1 A TRANSVERSALIZAÇÃO NA GESTÃO DOS EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS DE SAÚDE MAINSTREAMING MANAGEMENT OF COMMUNITY HEALTH EQUIPMENT GESTIÓN DE INTEGRACIÓN DE LA PERSPECTIVA DE LOS EQUIPOS DE SALUD DE LA COMUNIDAD Luana Paula Santos de Lima Espíndola1 RESUMO Este trabalho se propõe a estudar a transversalização na gestão dos equipamentos comunitários de saúde. A transversalidade é um dos princípios da Política Nacional de Humanização e esta deve ser um dispositivo para reafirmar e evidenciar o caráter instituinte do SUS. O objetivo é verificar o conceito de transversalidade e sua aplicação na gestão dos equipamentos de saúde. O presente estudo se caracterizará como uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa e descritiva. E o principal trabalho que embasa a pesquisa é a Politica Nacional da Humanização. Palavras Chave: Gestão de saúde; Humanização da Assistência; Sistema Único de Saúde ABSTRACT This paper proposes to study the mainstreaming management of community health equipment. Transversality is one of the principles of the National Policy of Humanization and this should be a device to reaffirm and highlight the character of instituting SUS. The goal is to verify the concept of mainstreaming and its application in the management of health facilities. This study will be characterized as a literature of qualitative and descriptive nature. The main work that supports the research is the National Policy of Humanization. Key Words: Health Management; Humanization of Care; Health System Enfermeira, Pós - Graduada em Saúde Mental e Pós - Graduanda em Gestão em Saúde pela Universidade Federal de São Paulo. 1 2 RESUMEN En este trabajo se propone estudiar la incorporación de la perspectiva la gestión de equipos de salud de la Comunidad. La transversalidad es uno de los principios de la Política Nacional de Humanización y esto debe ser un dispositivo para reafirmar y poner de relieve el carácter de la institución de SUS. El objetivo es verificar el concepto de integración y su aplicación en la gestión de los establecimientos de salud. Este estudio se caracteriza por ser una literatura de carácter cualitativo y descriptivo. Y el trabajo principal que apoya la investigación es la Política Nacional de Humanización. Palabras clave: Gestión de la Salud; humanización de la atención; del Sistema de Salud 3 INTRODUÇÃO A ideia do Sistema Único de Saúde surgiu por volta dos anos 80, construído com participação e luta dos cidadãos e trabalhadores da área da saúde. Tornou-se visível e ganhou corpo com o Movimento Sanitarista e das Conferências Nacionais de Saúde, em uma época de revolução de pensamentos gerados pela resistência à ditadura militar. E na Constituição de 1988, a saúde é dita como um direto de todos e dever do Estado 1. Os princípios do SUS devem indicar alterações positivas na atual prática da Saúde Pública no Brasil e os que visam estas são: universalidade, equidade e integralidade 2. A saúde é um direito de todo cidadão e assim devem-se implementar ações e serviços desfragmentados, mas ao mesmo tempo estando sempre amarrados pelas redes de apoio, conhecimento e responsabilidades sanitárias 3. É declarado que o SUS tem o traço de ser constituinte e para garantir que essa característica se afirme devem ser empregadas forças identificatórias das dificuldades atuais que existem na lacuna entre o Estado e suas políticas 4. O SUS nos coloca vários desafios, e para afirmar sua característica constituinte é que foi proposta a criação da Política Nacional de Humanização que vamos chamar de PNH ou HumanizaSUS. Esta política pública pretendeu ser construída para todos para que seja de todos. Dos trabalhadores, usuários e gestores, fortalecendo a saúde coletiva e mudando as relações de poder propondo a não separação entre atenção e gestão 5. A Política Nacional de Humanização existe desde 2004 para efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. A PNH deve ser um dispositivo para reafirmar e evidenciar o caráter instituinte do SUS, para que este não perca sua força contestatória e que realmente promova mudanças no dia a dia dos serviços. O humanizaSUS reafirma os princípios do SUS e propõem outros princípios importantes para um sistema de saúde portador de qualidade e resolutividade. Por princípios, então, entende-se o que causa ou força a ação, ou que dispara um determinado movimento no plano das políticas públicas. Na PNH estes princípios são a transversalidade, a indissocialibilidade entre atenção e gestão, protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos6. 4 2. REFERENCIAL TEÓRICO Neste trabalho iremos nos atentar para o princípio da transversalidade. O princípio da transversalidade prevê que a atenção e a gestão devem andar juntas sendo diferente dos modelos verticais, burocratizados e hierárquicos presente em muitos serviços, sempre em busca do fortalecimento de redes, melhorando assim os modos de cuidar e gerir os serviços 7. O HumanizaSUS quer propor e quer apostar que o conceito de homem ideal se distancie, e que busquemos aprender pelos conceitos de experiência, ou seja, essa humanização vai acontecer no concreto das vivências diárias dos serviços de saúde, nas propostas diárias dos humano-colaboradores que não são aquele homem perfeitos e idealizados. A PNH sob essa perspectiva aproxima as iniciativas já existentes, a fim as englobar e vigorar, tendo como base as experiências do SUS, aumentando as conversas sobre s conceitos da humanização e a não separação entre a atenção e a gestão 8. Desta forma fica evidente a necessidade da discussão e da elaboração de pesquisas sobre o tema transversalidade, pois este é um subsídio extremamente valioso para orientação dos modos de gerir serviços de saúde, em especial os serviços de saúde, visto que sem o estudo dos possíveis melhoramentos as formas de atenção e de gestão, não se fazem avanços nos modelos burocratizados de gestão e na busca pela co-gestão. 5 4. OBJETIVO Verificar o conceito de transversalidade e sua aplicação na gestão dos equipamentos de saúde. 6 5. MÉTODO O presente estudo se caracterizou como uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa e descritiva 9. Para seu desenvolvimento, foi realizado um levantamento bibliográfico na biblioteca virtual da saúde, nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), por meio das palavras chave transversalidade e transversalização e que faziam referência aos serviços de saúde, não houve delimitação da janela cronológica para pesquisa. Foram incluídas na pesquisa todas as publicações desta temática, e após a identificação das obras, foi feita a leitura dos resumos, e selecionadas aquelas que fizeram referência ao objeto da pesquisa. Em seguida as publicações foram lidas na integra e realizada a identificado o conceito de transversalidade, posteriormente caracterizadas conforme o ano de publicação, base de dados, titulação/profissão dos autores e o conceito de transversalidade. A análise se realizou considerando o referencial teórico de transversalidade da Política Nacional de Humanização. 7 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Encontrou-se 7 trabalhos utilizando a palavra chave transversalização e 74 com a palavra transversalidade, totalizando 81 publicações. Entre estes, após a leitura dos resumos, foram excluídos 69 que não fizeram referência ao objeto de pesquisa, não se apresentaram na íntegra e estavam escritos em outro idioma, restando 12 publicações a serem analisadas, conforme quadro 1. Q uad ro 1 – D is tr ibu içã o dos ar tig os s eg und o au to r , titu laçã o, b as e d e da dos e an o. Título Autor Base de dados 1. A Psicologia e o http://www.scielo.br/ Sistema Único de scielo.php?script=sci_a Saúde: Quais Regina Benevides interfaces? rttext&pid=S0102- Ano 2005 Área de atuação Psicóloga/Doutora em Saúde Coletiva 71822005000200004 Médica http://www.scielo.br/ 2. Democracia e Gestao Participativa: uma Ana Maria estrategia para a Costa;Tatiana Lionço eqü idade em saude? sanitarista/Doutora em scielo.php?script=sci_a rttext&pid=S0104- 2006 12902006000200006 Ciências da Saúde e Psicóloga/Doutora em Psicologia 3. Gestão dos processos de trabalho e humanização em saúde: reflexões a http://www.scielosp.o Élida Azevedo Hennington rg/scielo.php?script=s ci_arttext&pid=S0034- 2008 Não informada 2009 Não informada 89102008000300024 partir da ergologia 4. Humanização das Raquel Turci práticas de saúde: Pedroso;Maria Edna transversalizar em Moura Vieira defesa da vida http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_a rttext&pid=S141432832009000500020 5. Integralidade da assistência na compreensão dos profissionais da estratégia saúde da família Andrea Gomes Linard;Marina Martins de Castro;Ana Kelly Lima da Cruz 6. “Lobo mau": http://www.scielo.br/ Enfermeira Doutora em scielo.php?script=sci_a rttext&pid=S1983- 2011 14472011000300016 Fabiana Nunes Merhy scielo.php?script=sci_a transversalidade entre Silva� rttext&pid=S1984- Enfermeira e Enfermeira. http://www.scielo.br/ analisador da Enfermagem, 2008 Psicóloga/Mestre em Saúde Coletiva 8 organização do 02922008000100009 trabalho & saúde mental? 7. “O Significado da Gravidez na Adolescência a partir da Ótica dos Ana Maria Otoni Mesquita http://pesquisa.bvsal ud.org/portal/resourc 2008 e/pt/lil-527657 Doutora em Ciências na área de Saúde Pública Profissionais de Saúde” 8. Práticas http://www.scielo.br/ Transversalizadas da scielo.php?script=sci_a Clínica em Saúde João Leite Ferreira Neto 79722008000100014 Mental 9. Processos de Trabalho em Saúde: práticas de cuidado em saúde mental na rttext&pid=S01022008 Não informada http://www.scielo.br/ Danilo Camuri;Magda Dimenstein scielo.php?script=sci_a rttext&pid=S0104- Mestre em Psicologia e 2010 12902010000400008 estratégia saúde da Doutora em Saúde Mental família Filósofo e bioeticista, Enfermeira e bioeticista, Não informado, 10. Processos de José Roque Junges; trabalho no Programa Lucilda Selli; Natália de http://www.scielo.br/ Saúde da Família: Ávila Soares; Raquel scielo.php?script=sci_a atravessamentos e Brondísia Panizzi rttext&pid=S0080- transversalidades. Fernandes; Marília 62342009000400028 Bolsista de Iniciação Científica e graduanda e 2009 Fisioterapia, Bolsista de Iniciação Científica e graduanda de Psicologia, Schreck Bolsista de Iniciação Científica e graduanda do curso de Fisioterapia. 11. Promoção da Saúde Maria Salete Bessa Mental – Tecnologias Jorge; Diego Muniz do Cuidado: vínculo, Pinto; Paulo Henrique acolhimento, co- Dias Quinderé; Antonio responsabilização e Germane Alves Pinto; autonomia Antonio Germane Alves (transversalização) Pinto; Cinthia http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_a rttext&pid=S1413- 2011 Não informado 2011 Cirurgiã- 81232011000800005 Mendonça Cavalcante 12. Trabalho em equipe Cíntia Garcia Cardoso; 9 e reuniões Élida Azevedo http://www.scielo.br/ dentista/Mestre em multiprofissionais em Hennington scielo.php?script=sci_a Saúde Pública e Doutora saúde: uma construção rttext&pid=S1981- em Saúde Coletiva a espera pelos sujeitos 77462011000400005 de mudança (transversalização) A maioria dos trabalhos (7) foi escrito por mais de dois autores, ou seja 58,33%, se sugestionando a predominância de grupos de pesquisa neste tipo de produção, o que se mostra muito favorável visto que a constituição de grupos de pesquisa incentivam a produção científica, e a comunicação interdisciplinar, principalmente em temas pouco estudados 10. Em relação à área de atuação, constatou-se que 5 dos autores envolvidos são da área de Saúde Coletiva/ Saúde Pública, 4 da área da Enfermagem , 3 da área de Psicologia, 2 da área da Fisioterapia, um da área de Saúde Mental, um da área de Ciências da Saúde, um da área da Filosofia, e 4 autores não consta a informação. Percebe-se que o assunto transversalidade permeia e transpassa por diversas áreas. Constatou-se que 91.66% os artigos são de natureza qualitativa e 8.44% de natureza quantitativa. Algo interessante que foi observado é que não foi estipulada janela cronológica para pesquisa dos artigos, no entanto evidenciamos que a primeira publicação que traz a temática da transversalidade foi publicada em 2005. Um ano após a primeira publicação da PNH, o que significa que o tema transversalização foi elucidado e percebido por alguns profi ssionais apenas uma ano após a primeira publicação. A quadro 2 descreve o conceito e a análise do pesquisador. Q uad ro 2 – Sis tema tiz aç ão da s pub licaç ões e a ná lise do c onc eito d e tra ns versa lidad e. Titulo da publicação Conceito de transversalidade Análise do pesquisador E ss e c onc e ito abr ang e par c ialme nte o c once ito da PN H , por que de sc re ve 1. A Psicologia e o Sistema Único de Saúde: que a transve rs alidade aj uda a Quais interfaces? c onc re tiz ar a re laç ão c om os outros pode re s des es tabilizando ass im a Relação de intercessão com outros fr onte ir a de s abe r es . E r e duc ionis ta saberes/poderes/disciplinas. É no entre os pois não de s cr e ve sobre a 10 saberes que a invenção acontece, é no c om unic aç ão c om o for ma para que limite de seus poderes que os saberes têm a tr ansve rs aliz aç ão ac onteç a. T rás o que contribuir para outro mundo possível, c onte údo se m e lhante c om o para outra saúde possível. c onc e ito de tr ans ve rs alidade do pr im e ir o doc ume nto da PN H de 2004, que não de sc r e ve o pr inc ípio da tr ans ve rs alidade e s im de s ta. P r ovave lme nte por que es ta public aç ão é de 2005, ou s ej a, ante r ior ao te xto da PN H de 2008 que de sc r e ve o pr incípio da tr ans ve rs alidade . Não tem conceito explicito, porém realça que com os comitês de Promoção de Equidade adotados 2. Democracia e Gestão Participativa: uma pelo Ministério da Saúde, permitem aos estratégia para a eqüidade em saúde? distintos grupos sociais vocalizarem suas demandas e necessidades, provocando respostas articuladas do Governo, com Esse conceito abrange parcialmente o conceito da PNH, porque descreve que a transversalidade como produto final da ação intersetorial dos comitês de Promoção de Equidade. Portanto é reducionista, porque não relata sobre a transformação dos modos de relação e de comunicação. transversalidade. Não abrange o conceito do principio da 3. Gestão dos processos de trabalho e humanização em saúde: reflexões a partir Transversal que perpassa por todos os níveis de atenção à saúde. da ergologia transversalização. Esta publicação trás conteúdo semelhante à definição da política de humanização publicada em 2004, que afirma de esta política deve ter dimensão transversal. Princípio da PNH, é colocar os saberes e práticas de saúde no mesmo plano comunicacional, provocando a desestabilização das fronteiras dos saberes, territórios de poder e modos instituídos nas 4. Humanização das práticas de saúde: relações de trabalho, para produção de um transversalizar em defesa da vida plano comum. Não é, portanto, uma comunicação vertical que mantém e sustenta a separação de quem elabora daquele que executa, nem é tão-somente uma prática horizontal que se dá entre iguais. Este conceito abrange exatamente o conceito da PNH. E amplia este conceito utilizando a definição de transversalidade elucidada por outros autores. 11 Não tem conceito explicito, traz a como 5. Integralidade da assistência na tema central a integralidade e diz que essa compreensão dos profissionais da deve ser transversal com os demais estratégia saúde da família princípios do SUS; Este conceito não abrange o conceito da PNH, somente elucida que a integralidade deve ser transversal com os demais princípios do sus. Entender o que é a transversalidade hoje: 6. “Lobo mau": analisador da transversalidade entre organização do trabalho & saúde mental? como rede de reprodução da ordem hegemônica e outro sentido que é o de oposição/ruptura em relação à hegemonia; Esta transversalidade é sinônimo da Esta publicação traz parcialmente o conceito da PNH porém de forma reducionista, somente exemplifica sobre as mudanças nas relações de poder. produção de subjetividade no mundo globalizado. Transversalidade as concepções e práticas que atravessam as diferentes ações e instâncias que aumentam o grau de 7. “O Significado da Gravidez na abertura da comunicação intra e inter Adolescência a partir da Ótica dos grupos e ampliam as grupalidades; e Profissionais de Saúde” também como as concepções e práticas que Esta publicação abrange parcialmente o conceito da PNH, porém de forma reducionista citando somente a comunicação intra e intergrupos. Mas não cita as fronteiras de saberes, os territórios de poderes e nem as relações de trabalho. atravessam as diferentes ações e instâncias no sentido de ampliar o grau de abertura da comunicação intra e inter grupos Transversalidade como o aumento da 8. Práticas Transversalizadas da Clínica em comunicação entre diferentes níveis e Saúde Mental diferentes sentidos das múltiplas forças que atravessam e compõem os processos. Esta publicação não abrange o conceito da PNH, cita exatamente o conceito de transversalidade de outro autor. Porém de alguma forma citando a comunicação intra e intergrupos. Esta publicação abrange parcialmente o Não tem conceito explicito, cita transversalidade na conclusão, e considera 9. Processos de Trabalho em Saúde: que através de um novo modo de arranjo práticas de cuidado em saúde mental na de trabalho e de gestão é possível estratégia saúde da família potencializar a transversalidade dos saberes. conceito da PNH, porém de forma reducionista citando somente as fronteiras de saberes e as relações de trabalho. Mas não cita os aspectos comunicacionais e os territórios de poderes. 12 10. Processos de trabalho no Programa Usa o conceito de transversalidade baseado Saúde da Família: atravessamentos e na análise institucional e diz que a transversalidades. instituição é também o lugar de criação de grupamentos que se integram no sistema. Este conceito não abrange o conceito da PNH, e faz referência ao conceito de transversalidade usado da análise institucional. Não tem conceito explicito, cita nos resultados que no cotidiano do CAPS, E s ta public aç ão abr ang e 11. Promoção da Saúde Mental – através das relações de cuidado e de seus par c ialme nte o c onc e ito da P N H, Tecnologias do Cuidado: vínculo, dispositivos (acolhimento, vínculo, co- pois de sc r eve a c ons tr uç ão de acolhimento, co-responsabilização e responsabilização e autonomia) se e s paç os de diálogo e ntr e os autonomia (transversalização) possibilitou a transversalização da prática tr abalhador es , us uár ios e psicosocial, (re) construindo espaços de fam iliar es . Mas s e tor na diálogo no encontro dos trabalhadores de r e ducionis ta ao c itar s om ente a saúde mental, usuários e familiares na c om unic aç ão. busca da resolubilidade da atenção à saúde. 12. Trabalho em equipe e reuniões Modo de se fazer circular os saberes e E s te c onc e ito abr ang e e xatamente o c once ito da PN H . multiprofissionais em saúde: uma poderes, alterando o padrão organizacional construção a espera pelos sujeitos de e de gestão verticalizados e hierarquizados, mudança (transversalização) visando a melhora dos processos comunicacionais. Entre as publicações, 5 fazem referência ao conceito de transversalidade em diferentes níveis de gestão, 5 descrevem sobre assistência, um sobre rede e um sobre política. Verificamos nesta pesquisa que houve a ampliação da compreensão sobre os conceitos de tranversalidade e transversalização complementando o conceito da PNH. Nas publicações 6 e 10 se utilizou o conceito da análise institucional onde descreve sobre os atravessamentos políticos, econômicos, sociais, culturais, sexuais e libidinais existentes em uma relação social e consequentemente em todas as instituições 11. Já nas publicações 1, 2, 3, 5, e 11 observou-se o conceito utilizado na educação, onde um tema deve estar presente em várias áreas 12. 13 Averiguamos que o conceito utilizado no princípio da transversalidade da Politica Nacional de Humanização ainda esta sendo insuficientemente estudado pelos profissionais dos equipamentos de saúde, e esta sendo pouco aplicado pelos gestores dos serviços, houveram somente 2 trabalhos que utilizaram o conceito exato da PNH, 7 abrangeram parcialmente. Observamos entre as publicações, apenas a publicação 6 e 9 aborta a gestão, trabalhando o conceito da transversalidade utilizado na análise institucional. As outras publicações 8 e 11 abordam a assistência. Na 8 se discute a transversalização da clínica, utilizando como um potencializador das ações, e na 11 discute a transversalidade na prática psicossocial, ou seja, no dia-a-dia das ações e atendimentos realizados no serviço. Encontramos um trabalho (12) onde estudou-se aplicação do conceito de transversalidade da PNH na gestão de equipamentos de saúde. E explicita que a PNH indica o fortalecimento do trabalho em equipe como estímulo a transversalidade. 14 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para que não se perca a característica instituinte do SUS todos os profissionais da saúde devem se apropriar dos princípios da PNH e utilizá-los nas suas práticas diárias. Fomentando a figuração principal desses sujeitos, mostrando aos gestores que os trabalhadores da saúde podem fazer seu exclusivo processo de trabalho, podendo inclusive aperfeiçoar a gestão participativa e dessa forma aumentar a tranversalização das pessoas e redes incursas no atendimento aos usuários, criando assim uma gestão corresponsável. Para isso acontecer os profissionais devem pensar e criar mecanismos em rede, com a ausência de atravessamentos hierárquicos, que tenham incontestável reconhecimento da importância de diferentes saberes e uma descentralização da supervisão. Também dispositivos internos coletivos, flexíveis e dinâmicos de troca de saberes, que motivem a valorização da experiência profissional sem minimização da experiência humana, buscando alto grau de comunicação, e motivando a criação de conhecimentos subjetivos. Criando assim uma nova configuração dos serviços de saúde, com base em uma organização coerente de atendimento territorial e descentralizado. Tornando esses equipamentos metamórficos e transformadores no atendimento em saúde, e se mostrando propícios para implementação de práticas que estimulem a produção de subjetividades interdisciplinares, que implicam na constituição de novas formas de se pensar, tratar, cuidar e gerir o serviço, na busca da resolubilidade da atenção em saúde. Fazendo desta forma os próprios humanos-colaboradores irão estruturar uma assistência e gestão que utilizam a PNH como norteador e que incorporem o conceito de transversalidade nas práticas do dia-a-dia das instituições de saúde, fazendo com que ocorra o encontro entre a gestão e a assistência. Observamos que o conceito de transversalidade e transversalização encontrado nos trabalhos transitam por definições dadas por diversos autores e por várias linhas de pensamento e que houve a ampliação da compreensão sobre os conceitos complementando o conceito da PNH. Dentre os trabalhos, três deles fizeram referência a gestão dos serviços, e trouxeram uma visão positiva do uso da transversalidade como interventora da transversalidade nos saberes e nas práticas do cotidiano do serviço, produzindo desta forma subjetividades e mudança da cultura dos trabalhadores. Podemos afirmar que apesar do pequeno número de trabalhos encontrados, a qualidade dos achados se mostra relevante e condizente com o exposto na PNH. 15 6. REFERÊNCIAS 1. Brasil. Constituição, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal; 1988. 2. Brasil. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. [online] Brasília (DF), 1990. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf. Acesso em: 25/09/2012. 3. Pedroso RT, Vieira MEM. Humanização das práticas de saúde: transversalizar em defesa da vida. Interface (Botucatu). São Paulo: 2009. [serial on the Internet] Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141432832009000500020&lang=pt . Acesso em: 10/08/2012. 4. Benevides R, Passos E. Humanização na saúde: um novo modismo? Interface (Botucatu). 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Como Elaborar um Projeto de Pesquisa. São Paulo: Atlas; 1994. 107p. 10. Azevedo DM, Holanda CSM, Costa RKS. A importância do grupo de pesquisa na formação em enfermagem: uma experiência na graduação. Saúde & Transf. Soc., (Florianópolis) 2013; (4)01: 01-02 11. Coimbra C, Nascimento ML. Análise de implicações: desafiando nossas práticas de saber/poder. In: Produção de subjetividade e direitos humanos. Editora Fiocruz. In Press 2008. 12. Menezes, E. T., Santos, T. H. "Transversalidade" (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002. Disponível em http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=70. Acesso em: 27/02/2014. 16 ANEXO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP/ HOSPITAL SÃO PAULO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP/ HOSPITAL SÃO PAULO PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: A TRANSVERSALIZAÇÃO NA GESTÃO DOS EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS DE SAÚDE Pesquisador: Luana Paula Santos de Lima Espíndola Área Temática: Versão: 1 CAAE: 23702214.0.0000.5505 17 Instituição Proponente: Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP/EPM Patrocinador Principal: Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer: 569.890 Data da Relatoria: 26/03/2014 Apresentação do Projeto: Neste trabalho iremos nos atentar para o princípio da transversalidade. ¿A transversalidade é uma dimensão que pretende superar os dois impasses, o de uma pura verticalidade e o de uma simples horizontalidade; ela tende a se realizar quando uma comunicação máxima se efetua entre os diferentes níveis e, sobretudo, nos diferentes sentidos¿. (Guattari, 1977) A transversalidade visa ampliar a comunicação intra e intergrupos, transformando os modos de relação e de comunicação entre os sujeitos. (Brasil, 2010) 18 O princípio da transversalidade prevê que a atenção e a gestão devem andar juntas sendo diferente dos modelos verticais, burocratizados e hierárquicos presente em muitos serviços, sempre em busca do fortalecimento de redes, melhorando assim os modos de cuidar e gerir os serviços. (Brasil, 2010) Leite e Arcanjo ([s.d.]) afirmam que o HumanizaSUS quer propor e quer apostar que o conceito de homem ideal se distancie, e que busquemos aprender pelos conceitos de experiência, ou seja, essa humanização vai acontecer no concreto das vivências diárias dos serviços de saúde, nas propostas diárias dos humanocolaboradores que não são aquele homem perfeitos e idealizados. A PNH sob essa perspectiva aproxima as iniciativas já existentes, a fim as englobar e vigorar, Endereço: Rua Botucatu, 572 1º Andar Conj. 14 Bairro: VILA CLEMENTINO CEP: 04.023-061 UF: SP Município: SAO PAULO Telefone: (11)5539-7162 Fax: (11)5571-1062 E-mail: [email protected] Página 01 de 03 19 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP/ HOSPITAL SÃO PAULO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP/ HOSPITAL SÃO PAULO Continuação do Parecer: 569.890 tendo como base as experiências do SUS, aumentando as conversas sobre s conceitos da humanização e a não separação entre a atenção e a gestão. É neste contexto que a discussão sobre transversalidade ganha destaque, sendo mais um subsidio para orientação dos modos de gerir. Objetivo da Pesquisa: Verificar o conceito de transversalidade e sua aplicação na gestão dos equipamentos de saúde. Avaliação dos Riscos e Benefícios: NÃO SE APLICA 20 Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Projeto de pesquisa apresentado para conclusão do curso de Pós-graduação em Gestão em Saúde da Universidade Federal de São Paulo. Orientador: Profa. Dra. Chennyfer Paes da Rosa Metodologia O presente estudo se caracterizará como uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa e descritiva. (GIL, 1994) Para seu desenvolvimento, será realizado um levantamento bibliográfico na biblioteca virtual da saúde por meio das palavras chave transversalidade e transversalização e que façam referência aos serviços de saúde. Serão incluídas na pesquisa todas as publicações desta temática, e após a identificação das obras, será feita a leitura dos resumos, e selecionadas aquelas que fazem referência ao objeto da pesquisa. Em seguida as publicações serão lidas na integra e identificado o conceito de transversalidade, serão caracterizados conforme o ano de publicação, base de dados, titulação/profissão dos autores e o conceito de transversalidade. 21 A análise será realizada considerando o referencial teórico de transversalidade da Política Nacional de Humanização. Endereço: Rua Botucatu, 572 1º Andar Conj. 14 Bairro: VILA CLEMENTINO CEP: 04.023-061 UF: SP Município: SAO PAULO Telefone: (11)5539-7162 Fax: (11)5571-1062 E-mail: [email protected] Página 02 de 03 22 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP/ HOSPITAL SÃO PAULO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP/ HOSPITAL SÃO PAULO Continuação do Parecer: 569.890 Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Documentos obrigatórios apresentados (FOLHA DE ROSTO E PROJETO DE PESQUISA) Recomendações: NADA CONSTA Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: SEM INADEQUAÇÕES (PESQUISA BIBLIOGRÁFICA) Situação do Parecer: Aprovado 23 Necessita Apreciação da CONEP: Não Considerações Finais a critério do CEP: O CEP informa que a partir desta data de aprovação, é necessário o envio de relatórios parciais (anualmente), e o relatório final, quando do término do estudo. SAO PAULO, 26 de Março de 2014 Assinador por: José Osmar Medina Pestana (Coordenador) Endereço: Rua Botucatu, 572 1º Andar Conj. 14 Bairro: VILA CLEMENTINO CEP: 04.023-061 UF: SP Município: SAO PAULO Telefone: (11)5539-7162 Fax: (11)5571-1062 E-mail: [email protected] 24 Página 03 de 03