2 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros Neste cap¶³tulo reuniremos elementos b¶asicos da teoria dos n¶umeros, pr¶e-requisitos indispens¶aveis a um primeiro curso de estruturas alg¶ebricas. 2.1 O Princ¶³pio do Menor Inteiro Como primeiro resultado fundamental da aritm¶etica dos n¶ umeros inteiros, relembramos o Princ¶³pio do Menor Inteiro, teorema 1.2 do Cap¶³tulo 1. O Princ¶³pio do Menor Inteiro estabelece que Todo subconjunto n~ao vazio A do conjunto Z dos n¶umeros inteiros, limitado inferiormente, possui um primeiro elemento, menor que os demais elementos de A, a que chamaremos de m¶³nimo de A. Estabelece tamb¶em que Todo subconjunto B de Z, n~ao vazio, limitado superiormente, possui um u¶ltimo elemento, maior que os demais elementos de B, a que chamaremos de m¶aximo de B. 2.2 Valor Absoluto ou M¶ odulo Relembraremos tamb¶em o conceito de valor absoluto ou m¶odulo de um n¶umero inteiro, j¶a de¯nido na se»c~ao 1.2.3 Problemas Complementares, cap¶³tulo 1. De¯ni»c~ ao 2.1 Para cada inteiro x, de¯ne-se o inteiro valor absoluto de x ou m¶odulo de x, denotado por jxj, pela igualdade: ½ jxj = x; se x ¸ 0 ¡x; se x < 0 19 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 20 Deixaremos ao leitor, como exerc¶³cio, as provas das seguintes propriedades do valor absoluto: Proposi»c~ ao 2.1 Para cada x, e cada y, x e y inteiros, tem-se 1. jxj ¸ 0; e jxj = 0 , x = 0; 2. j¡xj = jxj; 3. jxyj = jxjjyj; 4. jx § yj · jxj + jyj; 5. jxj · y , ¡y · x · y 2.3 M¶ ultiplos e Divisores De¯ni»c~ ao 2.2 Dados dois inteiros a e b, dizemos que ² a divide b, ou que ² a ¶e divisor de b, ou que ² a ¶e fator de b, ou ainda que ² b ¶e m¶ultiplo de a, se existe um inteiro c, tal que b = a ¢ c. Observa»c~ ao 2.1 Se a e b s~ao inteiros, escrevemos ajb para denotar que a divide b. Se a n~ao divide b, denotaremos a 6 j b. Observa»c~ ao 2.2 Ao denotar que a divide b, n~ao escreva a=b e nem tampouco anb. Lembre-se que a=b denota a fra»c~ao de inteiros a sobre b no conjunto dos n¶umeros racionais. J¶a anb, com a e b inteiros, ¶e nota»c~ao que carece de signi¯cado. Exemplo 2.1 ² 2j(¡6), pois ¡6 = 2 ¢ (¡3) ² Para cada inteiro a, aja, 1ja e aj0, pois, respectivamente, a = a¢1 e 0 = a¢0 ² 0j0 (zero divide zero !), pois 0 = 0 ¢ c, para qualquer inteiro c ² 0ja , a = 0. De fato, 0ja , a = 0 ¢ c = 0, para algum inteiro c Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 21 Proposi»c~ ao 2.2 Para cada a, cada b, e cada c, todos inteiros, 1. aja 2. ajb e bja , a = §b 3. ajb e bjc ) ajc 4. ajb e ajc ) aj(mb § nc); 8m; n 2 Z 5. ajb e aj(b § c) ) ajc Demonstra»c~ao. Sejam a, b e c n¶umeros inteiros. Ent~ao 1. a = a ¢ 1 ) aja 2. ajb e bja ) b = ax e a = by; para certos inteiros x e y ) a = by = (ax)y = a(xy) Se a = 0, ent~ao b = ax = 0 ) a = b Se a 6 = 0, ent~ao a = a(xy) ) xy = 1 ) x = y = §1 Logo, a = by = b(§1) = §b. Reciprocamente, a = §b ) a = b(§1) e b = a(§1) ) ajb e bja 3. ajb e bjc ) existem x; y 2 Z; tais que b = ax e c = by ) c = by = (ax)y = a(xy) ) ajc 4. ajb e ajc ) existem inteiros x e y, tais que b = ax e c = ay. Logo, dados m; n 2 Z, mb + nc = m(ax) + n(ay) = a(mx + ny) ) aj(mb + nc) 5. ajb e aj(b § c) ) aj[b ¡ (b § c)] ) aj(§c) ) ajc 2.3.1 Problemas Complementares .. 1. ° ^ Liste todos os divisores positivos de (a) 20 (b) 63 (c) ¡101 .. 2. ° = q. ^ Sejam m, n, p e q inteiros positivos, com p e q primos e p 6 (a) Quantos e quais s~ao os divisores positivos de pn ? Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 22 (b) Quantos e quais s~ao os divisores positivos de pn qm ? (c) Como podemos determinar o n¶ umero de divisores positivos de um inteiro dado? Como podemos list¶a-los (metodicamente)? Exempli¯que tomando o inteiro 2 200. . . Mostre que para cada n 2 N, 7j(32n+1 + 2n+2 ). 3. ° 2.4 Algoritmo da Divis~ ao Euclidiana Primeiramente, relembraremos o teorema do algoritmo da divis~ao para os n¶ umeros naturais (teorema 1.5, p¶agina 12): Teorema do Algoritmo da Divis~ ao em N . Para cada inteiro n, e cada inteiro d 6 = 0, existem inteiros q; r 2 N satisfazendo n = d¢q+r e 0 ·r < d Al¶em disso, os inteiros q e r, nas condi»c~oes acima, s~ao u ¶nicos. A vers~ao mais u ¶til desse teorema, para os inteiros, tem a seguinte forma: Teorema 2.1 (Algoritmo da Divis~ ao em Z) Para cada inteiro n, e cada inteiro d, com d 6 = 0, existem inteiros q (quociente) e r (resto) satisfazendo: n = dq + r e 0 · r < jdj Al¶em disso, os inteiros q e r, nas condi»c~oes acima, s~ao u¶nicos. 2.4.1 Exemplos ilustrando o teorema 2.1 Antes de procedermos µa prova do teorema do algoritmo da divis~ao em Z, ilustraremos seu enunciado com exemplos simples. Entendemos que isto se faz necess¶ario pois o conceito de resto que este teorema de¯ne ¶e ligeiramente diferente daquele ao qual estamos acostumados. Na divis~ao euclidiana de 23 por 10, temos o \diagrama da chave" 23 resto ¡! 3 10 2 á quociente Na divis~ao de ¡23 por 10 ser¶³amos tentados a fazer ¡23 10 ¡3 ¡2 ¶ claro que ¡23 = 10 ¢ (¡2) + (¡3), mas se quisermos o resto r nas E condi»c~oes do teorema 2.1 (r n~ao negativo e menor que o valor absoluto do divisor), 23 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros o quociente e o resto no diagrama acima s~ao inadequados. O diagrama correto seria ¡23 10 7 ¡3 pois ¡23 = 10 ¢ (¡3) + 7 e 0 · 7 < j10j. Variando os sinais do dividendo e do divisor, temos os seguintes exemplos: 23 10 3 2 ¡23 10 7 ¡3 23 ¡10 3 ¡2 ¡23 ¡10 7 3 ¡24 4 0 ¡6 24 ¡4 0 ¡6 ¡24 ¡4 0 6 Outros exemplos: 24 4 0 6 23 2 1 11 ¡23 1 2 ¡12 23 1 ¡2 ¡11 ¡23 ¡2 1 ¡12 Os exemplos acima nos sugerem as adapta»co~es que devem ser feitas para estabelecermos o algoritmo da divis~ao em Z a partir do algoritmo da divis~ao em N. Demonstra»c~ao. do teorema 2.1. I. Exist^encia de q e r. (1o caso: n ¸ 0). Como jdj > 0, pelo algoritmo da divis~ao em N, existem n¶umeros naturais q e r satisfazendo n = jdj ¢ q + r; 0 · r < jdj Teremos ent~ao n = dq 0 + r, com 0 · r < jdj, sendo q 0 = §q conforme tenhamos, respectivamente, d > 0 ou d < 0. (2o caso: n < 0). Como jnj > 0, pelo algoritmo da divis~ao em N, existem q; r 2 N satisfazendo jnj = jdjq + r e 0 · r < jdj Ent~ao temos ¡n = jdjq + r; n = ¡jdjq ¡ r: Se r = 0, teremos n = ¡jdjq = d(¨q), conforme tenhamos, respectivamente, d > 0 ou d < 0, logo n = d(§q) + 0. Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 24 Se r 6 = 0, teremos n = = = = ¡jdjq ¡ r ¡jdjq ¡ jdj + jdj ¡ r jdj(¡q ¡ 1) + (jdj ¡ r) dq 0 + r0 ; sendo q 0 = ¨(q + 1) (conforme se tenha, respectivamente, d > 0 ou d < 0) e r0 = jdj ¡ r. Note que 0 < r < jdj ) ¡jdj < ¡r < 0 ) ¡jdj + jdj < ¡r + jdj < jdj ) 0 < r0 < jdj II. Unicidade de q e r. Sejam n e d dois inteiros, com d 6 = 0, e suponhamos que existam inteiros q1 ; q2 ; r1 e r2 satisfazendo n = dq1 + r1 = dq2 + r2 ; com 0 · r1 ; r2 < jdj Ent~ao d(q1 ¡ q2 ) = r2 ¡ r1 ) jdj ¢ jq1 ¡ q2 j = jr2 ¡ r1 j Sendo 0 · r1 ; r2 < jdj, temos ent~ao jr2 ¡ r1 j < jdj (prove isto, como exerc¶³cio). Da¶³, jdj ¢ jq1 ¡ q2 j = jr2 ¡ r1 j < jdj ) jq1 ¡ q2 j < 1 ) q1 ¡ q2 = 0 ) q1 = q2 e ent~ao tamb¶em r1 = r2 . 2.4.2 Problemas Complementares .. 1. ° ^ Para cada par de inteiros n, d, encontre o quociente e o resto da divis~ao Euclidiana de n por d (lembre-se de que 0 · r < jdj). (a) n = 19, d = 5 (b) n = 5, d = 19 (c) n = ¡19, d = 5 (d) n = 19, d = ¡5 (e) n = ¡19, d = ¡5 (f) n = ¡13, d = ¡20 (g) n = 30, d = 3 (h) n = 0, d = ¡1000 .. 2. ° ^ Agora, utilizando uma calculadora, obtenha quociente e resto na divis~ao de (a) 26 482 627 por 23 837 (b) ¡728 439 por 3 373 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 2.5 25 M¶ aximo Divisor Comum Se x e a s~ao inteiros, com a 6 = 0, e xja ent~ao jxj · jaj. De fato, como a = xc para algum inteiro c e c 6 = 0 (pois a 6 = 0), temos jcj ¸ 1, e logo jxj = jxj ¢ 1 · jxjjcj = jxcj = jaj ) jxj · jaj Assim sendo, se a 6 = 0, o conjunto D(a) dos inteiros divisores de a ¶e limitado superiormente por jaj (note por¶em que se a = 0, ent~ao D(a) = D(0) = Z, pois cada inteiro ¶e divisor de zero). Agora, dados dois inteiros a e b, com a 6 = 0 ou b 6 = 0, existe pelo menos um divisor comum de a e b, a saber, 1, j¶a que 1ja e 1jb. Al¶em disso, se x 2 Z ¶e um divisor comum de ambos a e b ent~ao, pela observa»c~ao acima, jxj · jaj (se a 6 = 0) ou jxj · jbj (se b 6 = 0). Assim sendo, o conjunto dos divisores comuns de a e b ¶e limitado superiormente (pelo maior dos inteiros jaj e jbj), e portanto possui um m¶aximo d, sendo d ¸ 1, j¶a que 1ja e 1jb. A este inteiro d chamamos m¶aximo divisor comum de a e b. De¯ni»c~ ao 2.3 Dados dois inteiros a e b, chama-se m¶aximo divisor comum de a e b ao inteiro d satisfazendo: 1. d = 0, se a = b = 0 2. Se a 6 = 0 ou b 6 = 0, d ¶e caracterizado pelas seguintes duas propriedades: (i) dja e djb (ii) 8x 2 Z, xja e xjb ) x · d Observa»c~ ao 2.3 Se d ¶e o m¶aximo divisor comum de a e b, denotamos d = mdc (a; b) De acordo com a nota»c~ao estabelecida acima, simbolicamente temos: 1. mdc (0; 0) = 0 2. Se a 6 = 0 ou b 6 = 0, ent~ao mdc (a; b) = maxfx 2 Z j xja e xjbg Proposi»c~ ao 2.3 8a; b 2 Z 1. mdc (a; 0) = jaj 2. mdc (a; b) = mdc (jaj; jbj) 3. mdc (a; b) = mdc (b; a) Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 26 Demonstra»c~ao. A prova dos itens 2 e 3 ¶e imediata, j¶a que 8x 2 Z, xja e xjb , xjb e xja , xjjaj e xjjbj Prova do item 1: Se a = 0, mdc (a; 0) = mdc (0; 0) = 0 = jaj. Se a 6 = 0, seja d = jaj. Como a = §d = d(§1), temos que dja. Tamb¶em dj0. Agora, para cada x 2 Z, xja e xj0 ) xja ) x · jaj ) x · d. Logo, pela de¯ni»c~ao de mdc, jaj = d = mdc (a; 0). O seguinte teorema, provavelmente o primeiro teorema n~ao trivial de nossa introdu»c~ao µa aritm¶etica dos inteiros, e bastante n~ao intuitivo, nos d¶a uma segunda caracteriza»c~ao do m¶aximo divisor comum e ser¶a fundamental para estabelecermos uma terceira (e mais utililizada) caracteriza»c~ao do m¶aximo divisor comum. Teorema 2.2 Se a; b 2 Z, e a 6 = 0 ou b 6 = 0, ent~ao o m¶aximo divisor comum de a e b ¶e a menor das combina»c~oes lineares positivas ma + nb, com m e n inteiros. Em outras palavras, se a 6 = 0 ou b 6 = 0, ent~ao mdc (a; b) = minfx 2 Z j x > 0 e x = ma + nb; com m; n 2 Zg Demonstra»c~ao. Seja L = fx 2 Z j x > 0 e x = ma + nb; com m; n 2 Zg L6 = ¿, pois, sendo a 6 = 0 ou b 6 = 0, o inteiro jaj + jbj ¶e elemento de L, pois jaj + jbj > 0 e jaj + jbj = (§a) + (§b) = ma + nb, sendo m = §1 e n = §1. Al¶em disso, L ¶e um subconjunto de Z limitado inferiormente por 0. Pelo Princ¶³pio do Menor Inteiro, teorema 1.2 do cap¶³tulo 1, existe um inteiro d, tal que d = min L, isto ¶e, d 2 L e d · x; 8x 2 L. Veremos agora que dja e djb: Sendo d > 0, pelo algoritmo da divis~ao em Z, teorema 2.1, existem inteiros q; r tais que a = dq + r e 0 · r < d(= jdj) Como d 2 L, d pode ser escrito na forma d = m0 a + n0 b; para certos m0 ; n0 2 Z: Ent~ao teremos r = = = = Finalmente observamos: a ¡ dq a ¡ (m0 a + n0 b)q (1 ¡ m0 q)a + (¡n0 q)b m0 a + n0 b 27 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros (1) r = m0 a + n0 b, com m0 ; n0 2 Z (2) r = 0 ou 0 < r < d (3) d = m0 a + n0 b ¶e a menor combina»c~ao linear positiva da forma ma + nb, com m e n inteiros. Por (1), (2) e (3), temos r = 0 (Caso n~ao tenha entendido, leia novamente as condi»c~oes (1), (2) e (3) e repense sobre como elas podem ocorrer simultaneamente). Como r = 0, temos ent~ao a = dq e assim dja. Analogamente, podemos provar que djb (Complete os detalhes desta parte, como exerc¶³cio). Portanto dja e djb (2.1) Seja agora x um inteiro tal que xja e xjb. Pela proposi»c~ao 2.2, item 4, xj(m0 a + n0 b) ) xjd ) x · jdj = d. Assim estabelecemos tamb¶em que 8x 2 Z; xja e xjb ) x · d (2.2) Pelas propriedades (2.1) e (2.2) acima, como a 6 = 0 ou b 6 = 0, temos que d = mdc (a; b), isto ¶e, min L = mdc (a; b). Corol¶ ario 2.1 Se a e b s~ao inteiros e d = mdc (a; b), ent~ao existem inteiros r e s tais que d = ra + sb. Corol¶ ario 2.2 Sejam a; b 2 Z e d = mdc (a; b). Sejam A = fx 2 Z j x = ma + nb; com m; n 2 Zg e M = fy 2 Z j y = ¸d; com ¸ 2 Zg: Ent~ao A = M , isto ¶e, as combina»c~oes lineares ma + nb, com m e n inteiros, s~ao, na verdade, os inteiros m¶ultiplos de d. Demonstra»c~ao. Se a = b = 0, temos d = 0 e A = M = f0g. Suponhamos ent~ao a6 = 0 ou b 6 = 0. Para provar que A = M , provaremos que A ½ M e M ½ A. (i) A ½ M : Seja x um elemento de A. x 2 A ) x = ma + nb para certos inteiros m e n. Sendo d = mdc (a; b), temos que dja e djb ) dj(ma+nb) ) djx ) x = ¸d, para algum inteiro ¸ ) x 2 M . (ii) M ½ A: Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 28 Seja y um elemento de M . y 2 M ) y = ¸d, para algum inteiro ¸. Pelo teorema 2.2, d = ra + sb, para certos inteiros r; s. Logo, y = ¸d = ¸(ra + sb) = (¸r)a + (¸s)b ) y 2 A. Por (i) e (ii), temos A = M . Corol¶ ario 2.3 (Caracteriza»c~ ao habitual do mdc) Sendo a e b dois inteiros dados, temos: 8 < (1) d ¸ 0 d = mdc (a; b) , (2) dja e djb : (3) 8x 2 Z; xja e xjb ) xjd Demonstra»c~ao. ()) Note que (1) e (2) j¶a s~ao propriedades estabelecidas do mdc. Assim s¶o nos resta demonstrar que d = mdc (a; b) satisfaz µa condi»c~ao (3). Pelo primeiro corol¶ario do teorema 2.2, d = ra + sb para certos inteiros r e s. Logo, para cada x 2 Z, se xja e xjb ent~ao xj(ra + sb), logo xjd. (() Sejam a = b = 0 e suponhamos que d 2 Z satisfaz as condi»c~oes (1), (2) e (3). Por (3), cada inteiro x que divide a e b deve tamb¶em dividir d. Agora, x = 0 divide a e b, logo divide d. Mas 0jd , d = 0. Logo, pela de¯ni»c~ao 2.3, d = mdc (a; b). Suponhamos agora a 6 = 0 ou b 6 = 0. Por (2), d 6 = 0 e ent~ao, por (1) e (2), d > 0. Agora temos: se x 2 Z ¶e tal que xja e xjb. Pela condi»c~ao (3), temos ent~ao que xjd, logo x · jdj = d. Assim temos: dja e djb e 8x 2 Z; xja e xjb ) x · d. Portanto, conforme a de¯ni»c~ao 2.3, d = mdc (a; b). 2.5.1 Problemas Complementares .. 1. ° ^ Mostre que se a e b s~ao inteiros tais que ma + nb = ¡26 para certos inteiros m e n ent~ao mdc (a; b) 2 f1; 2; 13; 26g. .. 2. ° u^encia in¯nita de in^ Descreva, enumerando-os na forma de uma seqÄ teiros, os elementos do conjunto Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 29 (a) A = f12m + 18n j m; n 2 Zg (b) B = f24m + 18n + 30p j m; n; p 2 Zg . . Mostre que existem in¯nitos pares de inteiros (r; s) satisfazendo 3. ° r ¢ 2 + s ¢ 3 = mdc (2; 3) = 1 [Sugest~ao: Mostre que a equa»c~ao x¢2+y¢3= 0 (2.3) tem um n¶ umero in¯nito de solu»co~es. Mostre que a equa»c~ao r¢2+s¢3=1 (2.4) tem ao menos uma solu»c~ao. Mostre ent~ao que as solu»c~oes da equa»c~ao 2.4 s~ao da forma (x + r0 ; y + s0 ), onde (x; y) ¶e solu»c~ao da equa»c~ao 2.3 e (r0 ; s0 ) ¶e uma solu»c~ao particular da equa»c~ao da equa»c~ao 2.4]. . . Mostre que se m e n s~ao inteiros primos entre si, ent~ao existem inteiros 4. ° x e y tais que 1 x y = + mn m n .. ° _ A partir deste fato, justi¯que o seguinte argumento: Sendo m e n inteiros positivos primos entre si, se uma circunfer^encia pode ser dividida, com o uso de r¶egua e compasso, em m arcos congruentes, e tamb¶em em n arcos congruentes, ent~ao ela tamb¶em pode ser dividida, com r¶egua e compasso, em mn arcos congruentes. .. 5. ° _ Mostre que se a, b e c s~ao inteiros, ent~ao mdc (ac; bc) = jcj ¢ mdc (a; b) [Sugest~ao: Chame d = mdc (a; b). Lembre-se que existem inteiros r e s tais que d = ra + sb. Ent~ao cd = r(ac) + s(bc). Da¶³, se xjac e xjbc (x 2 Z), tem-se ent~ao que xjcd. O resto ¶e por sua conta]. 2.5.2 O algoritmo Euclidiano para o c¶ alculo do mdc Estabeleceremos aqui um algoritmo para o c¶alculo de mdc (a; b), no caso em que a e b s~ao inteiros ambos n~ao nulos, realizado atrav¶es de uma seqÄu^encia ¯nita de divis~oes Euclidianas. Antes de enunci¶a-lo ilustr¶a-lo-emos atrav¶es de um exemplo. Considere o problema de calcular mdc (91; 35). Come»camos fazendo 91 21 35 2 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 30 Consideramos ent~ao o divisor 35 e o resto 21 dessa primeira divis~ao e efetuamos a divis~ao Euclidiana de 35 por 21. 35 21 14 1 Agora repetimos o processo iniciado acima, isto ¶e, tomamos, na pr¶oxima divis~ao, 21 como dividendo e 14 como divisor: 21 7 14 1 Finalmente, chegamos µa divis~ao exata 14 7 0 2 Tendo chegado a um resto igual a zero, o algoritmo termina. O u¶ltimo resto n~ao nulo, das divis~oes sucessivas realizadas, ¶e o mdc procurado, ou seja, mdc (91; 35) = 7. Lema 2.1 Sejam a e b dois inteiros, com b 6 = 0, e seja r o resto da divis~ao Euclidiana de a por b. Ent~ao mdc (a; b) = mdc (b; r). Demonstra»c~ao. Para demonstrar o resultado enunciado no lema, ¶e su¯ciente provar que todo divisor de a e b ¶e tamb¶em divisor de b e r, e reciprocamente. Assim sendo, o maior divisor de a e b coincidir¶a com o maior divisor de b e r. Note que esse \maior divisor" existe, j¶a que b 6 = 0. Temos, por hip¶otese, a = bq + r, logo r = a ¡ bq. Seja x um inteiro divisor de a e b. Ent~ao xja e xjb ) xj(a ¡ qb) ) xjr. Logo, xjb e xjr. Agora, seja x um inteiro divisor de b e r. Ent~ao xjb e xjr ) xj(qb+r) ) xja. Logo, xjb e xja. Lema 2.2 Sejam a e b inteiros ambos positivos com a ¸ b e de¯namos uma seqÄu^encia de inteiros n~ao negativos da seguinte forma: ² r1 = a; ² r2 = b; ² Para cada¶³ndice k, com k ¸ 2, se rk 6 = 0, rk+1 ¶e o resto da divis~ao Euclidiana de rk¡1 por rk : rk¡1 rk+1 rk ¤ 31 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros e se rk = 0, a seqÄu^encia termina em rk . Ent~ao a seqÄu^encia r1 ; r2 ; : : : ¶e ¯nita e termina num zero, ou seja, existe um indice n tal que r1 ¸ r2 > : : : > rn > 0 e rn+1 = 0. Demonstra»c~ao. Por hip¶otese, r1 ¸ r2 e, pela de¯ni»c~ao de rk+1 , para k ¸ 2 temos rk+1 < rk . Considere o conjunto de n¶ umeros naturais S = fr1 ; r2 ; : : :g. Como S ½ N eS6 = ¿, pelo princ¶³pio da boa ordem, S possui um m¶³nimo, o qual denotaremos por rn+1 . Pelo que foi observado acima, teremos rn+1 < rn < : : : < r2 · r1 . A¯rmamos que rn+1 = 0. Para justi¯car isto, basta observar que se rn+1 6 = 0 ent~ao podemos de¯nir rn+2 2 S como sendo o resto da divis~ao de rn por rn+1 . Teremos ent~ao 0 · rn+2 < rn+1 , contrariando o fato de rn+1 ser m¶³nimo de S. Teorema 2.3 (Algoritmo Euclidiano para o c¶ alculo do mdc) Sejam a e b u^encia de¯nida inteiros ambos positivos com a ¸ b e seja r1 ; r2 ; : : : ; rn ; rn+1 a seqÄ pelo lema 2.2, sendo r1 ¸ r2 > : : : > rn > rn+1 = 0. Ent~ao rn = mdc (a; b). Demonstra»c~ao. Para cada k ¸ 3, rk ¶e o resto da divis~ao de rk¡2 por rk¡1 . Pelo lema 2.1, mdc (rk ; rk¡1 ) = mdc (rk¡1 ; rk¡2 ) Logo rn = = = = = = = 2.5.3 mdc (0; rn ) mdc (rn+1 ; rn ) (pois rn+1 = 0) mdc (rn ; rn¡1 ) (pelo lema 1) ::: mdc (r3 ; r2 ) mdc (r2 ; r1 ) mdc (a; b) Escrevendo mdc (a; b) = ra + sb, com r e s inteiros, atrav¶ es do algoritmo Euclidiano. Um exemplo. No exemplo mostrado acima, mdc (91; 35) = 7 foi obtido mediante quatro divis~oes sucessivas: 91 35 21 2 35 21 14 1 21 7 14 1 14 7 0 2 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 32 As tr^es primeiras divis~oes estabelecem 91 = 35 ¢ 2 + 21 35 = 21 + 14 21 = 14 ¢ 1 + 7 E ent~ao, isolando os restos, temos 21 = 91 ¡ 35 ¢ 2 14 = 35 ¡ 21 ¢ 1 7 = 21 ¡ 14 ¢ 1, de onde ent~ao obtemos, passo a passo, cada um dos tr^es restos como combina»c~ao linear de 91 e 35: 21 = 91 ¡ 35 ¢ 2, conforme j¶a estabelecido. 14 = 35 ¡ 21 ¢ 1 = 35 ¡ (91 ¡ 35 ¢ 2) = (¡1) ¢ 91 + 3 ¢ 35 e ¯nalmente 7 = 21 ¡ 14 ¢ 1 = (91 ¡ 35 ¢ 2) ¡ [(¡1) ¢ 91 + 3 ¢ 35] ¢ 1 = 2 ¢ 91 + (¡5) ¢ 35 ou seja, 7 = 2 ¢ 91 + (¡5) ¢ 35 obtendo-se assim 7 = mdc (91; 35) como combina»c~ao linear r ¢ 91 + s ¢ 35, com r e s inteiros. 2.5.4 Problemas Complementares . . Em cada caso, calcule mdc (a; b) pelo algoritmo Euclidiano (divis~oes 1. ° sucessivas) e use as divis~oes sucessivas efetuadas para escrever mdc (a; b) na forma ra + sb, com r e s inteiros. (a) a = 11, b = 15 (b) a = 180, b = 252 (c) a = 868, b = 378 (c) a = ¡21, b = 35 (d) a = ¡4148, b = 7864 (e) a = ¡60, b = ¡51 2.6 O Teorema Fundamental da Aritm¶ etica De¯ni»c~ ao 2.4 Dados a e b inteiros, dizemos que a e b s~ao relativamente primos ou primos entre si se mdc (a; b) = 1, ou seja, se a e b n~ao tem fatores positivos comuns al¶em da unidade. Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 33 Proposi»c~ ao 2.4 Dados dois inteiros a e b, a e b s~ao primos entre si se e somente se existem inteiros r e s satisfazendo ra + sb = 1. Demonstra»c~ao. A prova ¶e uma aplica»c~ao imediata do teorema 2.2. Vale uma igualdade ra + sb = 1, com r e s inteiros, se e somente se a 6 = 0 ou b 6 = 0 e, al¶em disso, 1 ¶e a menor combina»c~ao linear positiva de a e b, com coe¯cientes inteiros, ou seja, se e somente se mdc (a; b) = 1. Proposi»c~ ao 2.5 Dados inteiros a, b e c, se a e b s~ao primos entre si e ajbc ent~ao ajc. Demonstra»c~ao. Como a e b s~ao primos entre si, pela proposi»c~ao 2.4 acima, ra + sb = 1 para certos inteiros r e s. Logo, rac + sbc = c. Assim, aj(rac) e aj(sbc) (pois ajbc). Logo aj(rac + sbc), e portanto ajc. Proposi»c~ ao 2.6 Dados inteiros a, b e c, com a e b primos entre si, se ajc e bjc ent~ao abjc. Demonstra»c~ao. Por hip¶otese, ajc e bjc. Isto quer dizer que para certos inteiros x e y, temos c = ax e c = by Como a e b s~ao primos entre si, pelo teorema 2.2, existem inteiros r e s tais que ra + sb = 1. Da¶³, rac + sbc = c. Logo, ra(by) + sb(ax) = c ) ab(ry + sx) = c ) abjc De¯ni»c~ ao 2.5 Dizemos que um inteiro p ¶e primo se p 6 = 0, p 6 = §1 e os ¶unicos inteiros divisores de p s~ao 1, p, ¡1 e ¡p. Proposi»c~ ao 2.7 Sendo a e p inteiros, se p ¶e primo e p n~ao divide a ent~ao a e p s~ao relativamente primos. Demonstra»c~ao. Sejam a e p tal como no enunciado da proposi»c~ao e seja d = mdc (a; p). Ent~ao d > 0, dja e djp. Como p ¶e primo, temos que d = 1 ou d = p. Mas p6 j a e dja, logo d = 1 e assim a e b s~ao primos entre si. Teorema 2.4 Sejam a, b e p inteiros, com p primo. Se pjab ent~ao pja ou pjb (podendo ser fator de ambos, a e b). Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 34 Demonstra»c~ao. Temos que pja ou p 6 j a. Se p 6 j a, ent~ao, pela proposi»c~ao anterior, p e a s~ao relativamente primos. Como pjab, pela proposi»c~ao 2.5, temos que pjb. Corol¶ ario 2.4 Sejam p; a1 ; : : : ; an n¶umeros inteiros com n ¸ 2 e p primo. Se pj(a1 a2 : : : an ) ent~ao pjai para algum ¶³ndice i, i 2 f1; 2; : : : ; ng. Prova por indu»c~ao sobre n. Para n = 2, o corol¶ario ¶e verdadeiro pela proposi»c~ao 2.4. Seja k um inteiro com k ¸ 2 e suponhamos que a a¯rma»c~ao do corol¶ario seja verdadeira para n = k, isto ¶e, suponhamos que se p ¶e primo e p divide um produto de k n¶umeros inteiros ent~ao p divide ao menos um dos fatores. Consideremos ent~ao um produto de k + 1 inteiros a1 a2 : : : ak ak+1 e suponhamos que pja1 a2 : : : ak ak+1 . Ent~ao pj(a1 a2 ¢ ¢ ¢ ak )ak+1 . Pela proposi»c~ao 2.4, pj(a1 a2 ¢ ¢ ¢ ak ) ou pjak+1 . Logo, pjaj para algum j 2 f1; : : : ; kg (pela hip¶otese de indu»c~ao) ou pjak+1 , e assim a propriedade enunciada tamb¶em se aplica ao produto de k + 1 inteiros. Pelo primeiro principio de indu»c~ao ¯nita, o corol¶ario est¶a demonstrado. Teorema 2.5 (Teorema Fundamental da Aritm¶ etica) Para cada inteiro m, com m ¸ 2, existe um conjunto de inteiros positivos e primos p1 ; : : : ; pn , com n ¸ 1 e p1 · : : : · pn , tal que m = p1 ¢ ¢ ¢ ¢ ¢ pn . Al¶em disso, os fatores primos p1 ; : : : ; pn , satisfazendo as condi»c~oes acima, s~ao u¶nicos, isto ¶e, se q1 ; : : : ; qs s~ao tamb¶em primos positivos com q1 · : : : · qs e m = q1 ¢ ¢ ¢ ¢ ¢ qs , ent~ao n = s e, al¶em disso, p1 = q1 ; : : : ; pn = qn . Demonstra»c~ao. Exist^encia da decomposi»c~ao de m em fatores primos. Provaremos, por indu»c~ao sobre m (pelo segundo princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita), a exist^encia da decomposi»c~ao de m em seus fatores primos. Se m = 2, ent~ao m ¶e primo (prove). Temos ent~ao m = p1 , com p1 primo positivo. Seja k ¸ 2 e suponhamos que se m ¶e um inteiro, com 2 · m · k, ent~ao m ¶e primo ou se decomp~oe como produto de fatores primos. Trataremos de provar que ent~ao k + 1 tamb¶em ¶e primo ou se escreve como produto de fatores primos. Se k + 1 ¶e primo, ent~ao nada mais temos a provar. Se k + 1 n~ao ¶e primo (isto ¶e, se k + 1 ¶e composto), ent~ao existem inteiros positivos a e b, com 1 < a < k + 1 e 1 < b < k + 1, tais que k + 1 se fatora na forma k + 1 = a ¢ b. Agora, como 1 < a · k e 1 < b · k, pela hip¶otese de indu»c~ao, cada um dos inteiros a e b se decomp~oe como produto de fatores primos positivos. Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 35 Logo, como k + 1 = ab, k + 1 se decomp~oe como um produto de fatores primos. Assim sendo, cada inteiro m ¸ 2 ¶e primo ou se escreve como um produto de primos. Arranjando-se convenientemente a ordem dos fatores, teremos m = p1 ¢ ¢ ¢ pn ; com p1 ; : : : ; pn primos positivos e p1 · : : : · pn Unicidade da decomposi»c~ao de m em fatores primos. Para a prova da unicidade dos fatores primos de m, utilizaremos novamente o segundo princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita. Se m = 2, obviamente n~ao ser¶a poss¶³vel termos m = q1 ¢ ¢ ¢ qs , com q1 ; : : : ; qs primos positivos e s ¸ 2, j¶a que 2 ¶e primo. S¶o nos resta a possibilidade s = 1, tendo ent~ao 2 = q1 . Assim, s¶o h¶a uma maneira de escrever 2 como \produto" de fatores primos positivos. Seja k ¸ 2 e suponhamos que para cada inteiro m, com 2 · m · k, s¶o h¶a uma fatora»c~ao poss¶³vel de m como produto de primos positivos, se considerados ordenadamente, como no enunciado do teorema. Mostraremos que o mesmo se d¶a com rela»c~ao ao inteiro k + 1. Suponhamos que k + 1 = p1 ¢ ¢ ¢ pn = q1 ¢ ¢ ¢ qs , com n; s ¸ 1, p1 · : : : · pn e q1 · : : : · qs . Se n = 1, ent~ao k + 1 = p1 ¶e primo e, neste caso tamb¶em teremos s = 1, j¶a que um primo n~ao pode ser um produto de dois ou mais primos. Ent~ao n = s = 1 e k + 1 = p1 = q1 . Se, por outro lado, s = 1, ent~ao, analogamente, teremos n = 1 e k + 1 = p1 = q1 . Suponhamos ent~ao n ¸ 2 e s ¸ 2. Como p1 ¢ ¢ ¢ pn¡1 pn = q1 ¢ ¢ ¢ qs¡1 qs , temos que pn j(q1 ¢ ¢ ¢ qs ) e qs j(p1 ¢ ¢ ¢ pn ). Pelo corol¶ario 2.4, temos que pn jqi e qs jpj para certos ¶³ndices i; j, com 1 · i · s e 1 · j · n. Logo, pn · qi · qs · pj · pn , o que ent~ao acarreta pn = qs . Logo, p1 ¢ ¢ ¢ pn¡1 pn = q1 ¢ ¢ ¢ qs¡1 qs e pn = qs , e ent~ao p1 ¢ ¢ ¢ pn¡1 = q1 ¢ ¢ ¢ qs¡1 Agora, 2 · p1 ¢ ¢ ¢ pn¡1 = q1 ¢ ¢ ¢ qs¡1 < k + 1, ou seja, 2 · p1 ¢ ¢ ¢ pn¡1 = q1 ¢ ¢ ¢ qs¡1 · k. Aplicando a hip¶otese de indu»c~ao, temos ent~ao que n ¡ 1 = s ¡ 1 e, al¶em disso, p1 = q1 , : : :, pn¡1 = qn¡1 . Logo, n = s e p1 = q1 ; : : : ; pn¡1 = qn¡1 ; pn = qn . Assim sendo, a unicidade dos fatores primos de m ¶e v¶alida para cada m ¸ 2. Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 36 Corol¶ ario 2.5 Para cada inteiro m, com m ¸ 2, existem primos positivos p1 , : : :, ps , com s ¸ 1 e p1 < : : : < ps se s ¸ 2, e inteiros positivos ®1 ; : : : ; ®s tal que m = p1 ®1 ¢ ¢ ¢ ps ®s . Tal representa»c~ao de m ¶e u¶nica. Demonstra»c~ao. Pelo teorema fundamental da aritm¶etica, m ¶e um produto de fatores primos q1 ¢ ¢ ¢ qn , com q1 · : : : · qn (n ¸ 1). Agrupando-se os fatores primos repetidos na forma de pot^encias de primos, temos a representa»c~ao enunciada neste corol¶ario. Ademais, pelo teorema fundamental da aritm¶etica, tal representa»c~ao ¶e u¶nica. Corol¶ ario 2.6 Seja m um inteiro, m = p®1 1 ¢ ¢ ¢ p®nn , com n ¸ 1 e p1 ; : : : ; pn primos positivos com p1 < : : : < pn se n ¸ 2 e ®1 ; : : : ; ®n inteiros positivos. Sendo a um inteiro, temos que a divide m se e somente se a = p¯1 1 ¢ ¢ ¢ p¯nn , para certos inteiros n~ao negativos ¯1 ; : : : ; ¯n satisfazendo ¯1 · ®1 ; : : : ; ¯n · ®n . Demonstra»c~ao. Se ajm, ent~ao m = a ¢ c para um certo inteiro positivo c. Assim, os eventuais fatores primos de a (eventuais, pois podemos ter a = 1) s~ao fatores primos de m. Ou seja, o conjunto de fatores primos de a ¶e um subconjunto dos fatores primos de m. Assim sendo, a = p¯1 1 ¢ ¢ ¢ p¯nn para certos inteiros n~ao negativos ¯1 ; : : : ; ¯n (onde teremos ¯j = 0 se pj n~ao for fator de a). Claramente, para cada ¶³ndice j, teremos ¯j · ®j , pois como p®1 1 ¢ ¢ ¢ p®nn = p¯1 1 ¢ p¯nn ¢ c, se ®j < ¯j para algum ¶³ndice j, teremos uma contradi»c~ao ao teorema fundamental da aritm¶etica. Corol¶ ario 2.7 Sejam a e b dois inteiros positivos. Ent~ao existem primos positivos p1 ; : : : ; pn , com n ¸ 1 e p1 < : : : < pn se n ¸ 2, e inteiros n~ao negativos ®1 ; : : : ; ®n , ¯1 ; : : : ; ¯n , tais que a = p®1 1 ¢ ¢ ¢ p®nn e b = p¯1 1 ¢ p¯nn . E a partir destas representa»c~oes de a e b, teremos mdc (a; b) = p°11 ¢ ¢ ¢ p°nn onde, para cada ¶³ndice i, °i = minf®i ; ¯i g. 2.6.1 Problemas Complementares .. 1. ° umeros racionais) Usando o Teorema _ (Admita familiaridade com os n¶ Fundamental da Aritm¶etica, mostre que se p > 0 ¶e primo ent~ao p p (a) p ¶e irracional (b) n p ¶e irracional, para cada n ¸ 3 . . Seja a um inteiro positivo. Mostre que se cada primo positivo p, com 2. ° p p · a, n~ao ¶e fator de a, ent~ao a ¶e primo. [Sugest~ao: Mostre p que se a > 0 n~ao ¶e primo, ent~ao a possui um fator primo p, com p · a. Para isso, supondo que a n~ao ¶e primo, decomponha-o na forma a = p1 p2 : : : pn , com p n ¸ 2 e p1 ; : : : ; pn todos primos. Se, para cada ¶³ndice i tivermos pi > a, ent~ao teremos a2 = p21 p22 : : : p2n > a ¢ a : : : a ¸ a2 , ou seja, teremos a2 > a2 .] Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 37 .. 3. ° ^ Utilizando o resultado do problema anterior, veri¯que quais dos inteiros dados ¶e primo: (a) 247 (b) 251 (c) 531 (d) 539 (e) 541 2.7 Congru^ encia m¶ odulo m em Z De¯ni»c~ ao 2.6 Dados tr^es inteiros a, b e m, dizemos que a ¶e congruente a b m¶odulo m, e denotamos a ´ b (mod m) ou a ´ b se m divide a ¡ b. m Observa»c~ ao 2.4 Alternativamente, temos que dados tr^es inteiros a, b e m, a´b (mod m) , mj(a ¡ b) , a ¡ b = q ¢ m, para algum q 2 Z, , a = b + qm, para algum q 2 Z. Proposi»c~ ao 2.8 Sendo m um inteiro, a rela»c~ao de congru^encia m¶odulo m, de¯nida em Z conforme a de¯ni»c~ao 2.6, ¶e uma rela»c~ao de equival^encia em Z, ou seja, satisfaz µas seguintes tr^es propriedades: 1. 8a 2 Z, a ´ a; m 2. 8a; b 2 Z, se a ´ b ent~ao b ´ a; m m beb´ c ent~ao a ´ c. 3. 8a; b; c 2 Z, se a ´ m m m Demonstra»c~ao. Para cada a, cada b e cada c, todos inteiros, temos: 1. mj0 ) mj(a ¡ a) ) a ´ a m 2. a ´ b ) mj(a ¡ b) ) mj ¡ (a ¡ b) ) mj(b ¡ a) ) b ´ a m m 3. a ´m b e b ´m c ) mj(a ¡ b) e mj(b ¡ c) ) mj[(a ¡ b) + (b ¡ c)] ) mj(a ¡ c) ) a ´ c m Proposi»c~ ao 2.9 (Compatibilidade de ´ com as opera»c~ oes em Z) m Seja m um inteiro ¯xado. Dados a; b; c e d inteiros, e n natural, tem-se: 1. a ´ b,a+c´ b+c m m ) a´ b m 2. )a+c´ b+d m c´ d m Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 38 3. a ´ b ) ac ´ bc m m ) a´b m 4. ) ac ´ bd m d c´ m b ) an ´ bn 5. a ´ m m Demonstra»c~ao. 1. a ´ b , mj(a ¡ b) , mj[(a + c) ¡ (b + c)] , a + c ´ b+c m m 2. b a´ m d c´ m ) ) mj(a ¡ b) e mj(c ¡ d) ) ) ) mj[(a ¡ b) + (c ¡ d)] mj[(a + c) ¡ (b + d)] a+c´b+d m 3. a ´ b ) mj(a ¡ b) ) mj(a ¡ b)c ) mj(ac ¡ bc) ) ac ´ bc m m ) ( ) a´ ac ´ b bc m m 4. ) ) ac ´ bd m d bd c´ bc ´ m m 5. A prova ¶e feita por indu»c~ao sobre n (exerc¶³cio para o leitor). Observa»c~ ao 2.5 (Congru^ encias Irrelevantes) 1. Se m = 0, dados dois inteiros a e b, a´ b,a´ b , 0j(a ¡ b) , a ¡ b = 0 , a = b m 0 Assim, a rela»c~ao de congru^encia m¶odulo 0 coincide com a rela»c~ao de igualdade em Z. 2. Se m = 1, dados dois inteiros a e b, b,a´ b , 1j(a ¡ b) a´ m 1 Como 1 divide qualquer inteiro, quaisquer dois inteiros a e b s~ao congruentes m¶odulo 1. Em vista dos itens 1 e 2 acima, as congru^encias m¶odulo 0 e m¶odulo 1 s~ao casos desinteressantes de congru^encia. 3. Dado m 2 Z e inteiros a e b, a´ b , mj(a ¡ b) , (¡m)j(a ¡ b) , a ´ b m ¡m Assim, as congru^encias m¶odulo m e m¶odulo ¡m s~ao a mesma rela»c~ao de congru^encia. Em vista das tr^es observa»co~es feitas a partir dos itens 1, 2 e 3 acima, doravante trataremos de estudar a rela»c~ao de congru^encia m¶odulo m em Z apenas para m ¸ 2. Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 39 Proposi»c~ ao 2.10 (Congru^ encia mod m e resto da divis~ ao por m) Sejam a, b e m inteiros com m ¸ 2. Ent~ao 1. Se r ¶e o resto da divis~ao de a por m ent~ao a ´ r m 2. Se a ´ s (s 2 Z) e 0 · s < m ent~ao s ¶e o resto da divis~ao de a por m. m 3. a ´ b , os restos das divis~oes de a e b por m s~ao iguais. m Demonstra»c~ao. 1. a = mq + r, com q 2 Z ) a ¡ r = mq ) mj(a ¡ r) ) a ´ r. m 2. Sendo a ´ s, temos a ¡ s = mq, para algum inteiro q. m Da¶³, a = mq + s, com q e s inteiros e 0 · s < jmj = m. Pelo teorema do algoritmo da divis~ao em Z, teorema 2.1, p¶agina 22, s ¶e o resto da divis~ao de a por m, j¶a que o resto e o quociente dessa divis~ao s~ao u¶nicos. 3. Seja r o resto da divis~ao de a por m. Pelo item 1, a ´ r. m Como a ´ b, pelas propriedades da rela»c~ao de congru^encia m¶odulo m, m proposi»c~ao 2.8, teremos b ´m r. Como 0 · r < m, pelo item 2 acima, r ¶e o resto da divis~ao de b por m. 2.8 Determinando restos via congru^ encias Nesta se»c~ao daremos exemplos do emprego de congru^encias m¶odulo m no c¶alculo de restos de divis~oes euclidianas. Note que no primeiro exemplo o dividendo considerado ¶e t~ao grande que nos impede de computar o quociente da divis~ao. Exemplo 2.2 Determinar o resto da divis~ao de 2364638 564 por 7. Solu»c~ao Em virtude da proposi»c~ao 2.10, basta determinar um inteiro r, com 0 · r < 7 satisfazendo 2364638 564 ´ r (mod 7). Temos inicialmente 2364 ´ 5 7 j¶a que 2364 deixa resto 5 quando dividido por 7. 2364 ´ 5 ) 23642 ´ 52 = 25 ´ 4 :.: 23642 ´ 4 7 7 7 7 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 2364 ´ 5 7 2 2364 ´ 4 7 2364 ´ 5 7 23643 ´ 6 7 40 ) ) 23643 ´ 5 ¢ 4 = 20 ´ 6 :.: 23643 ´ 6 7 7 7 ) ) 23644 ´ 5 ¢ 6 = 30 ´ 2 :.: 23644 ´ 2 7 7 7 E ainda 23644 ¢ 2364 ´ 2 ¢ 5 = 10 ´ 3 23645 ´ 7 7 7 23646 ´ 23645 ¢ 2364 ´ 3 ¢ 5 = 15 ´ 1, e esta ¶e uma boa not¶³cia! 7 7 7 Como 23646 ´ 1, se escrevermos 638 564 = 6m + s, teremos 7 2364638 564 = 23646m+s = 23646m ¢ 2364s m = (23646 ) ¢ 2364s ´ 1m ¢ 2364s = 2364s 7 Dividindo 638 564 por 6, obtemos 638 564 = 6m + 2, logo s = 2 e ent~ao 2364638 564 ´ 2364s = 23642 ´ 4, e portanto o resto da divis~ao de 2364638 564 7 7 por 7 ¶e igual a 4. Exemplo 2.3 Dado um n¶umero inteiro N > 0, seja N = as as¡1 : : : a1 a0 = (as as¡1 : : : a1 a0 )10 a sua representa»c~ao decimal, isto ¶e, N = as ¢ 10s + as¡1 ¢ 10s¡1 + ¢ ¢ ¢ + a1 ¢ 10 + a0 com os \algarismos" as ; as¡1 ; : : : ; a1 ; a0 todos no conjunto f0; 1; : : : ; 9g. Por exemplo, quando escrevemos 46 728, estamos na verdade simbolizando o n¶umero (46728)10 = 40000 + 6000 + 700 + 20 + 8 = 4 ¢ 104 + 6 ¢ 103 + 7 ¢ 102 + 2 ¢ 10 + 8 Mostrar que o resto da divis~ao de N por 11 ¶e o resto da divis~ao do inteiro a0 ¡ a1 + a2 ¡ : : : + (¡1)s as por 11. Considere a representa»c~ao decimal de N como acima. Em termos de congru^encia m¶odulo 11, podemos simpli¯car as pot^encias de 10 que aparecem na representa»c~ao de N como segue. Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 1 ´ 11 10 ´ 11 102 ´ 11 103 ´ 11 .. . s 10 ´ 11 41 1 ¡1 (¡1)2 = 1 (¡1)3 = ¡1 (¡1)s Sendo assim, utilizando as propriedades descritas no teorema 2.9, teremos: a0 ´ 11 a0 a1 ¢ 10 ´ 11 a1 ¢ (¡1) = ¡a1 a3 ¢ 103 ´ 11 .. . as ¢ 10s ´ 11 a3 ¢ (¡1)3 = ¡a3 a2 ¢ 102 ´ 11 a2 ¢ (¡1)2 = a2 as ¢ (¡1)s de onde, somando-se todas estas congru^encias membro a membro, chegamos a a0 ¡ a1 + a2 ¡ : : : + (¡1)s as , as ¢ 10s + as¡1 ¢ 10s¡1 + ¢ ¢ ¢ + a1 ¢ 10 + a0 ´ 11 ou seja, N´ a0 ¡ a1 + a2 ¡ : : : + (¡1)s as . 11 Pelo teorema 2.10, N e a0 ¡ a1 + a2 ¡ : : : + (¡1)s as deixam o mesmo resto quando divididos por 11, que ¶e o que quer¶³amos demonstrar. O resultado aqui obtido d¶a origem a um crit¶erio de divisibilidade por 11: Um inteiro positivo N = (as as¡1 : : : a1 a0 )10 ¶e divis¶³vel por 11 se e somente se a soma alternada de seus algarismos, a0 ¡ a1 + a2 ¡ : : : + (¡1)s as , ¶e divis¶³vel por 11. Por exemplo, qual seria o resto da divis~ao do inteiro 34 628 702 016 322 112 985 531 por 11? Temos que 1 ¡ 3 + 5 ¡ 5 + 8 ¡ 9 + 2 ¡ 1 + 1 + 2 ¡ 2 + 3 ¡ 6 + 1 ¡ 0 + 2 ¡ 0 + 7 ¡ 8 + 2 ¡ 6 + 4 ¡ 3 = ¡5 ´ 6, portanto o resto procurado ¶e 6. 11 2.8.1 Problemas Complementares .. 1. ° ^ Encontre todos os inteiros x satisfazendo 42 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros (a) 2x ´ x (mod 5) (d) x2 ´ 1 (b) 2x ´ 4 (mod 6) (c) 25 ´ 4 (mod x) (mod 8) [Sugest~ao: escreva x = 4m + r, com 0 · r < 4] (e) x2 ´ x (mod 4) . . Seja n um inteiro positivo e seja n = (a a : : : a a a ) a sua repre2. ° s s¡1 2 1 0 10 s senta»c~ao no sistema decimal, isto ¶e, n = as ¢10 +as¡1 ¢10s¡1 +¢ ¢ ¢+a1 ¢10+a0 , com as ; as¡1 ; : : : ; a1 ; a0 todos algarismos do conjunto f0; 1; : : : ; 9g. Demonstre os seguintes crit¶erios de divisibilidade: (a) n ¶e divis¶³vel por 3 , as + as¡1 + ¢ ¢ ¢ + a1 + a0 ¶e divis¶³vel por 3. (b) n ¶e divis¶³vel por 4 , o n¶umero (a1 a0 )10 ¶e divis¶³vel por 4 , 2a1 + a0 ¶e divis¶³vel por 4. (c) n ¶e divis¶³vel por 9 , as + as¡1 + ¢ ¢ ¢ + a1 + a0 ¶e divis¶³vel por 9. (d) n ¶e divis¶³vel por 8 , o n¶umero (a2 a1 a0 )10 ¶e divis¶³vel por 8 , 4a2 + 2a1 + a0 ¶e divis¶³vel por 8. . . Considere n como no exerc¶³cio anterior. Mostre que o resto da divis~ao 3. ° de n por 6 ¶e o resto da divis~ao de 4(as +as¡1 + ¢ ¢ ¢ a1 ) +a0 por 6. Utilizando este resultado, determine o resto da divis~ao de 123 456 789 987 654 321 por 6. .. 4. ° _ Utilizando congru^encias, estabele»ca crit¶erios de divisibilidade (a) por 7 (b) por 13 (c) por 12 (d) por 16 . . Mostre que 22225555 + 55552222 ¶e divis¶³vel por 231. [Sugest~ao: Note 5. ° que 231 = 3 ¢ 7 ¢ 11. Mostre que o n¶umero dado ¶e divis¶³vel por 3, por 7 e por 11]. . . Qual ¶e o algarismo das unidades do inteiro dado no problema anteri6. ° or? Quais s~ao seus dois u¶ltimos algarismos? [Sugest~ao: O algarismo das unidades de um inteiro positivo ¶e o resto da divis~ao desse inteiro por 10. Seus dois u¶ltimos algarismos constituem o resto da divis~ao dele por 100]. . . Veri¯que se 271958 ¡ 108878 + 101528 ¶e divis¶³vel por 26460. 7. ° .. 8. ° _ Determine o algarismo das unidades de cada um dos seguintes inteiros: 9 97 8 77 (a) 78 (b) 9998 (c) 88 (d) 7777 c c [Observa»c~ao: A nota»c~ao ab signi¯ca a(b ) ]. . . Determine o resto da divis~ao de 10 + 1010 + 10102 + 10103 + ¢ ¢ ¢ + 101010 9. ° por 7. . . Seja n um inteiro positivo e seja n = (a a : : : a a ) a sua repre10. ° s s¡1 1 0 10 senta»c~ao no sistema decimal. Mostre que n ¶e divis¶³vel por 7 se e somente se o inteiro (as as¡1 : : : a2 a1 )10 ¡ 2a0 ¶e divis¶³vel por 7. [Sugest~ao: Sendo N = (as as¡1 : : : a2 a1 )10 , temos, n = 10N + a0 . Veri¯que ent~ao que n´ 0 , 10N + a0 ´ 0 , 20N + 2a0 ´ 0 , N ¡ 2a0 ´ 0]: 7 7 7 7 Um Mini-Curso de Aritm¶ etica dos Inteiros 43 . . Sejam p e q inteiros primos entre si. Mostre que as congru^encias 11. ° x ´ a (mod p); x ´ b (mod q) podem ser resolvidas simultaneamente para algum x 2 Z. [Sugest~ao: Sendo p e q primos entre si, existem inteiros r e s tais que rp + sq = 1.]