm procurado ser reconhecidas pelas suas políticas ambientais e socias e práticas, parecendo que, em muitos casos, uma acção positiva depende de um interesse e compromisso individual do dono da empresa. No entanto, existem sinais evidentes que o nível de interesse e resposta está a crescer. Para isso têm contribuído as associações de comércio e pelo contacto business-to-business da cadeia logística. Por exemplo, hoje alguns operadores turísticos procuram especificamente contratar fornecedores que aderem a critérios de sustentabilidade. Tem-se registado nos últimos anos um considerável aumento da consciencialização do consumidor do impacto de viajar em férias, em parte promovida pela extensa cobertura mediática. Os turistas preocupam-se claramente se os seus destinos de férias são atractivos, em ambientes limpos e bem mantidos. Os segmentos de mercado turístico baseados na natureza e na cultura têm registado um forte crescimento. Uma série de inquéritos realizados em diferentes países europeus demonstraram que, quando inquiridos, a maioria dos turistas respondem que, à semelhança de outros factores, a sua escolha recairia provavelmente em empresas que se preocupam com o ambiente e com a comunidade local. No entanto, a percentagem de europeus que escolhem um tipo especial de viagem, especificamente por motivos de impacto ambiental é ainda provavelmente baixa. Renovar o impulso para um turismo europeu mais sustentável Gostaríamos de presenciar um novo impulso no processo de tornar o turismo europeu mais sustentável. Em parte, esta situação requer que todas as partes envolvidas no turismo, nos sectores público e privado, intensifiquem a sua consciencialização para as questões e tomem medidas relacionadas com estas. Não obstante, é necessário também que a Comissão Europeia e todos os estados membros reconheçam mais fortemente a posição especial do turismo na abordagem do desenvolvimento sustentável e mantenham o sector de modo adequado. 5 COM(2003) 716; COM(2006)134; Committee on Transport and Tourism (Comissão dos Transportes e do Turismo) - 2004/2229(INI) (Queiro) Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 5 A abordagem sublinhada neste relatório diz respeito à importância da cooperação, em que os interesses turísticos, ambientais, e da comunidade sejam conduzidos no mesmo sentido. Dá-se especial atenção às acções conjuntas ao nível do destino turístico, mas no âmbito de políticas e iniciativas de apoio nacionais e europeias. A máxima ‘pensar globalmente, agir localmente’ permanece relevante. As prioridades globais estão a mudar. As alterações climáticas são consideradas, actualmente, uma questão fundamental com grandes implicações para o turismo, exigindo que a indústria reduza a sua contribuição para as emissões de gases de estufa e os destinos turísticos se adaptem às mudanças de paradigma de procura e do tipo de turismo que podem oferecer. O objectivo geral para o sector turístico é permanecer competitivo abraçando, ao mesmo tempo, a sustentabilidade e reconhecendo que, a longo prazo, a competitividade depende da sustentabilidade. Devemos continuar a procurar o desenvolvimento do turismo mas, ao falar desta problemática, os paradigmas de consumo e produção do turismo podem ter de mudar. Deve haver um enfoque na manutenção e no aumento das receitas do turismo, mas com custos mais baixos para o ambiente e para as nossas culturas de traços distintos, e com um valor mais elevado para a sociedade. Além de oferecer destinos sustentáveis, as empresas turísticas e os turistas devem ser encorajados a abraçar a sustentabilidade de forma mais activa. Este facto diz respeito, em parte, à aceitação de responsabilidades mas também à aceitação das oportunidades apresentadas. A sustentabilidade deve ser, cada vez mais equiparada à qualidade – os turistas devem reconhecer que os locais que se preocupam com o ambiente, com os seus recursos humanos e com as comunidades locais são também mais susceptíveis de se preocuparem com eles. Vale a pena pagar por um ambiente de qualidade, e uma comunidade hospedeira próspera, preocupações essas que precisam ser promovidas. Os desafios e as oportunidades terão tendência a variar de local para local. Este documento sublinha alguns dos desafios e oportunidades que pensamos prevalecerem em toda a Europa. Considera também abordagens universalmente relevantes. Reconhece que se podem obter ganhos significativos através da partilha de conhecimentos e experiências sobre o desenvolvimento sustentável do turismo em diferentes partes da Europa, estabelecendo também um quadro e recomendações para se avançar em conjunto. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 6 3 Desafios chave para a sustentabilidade do turismo europeu O capítulo anterior definiu as metas gerais para a sustentabilidade do turismo europeu. Neste capítulo, discute-se alguns desafios chave que devem ser discutidos se, de facto, se quiser atingir essas metas. Os desafios aqui identificados reflectem, não só as preocupações prioritárias mas também as questões que decorrem do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo (GST). Tomámos também em consideração as questões levantadas em anteriores relatórios por parte da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu sobre a sustentabilidade do turismo6. Procuramos, de forma mais ampla, relacionar estes desafios para o turismo com os sete desafios chave identificados na Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) renovada da EU, a saber: alterações climáticas e energias limpas; transportes sustentáveis; consumo e produção sustentáveis; conservação e gestão de recursos naturais; saúde pública; inclusão social, demografia e migração; e pobreza a nível global e desenvolvimento sustentável. Muitos dos desafios identificados infra são importantes para mais do que uma das metas de turismo sustentável, em que uma série de implicações económicas, sociais e ambientais se interligam. Antes de introduzir estes desafios, podem identificar-se dois importantes prérequisitos para a sustentabilidade do turismo: • Assegurar que as condições certas para uma actividade turística bem sucedida sejam implementadas Existe uma série de requisitos chave para o sucesso das empresas do sector do turismo e dos destinos turísticos que devem ser cumpridas se houver empenhamento em tornar o turismo uma actividade sustentável. Esses requisitos incluem: o Segurança e protecção. Os direitos básicos do viajante devem estar reunidos – incluindo a segurança do transporte e das instalações turísticas, higiene dos alimentos, qualidade do ar e da água, ausência de crime e exploração, etc. o Qualidade das instalações e serviços. Este aspecto deve registar-se a um nível que cumpra ou exceda as expectativas do visitante. o Fiabilidade da informação. A informação para os turistas e os actores chave no turismo deve ser precisa e útil. o Acesso efectivo ao mercado. As empresas e os destinos turísticos devem conseguir prontamente ir ao encontro de potenciais visitantes e comunicar eles. o Ambiente favorável às empresas. Os quadros legais e os serviços de apoio às empresas devem propiciar condições justas e de apoio ao empreendorismo, criatividade e inovação. 6 Anteriormente citado Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 7 o • O direito de tirar férias. Os direitos convencionados dos trabalhadores ao subsídio anual de férias e ao limite do tempo de trabalho são prérequisitos importantes para o turismo. Antecipar e acompanhar a mudança Muitos dos factores internos e externos com influência sobre o turismo europeu têm recentemente presenciado mudanças, sendo provável que assim continue. As políticas e as acções devem ser desenvolvidas e modificadas à luz dos melhores conhecimentos e de métodos de previsão actualmente em vigor. As formas especiais de mudança da maior relevância para a sustentabilidade do turismo incluem: o Mudanças ambientais, nomeadamente alterações climáticas. Estas irão afectar paradigmas de procura e condições futuras e desafios para o desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos. o Mudanças tecnológicas, as quais podem ter um efeito importante no impacto ambiental e em soluções possíveis disponíveis no futuro. o Tendências e alterações de mercado. As mudanças relativas aos mercados de origem, demografia, perfis, gostos e motivações dos visitantes têm, sem excepção, influência sobre a sustentabilidade. o Mudanças políticas, económicas e sociais, as quais podem afectar o contexto e as atitudes relativamente ao turismo e à sustentabilidade, em mercados de origem e nos destinos turísticos. Os oito desafios aqui apresentados não estão listados por qualquer ordem de prioridade. Desafio 1: Reduzir a sazonalidade da procura A concentração de viagens turísticas em certas épocas do ano tem um impacto importante na sustentabilidade. Para além de reduzir drasticamente a viabilidade das empresas do sector e da sua capacidade de oferecer e manter postos de trabalho todo o ano (Metas 1a e 1b), pode também colocar uma grande pressão sobre as comunidades e os recursos naturais em certas alturas deixando um excesso de capacidade noutras (Metas 2a e 3a). Dados do EUROSTAT demonstram que, considerando a Europa no seu todo, as dormidas em Agosto são em média entre três a quatro vezes mais do que nos meses de Inverno. Os padrões variam entre os estados, registando-se uma maior sazonalidade nos países do Mediterrâneo. Os destinos turísticos de montanha que oferecem desportos de Inverno, têm tendência a ter duas épocas altas, mas ambas são bastante curtas e, neste caso, demasiada sazonalidade afecta a sustentabilidade. A sazonalidade da procura torna muito difícil planear e gerir a oferta de serviços turísticos de forma eficiente. Uma forma de estimular a procura e o consumo em épocas menos concorridas, com a absorção da capacidade existente, seria fazer crescer as receitas do turismo colocando, ao mesmo tempo, menor pressão sobre o ambiente e a comunidade, do que um aumento em época alta. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 8 As acções de combate à sazonalidade requerem um conhecimento do produto e da situação do mercado no país e no destino turístico em questão. As circunstâncias especiais da comunidade local e do ambiente devem também ser consideradas. De facto, nalguns casos, é desejável um período de recuperação da época baixa. São necessárias acções coordenadas a todos os níveis, associando os destinos turísticos e as empresas de forma a influenciarem a procura e a oferta. Sugerem-se acções adequadas para reforçar a atractividade das épocas baixas em relação às épocas altas, nomeadamente: • Ajustar a selecção do mercado alvo para mercados não sazonais (p. ex. turismo de negócios, segmentos não familiares e certos nichos de mercado); • Desenvolvimento de produtos inovadores, pacotes, eventos e promoções em época baixa; • Diferenciais de preço e incentivos; • Constituição de parcerias entre prestadores de serviços e operadores turísticos de forma a alargar períodos de abertura. Devem ser também tomadas medidas para influenciar os padrões de procura na origem, nomeadamente: • Re-calendarização e diversificação das férias escolares. • Encorajamento de empregadores de forma a permitirem dispensas de serviço flexíveis. O efeito nas alterações climáticas pode influenciar significativamente a sazonalidade a médio e longo prazo. Este facto requer um estudo e acompanhamento mais aprofundados de forma a melhorar os nossos conhecimentos e métodos de previsão de possíveis alterações para permitir pôr em prática estratégias de adaptação. As alterações prováveis na Europa incluem, nomeadamente: • Redução continuada de disponibilidade de neve em altitudes mais baixas, afectando a presença ou a extensão de desportos de Inverno em estâncias de montanha. • Uma mudança nos padrões de procura sazonais no Verão, dos países do Sul, onde se registarão temperaturas demasiado elevadas, para os países do Norte, onde as temperaturas mais amenas poderão atrair mais turistas que procuram o sol. Desafio 2: Abordar o impacto do transporte turístico As notícias diárias sobre o avanço e o impacto das alterações climáticas e a associação destas com as emissões de gases de estufa dos transportes têm tornado este assunto fundamental e de elevado perfil para o planeamento do turismo na Europa. Têm consequências fundamentais para a Meta 3a (minimizar a poluição a nível global e local) mas também para a viabilidade económica da indústria turística (Meta 1a), a qualidade de vida das comunidades (2a) e o acesso justo do turismo para todos (2b). O transporte sustentável é um desafio chave previsto na EDS. Estima-se que o transporte turístico (turismo interno e externo) seja responsável, actualmente, por 8% das emissões equivalentes de CO2 na UE(15)7. O transporte aéreo é responsável por 50% das emissões de CO2 associadas ao turismo interno e externo, considerando a Europa no seu todo. As emissões de gases de estufa dos 7 Relatório MUSTT, Direcção-Geral da Empresa, 2004 Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 9 automóveis são também muito importantes (responsáveis por 41% das emissões de CO2 de viagens turísticas dentro da UE). As viagens aéreas são uma das maiores fontes de crescimento mais rápido de emissões de gases de estufa (4% por ano) devido ao crescimento do tráfego e da procura, em parte estimulado por voos de baixo custo. A EDS defende a “separação entre crescimento económico e procura de transportes”. Este facto tem implicações consideráveis para o turismo que, por definição, depende dos transportes. Prosseguindo esta política e as políticas inscritas no Livro Branco sobre Transportes da CE8, as necessidades do turismo como sector económico chave devem ser consideradas sem excepção. No entanto, o sector do turismo deve também responder de forma activa e responsável ao desafio. Como forma de abordar a situação, deve tentar-se reter a totalidade das receitas provenientes das despesas dos turistas assim como os seus benefícios económicos e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de gases de estufa resultantes desta actividade. Deve dar-se particular atenção à redução do impacto líquido nas alterações climáticas proveniente das viagens rodoviárias e aéreas, através da: • Investigação, apoio e regulação conducentes a avanços tecnológicos da indústria automóvel, da aviação e dos combustíveis, e de gestão de tráfego (incluindo controlo de tráfego aéreo); • Participação do sector da aviação num sistema de negociação de emissões de gases de estufa no âmbito da UE, e encorajamento para que todas as companhias aéreas internacionais participem em sistemas semelhantes; • Promoção de forma activa de esquemas de compensação de carbono para os turistas, com o apoio dos operadores. Para além disso, não obstante, as organizações e empresas do sector do turismo devem trabalhar em parceria, de modo a promoverem uma transferência modal para utilização de formas de transporte turístico mais amigas do ambiente (comboio, autocarro/camioneta, transporte marítimo, bicicleta, transporte pedonal), ambos para e dentro do destino turístico, através das seguintes medidas: • Ajustar mecanismos de tributação e de fixação de preços de modo a reflectir o custo ambiental. • Promover de forma activa e criativa opções de transporte alternativas (igualmente pela experiência aprazível que oferecem assim como pelo seu impacto ambiental reduzido) e fornecer informação de elevada qualidade aos turistas sobre as mesmas. • Investir em infra-estruturas e serviços apropriados (pistas para bicicletas, ligações ferroviárias, parques de estacionamento para autocarros e automóveis, etc.) através, eventualmente, das receitas provenientes das taxas ambientais. • Melhorar de forma continuada a integração entre diferentes tipos de serviços de transporte e facilidade de utilização pelos turistas. • Localizar cuidadosamente novos complexos turísticos com respeito a acessibilidades. Uma outra abordagem consiste em procurar reduzir distâncias percorridas e, ao mesmo tempo, maximizar as despesas de consumo por parte do visitante. Para isso, é necessário: • Ajustar os mercados alvo e a promoção no sentido de haver mais mercados de origem locais e domésticos. 8 COM(2006) 314 Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 10 • • Encorajar um menor número de períodos de férias mas períodos de férias mais longos e, ao mesmo tempo, reconhecer que este facto contraria tendências de mercado recentes. Promover atracções e actividades dentro e à volta do destino em vez de realizar excursões mais longas. Alguns destinos estão muito melhor colocados do que outros para acomodarem essas mudanças de utilização dos transportes e de padrões de viagem. As necessidades específicas das áreas periféricas e dos destinos insulares, economicamente dependentes do turismo e de mercados distantes, devem ser totalmente respeitadas. As propostas acima mencionadas devem ser avaliadas e melhoradas através de uma actualização constante do conhecimento sobre os efeitos do turismo nas emissões de gases de estufa, e sobre o provável impacto das diferentes medidas de resposta no desempenho do turismo e nas alterações climáticas. Desafio 3: Melhorar a qualidade do emprego no sector do turismo Este desafio relaciona-se directamente com o Meta 1b (emprego de qualidade sem discriminação) mas também tem implicações na viabilidade económica global das empresas (1a) e na qualidade do serviço prestado aos visitantes (2b). O desafio da EDS sobre a inclusão social e os movimentos migratórios é importante, sendo a qualidade do emprego um aspecto chave da estratégia de Lisboa. O sector do turismo oferece muitas oportunidades de emprego a pessoas de todas as idades e com qualquer tipo de habilitações. No caso particular dos jovens, um emprego no sector do turismo representa muita vezes o primeiro contacto com a vida activa, proporcionando-lhes competências inter-pessoais e sociais, altamente requisitadas numa indústria de serviços que opera em função do cliente. Existe cada vez mais espaço para o turismo adicionar valor ao emprego noutros sectores, através de ocupações múltiplas, e proporcionar novas oportunidades para o emprego noutros domínios relacionados com o ambiente e o património. Não obstante, alguns subsectores do turismo caracterizam-se por condições de trabalho desfavoráveis (horários de trabalho longos e irregulares, uma elevada percentagem de contratos de trabalho a termo fixo, em regime de tempo parcial ou sazonal, e níveis salariais e de segurança social abaixo da média), baixos níveis de qualificação, e falta de oportunidades de carreira, assim como elevadas taxas de trabalho não declarado. No turismo, o pessoal afecto à actividade faz parte integrante da experiência do cliente, e são as pessoas que trabalham nesta indústria que podem proporcioná-la enquanto uma das principais vantagens competitivas. É necessário que haja algo único nas capacidades, no know-how e no comportamento dos que trabalham nesta indústria para permitir que a própria Europa se distinga dos outros destinos concorrentes. A qualidade dos postos de trabalho no turismo, e a forma como o sector é encarado enquanto opção de carreira, devem ser melhoradas analisando: • Os níveis salariais e de protecção da segurança social. • O padrão, a extensão e a consistência dos horários de trabalho, reconhecendo, ao mesmo tempo, que estes devem satisfazer o padrão de procura dos clientes. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 11 • • A capacidade de oferecer contratos de trabalho a tempo inteiro, durante todo o ano e de longo prazo. A progressão e as oportunidades de carreira. Muitas destas questões não são exclusivas do turismo. No entanto, ao fazer-se uma análise das mesmas, é possível também ultrapassar o problema do recrutamento de pessoal qualificado e não qualificado e da redução de elevadas taxas de mudança de pessoal que se regista nalgumas regiões da Europa. Embora pequeno, o desafio para a indústria do turismo é desenvolver práticas de recursos humanos bem delineadas. O diálogo social entre empregadores, empregados e os seus representantes deve ser reforçado. Existem muitos exemplos de que a organização inovadora do trabalho, negociada por empregadores e sindicatos, conduziu à criação de postos de trabalho de qualidade superior e a tempo inteiro e ao aumento da rentabilidade. As empresas devem envolver o seu pessoal e os seus representantes estabelecendo e cumprindo os vários alvos de sustentabilidade. Deve ser um processo bidireccional com o devido reconhecimento por parte dos trabalhadores e sindicatos da necessidade fundamental de competitividade da indústria se as empresas criarem postos de trabalho no futuro, e com o reconhecimento devido por parte dos empregadores e empresas das necessidades dos trabalhadores do sector do turismo de postos de trabalho estáveis e seguros se as empresas quiserem recrutar e manter pessoal suficiente, qualificado e motivado no futuro. O desafio de melhorar a qualidade do emprego no sector, e de dar vantagem competitiva, exige também um esforço mais coordenado para reforçar a formação e estabelecer uma estrutura de carreiras. Esta situação vai permitir também auxiliar a mobilidade laboral, geograficamente e por sectores. As medidas devem incluir, nomeadamente: • O reforço da aplicação de normas comuns em formação turística em toda a Europa, e o reconhecimento mútuo das qualificações (p. ex. através do esquema Europasse). • A aplicação de iniciativas de aprendizagem ao longo da vida (tais como as que têm sido apoiadas pelo programa Leonardo da Vinci da UE). • O intercâmbio de boas práticas em formação turística em toda a Europa, removendo barreiras linguísticas e outras para a adopção comum das mesmas. • A integração de questões de sustentabilidade na formação e no ensino regular em turismo. • O trabalho de promoção activa e de relações públicas de forma a estimular a resposta ao turismo enquanto carreira e a participação na formação a todos os níveis. Desafio 4: Manter e melhorar a prosperidade e qualidade de vida da comunidade, em função da mudança A actividade turística tem um poder significativo para alterar o carácter e a prosperidade dos locais em que opera. Os destinos turísticos europeus estabelecidos têm sofrido mudanças significativas nos últimos anos, tendo surgido novos desafios. As pressões do desenvolvimento têm influência na sociedade. Em todos os casos, o desafio é gerir a mudança no interesse de bem-estar da comunidade. Assim, este facto é directamente relevante para a Meta 2a mas tem também influência nos objectivos económicos (mantendo as receitas localmente e Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 12 reforçando a qualidade dos postos de trabalho) e nos objectivos ambientais (conservando o património natural e cultural do destino turístico, evitando deste modo a sua degradação). Existem dois tipos de mudanças que apresentam desafios e oportunidades especiais para as comunidades locais no momento. A primeira diz respeito à construção de empreendimentos ligados ao turismo, alterando o carácter de fixação dos conjuntos urbanísticos. Embora traga benefícios económicos consideráveis às comunidades, pode também levar a um alastramento da urbanização (ou desenvolvimento esporádico) levando à perda de atractivos locais e de espaços verdes. As alterações nos valores dos imóveis podem constituir uma ameaça à qualidade de vida dos habitantes locais, podendo alguns tipos de desenvolvimento e consumo trazer um baixo retorno à economia local. Um segundo tipo de mudança decorre da reestruturação das economias locais, resultando de um declínio das actividades tradicionais, sendo o turismo visto como uma resposta à substituição das fontes de receita e postos de trabalho locais9. Os casos especiais deste tipo de mudança podem ocorrer em: • Áreas rurais e de montanha, com mudanças nas estruturas de apoio da UE afastando-se da produção agrícola e orientando-se para a economia e desenvolvimento rural em sentido mais lato10. • Áreas marítimas, que consideram o turismo como forma de substituir os rendimentos da actividade pesqueira, como consequência do declínio dos recursos pesqueiros e das mudanças dos quadros de apoio. • Algumas áreas urbanas em que o turismo permite a utilização de antigas instalações industriais e do património associado. • Complexos turísticos tradicionais, em que novos tipos de oferta são necessários para satisfazer as flutuações dos gostos dos mercados, ou responder aos efeitos das alterações climáticas. Em resposta a ambos os tipos de mudança, é necessário um planeamento e gestão cuidadosa do destino turístico para: • Influenciar o grau, a natureza e a localização de desenvolvimento, para assegurar que o turismo seja integrado nas actividades existentes e que a comunidade permaneça equilibrada. • Verificar se o novo tipo de desenvolvimento proposto está em linha com as tendências de mercado e a procura futura – por exemplo, se os padrões de procura no turismo rural são significativamente diferentes agora do que no passado. • Dar prioridade a tipos de alojamento e instalações que reflictam o carácter especial do destino turístico, minimizar o impacto ambiental e trazer valor para a comunidade (valor económico e emprego). • Maximizar a percentagem de receitas que são retidas localmente e outros benefícios para as comunidades locais, através do reforço de cadeias de oferta locais e da promoção da utilização dos produtos locais, lojas e outros serviços pelos visitantes. Deve reconhecer-se que os objectivos de prosperidade e qualidade de vida podem, por vezes, apontar para uma restrição do desenvolvimento físico. 9 COM(2005) 120 pontos seleccionados de reestruturação das prioridades da Comissão O Artigo 55º do Regulamento de Desenvolvimento Rural incentiva, em particular, actividades turísticas. 10 Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 13 O volume e a concentração de complexos de segunda habitação têm sido considerados como um desafio principal para a qualidade de vida dos destinos turísticos. Em muitos locais, as segundas habitações são ocupadas por apenas algumas semanas do ano e, no entanto, são fisicamente intrusivas, distorcem os preços dos imóveis, retiram a vida às comunidades e pouco contribuem para a economia local. Não obstante, noutras situações, é possível verificar que as segundas habitações atraíram investimento, de outra forma indisponível para a comunidade, resultando no aumento da prosperidade e na restauração de antigos edifícios. A abordagem deve consistir em: • Compreender melhor o impacto das segundas habitações e partilhar boas práticas sobre a forma de abordar este assunto. • Limitar a taxa de desenvolvimento. • Maximizar o nível de utilização dos imóveis existentes e a sua integração com a comunidade e a economia locais. • Assegurar que a legislação que regula as segundas habitações esteja de acordo com a que regula o turismo em geral. Desafio 5: Minimizar o impacto da utilização de recursos e da produção de resíduos O turismo pode ser um agente de utilização significativa e por vezes irracional de recursos ambientais. Este desafio diz respeito directamente à Meta 3a sobre protecção ambiental, mas tem igualmente fortes consequências a nível do bem-estar das comunidades hospedeiras (2a). Diz respeito não só ao consumo e produção sustentável, mas também com os desafios de gestão de recursos naturais da EDS. O consumo de água é uma das principais questões para a sustentabilidade do turismo. Um turista que permanece num hotel consome em média, por dia, mais de um terço da água do que o habitante local11. No entanto, na zona do Mediterrâneo é frequente um turista consumir em média, por dia, quatro vezes mais água do que um habitante local e as necessidades em época alta podem colocar restrições drásticas no abastecimento local. Algumas formas de actividades ligadas ao turismo têm necessidades especiais de água, nomeadamente os campos de golfe e a produção de neve artificial em complexos de ski. A situação pode ser ainda mais crítica devido às alterações climáticas, com uma oferta cada vez mais escassa que satisfaça o aumento da procura. Outras questões relacionadas com a eficiente utilização dos recursos e a gestão dos resíduos exigem, nomeadamente: • Minimizar o consumo de energia (por exemplo, ar condicionado e aquecimento) e encorajar a utilização de fontes renováveis e tecnologias mais eficientes. • Promover e facilitar a redução, a reutilização e a reciclagem de materiais. • Promover a qualidade da água, incluindo o tratamento eficiente de esgotos, evitando descargas no mar e nos rios. Deve encorajar-se a reutilização da água “cinzenta” sempre que possível. • Incentivar a qualidade do ar, incluindo condições relacionadas com o congestionamento do tráfego. • Reduzir e gerir o lixo produzido. 11 EEA Europe’s Environment, The Third Assessment (A Terceira Avaliação) (2000) Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 14 Muitas das acções necessárias para a abordagem deste desafio residem no reforço da gestão ambiental das empresas turísticas. Alterar os hábitos do visitante pode também ter um impacto importante. Do mesmo modo, as medidas precisam ser tomadas ao nível dos destinos turísticos, com a oferta de infra-estruturas e sistemas de gestão necessários, tais como os serviços de reciclagem postos à disposição das empresas turísticas. O planeamento futuro dos destinos turísticos e o projecto de instalações individuais deve satisfazer os critérios para minimizar a utilização de recursos e a gestão dos resíduos. Inovação e abordagens criativas para a gestão dos recursos devem ser promovidas. Desafio 6: Conservar e acrescentar valor ao património natural e cultural A relação entre o turismo e o património natural e cultural é de importância fundamental. O turismo pode desempenhar um papel chave na tomada de consciência e na criação de apoios directos e indirectos dedicados à conservação (Meta 3b). Dito de outra forma, a qualidade do património natural e cultural é, em muitas áreas, fundamentalmente importante para a geração de prosperidade económica através do turismo (Metas 1a, 1b), para a qualidade de vida das comunidades locais (2a) e para a experiência do visitante (2b). A conservação e a gestão dos recursos naturais são desafios chave da EDS. Como exemplos de património natural e cultural de importância para o turismo, temos: • A qualidade e a variedade de paisagens naturais • Paisagens culturais moldadas pelo homem, em que a Europa é especialmente rica • Património individual, histórico e cultural • Biodiversidade – flora e fauna, terrestre e marítima • Cultura viva e traços distintivos locais – artes, artesanato, cozinha, língua – eventos e festivais. Existem muitas políticas e convenções a nível internacional e europeu com o objectivo de conservar este património12. O turismo deve desempenhar o seu papel no apoio às mesmas. A força significativa da Europa reside no facto de haver uma grande variedade tipos de programas com designações diversas13, visando medidas de protecção e incidindo no interesse e interpretação do visitante. Os desafios chave são, nomeadamente: • O aumento da pressão sobre o desenvolvimento, em parte derivado do próprio turismo mas também de outros sectores que podem ameaçar o contributo do património para a economia do visitante. • Os danos provocados pelo excesso de consumo por parte dos visitantes e por actividades específicas intrusivas. • O impacto de factores externos, tais como as alterações climáticas. • Uma escassez grave de recursos, não só financeiros como também humanos, destinados à gestão e conservação. 12 Por exemplo, o objectivo europeu de travar a perda de biodiversidade em 2010, e a Convenção sobre as Paisagens Europeias; 13 Património Mundial da UNESCO; Património Natural Europeu, no âmbito do programa Rede Natura 2000; parques nacionais e parques culturais; etc. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 15 Como medidas fundamentais de abordagem a estes desafios, propõe-se: • Estar melhor preparado para usar o argumento do turismo (como motor económico) enquanto motivo de conservação da natureza e da cultura e evitar pôr em causa a mudança. • Fazer uma identificação apropriada das áreas protegidas, incluindo a conclusão da Rede Natura 2000. • Reforçar a relação entre as áreas protegidas e os interesses turísticos locais, no âmbito de uma estratégia e de um plano de acção sobre turismo sustentável14. • Reforçar as capacidades e as ferramentas à disposição das áreas protegidas, relacionadas com o controlo do desenvolvimento, a gestão ambiental, a gestão dos visitantes, o desenvolvimento dos produtos, a informação e o esclarecimento, e o acompanhamento. • Adoptar planos de gestão de visitantes de forma a assegurar que o turismo não destrua os recursos naturais e culturais. • Procurar formas de aumentar as contribuições para a conservação e gestão por parte dos visitantes, do sector turístico e de outras empresas que beneficiam do turismo. • Apoiar actividades de conservação, ligadas sempre que apropriado ao turismo, em locais específicos e propriedades privadas, incluindo a restauração de edifícios classificados e a conservação de paisagens e habitats tradicionais. • Reforçar o desenvolvimento, o esclarecimento e a promoção de produtos e serviços de qualidade, com base no património natural e cultural, incluindo o artesanato tradicional, os produtos locais e outros elementos distintivos locais, como componente da experiência do visitante. • Desenvolver programas de acompanhamento para medir as tendências e os impactos e promover uma gestão adaptativa. Desafio 7: Possibilitar o gozo de férias a todos A inclusão e equidade social são princípios importantes de desenvolvimento sustentável. Uma das metas específicas (2b) é assegurar que as experiências turísticas sejam disponibilizadas a todos sem discriminação. Este facto permitirá obter benefícios económicos adicionais (Metas 1a, 1b). Os desafios relevantes previstos na EDS referem não só a inclusão social mas também a saúde pública, como sendo os contributos positivos das férias para o bem-estar físico e mental, os quais têm sido suficientemente documentados. Estima-se que cerca de 40% dos europeus não tirem férias, muitas vezes devido a diversas formas de privação ou impossibilidade. Em determinados países, a impossibilidade do gozo ferias é reconhecida como um aspecto significativo de pobreza infantil e familiar. Este desafio tem implicações estratégicas mais vastas para o turismo sustentável, na medida em que a política de procura de maximização de receitas do sector sem aumentar o volume pode contrariar os princípios de inclusão social. Não obstante, prosseguir um turismo social tem, de igual modo, demonstrado contribuir para a redução da sazonalidade da procura e a promoção do emprego estável ao longo do ano, visto que muitas pessoas que podem ser atraídas desta forma, tais como os pensionistas, estão em situação privilegiada para viajarem, em época baixa. 14 A Carta Europeia para o Turismo Sustentável em Áreas Protegidas (EUROPARC) oferece um modelo para esse efeito. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 16 O acesso ao turismo deve ser possibilitado a todos, jovens, estudantes, famílias e idosos. Os dois desafios principais a ter em conta são: • Incapacidade física. Este facto inclui a elevada percentagem de cidadãos europeus afectados por problemas de mobilidade ou sensoriais, quer a nível pessoal ou indirectamente através de um membro da família ou do grupo em que estão inseridos, o que pode aumentar, devido a alterações demográficas. • Desvantagem económica, que existe em todos os países mas é especialmente relevante em alguns dos países que aderiram recentemente à UE e entre a população imigrante e jovem. Como plano de acção, propõe-se: • Encorajar políticas e medidas de apoio ao turismo social a todos os níveis. • Promover campanhas de consciencialização nas empresas sobre a dimensão do mercado e das vantagens económicas assim como dos benefícios sociais. • Assegurar a adesão universal ao direito ao gozo de férias anuais, salvaguardando o aspecto da segurança social garantida pelo modelo social europeu. • Projectar e adaptar complexos e locais turísticos no sentido de ir ao encontro dos requisitos de incapacidade física. • Melhorar a informação considerada relevante para as pessoas com deficiência e grupos menos favorecidos. • Fomentar uma vasta gama de preços nos complexos turísticos e nas iniciativas turísticas promovidas. • Prosseguir esquemas específicos para promover e incentivar que pessoas de menores rendimentos possa gozar férias, tais como os sistemas de vales de férias (vouchers) usados em alguns países, envolvendo governos e operadores turísticos. Desafio 8: Utilizar o turismo como ferramenta no desenvolvimento sustentável global Considera-se muito conveniente que o interesse no turismo sustentável na Europa se traduza também no interesse pelo efeito do turismo europeu e das políticas relacionadas com o turismo, no desenvolvimento sustentável a nível global. Este facto está em linha com a abordagem e as prioridades da EDS e foi também reconhecido em comunicações da União Europeia sobre turismo sustentável15. Todos os objectivos identificados relativos ao turismo sustentável devem aplicar-se ao desenvolvimento e aos planos de acção de turismo, a nível internacional. Em 2005, as viagens realizadas pelos europeus para fora da Europa foram responsáveis por 66 milhões de chegadas a outros continentes, gerando níveis elevados receitas nos destinos receptores. A Europa é a fonte principal de investimento no desenvolvimento do turismo no estrangeiro e de apoio a projectos de infra-estruturas e ao desenvolvimento. Em muitos países em vias de desenvolvimento, o turismo pode proporcionar uma das poucas fontes de receita e de subsistência, em especial em áreas rurais, mas neste caso as questões de impacto sobre o ambiente e a comunidade são de enorme importância. Como desafios chave, é de salientar: 15 COM(2003) 716 Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 17 • • • • • A abordagem do impacto global das viagens intercontinentais e dos transportes nas emissões de gases de estufa e nas alterações climáticas, em linha com o Desafio 2 acima. A utilização do turismo como ferramenta de abordagem dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, em especial a meta de reduzir para metade os níveis de pobreza e fome extrema até 2015. A eliminação de todas e quaisquer formas de exploração e de concorrência desleal, incluindo o cumprimento das normas laborais essenciais, tais como as convenções da Organização Internacional do Trabalho e a adesão estrita ao código de conduta internacional contra a exploração sexual de menores. O apoio a políticas e metas internacionais relacionadas com o ambiente, tais como as estabelecidas pela Convenção sobre Diversidade Biológica. O cumprimento do Código de Ética Mundial para o Turismo por parte dos países europeus e a promoção dos seus princípios a nível internacional. Como plano de acção, propõe-se: • Promover a equidade no desenvolvimento do turismo e das viagens, para que todos os países tenham o mesmo direito a desenvolver o turismo e os cidadãos de todos os países tenham o mesmo direito a viajar. • Encorajar a celebração de programas de apoio bilaterais e a nível da UE de forma a reconhecer e apoiar medidas adequadas de desenvolvimento turístico enquanto ferramenta de desenvolvimento sustentável e de combate à pobreza, e a trabalhar em parceira com organismos internacionais neste domínio. • Incentivar operadores turísticos europeus e investidores em serviços turísticos no estrangeiro a cumprir os princípios de sustentabilidade a e procurar beneficiar o ambiente e as comunidades locais onde operam. • Fomentar a consciencialização por parte dos cidadãos europeus de opções e comportamentos de viagem responsáveis. • Partilhar conhecimentos e boas práticas de turismo sustentável com outros países e regiões do mundo. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 18 4 Mecanismos de implementação No capítulo anterior definiu-se os desafios chave para tornar o turismo europeu mais sustentável e, em cada um dos casos, identificou-se as acções relevantes para a abordagem desses desafios. O presente capítulo identifica a forma como estas acções podem ser implementadas através de processos de forma a encorajar: • Destinos sustentáveis • Empresas sustentáveis, e • Turistas responsáveis. Destinos sustentáveis Muitos dos desafios definidos pela sustentabilidade, e das correspondentes acções necessárias para os enfrentar, podem ser abordados de forma adequada pelos diversos actores chave, colaborando entre si ao nível do destino turístico. É aqui que as necessidades do ambiente, da comunidade local e das empresas sobretudo se congregam. É muito mais fácil adoptar uma abordagem integrada e holística a este nível. Além disso, é tendência crescente considerar que o conceito de ‘destino turístico’, no âmbito do qual uma vasta gama de estabelecimentos e atracções em conjunto fazem parte da experiência do visitante, desempenha um papel fundamental na influência sobre as opções do consumidor. Uma série de iniciativas mais vastas têm sido tomadas no sentido de promover os princípios de sustentabilidade a este nível e o turismo deve relacionar-se com as mesmas16. Focar a atenção ao nível do destino turístico não significa que as acções ao nível europeu ou nacional não sejam importantes. De facto, algumas acções para a sustentabilidade devem ser tomadas prioritariamente a esses níveis, conforme indicado no Capítulo 5. É também muito importante que a política a nível da União Europeia e a nível nacional estabeleça um quadro de apoio destinado a agir localmente. Qual o significado do conceito de “destino turístico”? Um destino turístico é uma área de atracção do visitante que compreende o alojamento, as atracções e os serviços de apoio. Pode ser definido por fronteiras físicas, temáticas ou administrativas e abrange um conjunto de imagens e qualidades distintivas que lhe dão uma imagem de marca. Os destinos devem ser locais com os quais os actores chave do turismo tenham uma afinidade natural e com quem seja possível cooperar. Esse destino turístico pode, tipicamente, ser uma cidade, um complexo balnear ou de montanha uma área rural bastante grande com uma identidade demonstrada. É de extrema importância que a dimensão do destino turístico seja suficiente para permitir que a abordagem à gestão deste sublinhada infra seja realizada 16 Um exemplo é a Carta das Cidades e Vilas Europeias para a Sustentabilidade (Carta de Aalborg) Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 19 eficientemente, em termos de custos. Por exemplo, não é expectável que a abordagem seja adequada às aldeias, cidades pequenas ou pequenos distritos que trabalham individualmente – devem trabalhar em parceria no seio de uma área mais vasta. Em determinadas circunstâncias, a gestão dos destinos turísticos pode ser aplicada de forma mais adequada a nível regional. Este facto varia entre os diferentes estados membros. Gestão sustentável de destinos turísticos e Agenda 21 Local A gestão dos destinos turísticos é um termo utilizado para abranger todas as formas de influenciar o impacto do turismo num destino turístico. Inclui o planeamento e o controlo do desenvolvimento turístico, a oferta de infra-estruturas, a gestão dos visitantes, marketing, a oferta de informação, o apoio às empresas, o estabelecimento e verificação de normas e acompanhamento. Deve fazer-se uma abordagem a todos os aspectos da experiência do visitante no âmbito da cadeia de valor do turismo, de acordo com os princípios de gestão integrada da qualidade (GIQ)17. Um dos objectivos fundamentais da sustentabilidade do turismo europeu é assegurar que o processo de gestão de destinos turísticos adopte integralmente os objectivos e princípios da sustentabilidade. Para o efeito, é necessário: • Adoptar formalmente os objectivos da sustentabilidade, com base nos que foram identificados neste relatório; • Procurar uma abordagem do planeamento e da gestão, reunindo os vários actores chave; • Trabalhar em parceria com esses actores chave de forma a desenvolver e implementar uma estratégia e um programa de acção de turismo sustentável; • Orientar-se por um processo de acompanhamento regular dos impactos do turismo em comparação com os indicadores de sustentabilidade. O processo de gestão dos destinos turísticos deve estar intimamente ligado a estratégias comunitárias, ambientais e económicas mais vastas no âmbito do destino turístico. Em certas áreas, deve também reflectir e estar associado a iniciativas de planeamento mais vastas, como é o caso da Gestão Integrada da Zona Costeira. A adopção de sistemas de gestão ambiental (SGAs) na gestão e planeamento dos destinos turísticos tem evidenciado, por vezes, a sua utilidade. Umas das abordagens de planeamento turístico em torno de uma agenda para a sustentabilidade tem sido fomentar o processo da Agenda 21 Local no destino turístico (ou em comunidades locais nele inseridas), pelo qual os interesses locais se reúnem no sentido de integrar preocupações ambientais globais em planos locais, de forma a decidir que tipo de futuro pretendem e, desse modo, trabalharem nisso em parceria. A visão de futuro e o planeamento destas a nível comunitário podem dar um contributo útil para o processo de gestão sustentável do destino turístico. Existe, no entanto, um perigo que, por si só, se pode tornar isolado da corrente dominante de desenvolvimento e implementação de políticas de turismo. 17 Conforme mencionado em: GIQ de destinos turísticos rurais, costeiros e urbanos, (3 publicações), Comissão Europeia, 1999 Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 20 Estruturas de cooperação A gestão sustentável de destinos turísticos no âmbito da qual os diferentes actores chave podem trabalhar em parceria, permite a constituição de parcerias e também de uma liderança eficaz. Estruturas de diferentes actores chave podem assumir diferentes formas, desde a realização regular de reuniões informais de representantes a organismos com uma estrutura mais definida. A primeira pode desenvolver-se em algo semelhante à segunda ao longo do tempo, à medida que cresce a confiança. As autoridades locais e regionais têm papéis fundamentais a desempenhar quanto a este aspecto. Em muitos destinos turísticos, uma série de autoridades locais podem trabalhar em parceria como um grupo. É importante que as funções das várias autoridades regionais e locais, que podem influenciar o turismo e o seu impacto se empenhem no processo. Outros interesses que precisam ser representados neste contexto, compreendem: empresas turísticas; associações da comunidade local; organismos que se ocupam do património ambiental e cultural; o sector dos transportes; grupos recreativos/de consumidores locais; sindicatos; e estabelecimentos locais de ensino e formação. É necessário estabelecer um processo bidireccional de comunicação entre o destino turístico e os organismos hierarquicamente acima ou abaixo do mesmo, quer sejam locais, regionais ou nacionais. Os organismos de gestão devem estabelecer canais de comunicação e consulta eficazes dentro do destino turístico, através de newsletters, sítios de Internet, meios de comunicação social locais e através da realização de fóruns abertos. Desenvolver uma estratégia e um plano de acção de turismo sustentável É necessário elaborar um plano estratégico e de acção enquanto ferramenta chave para orientar o perfil de turismo do destino, identificar as prioridades e coordenar actividades entre os actores chave. Este facto deve considerar especificamente os desafios e oportunidades chave identificados no capítulo anterior, interpretados de acordo com as circunstâncias locais. Este deve ser um processo dinâmico e contínuo, com objectivos, metas e acções acompanhadas e revistas ao longo do tempo face aos resultados conseguidos e à evolução da situação. É necessário cumprir as etapas seguintes: 1 Mandato político • Assegurar o empenhamento de todos os principais interessados no sentido de preparar e implementar um plano estratégico e de acção que adopte os princípios de sustentabilidade, com base numa visão e identidade partilhada. • Especificar a organização que vai liderar o processo e os seus termos de referência. 2 Análise da situação Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 21 • • • • • • • • • Recolha e compilação de dados sobre as estatísticas actuais de turismo, número de empresas, medidas de apoio ao emprego, oferta de instalações e serviços ao visitante, condições ambientais (água, ar), contributo relativo do turismo para a economia. Avaliação dos recursos patrimoniais culturais e naturais, incluindo as condições e a sensibilidade de utilização futura. Avaliação da capacidade das infra-estruturas turísticas (incluindo transportes). Consulta à comunidade local. Inquérito/consulta ao sector do turismo, abrangendo o desempenho, as perspectivas, as necessidades. Inquérito ao visitante – perfil, necessidades, satisfação. Avaliação das políticas existentes e ferramentas em prática. Avaliação da eficácia do trabalho das parcerias existentes e identificação de quaisquer barreiras para uma maior colaboração. Avaliação de factores externos – oportunidades e ameaças: tendências de mercado, percepções, análise da concorrência, mudança ambiental, etc. 3 Escolhas estratégicas Os actores chave devem trabalhar no sentido de: • Identificarem questões chave • Considerarem a capacidade de carga • Estabelecerem uma visão e objectivos • Identificarem alvos turísticos – quantidade, tipo, onde, quando. 4 Plano de acção • Definir um programa de acção, indicando prioridades, agências líderes, agências de apoio, escala temporal e necessidades em termos de recursos • Obter um compromisso e concentração de recursos 5 Acompanhamento e revisão • Estabelecer indicadores e processos de acompanhamento • Revisão anual, apresentação de um relatório de metas, e revisão do plano de acção • Revisão regular e periódica da estratégia. Indicadores de sustentabilidade e processos de acompanhamento A identificação de indicadores associados a objectivos de sustentabilidade, e a um processo de acompanhamento regular em relação aos mesmos, é uma componente fundamental de gestão do destino turístico se adoptar os princípios de sustentabilidade, sem excepção. A Organização Mundial do Turismo (OMT) das Nações Unidas identificou cinco critérios para a selecção de indicadores: • Relevância do indicador para o assunto seleccionado. • Viabilidade de obtenção e análise da informação requerida. • Credibilidade e fiabilidade da informação. • Clareza e facilidade de compreensão entre os utilizadores. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 22 • Comparabilidade ao longo do tempo e entre regiões. A UE tem trabalhado na definição de uma série de indicadores de sustentabilidade do turismo18, tendo sido também considerado outros trabalhos neste domínio por parte do GST (Grupo para a Sustentabilidade do Turismo). Este facto permitiu construir uma base para uma série de indicadores propostos para os destinos turísticos apresentados no Anexo 3. O objectivo é identificar uma série de indicadores essenciais considerados, não só fundamentais para a sustentabilidade como também relativamente fáceis de recolher, assim como indicadores adicionais que os destinos turísticos são incentivados a considerar. Embora os indicadores básicos sejam aqui sugeridos, considera-se que a relevância destes indicadores, e outros não apresentados, variará entre destinos turísticos. A selecção final de indicadores deve ser determinada em consulta com todos os actores chave na fase de fazer escolhas estratégicas para a formulação da estratégia. O acompanhamento de alguns indicadores pode ser realizado através de observação ou medição directa, no terreno. No entanto, uma série de indicadores chave requerem resposta por parte dos visitantes, de empresas ligadas ao turismo e da comunidade local, a qual é obtida mais eficazmente através de inquéritos regulares aos mesmos. O anexo contém também algumas informações sobre processos de inquérito. Instrumentos de apoio à implementação de políticas e acções de sustentabilidade O plano daí resultante deve prever uma série de acções de forma a melhorar a sustentabilidade do destino turístico, as quais são susceptíveis da necessidade de aplicação de várias técnicas de gestão e controlo. A Organização Mundial do Turismo (OMT) das Nações Unidas e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) publicaram recentemente um conjunto de orientações sobre a variedade de instrumentos fundamentais19 susceptíveis de tornar o turismo mais sustentável. Considera-se que os planos de ordenamento do território e de controlo do desenvolvimento eficazes são essenciais para assegurar que o desenvolvimento de novas actividades turísticas se faça a uma escala e assuma uma forma de modo a preservar as necessidades da comunidade local e do ambiente. Os planos de ordenamento do território devem estar de acordo com estratégias de turismo sustentável. O processo pode ser apoiado por requisitos de avaliação de impacto ambiental (avaliação mais vasta de sustentabilidade) de projectos propostos. É necessário desenvolver acções para atingir uma maior consistência, em toda a Europa, na forma como estes processos são aplicados ao Turismo através da definição de orientações de planeamento e intercâmbio de boas práticas. O investimento em infra-estruturas e serviços por parte das autoridades locais, algumas vezes em parceria com o sector privado, é de importância fundamental ao nível do destino turístico. Projectos importantes incluem instituições públicas, 18 Grupo de trabalho do EUROSTAT do grupo de estatísticas sobre turismo, em conjunto com Statistics Sweden 19 Tornar o Turismo Mais Sustentável, Guia para Responsáveis Políticos, PNUMA/OMT, 2005 Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 23 esquemas de reciclagem, sistemas eficientes de abastecimento de água e de esgotos. Deve dedicar-se uma especial atenção a planos integrados de transporte para reduzir o congestionamento de tráfego e incentivar a exploração de transportes que não o automóvel no destino turístico, investindo em infra-estruturas, serviços e informações. Podem ser aplicados outros instrumentos ao nível do destino turismo de forma a influenciar a sustentabilidade das empresas (por ex., acções de desenvolvimento de capacidades, certificação voluntária e incentivos financeiros) e o comportamento dos turistas (por ex., acções de marketing e informação e códigos de conduta), os quais serão abordados neste capítulo, mais à frente. Finalmente, deve prestar-se atenção ao reforço da compreensão das questões de sustentabilidade e de aquisição de capacidades de gestão importantes ao nível do destino turístico local, através das acções de desenvolvimento das capacidades e formação destinadas às autoridades locais. Estas podem incluir o desenvolvimento de uma rede de conhecimentos, baseada no uso da Internet, para a gestão sustentável dos destinos turísticos, incluindo secções para registo de dados para facilitar a avaliação de desempenho (benchmarking) e a partilha de exemplos de melhores práticas em toda a Europa. Para reforçar o processo, deve criar-se uma rede de destinos turísticos. Empresas sustentáveis Um segundo mecanismo para tornar o turismo mais sustentável é fazer com que as empresas adoptem os princípios de sustentabilidade na sua actividade. Algumas prioridades e acções destinadas às empresas surgirão dos planos de gestão dos destinos turísticos, mas as políticas e as acções podem ser definidas e aplicadas às empresas a outros níveis e através de uma variedade de processos. As associações empresariais têm um importante papel a desempenhar neste aspecto, através da influência que exercem sobre as acções dos seus associados. Estabelecer uma relação entre competitividade e sustentabilidade O requisito principal da actividade turística é permanecer competitiva. As medidas tomadas para esse efeito devem ser vistas como parte do processo de promoção da sustentabilidade. Estas podem relacionar-se com o desafio chave de abordagem da sazonalidade da procura, mas também com questões mais gerais, como a qualidade do serviço. Criar um clima empresarial favorável, proporcionar destinos turísticos seguros e protegidos, definir e promover normas de qualidade, minimizar dificuldades burocráticas desnecessárias, proporcionar acções formativas e facilitar o acesso aos mercados são formas importantes e decisivas de apoio às empresas. A agenda de sustentabilidade procura, no entanto, exercer uma influência ainda maior sobre as empresas, incentivando-as a terem uma visão de longo prazo e a distribuírem maiores benefícios económicos, sociais e ambientais, assegurando ao mesmo tempo, a sua viabilidade e a competitividade. Os desafios chave da criação de postos de trabalho de qualidade, minimizando a utilização de recursos, apoiando as comunidades, promovendo os transportes sustentáveis e melhorando as acessibilidades dependem, sem excepção, em parte de uma resposta das empresas. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 24 Promover a responsabilidade social das empresas e o diálogo social Em geral, a Comissão Europeia tem favorecido uma abordagem voluntária, com tendência para considerar que a regulamentação das empresas sobre as questões sustentabilidade deve ser prosseguida onde estritamente necessária. Este facto está de acordo com a Estratégia de Lisboa que adopta os princípios de melhor em vez de maior regulamentação. Por seu lado, no entanto, a Comissão defende que a comunidade empresarial deve demonstrar publicamente o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e que acelere o seu compromisso com os princípios de responsabilidade social empresarial (RSE)20. Atendendo que muitas grandes empresas prosseguem muitas políticas de RSE e incluem essas actividades nos seus relatórios, o mesmo não acontece em pequenas empresas. Trata-se de um desafio especial para o sector do turismo, dada a predominância de pequenas e micro empresas. O trabalho da Comissão de estabelecer uma relação entre a RSE e as pequenas empresas é particularmente relevante neste caso, devendo ser apoiado. Em geral, os encargos para as pequenas empresas da adopção de uma gestão ambiental e outras medidas devem ser reconhecidos e reflectidos no apoio às mesmas. O diálogo social entre empresas, trabalhadores e os seus representantes é também sublinhado como um conceito chave para a sustentabilidade da actividade turística. Trata-se, em parte, de assegurar que as empresa cumpram os regulamentos laborais internacionais e locais existentes, mas também de reforçar o compromisso voluntário com objectivos económicos, sociais e ambientais mais vastos, em nome dos empregadores e empregados, em conjunto. Medidas e instrumentos para influenciar as empresas É possível fasear de forma lógica medidas no sentido de influenciar as empresas para integrarem integralmente preocupações de sustentabilidade nas suas práticas de gestão. 1 Recolha e pesquisa de conhecimentos É necessário mais informação sobre as percepções das empresas da agenda para a sustentabilidade, as barreiras a enfrentar na sua adopção, e as forças de mudança às quais podem responder. Ao mesmo tempo, podem intensificar-se pesquisas sobre tendências e percepções de mercado, e sobre os ganhos financeiros que se podem obter a partir da gestão ambiental, que seriam úteis para incentivar e orientar as empresas. A recolha de informação deve permitir ao sector manter-se actualizado sobre os últimos avanços que importam em matéria tecnológica. 2 Campanhas de consciencialização 20 COM (2006) 136: Tornar a Europa um pólo de excelência em Responsabilidade Social das Empresas (RSE) Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 25 É necessário promover a excelência de canais de comunicação para incentivar as empresas de turismo a responderem. Uma oportunidade chave é trabalhar em parceria com as associações de comércio existentes a todos os níveis (Europeu, nacional e local), procurando o compromisso e incentivando a pressão dos pares entre as empresas associadas. Liderar, por exemplo, histórias práticas de sucesso, é uma excelente abordagem. Será também útil levar a cabo campanhas de sensibilização para as questões da sustentabilidade entre os serviços de apoio às empresas. 3 Acções educativas e de desenvolvimento das capacidades É possível obter-se uma grande quantidade de resultados concretos através de acções orientadas de aconselhamento e formação, a saber: • Produção e distribuição de listas de controlo e guias, talvez ligadas a processos de auto-avaliação. • Inclusão de questões de sustentabilidade em todos os curricula de ensino em turismo e hospitalidade. • Oferta de cursos específicos para as empresas existentes e respectivos empregados. Os cursos devem ser de curta duração, focados e facilmente acessíveis. • Aconselhamento profissional directo às empresas em sustentabilidade e facilitação de contactos business-to-business. • Criação de uma rede de conhecimentos e de um sítio na Internet, dirigidos especificamente ao tema da sustentabilidade. • Facilitação de benchmarking entre empresas e a promoção de boas práticas. • Comunicação e promoção de iniciativas simples ou de ideias inovadoras que podem ser promovidas em toda a Europa, como por exemplo, uma ‘acção do ano’. 4 Incentivos e apoios financeiros É possível usar instrumentos económicos como incentivo, pelos quais todo o apoio financeiro oferecido prevê, onde apropriado, requisitos para que os critérios de sustentabilidade sejam cumpridos. Os programas de apoio financeiro, por exemplo de combate ao isolamento e de incentivo à introdução de tecnologias energéticas de baixo consumo podem, da mesma forma, ser disponibilizados especificamente para permitir que as empresas empreendam as mudanças necessárias. Os impostos e encargos podem ser aplicados no sentido de influenciar os comportamentos das empresas, mas devem ser directamente canalizados para cumprimento de objectivos ambientais específicos em vez de angariarem receitas gerais, devendo ser aplicados com justiça pelas respectivas direcções. 5 Critérios de desempenho, identificação e recompensa A pesquisa realizada no âmbito da UE sobre RSE demonstrou que as empresas tendem a procurar o reconhecimento pelos passos que deram na adopção de princípios de sustentabilidade. A certificação de empresas em relação a critérios de desempenho acordados pode ser uma ferramenta valiosa, não só como incentivo para as empresas, mas também de informação ao consumidor, para que este exerça o seu direito de escolha. Existem muitos esquemas de certificação de empresas de turismo em toda a Europa que atingem níveis identificados de sustentabilidade, embora o seu levantamento e identificação de perfil tenham permanecido baixos. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 26 Podem ser dados uma série de passos para melhorar esta situação, nomeadamente: • Reforçar a coordenação entre os esquemas de classificação nacionais e internacionais existentes e o sistema de classificação European Flower (a simplificar), com base em critérios centrais acordados. Existe uma tentativa internacional de acreditar sistemas de classificação de sustentabilidade em turismo. • Garantir que todas as questões de sustentabilidade sejam previstas em esquemas de certificação, incluindo impactos sociais e económicos assim como ambientais. • Relacionar a certificação da sustentabilidade à certificação da qualidade. • Promover de forma mais activa os esquemas junto das empresas e dos consumidores. • Contemplar a certificação na ajuda financeira, no marketing e em contratos de aquisição. • Oferecer e promover prémios para as melhores práticas. • Estabelecer esquemas de certificação simplificados, ao nível do destino turístico ou geridos pelos operadores turísticos, facilitando a participação de um maior número de empresas ou clusters de empresas. Turistas responsáveis Para que se consiga um turismo mais sustentável, os turistas devem, eles próprios, reflectir as preocupações de sustentabilidade nas suas opções de viagem e nos seus comportamentos. A indústria do turismo é muito susceptível de responder a uma abordagem determinada pelo mercado. Os desafios chave que são mais susceptíveis de determinar as escolhas incluem a sazonalidade da procura, os meios de transporte, o contributo para a prosperidade local e o impacto sobre os recursos naturais e culturais. O comportamento responsável por parte dos turistas em relação ao ambiente e às comunidades locais é particularmente crítico no impacto do turismo em países em vias de desenvolvimento. Os impactos podem ocorrer através do próprio comportamento dos turistas, mas também através da selecção dos operadores e empresas que adoptam boas práticas. Os turistas podem ser influenciados, em parte pela promoção de campanhas de sensibilização dos impactos e do despertar de interesse para esta problemática, mas também através da disponibilização de informação específica para influenciar e favorecer escolhas e acções adequadas. Educação O interesse pelas questões de sustentabilidade pode ser incutido precocemente através do ensino nas escolas. Em muitos países, trata-se já de uma importante componente do currículo escolar, a qual deve incluir informação sobre as implicações das viagens e as férias. O ensino pode também incentivar o interesse na exploração, assim como na conservação, do património natural e cultural. A documentação de apoio pode ser fornecida através “pacotes” para professores e de outras soluções. Comunicação Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 27 Campanhas de promoção criativas podem constituir uma ferramenta poderosa para influenciar os visitantes. A ênfase deve recair na promoção de mensagens e oportunidades positivas em vez de restrições – salientando de que forma as pessoas podem viajar de forma sustentável como, por exemplo, promover férias fora de época, formas de transporte sustentáveis, caminhar e andar de bicicleta. Deve darse especial atenção à apresentação, através de brochuras e sítios na Internet, de qualquer tipo de certificação de sustentabilidade. A informação dentro do destino turístico, fornecida não só pelas empresas, como também pelas autoridades locais, pode fazer uma grande diferença – por exemplo, informação sobre produtos locais a comprar, como explorar sítios sem levar o carro, qualidade da água, etc. Viajar sustentavelmente, dentro e fora da Europa, é um tema que tem merecido uma cobertura significativa na imprensa especializada em muitos países. Este facto fez aumentar a sensibilização para determinadas questões assim como a promoção de opções responsáveis de férias. Os guias comerciais e os sítios de Internet têm uma forte influência nas opções de viagem, devendo ser incentivados a considerarem as questões de sustentabilidade nos seus editoriais e cobertura noticiosa. Cooperação com intermediários Os operadores turísticos têm uma grande influência nas opções do consumidor. Numa série de países europeus, as redes de operadores turísticos aderiram aos princípios de sustentabilidade e estão a promover acções de boas práticas entre os seus membros. Os operadores turísticos podem também exercer uma poderosa influência nos prestadores de serviços turísticos, estando alguns já a seleccionar empresas com quem trabalham, com base em critérios de sustentabilidade. Devem ser incentivadas e apoiadas neste processo, assim como se deve a chamar a atenção dos consumidores de forma mais activa para este assunto. As associações de consumidores (tais como as associações de automobilistas, clubes de turismo e viagens e grupos de interesse especiais), assim como as ONGs de conservação do meio ambiente, estão muito bem posicionadas na defesa de questões de sustentabilidade e na disponibilização de informação adequada aos seus associados. Deve haver uma maior cooperação entre elas e a indústria. Regulamentos e códigos de conduta Em determinadas situações, o comportamento dos consumidores precisa ser regido por regulamentos e legislação, por exemplo relativamente a actividades particulares em áreas naturais sensíveis. Uma abordagem alternativa, que provou ter sucesso em determinados locais, é emitir orientações e códigos de conduta. Estes devem ser redigidos de forma positiva e clara, desenvolvidos em parceria com as empresas locais e outros interessados. Seria também útil promover mais trocas de experiências práticas sobre a aplicação destas abordagens em diferentes partes da Europa. Fixação de preços e condições Pode usar-se uma fixação diferenciada de preços enquanto mecanismo de influência do comportamento dos turistas, não só através da concessão de descontos mas também da imposição de custos. As portagens rodoviárias, por exemplo, provaram Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 28 ser bastante eficazes na redução do congestionamento de tráfego, desde que haja meios de transporte alternativos ao automóvel. Uma questão em especial, comum em toda a Europa, é a escassez de recursos financeiros para acções de conservação e manutenção. Esta situação deve ser acompanhada com benefícios turísticos significativos pela fruição de espaços públicos livres e por um nível aparentemente elevado de disponibilidade para pagar. Existem duas possíveis abordagens para angariar os recursos dos visitantes: • Encargos ou taxas obrigatórios, que possam recair de forma justa sobre todos os turistas. • Angariar contributos dos turistas de forma voluntária. Esta medida provou ter bastante êxito quando promovida como cláusula opcional (um determinado encargo inclui-se, a menos que o consumidor manifeste a sua intenção de não pagar), visto que requer pouco ou nenhum esforço por parte do turista. Qualquer que seja a abordagem adoptada, é importante assegurar aos turistas que os fundos angariados serão usados para fins específicos de conservação e gestão, e disponibilizar informação sobre a forma como estão a ser aplicados. Qualquer acção de cobrança não deve ser aplicada exclusivamente através de determinados tipos de empresas turísticas, como o alojamento, ou originar encargos adicionais para as empresas ameaçando, dessa forma, a sua competitividade. Este assunto requer um estudo mais aprofundado e uma troca de conhecimentos em toda a Europa. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 29 5 Entidades responsáveis Os capítulos anteriores sugeriram linhas de acção para tornar o turismo europeu mais sustentável. O presente capítulo resume as responsabilidades práticas dos principais agentes a diferentes níveis. Em primeiro lugar, identificam-se responsabilidades e funções gerais para cada nível e tipo de organismo. Em segundo lugar, as Tabelas 1a e 1b mostram a responsabilidade dos diversos agentes nas acções específicas que se relacionam com os três principais mecanismos e os oitos desafios chave apresentados neste relatório. Embora as responsabilidades sejam apresentadas de forma separada para os diferentes agentes, é fundamental trabalharem em parceria, incluindo a constituição de parcerias público-privado. Comissão Europeia A Comissão Europeia deve ser o agente principal na coordenação de acções a nível europeu. Muitos dos tópicos abordados neste relatório têm implicações para uma série de funções da Comissão e relacionam-se com diferentes áreas políticas. Existe por isso a necessidade de uma coordenação mais forte entre estas funções na abordagem do turismo sustentável. A Comissão deve reportar periodicamente ao Parlamento e ao Conselho as políticas e acções para tornar o turismo mais sustentável. As principais responsabilidades consistem em: • Incorporar os princípios de sustentabilidade em todas as políticas e acções relacionadas com o turismo. • Garantir que os fundos europeus sejam atribuídos apenas a projectos de acordo com o desenvolvimento sustentável. • Aplicar fundos, onde apropriado, para enfrentar os desafios e apoiar os processos sublinhados neste relatório. • Incentivar os estados membros a imprimir maior dinamismo ao turismo sustentável, e reportar regularmente as suas políticas e acções concretas. • Estabelecer um quadro político de apoio ao desenvolvimento integrado e à implementação de estratégias de turismo sustentável ao nível do destino turístico local, em parceria com os estados membros. • Conduzir iniciativas e divulgar resultados de investigação em questões relevantes em toda a Europa. • Identificar e divulgar exemplos de boas práticas. • Facilitar a aquisição e a troca de conhecimentos e capacidades para tornar o turismo europeu mais sustentável. • Apoiar a coordenação de critérios de desempenho a nível europeu. • Medir o impacto do turismo e fornecer indicadores básicos e estatísticas sobre a sustentabilidade do turismo. • Fazer reflectir a sustentabilidade nas suas próprias práticas de viagem e de consumo. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 30 • Coordenar programas de apoio europeus a projectos de turismo sustentável em países menos desenvolvidos e apoiar a coordenação de programas bilaterais para este fim. Governos dos estados membros As responsabilidades aqui listadas podem aplicar-se aos governos nacionais e regionais, dependendo da estrutura e localização política da responsabilidade do turismo em diversos estados membros. As principais responsabilidades consistem em: • Estabelecer um compromisso político com a sustentabilidade do turismo. • Incorporar as metas e princípios de sustentabilidade em políticas e estratégias de turismo. • Garantir que as questões de turismo sejam incluídas e reflectidas em políticas mais vastas relacionadas com o ambiente, a cultura, os transportes, as comunidades e o desenvolvimento sustentável. • Cooperar com governos e outros actores chave na formulação e abordagem de políticas e estratégias (tais como o padrão das férias escolares). • Abordar questões de sustentabilidade na aplicação de programas de financiamento da UE para o turismo, conforme especificado supra, incluindo a procura de fundos adequados para as acções, conforme sublinhado neste relatório. • Proceder da mesma forma na aplicação dos seus próprios programas de financiamento. • Desenvolver indicadores de sustentabilidade turística a nível nacional ou regional, com o correspondente acompanhamento e reporte, e identificar e coordenar indicadores para utilização ao nível do destino turístico. • Estabelecer programas relevantes ao nível do ensino, da formação, do apoio às empresas e do marketing. • Fomentar e apoiar iniciativas de investigação importantes. • Apoiar de forma activa a aplicação de esquemas de certificação e rotulagem e de acções de promoção pertinentes aos consumidores. • Encorajar e facilitar a constituição de Organizações de Gestão de Destinos (OGDs) dos vários actores chave. • Definir quadros e programas de apoio de gestão sustentável de destinos turísticos. • Reflectir a sustentabilidade nas suas próprias práticas de viagens e de consumo. • Apoiar práticas de turismo sustentável em actividades de desenvolvimento internacionais. Autoridades Locais/Organizações de Gestão de Destinos Turísticos As autoridades locais são actores chave no planeamento e gestão do turismo e na abordagem dos seus impactos. É indispensável trabalharem em parceria com o sector privado e com actores chave em ambiente e na comunidade, em Organizações de Gestão de Destinos. Em determinados estados membros a função das OGDs pode aplicar-se às regiões. As principais responsabilidades consistem em: Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 31 • • • • • • • • • • Estabelecer mecanismos e estruturas com vários actores chave, para o desenvolvimento e implementação de estratégias e planos de acção de turismo sustentável. Garantir a liderança e fomentar a coordenação e o trabalho em rede. Garantir que as entidades oficiais e os políticos conheçam a fundo as questões da sustentabilidade. Reforçar os recursos financeiros e humanos adstritos à gestão turística. Identificar indicadores relevantes e fazer um acompanhamento de impactos. Garantir e manter infra-estruturas e serviços de interesse geral relevantes. Fazer reflectir a sustentabilidade numa série de serviços de comunicação sobre turismo e de apoio ao turismo. Proporcionar planos eficazes de ordenamento do território e controlo do desenvolvimento, juntamente com uma série de outros instrumentos importantes. Promover campanhas educativas relevantes, destinadas a residentes, turistas e operadores. Fazer reflectir a sustentabilidade nas suas próprias opções de viagem e de consumo. Empresas turísticas O nível de resposta das empresas de turismo é crítico para atingir o objectivo de mais turismo sustentável. A chave para isso é, não só a resposta individual, mas também o apoio e o compromisso das organizações e associações de comércio a nível europeu, nacional e ao nível do destino turístico, incluindo associações sectoriais e redes informais. As principais responsabilidades consistem em: • Participar activamente nas estruturas e actividades de gestão do destino turístico local. • Considerar factores ambientais e sociais nas decisões de investimento e fixação de preços. • Promover a divulgação mais alargada de abordagens de Responsabilidade Social das Empresas e encetar um diálogo social. • Desenvolver sistemas de gestão ambiental atingíveis. • Garantir que as políticas de emprego sejam equitativas. • Reforçar as relações com a comunidade local. • Certificar-se de que todo o pessoal conheça as questões de sustentabilidade. • Aplicar considerações de sustentabilidade na análise de cadeias de fornecimento e consumo, incluindo a questão das viagens. • Prestar informação necessária aos visitantes e ajudá-los a viajar de forma mais sustentável. • Participar em esquemas de voluntariado para conservar o património natural e cultural e apoiar as comunidades locais. Outros organismos Existe uma série de outras organizações que desempenham um papel fundamental em estimular, acompanhar, apoiar e influenciar acções de turismo mais sustentável. As organizações chave incluem: Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 32 Estabelecimentos de ensino e unidades de investigação Estes organismos desempenham um papel fundamental na condução de iniciativas de investigação e na promoção da divulgação de questões de sustentabilidade no turismo. As Universidades, faculdades e outros estabelecimentos de formação devem reflectir as preocupações de sustentabilidade nos seus cursos regulares de turismo assim como oferecer mais cursos específicos sobre tópicos relevantes. As escolas primárias e secundárias devem introduzir a questão do turismo sustentável aos alunos logo precocemente. Sindicatos O seu papel principal é representar os interesses dos trabalhadores do sector do turismo e encetar um diálogo social e negociações com empresas e associações patronais. Através deste processo, existem contribuidores importantes de forma a assegurar a sustentabilidade social, no contexto da distribuição de benefícios económicos e da responsabilidade ambiental. Podem também ser envolvidos em acções, como proporcionar o gozo de férias e apoiar o turismo social. Associações de consumidores As associações que comunicam directamente com os seus associados, ou indirectamente com o público em geral que viaja, estão bem colocadas para transmitir mensagens e informação específica sobre sustentabilidade, assim como para receber feedback. As associações que contam com bases alargadas de associados, tais como os clubes de automóveis ou de viagens, desempenham um papel importante neste aspecto. ONGs Uma base alargada de ONGs a nível internacional, europeu, nacional e local, representam diversos aspectos de sustentabilidade. Pode incluir organismos e redes sociais e ambientais. Desempenham um papel fundamental na formulação de políticas, investigação, normas, certificação e comunicação. Organizações internacionais As agências das Nações Unidas e outros organismos internacionais devem ser convidados a cooperar com a UE e com outros actores chave europeus e nacionais (onde apropriado através de acordos ou memorandos de entendimento) para desenvolverem, coordenarem e implementarem políticas sustentáveis de turismo e promoverem a adesão às mesmas na Europa e em todo o mundo. Devem também coordenar o seu trabalho utilizando o turismo como ferramenta para concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Turistas Os turistas devem reconhecer o impacto das suas viagens e de actividades afins e aceitar a sua responsabilidade em torná-las mais sustentáveis. As principais responsabilidades consistem em: • Optar por transportes e alojamento mais sustentáveis. • Alargar o conceito de “tirar férias” durante o ano. • Reduzir o consumo de energia e de água no destino turístico. • Reduzir e reciclar material utilizado e não deixar resíduos. • Minimizar a intrusão, por exemplo através do ruído. • Recolher informação de forma a melhorar a compreensão e os conhecimentos dos destinos turísticos visitados. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 33 • • • Respeitar a natureza, a cultura e os valores e as tradições das comunidades de acolhimento. Apoiar a economia local, incluindo a compra de produtos locais. Contribuir para projectos para conservação do património natural e cultural. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 34 Tabela 1a: Enquadramento das acções – Mecanismos de implementação Destinos sustentáveis Empresas sustentáveis Turistas responsáveis União Europeia Estados membros Promover um modelo de gestão sustentável de destinos turísticos. Estabelecer uma rede europeia de conhecimentos e benchmarking para destinos turísticos. Prestar apoio aos destinos locais no âmbito de um quadro político nacional. Apoiar redes de conhecimento. Desenvolver programas de formação relevantes. Definir medidas e indicadores e uma base comum para benchmarking. Criar um ambiente de apoio a políticas de sustentabilidade. Investigação e divulgação. Orientar serviços de apoio a empresas para a sustentabilidade. Criar materiais de aconselhamento. Apoiar esquemas de certificação. Procurar assistência financeira. Assegurar a sustentabilidade. Promover a sustentabilidade no ensino. Apoiar campanhas nacionais de marketing e na comunicação social. Publicitar esquemas de certificação. Intensificar a promoção de RSE entre as PMEs. Barreiras às empresas de investigação e tendências de mercado. Coordenar esquemas de certificação. Criar rede de conhecimentos e benchmarking para as empresas. Promover acções e ideias inovadoras a nível europeu Assegurar a sustentabilidade. Apoiar o desenvolvimento de materiais educativos relevantes. Incentivar os meios de comunicação social e agências de publicidade europeus a transmitir mensagens de sustentabilidade. Estudar códigos de conduta e esquemas de cobrança aos visitantes. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo Autoridades locais/OGDs Constituir um organismo para os actores chave. Desenvolver um plano estratégico e de acção. Reforçar os planos de ordenamento/controlo do território. Investir em infraestruturas. Usar indicadores e acompanhamento. Empresas de turismo Outros organismos Envolver activamente organismos e estruturas na gestão de destinos turísticos Estabelecimentos de Ensino/Investigação: Apoio técnico ao desenvolvimento de políticas, planeamento, gestão e aplicação de indicadores. Pesquisa sobre boas práticas. Formação em sustentabilidade para gestores de destinos turísticos. ONGs e associações: Envolvê-las activamente em organismos e processos de gestão de destinos turísticos Fomentar redes empresariais. Fazer campanhas de marketing adequadas do destino turístico. Apoiar serviços de aconselhamento às empresas. Promover esquemas de certificação para as empresas locais. Assegurar a sustentabilidade. Câmaras e associações de comércio devem promover a sustentabilidade. Cooperar com serviços de apoio e certificação. Implementar sistemas de gestão, em consulta com empregados e representantes Adoptar critérios de sustentabilidade na cadeia de aquisição/fornecimento. Estabelecimentos de Ensino/Investigação: Incluir o conceito de sustentabilidade na formação de carreiras. Desenvolver e proporcionar cursos de formação focados em aspectos de sustentabilidade. Incluir mensagens de sustentabilidade em campanhas de marketing. Fornecer informação detalhada relevante. Identificar e promover produtos certificados Incluir mensagens de sustentabilidade em marketing. Fornecer informação relevante aos hóspedes. Estabelecimentos de Ensino/Investigação: Incluir aspectos de turismo/viagens nos programas curriculares das escolas em ambiente e sustentabilidade. Sindicatos: Promover o diálogo com empresas e empregadores. Promover acções de formação. Associações de consumidores e ONGs: Envolvê-los na identificação de boas práticas e benchmarking. ONGs: Fornecer informação/interpretação ambiental e cultural sobre destinos turísticos Associações de consumidores e ONGs: Promover aspectos de turismo sustentável aos membros. 35 Tabela 1b: Enquadramento das acções – desafios de sustentabilidade 1. Reduzir a sazonalidade da procura 2. Abordar o impacto do transporte turístico 3. Melhorar a qualidade do emprego turístico 4. Manter e reforçar a prosperidade da comunidade e a qualidade de vida em face da mudança União Europeia Estados membros Considerar as questões relativas à coordenação das férias escolares. Estudar os impactos das alterações climáticas. Desenvolver campanhas nacionais de marketing fora de época. Prosseguir o ajustamento com as férias escolares. Investir em infraestruturas importantes. Promover opções de transporte alternativas. Introduzir taxas/preços justos para reflectir o impacto. Ajustar os mercados alvo. Considerar o turismo na prossecução de políticas e acções sustentáveis de transportes. Incluir o sector da aviação na negociação de emissões na UE. Apoiar a investigação em novas tecnologias. Apoiar infra-estruturas, incluindo serviços transeuropeus. Acompanhar as condições do emprego no sector. Promover e publicitar boas práticas. Utilizar com bom senso os programas de apoio financeiro em acções de reestruturação e na agricultura. Investigar boas práticas em diferentes tipos de destinos Estudar os impactos e controlar o mercado de segundas habitações. Acompanhar as condições de emprego no sector. Assegurar o cumprimento com as normas laborais. Organizar campanhas para melhorar o perfil do turismo enquanto carreira. Aplicar com bom senso os fundos europeus e nacionais. Fornecer orientações sobre ordenamento do território no turismo. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo Autoridades locais/OGDs Estimular e apoiar produtos e pacotes criativos. Desenvolver eventos, actividades e atracções em épocas baixas. Empresas de turismo Outros organismos Desenvolver ofertas criativas e preços diferenciados. Sindicatos: Incentivar acordos de férias flexíveis. Negociar soluções para mitigar os efeitos do emprego sazonal. Ajustar mercados alvo. Investir em infraestruturas e serviços locais. Introduzir mecanismos de cobrança locais. Promover o não uso do carro/avião, e fornecer informação sobre esta escolha. Apoiar instituições de ensino superior locais em programas de formação. Cooperar com empresas e instituições de ensino superior locais para melhorar o perfil do turismo. As companhias aéreas devem investigar e introduzir tecnologias mais limpas. Promover opções de transporte alternativas. Fornecer informação relevante aos hóspedes. ONGs e associações de consumidores: Fornecer aos turistas informação sobre possibilidades alternativas amigas do ambiente. Lutar e fazer campanhas por opções de transportes mais limpos. Respeitar as leis laborais e os acordos colectivos de trabalho. Melhorar o planeamento e gestão de RH. Trabalhar com trabalhadores e sindicatos para melhorar as condições laborais. Organismos de Ensino/Investigação: Reforçar a formação de carreiras no turismo. Oferecer programas de “aprendizagem ao longo da vida”. Envolver a comunidade local em estratégias de turismo. Reforçar o ordenamento e controlo do território. Incentivar a retenção do consumo turístico. Promover redes businessto-business e cadeias de fornecimento locais. Reforçar a contratação de trabalho, bens e serviços localmente. Reforçar a cadeia de fornecimento local. 36 Associações de consumidores: Encorajar as viagens em época baixa. Sindicatos: Procurar melhorar as condições de emprego no sector. Colaborar com as empresas e trabalhadores para aumentar e cumprir normas. Apoiar programas de formação. Ajudar a aumentar o perfil da carreira turística. União Europeia Estados membros 5. Minimizar a utilização de recursos e a produção de resíduos Promover a aplicação de normas adequadas, apoiadas por certificação. Identificar e publicitar boas práticas. Promover a aplicação de normas adequadas, apoiadas pela certificação. Identificar, publicitar e promover boas práticas. Reforçar serviços de aconselhamento e formação. 6. Conservar e acrescentar valor ao património natural e cultural Relacionar o turismo com políticas de conservação. Promover o turismo cultural e apoiar programas de defesa do património cultural tangível e intangível. Aprovar redes de áreas protegidas e o programa Natura 2000 Estudar mecanismos de cobrança aos visitantes. Relacionar o turismo com políticas de conservação. Reforçar recursos para conservação, Incentivar áreas protegidas para preparar estratégias sustentáveis de turismo. Encorajar produtos/métodos de explicação da qualidade. Promover esquemas de contributos de visitantes 7. Tornar as férias acessíveis a todos Pesquisar e promover boas práticas. Promover conceitos e modelos de turismo social Estabelecer normas de acessibilidade. Considerar esquemas de apoio ao turismo social (p. ex. vales de férias) 8. Utilizar o turismo como ferramenta do desenvolvim ento sustentável global Reflectir na política de transportes. Apoiar o desenvolvimento sustentável do turismo através do EUROPAID. Apoiar operadores turísticos europeus na adopção de boas práticas. Incluir destinos turísticos internacionais em redes de conhecimentos. Apoiar o desenvolvimento sustentável do turismo através de ajudas bilaterais. Apoiar redes de operadores turísticos nacionais na adopção de boas práticas. Partilhar exemplos de boas práticas. Promover comportamentos responsáveis em viagem aos cidadãos. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo Autoridades locais/OGDs Colaborar com empresas locais no sentido de melhorar práticas. Fornecer informação relevante ao visitante. Controlar condições ambientais. Investir em infraestruturas relevantes de energia, água, resíduos. Auditar recursos do património local e apoiar a sua conservação e interpretação. Promover os traços distintivos locais. Reforçar planos/controlo de ordenamento do território. Controlar impactos na cultura/património. Promover esquemas de contributos do visitante Acompanhar o cumprimento de normas. Fornecer informação sobre acessibilidades. Encorajar oferta de férias a preços aceitáveis. Participar na troca de competências e experiências com os destinos turísticos a nível mundial. 37 Empresas de turismo Outros organismos Constituir sistemas de gestão ambiental. Participar em acções de formação e certificação. Fornecer informação aos hóspedes sobre conservação de recursos. Estabelecimentos de ensino/investigação: Oferecer cursos para empresas e trabalhadores sobre gestão ambiental. Minimizar o impacto das actividades na natureza. Investir na correcta exploração do património / recursos e na gestão sustentável do território. Usar e promover produtos e artesanato locais. Promover esquemas de contributos de visitantes Estabelecimentos de ensino/investigação: Reforçar formação de capacidades em conservação e gestão. Melhorar acessibilidade às instalações. Participar em esquemas de turismo social. Sindicatos: Promover a adesão do direito dos trabalhadores a férias. Promover esquemas de turismo social. Todas as empresas de turismo a nível mundial devem adoptar elas próprias critérios de sustentabilidade sólidos e através das suas cadeias de fornecimento. Dar informação relevante aos turistas. Estabelecimentos de ensino/investigação: Apoiar programas de intercâmbio internacionais sobre turismo sustentável. Sindicatos: Procurar o cumprimento de normas laborais fundamentais em todos os destinos. Organizações internacionais: Participar em iniciativas conjuntas com a UE, estados membros e países terceiros na integração da sustentabilidade no desenvolvimento do turismo. ONGs: Apoiar a construção de ONGs/associações: Incentivar as empresas e os turistas a serem responsáveis. ONGs de conservação devem apoiar o turismo sustentável como incentivo à conservação. capacidades para o turismo sustentável. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 38 6 Iniciativas recomendadas a nível europeu Este relatório apontou os desafios chave para tornar o turismo europeu mais sustentável, os mecanismos para os enfrentar e as responsabilidades dos principais actores. Definiu também um quadro de acção geral. Todas as organizações e actores chave devem agora considerar, de que forma podem melhor contribuir para levar este objectivo adiante, a todos os níveis. O capítulo final contém um conjunto específico de iniciativas que podem ser tomadas a nível europeu pela Comissão Europeia e por outras organizações, em parceria com os estados membros. Estas iniciativas procuram reforçar o conhecimento e a compreensão, os mecanismos de implementação, a sensibilização, a comunicação e a coordenação em toda a Europa. Serão necessários recursos financeiros e outros para levar a cabo estas iniciativas. Um primeiro requisito é avaliar, de que forma as iniciativas se relacionam com as actividades, prioridades e planos da Comissão, o que pode constituir uma fonte de apoio. Outras organizações devem também considerar, de que forma podem apoiar as iniciativas. O Grupo para a Sustentabilidade do Turismo mostra-se disponível para continuar a prestar aconselhamento e assistência, para acompanhar as acções tomadas e assegurar que se mantenham os progressos. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 39 Tabela2: Iniciativas recomendadas Acção/Iniciativa Organismos chave 2007 2008 2009 2010 X X X 1. Elaboração de relatórios por parte dos Estados Membros Os estados membros devem elaborar um relatório anual sobre as suas políticas e acções no apoio à sustentabilidade do turismo, no contexto deste relatório e de uma Comunicação posterior. Nele, devem referir: • A existência e o estado das políticas de sustentabilidade no âmbito de estratégias nacionais de turismo. • Acções tomadas para enfrentar os 8 Desafios chave apresentados neste relatório • Acções tomadas para definir e apoiar uma gestão sustentável dos destinos turísticos • Acções tomadas para influenciar e reconhecer práticas sustentáveis em empresas de turismo • Acções tomadas para promover o turismo responsável entre os consumidores • Acções tomadas para melhorar o acompanhamento e a utilização de indicadores 2. Redes de conhecimentos Estados membros reportam à CE através do Comité Consultivo do Turismo (CCT). Constituir uma forma de intercâmbio de conhecimentos, com base num sítio de Internet e que será um veículo de comunicação de boas práticas existentes em toda a Europa. Serão constituídas redes de conhecimentos, com base em sítios de Internet, abrangendo: destinos turísticos; empresas de turismo; professores e formadores; e um observatório de emprego em turismo. As redes e os sítios afins estarão interligados. Para tal, é necessário: • Determinar que projectos e iniciativas já existem e como podem ser usados e reforçados • Lançar sítios/iniciativas novos/melhorados, de acordo com os termos supra • Congregar esforços para definir o sistema e apetrechá-lo • Promover as redes junto dos utilizadores A CE deve liderar organismos europeus e ONGs. Estados membros devem dar o seu contributo e fazer promoção. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 40 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Acção/Iniciativa Organismos chave 2007 2008 2009 2010 X X 3. Comunicação Constituir uma Marca Europeia de Acção para o Turismo Europeu Sustentável (ou Agenda 21) e divulgá-la CE. X X X Lançar a Acção Organizar uma série de conferências encadeadas, destinadas a gestores, organismos de comércio e profissionais e empresas de turismo, as quais serão identificadas como estando associadas à Acção. Farão uma abordagem aos 8 desafios e aos 3 mecanismos de influência. Esta série de conferências pode incluir: • Conferências em toda a Europa • Conferências organizadas em parceria e realizadas em estados membros CE. Estados membros. Estabeleciment os Ensino/ Investigação. Sindicatos. Lançar uma campanha de Turismo Europeu Responsável, ligada à marca da Acção. Esta terá a marca e o perfil da UE, mas grande parte da promoção pode ser feita nos estados membros e apoiada por organismos nacionais. CE. Campanha de Turismo Responsável. Operadores turísticos. Media. ONGs Estados membros X X X X X X X Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 41 X X X X X X Acção/Iniciativa Organismos chave 2007 2008 2009 2010 3. Modelo de implementação para a gestão sustentável de destinos turísticos A CE, em parceria com os estados membros e com contributos da OMT, desenvolverá um modelo de gestão sustentável de destinos turísticos. Este deve incorporar a criação de estruturas com vários actores chave e os passos necessários para o desenvolvimento de um plano de acção/estratégia sustentável de turismo serão dados conforme definido neste relatório. CE. Estados membros. Representantes dos destinos turísticos. X X X X X Paralelamente, preparar um manual sobre indicadores de turismo sustentável, sendo acompanhados ao nível dos destinos turísticos, e lançá-lo. 4. Projectos-piloto Um pequeno número de projectos-piloto será apoiado com o objectivo de testar o modelo e demonstrar a boa prática a outros. Serão seleccionados de diferentes tipos de destinos turísticos – urbanos, costeiros, rurais e de montanha. Podem incluir destinos turísticos maduros com necessidades de regeneração e destinos futuros. Os projectos podem: • Focar desafios específicos • Conter programas de investigação de acção para testar tipos de abordagem e instrumentos. A experiência obtida com a iniciativa “Destinos Europeus de Excelência” pode contribuir para informar sobre a selecção e instituição de projectos-piloto. Uma segunda forma de projecto-piloto será envolver um cluster identificado de empresas para abordar um programa cuidadosamente fiscalizado de formação, aconselhamento e, onde necessário, investimento apoiado. Seguido de certificação e acções de marketing, para medir a montante e a jusante as mudanças e os benefícios, com base numa abordagem progressiva para influenciar as empresas, conforme Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 42 CE. Estados membros. Destinos turísticos. CE. Organismos educativos Empresas. X X X X X X X X X X X X X X Acção/Iniciativa Organismos chave previsto neste relatório. 5. Projectos de investigação Sindicatos Serão levados a cabo uma série de projectos de investigação conforme identificado ao longo deste relatório, os quais incluem: CE, Outros organismos internacionais e europeus. Organismos de ensino/investiga ção. ONGs. • • • • • • • • • • Uma análise da informação estatística essencial no auxílio do benchmarking comparativo de questões de sustentabilidade; Pesquisa de mercado sobre sensibilização e resposta ambiental em toda a Europa, em diferentes países; Apreciação objectiva de custos e benefícios para as empresas dos programas de sustentabilidade; Avaliação do impacto no turismo e nas alterações climáticas das diferentes medidas para reduzir as emissões resultantes do transporte turístico; Investigação sobre consumo e produção sustentável na cadeia de valor do turismo; Um estudo dos possíveis impactos das alterações climáticas na Europa, assim como dos padrões de sazonalidade; Um estudo do impacto das segundas habitações, incluindo tendências e previsões e boas práticas na abordagem do problema; Uma investigação das oportunidades de aumento das receitas dos turistas para apoiar programas de conservação e gestão, incluindo taxas obrigatórias e processos voluntários, com base em estudos de caso e testes de mercado. Um breve estudo da aplicação de códigos de conduta como instrumento para influenciar o comportamento do visitante. Pesquisa de acções sobre aplicação e acompanhamento de indicadores. Os resultados serão reunidos em redes de conhecimentos e conferências. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 43 2007 2008 2009 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 2010 Acção/Iniciativa Organismos chave 2007 2008 2009 6. Coordenação de programas de ensino e formação Realizar-se-á, a nível europeu, um trabalho sobre o estabelecimento e/ou coordenação de módulos curriculares/formativos, com o auxílio de materiais relacionados, para diferentes níveis e fins educativos: • Escolas primárias e secundárias e estabelecimentos de ensino superior – gerando interesse e abrangendo princípios básicos • Formação em turismo a nível básico – módulos sobre sustentabilidade • Programas de formação de empresas sustentáveis ao nível da gestão • Cursos específicos de sensibilização/competências técnicas dirigidas ao pessoal • Formação em turismo sustentável para gestores de destinos turísticos • Formação em turismo sustentável para gestores de áreas protegidas e locais de património cultural. Os passos a dar incluem: • Avaliação da quantidade importante de trabalho e dos programas existentes relativamente a estes assuntos • Seminários com professores, formadores e representantes dos utilizadores finais para desenvolver trabalhos de reforço/coordenação • Desenvolvimento de currículos, cursos e materiais educativos/formativos • Implementação das iniciativas A iniciativa será comparada com as iniciativas recentes promovidas a nível comunitário na preparação de orientações sobre o estabelecimento de áreas de aprendizagem na área do turismo. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 44 CE, liderando as acções a nível europeu. Paralelamente, realizar-se-ão acções a nível dos Estados Membros (EM), com contribuições destes. Organismos educativos e de formação. Representantes do utilizador final (empresas; sindicatos; formadores e professores) X X X X X X X X X X X X 2010 Acção/Iniciativa Organismos chave 2007 2008 2009 7. Certificação e benchmarking voluntários Serão levado a cabo iniciativas complementares para apoiar a coordenação de esquemas de certificação voluntária de sustentabilidade na Europa, apoiando-se em iniciativas já desenvolvidas nos últimos cinco anos. Este aspecto incluirá a certificação de empresas e também outros aspectos de turismo, e incluem iniciativas sobre a actividade a nível comunitário (p. ex., o sistema de rotulagem “EU flower”; a Carta Europeia de Turismo Sustentável para as Áreas protegidas) e sobre a coordenação de esquemas nacionais/locais (p. ex., iniciativa VISIT). As iniciativas abrangerão: • Avaliação de iniciativas e potencial/necessidade de assistência • Apoio do reforço da actividade de coordenação • Promoção para encorajar a adopção de esquemas O benchmarking de empresas e destinos turísticos em comparação a indicadores e medidas será encorajado através de redes de conhecimento e programas de certificação, incluindo o desenvolvimento de ferramentas de benchmarking. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 45 CE. Agências europeias. Contributos, em paralelo, por parte dos EMs em apoio dos seus esquemas. X X X X X X X X X X X X X X 2010 ANEXO 1 Membros do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo21 que contribuíram para a conclusão do presente relatório Autor e promotor em nome do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo Richard Denman Director da “The Tourism Company”, consultores [email protected] Membros do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo (GST) seleccionados22 na qualidade de peritos no domínio da indústria do turismo, dos destinos turísticos e da sociedade civil Klaus Ehrlich [email protected] Presidente da Federação Europeia de Turismo de Aldeia e Agro-Turismo Malcom Bell Director-Geral para a Região de Turismo do Sudoeste (Reino Unido) [email protected] Natalie Ann Flynn Consultora, Malta Hotels & Restaurants Association Miguel Hernandez Magan Director de Turismo de Qualidade – Governo das Ilhas Baleares [email protected] [email protected] Kerstin Howald [email protected] Coordenadora do Comité de Ligação Sindical Europeu do Sector do Turismo e Secretário do Sector do Turismo na Federação Europeia de Sindicatos dos Sectores da Alimentação, Agricultura e Turismo (EFFAT) Peter Lane [email protected] Presidente do “Tourism Site” (Rede para o desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos europeus) Maxi Lange Município de Calvia, Maiorca, Ilhas Baleares [email protected] Yves Mannaerts [email protected] Membro da Comissão da União Internacional de Transportes Rodoviários (IRU) Ludwig Muxel [email protected] Presidente da Câmara de Lech (AT) e membro da Associação Austríaca de Municípios Manfred Pils [email protected] Vice-Presidente da Organização Internacional “Amigos da Natureza” Lionello F. Punzo [email protected] Professor de Economia de Desenvolvimento e Director do Osservatorio per il Turismo Sostenibile na Universidade de Siena Germaine Remmers EUROCITIES [email protected] Agnes Reti [email protected] Membro do Bureau International du Tourisme Social, delegada do EDDSZ (Hungria) (Democratic Trade Union of Health and Social Workers) Patrizia Rossi [email protected] 21 Lista de GST completa, disponível no sítio http://ec.europa.eu/enterprise/services/tourism/index_en.htm. 22 Selecção de 22 peritos através de convite à manifestação de interesse. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 46 Federação EUROPARC Lars Thykier [email protected] Director-Geral da Associação Dinamarquesas de Agências de Viagens e Operadores Turísticos Kees Jan Van Ginkel Membro do EuroCouncil da Federation Internationale de l'Automobile [email protected] Membros do GST nomeados enquanto peritos dos estados membros Aira Andriksone [email protected] Responsável da Divisão do Turismo no Ministério da Economia da República da Letónia (Letónia) Harry Coccossis [email protected] Secretário Especial para o Planeamento Estratégico do Ministério do Turismo e Professor na Universidade de Thessaly (Grécia) Lucio d’Amore [email protected] Responsável de Relações Comunitárias no Departamento para o Desenvolvimento e Competitividade do Turismo – Presidência do Conselho de Ministros (Itália) Jan Eriksen [email protected] Presidente da Fundação para a Educação Ambiental e Director Geral do “Outdoor Council” (Dinamarca) Maria Guardiet de Vera [email protected] Coordenador de Turismo da PROMOTUR, Turismo de Canarias (Espanha) Jean-Pierre Martinetti [email protected] Director da Agência de Desenvolvimento Turístico da Região Alpes de Haute-Provence (França) Tanja Mihalic [email protected] Presidente da Fundação para a Educação Ambiental (Eslovénia) e Professor de Turismo na Faculdade de Economia da Universidade de Lubliana Renate Penitz Ministro Federal da Economia e do Trabalho (Áustria) [email protected] John Power Director Geral da Federação de Hotéis da Irlanda (Irlanda) [email protected] Apolónia Rodrigues [email protected] Coordenadora do Projecto da Rede Europeia de Turismo de Aldeia, Região de Turismo de Évora (Portugal) Maria Schlee, Mandy Stevens [email protected] Departamento de Cultura e da Divisão de Desporto-Turismo (Reino Unido) Tamás Záhonyi Delegado pela Autoridade Húngara do Turismo (Hungria) [email protected] Membros do GST de organizações internacionais Stefanos Fotiou Coordenador do Programa de Turismo do PNUMA [email protected] Eugenio Yunis [email protected] Responsável pela Área de Desenvolvimento Sustentável do Departamento de Turismo da OMT das Nações Unidas Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 47 Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 48 ANEXO 2 12 Metas para o turismo sustentável (OMT/PNUMA)23 1) VIABILIDADE ECONÓMICA Assegurar a viabilidade e competitividade dos destinos e empresas turísticas, para que consigam prosperar e usufruir de benefícios a longo prazo. 2) PROSPERIDADE LOCAL Maximizar a contribuição do turismo para a prosperidade do destino hospedeiro, incluindo a percentagem de despesas do visitante que é retida localmente. 3) QUALIDADE DO EMPREGO Reforçar o número e a qualidade dos postos de trabalho locais criados e apoiados pelo turismo, incluindo níveis salariais, condições de trabalho e possibilidade de acessos a todos sem discriminação em razão de sexo, raça, incapacidade ou de qualquer outro motivo. 4) EQUIDADE SOCIAL Procurar uma distribuição alargada de benefícios económicos e sociais do turismo ao longo da comunidade receptora, incluindo a melhoria de oportunidades, rendimentos e serviços à disposição dos mais pobres. 5) REALIZAÇÃO POR PARTE DO VISITANTE Proporcionar uma experiência segura, satisfatória e realizadora para os visitantes, acessível a todos sem discriminação em razão de sexo, raça, incapacidade ou de qualquer outro motivo. 6) CONTROLO LOCAL Envolver e dar poder às comunidades locais no planeamento e na tomada de decisões sobre a gestão e o desenvolvimento futuro na sua área, em consulta com outros actores chave. 7) BEM-ESTAR DA COMUNIDADE Manter e reforçar a qualidade de vida nas comunidades locais, incluindo as estruturas sociais e o acesso aos recursos, equipamentos públicos e sistemas de apoio à vida, evitando qualquer tipo de degradação ou exploração social. 8) RIQUEZA CULTURAL Respeitar e reforçar o património histórico, a autenticidade cultural, as tradições e os traços distintivos das comunidades hospedeiras. 9) INTEGRIDADE FÍSICA Manter e reforçar a qualidade das paisagens, sejam urbanas ou rurais, e evitar a degradação física e visual do ambiente. 10) DIVERSIDADE BIOLÓGICA Apoiar a conservação de áreas naturais, habitats e vida selvagem, e minimizar os danos a eles causados. 11) EFICIÊNCIA DOS RECURSOS Minimizar a utilização de recursos escassos e não renováveis no desenvolvimento e operação das instalações e serviços turísticos. 12) PUREZA AMBIENTAL Minimizar a poluição do ar, da água e dos solos e a produção de resíduos por parte das empresas de turismo e dos visitantes. 23 Making Tourism More Sustainable, A guide for policy makers UNWTO/UNEP, 2005 (Tornar o Turismo Mais Sustentável, Guia para Responsáveis Políticos) Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 49 ANEXO 3 Indicadores de sustentabilidade de turismo dos destinos Os indicadores podem ser usados para quatro fins principais: 1. Mostrar a situação actual do destino turístico; 2. Mostrar a amplitude de um impacto ou de uma resposta; 3. Permitir que a mudança seja acompanhada ao longo do tempo – foi mais ou menos, ficou melhor ou pior? 4. Permitir a comparação (benchmarking) com as normas e outros destinos turísticos. Embora muitos indicadores sejam de alguma forma fracos para o primeiro objectivo, visto que é muitas vezes difícil obter dados de conjunto e focados, podem no entanto ser úteis no acompanhamento das mudanças, desde que se use sempre o mesmo método. Podem também ser usados em benchmarking, assumindo que um método equivalente seja usado em cada destino turístico. Alguns indicadores podem basear-se em registos disponíveis e outros dados mensuráveis, de forma directa. Não obstante, outros dependerão de inquéritos específicos, a visitantes, empresas e residentes locais. Os inquéritos deste tipo têm a vantagem de serem directamente relevantes para a questão, visto que permitem enquadrar a questão de modo adequado. Podem, no entanto, ser dispendiosos e morosos. Devem, da mesma forma, ser concebidos de forma correcta e com uma amostragem ou taxa de resposta ampla para obter resultados não enviesados. Estes inquéritos podem ser, tipicamente: • • • Inquéritos a visitantes. Entrevistas aleatórias a cerca de 1000 visitantes em diferentes localizações, representativos de padrões e fluxos de visitantes conhecidos. Devem abranger perfis de visitantes, dados sobre a visita, e atitudes/satisfação. Inquéritos a empresas. Um inquérito de autopreenchimento, anual, a todas as empresas, (por correio ou por Internet), ou a uma percentagem significativa delas, bem equilibrado por tipo, com um incentivo para maximizar a resposta, e solicitando informação sobre desempenho, funcionamento, e também opiniões. Inquéritos a residentes. Um inquérito aleatório ao domicílio (por correio ou telefone), sobre uma variedade de afinidades, principalmente focando as suas atitudes e no seu empenhamento para com o turismo. Os indicadores indicados na tabela infra são feitos, em parte, com base em recentes trabalhos do EUROSTAT, da OMT e do projecto VISIT sobre indicadores. Seleccionámos aqueles que parecem ter mais relevância e ser mais viáveis, tendo identificado um subconjunto de indicadores essenciais nessa lista. Os indicadores aqui indicados dizem respeito a questões de sustentabilidade, comuns a muitos destinos. No entanto, alguns destinos podem desejar adicionar ou subtrair outros, de acordo com o tipo de destino turístico (destino balnear, de montanha, urbano, etc.) e as circunstâncias especiais aí encontradas. Os indicadores terão de ser revistos e actualizados regularmente, de forma a assegurar que os alvos sejam progressivos, e a incentivar procedimentos de melhoramento contínuo. Embora a tabela preveja uma série bastante ampla de indicadores, muitos deles são baseados em dois processos de acompanhamento essenciais – inquéritos a Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 50 visitantes e inquéritos a empresas. Desde que estes inquéritos sejam levados a cabo com estes indicadores todos incluidos, os custos ou o tempo dispendidos são pouco expressivos. Sugere-se a elaboração de um manual sobre a utilização dos indicadores e sobre o processo de acompanhamento. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 51 Indicadores relacionados com os destinos turísticos Nº Essencial Indicador Objectivo – o que o indicador mostra Origem 1 Sim Volume turístico e sazonalidade 2 Sim 3 Sim Nº total de chegadas de visitantes ou dormidas por mês Nº total estimado de dias por ano ou por mês Número de camas (por tipo de alojamento) Registos de estabelecimentos de alojamento Contagens e inquérito aos visitantes nos pontos de chagada/ locais chave Registos existentes ou controlo regular 4 Sim % média anual de camas e de ocupação de alojamentos % de empresas que reportam crescimento de actividade durante o ano anterior Despesa média por pessoa Despesa local (ou PIB) gerada pelo turismo Desempenho da empresa, e base para calcular o volume. Medida relativamente robusta de crescimento e competitividade Registos das empresas ou inquérito às mesmas Inquérito às empresas Retorno económico dos turistas Valor turístico e contributo para a economia local 5 6_ 7 Sim 8 Sim 9 Sim 10 Sim 11 Sim 12 Sim 13 % de camas disponíveis durante todo o ano Rácio de ocupação média (ou nº total de dormidas) entre os 3 meses com maior e menor taxa de ocupação Número de camas por 1000 habitantes locais Rácio do número de turistas e de população local Média de tempo de estadia % de empresas de turismo acessíveis por transporte público Volume turístico e sazonalidade Capacidade turística e base para calcular o volume. Sazonalidade Sazonalidade Desequilíbrio e pressão potencial sobre a comunidade e os recursos Desequilíbrio e pressão potencial sobre a comunidade e os recursos Valor para comunidade comparado com o impacto do transporte Probabilidade de adaptar o acesso sem automóvel e necessidade de melhoramento Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 52 Meta principal 1a, 2a Desafio principal 1 1a, 2a 1 1a, 2a 1 1a, 2a 1, 3 1a 1, 3 Inquérito aos visitantes Inquérito aos visitantes mostrando inquérito aos gastos e às empresas durante a estadia (ou pelo Comité de Sustentabilidade do Turismo local) Registos existentes, controlo regular ou inquérito às empresas Registos das empresas ou inquérito às mesmas 1a. 2a 1a, 2a 4 1, 4 1a, 1b 1, 3 1a, 1b, 2a 1, 3 Do indicador 3 e dos registos de população Dos indicadores 1 e 2 e registos de população Inquéritos aos visitantes e às empresas Auditoria às instalações e inquérito às empresas 2a 4 2a 4 1a, 2a, 3a 3a 2, 4 2 Nº Essencial Indicador Objectivo – o que o indicador mostra Origem 14 Sim % de visitantes que chegam por meios que não o automóvel ou o avião % de utentes visitantes de transporte público no destino turístico Tendência de mudança modal de transportes– efeito nas emissões de CO2 % total de emprego no sector como percentagem total do emprego % de postos de trabalho sazonais apenas Rendimento médio por hora no turismo como rácio de todos os rendimentos por hora da indústria % de mão-de-obra com formação em turismo % de residentes indicando que estão satisfeitos com o impacto local do turismo % de residentes que identificam que beneficiam directamente do turismo local e % dos que acreditam que beneficia a qualidade de vida geral % de empresas com certificação ambiental reconhecida % de empresas que reportam que tomam medidas ambientais 15 16 17 Sim 18 Sim 19 20 Sim 21 22 23 24 25 Sim Quantidade e proporção de resíduos enviados para aterros (Total ou soma da actividade) % de resíduos reciclados pelas empresas do sector do turismo Inquérito aos visitantes Meta principal 3a Desafio principal 2 Tendência de mudança modal de transportes– efeito nas emissões de CO2 Inquérito aos visitantes 3a 2 Importância relativa na economia dos postos de trabalho no turismo Qualidade do emprego e sazonalidade Registos/códigos da indústria do sector Inquérito às empresas 1b, 2a 3, 4 1a, 1b 1, 3 Qualidade do emprego Inquérito às empresas e números comparativos do sector 1b 3 Qualidade do emprego e oportunidades de carreira. Aceitação da comunidade e benefício obtido por via do turismo Inquérito às empresas 1b 3 Inquérito aos residentes 2a 4 Benefício para a comunidade por via do turismo Inquérito aos residentes 2a 4 Uma indicação sólida que a acção está presentemente a ser tomada Indicação mais vasta (mas menos sólida) da gestão ambiental independentemente da reacção à certificação Eficiência de recursos e poluição dos solos Registos de esquemas de certificação e/ou inquérito às empresas Inquérito às empresas 3a 5 3a 5 3a 5 3a 5 Compromisso com a eficiência de recursos Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 53 Medição ou soma por parte do município dos dados submetidos pelas empresas de turismo Inquérito às empresas Nº Indicador Objectivo – o que o indicador mostra Origem 26 Descarga de efluentes (total ou soma do sector) Potencial de poluição 27 % de empresas turísticas que não estão ligadas a sistemas de tratamento eficiente de esgotos Potencial de poluição Medição ou soma pelo município dos dados submetidos pelas empresas de turismo Registos municipais e inquérito às empresas Consumo de água (Total ou valor da actividade) – total e no período de maior consumo % de água reciclada pelas empresas do sector do turismo Qualidade da água (água do mar e água doce) Consumo total de energia (ou emissões de CO2) das instalações turísticas Qualidade do ar Eficiência de recursos e impacto na comunidade 28 Essencial Sim 29 30 Sim 31 32 33 Sim 34 35 Sim 36 37 Sim Quantidade de lixo espalhado em locais seleccionados Número de pessoas seleccionadas em locais seleccionados nos dias de maior ocupação Estado ambiental dos locais seleccionados Quantidade e dimensão das áreas protegidas e de terras aráveis Percentagem de tipos seleccionados de paisagens “preciosas” seleccionadas (por exemplo, extensão do litoral) construídos Meta principal 3a Desafio principal 5 3a 5 Medição municipal ou soma de dados submetidos por empresas de turismo 2a, 3a 5 Compromisso com a eficiência de recursos Inquérito às empresas 2a, 3a 5 Conservação da natureza e atractividade do ambiente para os locais e os turistas Eficiência de recursos e poluição Amostras regulares da água 1a,3a,3b, 2b 3a 6, 7, 1 Soma de dados submetidos por empresas do turismo Atractividade do ambiente para os locais e os turistas Atractividade do ambiente para os locais e os turistas Pressão na comunidade e no ambiente Amostra regular da pureza do ar Danos causados à paisagem e à biodiversidade Qualidade do património natural e cultural e capacidade de suportar a pressão Redução de atractividade Observação. Inquérito aos visitantes e residentes Designações registadas Registos e observação do uso dos solos Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 54 Observação. Inquérito aos visitantes e residentes) Contagens de visitantes e inquéritos aos mesmos 5 3a,3b, 2b 3b,1a, 2a, 2b 2a, 2b 6, 7 4, 6 3b 6 3b 6 1a, 2a, 2b, 3b 4, 6, 7 6, 7, Nº Essencial 38 39 40 Sim 41 Sim 42 43 Sim 44 45 46 47 48 Sim 49 Sim 50 Sim Indicador Objectivo – o que o indicador mostra Origem Meta principal 2a, 3b Desafio principal 4, 6 Percentagem de área sujeita a planos de ordenamento e acompanhamento do desenvolvimento Contributo das empresas turísticas e dos visitantes para a conservação Capacidade de suportar a pressão Planos de ordenamento do território Apoio ao turismo para a conservação Inquérito aos visitantes, inquérito às empresas. Acompanhamento de esquemas específicos. Registos dos esquemas. Inquérito às empresas 3b 6 % de empresas de turismo que participam em esquemas de certificação de qualidade % de visitantes que indicam que estão satisfeitos globalmente com a experiência % de visitantes que voltaram e % dos que dizem que voltarão % de empresas de turismo que cumprem normas de acessibilidade definidas % de visitantes com deficiência física ou sensorial % de visitantes de grupos sócioeconómicos mais baixos % de visitantes que beneficiam de um esquemas apoiados de férias Nível de satisfação dos visitantes com deficiência física ou sensorial Presença de uma organização de gestão de destinos turísticos que envolve diversos actores chave % de empresas que pertencem a associações locais de turismo Existência de uma estratégia e de um plano de acção sustentável de Empenhamento, qualidade e competitividade das empresas 1a, 2b 7 Qualidade dos destinos turísticos e satisfação do visitante Inquérito aos visitantes 1a, 2b 7 Destinos turísticos de qualidade e satisfação do visitante Capacidade de proporcionar uma experiência ao visitante, sem discriminação Inquérito aos visitantes 1a, 2b 7 Registos de esquemas de fiscalização. Inquéritos às empresas 2b 7 Inclusão social relativa do destino turístico Inquérito aos visitantes 2b 7 Inclusão social relativa do destino turístico Inquérito aos visitantes 2b 7 Importância do turismo social para o destino turístico Inclusão social relativa do destino turístico Inquérito aos visitantes ou às empresas Inquérito aos visitantes 2b 7 2b 7 Abordagem inclusiva para a gestão do destino turístico Presença/falta em comparação com a definição Grau de empenhamento por parte do sector privado na gestão dos destinos turísticos Compromisso para com a gestão sustentável dos destinos turísticos Registos de filiação Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 55 Presença/falta em comparação com a definição Nº Essencial Indicador Objectivo – o que o indicador mostra Origem Meta principal turismo, acordado e monitorizado Notas às tabelas: Indicador 4 Deve incluir a capacidade mesmo quando encerrado para o cálculo de percentagem de % ocupação. Indicador 7 Os dados sobre as despesas dos turistas são susceptíveis de serem apenas estimativas aproximadas. Alguns destinos turísticos podem estar empenhados em procedimentos de Contas Satélites de Turismo mais sofisticados. Indicadores 24, 26, 28 Seria ideal que as empresas da indústria turística medissem a utilização de recursos e produção de resíduos e disponibilizassem esses dados para calcular um número líquido para o destino turístico. Não obstante, na falta de medição directa, alguns estudos de indicadores sugeriram apresentar uma estimativa do impacto ou da utilização do sector do turismo multiplicando o montante total de utilização de recursos e resíduos no destino turístico pelo rácio de estadias turísticas por todas as estadias (turísticas mais residentes). Considera-se que é erróneo sugerir que se trata de uma medida correcta do impacto do turismo e que seria mais transparente simplesmente apresentar um valor total dos volumes de utilização de recursos e resíduos para a área, em conjunto com a dimensão da população e das estadias turísticas estimadas. Os números totais (por exemplo, quantidade de resíduos depositados em aterros, consumo total de água etc.) na realidade fornecem, de qualquer forma, uma indicação do estado da gestão ambiental e permitiria detectar se uma determinada situação melhorou ou piorou. A variação sazonal deste tipo de números em comparação com os padrões de fluxo de turistas pode dar, de certa forma, uma estimativa dos impactos por força do turismo. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 56 Desafio principal Indicador 37 A escolha de ‘paisagem preciosa’ pode variar entre destinos. Para destinos costeiros, deve indicar-se ‘a extensão do litoral’. Plano de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável Relatório do Grupo para a Sustentabilidade do Turismo 57