AGRICULTORES FAMILIARES E A REPRESENTAÇÃO DO MUNDO RURAL: o
caso do Município de Toledo-PR
Marize Rauber Engelbrecht
1
Resumo: O presente artigo é resultado de uma pesquisa realizada
com os agricultores familiares de Toledo, em que aborda as
condições e alternativas para o homem do campo permanecer em
suas atividades mesmo que estas nem sempre oferecem o retorno
econômico esperado, evidenciando que os agricultores familiares são
movidos por outras racionalidades além da instrumental e econômica.
Nesta perspectiva pretende-se mostrar o modo pelo qual as
representações e os significados
dos agricultores familiares
interferem na realidade dos indivíduos e as condições de seu
desenvolvimento no sistema capitalista onde o trabalho é orientado
predominantemente por uma lógica familiar de produzir.
Palavras - chave: Significados, agricultura familiar, rural
Abstract: The present article comes from a Toledo family farmers’
research, witch have studied the conditions and alternatives for the
country men to stay in the activities that not always offer the proper
financial income, but they remain moved by other reasons, beyond
the economical. Consequently, the study pretends to show how the
family farmers’ representations and meanings interfere in the family
reality, as well as in the work conditions within a capitalist system
where the familiar logic is oriented for production.
Key words: Meanings, family farmers, rural.
1
Mestre. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: [email protected]
A) Introdução
O presente texto é resultado de uma investigação de dois anos que apresenta um estudo
sobre a agricultura familiar no contexto local, enfocando especificamente o município de
Toledo- Paraná- Brasil. A pesquisa tornou-se um espaço de reflexão e de conhecimento
sobre os agricultores familiares que mantém-se no campo, lutando e relutando para sua
permanência apesar de todas as dificuldades que o pequeno agricultor encontra,
procurando entender a manifestação da cultura intersubjetivada, as formas tecnicamente
corretas da produção, as condições de comercialização, os preços oferecidos, enfim, quais
as razões ou dimensões que justificam o agricultor familiar em reproduzir as condições de
se fazer sujeito de suas aspirações no meio rural em que vive. Neste sentido, a pesquisa
oportunizou rever quais as condições
e alternativas para que este homem do campo
permaneça em suas atividades mesmo que estas nem sempre lhes dá o retorno econômico
esperado evidenciando que os agricultores familiares são movidos por outras racionalidades
além da instrumental e econômica. Significa afirmar que as atividades destes agricultores se
aproximam da natureza ao realizar atividades agrícolas em campo aberto, em ambiente
natural e empregam técnicas de manejo de recursos naturais, atribuindo-se além do
econômico o caráter ecológico e não somente o lucrativo. Objetivou-se assim analisar o
significado do movimento dos agricultores familiares a partir dos interesses dos próprios
agricultores e as condições de seu desenvolvimento no sistema capitalista onde o trabalho
é orientado predominantemente por uma lógica familiar de produzir, uma vez que a
produção é estruturada pela família enquanto unidade de subsistência e não enquanto uma
empresa capitalista, mesmo sob os imperativos
da racionalidade econômica. Assim,
contemplou-se também nesta pesquisa analisar a permanência do agricultor familiar na área
rural enquanto um movimento de resistência de luta pela sobrevivência na terra e que está
ameaçada de perder suas raízes e sua própria identidade
permanentes
devido as transformações
que vem afetando e alterando o meio rural. Neste sentido se pretendeu
compreender qual o sentido, ou o que reforça a continuidade do homem do campo no meio
rural e que “teimosamente” se esforça para preservar uma certa “condição camponesa”
reproduzindo um universo simbólico próprio de uma vida rural que visa atingir necessidades
da família, de construir um patrimônio familiar e não somente com interesses estritamente
de acumular capital. A pesquisa procura evidenciar que na agricultura familiar o interesse
econômico e os interesses pessoais e subjetivos podem se realizar ao mesmo tempo, e a
fusão desses dois âmbitos é encontrada de forma mais clara nas sociedades tradicionais e
nas sociedades camponesas, isto é junto com o desenvolvimento da atividade agrícola em
que s agricultores passam a se identificarem com o ritmo da natureza na organização do
trabalho, experimentam os sentimentos subjetivo de apego à terra, e de liberdade e
autonomia. Assim, na forma bipolarizada com inserção no sistema capitalista e no seu
mundo vivencial e cultural que o agricultor familiar reproduz as condições de se fazer sujeito
e tornar-se protagonista de sua história valorizando seu espaço de vivência.
O movimento histórico que vem ocorrendo na agricultura brasileira vem mostrar que
cada vez mais é necessário investir na agricultura familiar uma vez que esta é que comporta
aproximadamente 70% da alimentação que chega a mesa dos brasileiros. Estes pequenos
produtores agrícolas na sua maioria encontraram alternativas de se rearranjarem através da
mão de obra interna, ou seja, utilizou a família no processo de produção.
Nos últimos anos temos visto que o processo de modernização da agricultura
brasileira tem causado grande impacto a essa parcela da população agrícola – produtor com
pouca quantia de terra – que utiliza-se de mecanismos e diversificação de culturas para
acompanhar o processo “doloroso”da modernização. Esta população agrícola que sempre
esteve a margem dos latifundiários e do acesso a aquisição da terra , bem como privada do
acesso à mecanização e ao crédito agrícola precisou criar estratégias de sobrevivência e
organização que fortalecesse sua permanência no rural.
A construção de um projeto de vida do agricultor surge em meio a condições de
crise de transformação do mundo rural, da degradação da sua cultura e de sua colonização
pelo mundo urbano-industrial. Dessa forma, a problemática da pesquisa recai justamente
em investigar porque os agricultores familiares optam em investir na agricultura
permanecendo na área rural que geralmente não os realizam economicamente, ao invés de
buscar trabalho em outros setores da economia que compensassem melhor seu trabalho.
Assim, esta investigação definiu como objetivo geral analisar os significados da
permanência do agricultor familiar na área rural, que se vêem excluídos do processo de
modernização, sendo considerado um movimento de resistência e de luta pela
sobrevivência
e que está ameaçada de perder suas raízes
e sua própria identidade.
Pretende-se compreender qual o sentido ou o que reforça a sua condição no meio rural e
que “teimosamente” os agricultores familiares se esforçam para preservarem uma certa
“condição camponesa”, reproduzindo um universo simbólico própria de um mundo rural.
B) A construção da representação e significados dos agricultores sobre o espaço rural
O desenvolvimento de uma agricultura que se diferencia do convencional não surge
do vácuo, de forma espontânea e isoladamente. É preciso que haja condições objetivas
para que isso se realize. As condições como desequilíbrio ambiental, intoxicações,
endividamento, perda de autonomia, rompimento nas relações comunitárias, êxodo rural,
foram dadas pelo processo de modernização, entendido como mudança da sua base
técnica e que resultaram muitas vezes na expropriação do agricultor e consequentemente a
perda de sua identidade.
As transformações porque passa a agricultura, na sua essência, representam sua
adequação ao sistema capitalista como reflexo das transformações por que passa o próprio
capital. O rasgo fundamental das mudanças ocorridas nas últimas décadas foi o processo
da industrialização , processo esse presidido pelo capitalismo monopolista e que, em menor
ou maior grau significou a transformação da “base natural” em que assentavam suas
economias. Nesse sentido “a agricultura também passou por um “processo de
industrialização”, que em última instância
significou a passagem de uma atividade de
apropriação das condições naturais existentes para uma atividade de fabricação dessas
mesmas condições” (SILVA, p.126, 1983). Dentro desta ótica o
capitalismo na agricultura
brasileira
e as modificações
desenvolvimento do
que esse processo impôs ao
contingente de pequenos produtores, organizados com base no trabalho familiar, constituem
ainda hoje a grande maioria das unidades produtivas no campo.
De acordo com GUANZIROLI, a consolidação do processo de modernização da
agricultura brasileira trouxe várias transformações: anos 70, o processo de modernização
agrícola substituíra o crescimento extensivo (pela incorporação de terra e mão de obra)
alavancando principalmente o crédito rural ; anos 80, a modernização aprofundava a
integração da agricultura com os capitais industriais, comercias e financeiros que a
envolvem - os chamados complexos agroindustriais; anos 90, redução relativa do
crescimento do emprego rural, estritamente agrícola em contraposição ao aumento do
emprego rural não agrícola.
A grande massa de pequenos produtores familiares que não se integrou com a
agroindústria e permaneceu no campo continuou com “duas alternativas de sobrevivência:
tentar a sorte na fronteira agrícola ou procurar sobreviver na área de origem intensificando a
produção no espaço disponível e complementar a renda com ocupações agrícolas ou nãoagrícolas fora da unidade familiar” (GUANZIROLI, 2001, p.35)
Apesar das mudanças ocorridas na situação atual, uma grande massa de produtores
familiares depende de atividades agrícolas e derivados para sobreviver e para eliminar a
pobreza no campo e reduzir a pressão migratória sobre as cidades, fazendo-se assim
necessário um projeto de desenvolvimento rural cada vez mais apoiado à produção familiar.
Porque o produtor familiar se encontra em grande medida descapitalizado e principalmente
caminhando em direção à perda de sua identidade, precisando com urgência construir uma
nova ruralidade nos marcos da sociedade moderna e principalmente urbanizada.
Dessa forma o imaginário social não pode ser concebido sem o mundo rural e por
isso políticas sociais tendem a preservá-lo e recriá-lo socialmente, uma vez que “ para
alavancar a competitividade da produção familiar na agricultura é preciso também garantir o
acesso a serviços essenciais de educação e saúde às famílias rurais, eliminando desse
modo, o viés urbano dos investimentos sociais” (Id. ibid, p. 43).
O processo de urbanização da sociedade atinge de várias formas o modo de agir, de
pensar e de imaginar, dentre elas, um dos instrumentos mais poderosos dos meios de
comunicação de massa é a televisão. Mas esse processo de transformação não ocorre
senão em meio a uma crise social, não é apenas a cidade que vai ao campo por intermédio
dos meios de comunicação de massa, mas principalmente o campo que vai à cidade em
busca de melhores condições de vida, de acordo com BRANDENBURG.
Nos centros industrializados ou urbanizados o descompasso entre a demanda e a
oferta de emprego gera núcleos de favelas e condições para proliferação da marginalidade,
da violência, da miséria e da exclusão social. Essa situação faz com que muitos agricultores
desistam de tentar a vida na cidade e voltem ao campo para continuar numa atividade
agrícola. Daí a orientação para muitos agricultores de que, se a vida no campo é difícil, pior
na cidade, principalmente para quem não possui outra qualificação, que não de agricultor.
A situação de crise na agricultura parece crescente à medida que os anos passam,
gerando um sentimento de desânimo, de desolação e de abandono por parte de um grande
número de agricultores. Assim, para o pequeno agricultor ainda é mais difícil porque está
descapitalizado uma vez que governo tirou os recursos para investimento, os juros são
altos, o custo da produção é alto e o que produz não vende nada.
Neste contexto, a construção de um projeto de vida do agricultor surge em meio a
condições de crise de transformação do mundo rural, da degradação de sua cultura e de
sua colonização pelo mundo urbano-industrial. Dessa forma busca-se analisar porque os
agricultores familiares optam em investir na agricultura permanecendo na área rural que
geralmente não os realizam economicamente, ao invés de buscar trabalho em outros
setores da economia.
Partindo desta problemática, tomou-se como pressuposto inicial que a manutenção
do agricultor familiar no meio rural garante, ainda mesmo que precariamente, uma condição
de sobrevivência mais “estável” do que no espaço urbano (cidade), uma vez que ao sair do
campo precisaria investir em qualificação dos membros da família para manter-se.
Nesta investigação, foi utilizada a técnica da entrevista semi-estruturadas para obter
as informações junto aos agricultores familiares pesquisados. A entrevista contou com um
roteiro contendo questões centrais relativas ao objeto de pesquisa. O instrumento utilizado
durante a entrevista foi o gravador, para garantir a fidelidade dos relatos e mediante a
aceitação dos entrevistados.
Para a escolha dos sujeitos diante do universo, optou-se em selecionar os agricultores
familiares que residem no município de Toledo. Estes foram escolhidos aleatoriamente em
dois grandes eventos2 de caráter regional realizado no município de Toledo, totalizando 09
agricultores familiares.
C) Conclusão
Os agricultores familiares, enquanto pequenos produtores que preservam uma certa
“condição camponesa”, reproduzem um universo simbólico próprio de uma vida rural. Sob o
ponto de vista cultural, o mundo da vida rural é o mundo que os identifica entre si e os
diferencia de outras categorias,
a medida que seus padrões
de orientação são
socialmente internalizados e por isso compartilhado. É o mundo da tradição, da sabedoria
popular que se orienta pelo ritmo da natureza, pela interpretação de seus signos, e que
considera os limites naturais, muitas vezes, leis divinas.
A relação destes agricultores, na sua relação com o mundo da vida rural, constata
uma identidade típica de um mundo agrário dotado de uma especificidade em que vão
através de suas ações preservando as condições materiais e socioculturais de sua
existência.
2
O primeiro evento intitulado: “II Mostra Regional da Vitivinicultura” realizado no município de Toledo, no dia 26
de julho de 2005, no Centro de Eventos Ismael Sperafico. O segundo evento foi o Seminário “ Oportunidades
para Agricultura Familiar”, no dia 19 de abril de 2005, no mesmo local acima citado. Os dois eventos foram
organizados pela Emater, SEAB, com apoio do Governo Estadual do Paraná.
Quanto ao que faz o homem permanecer no campo, mesmo sem o retorno econômico
tão rentável responderam: 33% por que gostam; 45 % devido a tranqüilidade; 11% por
estarem velho e não terem condições de retomarem uma nova vida e 11% não
relatam a importância do “grupo de vizinhança” e a
responderam. Os entrevistados
condição da tranqüilidade, enfatizando um certo “modo de vida” que já foi eliminado na
cidade devido a industrialização e urbanização que alterou a forma de vida e certos valores
que ainda se consegue preservar na área rural. Este “modo de vida” é entendido como
sendo a expressão de um “ser cultural” e das condições de vida material, na qual vive em
um espaço social onde predomina a cultura cabocla, ou seja, há uma identificação quanto a
forma de se expressar, por meio da fala, do modo de vestir.
Isto se traduz quando os entrevistados responderam sobre a questão: já pensaram de
ir morar para a cidade: 56% disseram que não e 33% que sim, enquanto 22% não
responderam.
A aceleração do ritmo de vida urbana em condições de crescente depreciação da
qualidade de vida tem atribuído ao campo uma dimensão de ambiente de revigoramento
das relações entre o homem e a natureza, com o culto as formas ecológicas, naturais e das
raízes culturais das comunidades rurais.
A condição de migrar do campo para a cidade passa a ser um recurso que se encontra
à disposição dos indivíduos na organização de suas vidas, porém morar na cidade requer
que
o
homem
do campo
tenha
minimamente
uma
formação escolar
e
uma
profissionalização, o que nem sempre ocorre porque este trabalhou e manuseou a vida toda
o trato com a terra Frente a condição posta para os agricultores que não tem na maioria das
vezes capitalização para se manterem no campo e frente a crises sucessivas na agricultura
gera um sentimento de desânimo, de desolação e de abandono por parte de um grande
número de agricultores. No entanto, para se sobressair faz – se necessário criar condições
possíveis de valorizar a produção e dar condições de acesso às políticas agrícolas, papel
este desempenhado pelo governo.
Em relação ao questionamento sobre o sentimento de desânimo e abandono dos
agricultores devido a diversos fatores (climáticos, financiamento, políticas de crédito,
comercialização); responderam: 22% não há desânimo e 56% que há desânimo enquanto
22% não responderam.
É na relação com o sistema capitalista e com os recursos internos à unidade produtiva
que o agricultor familiar organiza sua produção e busca maior rentabilidade. A racionalidade
econômica não se realiza sem o mercado, mas no aspecto interno da unidade de produção
e o elemento que organiza tecnicamente a produção é a mão-de-obra. No caso da produção
familiar, a mão-de-obra não é buscada externamente, ou seja, no mercado, mas está
disponível internamente como força produtiva. Assim, o agricultor familiar mais do que um
proprietário de uma área de terra é um trabalhador, é um proprietário que trabalha com a
família.
Sobre a utilização da mão de obra familiar os entrevistados responderam que 89%
utilizam - a no trabalho com fruticultura, criação de gado leiteiro, integração com a SADIA
(frango e suínos). A agricultura familiar desenvolve em geral, sistemas complexos de
produção, combinando várias culturas, criações de animais e transformações primárias,
tanto para o consumo da família como para o mercado.
Assim, quanto maior for à diversificação na propriedade, menor é o risco de
negatividade da safra, ou na perda da renda. É também de grande importância que o
agricultor familiar busque formas de estar combinando a produção da pecuária e outros
elementos como hortaliças ou fruticultura, além de buscar recursos que os auxiliem no
processo de investimento da unidade familiar.
A decisão pela diversificação das atividades familiares depende também dos recursos,
dos costumes e das tradições da família, adota-se culturas de acordo com a dinâmica da
família e de sua relação com a estrutura agrária.
A condição primeira da existência da produção familiar, a posse da terra, é a questão
central tanto para a constituição da identidade do agricultor como para organizar
tecnicamente a produção. A situação do agricultor em relação a propriedade da terra define
a sua estratégia de sobrevivência e determina as suas condições de reprodutibilidade. A
propriedade familiar deve ser entendida como uma unidade econômica onde a família é o
principal agente das decisões, contemplando a família como um todo, fazendo com que a
noção de propriedade familiar não se circunscreva apenas ao chefe da propriedade.
Portanto, a agricultura familiar encerra uma diversidade de situações e possui
múltiplas estratégias de reprodução social que vão se alterando com as transformações
estruturais da agricultura sob o regime capitalista, que de forma sutil porém, agressiva, toma
conta progressivamente de todos os ramos e setores da produção.
E) Referências bibliográficas
BRANDENBURG, Alfio. Agricultura familiar, ONGs e desenvolvimento sustentável.
Curitiba: Ed. Da UFPR, 1999.
GUANZIROLI, Carlos (e outros). Agricultura familiar e Reforma Agrária no século XXI.
Rio de Janeiro: Garamond, 2001.
SILVA, José Graziano da (e outros). Tecnologia e campesinato: o caso brasileiro. Revista
de Economia Política. V.3, n. 04, out-dez/1983, São Paulo: Brasiliense.
_______________________. Uma agenda de pesquisa ainda para esse final de século.
Seminário Temático: as ciências sociais e o ‘mundo rural’ – impasses atuais, continuidades
e desafios. XXI Encontro Anual da ANPOCS – Caxambú, 1997.(mimeo).
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