José de Felippe Junior Metabolismo das Células Cancerosas: A Drástica Queda do GSH e o Aumento da Oxidação Intracelular Provoca Parada da Proliferação Celular Maligna, Aumento da Apoptose e Antiangiogênese Tumoral. A glutationa reduzida (GSH) é um dos principais antioxidantes do meio intracelular e está implicada na prevenção de inúmeras doenças promovidas pelo excesso de radicais livres ou espécies reativas tóxicas de oxigênio (ERTO), tais como: aterosclerose, angina pectoris, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, artropatias, diabetes, envelhecimento, incluindo muitas outras doenças inclusive o câncer (Halliwell - 1999 2000) Com o passar dos anos e o conhecimento mais profundo das reações de oxido-redução têm surgido na literatura grande número de trabalhos mostrando que, enquanto concentrações normais de GSH e de outros antioxidantes no intracelular protegem o DNA nuclear das lesões provocadas pelas ERTO e diminuem a prevalência do câncer, a presença de quantidades normais de GSH e de outros antioxidantes no câncer já instalado provoca aumento da proliferação celular maligna, diminuição da apoptose e facilita a neoangiogênese tumoral. Provar estas afirmativas é um dos objetivos deste artigo ao lado de convencer o leitor que a estratégia oxidativa deve o quanto antes ser colocada em prática em clínica como mais uma arma de erradicação do câncer humano. Temos que compreender muito bem que os antioxidantes protegem o DNA nuclear das lesões oxidativas e diminuem a prevalência do câncer, funcionando como agentes preventivos. Entretanto, no câncer já instalado os antioxidantes protegem a célula cancerosa e os oxidantes promovem muito mais facilmente a lesão do DNA nuclear provocando a morte da célula maligna, funcionando como agentes curativos. Aqui os antioxidantes seriam um verdadeiro desastre. Quando o potencial redox tumoral aumenta, isto é tende para a oxidação, acontece por mecanismos que mostraremos logo adiante a diminuição da proliferação celular maligna e da apoptose. A apoptose ou morte celular programada é um evento fisiológico necessário para eliminar as células defeituosas, as células infectadas por vírus e as células malignas. Este verdadeiro suicídio celular com hora marcada, acontece numa seqüência em cadeia envolvendo vários tipos de mediadores, a maioria deles necessitando dos radicais livres para serem ativados. A probabilidade da célula tumoral caminhar para a apoptose aumenta se o potencial redox celular permanecer no estado oxidativo (Arrick - 1982 , Slater - 1995, Matés 2000). A nutrição dos tumores sólidos através da neoformação vascular é de suma importância para a sobrevivência do tumor. Folkman em 1971 mostrou elegantemente que tumores com dimensões de aproximadamente 2 mm requerem angiogênese para crescerem e se desenvolverem Os tumores que adquirem a habilidade de formar novos vasos entram em uma fase de rápido crescimento e exibem maior potencial metastático. As células endoteliais neoformadas são muito sensíveis à oxidação intracelular e entram facilmente em apoptose ou necrose quando as concentrações intracelulares de GSH diminuem ao ponto de provocarem estresse oxidativo. O Perigo dos Antioxidantes em Excesso O uso de antioxidantes em doses exageradas pode inibir importantes mecanismos de defesa contra o câncer (Verhaegen 1995, McGovan 1996, Maxwell 1999, Salganik 2001) Em 1996, Saintot na França já indicava que no câncer de mama a progressão tumoral e a presença de metástases se associavam ao menor nível sérico de peroxidação lipídica (malondialdeido) e à maior concentração de vitamina E no soro, isto é se associavam ao alto potencial antioxidante do soro. Em 1996 Schwartz mostrou que o aumento da atividade antioxidante em células transformadas aumentava a sua proliferação e advertiu que devemos conhecer muito bem a farmacologia dos nutrientes antes de empregalos no câncer. De fato, Salganik mostrou que o acetato de alfa-tocoferol, potente agente antioxidante de membrana, inibe a geração de radicais livres em células do câncer de mama humano e como conseqüência inibe também a apoptose dessas células malignas (Salganik 2000). Muito importante e de grande valor prático é o trabalho de Labriola, que constatou que os antioxidantes exógenos podem inibir a atividade da quimioterapia anticâncer nos seres humanos. Muitos médicos no intuito de diminuir os efeitos colaterais da quimioterapia, interferem na eficácia desta estratégia quando usam antioxidantes em excesso (Labriola 1999). A concentração de radicais livres dentro da célula cancerosa pode aumentar de dois modos : 1- diminuição da defesa antioxidante e/ou 2-aumento da geração dos radicais livres (ERTO). Salganik provocou aumento das ERTO em ratos com tumor cerebral empregando uma dieta deficiente em antioxidantes e observou dramático aumento da morte celular tumoral por apoptose. Muito importante foi constatar que não houve aumento da apoptose das células normais. O autor conseguiu resultado semelhante em câncer de mama de camundongo. Por outro lado o aumento da geração de radicais livres empregando o succinato de alfa-tocoferil (radical livre obtido a partir do alfa-tocoferol) induziu apoptose em células malignas Jurkat e diminui o índice de mitose em vários tipos de células malignas humanas (Jha - 1999, Salganik - 2000, Weber ? 2001). Estes trabalhos mostram a importância do uso criterioso dos antioxidantes nas pessoas normais e o perigo representado pelo seu emprego nas pessoas com câncer. Particularidades das Células Malignas Warburg em 1924 concluiu que a glicólise anaeróbia sempre está presente nas células cancerosas e embora a glicólise aeróbia também possa estar presente, ela não guarda relação direta com a proliferação maligna. Existe um verdadeiro impedimento respiratório nas células malignas, isto é, diminuição ou abolição da fosforilação oxidativa mitocondrial. De uma maneira peculiar, as células cancerosas produzem energia preferentemente pela glicólise anaeróbia em detrimento da fosforilação oxidativa ( Warburg - 1926 ; Reitzer - 1979 ; Rossignol 2004 ). Dickens e Simer em 1931, concordaram com Warburg. Estes pesquisadores, analisando o quociente respiratório de células cancerosas e células normais, verificaram que a energia para o crescimento do câncer era proveniente da glicólise anaeróbia e que não havia relação entre o crescimento tumoral e a glicólise aeróbia (fosforilação oxidativa). De fato, nos últimos 20 anos foi proposto que os compostos de alta energia são compartimentalizados nas células (Erickson - Viitanen -1982a e 1982b, Saks -1994). Recentemente no ano de 2003, Carl Gajewski e colaboradores, da Universidade de Cornell nos lembraram novamente e de uma maneira muito elegante, que os compostos de alta energia como o trifosfato de adenosina (ATP), são compartimentalizados dentro das células e as diferentes funções celulares são mantidas por diferentes "pools" de ATP. O ATP gerado pela glicólise anaeróbia e pela fosforilação oxidativa alimentam compartimentos intracelulares diferentes, sendo que a glicólise é o motor da mitose porque fornece energia para o núcleo. Em 1931 Hopkins e Elliott, descobriram um evento biológico da mais alta importância. Nas células normais existe uma conexão entre a glutationa reduzida (GSH) e o metabolismo da glicose; sendo que a glutationa reduzida é o constituinte universal de toda célula capaz de se replicar por mitose. Esses mesmos autores em 1931 e posteriormente Needham e Lehmann em 1937, demonstraram que as primeiras mitoses de um embrião necessitam apenas da energia da glicólise anaeróbia e isto somente acontece na presença da glutationa reduzida. De fato, o conteúdo extranuclear de todas as células que se reproduzem contém glutationa reduzida (GSH) e glutationa oxidada (GSSG). Sabe-se que os neurônios e as células adultas estáticas (non-stem) não conseguem se reproduzir em condições naturais e sabe-se também que elas não possuem o ciclo glutationa : GSH / GSSG . Alguns autores acreditam que somente as células que possuam este ciclo são capazes de se tornar cancerosas. Em 1976, Kosower e Kosower descreveram várias propriedades químicas da glutationa e estabeleceram o ciclo da glutationa : Figura: Sugestão em diagrama das unidades GSH / GSSG, de Kosower e Kosower .Quando a glicólise anaeróbia está ativa, a produção de eletrons é exponencial. Nota: e- = elétron e ANG = glicólise anaeróbia 1e- + GSH + GSH ---------> GSSG + 2 eQuando duas moléculas de GSH reagem formam uma molécula de GSSG e são produzidos dois elétrons. A segunda lei da termodinâmica é respeitada pelo fornecimento de um elétron proveniente da glicólise anaeróbia. Desta forma, o fornecimento de somente um elétron externo, proveniente da glicólise anaeróbia provoca o aparecimento de dois elétrons; esses 2 elétrons formam 4; esses 4 elétrons formam 16 e assim por diante de uma forma exponencial. Entendemos portanto que o fornecimento externo de elétrons ativa o ciclo GSH/GSSG e produz elétrons em quantidade exponencial proporcional ao tempo. A proliferação do câncer também é exponencial e proporcional ao tempo. Já vimos que há muitos anos se sabe da existencia de uma conexão entre a glicólise anaeróbia e o ciclo glutationa. Em 1976, Fiala também mostrou esta conexão ao provocar carcinogênese experimental pela aplicação de aminobenzeno em cultura de células hepáticas. Este carcinógeno aumenta exponencialmente a produção de glutationa reduzida e também aumenta exponencialmente e concomitantemente a proliferação celular maligna por mitose. Warburg propos que a glicólise anaeróbia do câncer produz ácido lático e que a sua produção é inibida pelo oxigênio. Este fenomeno também ocorre na produção do vinho, que somente fermenta em recipiente fechado e sem oxigênio. A fermentação cessa ao contato com o oxigênio : Efeito Pasteur. No organismo esta reação (fermentação ou glicólise anaeróbia) acontece nas células cancerosas as quais como vimos se reproduzem muito bem nas condições de anaerobiose. O Efeito Pasteur ficou sem explicação por muitos anos. Foram Baker e Dixon , na década de 30, que desvendaram o seu mecanismo mostrando que a glicólise anaeróbia é inibida na proporção direta da concentração de glutationa oxidada (GSSG). No transcorrer da glicólise anaeróbia o GSH vai sendo consumido e o GSSG vai sendo formado. À medida que mais GSSG é produzido, a glicólise anaeróbia vai sendo inibida por um mecanismo de feedback negativo. Mecanismo de Diminuição da Proliferação Celular : Aumento do GSSG Há muitos anos atrás precisamente em 1935, Dixon sugeriu que a presença de agentes oxidantes poderia controlar o câncer e Baker em 1937 demonstrou está hipótese verificando que o aumento da glutationa oxidada (GSSG) era capaz de inibir a glicólise anaeróbia. De fato, quando o meio intracelular é oxidante, isto é, o equilíbrio da oxi-redução tende para a oxidação, à medida que o GSSG (glutationa oxidada) é formado ele inibe a glicólise anaeróbia. A inibição da glicólise anaeróbia faz parar o ciclo celular e a conseqüência é a diminuição da proliferação celular neoplásica com apoptose ou necrose da célula tumoral. Quando o meio intracelular é redutor, isto é, o equilíbrio da oxi-redução tende para a redução (excesso de antioxidantes), à medida que o GSSG vai sendo formado ele é reduzido para GSH o qual ativa a glicolíse anaeróbia que é o motor da mitose, aumentando a proliferação celular neoplásica. O crucial para vencermos esta luta é manter o meio intracelular oxidante por um período de tempo suficiente para a célula acumular GSSG, inibir a glicolise anaeróbia, parar o ciclo celular e entrar em apoptose ou necrose. A fermentação anaeróbia de Pasteur é irreversível e como o câncer ela não cessa até haver quantidades adequadas de GSSG. Desta forma o fluxo contínuo e exponencial de elétrons criados pelo acoplamento glicólise anaeróbia - ciclo GSH / GSSG que é usado para a mitose é controlado diretamente pela concentração intracelular de GSSG: meio intracelular oxidante. O excesso de radicais livres de oxigênio promove o aumento da apoptose, a diminuição da proliferação celular maligna e a inibição da neoangiogênese tumoral Apoptose A mitocondria desempenha papel fundamental na apoptose (Kerr-1973-1994, Kroemer - 1997, Hirsch - 19971998). A mitocondria produz grande quantidade de espécies reativas de oxigênio que são controladas pela ação dos antioxidantes, um deles e talvez o mais importante é a glutationa (GSH). A deficiência de GSH no mitocondria provoca lesão oxidativa desta orgânela e desencadeia a morte celular por apoptose (Meister 1991 1995 , Hall 1999). A deficiência de GSH no citoplasma sensibiliza as células tumorais à citólise oxidativa. De fato, Arrik em 1982 já havia mostrado tal fato inibindo a biosíntese do GSH com a butionina sulfoximina (BSO) um inibidor seletivo e atóxico da gama - glutamil cisteina sintetase. A BSO por si só é atóxica porque ela não provoca diminuição do GSH mitocondrial. O excesso de GSH citoplasmático funciona como pro-oxidante, pois gera H2O2 e pode lesar o DNA nuclear desencadeando a morte celular por apoptose (Perego 2000). Não podemos nos esquecer que um antioxidante em doses elevadas pode funcionar quimicamente como agente oxidante e que o benefício ou malefício de um nutriente depende de suas características antioxidantes e prooxidantes, as quais dependem das quantidades e do meio que estão atuando (Schwatz - 1996). Representam muito bem esta categoria de nutrientes o tocoferol, a vitamina C, os carotenoides e o GSH. A probabilidade de uma célula entrar em apoptose é ditada pelo potencial redox intracelular que é determinado pela concentração de antioxidantes, pelo estado de redução ou oxidação do GSH e de proteínas thiois e da velocidade de geração das espécies reativas de oxigênio (Schwartz - 1996 , Marchetti - 1997 , Yin - 1999 , Davis 2001, Deshpande 2002 , Owuor 2002). Os radicais livres e os peróxidos lipídicos suprimem a expressão do Bcl-2, ativam as caspases e encurtam os telomeros induzindo a apoptose das células tumorais (Das -2002). A geração de peróxido de hidrogênio intracelular é capaz de induzir apoptose de células do glioma de uma maneira dependente da dose, via aumento da expressão da proteina p53 (Kitamura - 1999 , Datta - 2002). De uma maneira geral o estresse oxidativo promove acúmulo da proteina p53 a qual provoca a ativação da cascata das caspases, que digerem uma série de proteínas chaves e ativam a deoxiribonuclease nuclear. A deoxiribonuclease digere o DNA nuclear e provoca a morte da célula maligna. A proteina p53 é um supressor tumoral que inibe a progressão maligna por parada da ciclo celular ou apoptose e está frequentemente em estado inativo no câncer. Esta proteina necessita de zinco como cofator e como já vimos é ativada quando o meio intracelular é oxidante (Yin - 1999 , Halnaut - 2001 , Bálint - 2001). A geração de estresse oxidativo em resposta a vários estimulos externos induzem uma seqüência de alterações no DNA nuclear na forma de mutações, deleções, amplificações e rearrumações que iniciam a morte celular por apoptose da célula maligna. Tais alterações acontecendo em uma célula normal pode ativar proto-oncogenes ou inativar genes supressores de tumor (Mastés 2000). O mecanismo de ação da morte celular por apoptose de 1-células do câncer colo-retal humano pelo trióxido de arsênio, 2- células do câncer de mama humano pelo ácido trans-retinóico e 3- células do hepatoma humano pelo TNF-alfa , é por estresse oxidativo (Nakagawa - 2002 , Poot - 2002 , Li - 2001). Recentemente surgiram inúmeros trabalhos em, animais de experimentação inoculados com células de vários tipos de câncer humano e em cultura de vários tipos de células neoplásicas humanas, mostrando que o meio intracelular oxidante provoca parada do ciclo celular e apoptose pelos seguintes mecanismos: aacúmulo bativação da cativação ddefosforilação einibição finibição ginativação h- inibição da expressão da proteína Bcl-2 da da da cascata da da proteína das proteína Cdc25 do p53 caspases deoxiribonuclease retinoblastoma proteína-tirosina-quinase fosfatase cdK1 Estes efeitos foram observados em mais de 20 tipos de câncer humano incluindo: mama, próstata, pulmão, astrocitomas, gliomas, tumores de cabeça e pescoço, tumores colo-retal, tumores de fígado, tumores de pâncreas, carcinoma epidermóide, etc. Ciclo Celular - Proliferação Mitótica A habilidade de proliferação das células eucarióticas é controlada por uma complexa rede de eventos bioquímicos, coletivamente conhecido como ciclo celular. Um dos pontos críticos de controle deste processo é a transição da fase G1 para a fase S e é caracterizada pela fosforilação da proteína retinoblastoma (RBp) : produto do gene retinoblastoma. A fosforilação da RBp é catalisada pelo complexo D1-cdk4-ciclina. A célula que passa por esse ponto crítico está em condições de replicar o genoma e completar seu ciclo proliferativo (Shackelford 2000). O aumento da produção intracelular de radical hidroxila, radical superóxido e peróxido de hidrogênio (ERTO) está associada com a parada da proliferação celular (Schwartz - 1996 , Matés - 2000). Pelo contrário uma maior atividade antioxidante nas células transformadas provoca o aumento da proliferação celular maligna (Schwartz 1996). A nossa hipótese baseada em trabalhos experimentais, in vitro e in vivo, da literatura científica é : 1- Quando o potencial redox é baixo, as células estão em estágio de proliferação. Com o potencial redox baixo, isto é, quando o meio intracelular é redutor as pontes S-S de disulfeto se rompem formando pontes SH (por ex: GSH). O rompimento destas pontes permitem que a proteína retinoblastoma (RBp) seja fosforilada e libere os fatores de transcrição nuclear necessários para as células entrarem na fase S do ciclo celular e se manterem em proliferação. Fato importante é um outro efeito do potencial redox baixo. Ele ativa o fator de transcrição nuclear NF Kappa-B, o qual aumenta a proliferação celular maligna, impede a apoptose e facilita a neoangiogênese tumoral. 2- Quando o potencial redox é alto, as células estão em estágio quiescente. Com o potencial redox alto, isto é, quando o meio intracelular é oxidante se formam pontes S-S de disulfeto (por ex: GS-SG). Estas pontes estabilizam a estrutura tridimensional das proteínas e nestas condições a proteína retinoblastoma (RBp) está defosforilada e portanto não ocorre a transcrição nuclear necessária para o avanço do ciclo celular e as células continuam no estado quiescente, sem proliferação. Fato importante é um outro efeito do potencial redox alto. Ele inibe o fator de transcrição nuclear NF Kappa-B, o qual diminui a proliferação celular, promove a apoptose da célula maligna e dificulta neoangiogênese tumoral. Se o meio intracelular é mantido oxidante consegue-se bloquear a proliferação celular maligna e a célula pode entrar na fase G0 ou sofrer citotoxicidade, posteriormente caminhando para apoptose e/ou necrose. É muito interessante sabermos que as células cancerosas requerem apenas um leve aumento do potencial redox para cessarem a proliferação, entretanto este leve aumento deve ser contínuo e ininterrupto até acontecer a apoptose, porque se houver queda do potencial redox restaura-se a fosforilação da proteína retinoblastoma e as células voltam a proliferar. As células normais, diferentemente das células cancerosas, requerem um aumento muito grande do potencial redox para cessarem a proliferação, o que torna a estratégia oxidante muito segura e com baixa probabilidade de provocar efeitos colaterais severos. Corroborando com esses fatos estão vários autores que têm mostrado que as células tumorais em ativo estado de proliferação apresentam alto nível citoplasmático de GSH e prot-SH e que os tumores de crescimento lento apresentam baixos níveis de GSH intracelular. As células neoplásicas ricas em GSH e em franco estado de proliferação são mais susceptíveis à quimioterapia e radioterapia, enquanto que aquelas pobres em GSH e de lento crescimento são mais resistentes. Seja qual for a substância que aumente a oxidação intracelular, se ela provocar a queda do GSH, ela também induzirá a parada da proliferação celular e apoptose. Os tumores sólidos criam um micro ambiente para seu crescimento caracterizado por acidose e hipóxia e muitos possuem elevada concentração de ácido ascórbico, poderoso antioxidante citoplasmático. Algumas linhagens possuem quantidades relativamente elevadas de vitamina E, potente antioxidante de membrana, que juntamente com o metabolismo anaeróbio e as baixas taxas de oxigênio fazem com que o equilíbrio do potencial redox tenda para o lado da protetora redução ou antioxidação indutora da proliferação celular. Outras linhagens tumorais possuem quantidades relativamente baixas de superóxido dismutase (SOD) e metabolismo aeróbio e tendem para a oxidação (Das 2002) É importante sabermos que, seja qual for o tipo de célula tumoral, no que se refere ao maior metabolismo aeróbio ou anaeróbio, o aumento sustentado da geração de radicais livres, isto é, o aumento sustentado da oxidação, sempre vai provocar a morte da célula cancerosa (Das 2002) A hipóxia é um fator regulador chave do crescimento tumoral. As células em hipóxia desencadeiam uma variedade de respostas biológicas, como a ativação de vias de sinalização que regulam a proliferação celular e a neoangiogênese e desta forma são capazes não só de sobreviverem, mas de crescerem nestas condições adversas. As espécies reativas tóxicas de oxigênio são capazes de provocar necrose das células endoteliais em desenvolvimento, isto é, promovem a inibição da neoangiogênese inibindo o crescimento tumoral por falta de aporte sangüíneo (Harris 2002). Nós acreditamos que as células neoplásicas desenvolveram um método fantástico de sobrevivência baseado em um compasso biológico de espera. Elas sabem esperar o momento certo de ficarem quiescentes e o momento certo de se reproduzirem. Elas se reproduzem quando o potencial redox é baixo e o meio intracelular é redutor e rico em GSH. Quando o potencial redox é alto e o intracelular é oxidante e rico em GSSG, elas simplesmente param de se reproduzir e entram na fase G0. Ficam quiescentes esperando o meio intracelular se tornar novamente redutor, até que se forme GSH o qual fornece combustível para a proliferação celular. Na verdade, quando o potencial redox intracelular é oxidante, muitas células neoplásicas são eliminadas por apoptose ou necrose, mas o mecanismo que acabamos de descrever as protege e sempre permanece uma linhagem no compasso de espera. Esta hipotese foi confirmada em culturas de tecidos onde a vitamina K3 em concentração oxidante conseguiu provocar morte celular somente nas células neoplásicas em franca proliferação. Quando a mesma linhagem de células neplásicas entrou na fase quiescente, a vitamina K3 parou de funcionar, não provocou apoptose. Outro problema que enfrentamos quando agredimos as células com estresse oxidativo é o aumento da expressão da glicoproteína "clusterina" que protege a célula agredida pela oxidação. A clusterina aumenta quando a célula é agredida internamente ou externamente, por agentes químicos ou físicos. Trata-se de mais um mecanismo de sobrevivência que as células colocam em ação quando são severamenrte agredidas (Viard 1999). Sabe-se que, se submetermos células neoplásicas em franco estado de proliferação a um excesso de oxidação elas serão mais susceptíveis à apoptose e é aqui que a descoberta de Holt, australiano que há mais de 30 anos pesquisa no campo do câncer reveste-se da mais profunda importância. Empregando campo eletromagnético nas freqüências de 8, 12, 27, 70, 360, 434, 915 e 2450 MHz, Holt descobriu que somente a freqüência de 434 MHz foi capaz de criar ressonância e fluorescência na glicólise anaeróbia, isto é, a sua ativação (Holt - 1975 - 1977 - 1979 - 1988 , Nelson - 1978 - 1980) . Teoricamente qualquer agente oxidante presente no intracelular enquanto se ativa a glicólise anaeróbia a qual aumenta a proliferação celular é capaz de destruir algumas ou todas unidades autonômas de glicólise e desta forma provocar apoptose e diminuição ou parada da proliferação celular maligna. Calcula-se que cada célula neoplásica contenha de 3 a 40 unidades autonômas de glicólise anaeróbia e todas essas unidades devem ser destruídas para se obter o completo controle ou melhor a cura do câncer (Holt 1977 1979). Holt estimulando a glicólise anaeróbia com a radio-freqüência de 434 MHz foi mais um pesquisador capaz de demonstrar que o ATP produzido nesta via é o motor da proliferação celular maligna (Holt-1980). Com o emprego de gerador de RF de 434 MHz e uma terapia oxidante com GSSG, Holt obteve o desaparecimento de vários tipos de câncer por períodos superiores a 5 anos. Todos os pacientes submetidos ao protocolo de Holt não haviam respondido à cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. O autor descreve na conceituada revista "Medical Hypotheses" de 1993, 11 casos de câncer não responsivo à terapia convencional, que responderam ao tratamento com a RF e GSSG. Felippe Jr, utilizando dois tipos de geradores de radio freqüência, baixa potência e múltiplas freqüências e alta potência com freqüência fixa de 434 MHz, juntamente com um protocolo de oxidação celular obteve completo desaparecimento do tumor no câncer de mama, próstata, pulmão e fígado em um seguimento de quase 4 anos, em pacientes que não haviam respondido à quimioterapia e à radioterapia (Felippe Jr - 2000 a - 2000 b - 2000 c - 2002). A descrição dos casos clínicos encontra-se neste site, setor "Biblioteca de Câncer". Substâncias que Diminuem o GSH no Intracelular e Provocam Aumento do Potencial Redox : Oxidação Intratumoral Qualquer tipo de substância química que promova a drástica diminuição do GSH no intracelular com o conseqüente aumento do potencial redox e aumento contínuo da oxidação intracelular, vai provocar a diminuição da proliferação celular maligna, aumento da apoptose e diminuição da neoangiogênese tumoral. 1- Selênio Em 1988, a observação que a oxidação da glutationa (GSH) pelo selenito de sódio (Na2SeO3), produzia aumento da geração do radical superoxido, abriu uma nova área de pesquisa do selênio como agente anticâncer (Garberg-1988, Ganther 1999, Hoque 2002). Para Stewart, o selênio possui a "habilidade disparada" de impor estresse oxidativo e induzir apoptose (Stewart 1999). O selênio esta envolvido em mecanismos que modificam os resíduos de cisteína das proteinas, formando seleno-trisulfides (S-Se-S), selenilsulfides (S-Se) ou disulfides (S-S) provocando portanto a diminuição da concentração de GSH no intracelular e o conseqüente aumento do potencial redox (Ip - 1991 , Spallholz 1994 1997 2001). Barbara Pence conseguiu demonstrar citotoxicidade de vários compostos de selênio, incluindo o selenito de sódio, sobre queratinócitos em meio de cultura. Nestas condições a concentração de GSH cai drasticamente, aumentando o potencial redox intracelular. Ocorre leve aumento da indução da glutationa peroxidase, enzima antioxidante dependente de selênio, porém, este leve aumento não é o suficiente para interferir no potencial redox. Finalmente ocorre aumento da 8-hidroxiguanosina, indicando lesão oxidativa do DNA que no presente trabalho foi provocado pela geração do radical hidroxila (OH*) e do radical "oxigen singlet" ( O*) (Davis and Pence 1998). Muitos autores mostraram que o GSH possui duplo papel no efeito do selênio sobre as células cancerosas: 1- o GSH age como antioxidante protegendo a célula contra o estresse oxidativo e a apoptose ou 2- o GSH age como prooxidante facilitando o estresse oxidativo e a apoptose. Quantidades supra nutricionais de selênio em uma primeira fase aumentam os níveis de GSH como mecanismo de defesa (efeito antioxidante e antitóxico), porém, logo a seguir com a continuidade e a permanência do selênio acontece grande produção de H2O2 e drástica diminuição do GSH o que provoca a apoptose da célula cancerosa. As enzimas antioxidantes, superoxido dismutase e catalase e o quelante de ferro, desferroxamina atenuam significantemente os efeitos apoptóticos do selênio. O selenito é tóxico porque ele forma selenodiglutationa que é reduzida a anion selenopersulfide ( GSSe-) o qual na cadeia de oxido redução produz o radical superoxido. De grande valor prático é sabermos que o aumento da oxidação do GSH e da geração de radical superoxido são conseguidos de uma maneira dose dependente com o selenito de sódio. Níveis tóxicos marginais de selênio aumentam os níveis intracelulares de GSH como mecanismo de proteção, entretanto, quando os níveis tóxicos de selênio são alcançados acontece um pronunciado estresse oxidativo seguido de drástica redução do GSH intracelular com a conseqüente lesão do DNA nuclear e apoptose das células malignas (Schrauzer - 2002). 2- Vanádio Quando o nível de glutationa reduzida (GSH) diminui, a concentração de fosfotirosina não se modifica, entretanto as células apresentam-se mais sensíveis aos vanadatos. Nestas condições de diminuição de GSH, o vanádio provoca inibição irreversível da proteino tirosino fosfatase (PTP) seguida de maiores concentrações de fosfotirosina a qual provoca inibição da proliferação celular (Cuncic - 1999, Desmarais - 1999, Cortizo - 2000). A sequência é a seguinte: diminuição do GSH intracelular (por qualquer estratégia) - aumenta a produção de H2O2 - o peróxido de hidrogênio reage com o vanádio e produz peroxivanadato - inibição irreversível da PTP aumento da fosfotirosina - parada da proliferação celular maligna. 3- Menadiona - Vitamina K3 Foram propostos dois mecanismos de ação primários para explicar a citotoxicidade da Vitamina K3. Um é o estresse oxidativo através da cascata de oxiredução da estrutura quinona, gerando espécies reativas tóxicas de oxigênio e o outro mecanismo é pela arilação direta dos tiois intracelulares, ambos provocando a drástica queda dos níveis de glutationa (GSH) e das proteinas sulfidril dependentes (Chiou - 1998, Gant - 1998). A vitamina K3 gera semiquinonas, radical superoxido e H2O2, provocando a depleção da glutationa (GSH), peroxidação lipídica e clivagem do DNA. Devemos lembrar que a vitamina K3 em pequenas doses funciona como antioxidante (varredor de radical superoxido) e que somente em maiores quantidades é que ela funciona como prooxidante, aumentando a geração dos radicais livres. A vitamina C e a vitamina K3 administradas na razão 100:1, exibem atividade antitumoral sinérgica e preferencialmente matam as células tumorais por autoschizis (Jamison ? 2002). Esta dupla de vitaminas aumenta a produção de radical superoxido e de H2O2 e diminui severamente os níveis de GSH e de outros tiois celulares e assim diminui a síntese de DNA e provoca o bloqueio da divisão celular na fase G1/S. Neste ínterim ocorre aumento de 8 a 10 vezes na quantidade intracelular de cálcio ionizado. As vitaminas K3 e C aumentam o estresse oxidativo até ele se sobrepor à defesa antioxidante endógena proporcionada pelo GSH. Neste momento é que acontece a liberação de cálcio ionizado o qual ativa a DNAase dependente de cálcio, a qual provoca a clivagem do DNA (Gilloteaux 1995 1998 , Noto 1989). É importante salientar que a vitamina K3 não funciona em células estacionárias, isto é, nas células que não estão em regime de proliferação e um fato importante, ela tem funcionado muito bem em linhagens de tumores resistentes a múltiplos quimioterápicos. Os antioxidantes como: fluimucil, acetilcisteina, catalase, superoxido dismutase e desferroxamina, EDTA, podem diminuir ou até abolir o efeito da vitamina K3. A aspirina e a indometacina conseguem suprimir quase que por completo a geração de radical superoxido provocado pela menadiona. 4- Curcuma longa - curcumin O curcumin, derivado da Curcuma longa e usado como tempêro na culinária da India e do Brasil, possui atividade antinflamatória, antiproliferativa e antitumoral. Ramachandran em 1999, mostrou que o curcumin induz apoptose no carcinoma de mama humano linhagem MCF-7/TH provocando marcante diminuição do GSH intracelular. Embora o acúmulo de curcumin fosse igual tanto nas células cancerosas como nas normais, as células cancerosas eram quase quatro vezes mais sensíveis ao curcumin. O curcumin em quantidades de apenas 20 a 40 micromol, induz o bloqueio do ciclo celular na fase G2 e na fase G0/G1 em 24 horas de incubação e tal bloqueio é feito de um modo dose dependente, nesta linhagem humana do câncer de mama. O curcumin provoca a redução da expressão do RNA mensageiro de genes envolvidos na proliferação celular: Ki67, PCNA, p53, e p21 desta linhagem MCF-7/TH do câncer de mama humano. 5- Allium sativun - Alho O dialil disulfude (DADS), um dos componentes do alho (Allium sativum) exerce potente atividade quimiopreventiva contra o câncer de colon, pulmão e pele. Estudos epidemiológicos mostram que o aumento do consumo de alho está intimamente relacionado com a redução da incidência de câncer (Buiatti - 1989 , Haenszel 1972). Kwon em 2002, mostrou que o DADS induz apoptose nas células leucêmicas humanas HL-60 em concentrações de apenas 25 micromol. O DADS promove estresse oxidativo devido à grande diminuição do GSH provocada pelo aumento da produção intracelular de H2O2, o que ativa a caspase-3, a qual promove a clivagem do PARP (poli-ADP-ribosepolimerase) e de estruturas proteicas como a actin, a fodrin e a lamin. Todos esses eventos culminam na fragmentação do DNA com a conseqüente apoptose (Buttke - 1989 , Grimm - 1996 , Polverino -1997). Nas pessoas que ingerem alho cru se forma o DADS e um composto alil mercaptano. No alho cozido encontramos o DADS e o dialil sulfide que é reduzido a alil mercaptano no sangue. O alil mercaptano ativa a caspase-3 em concentração relativamente mais baixa (5 micromol) do que o DADS (25 micromol). No óleo de alho encontramos 60 % de DADS (Sundaran - 1996a - 1996b). Conclusão: Os antioxidantes em doses corretas, principalmente os provenientes da dieta, previnem a lesão de DNA provocada pelo excesso de geração de radicais livres, diminuindo a prevalência de câncer na população em geral. Desta maneira os antioxidantes funcionam na prevenção do câncer. Os oxidantes administrados por via intravenoa, inalação ou via oral em doses suficientes e durante um certo tempo provocam a queda do GSH intracelular e o aumento da oxidação intracelular diminuindo a proliferação celular maligna, aumentando a apoptose e inibindo a angiogênese tumoral. Desta maneira os oxidantes podem ser empregados no tratamento de erradicação do tumor já instalado. Referências Bibliográficas : 1- Arrick BA; Nathan CF; Griffith OW; Cohn ZA. Glutathione depletion sensitizes tumor cells to oxidative cytolysis. J Biol Chem; 257(3): 1231-7, 1982. 2Baker Z. Glutathione and the Pasteur reaction. Biochem J.; 31: 980-986. 1937. 3- Baker Z. Studies on the inhibition of glycolysis by glyceraldehydes. Biochem J.; 32: 332-341;1938. 4- Bálint EE; Vousden KH. Activation and activities of the p53 tumour suppressor protein. Br J Cancer; 85(12): 1813-23, 2001. 5- Bosnik RM, Potter JD, McKenzie DR, Sellers TA, Lawrence HK, Steinmetz KA, Folsom AR: Reduced risk of colon cancer with high intake of vitamin E: The Iowa Women's Health Study. Cancer Res. 53: 4230-4237, 1993. 6- Buiatti E. Palli D. Decarli A. A case-control study of gastric cancer, and diet in Italy, Int. J Cancer; 44:611-6. 1989. 7- Buttke TM, Sandstrom PA. Oxidative stress as a mediator of apoptosis. Immunol Today;15:7-10.1994. 8- Chiou TJ; Chou YT; Tzeng WF. Menadione-induced cell degeneration is related to lipid peroxidation in human cancer cells. Proc Natl Sci Counc Repub China B; 22(1): 13-21, 1998. 9- Cook NR, Stampfer MJ, Ma J, Manson JE, Sacks FM, Buring JE, Hennekens CH: -carotene supplementation and decreased risk of total and prostate carcinoma. Cancer 86: 1783-1792, 1999. 10- Cortizo AM; Bruzzone L; Molinuevo S; Etcheverry SB. A possible role of oxidative stress in the vanadiuminduced cytotoxicity in the MC3T3E1 osteoblast and UMR 106 osteosarcoma cell lines. Toxicology; 147(2):8999, 2000. 11- Cuncic C; Detich N; Ethier D; Tracey As; Gresser MJ; Ramachandran C. Vanadate inhibition of protein tyrosine phosphatases in Jurkat cells: modulation by redox state. J Biol Inorg Chem; 4(3):354-9, 1999. 12- Das S: Vitamin E and the genesis and prevention of cancer. A review. Acta Oncol 33: 615-619, 1994. 13Das U. A radical approach to cancer . Med Sci Monit; 8(4): RA79-92, 2002. 14- Datta K ; Babbar P; Srivastava T; Sinha S; Chattopadhyay P . p53 dependent apoptosis in glioma cell lines in response to hydrogen peroxide induced oxidative stress. Int J Biochem Cell Biol; 34(2): 148-57, 2002. 15- Davis RL; Spallholz JE; Pence BC. Inhibition of selenite - induced cytotoxicity and apoptosis in human colonic carcinoma (HT 29) cells by copper. Nutr Cancer; 32 (3): 181-9, 1998. 16- Davis W; Ronai Z; Tew KD. Cellular thiols and reactive oxygen species in drug-induced apoptosis . J Pharmacol Exp Ther; 296(1): 1-6, 2001. 17- Deshpande S S ; Irani K. Oxidant signalling in carcinogenesis: a commentary. Hum Exp Toxicol; 21(2):634, 2002 . 18- Desmarais S; Friesen RW; Zamboni R; Ramachandran C. [Difluoro(phosphono)methyl] phenylalanine containing peptide inhibitors of protein tyrosine phosphatases. Biochem J; 337 (Pt 2):219-23, 1999 19- Dickens F, Simer F. The metabolism of normal and tumour tissue: the RQ in bicarbonate media. Biochem J.; 25: 985-996,1931. 20- Dixon K C. The oxidative disappearance of lactic acid from brain and the Pasteur reaction. Biochem J; 29: 973-977,1935. 21- Felippe J Jr. Bioeletromagnetismo: Medicina Biofísica. Journal of Biomolecular Medicine & Free Radicals;, 6(2),41-44, 2000. 22- Felippe J Jr. Georges Lakhovsky: Efeito das Ciências Físicas na Biologia. Journal of Biomolecular Medicine & Free Radicals; 6(1),16-21, 2000. 23- Felippe J Jr. Tratamento de doenças envolvendo freqüência de ondas. Journal of Biomolecular Medicine & Free Radicals., 6(2),39-40. 2000. 24- Felippe J Jr. Radiofrequencia Harmônica ; Caso Clínico. Revista de Medicina Complementar., (8)2,28. 2002. 25- Fiala S, Mohindru A, Kettering W G, Fiala A, Morris H P. Glutathione and gamma glutamyl transpeptidase in rat liver during chemical carcinogenesis. J Natl Cancer Inst.; 57: 591-598. 1976. 26- Folkman J. Anti-angiogenesis: New concept for therapy of solid tumors. Ann Surg 175: 409-416, 1972. 27- Gant, T. W., Rao, D. N., Mason, R. P & Cohen, G. M., Redox cyclind and suphydryl arylation; their relative importance in the mechanism of quinone cytotoxicity to isolated hepatocytes. Chem. Biol Interact. 65: 157-173, 1988. 28- Ganther HE. Selenium metabolism, selenoproteins and mechanisms of cancer prevention: complexities with thioredoxin reductase. Carcinogenisis; 20 (9): 1657-66, 1999. 29- Garberg, P.; Stahl, A.; Warholm, M.; Hogberg, J. Studies of the role of DNA fragmentation in selenium toxicity. Biochem. Pharmacol. 37: 3401-3406; 1988. 30- Gilloteaux J; Jamison JM; Venugopal M; Giammar D; Summers JL. Scanning electron microscopy and transmission electron microscopy aspects of synergistic antitumor activity of vitamin C ? vitamin K3 combinations against human prostatic carcinoma cells. Scanning Microsc; 9(1): 159-73, 1995. 31- Gilloteaux J; Jamison JM; Arnold D; Ervin E; Eckroat L; Docherty JJ; Neal D; Summers JL. Cancer cell necrosis by autoschiziz: synergism of antitumor activity of vitamin C: vitamin K3 on human bladder carcinoma T24 cells. Scanning; 20(8): 564-75, 1998. 32- Grimm S, Bauer MKA, Baeuerle PA, Schulze-Osthoff K. Bcl-2 down-regulates the activity of transcription factor NF-kappaB induced upon apoptosis. J Cell biol;134:13-23, 1996. 33- Haenszel W, Kurihara M, Segi M. Lee RK. Stomach cancer among Japanese in Hawaii. J Natl Cancer Inst ;49:969-88, 1972. 34- Hainaut P; Mann K. Zinc binding and redox control of p53 structure and function. Antioxid Redox Signal; 3(4):611-23, 2001. 35- Hall AG. The role of glutathione in the regulation of apoptosis . European Journal of Clinical Investigation 29, 238-245, 1999. 36- Halliwell B, Cutteridge JMC: "Free radicals in biology and medicine". Oxford: Oxford University Press, 1999. 37Halliwell B: The antioxidant paradox. Lancet 355: 1179-1180, 2000. 38- Harris AL. Hypoxia-a key regulatory factor in tumour growth. Nat Rev Cancer ; 2(1): 38-47, 2002. 39- Heinonen OP, Albanese D, Virtamo J, Taylor PR, Huttunen JK, Hartman AM, Haapakoski J, Malila N, Rautalahti M, Ripatti S, Maenpaa H, Teerenhovi L, Koss L, Virolainen M, Edwards BK; Prostate cancer and supplementation with alpha-tocoferol and beta-carotene: incidence and mortality in a controlled trial. J Natl Cancer Inst 90: 440-446, 1998. 40- Hirsch T; Marchetti P; Susin AS; Dallaporta B; Zamzami N; Marzo I; Geuskens M; Kroemer G. The apoptosis-necrosis paradox. Apoptogenic proteases activated after mitochondrial permeability transition determine the mode of cell death. Oncogene ; 15 (13): 1573-81, 1997. 41- Hirsch T; Susin SA; Marzo I; Marchetti P; Zamzami N; Kroemer G. Mitochondrial permeability transition in apoptosis and necrosis . Cell Biol Toxicol; 14(2): 141-5, 1998. 42- Holt J A G. The principles of hyperbaric and anoxic radiotherapy. Br J Radiol.; 48: 819-826. 1975. 43- Holt J. A. G. The use of UHF radiowaves in cancer therapy. Australas Radiol: 19(2): 223-241. 1975. 44- Holt J A G. Increase of X-ray sensitivity of cancer after exposure to 434 MHz electromagnetic radiation . J Bioeng; 1(5/6): 479-485. 1977. 45- Holt J A G. The cause of cancer; biochemical defects in the cancer cell demonstrated by the effects of EMR, glucose and oxygen. Med Hypotheses; 5: 109-144. 1979. 46- Holt J A G. The extranuclear control of mitosis and cell function. Med Hypotheses; 6: 145-192. 1980. 47- Holt J A G. Microwaves are not hyperthermia. The Radiographer; 35(4): 151-162. 1988. 48- Holt J A G. The glutathione cycle is the creative reaction of life and cancer. Cancer causes oncogenes and not vice versa. Med Hypotheses; 40: 262-266. 1993. 49- Hopkins F G, Elliott K A C. Relationship of glutathione to cell respiration with special reference to hepatic tissue. Proceedings of the Royal Society London; 109: 58-88,1931. 50- Hoque A; Albanes D;Lippman SM; Spitz MR; Taylor PR; Klein EA; Thompson IM; Goodman P; Stanford JL; Crowley JJ; Coltman CA; Santella RM. Molecular epidemiologic studies within the Selenium and Vitamin E Cancer Prevention Trial (SELECT). Cancer Causes Control; 12 (7): 627-33, 2002. 51- Ip C.; Hayes C.; Budnick R. M.; Ganther H. Chemical form of selenium, critical metabolites and cancer prevention. Cancer Res. 51: 595-600; 1991. 52- Jamison JM; Gilloteaux J; Taper HS; Calderon PB; Summers JL. Autoschizis: a novel cell death. Biochem Pharmacol; 63(10): 1773-83, 2002. 53- Jha MN, Bedford JS, Cole WC, Edward-Prasad J, Prasad KN: Vitamin E (d-alpha-tocopheryl succinate) decreases mitotic accumulation in gamma-irradiated human tumor, but not in normal cells. Nutr Cancer 35: 189-194, 1999. 54- Johnson LT, Williamson G, Musk SRR: Anticarcinogenic factors in plant foods. A new class of nutrients Nutr Res Ver 7: 1-30, 1994. 55- Johnson TM, Yu ZX, Ferrans VJ, Lowenstein RA, Finkel T: Reactive oxygen species are downstream mediators of p53dependent apoptosis. Proc Natl Acad USA 93: 11848-11852, 1996. 56- Kang-Beom Kwon, Su-Jin Yoo, Do-Gon Ryu, Jeong-Yeh Yang, Hye-Won Rho, Jong-Suk Kim, Jin-Woo Park, Hyung-Rho Kim, Byung-Hyum Park. Induction of apoptosis by diallyl disulfide through activation of caspase-3 in human leukemia HL-60 cells. Biochemical Pharmacology 63 , 41-47, 2002. 57- Kerr JF; Searle J. Deletion of cells by apoptosis during castration-induced involution of the rat prostate . Virchows Archiv B Cell Pathol 13: 87-102, 1973. 58- Kerr JFR, Winterfold CM, Harmon BV: Apoptosis, its significance in cancer and cancer therapy. Cancer 73: 2013-2026, 1994. 59- Kitamura Y; Ota T; Matsuoka Y; Tooyama I; Kimura H; Shimohama S; Nomura Y; Gebicke-Haerter PJ; Taniguchi T. Hydrogen peroxide-induced apoptosis mediated by p53 protein in glial cells. Glia; 25(2): 154-64, 1999. 60- Kosower N S, Kosower E M. The glutathione ? glutathione disulphide system. In: Pryer W E, ED. Free Radicals in Biology. Vol 2, New York: Academic Press,: 55-84. 1976. 61- Kroemer G, Zamzami N, Susin AS: Mitochondrial control of apoptosis. Immunol Today 18: 44-51, 1997. 62- Labriola D , Linvingston R , Possible interactions between dietary antioxidants and chemotherapy. Oncology 13:1003-1012,1999. 63- Li J; Zheng R; Li J; Wang Z. Mechanisms of the induction of apoptosis in human hepatoma cells by tumour necrosis factor-alpha. Cell Biol Int; 25(12): 1213-9, 2001. 64- Marchetti P; Decaudin D; Macho A; Zamzami N; Hirsch T; Susin S A ; Kroemer G. Redox regulation of apoptosis: impact of thiol oxidation status on mitochondrial function . Eur J Immunol; 27(1): 289-96, 1997. 65- Matés JM; Sánchez-Jiménez FM. Role of reactive oxygen species in apoptosis implications for cancer therapy. Int J Biochem Cell Biol; 32(2):157-70, 2000. 66- Maxwell SRI: Antioxidant vitamin supplements. Update of their potential benefits and possible risks. Drug Safety 4: 253-266, 1999. 67- McGovan AJ, Fernandes RS, Samali AA, Cotter TG: Antioxidants and apoptosis. Biochem Soc Trans 24: 229233, 1996. 68- Meister A . Glutathione deficiency produced by inhibition of its synthesis , and its reversal; applications in research and therapy. Pharmac. Ther. Vol. 51, pp. 155-194, 1991. 69- Meister A . Mitochondrial changes associated with glutathione deficiency . Biochim Biophys Acta ; 1271(1): 35-42, 1995. 70- Nakagawa Y; Akao Y; Morikawa H; Hirata I; Katsu K; Naoe T; Ohishi N; Yagi K. Arsenic trioxide-induced apoptosis through oxidative stress in cells of colon cancer cell lines . Life Sci; 70(19): 2253-69, 2002. 71- Needham J, Lehmann H. Intermediary carbohydrate metabolism in embryonic life. V. The phosphorylation cycles. VI.Glycolysis without phosphorylation. Biochem J; 31: 1210-1238. 1937. 72- Nelson A J M, Holt J A G. Combined microwave therapy. Med J Australia; 2: 88-90. Ibid 1985; 13: 707-708, 1978. 73- Nelson AJM & Holt JAG. Microwave adjunt to radiotherapy and chemotherapy for advanced lynphoma. Med. J. Aust., 1:311-313,1980 74- Noto, V., Taper, H. S., Jiang, Y. H., Janssens, J., Bonte, J. & De Loecker, W. Effects of sodium ascorbate (vitamin C) and 2-methyl-1,4-naphthoquinone (vitamin K3) treatment on human tumor cell growth in vitro. Synergism of combined vitamin C and K3 action. Cancer 63: 901-906, 1989. 75- Omenn GS, Goodman GE, Thornquist MD, Balmes J, Cullen MR, Glass A, Keogh JP, Meyskens FL, Valanis B, Williams JH, Barnart S, Harmar S: Effects of a combination of beta carotene and vitamin A on lung cancer and cardiovascular disease. N Engl J Med 334: 1150-1155, 1996. 76- Owuor E D; Kong AN. Antioxidants and oxidants regulated signal transduction pathways. Biochem Pharmacol; 64 (5-6): 765-70, 2002. 77- Perego P; Gatti L; Carenini N; Dal Bo L; Zunino F. Apoptosis induced by extracellular glutathione is mediated by H(2)O(2) production and DNA damage. Int J Cancer ; 87(3):343-8, 2000. 78- Polverino AJ, Patterson SD. Selective activation of caspases during apoptotic induction in HL-60 cells. Effects of a tetrapeptide inhibitor. J Biol Chem;272:7013-21, 1997. 79- Poot M; Hosier S; Swisshelm K. Distinct patterns of mitochondrial changes precede induction of apoptosis by all-transretinoic acid and N-(4-hydroxyphenyl) retinamide in MCF7 breast cancer cells. Exp Cell Res; 279(1) : 128-40, 2002. 80- Ramachandran C; You W, Differential sensitivity of human mammary epithelial and breast carcinoma cell lines to curcumin. Breast Cancer Res Treat; 54(3): 269-78, 1999 . 81- Saintot M; Astre C; Pujol H; Gerber M. Tumor progression and oxidant-antioxidant status. Carcinogenesis, 17 (6): 1267-71, 1996. 82- Salganik RI, Albright CD, Rodgers J, Kim J, Zeisel SH, Sivashinskiy MS, Van Dyke TA: Dietary antioxidant depletion: enhancement of tumor apoptosis and inhibition of brain tumor growth in transgenic mice. Carcinogenesis 21: 909-914, 2000. 83- Salganik R I. The benefits and hazards of antioxidants: Controlling apoptosis and other protective mechanisms in cancer patients and the human population. Journal of the American College of Nutrition, Vol. 20, No. 5, 464S-472S, 2001. 84- Schrauzer GN. Anticarcinogenic effects of selenium. Cell Mol Life Sci; 57 (13-14): 1864-73, 2000. 85- Schwartz JL. The Dual Roles of Nutrients as Antioxidants and Prooxidants : Their Effects on Tumor Cell Growth . J Nutr. 126: 1221S1227S, 1996. 86- Shackelford RE; Kaufmann Wk; Paules RS . Oxidative stress and cell cycle checkpoint function . Free Radic Biol Med ; 28(9): 1387-404, 2000. 87- Shen H; Yang C; Liu J; Ong C. Dual role of glutathione in selenite-induced oxidative stress and apoptosis in human hepatoma cells. Free Radic Biol Med; 28(7):1115-24, 2000. 88- Slater AFG, Nobel CSI, Orrenius S: The role of intracellular oxidants in apoptosis. Bioch biphys Acta 1271: 59-62, 1995. 89- Spallholz JE. On the nature of selenium toxicity and carcinostatic activity. Free Radic Biol Med; 17 (1): 4564, 1994. 90- Spallholz JE. Free radical generation by selenium compounds and their prooxidant toxicity. Biomed Environ Sci; 10 (2-3): 260-70, 1997. 91- Spallholz JE; Shriver BJ; Reid TW. Demethyldiselenide and methylseleninic acid generate superoxide in na vitrochemiluminescence assay in the presence of glutathione: implications for the anticarcinogenic activity of Lselenomethionine and LSemethylselenocysteine. Nutr Cancer; 40 (1): 34-41, 2001. 92- Stewart MS; Spallholz JE; Neldner KH; Pence BC. Selenium compounds have disparate abilities to impose oxidative stress and induce apoptosis. Free Radic Biol Med; 26(1-2): 42-8, 1999. 93- Sundaram SG, Milner JÁ. Diallyl disulfide induces apoptosis of human colon tumor cells. Carcinogenesis;17:669-73.1996a. 94- Sundaram SG, Milner JÁ. Diallyl disulfide inhibits the proliferation of human tumor cells in culture. Biochim Biophys Acta;1315:15-20, 1996b. 95- Svensson N L, I, Weber T, Weber C, Brunk UT: ?- tocopheril succinate-induced apoptosis in Jurkat cells involves caspase-3 activation, and both lysosomal and mitochondrial destabilization. FEBS Lett 445: 295-300, 1999. 96- The effect of vitamin E and beta carotene on the incidence of lung cancer and other cancers in male smokers. The Alpha-Tocopherol, Beta Carotene Cancer Preventive Study Group. N Engl J Med 330: 1029-1035, 1994. 97- Verhaegen S, Adrian J, McGovan J, Brophy AR, Fernandes RS, Gotter TG: Inhibition of apoptosis by antioxidants in the human HL-60 leukemia cell line. Biochem Pharmacol 40: 1021-1029, 1995. 98- Viard I; Wehrli P; Jornot L; Bullani R; Vechietti JL; Schifferli JÁ; Tschopp J; French LE. Clusterin gene expression mediates resistance to apoptotic cell death induced by heat shock and oxidative stress. J Invest Dermatol; 112(3): 290-6, 1999. 99- Warburg O et al. Ubre den Stoffwechsel der Carcinomzelle. Biochem Zeitschr; 152: 308. 1924. 100Warburg O. On the origin of cancer cells. Science; 123: 309-314. 1956. 101- Weber N L, T, Schroeder A, Min L, Ostermann G: Induction of cancer cell apoptosis by alpha-tocopheryl succinate:molecular pathways and structural requirements. FASEB J 15: 403-415, 2001. 102- Yin Y; Solomon G; Deng C; Barrett JC. Differential regulation of p21 by p53 and Rb in cellular response to oxidative stress. Mol Carcinog; 24(1): 15-24, 1999.