UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE PLANO ESTRATÉGICO EM MARKETING Por: CLAUDIO DA CUNHA PAIVA Orientadora Profa. ANA PAULA RIBEIRO Rio de Janeiro 2009 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE PLANO ESTRATÉGICO EM MARKETING Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial Por Claudio da Cunha Paiva 3 AGRADECIMENTOS Agradeço ao corpo docente do Instituto “A Vez do Mestre”, à Professora Ana Paula Ribeiro pelo auxílio na revisão e formatação dos textos e a minha irmã que contribuiu para a confecção desse trabalho acadêmico. 4 DEDICATÓRIA Dedico esta monografia às minhas filhas Taís e Mariana. 5 RESUMO Uma abordagem teórica e reflexiva sobre as formas de alcançar a excelência no atendimento a partir da atração, motivação, conversão e fidelização dos clientes na área da saúde. O presente trabalho tem por finalidade a discussão sobre como alcançar a excelência no atendimento aos clientes, também na área da saúde, a partir do desenvolvimento de um plano estratégico em Marketing. Este trabalho construiu-se com base em levantamento bibliográfico diversificado, visando um maior aprofundamento, discussão, reflexão sobre a importância da satisfação dos clientes para um crescimento cada vez maior das organizações. Palavras-chave: Marketing, Planejamento, Clientes, Saúde. 6 METODOLOGIA Levantamento bibliográfico: - livros de administração e marketing, - artigos de jornais e revistas, - artigos científicos. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I UMA ABORDAGEM SOBRE O MARKETING 11 CAPÍTULO II PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM MARKETING 24 CAPÍTULO III EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO: COMO ATRAIR, CONVERTER E FIDELIZAR CLIENTES 37 CONCLUSÃO 45 BIBLIOGRAFIA 47 8 INTRODUÇÃO O forte impacto da tecnologia, somado ao processo gradual de mudança, orientado para globalização das relações econômicas, é uma realidade que devemos enfrentar e que afeta não somente nosso cotidiano, mas especialmente as diversas áreas de atuação, entre elas a administrativa e a área de saúde. Neste sentido, observa-se que as empresas devem somar conhecimentos, melhorar sua cultura competitiva, orientar-se para o cliente, gerenciar o presente desfrutando ao máximo a sua competência essencial, sua potencialidade de mercado, tecnologia e processo produtivo, preparando-se assim para o futuro a partir de uma "visão empreendedora", valorizando os recursos e a competência e com o passar do tempo, introduzindo inovações necessárias, entrando em novos setores de atividade. Atualmente, têm-se como uma nova competência a questão da consideração de novos aspectos e condutas, tanto dos clientes como dos competidores, a fim de definir um processo de marketing em que devem ser considerados diversos aspectos, entre eles: 1. A clara individualização do cliente previamente a qualquer ação comercial, baseado nos princípios de segmentação. Deve-se notar que um mercado é formado por compradores que diferem entre si em um ou mais aspectos, diferenciando em relação a desejos, recursos, localizações geográficas, atitudes e práticas de compra. 2. Utilização inteligente da tecnologia disponível no mercado para potencializar as relações com os distintos tipos de clientes. 3. Maiores exigências dos clientes que estão acrescentando e mudando seus hábitos de consumo-compra e onde existe aprendizagem de novas fórmulas e códigos dando origem a situações distintas das tradicionais. 4. A maior consciência da qualidade implica na aceitação do que o cliente valoriza como bom e não do que o empresário ou comerciante crê ser melhor. 5. Saber diferenciar entre competir e competitividade já que entre muitos prestadores de serviços profissionais tentam competir (que é uma ação) e nem 9 todos reúnem os mesmos valores agregados em suas ofertas de serviços, que implica numa diferença substancial em termos de competitividade (que é um atributo). 6. Os clientes médios buscam relacionar-se em longo prazo com seus fornecedores de bens e serviços e esta é uma tendência mundial, onde em distintos tipos de mercados e clientes se comprovam certo cansaço provocado por anteriores condutas de mudanças permanentes de provedores. 7. A especialização é a chave do êxito e em tal sentido devemos considerar que a maior forma de adaptarmos aos nossos clientes é obtendo respostas na medida em que cada um deles espera dos serviços oferecidos. Esta especialização implica em desenvolvimento de uma série de aspectos gerais do negócio que envolve todos os membros da empresa, que devem conhecer cada vez mais sobre suas funções específicas e sobre as exigências de determinados tipos de negócios em relação com determinados tipos de clientes. 8. Pensar estrategicamente, no sentido de ter consciências sobre qual é na realidade sua função e quais os objetivos de sua empresa, obtendo-se no Planejamento Estratégico voltado para o mercado, já que muitas vezes as empresas se vêem afetadas pelas seduções de curto prazo, o que pode levar a um fraco posicionamento da nossa imagem comercial no futuro. 9. Aceitar as Mudanças que implica no desafio de reconhecer que há novos componentes culturais que estão mudando de forma definitiva no comportamento das pessoas desde o lado da oferta como no da demanda. O presente trabalho originou-se diante de uma necessidade de discutir uma forma diferente e eficaz de alcançar a excelência no atendimento, o que é objetivo de toda e qualquer empresa, organização. Este estudo preocupa-se em tornar compreensível, de uma maneira objetiva e sucinta, a eficácia de um planejamento estratégico em marketing como forma de atrair, converter e fidelizar clientes, ou seja, atingir a excelência no atendimento. Desta forma, a importância deste trabalho, se volta para a compreensão da excelência do atendimento a partir de um Planejamento Estratégico em Marketing, cujo objetivo principal é desenvolver estratégias que guiarão a 10 organização a obter um melhor desempenho e, conseqüentemente, um melhor resultado, para que conquiste realmente os clientes. Ressalta-se ainda que a comunicação é um fator essencial para que as pessoas entendam e se comprometam com as estratégias elaboradas. Um outro fator importante é a participação de todos os níveis da organização na elaboração do planejamento. Além da consciência de que não há só um modelo ideal de planejamento, há diversos modelos muito interessantes de planejamento que são altamente eficazes, mas que, entretanto não devem ser aleatoriamente aplicados, e sim podem ser analisados e refeitos, de acordo com a realidade e necessidades de cada organização. Este trabalho terá o seguinte desenvolvimento: na primeira parte tratar-se-á do Marketing sob uma visão, englobando: breve histórico, definições e conceitos, Sistema de Marketing, este por sua vez abordando a estrutura e funcionamento de um sistema de marketing. Já na segunda parte, será abordado o planejamento estratégico em marketing, no que diz respeito a conceitos, funções, estrutura e propostas, bem como a apresentação de um plano de marketing. Na terceira parte, trata-se de como alcançar a excelência no atendimento, como conseguir atrair, converter e fidelizar clientes, a partir de um atendimento de qualidade, do estabelecimento de um relacionamento eficiente com os clientes e por fim desenvolver-se-ão as considerações finais do trabalho. 11 CAPÍTULO I 1 - UMA ABORDAGEM SOBRE O MARKETING 1.1 Breve Histórico “O que um homem realmente precisa? Algumas centenas de gramas de comida todos os dias, aquecimento e abrigo, dois metros para se deitar e alguma forma de trabalho que lhe proporcionará uma sensação de realização. E isso é tudo, sob o aspecto material. Todos sabemos disso. Mas recebemos uma lavagem cerebral de nosso sistema econômico, até que terminemos numa tumba, debaixo de uma pirâmide de prestações, hipotecas, utensílios absurdos, brinquedos que desviam nossa atenção da estupidez de tudo isso”. (Sterling Hayden, citado por Kotler em 1988, p. 30) Embora a citação acima não seja tão recente, observa-se que se trata de uma discussão antiga e que permanece até hoje, em relação aos benefícios ou malefícios do marketing. Neste sentido, as dúvidas em relação ao fato de que o marketing cria demandas ou apenas estimula a demanda de produtos já existentes é uma constante desde o surgimento do termo. De acordo com alguns autores, o berço do marketing se encontra indiscutivelmente nos Estados Unidos e a sua difusão pelo mundo se deu de forma relativamente lenta, considerando que mesmo na Europa, o marketing só começou a ser aceito após a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, de um ponto de vista histórico, o período da Revolução Industrial representou um marco no que diz respeito ao aumento da oferta de produtos e da concorrência fazendo com que a produção não estivesse apenas voltada para o que, até então, era considerado básico. Neste contexto, inicia-se a eterna luta pela satisfação das necessidades humanas. E é neste sentido, que o marketing é compreendido como uma atividade humana dirigida para a satisfação das necessidades e desejos, através dos processos de troca. 12 Assim, observa-se que mesmo que as condições para a sobrevivência do homem sejam tão básicas, as necessidades do homem, bem como sua evolução são uma constante e o marketing apenas se encarrega de satisfazêlas. 1.1.2 O Marketing no Século XXI Estudiosos já previam a mudança dos conceitos, funções e especialmente da estrutura e execução do marketing com o decorrer do tempo, considerando que o mundo está em contínua mudança e evolução, especialmente no que diz respeito às inovações tecnológicas. Neste sentido, já era previsto que na primeira década do século XXI, ocorreria uma desintermediação substancial e uma redução de atacadistas e varejistas por causa do comércio eletrônico. Ou seja, a disponibilidade de variados produtos de diversas áreas, sem se precisar ir a uma loja, considerando que os clientes terão acesso ao que quiserem via Internet. Neste sentido, considera-se essencial que os estabelecimentos, empresas, organizações e etc... se adaptem à esta nova realidade, utilizando estes recursos em prol de seus objetivos e crescimento de sua empresa, e especialmente à satisfação de seus clientes. Uma empresa hoje tem a possibilidade de possuir um banco de dados, contendo informações preciosas sobre as preferências, necessidades e exigências dos clientes, e a partir disso pode personalizar suas ofertas e serviços, tornando-o mais ágil e eficiente. A partir disto, há a grande possibilidade das empresas conseguirem fazer com que os departamentos de contabilidade gerem números reais sobre lucratividade por segmento, cliente individual, produto, canal e unidade geográfica. As empresas que desenvolverem esta perspectiva acabarão por mudar sua filosofia de vendas isoladas para a de fornecimento em um espaço de tempo maior e predeterminado em detrimento da redução do preço unitário do produto. 13 Ressalta-se ainda a questão da privatização das empresas, cada vez mais comum, uma vez que seja ela parcial ou total, observam-se resultados favoráveis no que diz respeito aos índices de retorno. Dentro do processo de marketing, vale ressaltar a importância de profissionais de outras áreas, seja na etapa inicial, na de desenvolvimento, execução, controles ou na de resultados. Há a necessidade de um trabalho integrado e comprometido com a satisfação dos clientes, e para isso há a necessidade de diversas informações, como por exemplo, em um hospital a necessidade de informações vitais como: números históricos da organização, relatórios médicos, números atuais e projeção dos seus clientes, considerando ainda que estes números nas mais diversas áreas contêm estudos sobre receitas, despesas e resultados por produtos, segmento, distribuidor, equipes de força de vendas, região, controles de estoques e investimentos. 1.2 Definições e Conceitos Através do estudo do Marketing, de um ponto de vista histórico, observa-se diversas definições e conceitos do mesmo, entre eles: De acordo com Cobra, (1992, p.34), define o surgimento do termo marketing como uma expressão anglo-saxônica que deriva da palavra mercari, do latim, que significa comércio ou ato de mercar, comercializar ou transacionar. Já de acordo com a definição oficial da American Marketing Association, marketing refere-se ao processo de planejamento e execução, desde a concepção, apreçamento, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais. Em 1971, Stanton apud Cobra (1992), definiu marketing como o desempenho de atividades empresariais interatuantes destinadas a planejar, apressar, promover e distribuir bens e serviços que satisfazem a desejos dos clientes presentes e potenciais. 14 Já Richard Bagozzi, também citado por Cobra (2002), sugere que marketing “é o processo de criar e resolver relações de troca” (BAGOZZI APUD COBRA, 2002). Neste sentido, observa-se que com o tempo, foram aumentando as discussões em relação ao marketing, seus conceitos e funções. Assim foram surgindo inúmeros conceitos de marketing, e isto fez com que surgissem várias outras discussões, agora em relação à aplicação social de todos eles. Foi então que Philip Kotler, incluiu dentro dos conceitos de marketing, novos propósitos de conceito humano, conceito de consumo inteligente e conceito do imperativo ecológico, dando origem ao denominado Marketing de Caráter Societal. Este conceito acaba por definir a tarefa da organização como sendo determinar necessidades, desejos e interesses de participação de mercado e proporcionar a satisfação desejada mais efetiva e eficiente do que a concorrência de forma a preservar ou aumentar o bem estar tanto do consumidor quanto da sociedade. Neste sentido, este novo conceito, passa a considerar o bem-estar do consumidor e do público em longo prazo, além de exigir a inclusão de quatro considerações nas tomadas de decisões: desejos dos consumidores, interesses dos consumidores, exigências da empresa e bem-estar social. Assim, o marketing societal desperta a preocupação em relação à má distribuição de renda e a necessidade de adequar produtos e serviços a populações diferenciadas. Uma caracterização mais atual do marketing, feita por McKenna (2003), afirma que o marketing atual orienta-se pela criação, e não pelo controle de um mercado. Além do que, baseia-se na educação desenvolvimentista, no aperfeiçoamento incremental, e no processo contínuo, e não mais nas simples táticas para concentrar fatias de mercado, ou em eventos únicos. Neste sentido, observa-se que estas características devem ser empregadas para enfrentar a grande diversidade de produtos que surgem e continuam surgindo. 15 Este processo contínuo, citado por McKenna, representa a segurança de manter uma marca em evidência num período marcado pela constante evolução das necessidades. Entretanto, vale ressaltar que entre todas as definições de marketing, há um ponto em comum, que se refere à busca pela satisfação dos clientes e, como conseqüência da busca da satisfação, está a identificação das necessidades. Neste processo de identificação pode ser utilizado um marketing baseado no conhecimento: de novas tecnologias, da concorrência, de seus clientes, de sua própria organização, recursos, planos e formas de fazer negócio, bem como da experiência, que enfatiza a interatividade, conectividade e criatividade. 1.2.1 Mercado Observa-se que o marketing existe a partir do momento em que o homem decide satisfazer as suas necessidades e desejos de uma forma que podemos chamar de troca. Dentro desta perspectiva, o conceito de troca, leva naturalmente ao conceito de mercado, considerando que a troca é uma das quatro alternativas de que o homem dispõe para obter um produto, sendo que a primeira delas é a autoprodução, onde o próprio homem satisfaz suas necessidades; a segunda refere-se à coerção, onde o homem é capaz de arrancar, a força, o objeto de desejo sem oferecer nenhum benefício em troca; a terceira trata-se da súplica, onde o homem é capaz de suplicar e implorar comida, por exemplo, sem ter nada de tangível a oferecer a não ser a gratidão. De acordo com Marcos Cobra (1992), podemos caracterizar quatro fases características do mercado: - Era da produção - período compreendido até 1600 e caracterizado pela fase de subsistência; - Era da venda - surge na segunda metade do séc. XIX, com a produção em massa, como um dos efeitos da Revolução Industrial; - Era do produto - iniciada em 1950, a era do produto leva as organizações a buscarem produtos de melhor qualidade, desempenho e concepção, apesar de 16 estar concentrado nos produtos. Esta fase também se caracteriza pela venda massiva sem levar muito em conta as necessidades dos consumidores; - Era do marketing - a partir de 1970 surge, enfim, a preocupação com o consumidor e suas necessidades, para tanto foi necessário uma integração do meio ambiente interno (produto, funcionários) e externo (governo, fornecedores, concorrência, consumidores e comunidade em geral) de uma organização. Neste sentido, o conceito de marketing nos traz aos conceitos de mercados, os quais significam a tentativa de realizar as trocas em potencial com o objetivo de satisfazer as necessidades e os desejos humanos. Compreende-se que o objetivo maior do marketing é conseguir vender o máximo que um mercado possa absorver do seu produto ou serviço. 1.2.2 – Segmentação O conceito de segmentação surge depois do período de “desmassificação”, com a conseqüente adequação de produtos e serviços para atender gostos cada vez mais diferenciados. Para compreender o sentido de desmassificação, entende-se como massa os “membros que podem vir de qualquer profissão e de todas as camadas sociais, formadas por grupos anônimos que não se integram e nem trocam informações”. Vale ressaltar ainda que, quando os indivíduos encontram-se separados uns dos outros e são anônimos, não têm oportunidade de se comunicar, o que torna a massa frouxamente organizada e incapaz de agir de comum acordo. Este conceito acaba considerando a audiência não apenas heterogênea, mas também anônima e seus elementos isolados. Neste sentido, os princípios trazidos pela segmentação, opõem-se aos de massa por afirmar que toda empresa deve determinar, não apenas quais necessidades servir, mas também as necessidades de quem servir. Esta visão fundamenta-se no fato de que a maior parte dos mercados é grande demais para que se possa atender as necessidades da grande massa. 17 Assim, dentro da segmentação, cabe atender a um conjunto de necessidades de um grupo homogêneo, denominado de mercado-alvo. A segmentação implica no cumprimento de alguns requisitos, tais como: - Definir quem está dentro ou fora do segmento; - Evidenciar um potencial atual ou uma necessidade potencial; - Ser economicamente acessível e reagir aos esforços de marketing; - Ser estável, considerando que segmentos que surgem e desaparecem não são interessantes. Vale ressaltar ainda que uma segmentação eficaz envolve a divisão do mercado por uma sucessão de variáveis, que são: localização geográfica (limites políticos, área comercial); características demográficas (idade, sexo, estado civil, raça, nacionalidade, religião, tamanho da família); características sócio-econômicas (renda ocupação, educação); características psicológicas (personalidade, atitudes, estilo de vida, atividades, interesses, opiniões ou valores); características relativas ao atributo do produto (benefícios, lealdade à marca); características comportamentais do consumidor (razões de compra, lealdade, influência de compra); características relativas ao benefício buscado pelo consumidor (satisfações sensoriais, psicológicas); características relativas ao ramo de marketing (tipo de atividade, tipo de distribuição ao consumidor, tipo de compradores); características relativas ao marketing mix (preço, marca, promoção de vendas, merchandising, publicidade, esforço de vendas, canal de distribuição). Mas vale considerar que, embora a segmentação seja apontada por muitos autores como essencial nos dias atuais, devido ao fato de que o volume de produtos é cada vez maior e as necessidades cada vez mais variadas, existem empresas que preferem não reconhecer os diferentes segmentos que compõem o mercado. Este é o chamado marketing indiferenciado, referindo-se ao marketing que enfoca o que é comum nas necessidades das pessoas, procurando projetar um produto e um programa de marketing que apele para o maior número de compradores. Entretanto, este tipo de marketing não tem muitas vantagens, a 18 não ser a economia de custos com propaganda diferenciada, pesquisas e administração do produto. 1.3 SISTEMA DE MARKETING De acordo com Cobra (2002), a interação de uma organização com seus meios ambientes internos e externos se realiza através do composto de marketing que é formado pelo que é chamado de 4 “Ps” e 4 “As”. Os 4 “As”, referem-se às quatro funções básicas de uma administração de marketing, e que compreendem: - Análise - utilizada para compreender as forças vigentes no mercado em que opera ou pretende operar a empresa no futuro; - Adaptação - intuito de ajustar a oferta da empresa, ou seja, as suas linhas de produtos ou serviços, às forças externas detectadas através da análise; - Ativação - conjunto de medidas destinadas a fazer com que o produto atinja os mercados pré-definidos e seja adquirido pelos compradores com a freqüência desejada; - Avaliação - exerce controle sobre os processos de comercialização e interpretação destes resultados a fim de racionalizar os futuros processos de marketing; Os 4 “Ps”, por sua vez, compreendem o produto, promoção, preço e distribuição. Entende-se como produto, qualquer coisa que pode ser oferecida a um mercado para aquisição ou consumo, incluindo-se objetos físicos, serviços, personalidades, lugares, organizações e idéias. Assim, e levando em consideração as definições e objetivos do marketing, a tarefa maior de um produto é satisfazer as necessidades do mercado. Já do ponto de vista do consumidor, um produto tem uma infinidade de significados, portanto é o mercado quem define o produto. Ressalta-se ainda a existência de três conceitos básicos de produto, que são: - Tangível - objeto físico ou serviço que é oferecido ao mercado-alvo, sua configuração física, estilo, qualidade, embalagem e nome da marca; 19 - Genérico - é a utilidade ou o benefício essencial que está sendo oferecido ou procurado pelo comprador, é aquilo que nem sempre pode ser visualizado e que acrescenta na parte tangível do produto; - Ampliado - é a totalidade dos benefícios que a pessoa recebe ou experimenta na obtenção de um produto tangível, é o plus, o algo a mais, oferecido por um produto como instalação, entrega, crédito, garantia, serviço pós-venda. Já em relação à classificação dos produtos, esta se dá da seguinte forma: - Bens de consumo: duráveis (bens tangíveis que normalmente sobrevivem a muitos usos como roupas e automotores); e bens não duráveis (produtos tangíveis que normalmente são consumidos em um ou em poucos usos); e serviços (atividades, benefícios ou satisfações que são oferecidas para a venda); - Bens Industriais: materiais e componentes (entram na fabricação de outros bens, são as matérias primas e os componentes), bens de capital (entram parcialmente na composição do produto auxiliando no processo de fabricação) e suprimentos e serviços (não entram na composição do produto final). Quanto ao posicionamento de produtos, refere-se ao lugar que o produto ocupa em dado mercado, considerando que a empresa necessita para cada segmento desenvolver uma estratégia de posicionamento de produto. Observase ainda que o mercado é quem posiciona o produto e cabe a empresa, entender as engrenagens do mercado para poder influenciar as formas pelas quais o mercado posiciona o produto. Este posicionamento pode ocorrer ainda pela associação da marca a algo que já está na mente dos consumidores. Pois para os mesmos, os produtos variam de acordo com a percepção de sua importância face à quantidade de prêmio que o produto possa proporcionar na sua compra. Neste sentido, constata-se que um ponto importante para construir uma imagem de marca é fixar a mensagem do produto e sua marca na mente do consumidor. Ressalta-se ainda que a diferenciação de um produto no mercado pode estar baseada em vários fatores, tais como: tecnologia, preço, aplicação, qualidade, serviço, canais de distribuição, público-alvo, clientes específicos e alianças. 20 Aqui, cabe citar um outro conceito bem destacado em marketing, que é o merchandising, este funcionando como um elemento complementar, exatamente no momento em que todas as ações convergem para um único ponto: o ponto de venda. Assim, o merchandising é a construção de um cenário para o produto. Nesta perspectiva, o composto de marketing (produto, preço, distribuição e promoção) é essencial na operação dos detalhes táticos do posicionamento. Algumas vantagens competitivas como o merchandising do produto, a capacidade de fabricação, a aceitação dos consumidores, a capacidade de distribuição e de entrega é também apontada como importantes no posicionamento de um produto. Um outro fator essencial é o preço, que em uma economia de mercado, é um valor arbitrário para o pagamento de um produto ou serviço incluindo-se todos os custos de produção e o lucro da empresa. Já para o consumidor, o preço está relacionado à qualidade e ao nível de satisfação que um determinado produto pode oferecer. Neste sentido, o preço é um fator essencial do composto mercadológico e que apesar de outros fatores influenciarem na decisão de compra, há um limite dentro do qual o preço é o fator decisivo para a motivação de compra do consumidor. Vale ainda considerar que assim como o produto, a distribuição (também chamada de Place) também deve satisfazer as necessidades do consumidor. Logo, a função básica de um canal de distribuição é escoar a produção de bens em geral, sejam bens de consumo, industriais ou de serviço. Considerase que desde o período em que o homem começou a realizar trocas dos excedentes produzidos, a distribuição exerce papel fundamental para manter ou expandir mercados. A questão da promoção também é fundamental sendo que se trata da relação dos instrumentos que estão à disposição do emitente, cujo papel principal é o da comunicação persuasiva e divide-se basicamente em propaganda, relações públicas, promoção de vendas e merchandising, as quais explicitaremos brevemente, com exceção do merchandising, já explicado anteriormente. 21 - Relações Públicas – como sendo um cuidadoso estudo das causas e dos resultados da conduta humana, um sistema de relações com pessoas; Um dos principais objetivos de relações públicas de uma empresa é obter uma imagem favorável para a empresa e contornar tudo que seja desfavoráveis à organização. É através dela que são estabelecidos canais com os públicos internos e externos de uma empresa, com a imprensa, com a comunidade em geral e assegura-se a preservação de uma imagem. - Promoção de Vendas - entendida como qualquer atividade que vise vender, que não seja face a face, e inclua freqüentemente a propaganda. Engloba ainda a pesquisa, o estudo, a afinação e a aplicação de todas as idéias e iniciativas que possam conduzir à coordenação, ao melhoramento e ao desenvolvimento das vendas. Tem como função, ajudar os produtos a encontrar melhor o seu comprador. - Propaganda - Compreende a idéia de implantar, de incutir uma idéia, uma crença na mente alheia. A propaganda consiste em um fator dominante de diferenciação do produto e de marcas, atuando por procuração na diferenciação de características do produto. A missão da propaganda se cumpre quando contribui para levar ao consumidor o conhecimento da existência do produto, a compreensão de suas características e vantagens, a convicção racional ou emocional de seus benefícios e finalmente, a ação que conduz a venda. Um outro conceito essencial dentro do marketing, é a mídia aqui abordada dentro do item propaganda, considerando que de pouco valerá uma peça publicitária se os veículos escolhidos para divulgá-la não atingirem o público capaz de interessarem-se pela coisa anunciada. O termo mídia, (de médium meio), ou veículo, ou meio, é que designam o elemento material que divulga a mensagem. A mídia pode ser classificada da seguinte forma: - Veículos visuais - para serem lidos ou vistos, como jornais, revistas, cartazes, painéis e luminosos; - Veículos auditivos - rádio e alto-falantes; - Veículos audiovisuais - para serem ouvidos e vistos como televisão e cinema; 22 - Veículos funcionais - para desempenhar uma dada função como amostras, brindes e concursos. Na escolha da mídia, devem ser considerados alguns elementos, tais como: hábitos de mídia do público-alvo, as características do produto, os custos da mídia, objetivos da mensagem, audiência do veículo, circulação do veículo e audiência efetiva (número de pessoas com as características do público-alvo, que estavam expostas ao veículo). No sistema de Marketing, o conceito de Marcas, muito usado, refere-se ao nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação destes, que pretende identificar os produtos ou serviços de um vendedor, ou grupo de vendedores e diferenciá-los dos produtos ou serviços da concorrência. De um ponto de vista histórico, observa-se que os primeiros exemplos de marca ocorreram na arte, com a colocação dos nomes dos artistas em suas obras. A evolução da utilização das marcas ocorreu a partir da Revolução Industrial, quando a enorme demanda, que gerava uma produção em cadeia, levou fabricantes e atacadistas a escolherem marcas para seus produtos. Quanto a classificação, as marcas podem ser: individuais (única para um produto particular) ou de família (onde uma marca é aplicada à uma linha inteira de produtos). Já em relação a seu posicionamento, a marca busca a diferenciação do produto e, sobretudo a lealdade do consumidor, sendo ainda uma conseqüência de uma correta ou incorreta formulação mercadológica da estratégia do produto. E é por isto, que se torna comum que algumas marcas adquiram vida própria, tornando-se um patrimônio fabuloso para algumas empresas. Considera-se ainda que transformar uma marca em algo mais que um simples nome ou símbolo, não é uma tarefa muito fácil. As ações mercadológicas de uma empresa visam fazer com que o consumidor associe à marca uma série de atributos do produto e uma diferenciação em relação às marcas concorrentes. Neste sentido, as empresas, que acreditam no peso de uma marca, não restringem investimentos. Até porque atualmente, os consumidores estão 23 experimentando e mudando de marcas mais do que nunca e as empresas buscam a fidelização destes clientes à sua marca, através de estratégias que proporcionem um vínculo real e constante com o consumidor em potencial. 24 CAPÍTULO II 2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM MARKETING 2.1 O processo de Marketing Para entender o processo de marketing, devemos inicialmente examinar o processo do negócio. Neste sentido, observa-se que a tarefa de qualquer negócio é entregar valor ao mercado e obter algum lucro. Entretanto, existem, pelo menos, duas visões do processo de entrega de valor, que são: - A visão tradicional : é a que a empresa fabrica algo para depois vender, nesta visão, marketing entra em ação na segunda metade do processo de entrega de valor. Esta visão assume que a empresa sabe o que fabricar e o mercado comprará unidades suficientes para ela obter lucro. Entretanto esta visão não funcionará em economias competitivas. - A visão de marketing : é a visão das empresas modernas, nesta o processo consiste em escolher primeiro o valor, através de análise das oportunidades de marketing, pesquisa, segmentação e escolha do mercado-alvo, desenvolver o produto conforme necessidades do mercado e então vender para obter o lucro aliado à satisfação do cliente. Neste sentido, e partindo da visão de marketing, um processo de marketing é composto de cinco etapas. As empresas modernas e bem sucedidas são dirigidas por uma orientação para o mercado e um planejamento estratégico, e é justamente por esta razão que este trabalho está direcionado para o estudo do planejamento de marketing. 2. 2 O Plano de Marketing Considera-se que o plano de marketing compreende 3 propósitos. Primeiro, serve para desenvolver uma estratégia e comunicá-la aos níveis mais altos da administração. Segundo, serve para justificar o orçamento solicitado. 25 Terceiro, fornece um instrumento para monitorar o progresso contínuo e fazer correções durante a implementação. Neste sentido, o plano de marketing consiste em uma parte crucial de qualquer plano de negócio. O plano de marketing opera em dois níveis, que são: - Plano estratégico de marketing, que desenvolve os objetivos e estratégias amplas de marketing baseados na análise da situação e das oportunidades atuais de mercado. -Plano tático de marketing, que delineia as táticas específicas de marketing para o período, incluindo propaganda, fixação de preço, canais e assim por diante. Assim, o plano de marketing é o instrumento central para dirigir e coordenar o esforço de marketing, sendo que as empresas que desejam melhorar sua eficácia e eficiência de marketing devem aprender como criar e implementar planos de marketing consistentes. Com base nos estudos feitos por Philip Kotler, a seguir detalharemos um plano de marketing em todas suas etapas (natureza, conteúdo e estrutura): I. Sumário Executivo Considera-se que em uma grande empresa todos os projetos devem ser submetidos a aprovação da sua alta administração, logo o sumário executivo consiste em um breve resumo do plano proposto, com as principais metas e recomendações, direcionando à administração da empresa com o propósito de uma rápida avaliação, de modo que haja um conhecimento prévio do objetivo preestabelecido, das metas a serem seguidas e da forma mais viável para uma realização objetiva e acima de tudo satisfatório. Neste sentido, o Sumário Executivo deve conter de forma clara os dados concernentes a situação da empresa, produto e todos os pontos que serão a base de trabalho para o objetivo esperado. Desta forma, para cada uma meta de lucro de tal valor, seria necessário uma meta de vendas em relação ao ano anterior e por consequente uma maior participação no mercado respectivo. Sendo que para essa finalidade será preciso determinadas melhorias como preço, propaganda e distribuição, 26 levando em consideração o orçamento de marketing exigido e qual a margem de aumento ou contenção em relação ao plano anterior. II. Situação Atual de Marketing É necessário quer a empresa deve determinar não apenas quais necessidades servir, mas também as necessidades de quem servir. A maior parte dos mercados é grande demais para que uma empresa possa fornecer todos os produtos e serviços necessários a todos os compradores naquele mercado. Precisa-se de alguma delimitação de recursos, sendo assim, precisa selecionar mercados alvo. Considerando que os mercados variam no seu grau de heterogeneidade. Em extremo, há mercados compostos de compradores que são muito semelhantes em seus desejos, exigências e reações ás influências de marketing. No outro extremo encontram-se os mercados compostos de compradores que procuram qualidades e/ou quantidades substanciais de produtos diferentes. Neste sentido, e ao querer entrar no mercado a empresa deve tomar algumas decisões, tais como: - Determinar os atributos por meio dos quais identificará a possível existência de segmentos de mercados distintos, ou seja, um processo de se identificar grupos de compradores com diferentes desejos ou necessidades de compra; - Determinar o tamanho e o valor dos vários segmentos de mercado; - Determinar como as marcas existentes estão posicionadas no mercado, que seriam identificados e descritos em termos de tamanho, metas, participação de mercado, qualidade dos seus produtos, suas estratégias de marketing, bem como outras características necessárias para compreender suas intenções e comportamento; - Observar os segmentos de mercado que não estão sendo servidos ou que estão servindo inadequadamente pelas marcas existentes, apresentando dados sobre a dimensão e a importância de cada canal de distribuição; - Determinar as características correlatas de segmentos atraentes, tais como: 27 1 - Características Geográficas, buscando critérios geográficos, como: nações, estados, municípios, cidades e outros, reconhecendo os potenciais de mercado e os custos pertinentes a cada região, determinando mercados que poderiam servir melhor. 2 - Características Demográficas, buscando variáveis demográficas tais como idade, o sexo, a renda, a profissão etc.. É uma variável de bases mais populares para se distinguir os agrupamentos mais significativos de mercado, cuja uma das razões seriam as necessidades dos consumidores ou taxas de uso que são geralmente muito associadas com estas variáveis. Outra razão é que são mais fáceis de se medir do que os outros tipos de variáveis. 3 - Características Psicográficas, considerando que as variações psicográficas se referem ao indivíduo e seus aspectos tais como seu estilo de vida, personalidade, motivos de compra, conhecimento e utilização do produto, devido aos indivíduos dentro do mesmo grupo exibirem traços amplamente diferentes. Com isso buscará métodos eficientes de acesso a esses segmentos, de acordo com suas características. Entretanto, torna-se necessário ainda a definição de segmentos atraentes, pois o mero fato de que um segmento de mercado não está sendo servido ou que está, porém, de maneira pobre, não é suficiente. III. Análise das Oportunidades A oportunidade de marketing da empresa é uma área de importante ação mercadológica em que a mesma desfruta de uma vantagem diferencial. A chave da oportunidade de marketing da empresa repousa sobre a questão de se ela pode fazer mais por essa oportunidade ambiental que os seus concorrentes. Consideram-se as seguintes hipóteses: 1. Toda oportunidade ambiental tem alguns requisitos para o sucesso; 2. A empresa tem características especiais, isto é, coisas que pode fazer especialmente bem; 3. A empresa provavelmente se aproveitará de uma vantagem diferencial na área de uma oportunidade ambiental se suas características particulares 28 satisfazerem aos requisitos para o sucesso da oportunidade ambiental de forma mais eficaz que a sua concorrência potencial. Em relação às oportunidades ambientais, cabe a empresa analisar as várias oportunidades que o ambiente oferece, tomando cuidado com as ameaças que podem interferir nos seus projetos, por exemplo: Oportunidades: - \O mercado mostra interesse em um determinado tipo de produto que a empresa ainda não produz mas tem capacidade para desenvolvimento com qualidade e preço; - \Existem parceiros no mercado dispostos a lançar e distribuir o produto; - Existe um cliente disposto a comprar uma grande quantidade do produto podendo sobrar em caso de desconto. \Ameaças: - A concorrência está lançando um produto similar com mesma qualidade e preço mais baixo; - \Os consumidores estão comprando em lojas a empresa tem pouca participação; - A concorrência saiu na frente com forte campanha promocional Ressalta-se ainda que a empresa, organização, deve conhecer seus pontos fortes e fracos. Como por exemplo: \Forças: - A empresa possui uma marca forte e imagem de qualidade; - \Revendedores bem preparados e treinados para vendas; - \Excelente rede de assistência técnica; \Fraquezas: - \O produto da concorrência tem qualidade ligeiramente superior ao da empresa; - A concorrência está investindo o dobro em promoções; - O produto da empresa não está bem situado no mercado como os demais. 29 IV. Objetivos Os objetivos como planos permanentes significam a razão de ser da empresa e para onde devem convergir todos os esforços e as metas dentro dos objetivos são os alvos específicos a serem alcançados. Todos os demais planos têm como condição de premissa fundamental o objetivo. Por isso, a ocorrência de objetivos vagos ou mal anunciados pode acarretar falhas fatais na definição de política, de estruturas e de estratégias. Considera-se ainda que a avaliação do desempenho da empresa mede-se através da consecução de seus objetivos e propósitos. Assim, o objetivo temse tornado instrumento de medição da eficácia da aplicação de recursos humanos, físicos e financeiros na empresa. Vale ressaltar que o objetivo compõe-se de três elementos: 1. O atributo específico escolhido como medida de eficiência, como por exemplo, o lucro; 2. O padrão de escala em que o atributo é medido, como por exemplo, o lucro bruto; 3. A meta é o valor específico na escala que a empresa procura atingir, como por exemplo, 40% de lucro bruto. Entretanto, a definição de objetivos e metas não são suficientes se as políticas da empresa não são convenientemente traçadas, considerando que é através das políticas que se visa a canalizar as decisões para os objetivos. Assim, se a empresa não gostar do rumo que a situação está tomando, terá que redefinir seus objetivos, que no contexto de um plano, têm o sentido mais específico de seleção de mercado específica para a ação empresarial e o estabelecimento de metas de vendas específicas. V. Estratégia de Marketing A estratégia de marketing apresenta a abordagem ampla de marketing que será usada para atingir os objetivos do plano, ela é fundamental no processo. Uma estratégia de marketing pode ser elaborada para o estágio de introdução de um produto novo, no estágio de crescimento, no estágio de maturidade e no estágio de declínio do produto. 30 - Estratégia de marketing no estágio de introdução: Ao lançar um produto novo, a administração de marketing pode estabelecer um nível alto ou baixo para cada variável de marketing, como preço, promoção, distribuição e qualidade do produto. Considerando apenas preço e promoção, a administração da empresa pode seguir quatro estratégias: 1 - Estratégia de desnatamento rápido, que consiste em lançar o novo produto a um preço alto e com elevado gasto em promoção, visando uma maior lucro unitário possível e acelerada penetração no mercado. 2 – E estratégia de desnatamento lento, que por sua vez, consiste em lançar o novo produto a um preço alto e com pouca promoção, visando um maior lucro possível e baixo custo promocional, aplicando-se quando mercado e concorrência são limitados. 3 - Estratégia de penetração rápida, que consiste em lançar o novo produto à um preço baixo e com um alto gasto em promoção, visando uma acelerada penetração e conquista de maior participação no mercado. 4 - Estratégia de penetração lenta, que finalmente consiste em lançar o novo produto a um preço baixo e com pouca promoção, visando uma maior aceitação no mercado e um maior lucro líquido devido aos baixos custos. - Estratégia de marketing no estágio de crescimento : Nesta fase a empresa utiliza diversas estratégias para sustentar o crescimento rápido do mercado, enquanto possível: - Ela melhora a qualidade do produto e acrescenta novas características e estilos; - Acrescenta novos modelos e produtos; - Entra em novos segmentos do mercado; - Aumenta a cobertura de mercado e entra em novos canais de distribuição; - Muda o apelo de propaganda de conscientização sobre o produto para preferência do produto; - Baixa os preços para atrair faixa de compradores sensíveis a preço; - Estratégia de marketing no estágio de maturidade : Neste estágio algumas empresas abandonam seus produtos mais fracos. Preferem concentrar seus recursos nos produtos mais rentáveis e em novos produtos, mas podem estar 31 ignorando o alto potencial que muitos produtos antigos ainda possuem. As empresas devem sistematicamente considerar as estratégias a seguir: 1 - Modificação de mercado: a empresa deve tentar expandir o mercado para a sua marca madura de três maneiras: Converter usuários em não usuários; Entrar em novos segmentos de mercado; Conquistar os consumidores dos concorrentes. 2- Modificação do produto: Os administradores também podem tentar estimular as vendas modificando as características do produto, como: Melhoria da qualidade, aumentando o desempenho funcional do produto; Melhoria das características, com um acréscimo de novas características, como tamanho, peso, aditivos...; Melhoria de estilo, aumentando o apelo estético do produto; Modificação do composto de marketing: Preço - distribuição - propaganda promoção e vendas - venda pessoal – serviços. - Estratégia de marketing no estágio de declínio : Uma empresa enfrenta algumas tarefas e decisões ao lidar com seus produtos antigos. A estratégia de declínio apropriada depende da atividade e da força competitiva da empresa. Se a empresa escolher aproveitar o máximo, isso exige a redução gradual de custos do produto ou negócio e, ao mesmo tempo, a tentativa de manutenção de vendas. Vale ressaltar que em uma estratégia de marketing devemos levar em consideração vários fatores a fim de obtermos o máximo de sucesso, entre eles: - A definição do mercado-alvo, pois através disto a empresa definirá qual o perfil e segmentos de clientes a serem atingidos, que pode ser definido por desejos, poder e atitudes de compra, classe social, sexo, idade, profissão, geografia, religião, etc... ou ainda pela combinação entre os segmentos. - O posicionamento da empresa é essencial, considerando que a mesma deve desenvolver sua imagem, de modo que o mercado alvo compreenda e aprecie o que ela oferece em relação a seus concorrentes. Ressaltando que este posicionamento, deve ser fundamentado no conhecimento de como o mercadoalvo define valor e faz escolhas entre as empresas concorrentes. 32 - É fundamental que a empresa reconheça a necessidade e as vantagens do desenvolvimento de produtos e serviços. Seus produtos mais maduros e em declínio devem ser substituídos por produtos mais novos. Entretanto, os novos produtos podem fracassar e os riscos da inovação podem ser tanto elevados quanto recompensadores. Neste sentido, a chave para a inovação bem sucedida reside no desenvolvimento de pesquisas e procedimentos de decisão bem elaborados em cada estágio do processo de desenvolvimento do novo produto. Este processo consiste em oito estágios: geração de idéias, seleção de idéias, desenvolvimento e teste de conceito, desenvolvimento da estratégia de marketing, análise comercial, desenvolvimento do produto, teste de mercado e comercialização. Sendo que o propósito de cada estágio é decidir se a idéia deve ser desenvolvida ou abandonada posteriormente. - A Distribuição, como já explicitado anteriormente, é essencial, pois a empresa deve decidir sobre a melhor maneira de estocar e movimentar seus bens e serviços em seus mercados de destino. A natureza da distribuição envolve planejamento, implementação e controle dos fluxos físicos de materiais e bens finais dos pontos de origem aos pontos de uso, para atender às exigências do consumidor e com o objetivo do lucro. A empresa sabe que a eficácia da distribuição terá grande impacto sobre a satisfação do consumidor e sobre seus custos. A distribuição será eficaz quando a empresa processar os pedidos com agilidade, possuir boa rede de armazenagem, níveis de estoques compatíveis com a demanda e em sintonia com a rede de varejo e/ou atacado, escolher o meio de transporte adequado e ágil aliados ao controle de custos. - A empresa precisa ter consciência da intangibilidade dos serviços e montar uma estratégia composta e variada de serviços. A empresa tem que decidir entre sobre o composto, qualidade e a fonte de vários serviços de apoio ao produto exigido pelos consumidores. 33 VI - Programas de Ação e Demonstração de Resultado Projetado A estratégia representa as forças amplas de marketing para atingir os objetivos do negócio. Para cada item da estratégia mostrado anteriormente, deve ser elaborado um programa de ação e paralelamente a isto, torna-se necessário a empresa, organização, constitua um orçamento de apoio, ou seja, uma projeção da receita, do custo total e lucro resultante, que consiste em um confronto entre receita, com vendas e serviços, e despesas, com custo de produção, distribuição e marketing, com a finalidade de um prévio conhecimento do resultado final, que em outras palavras, é o lucro esperado em harmonia com a satisfação do consumidor final. Uma vez o confronto analisado, a empresa fará os ajustes necessários, de modo que o projeto seja o mais lucrativo possível sem alterar a qualidade inicialmente discriminada. Após a aprovação da alta administração, o orçamento será a base para desenvolver planos e programações para compra de materiais, produção, recrutamento de funcionários e operações de marketing. É de suma importância que os dados usados na projeção sejam em fiel valor de mercado, de modo que o orçamento projetado esteja compatível com a realidade e dessa forma obtenha-se o resultado final satisfatório e anteriormente definido. VII. Controle de Marketing A última seção do plano delineia os controles para monitorar o desenvolvimento do plano. O acompanhamento é feito periodicamente e assim a empresa pode analisar o andamento do projeto, monitorando os fatos positivos e negativos e fazendo ajustes no percurso quando necessário. O controle de marketing é a seqüência natural do planejamento de marketing, onde a empresa precisa exercer pelo menos três tipos de controle: 1 - Controle estratégico, a partir de um instrumento conhecido como auditoria de marketing, que é um exame periódico, abrangente, sistemático e independente do ambiente de marketing da empresa, do sistema interno e das atividades específicas de marketing. Esta auditoria visa determinar as áreas de 34 problemas de marketing e recomendar um plano de ação corretiva para aprimorar a eficácia global do marketing da empresa. 2 - Controle do plano anual, que é a tarefa de administrar os esforços e resultados atuais de marketing, a fim de certificar que as vendas anuais e os objetivos de lucros serão alcançados. Os instrumentos principais são a análise de vendas, as análises de participação no mercado, as proporções de despesas em relação as vendas, outras proporções e determinação de atitudes. 3 - Controle de lucratividade, como a tarefa de determinar a lucratividade real das diferentes entidades de marketing, tais como o produto da empresa, as zonas, os segmentos de mercado e os canais de comercialização. O instrumento principal é a análise dos custos de marketing. 2.3 Planejamento Estratégico Compreende-se como Planejamento Estratégico, a forma, o método pelo qual a empresa define a mobilização de seus recursos para alcançar os objetivos propostos, sendo, portanto um planejamento global a curto, médio e longo prazo. Aqui, entende-se estratégia como a mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito global com vistas a atingir objetivos definidos previamente. Trata-se de uma metodologia gerencial que permite estabelecer o caminho a ser seguido pela empresa, visando elevar o grau de interações com os ambientes interno e externo. Deste plano, resulta um conjunto flexível de informações consolidadas, que serve de referência e guia para a ação organizacional, podendo ser considerado como uma bússola para os membros de uma determinada organização. 2.3.1 Fases de Elaboração A elaboração do Planejamento Estratégico compreende quatro fases: 35 1. Formulação dos objetivos organizacionais: A empresa define os objetivos globais que pretende alcançar em longo prazo e estabelece a ordem de importância e prioridade em uma hierarquia de objetivos. 2. Análise interna das forças e limitações da empresa, para posteriormente realizar uma análise das condições internas da empresa para permitir uma avaliação dos principais pontos fortes e dos pontos fracos que a organização possui. Os pontos fortes constituem as forças propulsoras da organização que facilitam o alcance dos objetivos organizacionais, enquanto que os pontos fracos constituem as limitações e forças restritivas que dificultam ou impedem o seu alcance. Análise da estrutura organizacional da empresa, seus aspectos positivos e negativos, divisão de trabalho entre departamentos e unidades e como os objetivos organizacionais foram distribuídos em objetivos departamentais. Avaliação do desempenho da empresa, em termos de lucratividade, produção, produtividade, inovação, crescimento e desenvolvimento dos negócios. 3. Análise externa: Trata-se de uma análise do ambiente externo à empresa, ou seja, das condições externas que rodeiam a empresa e que lhe impõem desafios e oportunidades. A análise externa envolve: Mercados abrangidos pela empresa, características atuais e tendências futuras, oportunidades e perspectivas. Concorrência ou competição, isto é, empresas que atuam no mercado, disputando os mesmos clientes, consumidores ou recursos, a conjuntura econômica, tendências políticas, sociais, culturais, legais etc., que afetam a sociedade e todas as demais empresas. 4. Formulação das Alternativas Estratégicas: Nesta quarta fase do planejamento estratégico formulam-se as alternativas que a organização pode adotar para alcançar os objetivos organizacionais pretendidos, tendo em vista as condições internas e externas. As alternativas estratégicas constituem os cursos de ação futura que a organização pode adotar para atingir seus objetivos globais. De um modo genérico, o planejamento estratégico da organização refere-se ao produto (bens que a organização produz ou serviços 36 que presta) ou ao mercado (onde a organização coloca seus produtos ou bens ou onde presta seus serviços). Desta forma, o planejamento estratégico deve comportar decisões sobre o futuro da organização, como: - Objetivos organizacionais a longo prazo e seu desdobramento em objetivos departamentais detalhados; - As atividades escolhidas, isto é, os produtos (bens ou serviços) que a organização pretende produzir; - O mercado visado pela organização, ou seja, os consumidores ou clientes que ela pretende abranger com seus produtos; - Os lucros esperados para cada uma de suas atividades; - Alternativas estratégicas quanto às suas atividades, como manter o produto atual, maior penetração no mercado atual ou desenvolver novos mercados; - Interação vertical em direção aos fornecedores de recursos ou integração horizontal em direção aos consumidores ou clientes; - Novos investimentos em recursos (materiais, financeiros, máquinas e equipamentos, recursos humanos, tecnologia etc.) para inovação (mudanças) ou para crescimento (expansão). 37 CAPÍTULO III 3. EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO: COMO ATRAIR, CONVERTER E FIDELIZAR CLIENTES. 3.1 Qualidade no atendimento A Qualidade de Atendimento é uma expressão bastante explorada e pouco efetiva, porém, fundamental para o sucesso no sistema de atendimento pessoal. Inúmeros casos nos mostram que esta qualidade independe do status do público-alvo ou da sofisticação do ponto-de-venda e está sim diretamente relacionada ao comprometimento individual das pessoas que exercem a função. Mas para que este comprometimento seja possível, é essencial que os indivíduos se sintam valorizados dentro do processo e respeitados enquanto cidadãos. Assim, não é somente com treinamento e consumidores ocultos que se chega à excelência do atendimento e, conseqüentemente, à fidelidade de compra do disputado consumidor. A retenção efetiva do consumidor está na sua satisfação e esta só é conquistada com a satisfação do funcionário de atendimento e na transparência da oferta. Entretanto, o que vemos são salários cada vez mais baixos, benefícios cada vez mais escassos e campanhas de incentivo baseadas em compensação "financeira", como se tudo estivesse à venda - o produto e o vendedor. Neste sentido, não se trata de condenar a prática de premiar os bons e punir os maus profissionais. O que precisa ser resgatada é a essência da função, especialmente o seu comprometimento enquanto profissional que optou por uma determinada função. Torna-se necessário a capacitação e o preparo de indivíduos a se enxergarem no outro, a aprenderem a tratar o consumidor como esperam ser tratados e isto 38 só se alcança quando o empregador age com justiça e respeito para com sua própria equipe e para com o mercado. Num ambiente assim, o impulso e a decisão de compra acontecem como por encanto, e o merchandising pode cumprir sua função de coadjuvante tão eficaz como o faz quando exerce o papel principal no auto-serviço. 3.2 Desenvolvimento de um Relacionamento Eficiente com os Clientes Quanto mais se fala que as empresas não só devem, mas precisam desenvolver relacionamentos com seus clientes, percebemos como é difícil para estas empresas criarem seus programas de Gestão de Relacionamento. Isto muitas vezes acontece, porque falta o entendimento do que seja o termo "relacionamento" e porque muitas vezes, as empresas só se preocupam em buscar atrair novos clientes e esquecem os clientes mais antigos, os fiéis e isto consiste em uma falha forma alarmante, pois não compreenderem exatamente quem são estes clientes. Compreende-se como relacionamento eficiente, o conhecimento do cliente, suas necessidades e especialmente saber se comunicar com eficiência. Conhecer os clientes significa ter todos os dados deste cliente disponíveis em todos os departamentos, ter a capacidade de analisar estes dados e finalmente transformar estes dados em informações úteis. Neste sentido, conhecer todos os tipos de clientes é fundamental para uma ação mais eficiente. E para isto deve-se considerar o Mercado como algo muito mais abrangente do que simplesmente clientes, prospects e concorrentes. Para um bom projeto de Gestão de Relacionamento com o cliente e o mercado, é necessário mapear todas as formas de contato com os clientes e definir os tipos de Clientes, que são: - Os clientes de maior valor (CMV) e os clientes de maior potencial(CMP); - Os clientes de referência; - O clientes formadores de opinião; - Os clientes que auxiliam na melhoria do produto; 39 - Os clientes que possuem grande expressão social; - Os clientes com retorno negativo; Esta identificação de todos os tipos de clientes é importante como forma de antecipar as necessidades dos clientes previamente identificados e diferenciados para vender mais produtos e serviços, superando suas expectativas com a finalidade de ampliar o relacionamento. Neste sentido, é possível ampliar o relacionamento com os clientes a partir da definição de todas as etapas necessárias para um programa de Gestão de Relacionamento. Estas etapas são: 1. Definição e planejamento do modelo e da Estratégia de Relacionamento a ser adotada; 2. Redesenho dos processos atuais relacionados aos contatos com o cliente; 3. Escolha da solução e preparo do Plano de Transição; 4. Implantação dos novos processos; Neste contexto e depois do mapeamento dos tipos de clientes, da definição das etapas de implantação do programa de Gestão de Relacionamento é necessário comunicar-se com o mercado, de uma forma eficiente. A base de clientes é uma boa indicação do desempenho de uma empresa. Uma análise quantitativa e qualitativa fornece informações sobre os resultados alcançados e o potencial ainda não explorado. Como consumidores, deparamos, a cada dia, com situações que servem para medir quanto das nossas expectativas e necessidades são atendidas. É evidente a necessidade do uso da qualidade para melhoria da produtividade. Com a introdução dos princípios científicos, o aparecimento da linha de montagem e a aplicação dos métodos estatísticos para controle dos processos, a qualidade foi evoluindo e tornando-se uma arte gerencial sofisticada. As empresas que se destacam na condução dos seus negócios têm um segredo que as faz diferente: a qualidade é tida como parte integrante do negócio. Qualidade, na empresa líder, tem como atribuições garantir as condições para: a participação da alta direção; estabelecer o alinhamento do planejamento estratégico com o mercado, a comunidade, produtos e gestão de pessoas; integrar as ações de conhecimento do cliente e do mercado; estimular o 40 envolvimento dos fornecedores e parceiros nas atividades da empresa; e encadear as informações relativas ao negócio num conjunto de indicadores balanceados. Neste sentido e a fim de atender às expectativas dos clientes, é essencial conhecê-los. Qualidade e marketing são as áreas especializadas em desenvolver e implementar as pesquisas, aqui o papel da qualidade é alinhar e retroalimentar as ações de planejamento estratégico. Não basta só a visão mercadológica. A capacidade de transferir as habilidades e promover o compartilhamento das atividades cabe à qualidade, traduzindo em redução de custo e esforço de diferenciação na competição. Para conquistar, manter e fazer aumentar a base de clientes é fundamental a qualidade enquanto estrutura formal e de alto nível hierárquico. Sem consistência das ações e persistência na aplicação dos métodos o discurso é vazio e os resultados não se sustentam, uma vez que conquistar e manter um cliente é difícil, mas perdê-lo é fácil. 3.2.1 Atraindo, convertendo e fidelizando clientes. A excelência no atendimento ao cliente é um dos maiores diferenciais competitivos do mercado e consiste no principal fator para o crescimento das vendas e a evolução das empresas, considerando que não existe empresa estabilizada que prospere e conquiste mercado sem clientes satisfeitos. Entretanto, um número significativo de organizações de todos os portes ainda persiste em atendê-los com desatenção. Consumidores mais maduros e exigentes com concorrência, a cada dia, mais acirrada é uma equação devastadora para as empresas que negligenciam o atender bem. Portanto, a maneira como uma empresa atende o seu Cliente pode ser a diferença entre obter sucesso ou fracassar nos negócios. O que faz a diferença é a competência profissional, a eficiência, a motivação, o entusiasmo, a polidez, a rapidez e a simpatia de quem atende. Trata-se do cliente ter a sensação de conforto, conveniência, praticidade e satisfação quando compra um produto ou serviço da sua empresa. 41 O ponto de partida para atrair, converter e enfim fidelizar clientes é a superação das expectativas destes clientes, pois faz com que os mesmos passem a serem encarados como parceiros do sucesso das empresas e não, apenas, como "fregueses". A excelência no atendimento é fundamental. Não adianta focar, apenas, nos produtos e na propaganda, pois a realidade só é percebida no momento em que interagimos com as pessoas que trabalham nas empresas, atendendo ou não às nossas necessidades e expectativas. A procura do algo a mais deve ser persistente. Proporcionar um serviço de qualidade ao cliente é muito mais do que zelar pelas suas necessidades ou encaminhar suas reclamações. Superar suas expectativas e encantá-lo requer uma preparação prévia. Um ótimo atendimento passa pela antecipação dos problemas dos clientes. Neste sentido o treinamento é essencial, em uma época em que o sucesso dos negócios tem à frente o atendimento e na base o foco no cliente, conhecer plenamente o potencial dos colaboradores pode ser um bom caminho a ser trilhado. Treinar é acima de tudo valorizar o funcionário e prepará-lo para, também, valorizar o cliente. Entretanto, infelizmente muitos empresários vêm o treinamento e a capacitação como um dos funcionários como um custo e não um investimento. Contudo, é estrategicamente inteligente capacitar esses profissionais adequadamente, para que possam atender bem e superar as expectativas da clientela. Trata-se de um treinamento estratégico e de alto nível, é estratégico uma vez que atua diretamente com os profissionais que interagem com os clientes e é de alto nível porque gera altos níveis de produtividade e motivação nesses profissionais, além de alto nível de satisfação nas pessoas que recebem atendimento. O encanto e a simpatia é o início da excelência no atendimento, porém, o caminho é muito mais longo. Um dos maiores erros cometidos por quem faz atendimento aos clientes é tratá-los como se eles tivessem os mesmos gostos 42 e preferências de quem os atende. É necessária a compreensão de que as pessoas são diferentes e o reconhecimento dessas diferenças é determinante para o sucesso de um atendimento. Conhecer os clientes é fundamental e através de atitudes simples, no início dos contatos, podemos descobrir o que eles desejam, mas para que isto seja feito de forma sutil e agradável, é preciso treinamento. Atrair, converter e fidelizar clientes são etapas de um caminhar sem fim, por isto o atendimento deve reciclar-se e evoluir com a mesma velocidade e freqüência com que mudam os desejos, exigências e vontades dos consumidores. 3.2.2 Dificuldades do Marketing de Relacionamento Mesmo com toda a evolução tecnológica e a facilidade de acesso às informações, as empresas ainda encontram uma certa dificuldade de estabelecer relações sólidas e produtivas com os seus Clientes. De um modo geral as empresas acreditam que ter acesso às pesquisas de mercado e um bom conjunto de informações do Cliente é o suficiente para se estabelecer um relacionamento produtivo com ele. Entretanto, têm se tornado evidente que a tentativa de se estabelecer relações baseadas somente em informações gera relacionamentos teóricos e fracos. Relacionamentos são construídos com os contatos efetivos que geram experiências, que fazem histórias, que criam marcas e mitos no mercado. Neste sentido, para que as empresas desfrutem dos benefícios, das oportunidades e do crescimento proporcionados pelo marketing de relacionamento, é extremamente necessário que se aproximem de forma efetiva dos seus clientes. 43 3.3 Fatores Básicos para manter o marketing Não é fácil manter vivo o marketing, especialmente em uma empresa grande e em crescimento contínuo, entretanto, é possível obter sucesso e para isto é preciso: - Manter presente e vital a missão – no sentido de criar uma diferença positiva e benéfica na vida dos clientes, que provavelmente com o tempo mudará o significado dessa diferença, o modo como trabalhamos e refinamos o relacionamento com os clientes. - Criar e manter o alinhamento interno com a missão externa, no sentido de todos os indivíduos da empresa, estarem realmente comprometidos com os mesmos objetivos. O alinhamento perfeito é baseado na aceitação entusiástica e no suporte dado pelos colaboradores para a realização da missão. O ingrediente essencial para criar este tipo de entusiasmo é a própria vontade de ser um modelo de mercado a ser seguido, com o empenho entusiástico resultante do envolvimento e da participação. - Viver com o mercado, no sentido de conhecer exatamente quais são as suas necessidades e de que forma podemos satisfazê-las. Para que o marketing na empresa esteja presente e vital devemos viver continuamente com o nosso mercado. - Criar o novo através do velho, considerando que o pacote atual de serviços era perfeito para as condições do momento quando ele foi criado. Mas que no presente e no futuro, provavelmente não haverá mais a sintonia originária anterior. Assim, para manter presente e vital o marketing a questão fundamental é manter o alinhamento criando o novo através do velho. - Novos clientes para velhos pacotes/produtos, uma vez que os clientes novos são a fonte vital de qualquer atividade empresarial. - Novos serviços para velhos clientes, considerando que para um crescimento comercial contínuo, a melhor fonte de abastecimento é a difusão de novos serviços para velhos clientes, uma vez que os clientes atuais já compraram anteriormente, experimentaram uma satisfação com o fornecimento anterior e se estão querendo uma nova coisa ou um novo pacote de serviços que esteja sendo oferecido, é muito provável que comprem outra vez. 44 - Novos pacotes para velhos serviços, tratando-se de criar um excelente pacote para os seus serviços, ou melhor preparar novos pacotes/embalagens para os serviços atuais. Desenvolver um novo pacote de serviços é essencialmente uma questão de bom senso juntamente com a vontade de ouvir os clientes. - Ser, para os colaboradores, um modelo de mercado a ser seguido, referindose ao fato de que o sucesso do marketing depende essencialmente da prospectiva que se obtém observando a organização através da "ótica do mercado". O objetivo é criar uma diferença positiva na vida dos clientes, através do fornecimento do melhor serviço. 45 CONCLUSÃO Ainda que o Marketing pareça ser parte integral do êxito dos negócios no mudo moderno, não foi sempre assim. Só quando uma sociedade alcança uma etapa em que satisfez suas necessidades de produção e vendas faz a transição à fase orientada ao Marketing. O Marketing substitui as vendas e se converte em prioridade, implica uma atitude generalizada global da empresa. Neste sentido pode falar-se dele como uma ideologia, como um valor cultural que envolve toda a empresa. Há que criar uma convicção geral, em cada um dos funcionários, de que o que o cliente compra não são somente os produtos ou serviços que divulgamos, mas fundamentalmente compra a lealdade. Um cliente não é alguém que compra uma vez para provar, é alguém que nos elege sempre. Para isto devemos conseguir uma vantagem comparativa com respeito aos concorrentes, que nos permita satisfazer a nossos clientes melhor que os outros, uma vez que os clientes não compram apenas um produto, mas sim a promessa da solução do problema, a uma necessidade, ou a um desejo de satisfação. Neste sentido, o Marketing é dinâmico, considerando que as necessidades e desejos de nossos clientes evolui constantemente e uma empresa exitosa deve evoluir juntamente com eles. Assim, Marketing é fundamentalmente conseguir um maior valor agregado para nosso cliente do que possa oferecer o concorrente. Uma forma eficaz de chegar a excelência no atendimento é ter este reconhecimento e buscar estabelecer um planejamento estratégico a fim de alcançar este objetivo. Este planejamento envolve atividades de definição da missão do negócio, análise das oportunidades e ameaças externas, análise de forças e fraquezas internas, formulação de programas de apoio, implementação de programas, feedback e controle. O Plano de Marketing é um dos produtos mais importantes do processo de marketing. Dentro deste processo a qualidade deve ser vista como uma arma 46 competitiva que abarca todo o necessário para satisfazer aos clientes melhor que a rivalidade. Um plano estratégico de marketing tem que ser apropriadamente implementado e exige habilidade em reconhecer e diagnosticar um problema e avaliar os resultados obtidos, havendo assim a necessidade de controle do plano e uma contínua avaliação para assegurar que os objetivos sejam cumpridos. 47 BIBLIOGRAFIA ADIB, Jorge. Merchandising. 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Desenvolvimento de um Relacionamento Eficiente com os Clientes 38 3.2.1 Atraindo, convertendo e fidelizando clientes 40 3.2.2 Dificuldades do Marketing de Relacionamento 42 3.3 Fatores Básicos para manter o marketing 43 CONCLUSÃO 45 BIBLIOGRAFIA 47