Gestão de Equipamentos
Médico-Hospitalares
Eng. Ricardo Maranhão
Introdução
Qualidade
A qualidade nos serviços de saúde, segundo
a OMS, é definida como:
 um
alto nível de excelência profissional;
 uso eficiente dos recursos;
 um mínimo de riscos para o paciente;
 um alto grau de satisfação do paciente;
 o impacto final na saúde.
Fonte:OPAS
Qualidade
Dados Econômicos da Saúde
Setor Público
Valor de Equipamentos Médico-Hospitalares
instalados no Brasil girava em torno de
US$ 7 bilhões (1993).
Sendo que 20-40% desses equipamentos
estavam inoperantes.
Fonte: WHO
Introdução
Qualidade
 Falta
de mão de obra especializada;
 Falta de instalações adequadas;
 Dificuldade de obtenção de peças de
reposição;
 Especificações inadequadas;
 Custos excessivos dos insumos;
 Dificuldade de importação;
 Dificuldade de treinamento.
Fonte: WHO
Paradoxo Tecnológico
A incorporação tecnológica está reduzindo
custos e melhorando produtos e serviços.
No campo da saúde, entretanto, os produtos
e serviços estão ficando cada vez mais
caros.
Fonte: Beting, 2000
Gestão de Equipamentos
Médico-Hospitalares
Equipamentos
Infraestrutura
 Aquisição
Operação
 Manutenção
 Descarte
Custo-efetividade
 Confiabilidade
 Segurança
 Conformidade


Usuário
A Engenharia Clínica
Engenharia Clínica
Definição ACCE

Compete à Engenharia Clínica criar um
programa de gerenciamento e supervisão para
o serviço de manutenção, estabelecendo
normas e padrões na instituição que preservem
o uso seguro e eficiente do equipamento
médico-hospitalar e de infra-estrutura, bem
como de seus profissionais e usuários.
Fonte: ACCE
Engenharia Clínica
CENTRO PARA
GERENCIAMENTO DE
TECNOLOGIAS
CENTROS DE AVALIAÇÃO
TECNOLÓGICA EM SAÚDE
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE
TECNOLOGIAS EM SAÚDE
CONTROLE DE EQUIPAMENTO E ANÁLISE DE CUSTOS
MANUTENÇÃO DE TECNOLOGIAS DE ALTA COMPLEX.
GERENCIAMENTO E CONTROLE DE RISCOS
CENTRO CONTROLE DE RISCOS/NOTIFICAÇÃO DE FALHAS
SEGURANÇA ELÉTRICA
PROGRAMA DE CONTROLE DE EQUIPAMENTOS
1970
1980
1985
1990
2000
Evolução Histórica da Engenharia Clínica
Fonte: Bronzino
Engenharia Clínica
O que é Engenharia Clínica?
“Engenharia Clínica é a profissão que apoia e
promove a segurança do paciente aplicando
habilidades de engenharia e administração à
tecnologia médico-hospitalar.”
(American College of Clinical Engineering - ACCE )
Fonte: ACCE
Fonte: ANVISA
Engenharia Clínica
AQUISIÇÃO
DESCARTE
INSTALAÇÃO
GESTÃO DE
EQUIPAMENTOS
MÉDICO-HOSPITALARES
MANUTENÇÃO
TREINAMENTO
OPERAÇÃO
Engenharia Clínica
ESPECIFICAÇÃO
TÉCNICA
ESTIMATIVA
DE CUSTO
(Orçamentos)
LEVANTAMENTO
DA NECESSIDADE
AQUISIÇÃO
AVALIAÇÃO
DAS PROPOSTAS
RECEBIMENTO
EMISSÃO DE
PARECER
Engenharia Clínica
PRÉ-REQUISITOS
(PROJETOS)
INSTALAÇÃO
TESTES DE
RECEBIMENTO
ACOMPANHAMENTO
DA INSTALAÇÃO
Engenharia Clínica
AVALIAÇÃO
DO USUÁRIO
OPERAÇÃO
SOFTWARE
DE GESTÃO
AVALIAÇÃO DO
EQUIPAMENTO
Engenharia Clínica
AVALIAÇÃO
DOS PRESTADORES
(CONTRATOS)
SOFTWARE
DE GESTÃO
MANUTENÇÃO
AVALIAÇÃO
DOS
CONTRATOS
(VALORES)
CAPACITAÇÃO
DA
EQUIPE
INTERNA
Manutenção
“Quando tudo vai bem:
Ninguém lembra que existe.
Quando algo vai mal:
Dizem que não existe.
Quando é para gastar:
Acha-se que não é preciso que exista.
Porém, quando não existe:
Todos concordam que deveria existir.”
Fonte: Desconhecido
Engenharia Clínica
Gestão de Equipamentos Médico-Hospitalares:
“Uma abordagem sistemática, responsável por
garantir que os equipamentos de custoefetividade, eficazes, seguros e apropriados
estejam disponíveis para atender com qualidade
a demanda do cuidado à saúde."
Fonte: ECRI
Manutenção
Avaliação dos Contratos de Manutenção
A experiência da Gerência de Incorporação
Tecnológica em Saúde (GITS) abrange as 15
unidades assistenciais pertencentes à Secretaria
de Estado da Saúde de Goiás - SES/GO.
A maioria, situada em Goiânia, possuía contratos
de manutenção de equipamentos médicohospitalares por empresas prestadoras de serviço.
Manutenção
Avaliação dos Contratos de Manutenção
Metodologia
Como critério de análise foi utilizado o valor do
contrato de manutenção em comparação com o
valor de aquisição do equipamento.
O valor utilizado como referência sempre é
atualizado com o valor de mercado.
Manutenção
Avaliação dos Contratos de Manutenção
TIPO DE CONTRATO DE MANUTENÇÃO
PERCENTUAL GASTO EM
MANUTENÇÃO / ANO
Manutenção Corretiva (MC) + Manutenção
Preventiva (MP) (somente mão de obra)
04 a 06
Manutenção Corretiva (MC) + Manutenção
Preventiva (MP) (mão de obra + peças)
08 a 10
Manutenção Corretiva (MC) + Manutenção
Preventiva (MP) (mão de obra + peças e
acessórios)
12 a 15
Manutenção
Avaliação dos Contratos de Manutenção
Exemplo da Metodologia
Um aparelho que custa R$ 100.000,00
Se considerarmos a taxa de 12% / ano do valor de
aquisição do equipamento teremos um custo de R$
12 mil / ano com mão de obra, peças e acessórios
para manutenção preventiva (MP) e manutenção
corretiva (MC).
Manutenção
Avaliação dos Contratos de Manutenção
Aplicação da Metodologia:
•Foram analisados 06 contratos de manutenção de
equipamentos no segundo semestre de 2004.
Utilizamos a taxa de 12 % / ano do valor de
aquisição do equipamento para os serviços de
manutenção preventiva MP e manutenção corretiva
MC, incluindo mão de obra, peças e acessórios.
Manutenção
Avaliação dos Contratos de Manutenção
Empresa X
Valor ofertado – R$ 175.375,80 / ano (32%)
Valor calculado – R$ 58.839,60 / ano (12%)
Valor economizado – R$ 116.536,20 / ano
Equipamentos: monitores, berço aquecidos,
incubadoras, ECG, oxímetro e fototerapia.
Manutenção
Avaliação dos Contratos de Manutenção
Empresa y
Valor ofertado – R$ 762.876 / ano (35%)
Valor calculado – R$ 262.256,04 / ano (12%)
Valor economizado – R$ 500.619,96 / ano
Equipamentos – 55 ventiladores e aparelhos de
anestesia.
Manutenção
Avaliação dos Contratos de Manutenção
Resultados:
Somente no segundo semestre de 2004 foram
analisados 06 contratos de manutenção de
equipamentos
MP/MC+Peças+Acessórios – 12 % / ano
Economia de R$ 1.100.000,00 / ano
Manutenção
Manutenção
É interessante notar que, mesmo
representando
uma
economia
significativa para a instituição de saúde,
a manutenção seja ainda encarada
pelos administradores como mais uma
fonte de despesas.
Documentação
Indicadores
Temporal
a) Tempo de atendimento;
b) Tempo de resposta;
c) Tempo de equipamento parado;
d) Horas de manutenção corretiva/OS;
e) Horas de manutenção corretiva/equipamento;
Documentação
Indicadores
Temporal
f) Horas de manutenção corretiva/setor;
g) Tempo médio de retorno;
h) Horas produtivas / horas disponíveis;
i Tempo médio entre falhas;
j) Tempo médio de reparo.
Documentação
Indicadores
Qualidade
a) MP realizada/MP desejada;
b) OS/equipamento;
c) Número de OS por mês;
d) N. OS fechadas / N. de OS abertas;
e) Total de OS por técnico;
f) Reparos repetidos;
g) Total de OS por setor.
Documentação
Indicadores
Custo
a) Custo de manutenção corretiva/equipamento;
b) Custo de manutenção total/custo de aquisição
do equipamento;
c) Custo de equipamento parado;
d) Custo diário por leito parado;
e) Custo de acessórios/equipamento.
Documentação
Indicadores
Custo
Os indicadores de desempenho da engenharia
clínica devem ser adotados, seja com mão-deobra técnica contratada pela instituição, seja
através
da
contratação
de
empresas
especializadas terceirizadas.
Gestão da Manutenção
CUSTOS
DIRETOS
Mão de Obra
Peças e Materiais
Serviços de Terceiros
Custo Operacional
Custo de Parada
Depreciação
CUSTOS
INDIRETOS
Acidentes
Qualidade do
Serviço
Perda de Imagem
Custos Diretos e Indiretos da Manutenção
Gestão da Manutenção
Taxa de
Quebra
Curva da Bacia
ou Banheira
Frequência
de Utilização
Engenharia Clínica
USUÁRIO
TREINAMENTO
OPERAÇÃO
(USUÁRIO)
MANUTENÇÃO
( TÉCNICO)
Treinamento
Treinamento



Cerca de 60 a 80% das falhas em equipamentos
médico-hospitalares ocorrem devido a erros de
operação ou mau uso do equipamento.
A falta de qualificação técnica dos usuários no
uso do equipamento é uma fonte de riscos.
Os profissionais da área clínica sabem operar
adequadamente os equipamentos?
Fonte: UNICAMP
Treinamento
Treinamento

Na Suécia (1984-85), foram analisados 306
equipamentos defeituosos que causaram
acidentes fatais ou com sérias consequências.
Verificou-se que:
 26%
por uso indevido;
 46% por problemas de desempenho.

Existem no hospital programas de treinamento e
reciclagem adequados para uso da tecnologia
médica?
Fonte: ECRI
Treinamento
Treinamento
 Uma
análise de 145 acidentes ocorridos
durante o período de 5 anos (1974-78),
em uma UTI médico-cirúrgica, mostrou
que :
-
30% por mau uso dos equipamentos;
 - 34% por erros de comunicação;
 - de 96 acidentes relacionados a equipamentos,
48% lesaram o paciente.
Fonte: MS
Engenharia Clínica
AVALIAÇÃO
DO CUSTO-BENEFÍCIO
DESCARTE
DESCARTE
CONTROLADO
AVALIAÇÃO DE
NOVA TECNOLOGIA
Normas
RDC Nº. 63 DE 25 DE NOVEMBRO DE 2011
Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de
Funcionamento para os Serviços de Saúde
RDC Nº 2, DE 25 DE JANEIRO DE 2010
Dispõe sobre o gerenciamento de tecnologias em
saúde em estabelecimentos de saúde.
Fonte: ANVISA
Gestão de Equipamentos
Médico-Hospitalares
Vantagens
Redução dos gastos com manutenção;
Redução do tempo de parada do equipamento;
Avaliação técnica dos orçamentos;
Melhoria de qualidade dos serviços;
Melhoria na qualidade técnica dos equipamentos;
Gestão de Equipamentos
Médico-Hospitalares
Vantagens
Conhecimento do
Unidades de Saúde;
Parque
Tecnológico
das
Treinamento contínuo dos operadores;
Melhoria nos processos de compras;
Melhoria na
manutenção;
elaboração
dos
contratos
Validação dos indicadores de desempenho;
de
Gestão de Equipamentos
Médico-Hospitalares
Vantagens
Conhecimento dos gastos com manutenção,
incluindo serviços e reposição de peças e
acessórios;
Conhecimento da Taxa Média de Falha do
equipamento (TMF);
Conhecimento do Tempo Médio de Reparo do
equipamento (TMR);
Informações sobre a necessidade de treinamento
(erro do operador);
Gestão de Equipamentos
Médico-Hospitalares
Vantagens
Controle da vida útil dos equipamentos;
Controle dos contratos de manutenção;
Qualificação dos fornecedores;
Relatórios para tomada de decisões;
Ferramenta gerencial para o gestor.
Modelo de Shepherd
Fonte: Dyro J. Safety Program, Hospital. Encyclopedia of Medical Devices and Instrumentation. Second Edition, Ed. John G. Webster, John Wiley & Sons,
Inc 2006; 109-122.
Conceitos Básicos
Evento Adverso
“Eventos que produzem, ou potencialmente podem produzir,
resultados inesperados ou indesejados que afetem a
segurança de pacientes, usuários ou outros”
(ANVISA, 2003) ; (MHRA, 2008).
Conceitos Básicos
Evento adverso pode ser resultado de:
• falha do produto
• defeito de fabricação
• mau funcionamento
• rotulagem
• instruções de uso
• embalagem imprópria ou inadequada
• desenvolvimento impróprio ou inadequado de projeto
• erro do usuário
(ANVISA, 2003)
Eventos adversos com Tomografia
O estudo teve como objetivo levantar os eventos
adversos relacionados ao uso do aparelho de
tomografia computadorizada reportados nos sistemas
de notificação do Brasil e no exterior. Classificando-os
de acordo com as suas causas segundo o modelo de
abordagem de Shepherd e verificando a sua
correspondência com os aparelhos de tomografia
computadorizada instalados no Brasil. No Brasil
consultou-se o Sistema Nacional de Notificação de
Eventos Adversos e Queixas Técnicas desenvolvido
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e no
exterior pesquisou-se o Medical Device Reporting
Database e o Manufacturer and User Facility Device
Experience Database, ambos desenvolvidos pela Food
and Drug Administration.
Eventos adversos com Tomografia
Os eventos adversos foram classificados segundo a
proporção de ocorrência por componente e por
subcomponente. Levantou-se 519 eventos adversos
relacionados ao aparelho de tomografia no período de
01/01/1984 a 31/12/2007, sendo que 233 relatos do
MDR e 286 relatos do MAUDE. Nenhum evento foi
levantado por meio do banco de dados brasileiro. O
estudo mostrou que 78,2% dos eventos adversos se
relacionavam com o componente dispositivo médico
sendo que 38,9% se relacionavam ao subcomponente
projeto dos circuitos e partes.
Eventos adversos com Tomografia
O estudo mostrou também que 64,5% dos eventos
adversos
foram
classificados
como
mau
funcionamento. O estudo classificou os eventos
adversos por tipo de falha, sendo o erro de software o
tipo de falha com maior ocorrência (20,7%). Ao verificar
a correspondência dos eventos encontrados nos
bancos de notificação do exterior relacionando com os
aparelhos similares existentes no Brasil, encontrou-se
356 eventos.
TIPO DE PROBLEMA
Resultados
Aplicação do Modelo
de Shepherd:
Tabela 23
Proporção de estimativa de ocorrência
de eventos adversos encontrados nos
Bancos MAUDE e MDR, após
cruzamento
com
os
tomógrafos
registrados no Brasil e classificados por
tipo de problema segundo a FDA
Número de
EAs
Proporção de
EAs
Artefato
28
9,4%
Choque elétrico
3
1,0%
Colisão não intencional
21
7,0%
Componente(s) desgastado
2
0,7%
Dispositivo inoperante
31
10,4%
Dispositivo uso ou cuidado incorreto
2
0,7%
Energização indevida do dispositivo
4
1,3%
Erro de software
66
22,1%
Exposição à radiação não intencional
6
2,0%
Falha na embalagem
1
0,3%
Falha na manutenção
11
3,7%
Falha no botão ou chave de emergência
2
0,7%
Fogo / Incêndio
21
7,0%
Fratura(s) do dispositivo ou material
5
1,7%
Imagem com orientação incorreta
4
1,3%
Imagem com resolução pobre
2
0,7%
Imagem revertida direita ou esquerda
28
9,4%
Medidas incorretas
10
3,3%
Movimento não intencional
43
14,4%
Problema de projeto/estrutura
4
1,3%
Vazamento de líquido ou fluído
5
1,7%
299
100,0%
TOTAL
Obrigado!
Gestão de Equipamentos
Médico-Hospitalares
Eng. Ricardo Alcoforado Maranhão Sá
E-mail: [email protected]
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