Câncer de Próstata José de Felippe Junior Para informação adicional e mais referências bibliográficas vide Biblioteca de Câncer A- Cultura de células 1- Zhong em 2001, mostrou o efeito do selenito sobre células do câncer de próstata humano LNCaP. Para comparar os efeitos agudos e crônicos do selênio , o autor utilizou dois tipos de linhagens : uma adaptada ao selênio por 6 meses e outra não adaptada. Após exposição aguda ao selenito, ambas linhagens exibiram lesão mitocondrial e morte celular por apoptose. Após exposição crônica as células mostraram inibição do crescimento provocada por parada do ciclo celular e somente leve apoptose. Este trabalho nos mostra que tanto o uso agudo como o crônico do selenito provocam efeitos maléficos nas células do câncer de próstata humano. 2- Shen em 2000, mostrou que o GSH possui um duplo papel no efeito do selênio sobre as células cancerosas. O GSH age como prooxidante, facilitando o estresse oxidativo e a apoptose induzida pelo selênio ou o GSH age como antioxidante, protegendo a célula contra o estresse oxidativo e a apoptose. Quantidades supra nutricionais de selênio em uma primeira fase aumentam os níveis de GSH como mecanismo de defesa, porém, logo a seguir com a continuidade e permanência do selênio acontece grande produção de H2O2 , que acarreta uma drástica diminuição do GSH e os efeitos citotóxicos para a célula cancerosa. A superoxido dismutase, a catalase e a desferroxamina atenuam significantemente os efeitos apoptóticos do selênio. 3- Trabalhos soviéticos que conseguimos somente o resumo , já em 1998 apontavam que o sistema catalítico binário constituído por um complexo orgânico de cobalto e ácido ascórbico estava se mostrando como um novo agente anti tumoral. Akatov em 1999, no Instituto de Biofísica de Moscou, mostrou que a hibroxicobalamina (mas não a cianocobalamina) juntamente com o ácido ascórbico se acumulam seletivamente nas células tumorais e provocam aumento da geração de radicais livres , lesão de DNA e a morte celular por apoptose. Este efeito citotóxico é observado tanto in vivo como in vitro . Complexos de cobalto combinados com agentes redutores como o ascorbato possuem atividade antinuclease na presença de oxigênio molecular e assim conseguem promover a clivagem do DNA , tipo internucleossomal . 4- Existem 3 formas de vitaminas K : vitamina K1 ( filoquinona ou fitonadiona ) , vitamina K2 ( menaquinona ) e vitamina K3 ( menadiona ). A vit K3 é a que possui maior atividade antitumoral mostrando inibição de 50% na formação de colônias em 86% dos tumores humanos testados à 1 micrograma/ml. Estes tumores incluem o câncer de mama, de próstata , gliomas , tumores de cabeça e pescoço, etc. In vivo a atividade antitumoral necessita de doses relativamente altas . A vitamina K 3 exerce efeito antitumoral inibindo a atividade da Cdk1. A ligação da vit. K3 à fosfatase Cdc25 provoca a formação de Cdk1 hiperfosforilado que é inativo o que subsequentemente induz à parada do ciclo celular e a morte das células. A vitamina K3 induz a parada do ciclo celular e a morte da célula por inibir a Cdc25 fosfatase a qual promove o acúmulo da proteina retinoblastoma ( RBp) inativa hipofosforilada e a Cdk1 inativa hiperfosforilada. A vit. K3 também induz apoptose por fragmentação do DNA e aumento da expressão do gene c-myc. 5- Antioxidantes como a acetilcisteina, catalase , superoxido dismutase e desferroxamina podem diminuir ou até abolir o efeito da vit. K3. A aspirina e a indometacina conseguem suprimir quase que por completo a geração de radical superoxido pela menadiona. 6- A vitamina C e a vitamina K3 administradas na razão 100: 1 exibem atividade antitumoral sinérgica e preferencialmente matam as células tumorais por autoschizis. Esta dupla de vitaminas induz ao bloqueio da divisão celular na fase G1/S, diminuí a síntese de DNA, aumenta a produção de radical superoxido e de H2O2 e diminuí severamente os níveis de GSH e de outros tiois celulares. Neste ínterim ocorre aumento de 8 a 10 vezes na quantidade intracelular de cálcio ionizado. As vitaminas K3 e C aumentam o estresse oxidativo até ele se sobrepor à defesa antioxidante endógena incluindo o GSH . Neste momento é que acontece a liberação de cálcio ionizado o qual ativa a DNAase dependente de cálcio , a qual provoca a clivagem do DNA. 7- A vitamina D3 ( 1,25 dihidroxivitaminaD3 ) forma hormonal da vitamina D , possuí atividade anti câncer in vivo e in vitro. A noção que a vitamina 1,25(OH)2-D3 desempenha atividade anti câncer veio de estudos epidemiológicos que mostraram uma correlação inversa entre a incidência e a malignidade do câncer de mama , de próstata e coloretal com a exposição ao Sol, com a ingestão de vit. D e com os níveis sanguíneos de metabolitos da vit. D. 8- É bem conhecido que a vit D3 apresenta propriedade antiangiogênica frente a tumores sólidos, incluindo os tumores de mama e de próstata ( 9 10,11) . Esta atividade foi também demonstrada no carcinoma de colon. Takaku em 2001 mostrou elegantemente que a vitamina D2 ( ergosterol ) também apresenta um efeito antiangiogênico potente. No sarcoma 180 no rato, notou que o retardo do crescimento provocado por uma fração lipídica do Agaricus blazei Murill era por antiangiogênese e que o responsável por esse efeito era o ergosterol presente no extrato do cogumelo. O ergosterol não possuí atividade in vitro contra o sarcoma 180. 9- A beta glucana é um imunomodulador que foi muito estudado por DiLuzio como bactericida, viricida, fungicida e anticâncer em animais de experimentação, pelos seus efeitos de aumentar a imunidade celular, imunidade humoral e a atividade das células ``natural killer``. Felippe Jr. mostrou os seus efeitos benéficos no tratamento de infecções graves em pacientes de UTI e também como um agente que diminuí drasticamente a incidência de infecção hospitalar em politraumatizados graves. Fullerton em 2000, mostrou que a beta glucana induz a apoptose em células do carcinoma prostático, in vitro. Obteve um índice de morte celular da ordem de 95% em 24 horas de incubação, das células malignas com a dose de 480 mcg/ml. Quando associou a vitamina C (200mcgMol) obteve morte celular superior a 90% usando somente 30 a 60 mcg/ml de glucana. O mecanismo de ação proposto pelo autor foi a indução de estresse oxidativo nas células tumorais. B- Seres Humanos 1- AFG, masculino, 62 anos. Adenocarcinoma acinar de próstata, Gleason combinado grau 5 ( 2 + 3 ) e hiperplasia mioadenomatosa. PSA: 8,6 e ultrasom transretal com próstata pesando 64g. Iniciou RF em 07/02/01 e após 44 aplicações em período de 4 meses ( 15minutos, 3 x por semana ) o PSA caiu para 0.6 e o peso da próstata diminuiu para 44g (redução de 32%). Trabalhando e sem sintomas em outubro de 2003. Seis biopsias não mostraram a presença do adenocarcinoma 2- O Prof. Gilloteaux, descreve 3 pacientes com câncer de mama e um paciente com câncer de próstata com sobrevida de longo prazo com o emprego da dupla de vitaminas, C e K3. Referência Bibliográfica: 1- 2- 3- 4- 5- 67- Akatov V.S, Yu. V. Evtodienko, A. I. Medvedev, V. V. Leshchenko, M. E. Solov’eva, A.A. Kudryavtsev, E. I. Lezhnev, and R. I. Yakubovskaya. DNA damage and tumor cell death caused by the combined effect of vitamins B12b and C. Doklady Biological Sciences, Vol. 373, 373-375, 1999. Fullerton AS; Samadi AA; Tortorelis DG; Choudhury MS; Mallouch C; Tazaki H; Konno S. Induction of apoptosis in human prostatic cancer cells with beta-glucan (Maitake mushroom polysaccharide). Mol Urol; 4(1): 7-13, 2000. Gilloteaux J; Jamison JM; Arnold D; Ervin E; Eckroat L; Docherty JJ; Neal D; Summers JL. Cancer cell necrosis by autoschiziz: synergism of antitumor activity of vitamin C: vitamin K3 on human bladder carcinoma T24 cells. Scanning; 20(8): 564-75, 1998. Gilloteaux J; Jamison JM; Venugopal M; Giammar D; Summers JL. Scanning electron microscopy and transmission electron microscopy aspects of synergistic antitumor activity of vitamin C – vitamin K3 combinations against human prostatic carcinoma cells. Scanning Microsc; 9(1): 159-73, 1995. Noto, V., Taper, H. S., Jiang, Y. H., Janssens, J., Bonte, J. & De Loecker, W. Effects of sodium ascorbate (vitamin C) and 2-methyl-1,4-naphthoquinone (vitamin K3) treatment on human tumor cell growth in vitro. I. 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